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A Festa do Avante vai ganhar 7 hectares de novos terrenos, expandindo a zona até à beira-rio. A aquisição vai custar ao partido cerca de 950 mil euros. Pub. Sábado | 13 setembro 2014 www.semmaisjornal.com semanário — edição n.º 825 • 7.ª série — 0,50 € região de setúbal Diretor: Raul Tavares Distribuído com o VENDA INTERDITA 6 1 anos A REGIÃO SOMOS TODOS NÓS edição especial comemorativa Negócios 14 Insolvências em queda no distrito contrariam drama dos últimos anos Atual 4 Alerta vermelho para defender abutres que nidificam na região Cultura 13 Gonçalo Cruz na Finlândia sonha chegar à seleção DESPORTO O jovem futebolista de 21 anos, natural de Setúbal, está em grande no campeonato finlandês, onde já foi campeão ao serviço do "Peimari United". Gostava de regressar e até sonha chegar com a seleção nacional. PÁG. 15 Alcácer quer Centro para o pinheiro manso e pinhão NEGÓCIOS A proposta foi esta semana apresentada oficialmente por Vitor Proença à tutela, durante uma reunião no ministério da Agri- cultura. A ideia é potenciar uma zona em que estas duas atividades têm um grande peso e importância. PÁG. 14 Animateatro estreia espetáculo infantil no Cinema S. Vicente em Paio Pires Fotos: DR As verbas a repôr dizem respeito aos anos de 2006 a 2008 e são resultado da discrepância entre os valores que foram pagos às instituições e o número de utentes que beneficiaram dos serviços. As IPSS's em causa receiam uma hecatombe financeira. Mas há negociações em curso para um desfecho equilibrado e sem grande mossa. Segurança Social 'força' 97 IPSS's do distrito a devolver 1 milhão de euros ATUAL PÁG. 2 A nova líder distrital do PS, Ana Catarina Mendes, parte para o congresso do dia 20, em Sines, com algum conforto no número de dele- gados. PÁG. 7 Festa do Avante avança 7 hectares até à Baia do Seixal POLÍTICA Nova líder do PS distrital confortável para congresso

Semmais 13 setembro 2014

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Edição de 13 de Setembro de 2014

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Page 1: Semmais 13 setembro 2014

A Festa do Avante vai ganhar 7 hectares de novos terrenos, expandindo a zona até à beira-rio. A aquisição vai custar ao partido cerca de 950 mil euros.

Pub.

Sábado | 13 setembro 2014 www.semmaisjornal.comsemanário — edição n.º 825 • 7.ª série — 0,50 € • região de setúbalDiretor: Raul Tavares

Distribuído com o

VENDA INTERDITA

61anos

A REGIÃOSOMOSTODOSNÓSedição especial comemorativa do 16º aniversário do semmais

Negócios 14Insolvências em queda no distrito contrariam drama dos últimos anos

Atual 4Alerta vermelho para defender abutres que nidificam na região

Cultura 13

Gonçalo Cruz na Finlândia sonha chegar à seleçãoDESPORTO O jovem futebolista de 21 anos, natural de Setúbal, está em grande no campeonato finlandês, onde já foi campeão ao serviço do "Peimari United". Gostava de regressar e até sonha chegar com a seleção nacional.

PÁG. 15

Alcácer quer Centro para o pinheiro manso e pinhãoNEGÓCIOS A proposta foi esta semana apresentada oficialmente por Vitor Proença à tutela, durante uma reunião no ministério da Agri-cultura. A ideia é potenciar uma zona em que estas duas atividades têm um grande peso e importância.

PÁG. 14

Animateatro estreia espetáculo infantil no Cinema S. Vicente em Paio Pires

Fotos: DR

As verbas a repôr dizem respeito aos anos de 2006 a 2008 e são resultado da discrepância entre os valores que foram pagos às instituições e o número de utentes que beneficiaram dos serviços. As IPSS's em causa receiam uma hecatombe financeira. Mas há negociações em curso para um desfecho equilibrado e sem grande mossa.

Segurança Social 'força' 97 IPSS's do distrito a devolver

1milhãode euros

ATUAL PÁG. 2

A nova líder distrital do PS, Ana Catarina Mendes, parte para o congresso do dia 20, em Sines, com algum conforto no número de dele-gados.

PÁG. 7

Festa do Avante avança 7 hectares até à Baia do Seixal

POLÍTICA

Nova líder do PS distrital confortável para congresso

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ABERTURA

2 Sábado • 13 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com

Ficha técnicaDiretor: Raul Tavares; Editor-Chefe: Roberto Dores; Redação: Anabela Ventura, António Luís, Cristina Martins, Marta David, Rita Perdigão, Roberto Dores; Dep. Comercial: Cristina Almeida (coordenação). Projeto Gráfico: Edgar Melitão/”The Kitchen Media” – Nova Zelândia. Departamento Gráfico: Natália Mendes. Serviços Administrativos e Financeiros: Mila Oliveira. Distribuição: José Ricardo e Carlos Lóio. Propriedade e Editor: Mediasado, Lda; NIPC 506806537 Concessão Produto: Mediasado, Lda NIPC 506806537. Redação: Largo José Joaquim Cabecinha nº8-D, (traseiras da Av. Bento Jesus Caraça) 2910-564 Setúbal. Tel.: 265 538 819 (geral); Fax.: 265 538 819. E-mail: [email protected]; [email protected]. Administração e Comercial: Telem.: 93 53 88 102; Impressão: Empresa Gráfica Funchalense, SA – Rua Capela Nossa Senhora Conceição, 50 – Moralena 2715-029 – Pêro Pinheiro. Tiragem: 45.000 (média semanal). Distribuição: VASP e Mediasado, Lda. Reg. ICS: 123090. Depósito Legal; 123227/98

97 IPSS’s do distrito com exigência de devolverem um milhão de euros

Noventa e sete instituições de solidariedade social do distrito de Setúbal foram oficiadas no

final de Agosto pelo Centro Distrital de Setúbal da Segurança Social (CDSSS) para devolverem verbas consideradas indevidas, recebidas entre 2006 e 2008, relativas às frequências de utentes nas diversas entidades.

A decisão da Segurança Social, recuperando um processo de ‘repo-sição das verbas’ iniciado ainda em 2008, sob a vigência da an-terior diretora Fátima Lo-pes, apanhou «completa-mente desprevenidos» os responsáveis das institui-ções e chegou mesmo a «lançar o pânico», uma vez que a to-talidade dos acertos atinge cerca de um milhão de euros. «A concretizar--se a decisão estaremos a falar de um profundo rombo nas finanças da maior parte destas entidades, algumas das quais ficarão sem capacidade de pa-gar vencimentos e compromissos com fornecedores», disse ao Sem-mais um dirigente de um centro so-cial a braços com o problema.

Na origem do diferendo, segun-do documentos a que o Semmais teve acesso, está o ‘controlo de fre-quências dos utentes’ que detetou, nos períodos em causa, «discrepân-cias» entre os valores que são pagos às instituições e o número real de beneficiários dos serviços, com for-te pendência nos jardins-de-infân-cia, no quadro das comparticipações dos acordos de cooperação entre o Estado e as instituições.

O facto de só agora, em 2014, os responsáveis da Segurança Social terem determinado a reposição das verbas referentes a um período tão distante (2006/2008) terá ficado a dever-se ao risco de prescrição. «Esta situação arrastou-se porque mui-tas das instituições em causa não concordam com os valores de de-

volução que haviam sido exigidos. Foi uma guerra que a anterior dire-tora não quis comprar, ou estaria a estudar forma de o ultrapassar e de-pois foi substituída no cargo», afir-mou outra das fontes contatadas pelo Semmais. «Agora a bomba caiu em cima de todos», acrescenta.

E parece haver casos de dúvida maior, nomeadamente com insti-tuições que nem sequer fazem «a gestão de vagas», como é o Centro Jovem Tabor (CJT). «Essa gestão é da responsabilidade da Segurança Social pelo que não adequado pe-

nalizar a instituição pelo facto de não terem sido preenchidas as vagas», explica ao Semmais Pau-lo Lourenço, presidente do CJT. O mesmo respon-

sável, afirma mesmo não haver re-gisto da sua instituição ter «recusado qualquer pe-dido de admissão de jo-vens proposto pela segu-rança social, mesmo para as situações de emergên-cia e de carácter temporário», pelo que pede «a revogação da decisão de reposição de verbas».

Chamado ao ‘furação’ da polé-mica, Florindo Paleotes, presidente da União Distrital das Instituições de Solidariedade Social (UDIPSS), acredita num «desfecho equilibra-

do» para a resolução do conflito. «É evidente que tratando-se de verbas que já foram recebidas e gastas, a sua reposição acarreta enormes di-ficuldades às instituições, acresci-das das dificuldades naturais que de-

correm da falta de meios das famílias para pagarem as mensalidades dos seus filhos», disse ao Semmais.

Florindo Paleotes afir-ma mesmo que «nenhu-

ma instituição, nem nenhum diri-gente se manifestou contra a repo-sição das verbas». Mas, adverte: «Tudo tem que ser visto caso a caso, por-que muitas delas também são cre-doras de verbas, o que implica acer-tos entre o ‘deve e o haver’».

Por outro lado, sublinha o res-

ponsável pela UDIPSS, «há-que ter em atenção que muitas destas ins-tituições estão a passar por enormes dificuldades, com ordenados em atra-so aos seus colaboradores e com dí-vidas a fornecedores por liquidar. Seria mais uma forte machadada no equilíbrio financeiro destas IPSSs».

O impasse vai agora ser gerido nos próximos dias e numa corrida contra o tempo. A última reunião en-tre as partes (ver caixa nesta página), não foi conclusiva quanto à suspen-são dos prazos estabelecidos pelo CR-SSS. «Houve abertura para muitas das nossas situações, mas temos apenas pouco mais de dez dias para apre-sentar documentos e renegociar, caso a caso, todas as situações penden-tes», conclui Florindo Paleotes.

Centro Distrital da Segurança Social disposta a ‘negociar’ reposição de verbas recebidas indevidamente

Na maior parte dos casos está em causa o número de utentes nos jardins--de-infância

DR

A Segurança Social de Setúbal quer reaver cerca de um milhão de euros que 97 instituições de solidariedade social do distrito terão recebido indevidamente, entre 2006 e 2008. A concretizar-se seria uma «hecatombe» financeira. Já há negociações em curso.

