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Separação do Power Point

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As Emoções da Futura Mãe

De modo geral não se pode dizer que as depressões previamente presentes piorem a gravidez, obrigatoriamente, pois se observa exactamente o contrário na prática clínica, algumas mulheres apresentam uma melhora da sintomatologia depressiva quando se encontram grávidas.

Mesmo assim, as reacções emotivas da grávida tornam-se mais intensas e muitas delas ficam surpreendidas com sua habilidade emocional, onde até um simples anúncio televisivo pode fazê-las chorar. Além desses determinantes biológicos e hormonais, a grávida adolescente teria ainda razões de ordem existencial para alimentar a extrema habilidade afectiva.  

Normalmente, as pessoas costumam não acreditar serem suficientemente boas, suficientemente organizadas, suficientemente ricas ou suficientemente suportadas. As inseguranças, nessas questões de auto-estima, são normais e fisiológicas.

Da mesma forma, muitas mulheres não acreditam que serão capazes de ser boas mães. Em algumas adolescentes grávidas, o infantilismo fisiológico próprio da faixa etária e prontamente substituído por esse complexo de mãe incompetente.  .  

Geralmente a adolescente grávida passa a ser rodeada de conselhos, críticas, sugestões e advertências. Todos parecem ter algo a dizer; alguns amigos querem contribuir para o crescimento do filho, professores e parentes procedem com críticas amargas e dissimuladas, familiares mais próximos com veementes censuras... e assim por diante. 

Embora possa ser agradável receber alguma atenção, muitas vezes pode ser perturbador. A emotividade subjacente a este período torna a mulher hipersensível a algumas sugestões, nomeadamente, no que se refere à sua própria saúde ou à do seu bebé.

Quando a gravidez se torna óbvia e irreversível, a mulher passa a ter um estatuto que lhe confere alguns privilégios; caixas dos supermercados prioritárias para grávidas ou de lugares reservados nos transportes públicos, etc.  

De acordo com a pesquisa de Raquel Foresti, a gravidez tem uma dupla função para essas raparigas: “Além de servir como justificativa para a inadequação, a barriga traz um certo poder e até status dentro da família. Preenche o vazio que elas sentem por causa da crise de identidade”, afirma a psicóloga Raquel.

Adolescência e o Parto

O que tem preocupado obstetras, em geral, é a possibilidade da gravidez na adolescência ser considerada "de risco", com consequentes complicações por ocasião do

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parto. A gravidez será considerada de risco quando a gestante ou o feto estão sujeitos a lesões ou mesmo morte, em decorrência da gravidez ou puerpério (após o parto).  

As complicações mais frequentes da gravidez e parto na adolescência são:

1- Disgravidia, que é uma doença hipertensiva da gravidez com fortes possibilidades de convulsões;

2 - Maior índice de cesarianas;  

3 - Desproporção céfalo-pélvica, que é uma desproporção entre o tamanho da cabeça do feto e a pelve da mãe;  

4 - Síndromes hemorrágicas, chamada de coagulação vascular disseminada; 

5 - Lacerações perineais, envolvendo vagina e, às vezes do ânus;

6 - Amniorrexe prematura, que é ruptura precoce da bolsa;

7 - Prematuridade fetal.  

Depois do parto as adolescentes oferecem mais o seio para amamentação e estimulam mais os bebés que mães adultas (foi considerado estimular o bebé o acto de tocar, acariciar, afagar, beijar, acalentar e esfregar) favorecendo assim uma melhor interacção com a criança.

A Gravidez na Adolescência não é apenas um episódio, mas sim um processo de busca.

“Tenho dezoito anos e aos dezassete aconteceu-me uma coisa que mudou totalmente a minha vida”

(Sónia, 2005)

“O plano era perfeito: se tivéssemos um filho, ninguém poderia separar-me do Nico”“Fiquei grávida para vingar-me dos meus pais.”

(Sónia, 2005)

A Gravidez na Adolescência é uma realidade cada vez mais presente. A adolescente e o seu filho são particularmente vulneráveis aos riscos inerentes à gravidez e maternidade, devido à especificidade das alterações que ocorrem nesta fase etária.

