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ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE LICENCIATURA EM FISIOTERAPIA PROJECTO E ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE II Sensação Retardada de Dor Muscular: Prevenção e Tratamento Andreia Margarida Ferreira de Sousa Estudante de Fisioterapia Escola Superior de Saúde - UFP [email protected] Mariana Cervaens Licenciatura Escola Superior de Saúde - UFP [email protected] Porto, Fevereiro de 2011

Sensação Retardada de Dor Muscular: Prevenção e Tratamento · 1 1. Introdução Sensação retardada de dor muscular (SRDM) deve ser distinguida da dor temporária, que se caracteriza

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Page 1: Sensação Retardada de Dor Muscular: Prevenção e Tratamento · 1 1. Introdução Sensação retardada de dor muscular (SRDM) deve ser distinguida da dor temporária, que se caracteriza

ESCOLA SUPERIOR DE SAÚDE

LICENCIATURA EM FISIOTERAPIA

PROJECTO E ESTÁGIO PROFISSIONALIZANTE II

Sensação Retardada de Dor Muscular: Prevenção e Tratamento

Andreia Margarida Ferreira de Sousa Estudante de Fisioterapia

Escola Superior de Saúde - UFP [email protected]

Mariana Cervaens

Licenciatura Escola Superior de Saúde - UFP

[email protected]

Porto, Fevereiro de 2011

Page 2: Sensação Retardada de Dor Muscular: Prevenção e Tratamento · 1 1. Introdução Sensação retardada de dor muscular (SRDM) deve ser distinguida da dor temporária, que se caracteriza

Resumo

Sensação retardada de dor muscular (SRDM) é uma lesão por esforço muscular que se

desenvolve após o exercício excêntrico, mas a eficácia do tratamento de fisioterapia ainda não

foi sistematicamente avaliado. Esta revisão sistemática teve como objectivo reunir informação

sobre as medidas de prevenção e/ou as medidas terapêuticas sobre os efeitos de SRDM. Após

a pesquisa computorizada em bases de dados electrónica foram incluídos 17 artigos (exercício

concêntrico, n=3; alongamento, n=2; massagem, n=2; crioterapia, n=2; AINE’s, n=2;

electroterapia, n=6). Há uma evidência, no entanto limitada, que a massagem, exercício

concêntrico, laser, microcorrentes e TENS são mais eficazes do que qualquer tratamento,

ainda que a evidência para a terapia com AINE’s era mínima. As evidências não apoiam o uso

de alongamento estático, a crioterapia e o uso da terapia interferêncial.

Palavras-chave: Sensação Retardada de Dor Muscular, exercício excêntrico, exercício

concêntrico, alongamento, flexibilidade, massagem, crioterapia, anti-inflamatórios não

esteróides, Estimulaçao Electrica Neural Transcutanea, Terapia interferencial, microondas.

Abstract

Delayed Onset Muscle Soreness (DOMS) is a muscle strain injury that develops after

eccentric exercise, but the effectiveness of physiotherapy treatment has not been

systematically evaluated. This systematic review aimed to collect the measures that may

prevent and/or therapeutic measures on the effects of DOMS. After searching computerized

into databases electronics included 17 items (exercise concentric, n=3, stretching, n=2;

massage, n=2, cryotherapy, n=2; NSAIDs, n=2 and electrotherapy, n=6). There is evidence,

even though is limited, that massage and concentric exercise, lazer, microcurrents and TENS

are more effective than either treatment, although the evidence for therapy with NSAIDs was

minimal. The evidence does not support the use of static stretching, cryotherapy and

interferential therapy.

Keywords: Delayed Onset Muscle Soreness, eccentric exercise, concentric exercise,

stretching, flexibility, massage, cryotherapy, anti-inflammatory drugs, transcutaneous

electrical neural stimulation, therapy interferential, and microwave.

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1. Introdução

Sensação retardada de dor muscular (SRDM) deve ser distinguida da dor temporária, que se

caracteriza por dor moderada sentida durante os estágios finais do exercício excêntrico e ao

qual se atribui a acumulação de resíduos metabólicos como causa principal (Croisier et al.,

2003). Em contraste, a dor muscular retardada não está relacionada com a fadiga instantânea

mas corresponde a uma dor incómoda que se inicia 8 horas após o exercício, com picos de dor

entre as 24-48 horas, diminuindo gradualmente no prazo de 7 dias (Hume et al., 2004; Sayers

et al., 2004). SRDM é uma lesão por esforço muscular do tipo I e tem origem em actividades

em contracção excêntrica (Cheung et al., 2003; Hume et al., 2004). Estas actividades são

caracterizadas por um alongamento simultaneamente à contracção muscular, isto é, quando a

carga externa excede a capacidade do músculo resistir activamente à carga exercida sobre ele,

o músculo é forçado a alongar e é gerada uma tensão activa, o que levará ao rompimento de

ligações entre actina e a miosina antes do relaxamento (Cheung et al., 2003). Poucos são os

estudos que têm focado exclusivamente na prevenção da SRDM, direccionando-se muito mais

para o tratamento terapêutico dos sintomas associados a esta lesão muscular (Connolly et al.,

2003).

Apesar de ainda não existir uma origem devidamente comprovada científicamente, elas irão

ser abordadas neste estudo cujo objectivo é fazer uma revisão sobre as medidas de prevenção

e/ou medidas terapêuticas sobre os efeitos de SRDM, sendo de máxima importância ter

conhecimento de uma abordagem no sentido de atenuar os efeitos antes ou depois da lesão.

2. Metodologia

Após a pesquisa efectuada nas bases de dados electrónicas (Anual Reviews, Elsevier –

Science Direct, SpringerLink, Wiley Online Library, Academic Seach complete, Pubmed,

Web of Science, Current Contents, ISI Proceedings e RCAAP) a partir do motor de busca B-

on para identificar publicações desde 1996. Foram incluídos artigos experimentais

randomizados desde 2000 que abordassem propostas de intervenção da fisioterapia na SRDM

e que atingissem uma pontuação superior a 5 na Escala de PEDro (Quadro 1). Nesta revisão

foram incluídos um total de 17 artigos, tendo em conta a intervenção da fisioterapia nesta

lesão muscular, 3 avaliaram os efeitos da contracção concêntrica como aquecimento sobre a

severidade da SRDM, 2 analisaram o efeito do alongamento estático no alívio da dor

muscular na SRDM, 2 investigaram os efeitos da massagem na SRDM, 2 estudaram os efeitos

da crioterapia na sintomatologia da SRDM, 2 compararam os efeitos de vários anti-

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inflamatórios não esteróides na SRDM e 6 examinaram os efeitos da electroterapia na SRDM.