IPSS’s sem «má gestão» reclamam verbas do ministérioda EducaçãoO presidente da direção da UDIPSS, Florindo Paleotes, afir-ma que as dificuldades finan-ceiras das instituições sociais do distrito «não é resultado de má gestão», mas sim da situa-ção económica que o país está a viver, com famílias sem pos-ses para colocar as suas crian-ças nos jardins-de-infância ou pagar as respetivas mensali-dades. «Sobretudo na área da infância é isto que se passa e não podemos agir como em-presas privadas colocando me-ninos na rua ou despedindo funcionários de um momen-to para o outro», aduz o diri-gente. E alerta para o facto de o ministério da Educação não pagar desde Setembro de 2012 as verbas da compensação fi-nanceira do pré-escolar às ins-tituições.

Reunião com Ana Clara Birrento reabre ‘negociação’Uma das formas de ultrapassar o diferendo foi esbo-çada esta segunda-feira, numa reunião ocorrida en-tre a direção da UDIPSS e a diretora do CDSSS, Ana Clara Birrento, durante a qual foi criado um grupo de trabalho composto por representantes do Centro Dis-trital de Setúbal da Segurança Social, União Distrital das IPSS de Setúbal, União das Misericórdias de Se-túbal e União das Mutualidades de Setúbal.

Ana Clara Birrento, com quem o Semmais não conseguiu contatar até ao fecho desta edição, terá aceite a maior parte das medidas propostas pelo se-

tor social, nomeadamente a indicação ‘mais precisa e discriminada’ das verbas por instituição e que as mesmas ‘não sejam consideradas dívidas ou incum-primento, mas antes erros de processamento’.

Os responsáveis das IPSS’s em causa pretendem também que as instituições sejam convocadas indi-vidualmente para acerto de contas e aferida a sua ca-pacidade financeira para satisfazer as obrigações as-sumidas. E, neste sentido, que no acerto de contas se-jam calculadas as verbas reclamadas pelas IPSS’s e ou eventuais erros de decomposição financeira.

Raul Tavares

UDIPSS exige desfecho justo e pede acerto de contas

Risco de prescrição terá acelerado medida do CDSSS

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Sábado • 13 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com ESPAÇO PÚBLICO 3

Tiros no pé

O que poderia ser uma lição de vanguardismo político, com a introdução no sistema parti-

dário das ‘primárias’, está a tornar--se num desastre.

Não discuto as razões que leva-ram Costa a avançar contra a ordem estatutária em nome da sua ‘tomada de consciência’, nem o constante ‘cho-ro’ de Seguro, agora que não há tem-po para arrepiar caminho.

Mas sei que o PS está lançado numa profunda crise interna, com efeitos nefastos na necessidade que os por-tugueses têm de se reverem numa ver-dadeira alternativa.

Sobretudo quando na procura de divergências, os dois candidatos se atropelam dando força a possibilida-de de ressuscitarem Passos Coelho.

Se Seguro ganhar, como irão os portugueses olhar para as suas ’80 medidas’ enxovalhadas por Costa?. E se Costa ganhar, como vão os elei-tores credibilizar um candidato que, segundo o seu camarada Seguro, vê a política e a missão pública apenas da varanda da câmara de Lisboa?

EDITORIALRaul Tavares

Um. Política e espiritismo.Um dos maiores parti-

dos portugueses vai eleger o seu candidato a primeiro-minis-tro. Dois políticos com ideias assaz contrastantes (assim de repente não me lembro de qualquer diferença subs-tantiva ou mesmo adjetiva entre eles) disputam o cargo que pode vir a ser um cargo. Tudo bem e tudo dentro da normalidade. Não fosse a súbita e ines-perada intervenção do “divino”. Mor-tos foram “vistos” a pagar quotas e a tentar votar. Será, afinal, a morte uma presença tendencialmente crescen-te na vida partidária? Estranha forma de vida (ou de morte).

Dois. Banca e fundo de colchãoOs bancos e os banqueiros sem-

pre foram sinónimos de confiança. Reputação, boa, era com eles. Da sua fortaleza de credibilidade davam li-

ções a meio país. Tudo neles, da gra-vata ao fato passando pela pose, re-metia para a confiança. E assim, a custo, lá deixámos o fundo do col-chão e passámos a ter uma conta no banco. Confiantes naquele ar sério dos banqueiros. Quanto mais sisu-dos mais credíveis. De repente, “e não mais do que de repente”, nada era o que parecia. Afinal o dinheiro (o nosso) fazia longas viagens a ca-minho de offshores: paraísos fiscais

que afinal eram infernos reais. E nes-sas viagens, afinal, muito desse di-nheiro simplesmente desapareceu. Onde estará? Estranha forma de vida.

Três. Impostos e limitesO primeiro-ministro, também

de outro dos maiores partidos por-tugueses, foi eleito com base na pa-lavra “baixa”. Baixa de impostos, bai-xa de sacrifícios, baixa da austeri-dade. Depois transformou, qual al-quimista da política, a baixa em alta. Alta de tudo o que prometeu baixar. Será que com tantos impostos, ta-xas e coimas diversas ainda vale a pena investir? Estranha forma de vida (ou de economia).

Quatro. EducaçãoA educação é o que nos resta para

sermos alguém como país e como projeto de sociedade. Eu sei que pa-rece um lugar-comum. Mas sem essa

educação nunca seremos mais so-fisticados, mais cultos, mais com-plexos e mais capazes. Em lingua-gem de economês: mais competiti-vos. Por isso investir em educação nunca é uma despesa. É sempre um olhar sobre o longo prazo. O tal pra-zo que é já amanhã. Estranha forma de vida.

Cinco. Fado e futebolEis as duas “coisas” que nunca

falham. Novos fadistas a cantarem temas velhos. E, um simulacro de campeonato onde sempre os mes-mos discutem quem ganha. O fado e o futebol são assim a imagem de um país onde pouco muda a não ser a esperança num qualquer dom Sebastião. Quando o verdadeiro dom Sebastião somos nós, cada um de nós: os cidadãos. Estranha for-ma de vida.

Estranha forma de vida. Cinco contributos

Por muito que queiramos acre-ditar que melhores dias virão ao nível do emprego e que não será

necessário emigrarmos para procu-rarmos um futuro melhor, temos de admitir que não existem alternativas credíveis em solo lusitano.

Quando se percebe que se chegou ao limite da incapacidade de assegu-rarmos os nossos compromissos para com terceiros e formos “encostados à parede”, aí sim, tomamos a verdadei-ra consciência que estamos num beco sem saída.

Com trinta e quatro anos de tra-balho e de descontos para um sistema de protecção social, os quais pensava que constituíram uma reforma depois de uma vida de trabalho, tomei a cons-ciência que o Estado Português não teve a capacidade de gerir as poupan-ças dos contribuintes e que não exis-tem quaisquer garantias de protecção para os descontos que hoje são feitos e para os venham a ser efetuados nas próximas décadas.

É preciso termos bem presente que a redução da população ativa será uma tendência nas próximas décadas e que não demorará muito o dia em que o Estado transforme os cortes tempo-

rários das pensões em carater defini-tivo e se chegue à conclusão que as re-formas a auferir representem menos de metade do valor do vencimento que auferíamos enquanto fizemos parte da população ativa.

Em concreto, o que estamos a fa-lar é do empobrecimento da popula-ção portuguesa, da redução do poder de compra, do desmantelamento do Estado Social e do fim de um sistema de protecção social que protege os mais carenciados; em termos práticos, sem qualquer margem de dúvida, Portu-gal na próxima década recuará o ní-vel de vida dos Portugueses aos níveis dos anos 60.

A matéria da sustentabilidade da segurança social está clara quando se sabe que nas próximas décadas, Por-tugal estará sujeito a declínio popula-cional e que existirão alterações sig-nificativas ao nível da estrutura etária da população, sendo o resultado um forte envelhecimento demográfico, prevendo-se que o índice de susten-tabilidade potencial passe de 340 para 149 pessoas em idade ativa por cada 100 idosos.

Não obstante os indicadores cons-tituírem projecções demográficas, não

deixa de ser um facto que as previsões feitas em 2002 (há doze anos) na Se-gunda Assembleia Mundial do Enve-lhecimento se concretizaram nos cen-sos de 2011.

Se tivéssemos estado atentos às políticas sociais na última década em matéria de medidas destinadas à redução da tendência do envelhe-cimento, ao concluirmos que nos úl-timos dez anos o número de indiví-duos em idade activa por idoso re-duziu 21%, que o índice de depen-dência dos idosos aumentou 25% e a o envelhecimento da população portuguesa aumentou 35%, não te-ríamos quaisquer dúvidas sobre o que nos espera o futuro.

Por isso, são poucas as alternati-vas que nos restam, sendo que, aque-las que existem em Portugal estão mais do que identificadas e só não as vê, quem efectivamente está habituado a empurrar os problemas para as novas gerações.

Gato escondido com o rabo de fora

Paulo G. LourençoInvestigador Social

Jorge Humberto SilvaTurismo Semmais

Depois de vários anos de auste-ridade na Europa e de apli-cação de uma doutrina econó-

mica apadrinhada e incentivada pelo governo alemão que, mais não foi, do que, um processo de transferência do valor do trabalho para o mercado de capitais. Eis-nos chegados ao discurso de Mário Draghi em Jackson Hole. O discurso do Governador do BCE não teria qualquer impacto, não fora o clamo-roso falhanço verificado pelas políticas seguidas pelos Governos europeus, que optaram pela “germanização” das suas economias. As restrições orçamentais implementadas provocaram uma queda no investimento e por conseguinte um aumento do desemprego. Por outro lado, a competitividade conquistada, como no caso português (subida de 15 lugares no ranking) deve-se á desva-lorização salarial e á precarização dos vínculos laborais. O resultado são os sinais preocupantes da catástrofe social. Batem-se recordes no endividamento das famílias, na redução de respostas do Estado; na saúde; na educação e nos apoios sociais para os mais vulneráveis. Mas também na venda de empresas em setores estratégicos ou no enorme aumento da carga fiscal. Enfim, um rol de sintomas da degradação social e económica sem fim á vista.

A competitividade ganha será efé-mera no tempo. Este avanço na com-petitividade não resulta de nenhuma reforma no processo produtivo em Por-tugal nem de transformações no mo-delo económico. A confirmá-lo, está o aumento do consumo, causado pelas decisões do tribunal constitucional na reposição de salários e pensões, que fez subir de imediato as importações. Este ganho de competitividade resulta ape-nas do desequilíbrio social. Os núme-ros do desemprego que dão conta de uma queda no último ano, não resul-tam do crescimento económico que permanece minguado, nem do parco investimento privado. A prazo, a com-petitividade conquistada superficial-mente, tenderá a recuar, dado o desin-vestimento nas qualificações dos por-tugueses e na economia. Doravante, Portugal poderá deixar de ser fornece-dor de mão-de-obra qualificada para a Europa (exemplos dos engenheiros para a Alemanha ou dos enfermeiros para Inglaterra) o que fará disparar o desemprego novamente. De futuro, o Estado não poderá absorver mais de-sempregados ao abrigo de programas criados, como os contratos emprego inserção, na tentativa de forçar uma re-dução artificial do desemprego.

