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www.cfsph.iastate.edu Email: [email protected] © 2017 página 1 de 11 Senecavírus A Última Atualização: Agosto de 2017 Etiologia O senecavírus A (SVA, anteriormente conhecido como vírus Seneca Valley) é um pequeno picornavírus não envelopado, descoberto acidentalmente em 2002 como um contaminante da cultura de células. No entanto, um exame sorológico retrospectivo mostrou que o vírus circulava silenciosamente em suínos nos Estados Unidos da América (EUA) desde, pelo menos, 1988. Há apenas uma única espécie classificada no gênero Senecavirus. A principal importância da SVA é a semelhança clínica com doenças vesiculares exóticas, tais como a febre aftosa (FA), a doença vesicular suína (DVS) e o exantema vesicular de suínos (EVS). Limpeza e desinfecção Estudos sobre a sobrevivência de SVA no ambiente não foram publicados até a data. A 25° C (77° F) o alvejante (5,25%, diluição 1:20) é altamente eficaz contra SVA em alumínio, borracha, plástico, aço inoxidável e cimento curado após um tempo de contato de 10 a 15 minutos. A 4° C (39° F) o alvejante inativa a SVA em 5 a 15 minutos em todas as superfícies; a desinfecção é um pouco menos eficaz para a borracha, mas ainda excede 99,9%. Em laboratório, um desinfetante à base de peróxido de hidrogênio acelerado (Prevail® concentrado, Virox Technologies, Inc.) também foi eficaz contra o SVA quando aplicado à temperatura ambiente (diluição de 1:20) por 10 minutos. A eficácia de muitos desinfetantes contra o SVA permanece obscura. Como as doenças vesiculares são clinicamente indistinguíveis, os protocolos de desinfecção para febre aftosa devem ser seguidos, mesmo se houver suspeita de AVS. Isso inclui o uso de hidróxido de sódio, carbonato de sódio, ácido cítrico a 0,2%, aldeídos e desinfetantes oxidantes, incluindo hipoclorito de sódio. Epidemiologia Anticorpos neutralizantes para SVA foram detectados em pequenas populações de suínos, bovinos e camundongos silvestres nos Estados Unidos. Os ácidos nucléicos de SVA foram detectados em camundongos e moscas domésticas, além de suínos. Em suínos, o SVA foi identificado pela primeira vez nos EUA em um animal com lesões vesiculares em 2010. Desde julho de 2015, o vírus tem sido cada vez mais identificado em suínos clinicamente afetados nos Estados Unidos. O SVA também foi relatado em suínos com lesões vesiculares no Canadá, Brasil, China, Tailândia e Colômbia. Morbidade e mortalidade em suínos são variáveis. A maior morbidade foi relatada em porcas, mas a mortalidade é muito baixa em suínos adultos. A morbidade em neonatos pode chegar a 70% e a mortalidade nos casos varia de 5 a 60%. Não há registro de SVA causando doença humana sintomática. O vírus possui potentes habilidades oncolíticas que estão sendo exploradas em pesquisas sobre tratamento de câncer em humanos. Transmissão A (s) rota (s) de transmissão para SVA não são bem compreendidas. Tanto a transmissão direta quanto a indireta provavelmente desempenham um importante papel. O SVA foi identificado em camundongos e moscas domésticas. Existem algumas evidências de que a transmissão vertical possa ocorrer. Sabe-se que outro picornavírus, o víruas da FA, se dissemina prontamente por contato direto com indivíduos infectados, fômites ou exposição a vírus em aerossol. Patogênese da infecção em suínos Recentemente, a inoculação com o SVA foi claramente relacionada ao desenvolvimento de vesículas em suínos. Lesões vesiculares são encontradas no focinho, lábios, bandas coronárias e/ou espaços interdigitais. As lesões rompidas formam ulcerações profundas que cicatrizam em cerca de duas semanas.

Senecavírus A Etiologia - CFSPH

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Senecavírus A

Última Atualização:

Agosto de 2017

Etiologia O senecavírus A (SVA, anteriormente conhecido como vírus Seneca Valley) é um

pequeno picornavírus não envelopado, descoberto acidentalmente em 2002 como um

contaminante da cultura de células. No entanto, um exame sorológico retrospectivo

mostrou que o vírus circulava silenciosamente em suínos nos Estados Unidos da América

(EUA) desde, pelo menos, 1988. Há apenas uma única espécie classificada no gênero

Senecavirus. A principal importância da SVA é a semelhança clínica com doenças

vesiculares exóticas, tais como a febre aftosa (FA), a doença vesicular suína (DVS) e o

exantema vesicular de suínos (EVS).

Limpeza e desinfecção Estudos sobre a sobrevivência de SVA no ambiente não foram publicados até a data.

A 25° C (77° F) o alvejante (5,25%, diluição 1:20) é altamente eficaz contra SVA em

alumínio, borracha, plástico, aço inoxidável e cimento curado após um tempo de contato

de 10 a 15 minutos. A 4° C (39° F) o alvejante inativa a SVA em 5 a 15 minutos em todas

as superfícies; a desinfecção é um pouco menos eficaz para a borracha, mas ainda excede

99,9%.

Em laboratório, um desinfetante à base de peróxido de hidrogênio acelerado

(Prevail® concentrado, Virox Technologies, Inc.) também foi eficaz contra o SVA quando

aplicado à temperatura ambiente (diluição de 1:20) por 10 minutos. A eficácia de muitos

desinfetantes contra o SVA permanece obscura. Como as doenças vesiculares são

clinicamente indistinguíveis, os protocolos de desinfecção para febre aftosa devem ser

seguidos, mesmo se houver suspeita de AVS. Isso inclui o uso de hidróxido de sódio,

carbonato de sódio, ácido cítrico a 0,2%, aldeídos e desinfetantes oxidantes, incluindo

hipoclorito de sódio.