” (…) Mas sou forte, refiz a minha vida e só quero ser feliz com o meu filho”.(SÓNIA, 2005)

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A Educação Sexual deve começar em casa, passar pela escola e estender-se aos profissionais de saúde. É primordial uma boa educação sexual, não nos podemos esquecer que a actividade sexual na adolescência vem-se iniciando cada vez mais precocemente, com consequências indesejáveis como o aumento da frequência de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) nessa faixa etária, e gravidez que, por sua vez, pode terminar em aborto com todas as consequências a ele inerentes.

A escola possui um papel fundamental relacionado com o ensinar o adolescente a conhecer o seu corpo. Os programas de educação sexual, transmitidos pelas escolas, quando a funcionar de modo adequado, poderão vir a desempenhar um papel insubstituível, já que permitem o diálogo e a circulação de informações sobre a sexualidade, sem preconceitos, superando desta forma os tabus. Os programas devem ser alargados aos pais que, na sua maioria, não se encontram preparados para tratar desta questão com os filhos. Por vezes, os adolescentes até partilhariam a sua experiência mas, muitos pais não querem ouvir ou fantasiam ter uma eterna criança em casa.

Gravidez na Adolescência nos Açores

Irene Pires, enfermeira reformada do Hospital de Angra do Heroísmo, considera preocupante o quadro de gravidezes precoces no arquipélago, que representam 10,2% do total de crianças que nascem nos Açores, salientando que o número tende a aumentar.

«Cada vez mais [os jovens] têm experiências sexuais mais cedo e, por isso, também gravidezes indesejadas», afirmou, defendendo que «a gravidez na adolescência é um problema social que envolve os adolescentes, a família e a própria sociedade».

“Os jovens deviam requerer consultas de planeamento familiar nos centros de saúde da zona onde residem, recordando que ainda são gratuitas, tal como a pílula e os preservativos”.

Irene Pires salientou que os jovens têm informação suficiente à sua disposição, mas «negligenciam os riscos», frisando, porém, que os pais são os «grandes responsáveis», porque «pensam que os adolescentes sabem tudo, mas não sabem».

«O sexo ainda é tabu em muitos casos e muitos pais também não têm conhecimento para falar nisso», acrescentou.

Em Rabo de Peixe, o número de gravidezes precoces passou de 186 em 2007 para 204 em 2009. Especialistas defendem que boa parte da culpa é dos pais porque o sexo ainda é tabu em muitas famílias. A que se deve este número tão elevado? Estarão as políticas de combate à gravidez na adolescência e ao sexo seguro a funcionar? Serão os pais os grandes responsáveis pela elevada taxa de filhos de adolescentes nos Açores? A média de idades destas meninas mães ronda os 15 anos. Esta situação é motivada pelo

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enraizamento profundo de uma cultura que teima em perdurar nos Açores e, nomeadamente em S. Miguel, onde só no ano passado registaram oficialmente 187 casos, com os Concelhos de Ponta Delgada e Ribeira Grande a encabeçarem a lista. “Em Rabo de Peixe, é mesmo motivo de orgulho ser-se mãe muito jovem. É uma cultura muito difícil de mudar…” Leonor Vasconcelos 

A instituição, centro de bem-estar social do Livramento, em funcionamento há seis anos, já recebeu 121 adolescentes grávidas, dos 12 aos 18 anos, onde a maior incidência de casos apresentam os 15 anos.

“Existe depois outra vertente que é o abandono para umas de uma vida de menina, para um caminho de incerteza, porque as raparigas, geralmente são as mais afectadas nestes casos. Para outras, ser mãe muito jovem acaba por ser o inicio da preparação de uma vida economicamente estável, pois tantas vezes são as próprias a dizerem que têm de ter filhos para poder ter uma boa vida. É que os subsídios que o Governo Regional atribui dá para viver sem se trabalhar….”.

