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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO COMARCA DE SÃO PAULO FORO REGIONAL X - IPIRANGA 1ª VARA CÍVEL RUA AGOSTINHO GOMES, 1455, São Paulo - SP - CEP 04206-000 Horário de Atendimento ao Público: das Horário de Atendimento ao Público<< Campo excluído do banco de dados >> 0007305-25.2011.8.26.0010 - lauda 1 SENTENÇA Processo Físico nº: 0007305-25.2011.8.26.0010 Classe - Assunto Procedimento Sumário - Rescisão do contrato e devolução do dinheiro Requerente: Marcos Antonio Fernandes e outros Requerido: Monica Etel Lorenz e outros Justiça Gratuita Juiz(a) de Direito: Dr(a). Luis Fernando Cirillo Vistos. MARCOS ANTONIO FERNANDES, JOELMA MATOS DE LIMA e NOVA TRANS TRANSPORTES DE CARGAS LTDA. ajuizaram ação em face de MONICA ETEL LORENZ, MAURO JOCOPE RONCHI e MARIA TIODOSIO GONÇALVES, aduzindo, em suma, que: os autores, pretendendo adquirir um imóvel na região do Ipiranga, conheceram o corréu Mauro, que atua como corretor de imóveis; na ocasião, Mauro se disse integrante da administração do conjunto habitacional localizado na Rua Barão do Rio da Prata, 185, e apresentou aos autores a corré Monica, que disse ser proprietária da unidade 54-A; em 26/01/2011 a coautora Joelma e a corré Monica celebraram contrato de cessão de direitos e posse da unidade 54-A, pelo valor de R$ 32.000,00, sendo o pagamento realizado por meio de transferência da quantia de R$ 25.000,00 diretamente da conta da empresa Nova Trans para a conta da corré Monica, e o saldo remanescente, no valor de R$ 7.000,00, pago por meio de cheque de titularidade da empresa Nova Trans, cheque este depositado na conta da corré Maria, esposa de Mauro; ao tentarem ingressar na posse do imóvel, os autores foram impedidos pelo síndico, que sustentou que os autores não eram as primeiras pessoas a serem enganadas pelos réus, sendo certo que a unidade 54-A pertencia a Eduardo Alberto Lemos, que teria locado o imóvel para a corré Monica; os requeridos agiram com dolo, razão pela qual o contrato firmado entre as partes deve ser rescindido, sendo os réus condenados a efetuar o ressarcimento do valor pago, devidamente corrigido. A inicial veio acompanhada de documentos. O corréu Mauro apresentou contestação, também acompanhada de documentos, pela qual sustentou sua ilegitimidade passiva. No mérito, pleiteou a improcedência da ação. A corré Maria igualmente apresentou contestação, na qual sustentou que o cheque no valor de R$ 7.000,00 lhe foi repassado diretamente pela corré Monica para pagamento de serviços prestados, sem qualquer relação com o negócio firmado entre Monica e os autores. Réplica a fls. 105. Contestação com documentos da corré Monica a fls. 205/212, na qual sustentou que a coautora Joelma tinha conhecimento de que adquirira somente a posse do bem, além dos direitos e obrigações inerentes, devendo regularizar o financiamento do imóvel perante a Cohab. Réplica a fls. 216/217. É o relatório. Se impresso, para conferência acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/esaj, informe o processo 0007305-25.2011.8.26.0010 e o código 0A00000013LGU. Este documento foi assinado digitalmente por LUIS FERNANDO CIRILLO. fls. 1

SENTENÇA JUDICIAL

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SENTENÇA

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  • TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULOCOMARCA DE SO PAULOFORO REGIONAL X - IPIRANGA1 VARA CVELRUA AGOSTINHO GOMES, 1455, So Paulo - SP - CEP 04206-000Horrio de Atendimento ao Pblico: das Horrio de Atendimento ao Pblico>

    0007305-25.2011.8.26.0010 - lauda 1

    SENTENA

    Processo Fsico n: 0007305-25.2011.8.26.0010Classe - Assunto Procedimento Sumrio - Resciso do contrato e devoluo do dinheiroRequerente: Marcos Antonio Fernandes e outrosRequerido: Monica Etel Lorenz e outros

    Justia Gratuita

    Juiz(a) de Direito: Dr(a). Luis Fernando Cirillo

    Vistos.

    MARCOS ANTONIO FERNANDES, JOELMA MATOS DE LIMA e NOVA TRANS TRANSPORTES DE CARGAS LTDA. ajuizaram ao em face de MONICA ETEL LORENZ, MAURO JOCOPE RONCHI e MARIA TIODOSIO GONALVES, aduzindo, em suma, que: os autores, pretendendo adquirir um imvel na regio do Ipiranga, conheceram o corru Mauro, que atua como corretor de imveis; na ocasio, Mauro se disse integrante da administrao do conjunto habitacional localizado na Rua Baro do Rio da Prata, 185, e apresentou aos autores a corr Monica, que disse ser proprietria da unidade 54-A; em 26/01/2011 a coautora Joelma e a corr Monica celebraram contrato de cesso de direitos e posse da unidade 54-A, pelo valor de R$ 32.000,00, sendo o pagamento realizado por meio de transferncia da quantia de R$ 25.000,00 diretamente da conta da empresa Nova Trans para a conta da corr Monica, e o saldo remanescente, no valor de R$ 7.000,00, pago por meio de cheque de titularidade da empresa Nova Trans, cheque este depositado na conta da corr Maria, esposa de Mauro; ao tentarem ingressar na posse do imvel, os autores foram impedidos pelo sndico, que sustentou que os autores no eram as primeiras pessoas a serem enganadas pelos rus, sendo certo que a unidade 54-A pertencia a Eduardo Alberto Lemos, que teria locado o imvel para a corr Monica; os requeridos agiram com dolo, razo pela qual o contrato firmado entre as partes deve ser rescindido, sendo os rus condenados a efetuar o ressarcimento do valor pago, devidamente corrigido. A inicial veio acompanhada de documentos.