Epidemiologia Anticorpos neutralizantes para SVA foram detectados em pequenas populações de

suínos, bovinos e camundongos silvestres nos Estados Unidos. Os ácidos nucléicos de

SVA foram detectados em camundongos e moscas domésticas, além de suínos. Em

suínos, o SVA foi identificado pela primeira vez nos EUA em um animal com lesões

vesiculares em 2010. Desde julho de 2015, o vírus tem sido cada vez mais identificado em

suínos clinicamente afetados nos Estados Unidos. O SVA também foi relatado em suínos

com lesões vesiculares no Canadá, Brasil, China, Tailândia e Colômbia.

Morbidade e mortalidade em suínos são variáveis. A maior morbidade foi relatada

em porcas, mas a mortalidade é muito baixa em suínos adultos. A morbidade em neonatos

pode chegar a 70% e a mortalidade nos casos varia de 5 a 60%. Não há registro de SVA

causando doença humana sintomática. O vírus possui potentes habilidades oncolíticas que

estão sendo exploradas em pesquisas sobre tratamento de câncer em humanos.

Transmissão A (s) rota (s) de transmissão para SVA não são bem compreendidas. Tanto a

transmissão direta quanto a indireta provavelmente desempenham um importante papel. O

SVA foi identificado em camundongos e moscas domésticas. Existem algumas evidências

de que a transmissão vertical possa ocorrer. Sabe-se que outro picornavírus, o víruas da

FA, se dissemina prontamente por contato direto com indivíduos infectados, fômites ou

exposição a vírus em aerossol.

Patogênese da infecção em suínos Recentemente, a inoculação com o SVA foi claramente relacionada ao

desenvolvimento de vesículas em suínos. Lesões vesiculares são encontradas no focinho,

lábios, bandas coronárias e/ou espaços interdigitais. As lesões rompidas formam

ulcerações profundas que cicatrizam em cerca de duas semanas.

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Senecavírus A

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Nos recém-nascidos, a infecção por SVA pode levar a

fraqueza, letargia, sinais neurológicos, diarreia ou morte; no

entanto, os sinais clínicos geralmente desaparecem dentro

de 3 a 10 dias e a maioria dos leitões recupera-se

completamente. Hemorragias petéquias no rim e lesões

ulcerativas da língua e banda coronária foram relatadas,

bem como edema subcutâneo e mesentérico em leitões com

diarreia.

Diagnóstico O SVA pode ser cultivado em várias linhas celulares

de origem humana e suína. A imunohistoquímica e a

hibridização in situ podem ser usadas para identificar o

antígeno SVA e o ácido nucléico nos tecidos. Foram

desenvolvidos anticorpos monoclonais que não reagem de

forma cruzada com outras doenças vesiculares.

A reação em cadeia da polimerase com transcrita

reversa (RT-PCR) é considerada o padrão ouro para o

diagnóstico, e vários métodos convencionais e quantitativos

foram publicados. Fluidos orais podem ser testados via RT-

PCR. Os métodos de testes sorológicos descritos incluem

ensaios imunoenzimáticos indiretos e competitivos

(ELISAs) e neutralização de vírus.

Prevenção e controle Métodos comprovados de prevenção e controle de

SVA são inexistentes até a atualidade. A vacinação e o

abate sanitário foram usados para controlar a febre aftosa,

que é causada por um vírus similar. As práticas comuns de

biossegurança da indústria também devem estar em vigor.

Não há vigilância nacional nos EUA para o SVA.

Lacunas na prevenção

Pesquisas contínuas sobre a epidemiologia da SVA

são necessárias. O desenvolvimento de testes diagnósticos

mais rápidos e econômicos será importante no futuro. Mais

informações também são necessárias para práticas eficazes

de limpeza e desinfecção do SVA.

Visão geral

O senecavírus A (anteriormente conhecido como vírus

Seneca Valley) é um pequeno picornavírus não envelopado,

desconhecido até 2002, quando foi descoberto

incidentalmente como um contaminante de cultura de

células. No entanto, um exame sorológico retrospectivo

mostrou que o vírus estava circulando silenciosamente em

suínos norte-americanos desde, pelo menos, 1988. Apenas

uma única espécie é atualmente classificada no gênero

Senecavirus, família Picornaviridae. Anticorpos contra o

vírus foram detectados em suínos, bovinos, camundongos e

uma única amostra humana, embora o vírus não seja

conhecido por causar doenças em humanos. Os ácidos

nucléicos SVA também foram detectados em camundongos

e moscas domésticas, além de suínos. Surtos de doença

vesicular idiopática foram associados a SVA na ausência de

outros agentes etiológicos identificados e também durante

infecção concomitante com circovírus porcino e enterovírus

porcino. Embora a patogenicidade da SVA não tenha sido

esclarecida anteriormente, a inoculação com o vírus agora

está claramente relacionada ao desenvolvimento da doença

vesicular. O SVA também foi identificado em suínos

saudáveis.

A infecção por suínos SVA ocorreu no Canadá, nos

Estados Unidos, no Brasil, na China, na Tailândia e na

Colômbia. Os sinais clínicos de SVA, quando presentes,

são indistinguíveis dos da febre aftosa (FA), da doença

vesicular do suíno (DVS), do exantema vesicular do vírus

suíno (EVS); todas mais graves e economicamente

devastadoras. Erosões, ulcerações e lesões vesiculares do

focinho, mucosa oral e membros distais, especialmente ao

redor da banda coronária, podem ser observados.