Está na hora de parar de inventar. Só existe uma de duas opções. Ou Por-tugal enfrenta a sua realidade e contri-bui na Europa para o caminho do in-vestimento e da flexibilidade orçamen-tal defendido por Mário Draghi ou; per-manece na agonia da austeridade, ali-viando o garrote orçamental apenas quando se aproximam atos eleitorais. A escolha é política, sempre foi.

Manuel FernandesMembro do Partido Socialista

Parem de inventar!

Rodrigo FranciscoDiretor da CTA

Vão os velhos e os novos e os gordos e os magro - e os rapazes em tronco nu e as

raparigas deitadas ao sol. A dada altura cheira a comida (cheiro a comida a sério: um fumo espesso de qualquer coisa na grelha) e os transeuntes chegam-se às barracas de iguarias várias, de vários pontos do País e do Mundo. Faz-se a bicha do pré-pagamento e

- Obrigado, camarada!acompanhado de um sorriso.

Duas palavras que são uma espécie de senha válida na Quinta da Ata-laia. E há algo de jogo, no sentido que damos em teatro a esta palavra,

roubada ao francês jouer: represen-tar, brincar, jogar. To play, saxoni-camente falando. Há algo de jogar a um Mundo diferente, naquele recin-to, durante aqueles três dias, duran-te os quais o teatro se mistura com a música, os colóquios e a dança; e o folclore com as exposições e os li-vros; e a chanfana com a Telepizza, que também a há, infelizmente.

É Portugal que está ali.

Um País e umas pessoas muito diferentes do eixo Chiado / Prínci-pe Real que vendemos aos turistas. É gente de trabalho, gente das listas de espera dos hospitais públicos, dos centros de emprego, dos transpor-tes colectivos. “Não há festa como esta”. Pois não.

Faltam acentos nalguns cartazes? Faltam. As casas de banho são confortáveis? Nem por sombras. E pó (ou lama) a mais, existe? Com certeza. Mas que importa?

- Obrigado, camarada!- Obrigado…E à terceira ou quarta vez lá nos

habituamos a tratar na segunda pes-soa uma senhora que podia ser nossa avó; lá passamos a achar normal en-contrar uma vereadora a vender ca-

fés; lá nos esquecemos de que não há pressas, de que não é caro, porque há--de haver alguém a sorrir-nos algures

- Obrigado, camarada!E este ano choveu mas “a chuva

fascista não molha comunista”, como nos explicou com bonomia alguém que recebia as gotas de água na cara e fumava um cigarro (pode-se fu-mar, é verdade). E vem-se da Festa do Avante! a pensar em como seria o Mundo se fosse apenas feito de lona, madeira e ferros de andaime. Se pudesse ser construído, volun-tariamente, por pessoas para quem o prazer e a diversão não colocam de parte a reflexão, a fraternidade e o amor pela Arte. O que seria de uma Festa que não fosse só três dias?- Até para o ano, camaradas!

Avante

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4 Sábado • 13 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com

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Alerta vermelho para defender abutresque nidificam nos campos do região

O abutre-preto, que continua a nidificar nos campos da região – sobretudo entre

os concelhos do Litoral Alente-janos – está entre as espécies que a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) quer preservar. Esta estrutura revela que até final deste ano tem em marcha uma campanha que visa chamar a atenção para o enve-nenamento destas aves, através do uso do medicamento veteri-nário (diclofenac), alertando que tal procedimento «coloca em risco a sua conservação». Neste sentido,

as organizações ambientais portuguesas vão avançar

com a consciencia-

lização das pessoas dos perigos que afetam estas espécies.

«Este ano procura-se alertar para a utilização excessiva do diclofenac veterinário,

uma substância anti-inflamató-ria utilizada para tratar o gado e que é extremamente tóxica para

os abutres, causando a sua morte por falên-

cia renal», sublinha a SPEA, para quem a utilização do diclofenac veterinário já cau-sou o desaparecimento de 99% dos abutres no sul da Ásia.

A SPEA diz que a utilização do diclofenac está a espalhar-se pela Europa, onde existem qua-

tro espécies de abutres. Em Por-tugal existem três espécies, o bri-tango, em perigo de extinção, o grifo, quase ameaço e o abutre--preto, criticamente em perigo, sendo o mais conhecido no dis-trito, embora também os outros

dois estejam entre as espécies que podem ser encontradas em re-giões remotas do inte-

rior, junto à fronteira, e têm uma importante função sanitá-ria nos ecossistemas.

«Estas aves limpam os cam-pos de cadáveres de animais sel-vagens e domésticos, de um modo rápido e eficiente, e a custo zero», sublinha a SPEA, acrescentando que estudos recentes demons-tram que as grandes águias tam-bém sofrem do envenenamento

pelo diclofenac.Em 2011 a Liga para a Proteção

da Natureza (LPN) e o Centro de Estudos de Avifauna Ibérica colo-caram em marcha um projeto des-tinado a preservar habitats que procura melhorar as condições de reprodução do abutre-preto. A ideia é recuperar, o máximo possível, o habitat mediterrânico com con-dições de sobrevivência para o abu-tre-preto, que já foi comum nos «céus» do distrito, sobretudo até à década de 50. Porém, o abate de florestas para dar lugar às campa-nhas de trigo retirou-lhe espaço. O declínio da população acentuou--se nos anos 60, extinguindo-se mesmo como ave reprodutora no território nacional.

Roberto Dores

O medicamento que está a envenenar a espécie já causou o desaparecimento de 99% dos abutres no sul da Ásia

A SPEA quer preservar a espécie que exerce um papel importante nos campos do Litoral Alentejano. A grande ameaça é o uso pelos veterinários do diclofenac, um anti-inflamatório capaz de envenenar os abutres.

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6 Sábado • 13 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com

Mau tempo estraga fim de férias nas praias da região

Praias vazias com areais tomados de assalto pelo frio, vento e chuva. O mar com uma ondu-

lação pouco convidativa, mesmo à prática de desportos náuticos e até as gaivotas em terra anunciam que o tempo não está para banhos. Eis o cenário que se encontra pela costa do distrito. Havia esperança de que Setembro reservasse bom tempo para ajudar a “camuflar” um Verão “meio chocho”. Mas não. E a escola está já aí.

«Vamos mas é começar a pre-parar o regresso dos miúdos às au-las. O projeto era ficar uma sema-na em Sesimbra, porque a meteo-rologia admitia bons dias de praia, mas isto não vale a pena», admitia Vasco Flores, preparado para re-gressar a Mafra com a mulher e dois filhos, na quarta-feira pela manhã.

«As crianças estão tristes, porque devíamos ficar até sábado mas isto parece inverno e, assim, não vamos estar a gastar mais dinheiro em hotel», lamentava, sendo apenas um dos exemplos de famílias que decidi-ram abandonar as praias da região mais cedo.

«Nós também vamos hoje em-

bora, depois de almoço», dizia Cé-lia Quintas, moradora em Beja, an-tecipando em dois dias o regres-so a casa. «Ainda acreditámos que íamos ter sorte, como aconteceu no ano passado. Mas este ano não valeu a pena. Chegámos domin-go e ainda aproveitámos alguma coisa, mas agora acabou», diz esta

mãe acompanhada de três filhos, que ainda vão pôr os pés na areia da praia da Califórnia uma derradeira vez.

Só alguns nadadores salvado-res, sem trabalho, ousam dar uns mergulhos. Ainda assim, a maio-ria está de camisola vestida e ou-tros optam por se enrolar em man-tas. «Este ano quase não deu para o bronze», ironiza um dos banhei-ros. Mesmo quem passeia pela praia

torce o nariz ao «dia desagradável», caso de Ana Góis, que prefere su-bir o passadiço e abrigar-se no café em frente. «Isto só está para se es-tar em casa» comentava.

Os comerciantes de Sesimbra e Costa de Caparica lamentam que São Pedro não esteja a ajudar. «Ter-ça-feira ainda valeu a pena e até alugámos uns 15 toldos, mas hoje isto está despachado. Deve ser o fim da época balnear», admitia Pe-dro Pólvora, proprietário do Ze-gre Bar, garantindo que o mau tem-po vai canalizar o pensamento das pessoas para outras prioridades.

«É tempo de preparar o regres-so às aulas. Temos muitos anos dis-to e sempre assim. Se houvesse sol, as pessoas ainda queriam praia até ao fim-de-semana, mas assim já cá não vêm», confirmava José Lo-pes, dono de uma papelaria na Cos-ta, enquanto o vizinho do restau-rante ao lado, se queixa de só ter as praias com areia no fim do Ve-rão. «Agora é que isto podia ani-mar mais um bocado para com-pensar o Julho e o Agosto, mas eta chuva estragou o negócio», lamen-tava Raul Reis ao Semmais.

Roberto Dores

Chuvas de setembro afastam turistas de última hora

Praia da Califórnia, em Sesimbra, apresentava, terça-feira, este cenário desolador

DR

RESTAURANTE ● SETÚBAL ● PORTUGALRUA GENERAL GOMES FREIRE, 138  960 331 167

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Muitos esperavam um setembro com mais calor e agendaram férias. Praias desertas e muitas queixas dos comerciantes. É um fim de verão desastroso

Novidades na “Alvalade medieval” preparam imaginário arrojado

O IMAGINÁRIO medieval, com re-presentações de rua que apelem à interactividade com o público, em manifestações espontâneas será a maior aposta da iniciativa “Alvala-de Medieval”, que decorre durante o fim-de-semana de 17 a 19.

Centenas de trajados prometem animar qualquer esquina a qualquer hora, de forma a «sair um pouco da agenda de eventos definida», assu-me Lénia Machado, da Comissão de Festas. Um novo espaço completa-mente dedicado a atividades com crianças, na Rua de Lisboa, ou o es-petáculo equestre com recurso ao imaginário fantástico cardo-medie-vo, que terá lugar na noite de sába-do, são outras das novidades do even-to este ano.

«A ansiedade sentida no contac-to com a população é já muito gran-de», frisa André Moz Caldas, presi-dente da Junta de Freguesia de Al-valade, para quem a componente do

envolvimento da população na mon-tagem do Certame apenas se asse-melha à “Festa do Avante”.