Quadro 1- Quadro de resultados da Escala de PEDro

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Jayaramen et al. (2004) 2; 3; 4; 8; 9; 10; 11 7/10

Bonfim et al. (2010) 2; 4; 7; 8; 9; 10; 11 7/10

Frey Law et al. (2008) 2; 3; 4; 7; 8; 9; 10; 11; 8/10

Hilbert et al. (2003) 2; 4; 8; 9; 10; 11 6/10

Howarson et al. (2005) 2; 4; 8; 9; 10; 11 6/10

Sellwood et al. (2007) 2; 3; 4; 5; 7; 8; 9; 10; 11 9/10

Rahnama et al. (2005) 2; 4; 8; 9; 10; 11 6/10

Barlas et al. (2000) 2; 4; 5; 8; 9; 10; 11 7/10

Curtis et al. (2010) 2; 4; 8; 9; 10; 11 6/10

So et al. (2007) 2; 4; 8; 9; 10; 11 6/10

Minder et al. (2002) 2; 3; 4; 8; 9; 10; 11 7/10

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Liu et al. (2009) 2; 4: 8; 9; 10, 11 6/10

3. Desenvolvimento

3.1. Teorias para a SRDM

Várias teorias têm sido propostas com o objectivo de explicar tal acontecimento, como a

teoria do ácido láctico, espasmo muscular, lesão do tecido conjuntivo, comprimento do

sarcómero, inflamação e fluxo enzimático, que irão ser abordadas a seguir.

3.1.1. Acido Láctico

A teoria do ácido láctico baseia-se na suposição de que o ácido láctico continua a ser

produzido após o exercício (Cheung et al., 2003). A acumulação de resíduos tóxicos poderá

provocar um estímulo nocivo o que levaria a dor numa fase mais tardia (Gulick et al., 1996).

No entanto, esta teoria tem sido rejeitada, uma vez que com exercícios concêntricos também

há produção de resíduos e, no entanto a sensação de dor não é produzida tão intensamente,

além disso, os níveis de ácido láctico retornam aos níveis pré-exercício no prazo de uma hora

após o seu termo. Níveis de lactato medidos antes, durante e após o exercício,

esporádicamente até às 72 horas não mostram qualquer relação entre os níveis de ácido láctico

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e a magnitude da dor (Schwane cit. in Cheung et al., 2003). Portanto, o ácido láctico pode

contribuir para a dor aguda associada à fadiga logo após exercício intenso, no entanto, não

pode ser atribuída à dor tardia, entre as 24-48 horas após o exercício (Carzola et al., 2001).

3.1.2. Espasmo Muscular

A teoria do espasmo muscular foi introduzida após a observação, por alguns estudos, do

aumento dos níveis de actividade muscular de repouso após o exercício excêntrico que

indicaria um espasmo tónico das unidades motoras (Gulick et al., 1996). Cheung et al., (2003)

consideraram que este facto levaria a uma compressão dos vasos sanguíneos locais, isquemia

e acumulação de substâncias dolorosas, o que dava início a um ciclo vicioso, estimulando

terminações nervosas de dor provocando aumento de espasmo muscular reflexo e prolongar

condições de isquemia.

3.1.3. Lesão do Tecido Conjuntivo

A teoria da lesão do tecido conjuntivo tem como base a análise à função do tecido conjuntivo

que rodeia os feixes de fibras musculares (Cheung et al., 2003). As fibras musculares do tipo I

(contracção lenta) apresentam uma estrutura mais resistente do que as do tipo II (contracção

rápida), estas últimas podem apresentar-se mais susceptíveis à lesão provocada por

estiramento ou alongamento excessivo do tecido conjuntivo o que consequentemente levará a

uma sintomatologia dolorosa (Cheung et al., 2003). Como base de suporte desta teoria, foram

examinadas medidas de hidroxiprolina (HP) e Hidroxilisina (HL) na urina após o exercício

(Stauber cit. in Cheung et al., 2003). HP e HL são aminoácidos de um componente de

colagénio maduro e a sua presença na urina resulta da degradação do colagénio, mas também

poderá indicar a sua síntese (Cheung et al., 2003), sendo assim a presença de HP e HL

permanecem inconclusivas.

3.1.4. Comprimento do Sarcómero

As acções de trabalho muscular excêntrico terão consequências a nível da componente

contráctil do tecido muscular, o sarcómero, sobretudo ao nível da linha Z (Sayers et al., 2004).

O alongamento ou mesmo o rompimento total da miofibrilha da linha Z são características da

lesão microscópica, além de provocar mais uma perturbação na estrutura do sarcómero

(Cheung et al., 2003; Sayers et al., 2004). Este dano é resultado do aumento da tensão

causada por uma redução das unidades motoras activas durante acções excêntricas (Cheung et

al., 2003). As fibras do tipo II são mais estreitas e mais fracas que as do tipo I e assim estão

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mais susceptíveis a rupturas provocadas pelo alongamento excessivo no trabalho excêntrico,

assim sendo serão as fibras que mais rapidamente alongam e enfraquecem simultaneamente.

Nociceptores da dor situados no tecido muscular conjuntivo e na região das arteríolas, dos

capilares e na junção miotendinosa também são estimulados levando à sensação de dor

(Cheung et al., 2003). Como base de suporte desta teoria, foram medidas, pós-exercicio,

enzimas do sangue como a creatina quinase (CK), considerada um indicador confiável da

permeabilidade da membrana muscular, que se encontra dentro do músculo-esquelético e

cardíaco. O rompimento da linha Z, associado aos danos no sarcómero possibilitará a difusão

de enzimas musculares solúveis, como a CK, para o líquido intersticial (Cheung et al., 2003).

Em condições normais de repouso, CK plasmática é de aproximadamente 100 UI / L, no

entanto, após o exercício excêntrico, os níveis circulantes de CK foram de 40 000 UI / L,

indicando um aumento significativo na permeabilidade das membranas das células

musculares após rompimento linha Z (Newham cit. in Cheung et al., 2003). No entanto, há

uma disparidade entre o tempo dos níveis máximos de CK e o pico de dor muscular (até 5

dias).

3.1.5. Inflamação

A teoria da inflamação é baseado na constatação de que os aspectos da resposta inflamatória,

ou seja, a formação de edema e infiltração de células inflamatórias, são evidentes após a acção

muscular excêntrica repetitivos (Cheung et al., 2003). Forças de alta tracção produzidas

durante acções excêntricas provocam perturbações nas proteínas estruturais das fibras

musculares, particularmente no enfraquecido linha Z (Hume et al., 2004). Estes danos nas

fibras musculares vão desencadear o aumento da permeabilidade de pequenos vasos

sanguíneos que levará a uma resposta inflamatória atraindo assim ao local da lesão monócitos

(macrófagos), que sintetizam prostaglandinas (PGE2), que sensibilizam os nociceptores (tipo

III e tipo IV terminações nervosas aferentes), e atingem o seu pico em 48 horas (Sayers et al.,

2004), e neutrófagos, seguindo-se de um fluxo de fluidos ricos em proteínas, que produz o

edema característico de uma lesão (Ahmadi et al., 2008). No entanto, apenas os níveis

máximos de edema (medida pelo volume de membros e perímetro) coincidia com o pico de

dor muscular, pois o tempo de infiltração de células inflamatórias não coincide (Cheung et al.,

2003).