Descamação do casco e claudicação também podem

ocorrer, assim como sintomas mais gerais da doença, como

febre, letargia e anorexia. Em recém-nascidos, o SVA causa

fraqueza, letargia, sinais neurológicos, diarreia ou morte; no

entanto, os sinais clínicos geralmente desaparecem dentro

de 3 a 10 dias e a maioria dos leitões se recupera

completamente.

O SVA pode ser cultivado em várias linhas celulares

de origem humana e porcina. A microscopia eletrônica não

é diagnóstica; mas a imunohistoquímica e a hibridização in

situ podem ser usadas para identificar o antígeno SVA e o

ácido nucléico nos tecidos. Foram desenvolvidos anticorpos

monoclonais que não reagem de forma cruzada com outras

doenças vesiculares. A reação em cadeia da polimerase

transcrita reversa (RT-PCR) é considerada o padrão ouro

para o diagnóstico e vários métodos convencionais e

quantitativos foram publicados. Fluidos orais podem ser

testados via RT-PCR. Os métodos de testes sorológicos

descritos incluem ensaios imunoenzimáticos indiretos e

competitivos (ELISAs) e neutralização de vírus.

A compreensão da epidemiologia da SVA e o papel

potencial de outras espécies na transmissão e origem do

vírus, combinadas com o desenvolvimento contínuo de

diagnósticos rápidos e específicos, serão cruciais para os

produtores de suínos gerenciarem a enfermidade no futuro.

Page 3: Senecavírus A Etiologia - CFSPH

Senecavírus A

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Revisão de literatura

Etiologia

Características importantes O senecavírus A (anteriormente conhecido como vírus

Seneca Valley) é um vírus pequeno, sem envelope,

contendo uma única cadeia de RNA de sentido positivo

dentro de um capsídeo de proteína.1,2 Foi originalmente

descoberto em 2002 como um contaminante de cultura de

células, presume-se que tenha sido introduzido através de

soro bovino fetal ou tripsina suína durante o cultivo de

células de retinoblasto humano (PER.C6®) em um

laboratório em Gaithersburg, Massachusetts (perto de

Seneca Creek State Park).3,4 No entanto, estudos

sorológicos retrospectivos de suínos assintomáticos de 1988

a 2008 sugerem que o SVA pode ter circulado

silenciosamente nos Estados Unidos por algum tempo.2,5

O principal significado do SVA é que ele não pode ser

diferenciado de doenças animais vesiculares, incluindo

febre aftosa (FA), doença vesicular suína (DVS) e

exantema vesicular de suínos (EVS).6 O SVA também é

conhecido por sua capacidade de se replicar em células

neoplásicas e está sendo estudado para o tratamento de

neoplasias neuroendócrinos em humanos.1,7

Variabilidade de cepa A única espécie dentro do gênero Senecavirus é

conhecida como Senecavirus A.8 Existem aproximadamente

7200 nucleotídeos (nt) no genoma do SVA, mais 666 nt na

porção 5´UTR e 71 nt na porção 3´UTR e um poli (A)

terminal.2,5 Conforme descrito por Leme et al.,5 o protótipo

da cepa SVV-001 tem o genoma típico de outros

picornavírus, com o padrão L-4-3-4 (Leader e 3 principais

regiões de proteínas denominadas P1, P2, e P3, que são

posteriormente divididos em polipeptídeos não estruturais).2

Os polipeptídeos P1, 2C, 3C e 3D de SVA são similares

aqueles encontrados em membros do gênero Cardiovirus;