Numa altura em que a auto sus-tentabilidade se impõem para qual-quer evento, a “Alvalade Medieval” angariou receitas que vão cobrir os 50 mil euros no orçamento, com-participado com 7,5 mil euros da Câ-mara de Santiago do Cacém. «As co-letividades da freguesia, encarregues da vertente alimentar na feira, apro-veitam para angariar verbas para eventos futuros», afirma Lénia Ma-chado.

E a espectativa em receber cer-ca de 15 mil visitantes apenas não é maior, de acordo com Álvaro Beiji-nha, presidente da autarquia de San-tiago do Cacém, «porque não há maior capacidade de alojamento em Alva-lade». E o edil acrescenta: «Este é de-finitivamente um dos maiores even-tos do Alentejo Litoral».

Rogério MatosPub.

O presidente da Câmara de Santiago presente na apresentação do evento

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Nadadores-sal-vadores falam de um ‘verão horribilis’

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POLÍTICA

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Festa do Avante ganha 7 hectarese vai chegar à beira da baía do Seixal

O anúncio foi feito com pompa e circunstancia logo a abrir a Festa do Avante! pelo próprio

secretário-geral comunista. O PCP garantiu a compra de sete hectares da Quinta do Cabo da Marinha, contígua à Quinta da Atalaia, na Amora, por cerca de 950 mil euros. Em breve arranca uma campanha de angariação de fundos «porque é preciso assegurar o pagamento completo», registou Jerónimo de Sousa. Os comunistas querem que o Avante se estenda até à baía do Seixal já em 2015.

A boa nova teve honras de co-mício, com Jerónimo a justificar o investimento com o facto de surgi-do «finalmente a oportunidade, que não podíamos desperdiçar. De con-cretizar essa aspiração de adquirir

a Quinta do Cabo da Marinha, com um enquadramento paisagístico de grande qualidade, arvoredo e espa-ço aberto, que permitirá aumentar em mais de um terço o espaço dis-ponível para a festa”, explicou aos milhares de seguidores.

Coube ao dirigente do PCP Ale-xandre Araújo explicar que a cam-panha de angariação de fundos deverá começar no mês de Outu-bro, com o objetivo de se conse-guir saldar a dívida de 950 mil eu-ros até à Festa do Avante do pró-ximo ano. Isto depois de Jeróni-

mo de Sousa já ter exortado “mi-litantes e amigos do partido, ami-gos da Festa do Avante, democra-tas e patriotas” para que colabo-rem na campanha, em nome de «uma festa ainda maior e melhor».

Foi ainda tempo do secretário--geral comunista recordar ainda o líder histórico, quando há 25 anos coube a Álvaro Cunhal anunciar, citando as suas críticas de então sobre «o jogo indigno de Gover-nos e outras entidades de cede-rem temporariamente terrenos abandonados, cheios de mato e

pedras, com a esperança de nos verem afundar-nos neles».

Política à parte, a animação voltou a invadir a Atalaia ao lon-go de três dias e nem chuva que ameaçou sempre estragar alguns planos fez esmorecer os milhares largos de pessoas, que enchiam as tendas de comes e bebes e as imediações do palco principal. Apareceram muitas famílias e gru-pos de amigos. No sábado, depois de um início de tarde calmo, era, 16.30 quando uma espécie de to-que invisível chamou milhares de pessoas. Subiam ao palco os por-tugueses Diabo na Cruz.

No comício final, já em jeito de «até para o ano», Jerónimo de Sou-sa revelou que o ano político vai ser intenso, anunciando o lança-mento de uma ação nacional, vi-sando uma «política e um Gover-no patrióticos e de esquerda», as-sente na renegociação da dívida, eventual abandono da moeda úni-ca e outros instrumentos e ferra-mentas comunitários.

“’A Força Do Povo, Por Um Por-tugal Com Futuro - Uma Política E Um Governo Patrióticos E De Esquerda’ é o lema de uma ação de afirmação política que o PCP lançará já a partir de Setembro”, disse.

Mais uma vez a Quinta da Atalaia encheu-se de ‘amantes’ da Festa

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Realizaram-se nos dias 5 e 6 do corrente mês de setembro as eleições para as federa-

ções do PS.Estas eleições foram marcadas

pela direção nacional após a fixação da data das primárias para a escolha de candidatos do PS a Primeiro-mi-nistro que, como se sabe, ocorrerão a 28 de Setembro.

Tudo indicava que em princípio as eleições internas para as federa-ções ocorreriam só após as próxi-mas eleições legislativas uma vez que, face aos estatutos em vigor, propos-tos pela atual direção, elas deverão de novo ocorrer nessa altura.

Do meu ponto de vista a atual di-reção do PS partiu do princípio que teria vantagem em realizar os atos elei-torais internos antes das primárias e não hesitou em marcá-las contra a opinião da esmagadora maioria das federações.

Enganou-se.Os (as) candidatos (as) e as listas

de delegados apoiantes de António Costa obtiveram maior número de fe-derações do que os apoiantes de An-tónio José Seguro.

A direção nacional ao reconhecer o óbvio veio entretanto invocar que foi maior o número de eleitores apoian-

tes de António José Seguro. Não é exa-to uma vez que contabilizou como vo-tantes nas listas de apoio ao Secretá-rio-geral os eleitores das federações onde, por acordo entre apoiantes dos dois candidatos a Primeiro-ministro houve apenas uma única lista e um único candidato, como foram os ca-sos dos distritos do Porto, de Vila Real e da Guarda, por exemplo.

Essa situação será totalmente cla-rificada, como se verá no dia 28 de Se-tembro próximo no apoio significati-vo a António Costa.

Como é sabido apoiei António Cos-ta desde a primeira hora a candidato a Primeiro-ministro a apresentar pelo PS e apoiá-lo-ei de seguida na candi-datura que seguramente vai apresen-tar a Secretário Geral do PS. Fui tam-bém apoiante de Ana Catarina Men-des a candidata a presidente da fede-ração do PS do Distrito de Setúbal. Nun-ca duvidei que fosse eleita, como aca-bou por ser e dei-lhe toda a colabora-ção militante para que isso ocorres-se. Tornei públicas com clareza as ra-zões porque o fazia.

Não me poderia resignar que o PS tivesse tido um resultado tão fortemen-te negativo no distrito de Setúbal nas ultimas autárquicas apesar do esfor-ço dos militantes em contra ciclo com

o que ocorreu a nível nacional, onde o PS alcançou o maior número de câ-maras municipais.

É útil termos presente que o PCP, que perdeu 21.000 votos no distrito reconquistou ao PS as Câmaras de Al-cácer do Sal e Grândola e reforçou de forma expressiva a maioria absoluta em Setúbal. Sines foi nas últimas au-tárquicas uma muita agradável con-quista para o PS e os militantes deste concelho, que tanto se bateram por isso merecem reconhecimento.

Sabendo-se que o PS já dirigiu em momentos diferentes a maioria das Câmaras Municipais do distrito de Se-túbal, no caso Alcochete, Alcácer do Sal, Barreiro, Grândola, Montijo, Se-simbra, Setúbal e Sines, é óbvio que a maioria dos eleitores não está com o PCP como se demostra com o fato do PS ser também nos últimos atos elei-torais o partido mais votado nas elei-ções legislativas, o que atrás ocorreu também nos últimos anos em que a direita foi maioritária no país e por isso formou o atual governo.

Sendo isso certo e sendo também certo que nenhum partido da direita dirigiu após o 25 de Abril qualquer Câ-mara Municipal no distrito de Setúbal, o PS tem todas as condições para se reforçar no distrito.

Esse reforço depende muito das estruturas locais, da sua organização, da relação de credibilização que im-porta por isso aprofundar.

O momento é pois de se preparar o futuro para esse objetivo.

Passadas as eleições federativas importa que todos os militantes te-nham a consciência que em eleições internas quem sai sempre vencedor é o PS.

É assim que encaro o que ocor-reu nas eleições do dia 5 do corren-te no distrito de Setúbal.

Houve uma camarada, que con-victamente apoiei que teve mais vo-tos que a outra candidata.

Em democracia e mais na demo-cracia interna de um partido plural como o PS é assim que devemos en-carar a realidade.

A partir de agora há que concre-tizar o projeto sufragado pela maio-ria e procurar a partir dele fortalecer a unidade.

Esta, a unidade, não é porém um somatório inorgânico de militantes que confunde o amiguismo com a

política. Não! A amizade e a política podem ca-

minhar de mãos dadas mas não se confundem.

É por isso que sempre entendi que a unidade se forja com base num pro-jeto, suportado em princípios e valo-res de que não podemos transigir, e agregando a militância na base deles.

No PS todos têm lugar e ninguém deve prosseguir ou fazer política na base de impulsos de emotividade per-secutória ou do insulto.

O momento que se vive no país é muito complexo, incerto e difícil e o país precisa como pão para a boca de um PS forte.

Não duvido que a próxima presi-dente da federação Ana Catarina Men-des saberá traçar uma estratégia en-volvente, contando com a população generosa e trabalhadora do distrito de Setúbal, incentivando uma militância cívica responsável, convocando os me-lhores e preparando assim um futuro ganhador para o PS. Que crescerá nas Câmaras de que o PS tem a gestão, Si-nes e Montijo com a competência de quem as dirige e potencializando tam-bém vitórias nalgumas outras Câma-ras Municipais, tão necessárias para o bem estar das populações.

Impõe-se agora olhar para o futu-ro e prepará-lo sem ressentimentos de qualquer espécie.

Vítor RamalhoAdvogado

As Eleições na Federação do PS

Catarina Mendes parte ‘folgada’ para congresso distrital

A NOVA líder da federação de Setúbal do PS, Ana Catarina Men-des, parte para o congresso dis-trital, em Sines, dia 20, com uma vantagem confortável de dele-gados.

Catarina Mendes, deputada e apoiante de António Costa nas primárias socialistas agendadas para o final do mês, vai contar com 101 delegados eleitos e 21 delegados por inerência. Já Ma-dalena Alves Pereira, a sua an-tecessora, que apoia António José Seguro, terá o apoio de 82 delegados eleitos e 15 por ine-rência.

Recorde-se que nas eleições para a liderança da federação realizadas no passado dia 6, Ana Catarina Mendes alcançou 55% dos votos, obtendo 1.180 votos expressos, contra 978 conquis-tados por Madalena Alves Pe-reira, num universo de 2.803 mi-litantes do PS, com capacidade eleitoral. Na ocasião, em decla-rações aos jornalistas, a nova lí-der do PS distrital confessou ter sempre acreditado ser possível vencer, mas a sua vitória por maioria não deixou de ser uma surpresa.