3.1.6. Fluxo Enzimático

A teoria de fluxo de enzimas é baseada na suposição de que o cálcio, que se encontra

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normalmente armazenado no retículo sarcoplasmático, se acumula nos músculos feridos após

lesão do sarcómero (Gulick et al., 1996). Este facto fará com que haja uma inibição da

respiração celular a nível mitocondrial provocando uma quebra na regeneração adenosina

trifosfato (ATP), sendo este necessário para o transporte activo de cálcio de volta ao retículo

sarcoplasmático, quando o músculo relaxa. A acumulação de cálcio poderá também activar as

proteases e fosfolipases, causando mais danos no sarcómero levando a produção de

leucotrienos e prostaglandinas. Como consequência da degeneração de proteínas musculares,

há um enfraquecimento precoce das linha Z e a estimulação das terminações nervosas da dor

ocorre (Cheung et al., 2003).

3.2. Efeitos provocados pela SRDM

Este tipo de lesão apresenta-se com sensibilidade e/ou com rigidez muscular à palpação e/ou

movimento, que puderam variar de ligeira rigidez muscular, que rapidamente desaparece

durante as actividades diárias, ou então, severa e débil ao ponto de limitar o movimento

(Croisier et al., 2003; Humes et al., 2004). Estas condições não afectam apenas pessoas não

treinadas, mas também atletas com preparação física, principalmente nos treinos de pré-época,

manifestando-se com redução de força máxima, diminuição da amplitude de movimento,

aumento da sensibilidade e rigidez muscular como já referido, dor muscular, edema e

aumento do número de proteínas musculares no sangue (Sayers et al., 2004). A sensibilidade

concentra-se na porção distal do músculo, na região miotendinosa, devido a uma elevada

concentração de receptores da dor no tecido conjuntivo nesta zona. Este desconforto

intensifica-se nas primeiras 24 horas após o exercício excêntrico, com picos entre as 24 e as

72 horas que desaparecem entre 5 a 7 dias (Hume et al., 2004). O exercício excêntrico tem

ainda efeitos negativos sobre a amplitude de movimento e a produção de força, pois verifica-

se uma diminuição imediata de força após o exercício excêntrico até cerca 50% (Sayers et al.,

2004).

3.3. Intervenção da Fisioterapia na SRDM

Várias intervenções estratégicas da fisioterapia têm sido estudadas com a finalidade de

diminuir a sintomatologia dolorosa, descritas nas tabelas a seguir, tais como o exercício

concêntrico (Tabela1), alongamento (Tabela 2), a massagem (Tabela 3), a crioterapia (Tabela

4), AINE’s (Tabela 5), Correntes Interferênciais (Tabela 6), Laser (Tabela 7), Microcorrentes

(Tabela 8) e TENS (Tabela 9).

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êntr

ico

e d

epo

is d

e u

m

pro

toco

lo e

xerc

ício

co

ncê

ntri

co-e

xcê

ntri

co

iso

ciné

tico

-Cal

cula

ram

o R

M p

ara

cad

a in

div

iduo

; -

Fo

rça

(d

ina

me

tro

iso

ciné

tico

), a

mp

litud

e d

e m

ov

ime

nto

(go

nió

met

ro),

p

ont

o d

e m

aio

r se

nsi

bili

dad

e (

EV

A e

po

r u

m a

lgô

me

tro

), a

valia

das

ant

es e

re

ava

liad

as

logo

ap

ós,

2,

4, 7

e 1

4 d

ias.

-E

scal

a d

e B

org

foi a

plic

ada

ap

ós

os

pro

toco

los;

-A

mb

os

os

grup

os

ap

lica

ram

o p

roto

colo

de

exe

rcíc

ios

no b

raço

não

d

om

ina

nte

; G

rup

o I

: (co

ntra

cçõ

es

conc

ênt

rica

s e

exc

êntr

ica

s) d

ina

me

tro

iso

ciné

tico

, 5

x10

qua

se m

áxi

ma

s;

Gru

po

II:

exe

rcíc

io e

xcê

ntri

co,

3x1

0 a

14

0%

-No

GI

não

se

veri

fica

dim

inu

ição

da

forç

a m

áxim

a is

om

étr

ica

em

co

ntra

par

tida

houv

e re

duç

ão n

a fo

rça

no G

II (

p<

0,0

1);

-A

red

ução

de

am

plit

ude

de

mo

vim

ent

o

veri

fico

u-s

e no

GII

e n

ão n

o G

I (p

<0

,01

);

-No

po

nto

de

ma

ior

sens

ibili

dad

e nã

o s

e ve

rific

ara

m d

ifere

nças

sig

nific

ativ

as e

ntre

os

grup

os

(p<

0,0

5).

6

Page 9: Sensação Retardada de Dor Muscular: Prevenção e Tratamento · 1 1. Introdução Sensação retardada de dor muscular (SRDM) deve ser distinguida da dor temporária, que se caracteriza

Tab

ela

2 –

Efe

itos

do A

long

amen

to d

a S

RD

M

Aut

or/A

mos

tra

Obj

ectiv

o In

terv

ençã

o/F

ollo

w-u

p R

esul

tado

s Ja

yara

men

et a

l. (2

00

4)

To

tal (

n=3

2)

M/F

: 32

/0

Gru

po

I (

n=8

) G

rup

o I

I (n

=8

) G

rup

o I

II (

n=8

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o I

V (

n=8

)

Inve

stig

ar o

s e

feito

s d

a

aplic

ação

tóp

ica

de

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r su

per

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l e a

lon

gam

ent

o

está

tico

so

bre

a r

ecup

era

ção

d

e le

são

mus

cula

r in

duz

ida

p

elo

exe

rcíc

io e

xcên

tric

o.

-Fo

rça

xim

a (

ten

sió

me

tro

), a

do

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sca

la li

near

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mul

ti-ec

o d

e re

sso

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ia

mag

nétic

a d

o q

uad

rici

pe

te a

valia

da

s a

nte

s e

re

ava

liad

as 2

, 3

, 4

, 6

, 8 e

15

dia

s a

s o

exe

rcíc

io e

xcê

ntri

co;

-Exe

rcíc

io E

xcê

ntri

co:

dia

7-8

x 5

-10

a 1

00

%,

até

á fa

dig

a to

tal;

-Gru

po

I (

calo

r su

pe

rfic

ial)

: ap

lica

r 3

6h

apó

s o

exer

cíci

o,

dur

ante

2 h

ora

s, 4

C;

-Gru

po

II

(alo

nga

me

nto

est

átic

o):

ap

lica

r 36

h a

s o

exe

rcíc

io,

3x2

0’’,

30

’’ d

e d

esc

ans

o;

-Gru

po

III

(ca

lor

sup

erf

icia

l e a

long

am

ent

o e

stá

tico

): 3

6h

apó

s o

exe

rcíc

io,

calo

r e

alo

nga

me

nto

; -G

rup

o I

V (

cont

role

– s

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tra

tam

en

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rcíc

io e

xcê

ntri

co

-RM

ver

ifica

ram

um

au

me

nto

do

vo

lum

e m

usc

ula

r, n

o fi

nal d

os

15

dia

s re

tom

ou

a va

lore

s b

asai

s se

m

dife

renç

as e

ntre

os

grup

os

(p<

0,0

5);

-F

orç

a d

imin

uiu

sig

nific

ativ

am

ente

ma

s ne

nh

um

do

s gr

upo

s su

rgiu

efe

ito

(p<

0,0

5);

-D

or

reto

mo

u ao

s va

lore

s b

asai

s e

m 6

d

ias

em

tod

os

os

grup

os

(p<

0,0

5).