entretanto, diferenças foram observadas nas regiões 5´UTR,

L, 2B, 3A e ´UTR9, bem como no local de entrada do

ribossomo interno (IRES).10 Segales et al. publicaram

recentemente uma revisão do SVA que resume mais

detalhes sobre o genoma.11

A sequência completa do genoma foi analisada para

SVV-001 e publicada em 2008.2 Desde então, mais de 40

genomas completos e parciais de SVA foram inseridos no

GenBank.12 As estirpes SVA conhecidas são muito

semelhantes entre si; eles também são similares ao

protótipo da cepa SVV-001, mas em menor grau.5 Análises

de diferentes isolados de SVA sugerem a existência de um

ancestral comum nas últimas três a quatro décadas e uma

introdução relativamente recente nos rebanhos suínos dos

Estados Unidos.3

As cepas de senecavírus estão atualmente agrupadas

em três clusters temporais. O cluster I inclui o protótipo

SVV-01, o cluster II contém as cepas “históricas” dos EUA

identificadas entre 1988 e 1997, e o cluster III inclui cepas

“contemporâneas” isoladas de 2001 a 2016 nos Estados

Unidos, Brasil, Canadá, China, Tailândia e Colômbia.5,11

Dentro do cluster III, o sequenciamento da região VP1

mostra que os isolados são geralmente agrupados por país

de origem.5 No entanto, a cepa SVA colombiana

identificada no início de 2016 é mais similar aos isolados

dos EUA do que aqueles encontrados no Brasil.13 Da

mesma forma, as variantes chinesas sequenciadas em 2016

e 2017 foram mais relacionadas aos isolados americanos do

que outras linhagens chinesas.14,15

Limpeza e desinfecção

Sobrevivência Estudos sobre a sobrevivência de SVA no ambiente

não foram publicados, embora o vírus tenha sido

identificado em amostras ambientais. Em um estudo, os

ácidos nucléicos do SVA foram detectados na poeira de um

exaustor, no solo fora de uma granja afetada e carregador

de um trator usado para transportar suínos mortos.16

Desinfeção Dois estudos recentes avaliaram a desinfecção de SVA

sob condições experimentais. A 25° C (77° F), o alvejante

(5,25%, diluição 1:20) foi altamente eficaz contra SVA em

10-15 minutos em alumínio, borracha, plástico, aço

inoxidável e cimento curado.17 A 4° C (39° F), o mesmo

produto inativou o SVA dentro de 5 a 15 minutos em todas

as superfícies; a desinfecção foi um pouco menos eficaz em

borracha, mas ainda ultrapassou 99,9%.17 Os desinfetantes

de amônia fenólicos e quaternários forneceram desinfecção

intermediária em todas as superfícies, inativando apenas

82% e 78-99% do vírus, respectivamente, mesmo após 60

minutos de contato e testes em ambas temperaturas.17 Um

desinfetante à base de peróxido de hidrogênio acelerado

(Prevail® concentrado, Virox Technologies, Inc.) foi eficaz

contra SVA quando testado em temperatura ambiente

(diluição 1:20) e um tempo de contato de 10 minutos.18 O

desinfetante reteve sua eficácia sob essas condições durante

6 semanas após a preparação inicial (quando armazenado

num frasco selado à temperatura ambiente).18

Até que um surto de FA possa ser descartado, uma

resposta inicial aos surtos de doença vesicular em suínos

Page 4: Senecavírus A Etiologia - CFSPH

Senecavírus A

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deve seguir os protocolos estabelecidos para tais eventos.19

Os desinfetantes aprovados pela para o vírus da FA foram

publicados pelo USDA.20 Mais pesquisas são necessárias

em protocolos de desinfecção específicos para SVA para

determinar a eficácia dos métodos existentes. Geralmente

desinfetantes alcalinos ou ácidos, como hidróxido de sódio

(2%), carbonato de sódio (4%),1 e ácido cítrico (0,2%),

podem inativar o vírus da FA, outro picornavírus, embora a

eficácia possa diminuir quando o vírus é seco.21 Aldeídos e

desinfetantes oxidantes, incluindo hipoclorito de sódio

(3%), também são eficazes. Os detergentes e solventes

orgânicos são menos eficazes na desinfecção do vírus da

febre aftosa, embora ocasionalmente sejam usados em

conjunto com um desinfetante para solubilizar o material

orgânico.1

Epidemiologia

Espécies afetadas Anticorpos neutralizantes para SVA foram detectados

em pequenas populações de suínos, bovinos e camundongos

silvestres nos Estados Unidos, sugerindo exposição ao vírus

sem sinais clínicos evidentes. Testes sorológicos similares

de quatro espécies de primatas não revelaram anticorpos

anti-SVA.4 Os ácidos nucléicos SVA foram detectados em

camundongos e moscas domésticas, bem como em suínos.16

No entanto, outro estudo em camundongos não mostrou

transmissão horizontal, medida pela soroconversão, entre

camundongos sem imunidade durante um período de 30

dias.3 Acredita-se que suínos sejam o hospedeiro natural de

SVA.