Acabou por ser a grande novidade do ‘Avante’ deste ano, fora os discursos políticos que ‘puxam’ pela militância. Os novos terrenos vão ser aquiridos por 950 mil euros.

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LOCAL

15 Sábado • 13 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com

LOCAL

A Câmara Municipal de Almada aprovou, em reunião pública de 10 de setembro, a redução

da taxa do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) de 0,39 por cento, aplicada em 2014, para 0,38 por cento, a aplicar em 2015.

A aprovação desta proposta de redução do IMI, que acontece pelo segundo ano consecutivo, represen-ta que o Município prescinde de ar-recadar receita que oscilará entre os 9 e os 9,5 milhões de euros (20 a 25 por cento), considerando a receita potencial máxima que resultaria da

cobrança deste imposto caso fosse aplicada a taxa máxima prevista na legislação em vigor.

A decisão de reduzir a taxa da-quela que é atualmente a princi-pal fonte de receitas municipais, traduz a preocupação do Municí-pio em promover os mecanismos de apoio às famílias e à atividade económica local em ge-ral, procurando minorar as dramáticas conse-quências que o período de crise acentuada e di-ficuldades acrescidas que o País atravessa representa para milha-res de famílias almadenses.

A proposta prevê ainda a ma-nutenção de uma majoração de 30 por cento da taxa de IMI a pagar pelos proprietários que detenham

imóveis em estado de ruína ou de-gradação acentuada, e de mino-ração em idêntica percentagem de 30 por cento aos proprietários que concretizem obras de manuten-ção, conservação ou reabilitação das suas propriedades.

A taxa de IMI, a aplicar aos imó-veis não avaliados, está fixada por

lei em 0,7 por cento. Na mesma reunião, a

C. M. A. aprovou uma pro-posta relativa ao lança-mento de uma derrama

sobre os lucros das empresas decla-rados em sede de Imposto sobre Ren-dimentos Coletivos (IRC), manten-do-se a isenção total do pagamen-to de derrama a todos os negócios que não atinjam os 150 mil euros por ano, abrangendo cerca de 70 por cen-

to do tecido empresarial do Conce-lho de Almada, e aplicada uma taxa de 1,45 por cento aos volumes de ne-gócios acima daquele montante, uma taxa cinco pontos abaixo do limite máximo previsto por lei.

Com a aprovação desta última proposta, o município de Almada prescinde da cobrança de cerca de 240 mil euros de receita potencial deste imposto, montante que repre-

senta cerca de 10 por cento do valor total potencialmente arrecadado se aplicada a taxa máxima prevista na lei, que é de 1,5 por cento.

Ambas as propostas, aprovadas em reunião pública da Câmara Mu-nicipal de Almada de 10 de setem-bro, serão enviadas para aprovação por parte da Assembleia Municipal de Almada, que reúne nos dias 25 e 26 de setembro.

Município de Almada reduz taxa de IMI para 2015

Grândola recebe melhores ‘navegadores’ da Península Ibérica

Seixal acolhe encontro “As nossas ruas, a nossa escolha”

Palmela experimenta novo autocarro

NO ÂMBITO da Semana Europeia da Mobilidade, decorre no audi-tório dos Serviços Centrais do mu-nicípio, dia 18, às 14 horas, o en-contro “As Nossas Ruas, a Nossa Escolha”.

Durante a tarde serão debati-das questões relacionadas com o ambiente, os estilos de vida, e o espaço público, e onde será atri-buído pela autarquia e pela Agên-cia de Energia do Seixal o prémio Selo Verde - Edifício Amigo do Am-biente, que distingue projetos efi-cientes e inovadores.

A PARTIR do dia 22, a autarquia e os TST dão início a um circuito ex-perimental que liga Quinta do Anjo, Bairros dos Marinheiros e Alenteja-no à Estação Ferroviária da Penal-va. A vigorar até ao final do ano, este circuito responde a uma necessida-de identificada, há muito, pela po-pulação e defendida pelo município, contribuindo para a intermodalida-de e para a melhoria da prestação de serviços de transporte público na freguesia de Quinta do Anjo.

A medida integra-se na Semana Europeia da Mobilidade, que decor-re entre 16 e 28, em Palmela.

O evento inclui atividades que visam sensibilizar para o impacto que as opções individuais de mobi-lidade têm na comunidade, aos ní-veis do ambiente, da saúde e da eco-nomia.

O CONCELHO recebe, de 26 a 28, os melhores navegadores da Pe-nínsula Ibérica. Mais cem espe-cialistas em navegação por gps vão percorrer os trilhos, à descoberta das mais recônditas e belas pai-sagens e registá-las nas câmaras fotográficas.

Esta modalidade lúdica e tu-rística alia o prazer da descober-ta à paixão pela fotografia.

A organização entrega à equi-pa participante, formada por 4 ele-mentos, dois veículos todo-o-ter-reno, um “road-book” fotográfi-co, cartas militares originais do instituto Geográfico do Exército e insere as coordenadas nos gps da equipa. Sem sair dos trilhos, ou ultrapassar os limites de veloci-dade a equipa terá que descobrir e fotografar o máximo de way-points possíveis. O evento conta com equipas de todos os distritos e 24 navegadores de Espanha.

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Autarquia vai retirar uma décima, fixando a taxa em 0,38 por cento.

A Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra e a Câmara de Setúbal vão celebrar, pela primeira vez em conjun-to, o “Dia Mundial do Mar”. Um conjun-

to de eventos, entre os quais um Semi-nário Internacional e a presença, nas águas sadinas, de três grandes veleiros emblemáticos.

A GNR do Montijo deteve, quinta-feira, um indivíduo de 54 anos, natural de Alhos Ve-dros, pelo crime de tráfico de estupefacien-tes. As investigações, que duraram dois me-

ses, levaram à descoberta de uma planta-ção de cannabis, nas traseiras de um arma-zém. Foram apreendidas 130 árvores/pés de cannabis e 3700 euros entre outros.

Setúbal unida celebra Dia Mundial do Mar GNR descobre plantação de cannabis na Moita

Redução acontece pelo segundo ano consecutivo

Isençãode derrama para lucros abaixo dos 150 mil euros

Medida da autarquia visa atenuar efeitos da crise

Santiago oferece bacalhau a instituiçõesdo concelhoA EMPRESA Maredeus, de Ermi-das-Sado, em parceria com o mu-nicípio santiaguense, está a levar a cabo um grande projeto no do-mínio da responsabilidade social, com a oferta de um total de 10 to-neladas de bacalhau congelado a instituições do concelho.

A iniciativa decorre desde abril, altura em que foram entregues pela empresa 1,5 toneladas de aparas de bacalhau congelado a quatro instituições do concelho. Com a continuidade do projeto e o avo-lumar das quantidades para dis-tribuir, a Maredeus solicitou o apoio do município, que indicou à em-presa quais as instituições que apresentavam necessidades mais imediatas no seio das respetivas comunidades.

Com efeito, em maio, foram distribuídas mais 4,5 toneladas, sendo que a penúltima entrega teve lugar no dia 4 e a última decorreu dia 8 deste mesmo mês, junto ao cais de embarque da Maredeus, que se situa na Zona Industrial Li-geira 2, Expansão I, lotes 8, 9 e 10, em Ermidas-Sado. As duas entre-gas feitas em setembro totalizam

mais 4 toneladas de aparas de ba-calhau congelado.

A soma de todas as entregas ao longo dos últimos meses per-faz 10 toneladas, numa ação sig-nificativa de apoio às seguintes instituições: ADIES de Ermidas- -Sado, Casa do Povo de Alvala-de, Cercisiago, Santa Casa da Mi-sericórdia de Santiago do Cacém, Casa do Povo de Cercal do Alen-tejo, Associação de Moradores da Sonega, Casa do Povo de San-tiago do Cacém, Casa do Povo de Abela, Centro Social e Paro-quial de Santa Maria + O Farol, Casa do Povo de São Domingos / Centro de Dia de Vale de Água, Associação de Bem-Estar Social da Freguesia de Santa Cruz, Cen-tro de Dia de São Francisco da Serra, Conferência S. João Deus e Conferência São Tiago.

Iniciativa de mobilidade

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Novo circuito vigora até final do ano

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Alcochete transfere maisde 7 mil euros para escolas O EXECUTIVO municipal aprovou, por unanimidade, na reunião des-centralizada que se realizou dia 3, em S. Francisco, a transferência de mais de 7 mil euros para o Agrupa-mento de Escolas de Alcochete.

Na sequência do acordo entre o município e o agrupamento, a trans-ferência de verbas, assume-se como um apoio à gestão corrente.

Tendo em conta que foi defini-

do um valor anual, por aluno, de 5 euros e 15 euros, o município deli-berou atribuir 7 mil euros, referen-tes a estas categorias e correspon-dentes a 1 121 alunos matriculados e a frequentar os estabelecimentos do pré-escolar e 1.º ciclo do Agrupamen-to de Escolas de Alcochete. O exe-cutivo aprovou ainda um apoio ao Futebol Clube de S. Francisco, no va-lor de 919,37 euros.

Novela “Mar Salgado” apresentada em Setúbal “MAR SALGADO”, a próxima telenovela da SIC, foi apresen-tada no passado dia 5, no Ac-qua Bay, no parque urbano de Albarquel,, onde decorre a maioria das filmagens desta produção que tem estreia mar-cada para dia 15.

Foram vários os atores e apresentadores que marca-ram presença na festa. A pre-

sidente do município, Dores Meira, afirmou que a história da novela «tem a ver com o Sado e as suas gentes e mos-trará ao País, como nunca, o que é Setúbal», acrescentan-do que «a gravação da nove-la tem um enorme interesse para o concelho, graças à vi-sibilidade que garantirá du-rante um ano».

Feira quinhentista anima o Montijo

Alcácer oferece manuais escolares aos alunosdo 1.º ciclo O PRESIDENTE do município, Vi-tor Proença, vai entregar pessoal-mente os manuais escolares ofe-recidos a todos os alunos do 1.º ci-clo do básico das escolas do con-celho, num total de 390 alunos e um custo global superior a 23 mil euros. As entregas dos manuais estão agendadas para dia 16, no Centro Escolar da Comporta e na Escola Básica n.º 1. No dia 17, é nas básicas Pedro Nunes, Olival Quei-mado, Casebres e de Palma. O Cen-tro Escolar do Torrão recebe os li-vros dia 18.

Além dos manuais, o municí-pio auxilia as crianças do 1.º ci-clo com os denominados apoios económicos diretos, extensíveis aos alunos do ensino pré-esco-lar e que constam de vales para aquisição de material escolar de 40 e 20 euros para o 1.º ciclo, res-pectivamente, para alunos no es-calão A e B, e de 20 e 10 euros, para os mesmos escalões mas no ensino pré-escolar.