Bo

nfim

et a

l. (2

010

) T

ota

l (n=

20

) M

/F: N

ão D

efin

ido

(ND

) Id

ade:

17

– 3

0 a

nos

Gru

po

I (

n=1

0)

Gru

po

II

(n=

10

)

Ana

lisa

r o

efe

ito d

o

alo

nga

me

nto

est

átic

o n

o a

lívio

d

a d

or

mus

cula

r na

SR

DM

.

- A

mb

os

os

grup

os

rea

liza

ram

co

ntra

cçõ

es

exc

êntr

ica

s re

pet

idas

do

tric

ípet

e su

ral p

ara

ind

uzir

a le

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; -A

inte

nsi

da

de

da

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r (E

VA

) e

o li

mia

r d

a d

or

à p

ress

ão fo

ram

ava

liad

as

ant

es,

e r

ea

valia

da

s 2

4 h

ora

s, 4

8 h

ora

s e

72

ho

ras

apó

s o

exe

rcíc

io.

-Exe

rcíc

io e

xcê

ntri

co: 5

x20

a fo

rça

foi o

pró

prio

pes

o d

o in

diví

duo

-G

rup

o I

(co

ntro

le):

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rcíc

io e

xcê

ntri

co;

-Gru

po

II

(alo

nga

me

nto

): e

xerc

ício

exc

êntr

ico

e a

lon

gam

ent

o e

stát

ico

3x3

0’’

-Não

se

veri

fico

u ne

nhu

m e

feito

si

gni

ficat

iva

men

te p

osi

tivo

na

in

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idad

e d

a d

or

nem

no

lim

iar

da

dor

à

pre

ssão

(p

<.0

,05)

Tab

ela

3 –

Efe

itos

da M

assa

gem

na

SR

DM

Aut

or/A

mos

tra

Obj

ectiv

o In

terv

ençã

o/F

ollo

w-u

p R

esul

tado

s F

rey

Law

et a

l. (2

008

) T

ota

l (n=

44

) M

/F: N

D

Idad

e m

édia

: 23

,3 a

nos

G

rup

o I

(n=

11

) G

rup

o I

I (n

=1

7)

Gru

po

III

(n=

16)

Inve

stig

ar o

s e

feito

s d

a

ma

ssa

gem

na

red

uçã

o d

a p

erce

pçã

o d

a do

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hip

eral

gesi

a in

duz

ida

po

r ex

erc

ício

exc

ênt

rico

-Fo

rça

xim

a (

din

am

óm

etr

o is

oci

netic

o),

do

r (E

VA

) e

o li

mia

r d

a d

or

à p

ress

ão (

alg

ôm

etr

o)

ava

liad

as

no in

ício

e n

o f

ina

l d

e ca

da

sess

ão;

1

ª S

essã

o: e

xerc

ício

de

ext

ens

ão

exc

ênt

rica

do

pun

ho

, 3

sér

ies,

até

á fa

dig

a se

m r

efe

renc

iar

o n

úm

ero

de

re

ptiç

õe

s;

Ses

são

: tra

tam

ent

o (

6 m

in)

-Gru

po

I: s

em

ma

ssa

gem

; -G

rup

o I

I: m

ass

age

m s

upe

rfic

ial (

effl

eur

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);

-Gru

po

III

: m

ass

age

m p

rofu

nda

(1

min

de

effl

eur

age

, 4

min

de

pet

riss

age,

1

min

effl

eur

age

)

-O tr

ata

men

to n

ão p

rod

uziu

efe

itos

sig

nific

ativ

os

na r

eduç

ão d

a fo

rça

(p<

0,0

01

);

-O G

III

pro

duz

iu e

feito

s na

red

ução

na

do

r e

reve

rter

a h

iper

alge

sia

rela

tiva

men

te a

o G

I (p

<0

,00

1);

- O

GII

po

r su

a ve

z fo

i cap

az d

e re

vert

er a

hip

eral

gesi

a re

lativ

am

ente

ao

G

I (p

<0

,00

1).

7

Hilb

ert e

t al.

(20

03

) T

ota

l (n=

18

) M

/F: N

D

Idad

e m

édia

: 20

,4 a

nos

M

assa

co

rpo

ral m

édia

: 7

2,6

kg

Gru

po

I (

n=9

) G

rup

o I

I (n

=9

)

Ana

lisar

os

efei

tos

fisio

lógi

cos

da

ma

ssa

gem

na

S

RD

M

- F

orç

a (d

ina

me

tro

iso

ciné

tico

), a

mp

litud

e d

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ov

ime

nto

(go

nió

met

ro),

in

tens

ida

de

da

do

r (E

VA

) e

nív

eis

de

ne

utró

filo

s (p

unçã

o v

eno

sa)

aval

iad

os

ante

s d

o e

xerc

ício

. F

orç

a a

valia

da

2, 6

, 2

4 e

48

hora

s ap

ós,

a A

DM

e a

do

r ap

ós

6,

24 e

48

ho

ras

e o

nív

el d

e n

eut

rófil

os

6 e

2

4 h

ora

s.

-Co

ntra

cçõ

es

exc

ênt

rica

s d

o q

uad

ricí

pet

e: 6

x8 a

10

0%

; -G

rup

o I

: se

m m

ass

age

m;

-Gru

po

II:

5m

in e

ffle

ura

ge,

1m

in d

e ta

po

ttem

ent

, 1

2m

in p

etri

ssag

e e

2m

in

effle

ura

ge; 2

0’,

2h

ap

ós

o e

xerc

ício

.

-GII

rev

ela

um

a re

duç

ão n

a in

tens

idad

e d

a d

or

com

par

ativ

am

ent

e ao

GI

(p<

0,0

5);

-N

as o

utra

s m

edid

as n

ão s

e ve

rific

am

d

ifere

nças

sig

nific

ativ

as

(p>

0,0

5).

Page 10: Sensação Retardada de Dor Muscular: Prevenção e Tratamento · 1 1. Introdução Sensação retardada de dor muscular (SRDM) deve ser distinguida da dor temporária, que se caracteriza

Tab

ela

4 –

Efe

itos

da C

riote

rapi

a em

SR

DM

Aut

or/A

mos

tra

Obj

ectiv

o In

terv

ençã

o/F

ollo

w-u

p R

esul

tado

s H

ow

arso

n et a

l. (2

005

)

To

tal (

n=1

2)

M/F

: 12

/0

Ida

de

méd

ia: 2

4,8

ano

s

Altu

ra m

édia

: 1,8

0 m

Mas

sa c

orp

ora

l mé

dia

: 86

,4 k

g

Gru

po

I (

n=6

), G

rup

o II

(n=

6)

Ava

liar

o e

feito

de

re

pe

tida

s a

plic

açõ

es

de

m

assa

gem

co

m g

elo

no

s e

feito

s d

a S

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M

- D

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(EV

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pe

rim

etr

ia (

fita

ant

rop

om

étr

ica

), A

DM

(g

oni

óm

etro

), fo

rça

máx

ima

iso

mét

rica

(d

ina

me

tro

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ciné

tico

), c

onc

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raçã

o d

e c

riat

ine

kin

ase

(C

K)

e m

iogl

ob

ina

(Mb

) a

valia

da

s a

nte

s, lo

go a

s e

24

h, 4

8h,

72

h e

96

h.