Potencial zoonótico Não há registro de SVA causando doença humana

sintomática,22 e células humanas primárias normais testadas

in vitro demonstram resistência à infecção. A presença de

anticorpos anti-SVAV neutralizantes é rara em humanos,

sugerindo que a exposição ao SVA não é comum ou que o

vírus não se replica o suficiente em humanos para estimular

uma resposta imune humoral detectável. Além disso, a

SVV-001 não se liga aos eritrócitos humanos e não inibe

outros componentes do sangue humano.23 No entanto, o

SVA pode ser facilmente propagado em células neoplásicas

humanas com características neuroendócrinas. Devido à sua

eficácia como agente oncolítico, deve-se dar atenção ao

potencial de adaptação viral e infecção zoonótica em

humanos.3

O SVA também foi identificado como um vírus

preocupante com a gama de hospedeiros suínos e humanos

(capazes de infectar seres humanos ou células humanas em

cultura) na preparação de produtos biológicos como a

tripsina suína que pode ser usada na produção de vacinas ou

outros tratamentos humanos. Isso sugere a necessidade de

testes diagnósticos revisados e aprimorados de todos e

quaisquer reagentes utilizados para a produção de produtos

destinados ao homem.24

Distribuição geográfica Em 2007, a associação inicial de SVA com lesões

vesiculares foi relatada em suínos sendo transportados do

Canadá para Minnesota para abate.19 O primeiro caso

americano conhecido ocorreu em Indiana em 2010, em um

único suíno de 6 meses de idade com lesões vesiculares na

região da cavidade oral, ao redor das narinas e nas bandas

coronarianas.6 Embora os casos clínicos tenham sido

reconhecidos apenas recentemente, um estudo sorológico

retrospectivo de suínos assintomáticos de 1998-2008 sugere

que a SVA pode ter circulado silenciosamente nos Estados

Unidos por anos.2,5

De 1988 a 2005, sete isolados de picornavírus recém

descritos, agora conhecidos como SVA, foram identificados

em suínos com lesões vesiculares nos Estados Unidos

(Minnesota, Carolina do Norte, Iowa, Nova Jersey, Illinois,

Louisiana e Califórnia).4 Até o final de 2015, o número de

casos SVA detectados em suínos clinicamente doentes

aumentou e incluiu animais em Minnesota, Iowa, Dakota do

Sul, Nebraska, Illinois, Indiana, Missouri, Oklahoma e

Carolina do Norte.25 O SVA foi identificado em suínos aos

dois abatedouros em Iowa no ano de 2016.26 Nos Estados

Unidos, Baker et al. relatam que casos de SVA ocorreram

em rebanhos reprodutivos de todos os tamanhos com

biossegurança variável, tano em áreas densamente

povoadas quanto com esparsa população de suínos.27 O

primeiro relato de mortalidade neonatal associada a AVS

nos Estados Unidos ocorreu em 2016.28

Fora dos Estados Unidos, o SVA tem sido associado a

surtos de doenças vesiculares e surtos de morte súbita em

suínos neonatais (às vezes conhecidos como perdas

neonatais transitórias epidêmicas [ETNL]) no Brasil,

relatados pela primeira vez em 2015.29,30 Ainda, foi

detectado em suínos com lesões vesiculares e associado a

óbito neonatal na China desde 2015.31,32 Em 2016, a

primeira detecção de SVA foi relatada em suínos na

Tailândia e Colômbia com lesões vesiculares.13,33 SVA foi

mais uma vez confirmado em suínos com doença vesicular

no Canadá em 2016.34

A doença vesicular idiopática em suínos foi relatada

anteriormente na Austrália,35 na Nova Zelândia,36 na

Flórida,37 e Indiana,38 bem como em Iowa e estados

Page 5: Senecavírus A Etiologia - CFSPH

Senecavírus A

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próximos.39 Os casos de doença vesicular idiopática podem

ser causados por SVA ou outros patógenos, como

enterovírus suínos, teschovirus, parvovirus suíno ou

calicivirus. Lesões vesiculares em suínos também foram

relatadas em relação a micotoxinas, dermatite de contato e

rações contendo produtos marinhos ou o fungo Sclerotinia

sclarotiorum.6 Historicamente, o envolvimento potencial de

SVA na maioria dos casos de doença vesicular idiopática é

desconhecido.

Morbidade e mortalidade De 1998 a 2008, isolados muito semelhantes aos da

SVV-001 foram identificados em amostras de suínos

submetidos aos Laboratórios Nacionais de Serviços

Veterinários (NSVL) de vários estados americanos.2 A

distribuição temporal e geográfica desses isolados sugeriu

que a SVV-001 era relativamente comum nos Estados

Unidos.2 No entanto, em um estudo de 2015 de amostras de

fluido oral (de suínos sem sinais clínicos, submetidos à

Iowa State University e University of Minnesota Diagnostic

Laboratories), apenas 1,1% foram positivos para SVA por

RT-PCR.40

A morbidade da AVS varia muito, dependendo da

idade do animal, da região geográfica e da origem do

rebanho.5 Taxas mais altas de morbidade são observadas

em rebanhos sem imunidade. Em leitões desmamados, 0,5 a

5% podem ser afetados; em terminação e matrizes, 5–30%

de morbidade pode ocorrer.5 A maior morbidade tem sido

relatada em matrizes, com até 90%,27 mas a mortalidade

parece ser muito baixa em suínos adultos. Em neonatos,

tanto alta morbidade quanto mortalidade foram descritas.

As taxas de morbidade podem chegar a 70%.5 Leme et al.

relatam que a mortalidade neonatal variou de 15 a 30%.5

Segundo Segales et al., a mortalidade de leitões geralmente

varia de 5 a 60%.11

Transmissão

Patogênese Dois estudos recentes mostraram definitivamente que

a SVA é uma causa de doença vesicular em suínos. Joshi et

al. descobriram que a cepa SD15-26 causou doença

vesicular em suínos de 15 semanas após a inoculação

oronasal,41 e Montiel et al. constataram que a inoculação

intranasal com a linhagem SVA15-41901SD levou à

formação de vesículas em porcos com nove semanas de

idade.42

Tonsila é provavelmente o principal local de

replicação do SVA; outros tecidos linfóides (por exemplo,

baço e nódulos linfáticos) provavelmente também estão

envolvidos na replicação viral.41 Como citado por Joshi et

al.,41 esse padrão de replicação é consistente com outros

picornavírus incluindo o vírus da febre aftosa e o vírus da

encefalomiocardite.

A SVA é eliminada nas secreções orais, nas secreções

nasais e nas fezes por até 28 dias após a infecção.41 A

análise da eliminação viral após a infecção por SVA em um

rebanho sugeriu que o risco de transmissão é bastante

reduzido 30 dias após o surto.43 Padrões de eliminação viral

em porcas mostraram que o estágio virêmico foi

relativamente curto. Apenas uma porca SVA positiva

permaneceu 9 semanas após o surto (amostra laríngea) e

nenhuma porcas SVA-positivas foi encontrada às 6 ou 9

semanas pós-surto (swab retal).44 Em animais

experimentalmente infectados, o SVA foi detectado entre os

dias 3 e 7 pós-infecção no pulmão, linfonodos

mediastínicos e mesentéricos, fígado, baço, intestinos

delgado e grosso e tonsilas.41 Em suínos 3,5 semanas após a

infecção, tecidos similares continham SVA.41 Níveis

detectáveis de vírus infecciosos foram encontrados em

secreções nasais, expectoração, sangue, urina e fezes em

pacientes humanos com câncer e tratados com SVV-001

intravenosa em testes clínicos.45 O vírus também foi capaz

de atravessar a barreira hematoencefálica em humanos.46

Rotas de transmissão Informações sobre transmissão de SVA permanecem

escassas. As vesículas causadas pela infecção por SVA têm

alta carga viral,47 tornando o contato direto uma via

importante de transmissão de SVA.5 Como citado por Leme

et al.,5 o vírus é eliminado nas fezes de suínos doentes, e o

SVA foi detectado no epitélio urinário.48,49 A contaminação

ambiental poderia levar a uma possível transmissão de SVA

em suínos. Em um estudo, o SVA não foi recuperado de 30

superfícies ambientais testadas, incluindo bebedouros,

comedouros, baias, corredores e carregadores.50 No entanto,

outro estudo mostrou que os ácidos nucléicos SVA

puderam ser detectados na poeira de um exaustor, no solo

fora de uma granja afetada e no carregador de um trator

usado para transportar suínos mortos.16

O SVA foi detectado em camundongos e moscas

domésticas,16 embora o papel de outras animais além dos

suínos na transmissão de SVA necessite de mais

investigações. A transmissão vertical também pode ocorrer,

como indicado pela detecção de SVA em leitões de um a

dois dias.49 Uma investigação de rebanhos de criação dos

EUA afetados constatou que os possíveis fatores de risco

para introdução de SVA incluem: entrada de empregados

agrícolas, descarte de carcaças e porcas de sacrifício

Page 6: Senecavírus A Etiologia - CFSPH

Senecavírus A

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atividades de remoção envolvendo o uso de veículos, e