A FEIRA Quinhentista de Aldeia Ga-lega decorrer no centro histórico até este domingo. Trata-se de um evento comemorativo dos 500 Anos do Foral Manuelino e a organiza-ção é do município e da Associação Cultural História e Património.

Aos visitantes propõe-se uma viagem ao passado, ao ambiente de convívio social e cultural do sécu-lo XVI, através da reconstituição do tipo de mercado e produtos comer-cializados na época, por entre mui-ta música e dança, bem como tas-cas, tabernas e grelhadores para co-mes e bebes.

Simultaneamente, serão recria-dos quadros históricos ficcionados baseados em factos e lendas de Al-deia Galega do Ribatejo, nas primei-ras décadas do século XVI.

Recorde-se que Aldeia Gale-ga do Ribatejo recebeu a sua car-ta de foral no dia 15 de Setembro de 1514.

Espadarte é ‘rei’ em Sesimbra

Passadiço melhora circulação pedonal na Alburrica do Barreiro

“ESPADARTE com molho de pi-menta verde”, “caril de lombo de espadarte com amêijoas guarne-cido com arroz selvagem” e “cata-plana de espadarte com frutos do mar à moda antiga” são apenas al-gumas das cerca de 35 ementas que o público vai poder provar duran-te a Semana Gastronómica do Es-padarte, que decorre de 12 a 21, em

18 restaurantes da vila. Organizada pelo município, a

semana pretende divulgar esta espécie que se tornou num sím-bolo da vila, dando nome à pri-meira unidade hoteleira na mar-ginal, o Hotel Espadarte, que veio a revelar-se o primeiro grande impulso para o desenvolvimen-to do turismo.

O VEREADOR do Urbanismo do município, Rui Lopo, afirma que a construção de 600 metros de passadiço veio melhorar a cir-culação pedonal entre Alburri-ca e a Avenida Miguel Pais, a qual ainda está a sofrer uma inter-venção, no âmbito da candida-tura REPARA.

Rui Lopo, além de dizer que os passadiços aproximam a re-lação que a população tem com o rio e que isso é, em si mesmo, uma vantagem, também referiu

que «nesta zona em concreto existe um simbolismo muito for-te. Alburrica é muito emblemá-tica e diz muito às pessoas da cidade.

O vereador que tutela o ur-banismo na autarquia bairren-se salienta que «o facto de ter-mos proporcionado esta melhor acessibilidade à zona ribeirinha, nesta zona da cidade, também traz uma perceção concreta de melhoria de qualidade de vida e de qualidade ambiental»

ARRANCARAM ontem as Festas da Moita. Até ao dia 21, a vila ve-nera Nossa Senhora da Boa Via-gem. Os touros, o rio, a religiosi-dade e os muitos espetáculos mu-sicais são as principais vertentes destas festividades, as «maiores do município e também as que maior projeção têm a sul do Tejo».

A procissão em Honra de Nos-sa Senhora da Boa Viagem, com a bênção dos barcos engalanados no cais, realiza-se este sábado a par-tir das 17 horas. Irá percorrer as prin-cipais artérias da vila, acompanha-da por milhares de devotos e tam-bém pela Charanga a Cavalo da Guarda Nacional Republicana, Fan-farra dos Bombeiros Voluntários da Moita, Banda da Sociedade Re-creio Musical Azinhaguense 1.º de Dezembro, da Azinhaga do Riba-tejo, Banda da Sociedade Filarmó-nica União Seixalense e pela Ban-da Musical do Rosário.

A nível de concertos, o desta-que vai para Richie Campbel (dia 15), Herman José (16), Emanuel (17), e Rita Guerra (21), sendo que

as diversas e tradicionais larga-das de toiros continuam a atrair milhares de pessoas à principal avenida da vila.

A Noite do Fragateiro decor-re dia 13, a partir das 23h30. No dia 19, às 13 horas, merece desta-que a Tarde do Fogareiro, onde não vai faltar a tradicional dança do Huga Huga, pela Banda Musi-

cal do Rosário. A tradicional regata em Hon-

ra de Nossa Senhora da Boa Via-gem, com barcos típicos do Tejo, está marcada para dia 13, às 17h30. O concurso de barcos engalana-dos decorre dia 14, às 12 horas. No dia 20, a partir das 14h30, a popu-lação é convidada para passeios nos barcos típicos do Tejo.

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Festas da Moita cumprem tradição

Devoção a Nossa Senhora da Boa Viagem volta a animar moitenses

Centro de Artes de Sines recebe Festival de Cinema

O FESTIVAL Internacional de Cinema Infantil e Juvenil de Lisboa apresenta em Sines uma seleção das melhores pelícu-las da 1.ª edição, que decorreu este ano, em Lisboa.

As sessões em Sines reali-zam-se nos dias 14, 21 e 28, às 11 horas, no Centro de Artes.

Trata-se do primeiro festi-val de cinema totalmente de-dicado às crianças e jovens. Pro-cura promover o acesso à cul-tura e mais especificamente o gosto pela 7.ª arte, criando es-pectadores para o futuro.

INICIATIVAS

Passeiode bicicleta Decorrem em Almada as ins-crições do III Passeio de Bici-cleta 2 Margens, 2 Rodas, que liga as duas margens do Tejo, no dia 21, uma iniciativa no âmbito da Semana Europeia da Mobilidade. As inscrições para o 3.º Passeio de Bicicle-ta 2 Margens, 2 Rodas são gra-tuitas, até 18.

Colóquio sobre a Reservado SadoA evolução da atividade aquí-cola na Reserva Natural do Estuário do Sado está em de-bate do colóquio agendado para o dia 1 de outubro, no Mercado do Livramento, em Setúbal. Durante o encontro são partilhados conhecimen-tos sobre a aquicultura na RNES.

Nova escola em Fernão FerroA inauguração da Escola Bá-sica dos Redondos, em Fer-não Ferro, é no próximo dia 26, às 16 horas. O equipamen-to está pronto para receber 375 alunos do 1.º ciclo e está dotado de 12 salas e de jardim de infância, com três salas. Dispõe ainda de biblioteca, co-zinha e refeitório.

Palmela na feira do empreendedorismoO município vai estar repre-sentado na 1.ª Feira de Em-preendedorismo do Distrito, entre 18 e 20 de setembro, no Parque Industrial das Carras-cas, em Palmela. A iniciativa pretende ser um local de par-tilha de boas práticas empre-sariais. O evento conta com cerca de cem empresas.

11.º Out.festno BarreiroEntre 2 e 5 de Outubro, o Bar-reiro é palco do OUT.FEST – Festival Internacional de Mú-sica Exploratória. Ao longo de quatro dias, reúnem-se músicos nacionais e interna-cionais. O programa reúne produções musicais oriun-das da Holanda, Alemanha, Reino Unido, Áustria e Esta-dos Unidos.

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CULTURA

12 Sábado • 13 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com

Maria Teresa Meireles

DICIONÁRIO ÍNTIMO

Pedra, «petrus», pétreo, pedregoso, pedregulho. Pedra, longevidade, dura-

bilidade, dureza. Pedra d’ara. Pedras de sal. Pedra Filosofal. Pedra da Loucura – na Idade Média acreditava-se que essa pedra estava alojada no cérebro e que, por isso, era necessário extraí-la a quem sofria de loucura.

Idade da Pedra. Pedra las-cada. Pedra contra pedra: a fricção e o fogo.

«não ficar pedra sobre pe-dra»: a destruição total.

Ser «duro como uma pe-dra», ter um «coração de pe-dra», «ser um calhau» são ex-pressões que definem o ca-rácter e/ou a falta de inteli-gência: a pedra não pensa? Pe-dra – rudeza, consistência, per-manência. Ter «sete pedras na mão» – a pedra reflecte a agres-sividade primária. Fisga, ca-tapulta, o apedrejamento.

Pedras preciosas e semi--preciosas. Pedras da calça-da. «pedra de toque», «pedra de amolar», «pedra angular». A pedra do moinho tem nome próprio: mó.

A pedra e a Lei: Os Dez Mandamentos foram, de acor-do com a Bíblia, originalmen-te escritos por Deus em tábuas de pedra entregues a Moisés.

«quem não tiver pecado, atire a primeira pedra», diz Cristo na Bíblia, opondo-se ao castigo por lapidação porque é sabido que «Deus castiga sem pau nem pedra».

«Palavras fora da boca é pedra fora da mão»; «A Pala-vra e a pedra solta, não têm volta» - o perigo e o poder da Palavra.

«Água mole em pedra dura, tanto dá até que fura» - per-sistência e repetição.

Onde não se querem as pe-dras: nos rins e no sapato.

A pedra nos jogos de in-fância: «pedra-papel-tesou-ra»: a mão fechada ou escon-dida, jogo de selecção e ante-cipação - a pedra ganha à te-soura (quebrando-a) e perde para o papel (que a embrulha).

O jogo das pedrinhas: cin-co pedrinhas e a mão a fazê--las saltar sobre a palma, so-bre as costas da mão, rapida-mente colocadas no chão e daí resgatadas. Lembro-me bem de jogar horas a fio, sentada nos degraus de pedra frios. Tudo dependia da rapidez e

da perícia: atirar e apanhar as pedras ainda no ar.

Outro jogo com pedras, em versão masculina: atirar pe-dras ao rio e ficar a vê-las sal-titar por sobre a superfície lisa da água.

Para o mexicano Alfonso Reyes, os contos tradicionais são «calhaus rolados» (expres-são recuperada por Leite de Vasconcelos), uma vez que são necessários muitos recontos para que ganhe a forma ideal e a lisura. No conto «Pedro e Pedrito», a petrificação equi-vale a um interregno, a uma pausa do ser, a um parêntesis. A palavra ameaçada - «Quem isto ouvir e contar, em pedra se há-de tornar» - leva à pe-trificação.

Perante a grosseria ou o sem-sentido das coisas, petri-fico e perco a palavra.

E os Mitos. Perseu e Me-dusa - o poder do olhar. Cro-nos, devorador dos vários fi-lhos que teve com Reia, é por esta enganado engolindo uma pedra em vez do filho mais novo, Zeus. No mito de Deu-calião e Pirra são «os ossos da grande mãe» (as pedras) «dei-tadas para trás das costas» que irão, depois do Dilúvio, dar ori-gem a uma nova Humanida-de. Pigmalião e Galateia: o es-cultor que «tira» da pedra a mulher sonhada. Metáforas do artista e da sua obra. Toda a pedra aloja uma alma. Toda a pedra esconde um ser. Es-culpir a pedra é retirar-lhe o(s) excesso(s)?