-Exe

rcíc

io e

xcê

ntri

co d

os

flexo

res

do

co

tove

lo(a

lea

tori

ame

nte

sel

ecci

ona

do

s): 3

x10

a fo

rça

máx

ima

o r

efe

rid

a;

-Tra

tam

ent

o im

ed

iata

me

nte

a s

eg

uir,

24

h e

48

h ap

ós

o e

xerc

ício

;

-Gru

po

I:

ma

ssa

gem

co

m g

elo

dir

ect

ame

nte

na

pel

e, 1

5 m

in;

-Gru

po

II:

tra

tam

ent

o p

lace

bo

(a

pa

relh

o d

e U

ltra-

som

des

ligad

o).

-Tra

tam

ent

o n

ão te

ve

efei

to e

m q

ualq

uer

par

âmet

ro a

valia

do

(p

<0

,05

);

-GII

rev

ela

me

nor

do

r q

ue o

GI

(p<

0,0

1);

-GII

rev

ela

ma

ior

rap

idez

na

recu

per

ação

q

ue o

GI.

Sel

lwo

od

et a

l. (2

00

7) T

ota

l (n

=4

0)

M/F

: 11

/29

Idad

e m

édia

: 21

,2 a

nos

A

ltura

méd

ia: 1

,67

m M

assa

co

rpo

ral m

édia

: 63

,5 k

g

Gru

po

I (

n=2

0),

Gru

po

II (

n=2

0)

Co

mp

ara

r o

s e

feito

s d

a

imer

são

de

águ

a g

ela

da

(5º

± 1º

C)

e á

gua

m

orn

a (2

4ºC

) em

si

nto

mas

da

SR

DM

ap

ós

o e

xerc

ício

ex

cênt

rico

do

q

uad

rici

pe

te.

- D

or

(EV

A),

se

nsib

ilid

ad

e (

alg

ôm

etr

o d

e p

ress

ão),

per

imet

ria

(fita

ant

rop

om

étri

ca),

fun

ção

(d

ista

ncia

xim

a o

btid

a e

m 3

sa

ltos)

, fo

rça

máx

ima

iso

tric

a (d

ina

me

tro

iso

ciné

tico

) e

conc

ent

raçã

o d

e C

K (

reco

lha

de

um

a a

mo

stra

de

san

gue

e a

nalis

e at

ravé

s d

e u

m m

arca

do

r d

e C

K)

ava

liad

as

ant

es,

24

ho

ras,

48

ho

ras

e 7

2 ho

ras

apó

s o

pro

toco

lo;

-Exe

rcíc

io e

xcê

ntri

co fo

i ap

lica

do

ao

qua

dri

cíp

ete

não

do

min

ante

: 5x1

0 a

12

0%

; -T

rata

me

nto

oco

rre

u im

ed

iata

me

nte

ap

ós

com

1m

in d

entr

o d

e ág

ua e

1 m

in fo

ra,

3x;

-G

rup

o I

- im

ers

ão

ág

ua c

om

ge

lo;

-Gru

po

II-

co

ntro

le (

água

mo

rna

)

-Tra

tam

ent

o n

ão te

ve

efei

to s

ob

re a

SR

DM

; -G

II r

evel

a m

eno

r d

or

que

o G

I (p

<0,

001

).

Tab

ela

5 –

Efe

itos

de A

INE

’s n

a S

RD

M

Aut

or/A

mos

tra

Obj

ectiv

o In

terv

ençã

o/F

ollo

w-u

p R

esul

tado

s R

ahna

ma e

t al.

(20

05)

To

tal (

n=4

4)

M/F

: 44

/0

Idad

e m

édia

: 24

,3 a

nos

A

ltura

méd

ia: 1

,72

m M

assa

co

rpo

ral m

édia

: 7

0,4

kg

Gru

po

I,

(n=

11

), G

rup

o I

I (n

=1

1),

Gru

po

III

(n=

11

),

Gru

po

IV

(n=

11

)

Inve

stig

ar o

s e

feito

s fis

ioló

gico

s d

a a

ctiv

ida

de

fís

ica,

co

m o

u se

m

asso

cia

ção

de

ibup

rofe

no

na S

RD

M.

- P

erc

ep

ção

da

dor

(E

VA

), fo

rça

xim

a, A

DM

(go

nió

met

ro)

e ac

tivid

ade

pla

smát

ica

de

CK

(e

spe

ctro

foto

me

tria

) fo

ram

ava

liad

as 1

ho

ras

ante

s, 1

h, 2

4h,

48

h ap

ós

o e

xerc

ício

; -

Exe

rcíc

io e

xcê

ntri

cas

do

bic

ípite

do

lado

o d

om

ina

nte:

7x1

0 a

80

%;

-Gru

po

I: a

ctiv

ida

de

físi

ca;

-Gru

po

II:

ibup

rofe

no;

-Gru

po

III

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Page 11: Sensação Retardada de Dor Muscular: Prevenção e Tratamento · 1 1. Introdução Sensação retardada de dor muscular (SRDM) deve ser distinguida da dor temporária, que se caracteriza

Tab

ela

6- E

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Tab

ela

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Page 12: Sensação Retardada de Dor Muscular: Prevenção e Tratamento · 1 1. Introdução Sensação retardada de dor muscular (SRDM) deve ser distinguida da dor temporária, que se caracteriza

Tab

ela

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Tab

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10

Page 13: Sensação Retardada de Dor Muscular: Prevenção e Tratamento · 1 1. Introdução Sensação retardada de dor muscular (SRDM) deve ser distinguida da dor temporária, que se caracteriza

11

4. Discussão

Actualmente, a sequência de acontecimentos permanece hipotética, mas a que será descrita

parece a mais possível. Segundo Cheung et al. (2003) e Humes et al. (2004) o trabalho

excêntrico produz forças de alta tensão que perturbariam a actividade das proteínas estruturais

das fibras musculares, nomeadamente o enfraquecendo da linha Z, o que seria agravado por

uma tensão excessiva do tecido da junção miotendinosa e das fibras musculares circundantes

(teoria do lesão do tecido conjuntivo e teoria do comprimento do sarcómero). A acumulação

de cálcio nos tecidos musculares inibiria a respiração celular que provocaria danos no

sarcómero, consequentemente a produção de ATP iria diminuir e a homeostase do cálcio iria

estar alterada. Elevadas concentrações de cálcio, activam enzimas proteolíticas que degradam

a linha Z (teoria de fluxo enzimático). Posteriormente haveria uma elevação significativa nos

neutrófilos circulantes, consequentemente componentes intracelulares e marcadores de lesão

do tecido conjuntivo e lesão muscular (por exemplo CK) entram no plasma e no interstício,

substâncias atrairiam monócitos entre 6-12 horas que por converter-se em macrófagos. Os

mastócitos e a produção de histamina são activados. Poucas horas depois, há uma elevação

significativa dos neutrófilos circulantes no local da lesão. Macrófagos atingem o maior

número até às 48 horas e após a exposição ao ambiente inflamatório produzem

prostaglandinas (PGE2), que estimulam os receptores mecânicos das terminações nervosas do

tipo III e IV. A acumulação de histamina, potássio e cininas devido à fagocitose e à necrose

celular, além de elevar a pressão no tecido edemaciado e aumentar a temperatura local poderia

também activar nociceptores dentro das fibras musculares e na junção miotendinosa (teoria da

inflamação).