entrada de substituição de reprodutores, entre outros.27

Sabe-se que outro picornavírus, o vírus da FA, se espalha

rapidamente pelo contato direto com indivíduos infectados,

fômites ou exposição a vírus em aerossol.1

Patogênese da infecção em suínos

Sinais clínicos A inoculação com SVA leva ao desenvolvimento de

vesículas no focinho, lábios, bandas coronárias e ou espaços

interdigitais.41,42 As vesículas rompidas formam ulcerações

profundas que cicatrizam em cerca de duas semanas. As

lesões observadas em suínos infectados com SVA não

podem ser distinguidas clinicamente daquelas causadas pela

FA ou outras doenças vesiculares. No entanto, Montiel et

al. relatam que as lesões de SVA apareceram nos pés vários

dias antes de serem reconhecidas no focinho. Ao contrário,

as lesões causadas pelo vírus da febre aftosa aparecem

tipicamente no focinho e nos pés ao mesmo tempo.42 Sinais

clínicos adicionais observados em animais infectados

experimentalmente incluem letargia, claudicação e

anorexia.41 Febre de 40,3° C (104,5° F) a 40,8° C (105,4°

F) pode ser detectada.11 A campo, o SVA também foi

associado a fraqueza, letargia, sinais neurológicos, diarreia

ou morte em neonatos; no entanto, os sinais clínicos

geralmente desaparecem dentro de 3 a 10 dias e a maioria

dos leitões se recupera completamente.30,48

Lesões post-mortem Após a infecção experimental, as vesículas rompidas

tornaram-se úlceras profundas e erosões da pele que

evoluíram para lesões com crosta.41 Em um estudo com

suínos de nove semanas de idade, nenhuma outra lesão

macroscópica ou microscópica foi observada.42 Em suínos

com 15 semanas de idade inoculados com SVA, hiperplasia

linfoide leve a moderada foi documentada nas tonsilas,

baço e linfonodos; nos pulmões, ocorreu atelectasia leve

multifocal com congestão difusa e acúmulo perivascular

leve multifocal de linfócitos, plasmócitos e macrófagos.41

Em neonatos naturalmente infectados, as lesões

macroscópicas incluem petéquias do rim e lesões

ulcerativas da língua e da banda coronária.48 A

histopatologia revelou pneumonia intersticial, assim como

glossite diftérica, miocardite linfocítica, degeneração do

epitélio de transição da vesícula urinária e dos ureteres, e

encefalite linfoplasmacítica.48,49 Edema subcutâneo e

mesentérico foram observados em leitões com diarréia.11

Diagnóstico

Histórico clínico SVA não pode ser diagnosticado apenas por sinais

clínicos.

Testes para detectar ácidos nucleicos, vírus ou antígenos

Células de retinoblasto humano (PER.C6®)2 e

monocamadas de células de câncer de pulmão humano

(NCI-H1299a)51 podem ser usadas para o cultivo de SVA,

bem como células humanas de carcinoma de pulmão não

pequenas (H1299).41 Linhagens de células humanas

normais que não morrem pelo SVA quase não produzem

vírus em cultivo.22,23 Células testiculares de suínos (ST) e

de rins suínos (SK-RST e PK-15) também podem ser

usadas para isolamento de vírus.11 Elevados títulos de vírus

são rotineiramente produzidos e o vírus é purificado

facilmente.

Estudos de microscopia eletrônica de amostras SVA

revelam a presença de partículas icosaédricas simples ou

agregadas que são pequenas e indicativas de infecção por

picornavírus. Estruturas cristalinas semelhantes a treliças

podem ser observadas na análise ultraestrutural das células

infectadas 24 horas após a infecção.2 A histopatologia

isoladamente não é diagnóstica, mas pode auxiliar na

seleção de tecidos para testes adicionais.5 A coloração

imunohistoquímica (IHC) e a hibridização in situ podem ser

utilizadas para identificar o antígeno SVA e o ácido

nucleico em amostras de tecido.41,46,48,49,52,53 Foram

produzidos anticorpos monoclonais (mAbs) específicos de

SVA que não reagem de forma cruzada com outros vírus da

doença vesicular (por exemplo, DVS, EVS e FA) como

demonstrado por ensaio dot blot (uma simplificação do

western blot), e eles são capazes de reconhecer

especificamente o antígeno viral em culturas de células

infectadas com SVA, como confirmado pelo ensaio IHC.51

Os reagentes de anticorpos que podem ser usados para

detectar SVA na pele com lesões vesiculares também foram

generated.53 Uma sonda fluorescente molecular que tem

como alvo duas regiões do vírus SVA foi desenvolvida e

avaliada para detecção viral apenas com microscopia de

luz.53

Como descrito por Leme et al.,5 a RT-PCR é o teste

mais comumente usado para identificar SVA, e vários

protocolos de RT-PCR convencionais16,29,54,55 e RT-PCR

quantitativo (qRT PCR)13,16,28,47,54,56-60 foram desenvolvidos.