No que diz respeito ao método contraceptivo, 55% não usou qualquer prevenção, ao passo que 20% utilizou o preservativo. Ainda a reter deste estudo, foi o facto de 70% das adolescentes terem confessado que não foi uma gravidez desejada, ao passo que 30% afirmaram estar conscientes do acto e das suas consequências.

Em 1995 registaram-se 412 casos de gravidezes de mães adolescentes na Região e, vinte anos depois, em 2007, cerca de 10% dos nascimentos nos Açores continuavam a ser de mães adolescentes (287 casos). Esta diminuição representou apenas 2,7%, mantendo-se nos Açores a taxa de gravidez na adolescência mais elevada do país.

São as ilhas de São Miguel e Terceira aquelas que têm mais incidência de gravidez precoce nos Açores. E, em São Miguel, o número de gravidez na adolescência é maior em Rabo de Peixe, Arrifes, Fajã de Cima, Feteiras, São Pedro e São Roque, periferia e cidade de Ponta Delgada. Na Terceira a maior incidência ocorre em São Mateus, Santa Luzia, Terra Chã e Conceição na periferia e cidade de Angra do Heroísmo.

A grávida adolescente na Região inicia a sua vida sexual “por volta” dos 15 anos e engravida aos 16 anos. A média encontrada na amostra da equipa de Maria Canavarro, é de 17,4 anos.

Após o anúncio da gravidez, as adolescentes, de harmonia com o estudo, passam a residir, em 76,1% dos casos, com o pai do bebé, com quem namoram há mais de ano, vivendo em união de facto ou mesmo casando. Ficam a residir, sobretudo, em casa dos pais ou com a família do companheiro/namorado. São filhas de agregados numerosos, o que configura “eventuais situações de sobrelotação”.

A grande maioria das grávidas adolescentes dos Açores (95,3%) possui um nível socioeconómico baixo e um número significativo destas adolescentes (76,8%) abandona

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a escola sem completar o 9º ano de escolaridade e “são muito poucas” as que frequentam o ensino profissional.

O estudo prova que a grande maioria (70,5%) já tinha abandonado o sistema educativo quando engravidou, alegando “desmotivação, falta de interesse, e ausência de vantagens associadas aos estudos”. Os pais destas jovens são, também eles, pouco escolarizados (72,2% dos pais e 64% das mães têm o primeiro ciclo).

As mães adolescentes reagem na sua maioria esmagadora (75,5%) de forma “razoável ou positiva”. Enquanto grávidas, “têm expectativas positivas, apesar de revelarem emoções e comportamentos indicadores de alguma dificuldade de adaptação, que se agravam após o nascimento do bebé”.

Toda esta realidade configura contextos sociais “de risco” que se podem encontrar em agregados familiares “numerosos, com baixo rendimento socioeconómico e níveis de escolarização baixos; onde se registam histórias frequentes de gravidez precoce; abandono do sistema educativo sem a escolaridade obrigatória; ausência de qualificações profissionais e fraca motivação das mulheres para o mercado de trabalho; início a vida sexual antes dos 16 anos, e relações de namoro, de duração superior a um ano, com companheiros mais velhos e activos”.

“É importante que as escolas garantam a permanência das grávidas adolescentes, criando soluções que permitam a conciliação de papéis, nomeadamente com o recurso à colocação dos bebés em creches ou outros sistemas integrados de apoio à família”.

O único método cem por cento eficaz para evitar a gravidez é a abstinência, isto é, não ter relações sexuais. Mas os métodos contraceptivos ajudam a prevenir a gravidez não desejada, permitindo a vivência da sexualidade de forma saudável e segura.

Preservativo masculino

Definição

O preservativo constitui uma barreira à passagem do esperma para a vagina durante o coito. A maioria dos preservativos são feitos de latex. Quando usado correctamente, para além de ajudar a prevenir a gravidez, é um método que diminui o risco de contrair IST’s. Trata-se de uma forma de contracepção que envolve o homem.