4.1. Contracções Concêntricas

Dos estudos incluídos nesta revisão, três fazem referência à aplicação de exercícios utilizando

contracções concêntricas nos sintomas provocados pela SRDM. Ingham et al. (2010)

investigaram o efeito do exercício concêntrico como aquecimento sobre as alterações na força

(p<0,001), amplitude de movimento (p<0,001) e na dor (p<0,001), induzidos pelo exercício

excêntrico nos flexores do cotovelo. Após o exercício, verificou-se que o grupo controle teve

uma significativa redução da força e da amplitude de movimento relativamente ao grupo que

recebeu aquecimento (exercício concêntrico) e no final dos 7 dias ainda não tinha retomado

aos níveis basais; para a dor, o grupo de controlo obteve maior dor que o grupo com

aquecimento. Os resultados mostram que o treino prévio de exercícios concêntricos antes de

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exercício excêntrico que induz a SRDM é eficaz na protecção das reduções na função

muscular, amplitude de movimento e nas dores musculares do dia seguinte, bem como

poderia ajudar a atenuar a perda da função muscular no período de recuperação. Gleeson et al.

(2003) realizaram um estudo muito semelhante ao anterior no qual o objectivo foi avaliar os

efeitos de um treino prévio de exercício concêntrico antes de exercícios excêntricos dos

flexores do cotovelo. Com o treino concêntrico verificou-se um aumento considerável da

força isométrica comparativamente ao braço controle, no entanto, após a aplicação do

protocolo de exercício excêntrico houve uma diminuição global da força muscular em ambos

os braços, mas esta diminuição foi mais significativa no braço controlo (p<0,001). Os valores

de perimetria no braço de aquecimento após o exercício excêntrico aumentaram

significativamente, não só em relação aos seus valores iniciais mas também, em relação ao

braço controle (p<0,01); quanto ao ângulo do braço relaxado, após as 4 semanas de treino

verificou-se uma diminuição do ângulo do braço treinado e no final do exercício excêntrico

esta diminuição verificou-se em ambos os braços (p<0,001); na avaliação da dor, após o

exercício excêntrico, verificou-se sintomatologia dolorosa em ambos os braços, mas mais

significativa no braço previamente treinado (p<0,05). Os resultados não coincidem por

completo com o estudo anterior, pois apenas se verifica uma melhoria da força máxima em

ambos os estudos, esta discrepância entre os estudos pode ser devido à diferença existente nos

protocolos. No primeiro estudo, não usaram proporções fixas nos exercícios excêntricos,

houve um aumento progressivo da carga, que segundo o autor Ingham et al. (2010) minimiza

a possibilidade de que o braço de aquecimento seja sujeito a menor carga que o de controle,

sugere ainda que através do aquecimento com contracções concêntricas, existe um

recrutamento, progressivo e não fatigante de mais unidades motoras e mais ligações actina-

miosina, assim ao preparar o músculo com a mesma actividade que se quer fazer a seguir, vai

fazer com que este reaja com maior força ao mesmo estímulo que irá ser submetido

novamente que, consequentemente trará menos danos aos elementos contrácteis. Gleeson et

al. (2003) utilizou um protocolo de 4 semanas com exercício concêntrico, durante este

período haverá uma remodelação no tecido conjuntivo e nas estruturas que envolvem os

elementos contrácteis que podem ser responsável pela redução da amplitude de movimento.

Isto poderá indicar um encurtamento do músculo que pode estar na origem da diminuição de

sarcómero em série o que levará a uma diminuição do comprimento do músculo e

consequentemente diminuição da força contráctil. Por sua vez, Parr et al. (2009) compararam

as respostas funcionais e sintomáticas (a força muscular, ADM e o ponto de maior

sensibilidade do músculo), após um protocolo exercício excêntrico isotónico e após um

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protocolo exercício concêntrico-excêntrico isocinético em indivíduos saudáveis. Os resultados

mostram que o grupo de exercício excêntrico obteve valores maiores de dor relativamente ao

grupo exercício concêntrico-excêntrico (p<0,01); este último, produziu efeitos

significativamente positivos em relação ao ADM, pois verificaram ângulos maiores do que no

grupo de exercício excêntricos (p<0,01). Embora o protocolo estabelecido neste estudo não

utiliza exercício concêntrico como aquecimento, conseguiu-se perceber que o exercício

concêntrico poderá ajudar a atenuar os malefícios provocados por exercício excêntrico.

Rahnama et al. (2005) corroboram quando ao investigaram os efeitos fisiológicos da

actividade física, com ou sem associação de ibuprofeno na SRDM, actividade física esta que

incluía contracções concêntricas. Os resultados verificam que, tanto o grupo que apenas

realizou actividade física antes do exercícios excêntricos, como o grupo que associou a toma

de medicação à actividade física obtiveram efeitos positivos sobre a dor muscular e

recuperação da função muscular.

4.2. Alongamento

Dos estudos incluídos nesta revisão, dois fazem referência à utilização de alongamento

estático visando atenuar os efeitos da SRDM. Jayaramen et al. (2004) investigaram os efeitos

da aplicação tópica de calor superficial e alongamento estático sobre a recuperação de lesão

muscular induzida pelo exercício excêntrico no quadricípete. Após o exercício excêntrico o

volume aumentou significativamente mas, ao fim de 15 dias retomou os valores basais em

todos os indivíduos (p<0,05). Houve uma diminuição significativa da força muscular mas

nenhum dos tratamentos teve um efeito significativamente positivo (p<0,005); a dor retomou

aos valores basais em 6 dias em todos os grupos (p<0,05). Estes resultados mostram que a

aplicação terapêutica de calor superficial e alongamento estático após o exercício excêntrico

não promoveu a uma recuperação de lesão muscular, além disso, não produziram qualquer

efeito no edema, na dor e na força. Bonfim et al. (2010) realizaram um estudo para analisar o

efeito do alongamento estático no alívio da dor muscular na SRDM, os resultados mostraram

que o alongamento estático não produziu um efeito significativo no alívio da dor muscular

(p<0,05), resultados que corroboram com os do estudo descrito anteriormente.