Os ensaios qRT-PCR são considerados o padrão ouro para a

doença vesicular porque são rápidos, sensíveis e

específicos.5 Um ensaio qRT-PCR, disponível no

Laboratório de Investigação e Diagnóstico de Doenças dos

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Senecavírus A

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Animais de Dakota do Sul (ADRDL), foi avaliado pela sua

capacidade de detectar isolados SVA de diferentes áreas

geográficas; tendo como alvo uma região conservada do

genoma da SVA, o ensaio identificou com sucesso os

isolados coletados entre 1988-2002 e aqueles obtidos de

2015 a 2016.61

Testes para detectar anticorpos Diversos ensaios imunoenzimáticos (ELISAs) foram

desenvolvidos, incluindo métodos indiretos51,56,62,63 e

competitivos,51,64 conforme descrito por Leme et al.5 O

cELISA é específico, de fácil execução e pode detectar

anticorpos de diferentes espécies e diferentes estágios da

resposta imune. Não requer reagentes especiais e pode ser

modificado para rastrear um grande número de amostras.51

Detecção de anticorpos neutralizantes de vírus também tem

sido usada na identificação de SVA.51,64 Ensaios sorológicos

em desenvolvimento incluem um imunoensaio de

microesfera fluorescente e um ensaio de neutralização de

foco fluorescente.63

Amostras de preferência Soro, tecido (vesículas), fluido oral e fluido vesicular

são adequados para o isolamento do vírus. Estas amostras

também são aceitáveis para RT-PCR, além de suabes

vesiculares. Sangue, líquido vesicular e tecido epitelial são

tipicamente coletados para exames diagnósticos em casos

de suspeita de doença vesicular; amostras de esôfago e

faringe (incluindo tonsila) também podem ser testadas.65

Urina, fezes e suabes nasais de humanos têm sido usados

para identificar SVA por qRT-PCR.45 Os fluidos orais

foram utilizados com sucesso na identificação de SVA.

Imunidade

Pós exposicional Estudos sorológicos revelaram a ocorrência de

anticorpos neutralizantes anti-SVA em suínos, bovinos e

camundongos, mas raramente em humanos.4 Em suínos, a

soroconversão ocorre cerca de 5 dias após a infecção.5

Títulos elevados de anticorpos SVA foram observados em

suínos naturalmente infectados do Brasil em comparação

com outros países. Até o momento, parece que novas

infecções por SVA não foram relatadas em rebanhos de

suínos anteriormente afetados.5

Demonstrou-se que os pacientes com câncer humano

em ensaios clínicos desenvolvem anticorpos neutralizantes

dentro de duas semanas do tratamento intravenoso com

SVV-001, com título e rapidez de resposta imune

dependendo da dose viral.45 Camundongos também

desenvolverão anticorpos neutralizantes após administração

intravenosa de SVV-001.23

Vacinas Nenhuma vacina está atualmente disponível para

SVA.

Proteção cruzada Nenhuma informação foi encontrada sobre a proteção

cruzada entre os isolados SVA.

Prevenção e controle

Não há tratamentos ou vacinas disponíveis para a

infecção por SVA.5 Até se saber mais sobre a transmissão e

a patogênese da SVA em suínos, os métodos de controle

sugeridos são baseados em outros picornavírus que têm sido

mais extensivamente estudados, como a FA. Práticas

estritas de biossegurança devem estar implementadas para

impedir a entrada de SVA em uma granja. Os seres

humanos desempenham um papel significativo como

fômites para a FA, assim como veículos, equipamentos e

outros objetos.1 Medidas preventivas também devem ser

tomadas para evitar a possível disseminação de SVA por

transmissão indireta. Como o SVA pode ser transportado

por moscas e camundongos, os métodos de controle de

vetores devem estar presentes. Limpeza e desinfecção de

instalações afetadas é fundamental. Alguns desinfetantes

foram especificamente testados contra SVA.

A vigilância e conscientização contínuas da doença

são essenciais. Até 2017,o SVA não estava na Lista

Nacional de Doenças Reportáveis dos Estados Unidos.66 O

vírus pode ser relatado em estados individuais; por

exemplo, a Califórnia relaciona o SVA como uma condição

de emergência que deve ser relatada ao Estado dentro de 24

horas após a descoberta.67 O SVA não é declarável no

Canadá.68

Código sanitário dos animais terrestres da OIE

O Código Sanitário dos Animais Terrestres da OIE de

2017 não inclui o SVA. Não há recomendações sobre

importação de bovinos ou suínos de países ou zonas

infectadas com SVA. A FA, que causa lesões vesiculares

indistinguíveis, é listado pelo OIE.69

Lacunas na prevenção

Segundo Leme et al.,5 2015 parece ter sido um ponto

de inflexão para a epidemiologia da SVA. Nos anos

anteriores, o SVA foi relatado com pouca frequência em

suínos com doença vesicular clínica; no entanto, o número

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Senecavírus A

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de comunicações de SVA aumentou significativamente nos

últimos anos. O aumento das taxas de morbidade e

mortalidade também foi observado, mas a (s) causa (s)

dessas mudanças ainda não estão claras. Embora a

investigação sobre o SVA tenha se acelerado

recentemente5, são necessários mais estudos biológicos e

epidemiológicos sobre a SVA para evitar novas perdas

econômicas aos produtores de suínos e atenuar as

consequências nos mercados dos Estados Unidos.70

Devido à similaridade clínica de SVA com doenças

vesiculares de animais, o diagnóstico rápido de SVA em

casos suspeitos é crítico. O desenvolvimento de ensaios

diagnósticos sensíveis ao tempo e custo-efetivo poderia

prevenir a necessidade de investigações dispendiosas de FA

e perdas econômicas. Mais informações também são

necessárias sobre a sobrevivência ambiental do SVA e

práticas eficazes de limpeza e desinfecção.