«A Jangada de Pedra», de José Saramago; «Eu hei-de amar uma pedra», de Antó-nio Lobo Antunes; «Deixem falar as pedras», de David Ma-chado.

Gravar na pedra, as lápi-des - a Palavra contra a Mor-te. «A Epopeia de Gilgamesh», antigo poema épico da Me-sopotâmia, termina com as seguintes palavras: «Fez uma longa viagem, conheceu o can-saço, esgotou-se em traba-lhos e, ao regressar, gravou numa pedra toda a história.» E não é este, afinal, o proces-so e o fim último de toda a es-crita e de toda a vida? «Se es-crevo / é para entrar no cla-ro círculo do dia / e ser uma pedra que respira / um nú-cleo branco», escreveu Antó-nio Ramos Rosa.

Pedra

A festa das músicas do Festival da RTP da Canção e da Eurovisão está de volta a

Setúbal, com a 6.ª edição do Euro-vison Live Concert, que este ano decorre apenas em duas noites no Forum Luísa Todi. Depois de ontem serem sido recordados vários temas festivaleiros portugueses, a festa culmina hoje, às 21h30, com vários artistas interna-cionais e a homenagem à franco-luxemburguesa Anne Marie David, vence-dora do Eurofestival em 1973. Mas, ontem, também foram homenageados Ian Van Dyck e Nuno Feist. A festa traz a Setúbal, pela primeira vez, artistas da Letónia, Ucrânia e Suécia.

Com cerca de duas dezenas de

artistas em palco de toda a Euro-pa, o Eurovision Live Concert, or-çado em 15 mil euros e com bilhe-tes a 10 euros, segundo a edil Do-res Meira, tem «conseguido, me-recer da organização desta cons-telação de estrelas do mundo da canção a honra de ser a sede na-cional deste evento, que permite que ídolos e fãs convivam de per-to, numa relação intima».

Guilherme Santos, da Deriv@Status, a organizadora do evento,

realçou, durante a apre-sentação, dia 5, na Casa da Cultura, que a festa deixou de se fazer no au-ditório José Afonso por

«contenção de custos». «No ano passado a edição descarrilou e acu-mulou passivo. Este ano, com a saí-da do auditório prevemos uma eco-nomia na ordem dos 8 mil euros», recordou.

Guilherme Santos frisou que «sem a ajuda do município era im-possível fazer a festa. Agradeço também aos artistas que confiam em nós. Não pagamos cachet a ninguém e alguns até pedem para voltar», sublinhou, acrescentan-do que a seguir à festa holande-sa, a de Setúbal é a maior da Eu-ropa, ou seja, «a que mais cativa os artistas e os fãs».

A edil Dores Meira reconhe-ceu que o Eurovision Live Con-cert, é «uma oportunidade de ouro para ter bem perto aqueles que, até aqui, só podiam ser vistos na televisão».

Já José Garcia, da OGAE Por-tugal, realçou que, «cada vez, mais o público internacional associa Se-túbal a esta grande festa da can-ção». Destacou, ainda, a origina-lidade e inovação dos temas apre-sentados a concurso.

A gala da Eurovisão vai trazer até Setúbal, durante duas noites, muitos artistas conhecidos dos palcos eurovisivos. É já considerado o segundo maior evento do género da Europa, logo a seguir à Holanda.

Estrelas da Eurovisãobrilham no palco do Luísa Todi

Para contenção de despesas organização toma medidas

O Play - Festival Internacional de Cinema Infan-til e Juvenil de Lisboa apresenta em Sines uma se-leção das melhores películas (curtas e longas me-tragens) da sua primeira edição, que decorreu este

ano, no cinema S. Jorge, em Lisboa. As sessões em Sines realizam-se a 14, 21 e 28 de setembro, às 11 horas, no Centro de Artes. A entrada é livre, sem reserva de bilhete.

Fitas para todos no CAS de Sines

Guilherme Santos, Dores Meira e José Garcia apresentaram o certame que está orçado em cerca de 15 mil euros

António Luís

DR

Poupança de 8 mil euros com a mudança de local

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A Companhia Olga Roriz apresenta o bailado “Terra”, com direcção, espaço cénico e figurinos de Olga Roriz. Durante cerca de 1 hora e 30 minutos, cinco bailarinos em palcofestejam o milagre da terra. Teatro Joaquim Benite, Almada ● 21h30.

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Cartaz...

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Homenagem à música portuguesaA banda “A Preto & Branco” dá um concerto integrado na 2.ª edição de homenagem à música portuguesa, aos seus autores, compositores e intérpretes. Entradas a 3 euros.Auditório do Pinhal Novo ● 21h30.

Festival arranca com comédia No âmbito do Festival ”Todos ao Teatro”, a comédia “A Loucura dos 50” promete divertir o público nesta iniciativa cultural do município. São protagonistas Joaquim Nicolau, António Melo, Almeno Gonçalves e Fernando Ferrão. Forum Cultural de Alcochete ● 21h30.

Recordar Adriano Correia de Oliveira“Recordar Adriano Correia de Oliveira” é o título do espectáculo que conta com as participações de José Fanha, Francisco Fanhais, Manuel Teixeira e Manuel Completo. Teatro Grandolense ● 21 horas.

40 anos de Bando em viagem clandestina a lugar sem regresso

DEPOIS de ter passado por Alma-da, Alcanena, Alcobaça, Moita, Mon-tijo e Palmela, a peça “Quarente-na” vai estar em cena na sede de O Bando, em Vale dos Barris, entre 1 e 26 de Outubro, com a designa-ção de “Grande Espectáculo”. O Bando, que está a comemorar o seu 40.º aniversário, leva à cena um espectáculo que conta com 40 personagens, 24 atores e 16 músi-cos que saíram de outras peças do grupo, inspiradas nas obras de 40 autores de língua portuguesa. Este espectáculo é uma viagem que co-meça no centro de Palmela termi-nando na sede da companhia, com jantar incluído. Os espectadores recebem um mapa que os levará a vários locais de Palmela. Aí acom-

panharão as histórias de perso-nagens revoltados com o silêncio da realidade. De autocarro serão transportados até um lugar onde não se pode voltar. Ao longo de cerca de 3 horas, ou-virão histórias de personagens re-voltados e apaziguados, resisten-tes e desistentes, deslumbrados e indiferentes. Com encenação e coordenação artística de João Brites, drama-turgia e assistência de encena-ção de Miguel Jesus, composi-ção e direcção musical de Jor-ge Salgueiro, cenografia de Rui Francisco e figurinos de Clara Bento, a peça “Quarentena” pode ser vista de quarta a domingo, às 20 horas.

“Grande Espectáculo” inspira-se nos autores de língua portuguesa

DR

Corpos rebolame saltam na terra

As aventuras da Alice A Animatetro estreia o novo espectáculo para a infância “Alice no País do Soldadinho de Chumbo”. São criados momentos de interação com as crianças, envolvendo-as na história, de forma a desenvolver a sua imagina-ção, o intelecto e a perceção das suas emoções. Cinema S. Vicente, Paio Pires ● 16 horas.

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NEGÓCIOS

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CARTÓRIO NOTARIAL DE SETÚBALNOTÁRIAMARIA TERESA OLIVEIRASito na Avenida 22 de Dezembro nº 21-D em SetúbalCertifico, para efeitos de publicação que no dia onze de Setembro de dois mil e catorze, neste Cartório, foi lavrada uma escritura de justificação, a folhas 60 livro 271 – A, de escrituras diversas, na qual: Albino Dias Custódio, viúvo, residente na Rua Manuel João de Freitas, Fernando Pó, Águas de Moura em Palmela, contribuinte número 128881852, justificou a posse, invocando a usucapião, do seguinte imóvel: Prédio rústico composto de terras de semeadura e vinha, com a área de sete mil cento e vinte e dois metros quadrados, sito na Asseiceira, da União das freguesias Poceirão e Marateca, concelho de Palmela, que confronta do norte com caminho público, do sul com Manuel Gonçalves Peralta, nascente e poente com Herdeiros de Emídio Dias, inscrito na respectiva matriz sob parte do artigo 20 da Secção F, ainda por descrever na Conservatória do Registo Predial de Palmela.Está conforme.Cartório Notarial sito na Avenida 22 de Dezembro número 21-D em Setúbal, 11 de Setembro de 2014.

A Notaria,Maria Teresa Oliveira

Conta registada sob o número 1423

Insolvências baixaramno distrito com uma quedade 28 empresas

Poderá ser um sinal de que os tempos de crise já não se fazem sentir com tanta agres-

sividade na região. O distrito de Setúbal conseguiu estancar a sangria de insolvências dos últimos anos reduzindo o número de empresas que bateram com a porta entre os dias 1 de Janeiro de 2014 e 9 de Setembro, face a igual período de 2013. O Centro de Estudo do IIC – Instituto Informador Comer-cial indica uma diminuição de 28 empresas, depois das 237 insol-vências do ano passado, contra as 209 deste ano, que se aproxima

das 193 de 2012.A região regista uma variação

homóloga de menos 11,61%, ain-da segundo o mesmo Centro de Estudo que disponibiliza a evolu-ção diária do número de Insolvên-cias registadas em território na-cional, com segmenta-ção geográfica, por sec-tor de atividade e respe-tivas comparações com período homólogo.

O comércio a retalho, exceto de veículos automóveis e moto-ciclos, é o sector com mais insol-vências. Seguem-se a promoção

imobiliária, o comércio por gros-so e a restauração e similares.

Segundo o economista Júlio Vaz Ferreira, os números demons-tram como a crise está a desacele-rar ligeiramente, contrariando a tendência dos últimos anos, apro-

ximando-se a região dos valores de 2012. Recor-de-se que em Dezembro e 2013 o distrito chegou às 341 falências, o que tra-

duzia mais 54 do que as 287 de 2012 e mais 124 do que os 217 de 2011.

O agravamento das dificulda-des das empresas tem-se traduzi-

do na formação de verdadeiros “ci-clos viciosos”, caracterizados pelo “atraso nos pagamentos a fornece-dores, redução do fundo de maneio, incumprimento de obrigações e pressão crescente dos credores com execução de garantias reais.”

Uma fatal conjugação para as empresas dos três distritos, com

a agravante de se depararem com mercado pouco apelativo, com-parando com outras zonas país, igualmente em crise, já que a es-cassez de habitantes e o envelhe-cimento populacional, não deixam antever uma solução para este alas-trar da crise, que toca praticamen-te todos os sectores.