Não existe um consenso como executar o alongamento, de forma a garantir sua máxima

eficiência. Isso se deve às dúvidas geradas a partir da diversidade de técnicas, número de

repetições, frequência, tempo de duração e sobre a intensidade de tensão que deve ser

aplicada ao músculo durante o alongamento. Weldon e Hill (2003) após uma pesquisa

sistemática relatam resultados inconclusivos e remetem para a necessidade que existe em

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ensaios clínicos cuidadosamente controlados que potenciem a identificação de um efeito

clinicamente significativo. Acrescentam ainda, que a evidência disponível sugere que os

alongamentos pré-exercício podem aumentar o risco de lesões. No entanto, a ciência básica e

a evidência clínica prejudicial indicam que o alongamento prolongado no período pós-

exercício pode aumentar a capacidade de absorção de energia do músculo, reduzindo assim o

risco de lesões. Mais pesquisas são necessárias para esclarecer estes resultados, embora seja

indicado um repensar das práticas actuais.

4.3. Massagem

Dois estudos incluídos nesta revisão fazem referência à utilização de massagem sobre os

efeitos da SRDM. Frey Law et al. (2008) investigaram os efeitos da massagem na redução da

percepção da dor e hiperalgesia induzidas por exercício excêntrico do punho, comparando a

massagem superficial com a profunda e com um grupo controle. Todos os indivíduos

relataram o desenvolvimento de SRDM, verificando-se uma redução da força, dor e

hiperalgesia após a sessão de exercícios. Quanto à força, o tratamento não produziu efeitos

significativos (p<0,001); a massagem profunda produziu uma redução na dor (p<0,001) em

alongamento e reverteu a hiperalgesia comparativamente ao grupo controle (p<0,001); a

massagem superficial foi igualmente capaz de reverter a hiperalgesia (p<0,001), como

observada na massagem profunda. Estes resultados revelam que a massagem profunda é

preferível à superficial na redução dos efeitos da SRDM, mas a massagem superficial também

pode contribuir com alguns benefícios, sugerindo-se assim a combinação de ambas.

Apresenta-se como limitação a restrição temporária de avaliações a que os indivíduos foram

sujeitos, pois apenas antes e depois do tratamento, não podendo assim avaliar os efeitos a

longo prazo da massagem, tanto superficial como profunda; também não foi especificado o

número de repetições de exercício excêntrico. Hilbert et al. (2003) analisaram os efeitos

fisiológicos da massagem na SRDM, comparando a massagem, após o exercício excêntrico do

quadricípete, com o grupo controle (sem o tratamento). Nos resultados, verificou-se uma

redução da força e da ADM após o exercício no entanto, não se verificaram diferenças

significativas em nenhum dos grupos (p>0,05). Também não se verificou diferença entre os

dois grupos no número de neutrófilos, mas, em contrapartida, o grupo que recebeu tratamento

de massagem revela uma redução na intensidade da dor comparativamente ao grupo controle.

Estes resultados vêm corroborar os resultados do estudo anterior, no qual a massagem

contribui para a redução da intensidade da dor após a indução de SRDM, apesar da amostra

pequena que apresentou. Hilbert et al. (2004) através de uma revisão sistemática objectivando

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a função da massagem na SRDM, verificou que há redução na percepção da dor na grande

maioria dos estudos, por eles seleccionados, acrescentando ainda, que o efeito psicológico do

toque também pode contribuir para os seus resultados.

4.4. Crioterapia

Dos estudos incluídos nesta revisão, dois fazem referência à aplicação de crioterapia nos

sintomas provocados pela SRDM. Howarson et al. (2005) avaliaram o efeito de repetidas

aplicações de massagem com gelo nos efeitos da SRDM, bem como o efeito desta mesma

massagem sobre a função muscular em contracções estáticas ou dinâmicas após o exercício

excêntrico dos flexores do cotovelo. O tratamento com aplicações repetidas de massagem

com gelo não surtiu qualquer efeito significativo, nem nos marcadores de sangue aos níveis

de CK e mioglobina (Mb) (p>0,05), o que significa que este tipo de aplicação de crioterapia

não produz efeito na contenção do fluxo de proteínas, em contrapartida embora não muito

significativa, o grupo de controle revela uma recuperação mais rápida da dor relativamente ao

grupo que sofreu tratamento (p<0,01). Sellwood et al. (2007) compararam os efeitos da

imersão de água gelada (5º ± 1º C) com o grupo de controle de água morna (24ºC) em

sintomas da SRDM após o exercício excêntrico do quadricípete. Após o protocolo ambos os

grupos apresentaram sintomas de SRDM: dor e sensibilidade e concentração de CK

aumentadas e ainda um decréscimo significativo de força máxima isométrica. Após o

tratamento, o grupo de intervenção de água com gelo revela um aumento de dor relativamente

ao controle (p<0,001) o que coincide com os resultados do estudo anterior. No estudo de

revisão Burgess et al. (2010) com o objectivo de fornecer um revisão da literatura actual que

examine o uso de crioterapia para aumentar a recuperação e diminuir os efeitos de SRDM,

com um total de 13 estudos que utilizaram métodos de aplicação de gelo, como a massagem

com gelo e banhos de contraste, obtiveram resultados duvidosos nos efeitos da crioterapia na

dor muscular, ADM, na função muscular, nas actividades plasmáticas de creatina kinase (CK)

e mioglobina (Mb). Estes resultados corroboram com os dos estudos descritos anteriormente.

Desta forma, o aumento de dor verifica-se em todos os estudos, Howarson et al. (2005) sugere

que, o frio estimula os termorreceptores e nociceptores que são mediadores tanto para o frio

como para a dor. Apesar da falta de evidência científica, este tipo de tratamento ainda se

mantém muito habitual, principalmente na área desportiva. Estes estudos, geralmente incluem

indivíduos destreinados, não incluem atletas na amostra, sendo possível que existissem

diferentes resultados. Howarson et al. (2005) utilizaram um parâmetro de avaliação para

determinar os níveis de Mb, que no estudo de Sellwood et al. (2007) não se verifica, uma vez

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que a Mb é uma proteína mais pequena que a CK, torna-se mais sensível a diferenças nos seus

níveis e por isso será uma boa medida de avaliação.