    O corru Mauro apresentou contestao, tambm acompanhada de documentos, pela qual sustentou sua ilegitimidade passiva. No mrito, pleiteou a improcedncia da ao.

    A corr Maria igualmente apresentou contestao, na qual sustentou que o cheque no valor de R$ 7.000,00 lhe foi repassado diretamente pela corr Monica para pagamento de servios prestados, sem qualquer relao com o negcio firmado entre Monica e os autores.

    Rplica a fls. 105.

    Contestao com documentos da corr Monica a fls. 205/212, na qual sustentou que a coautora Joelma tinha conhecimento de que adquirira somente a posse do bem, alm dos direitos e obrigaes inerentes, devendo regularizar o financiamento do imvel perante a Cohab.

    Rplica a fls. 216/217.

    o relatrio.

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  • TRIBUNAL DE JUSTIA DO ESTADO DE SO PAULOCOMARCA DE SO PAULOFORO REGIONAL X - IPIRANGA1 VARA CVELRUA AGOSTINHO GOMES, 1455, So Paulo - SP - CEP 04206-000Horrio de Atendimento ao Pblico: das Horrio de Atendimento ao Pblico>

    0007305-25.2011.8.26.0010 - lauda 2

    Segue a fundamentao.

    Julgo antecipadamente a lide, nos termos do art. 330, I, do CPC.

    A preliminar de ilegitimidade passiva articulada pelo corru Mauro de ser acolhida. Com efeito, no h nos autos comprovao de que Mauro tenha intermediado o contrato firmado entre Joelma e Monica, e tampouco tenha recebido comisso de corretagem em virtude da celebrao do negcio.

    Reconheo de ofcio a ilegitimidade passiva da corr Maria, uma vez que esta admitiu, em contestao, que recebeu o cheque de R$ 7.000,00 de titularidade da coautora Nova Trans em decorrncia de servios prestados corr Monica. Diante do fato de que o cheque que os autores alegam ter sido dado em pagamento do preo estava em poder da r Monica, resta evidenciado que o pagamento do preo ajustado entre as partes foi integralmente realizado pelos autores em favor de Monica, com o que de se reconhecer que Maria no fez parte do negcio objeto da demanda, e no pode, portanto, figurar no polo passivo do feito.

    Ao contrrio do que sustenta a corr Monica, os autores Marcos e Nova Trans possuem legitimidade para figurar no polo ativo da demanda. Com efeito, o pagamento do preo ajustado entre as partes foi realizado pela pessoa jurdica Nova Trans (fls. 12/13), da qual Marcos scio, como faz prova o contrato social de fls. 07/10.

    No mrito, a ao procedente.

    Restou comprovado pela documentao coligida aos autos que a corr Monica possua apenas a posse derivada do bem, decorrente do fato de ser locatria do imvel. Dessa forma, a requerida no possua a posse plena do imvel, nica hiptese em que estaria autorizada a ced-la a outrem. Portanto, o negcio celebrado entre as partes nulo, j que ningum pode transferir direitos que no possui.

    Cumpre ressaltar que no procede a alegao da r no sentido de que o negcio no se aperfeioou pelo fato de que coautora Joelma no teria cuidado de transferir o financiamento do imvel junto Cohab para seu nome. Como j colocado, fato que Monica no poderia ter transferido a outrem direito que no possua, qual seja, a posse plena do imvel. Dessa forma, a transferncia ou no do financiamento do imvel para a autora Joelma irrelevante para o deslinde da causa.

    No tocante ao pagamento do preo ajustado entre as partes, tem-se que a quantia acordada (R$ 32.000,00) foi integralmente repassada pelos autores r, uma vez que h nos autos comprovante de transferncia bancria no valor de R$ 25.000,00 para a conta da requerida (fls. 12), sendo certo que Maria, beneficiria do cheque de R$ 7.000,00 correspondente ao saldo devedor remanescente, admitiu que recebeu o cheque diretamente de Monica, como pagamento de servios prestados.

    Assim sendo, considerando a nulidade do negcio celebrado entre as partes, bem assim o fato de que Monica recebeu integralmente o preo ajustado, de rigor a condenao da r ao ressarcimento do valor pago pelos autores, devidamente atualizado.

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    0007305-25.2011.8.26.0010 - lauda 3

    ISTO POSTO, em relao aos rus Mauro e Maria, julgo extinto o feito, sem resoluo do mrito, por ilegitimidade de parte, nos termos do art. 267, VI, do CPC. Condeno os autores ao pagamento das custas, despesas processuais e honorrios advocatcios de dez por cento do valor atualizado da causa, para cada um dos rus. Julgo procedente a ao em relao corr Monica, para conden-la a ressarcir aos autores a quantia de R$ 32.000,00, com atualizao monetria a partir do desembolso e juros de mora de um por cento ao ms a partir da citao. Condeno a requerida ao pagamento das custas, despesas processuais e honorrios advocatcios de dez por cento do valor atualizado da condenao, em favor dos autores.

    P.R.Int.

    So Paulo, 26 de maro de 2015.

    DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSO MARGEM DIREITA

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