Em dezembro de 2013 distrito chegou a 351 empresas falidas

Tribunais continuam muito entupidos com processos de insolvência

DR

A região de Setúbal conseguiu estancar a sangria de insolvências dos últimos anos. Os dados revelam que até Setembro fecharam menos empresas no distrito, cerca de 11 por cento.

Alcácer quer ganhar Centro de Competências do Pinheiro Manso e do Pinhão na Mata de Valverde.O PRESIDENTE da Câma-ra de Alcácer do Sal, Vítor Proença, propôs esta sema-na numa reunião ocorrida no ministério da Agricul-tura, a criação de um Cen-tro de Competência do Pi-nheiro Manso e do Pinhão na Mata de Valverde.

O projeto de Vítor Proença em localizar o novo Centro em Alcácer do Sal, baseia-se, segundo afirmou, no «peso e importância do pinheiro manso na zona do

vale do Sado e no conce-lho», uma das mais antigas manchas daquela espécie da Europa, já identificada no período de ocupação árabe há aproxi-madamente mil anos.

A proposta já tinha sido feita pelo autarca e pelos pro-dutores florestais à tutela em Março, durante uma vi-sita do governante à Mata de Valverde, por ocasião

das comemorações do Dia Mundial da Árvore.

Uma das conclusões da reunião foi a criação de uma comissão encarregue

de apresentar ainda durante este mês uma proposta de pro-tocolo para a ela-

boração de um plano de ação no que diz respeito à problemática do pinheiro manso e do pinhão, envol-vendo todas as entidades

ligadas ao setor.No encontro, em que es-

teve presente o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Ru-ral, Francisco Gomes da Sil-va, e o presidente do Insti-tuto de Conservação da Na-tureza e das Florestas, Pau-la Sarmento, participaram também responsáveis dos produtores florestais, in-dustriais ligados ao setor, universidades e centros de investigação.

Comércio a retalho lidera lista negra de encerramentos

Pinheiro manso tem grande peso na zona de Alcácer

DR

Proposta já tinha sido feita em Março à tutela no Dia da Floresta

Page 15: Semmais 13 setembro 2014

DESPORTO

Sábado • 13 setembro 2014 • www.semmaisjornal.com 15

Gonçalo Cruz sonha em vestir a camisola da selecção nacional

O jovem futebolista setuba-lense Gonçalo Cruz, de 21 anos, está a adorar a sua

experiência no Peimari United, clube finlandês criado há três anos. «As coisas estão a decorrer muito bem. Está a ser um grande desafio a minha experiência na Finlândia», começa por referir o atleta, que acrescenta, orgulhoso: «Já somos campeões mas ainda faltam jogar quatro jornadas. Tem sido óptimo».

Gonçalo Cruz mostra-se também muito satisfeito por ser o melhor mar-cador do campeonato, tendo mar-cado 18 golos em 18 jogos oficiais. «Além de liderar a lista dos melho-res marcadores, sou também o me-lhor marcador da equipa, há 8 me-ses, e fiz 15 assistências», sublinha.

O grande sonho de Gonçalo Cruz no futebol passa por vestir a camisola da Seleção Portuguesa num Campeonato do Mundo. «Se-ria fantástico. Continuarei a tra-balhar diariamente para conseguir concretizar esse e outros sonhos, como por exemplo, jogar num clu-be da I Divisão». E o seu bom tra-balho de 8 meses na Finlândia está já a dar os seus frutos. «Vim para a Finlândia para me lançar em equi-pas da I Divisão e isso já consegui, pois sei que existem clubes da I Divisão interessados no meu tra-balho», conta.

A oportunidade de jogar na Fin-lândia surgiu através de um convi-te feito pelo seu atual treinador, Dio-go Nobre. «Ele precisava de um mé-dio ofensivo para a equipa. Foi re-colhendo dados sobre o meu traba-lho e, felizmente, as indicações a meu respeito foram boas», conta.

O futebolista sadino admite que «não foi fácil» sair de Portugal mas, que, financeiramente «compensa bastante». Gonçalo Cruz adaptou--se bem à realidade finlandesa. «Ape-sar do frio e de ter ficado sem as unhas dos pés num jogo da Taça da Finlândia, adaptei-me muito bem. Todas as pessoas no clube foram 5 estrelas». Sobre o Peimari United, diz que é um clube do sul da Finlân-dia com um projecto «muito inte-ressante e sempre a subir de divi-são» e que, a curto prazo, tem como objectivo «chegar à II Divisão».

Foi nos “Amarelos” que Gon-çalo Cruz começou a praticar fu-tebol «mais a sério», aos 7 anos de idade. Mas também representou o V. Setúbal, o Belenenses, o União de Montemor, o Marítimo e o Se-simbra. E recorda que a paixão pela bola surgiu desde «muito novo», vinca. «Ainda gatinhava e já tinha sempre uma bola de futebol por perto», acrescentando que ainda sente «muito carinho e orgulho» por ter representado “Os Amare-los”, um «clube histórico de Setú-bal que abriu as portas no futebol.

A paixão pelo futebol «vem de

família», confessa: «Todos os ho-mens da minha família praticaram futebol, desde o meu avô, o meu pai , o meu tio e o meu irmão que

ainda joga. É um bichinho que te-mos nesta família». Como jogador, define-se como «trabalhador e sempre em evolução».

O atleta sadino, aos 21 anos, já é campeão pelo Peimari United da Finlândia

Jovem sadino está a despertar interesse por outros clubes finlandeses

DR

António Luís

Vai longe- muito longe! – a descoberta de um epíteto para o “pivot” de uma linha

atacante, em futebol. Nasceu da adopção mundial do sistema W.M., nos anos 40 do século passado: “ponta-de-lança”.

Em Portugal quem melhor in-terpretou tal designativo terá sido Fernando Peyroteo, no Sporting, logo imitado por alguns de “ofício” e de posição tais como Correia Dias (F.C. Porto), Bem David (Atlético) e Ar-

naldo Carneiro (Académica de Coim-bra). E foi já há 70 anos!

Como repetido rescaldo da acinzentada presença de Portu-gal no último “mundial” brasilei-ro, bastante aquém das expecta-tivas, tem sido questão proemi-nente o inquietante “eclipse” dos “pontas-de-lança” da actualida-de- Hélder Postiga (já trintão), Hugo Almeida (muito irregular) e Éder (que quer mais do que pode…). E esse “deficit” de qualidade, notó-

ria e repetida, tem gerado azedas críticas para o seleccionador Pau-lo Bento, muito mais vítima (da crise de arietes atacantes) do que culpado quanto às suas escolhas.

Com vista ao futuro, que já vem aí chegando, pode e deve pergun-tar-se: quem são os “pontas-de-lan-ça” portugueses capazes de ser se-leccionáveis?

Uma resposta reticente e com-plicadíssima a ter que ver com a ele-vada percentagem de não portugue-ses ao serviço de equipas nacionais naquela posição…

Chegam de todas as partes do mundo, da Coreia, do Japão, da Sué-cia, da Bélgica, da Itália, da Colôm-bia sob a gananciosa tutela de pers-picazes empresários.

Tapam o acesso a jovens portu-gueses, vindos dos juniores ou de estágios em equipas B, em particu-lar nos principais clubes onde tan-to se fala de formação.

Nos escalões dos SUB-20 e SUB-21 com experiências internacionais nos Festivais “Espoirs” de Toulon e nas competições da UEFA têm sido utilizados alguns prometedores “pon-tas-de-lança” que, bem feitas as con-tas, não evoluíram como se deseja-ria. A título de exemplo, alguns no-mes: Betinho (Sporting), Aladje (Itá-lia), Alex Guedes (Sporting), Carlos Fortes (Santader) e José Areias (Vit. Guimarães). E justifica-se uma re-ferência adicional para Gonçalo Pa-ciência, do F.C.Porto (filho de pei-xe…) a evoluir bem.

Mais recentemente, em SUB-17 e SUB-19 seguiram outros jo-vens de algum talento, merecen-do vigilante atenção, tais como An-dré Silva (F.C.Porto), Alexandre Silva (Sporting), José Postiga (Spor-ting) e Romário Baldé (Benfica). Mas não nos parece que seja gen-te O.K para 2015.

Convenhamos que o panora-ma geral não é famoso, podendo dizer-se, em jeito de anúncio ape-lativo, Pontas-de-lança- preci-sam-se!

Em conclusão: a escassez de va-lores jovens na posição de “pontas--de-lança” assume-se como um ver-dadeiro flagelo, muito preocupan-te e que urge debelar tão depressa quanto possível.

David SequerraColaborador

O “Flagelo” dos “pontas--de-lança”

O Torneio de Futebol de Sete Fabril Cup’14, que terá lugar nos dias 27 e 28 de setembro, no Complexo Desportivo Alfredo da Silva, no Barreiro, deverá contar com perto de

750 jovens atletas nascidos nos anos de 2004 a 2006. No evento participam as equipas do Sporting, Benfica, “O Elvas”, União To-mar, Sacavenense, Loures entre outros.

As equipas do Amora e da Cova da Pie-dade são as únicas duas formações do distrito na segunda eliminatória da Taça de Portugal. A equipa do Seixal vai de-

frontar, em casa, o União da Madeira, en-quanto a formação de Almada recebe o Silves, em partidas marcadas para o pró-ximo dia 28.

750 em torneio de futebol de sete no Barreiro Amora e Cova da Piedade na Taça de Portugal

Corrida da Cruz Vermelha,em SetúbalA CRUZ Vermelha de Setúbal leva a cabo este domingo, dia 14, duran-te a manhã, a corrida “Setúbal + So-lidária” com o objetivo de angariar fundos para a aquisição de uma am-bulância

A prova de atletismo na distân-cia de 10 quilómetros pela frente ri-beirinha conta ainda com rastreios para a população e atividades para crianças, aliando assim a prática des-portiva à promoção da saúde e do bem estar.

A prova tem início às 10h00, numa área próxima das instalações do Ina-tel com um percurso que decorre ao longo do corredor ribeirinho. A com-petição é aberta a todos os atletas maiores de 18 anos.

Barcos insólitos voltam ao Sado

A “REGATA da Baía do Sado em Banheiras & Insólitos” volta a tra-zer ao rio, este domingo, um novo conjunto de embarcações origi-nais e insólitas, pelo terceiro ano consecutivo.

A iniciativa, integrada no pro-grama das Comemorações Boca-gianas e dos Jogos do Sado, con-ta com a participação de popula-res que constroem as suas embar-cações durante a manhã e que as colocam depois no rio.

Com concentração no Parque Urbano de Albarquel, a partida das embarcações para o rio está mar-cada para as 11h30. As construções são realizadas durante a manhã, no período entre as 8 e as 11 horas.

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