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Nível de eficácia

A eficácia  deste método depende da sua utilização correcta e sistemática. 5 a 10 gravidezes por ano em cada 100 mulheres

Vantagens

Não necessita de acompanhamento médico Previne as IST’s Pode contribuir para minorar situações de ejaculação precoce Ausência de efeitos secundários graves ou contra-indicações

Desvantagens Podem surgir reacções alérgicas

Preservativo feminino

Como funciona

O preservativo feminino tem a forma de um tubo feito à base de silicone com um anel na extremidade. Deve ser introduzido na vagina antes da relação sexual. Depois da ejaculação, o preservativo retém o esperma prevenindo o contacto com colo do útero, evitando a gravidez. O preservativo feminino protege contra as IST’s e deve ser indicado em situações de ejaculação precoce.

Nível de eficácia

 Se usado correctamente, é um método seguro. Estima-se que possam ocorrer 10 gravidezes por cada ano em 100 mulheres (Fonte: DGS)

Vantagens

Previne contra as infecções sexualmente transmissíveis Ausência de efeitos secundários ou contra-indicações graves Não necessita a supervisão médica É um método cuja utilização depende da mulher

Acesso

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O preservativo feminino é ainda de difícil acesso para aquisição em Portugal. Mas está disponível em delegações da APf, através da Coordenação Nacional para   a Infecção   VIH/SIDA  e organismos do sistema Nacional de Saúde (Ver circular DGS)

ADESIVO

O que é e como funciona

Trata-se de um adesivo fino, quadrado, confortável e fácil de aplicar. O adesivo transfere uma dose diária de hormonas, o estrogéneo e progestagéneo, através da pele para a corrente sanguínea.

Estas hormonas são similares às  produzidas pelos ovários e usadas também nas pílulas contraceptivas.

O adesivo funciona de duas formas: - Impede a ovulação (libertação do óvulo) - Torna mais espesso o muco do colo do útero, dificultando a entrada dos

espermatozóides no útero.

Nível de eficácia

Apesar de não haver ainda muita informação, estima-se que a taxa de eficácia se aproxime dos 98%.   

Forma de utilização

Cada adesivo é colocado uma vez por semana, durante 3 semanas consecutivas, seguidas de uma semana de descanso:

- O primeiro adesivo é aplicado no 1º dia da mesntruação, o "dia de início". Não é necessário um método contraceptivo adicional.

- Após sete dias, o primeiro adesivo é retirado e substituído por outro - "dia de mudança". Esta mudança ocorrerá no 8º e 15º dia do seu ciclo. O adesivo pode ser mudado a qualquer hora do dia.

- Após três semanas, a mulher faz a sua "semana de descanso", durante a qual pode aparecer uma hemorragia (hemorragia de privação).

- Um novo ciclo recomeça após um período de sete dias sem o adesivo. O novo adesivo é aplicado no 8º dia.

Se a mulher aplicar o adesivo num dia qualquer à sua escolha e não no 1º dia da menstruação (1º dia do ciclo), é necessário que se proteja durante sete dias com um método contraceptivo não hormonal, como por exemplo, o preservativo ou espermicidas.

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Vantagens

- A mulher não tem que pensar todos os dias em contracepção, apenas tem que se lembrar de mudar uma vez por semana o adesivo.

- É fácil de usar.

- Ao contrário da pílula, as hormonas não necessitam de ser absorvidas pelo aparelho digestivo, permitindo que a eficácia deste método não seja posta em causa, em caso de vómitos ou diarreia.

- Normalmente torna as hemorragias regulares, mais curtas e menos dolorosas.- É um método reversível.

O adesivo oferece uma excelente aderência. A mulher pode continuar a realizar as suas actividades diárias como o banho, duche, idas à piscina, exercício físico, sem nenhuma medida especial de precaução.

Desvantagens

Não protege contras as infecções sexualmente transmissíveis.

Efeitos secundários

Existem situações nas quais é desaconselhada a utilização do adesivo contraceptivo.Os seus efeitos secundários são similares aos observados com a pílula combinada. Assim, mulheres que têm contra-indicações para o uso da pílula, não podem utilizar este método contraceptivo.