4.5. Anti-Inflamatórios Não Esteróides (AINE’s)

Dos estudos incluídos nesta revisão, dois fazem referência à utilização de anti-inflamatórios

não esteróides visando atenuar os efeitos da SRDM. Como foi referido anteriormente,

Rahnama et al. (2005) investigaram os efeitos fisiológicos da actividade física, com ou sem

associação de ibuprofeno na SRDM. Os resultados indicaram um aumento da dor após o

protocolo excêntrico atingindo o seu pico às 24 horas, no entanto a dor com registo maior foi

no grupo controle. Os valores de CK também aumentaram mas retomaram aos valores basais

em 48 horas nos grupos de actividade física e associação (p<0,001). Os valores da amplitude

de movimento e da força diminuíram, mas esta redução foi mais significativa nos grupos de

controle e ibuprofeno que nos grupos de actividade física e associação (p<0,001). Os

resultados entre o grupo de actividade física e de associação foram superiores aos restantes,

mas entre estes dois o de associação teve uma distinção positiva. Este estudo veio a consolidar

o facto de que a actividade física com contracção concêntrica, como já referido anteriormente,

ajuda no alívio da dor muscular e recuperação da função muscular e associado a um AINE

consegue potencializar ainda mais esse efeito que, por si só, não mostra produzir efeitos na

prevenção nem diminuição dos sintomas da SRDM. Barlas et al. (2000) comparou o efeito

analgésico do paracetamol, codeína e da aspirina com dois grupos de controle e placebo

depois de um protocolo de indução da SRDM num período de 11 dias. Os resultados não

mostraram efeitos analgésicos significativos em nenhum dos grupos que utilizou AINE’s,

resultados que vão ao encontro do estudo de Rahnama et al. (2005). Nos estudos de revisão de

Lanier (2004) e Stone et al. (2004), com objectivos idênticos de, através de uma recolha

literária, de identificar a eficácia de anti-inflamatórios não esteróides no tratamento

sintomático da SRDM obtiveram, ambos, o mesmo resultado descrito nos estudos anteriores

relativamente à ineficácia desta medicação sobre este tipo de lesão muscular. Resta ver se o

aumento da dosagem dos analgésicos utilizados nestes estudo teria qualquer efeito

significativamente benéfico em qualquer um dos sintomas associados a esta condição, no

entanto, a administração deste tipo de medicação requer um cuidado para não haver

sobredosagem.

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4.6. Electroterapia

Dos estudos incluídos relativos à electroterapia, dois fazem referência à utilização de

interferênciais visando atenuar os efeitos da SRDM. Minder et al. (2002) avaliaram os efeitos

analgésicos da terapia interferêncial (IFT), em dor muscular induzida experimentalmente. Os

resultados obtiveram um decréscimo de limiar da dor em todos os grupos sem diferenças

significativas (p<0,05), o mesmo se verificou para a dor e para a redução da força e para a

amplitude de movimento (p<0,001), sugerindo assim que as correntes interferênciais não

produzem qualquer efeito no tratamento da SRDM. Neste estudo, a avaliação foi muito

limitada e a exploração da manipulação tanto dos valores dos parâmetros para a corrente,

como as medidas de avaliação seriam importantes, o tempo de avaliação foi muito escasso

sem conseguir determinar se as correntes interferênciais produziriam efeitos a longo prazo.

Outra limitação é o facto de o estudo não apresentar o protocolo de exercício excêntrico, não

especificando o número de séries e repetições e nem a percentagem de força usada.

Dois dos estudos seleccionados remetem para a analisar os efeitos do laser sobre a SRDM em

ratos. Sussai et al. (2010) investigaram os efeitos de laserterapia de baixo nível na diminuição

da creatina quinase (CK) e apoptose celular. O grupo que recebeu tratamento com laser teve

uma redução significativa dos níveis de CK e apoptose celular ao longo das reavaliações

relativamente ao grupo controle (p<0,05). Estes resultados também se verificaram no estudo

de Liu et al. (2009), que investigaram os efeitos da radiação a laser de baixo nível em

diferentes doses de lesão muscular após corrida em declive, com a finalidade de fornecer um

meio experimental para estudar o tratamento de laserterapia em SRDM humana. O grupo que

recebeu laser com maior energia foi o que produziu efeitos significativamente positivos nos

níveis de CK e da inflamação (p<0,001). Estes resultados mostram que, além de corroborarem

com o estudo anterior no qual o uso de laser contribui para a diminuição do processo

inflamatório, ainda se verifica que laser com baixa energia não produz efeitos significativos

na SRDM. A intensidade do laser usada nestes artigos, é claramente baixa para ser usada em

humanos, por isso é de sugerir que, uma vez que em animais obtiveram resultados positivos,

novos estudos devem ser feitos para identificar a intensidade ideal para ser usada em

humanos. A ampliação de medidas de avaliação noutros campos além do processo

inflamatório também seria pertinente, tendo em consideração todos os efeitos da SRDM.

Um único artigo foi seleccionado para a terapia da SRDM com microcorrentes. Curtis et al.

(2010) compararam os efeitos da terapia microcorrente versus placebo no tratamento a dor

muscular de início retardado. Os resultados revelam que produziu efeitos significativos na

diminuição da dor (p<0,05). Com isto, sugere-se uma investigação mais aprofundada sobre

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esta corrente e alargar os parâmetros de avaliação, pois apenas a dor está a ser avaliada neste

estudo. Outros parâmetros, como a força isométrica máxima, amplitude de movimento, a

perimetria e os níveis plasmáticos de CK e de Mb não foram avaliados. A utilização de um

grupo controle diferente, pois a perna contralateral foi considerada como controle.

Um artigo seleccionado refere-se aos efeitos do TENS na SRDM. So et al. (2007) avaliaram o

efeito da estimulação eléctrica neural transcutânea (TENS) em pontos de acupunctura

seleccionados para melhorar a taxa de recuperação da força muscular após a extensão

excêntrica do joelho. Os resultados mostram que o TENS, que foi colocado nos pontos de

acupuntura, produziu efeitos significativos na recuperação da força (p<0,001), no entanto não

produziu efeitos na remoção de lactato do sangue nem na frequência de potência média

(p<0,001). Mais parâmetros de avaliação deviam ser abordados e explorados neste estudo, e

outras variáveis tais como, tamanho do eléctrodo, a energia eléctrica e frequência, de forma da

onda, duração do estímulo, assim como as reavaliações deveriam ser mais prolongadas para

avaliar se eventualmente teria mais efeitos a longo prazo.

5. Conclusão

Podemos então concluir que não existe uma única teoria que explique o aparecimento da

sensação retardada de dor muscular. Alguns pesquisadores afirmam que teorias como a do

comprimento do sarcómero e a lesão do tecido conjuntivo, são as que se parecem com a

explicação provável no entanto, uma integração de duas ou mais teorias é mais plausível para

a explicação para a sensação retardada de dor muscular.

Esta revisão sistemática teve como objectivo avaliar a eficácia de intervenções

fisioterapêuticas no tratamento da SDRM. Há algumas evidências, embora limitadas, para o

uso da massagem, exercício concêntrico, laser, microcorrentes e TENS, enquanto a utilização

de AINE’s pode potencializar os efeitos se usada com exercício concêntrico. A utilização do

alongamento estático, a crioterapia, a terapia interferêncial e não são apoiadas por esta revisão

e mudanças na prática clínica deve reflectir isso. Além disso, a heterogeneidade no desenho

dos estudos (ou seja, o uso de grupos musculares diferentes, as diferenças nos processos de

indução de SRDM, as variações no momento de intervenção bem como a utilização de

medidas de resultados diferentes) e metodologias pobres dos ensaios (tamanho da amostra

pequena, utilização de uma escala de dor de baixa sensibilidade, insuficiente análise dos

resultados, restrição de parâmetros avaliados) são na generalidade as limitações destes

estudos.

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6. Referências Bibliográficas

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