Embora os suínos sejam um hospedeiro natural de

SVA, pouco se sabe sobre a incidência de infecção em

outras espécies. A estreita relação entre SVA e

cardioviroses, conhecidos vírus de roedores, justifica uma

investigação mais aprofundada sobre o potencial de

transmissão de SVA de roedores para outras espécies. A

identificação de isolados semelhantes em espécies ou locais

adicionais poderia ajudar a aprofundar nossa compreensão

das origens do vírus.

Situação no Brasil

A Instrução Normativa do Ministério de Agricultura

Brasileiro de 2003 não trata sobre o SVA71. A enfermidade

foi identificada pela primeira vez no país em 2014-2015,

nos estados de Santa Catarina, Paraná, Minhas Gerais e

Goias.72,73 Em Santa Catarina especificamente, foi

notificada oficialmente no final do mês de maio de 2015,

através do serviço de inspeção federal (SIF) de

estabelecimento localizado no Paraná, uma vez que, dentre

os lotes constatados com a presença de quadro clínico

suspeito nos animais de abate, um lote era originário do

município de Concórdia. Frente a este caso, seguiu-se um

total de 1538 notificações de síndrome vesicular em suínos

no ano de 2015, concentradas principalmente na região

oeste, a qual abarca as maiores populações comerciais de

suínos do estado. As primeiras averiguações causaram

apreensão e demandaram medidas sanitárias mais severas,

já que ainda não haviam elementos que apontassem um

fenômeno sanitário específico no rebanho suídeo estadual.74

Nos anos seguintes, o número de comunicações em

Santa Catarina de síndrome vesicular reduziu-se a 41 em

2016 e a 10 em 2017, até que uma recorrência expressiva

culminou em 405 notificações no ano de 2018 e 99 em

2019 (contabilizando-se os dados do primeiro trimestre), a

qual se alastrou para além da região oeste e culminou em

maior aporte laboratorial a se fundamentar as investigações

oficiais.74 Estudos posteriores a primeira identificação em

2015, detectaram que o vírus circulou no estado de Santa

Catarina no ano de 2014, mas não antes disso.75

Como em 2017 o número de casos identificados no

país reduziu bastante, levando a crer na época que a

infecção havia se tornado endêmica, com casos

assintomáticos ou sub-clínicos. Entretanto, na metade de

2018, novos casos com apresentação clínica mais severa

foram comunicados, predominantemente nos três estados

do sul do país, mas também em São Paulo, Minas Gerais,

Mato Grosso e Goiás.73

O Manual de Procedimentos para a Atenção às

Ocorrências de Febre Aftosa e outras Enfermidades

Vesiculares do Centro Pan-Americano de Febre Aftosa76 e

o Plano de Ação para Febre Aftosa: Atendimento à

Notificação de Suspeita de Doença Vesicular77 determinam

que os casos prováveis, em que há a constatação de sinais

clínicos compatíveis com doença vesicular infecciosa,

requerem aprofundamento da investigação e levantamento

epidemiológico, com a verificação de possíveis vínculos

sanitários e a colheita de material para diagnóstico

laboratorial. Ainda, a adoção de medidas de biossegurança,

como a interdição das propriedades afetadas. Senecavirus A

não é uma doença sujeita a ações regulatórias oficiais, mas

a semelhança na apresentação clínica com a febre aftosa

resulta em investigações iniciais para doenças de

notificação obrigatória e potenciais perturbações no trânsito

de animais e acesso a mercados internacionais.

Atualmente, em caso de comunicação de suspeita de

SVA, o protocolo estabelecido pelo serviço oficial de

sanidade animal nos estados é a visita a propriedade, para

confirmação da suspeita, com coleta de soro sanguíneo e/ou

material das vesículas para diagnostico diferencial das

outras doenças vesiculares. Até o estabelecimento do

diagnostico definitivo, a propriedade permanece

interditada.78

Para maiores informações

FAO. Recognizing Contagious Bovine Pleuropneumonia.

ftp://ftp.fao.org/docrep/fao/005/y4142E/y4142E00.pdf

The Merck Veterinary Manual

http://www.merckvetmanual.com/mvm/index.jsp

United States Animal Health Association.

Foreign Animal Diseases

http://www.vet.uga.edu/vpp/gray_book02/fad/index.php

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Senecavírus A

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World Organization for Animal Health (OIE)

http://www.oie.int

OIE Manual of Diagnostic Tests and Vaccines for Terrestrial

Animals

http://www.oie.int/international-standard-

setting/terrestrial-manual/access-online/

OIE Terrestrial Animal Health Code

http://www.oie.int/international-standard-

setting/terrestrial-code/access-online/

Agradecimentos

Esta ficha técnica foi escrita pela veterinaria Dra.

Kerry Leedom Larson, Tracy Lambert e Kristin Killoran do

Centro para seguranca alimentar e saude publica. O Servico

de Inspecao Sanitaria e Fitossanitaria de Animais e Plantas

(USDA APHIS) do Departamento de Agricultura dos

Estados Unidos da América financiou essa ficha técnica

através de uma série de acordos de cooperacao relacionados

ao desenvolvimento de recursos para o treinamento de

credenciamento inicial. Esta ficha técnica foi modificada

por especialistas, liderados pelo Prof. Dr. Ricardo Evandro

Mendes, especialista em patologia veterinaria, do Centro

Diagnóstico e Pesquisa em Patologia Veterinaria Instituto

Federal Catarinense - Campus Concórdia.

O seguinte formato pode ser utilizado para

referenciar esse documento: Anna Rovid. 2017.

Senecavírus A. Traduzido e adaptado a situacao do Brasil

por Mendes, Ricardo, 2019. Disponivel em

http://www.cfsph.iastate.edu/DiseaseInfo/factsheets-

pt.php?lang=pt.

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