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1 PREFEITURA MUNICIPAL DE AÇAILÂNDIA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO COORDENADORIA DE ORIENTAÇÃO E SUPERVISÃO PEDAGÓGICA COSUP DISCIPLINA: GEOGRAFIA TÉCNICO RESPONSÁVEL: DORALICE NEPONUCENA FERREIRA PÚBLICO ALVO: PROFESSORES DE GEOGRAFIA DA REDE PÚBLICA MUNICIPAL SEMANA DIAGNÓSTICA DA 5º A 8º SÉRIE AÇAILÂNDIA MA 2012 “Uma das atitudes essenciais para promovermos uma educação de qualidade é mudar o foco do ensino por conteúdos para expectativa de aprendizagem.” Cristina Sancho EJA

Sequencia didática eja sem. diagnóstica

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PREFEITURA MUNICIPAL DE AÇAILÂNDIA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

COORDENADORIA DE ORIENTAÇÃO E SUPERVISÃO PEDAGÓGICA – COSUP DISCIPLINA: GEOGRAFIA

TÉCNICO RESPONSÁVEL: DORALICE NEPONUCENA FERREIRA PÚBLICO ALVO: PROFESSORES DE GEOGRAFIA DA REDE PÚBLICA

MUNICIPAL

SEMANA DIAGNÓSTICA DA 5º A 8º SÉRIE

AÇAILÂNDIA – MA

2012

“Uma das atitudes essenciais para promovermos uma

educação de qualidade é mudar o foco do ensino por

conteúdos para expectativa de aprendizagem.”

Cristina Sancho

Cr

EJA

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Avaliação Diagnóstica, Formativa e Somativa By Roseli Brito

O ano letivo começou, e então você já deve estar pensando, “ começa tudo de novo, e terei os mesmos problemas que tive no ano anterior”. Bem, se essa é a sua atual visão das coisas, quero lembrar que a definição de loucura é “fazer tudo do mesmo jeito e esperar que o resultado saia diferente”. Assim sendo, se você fizer exatamente o que fez no ano passado, certamente colherá os mesmos resultados ao longo deste novo ano.

Ocorreram problemas de indisciplina? Baixo aprendizado? Se a resposta foi SIM para uma das perguntas ou para ambas então vocês precisa repensar a sua prática atual! E a melhor maneira de fazer isso é perguntar-se: “ como os meus alunos estão chegando ? quem são eles? O que eles já sabem? O que precisam aprender ? como eles poderão aprender melhor ? “.

Lembre-se que o Planejamento não é sobre você ou suas necessidades. Quem dita o quê e o como, são os alunos. São as necessidades DELES que precisam ser atendidas. Para isso é preciso investigar e encontrar as respostas para as perguntas que foram feitas anteriormente.

A ferramenta que você usará para responder à essas perguntas é realizando a Avaliação Diagnóstica. Não importa a matéria que você leciona, ou o grau de ensino. Quer seja no Infantil, Fundamental, Médio, Técnico ou EJA, a Avaliação Diagnóstica presta-se ao mesmo objetivo: diagnosticar, verificar e levantar os pontos fracos e fortes do aluno em determinada área de conhecimento.

É importante frisar que, infelizmente, muitos Professores utilizam apenas prova escrita para a realização desta avaliação. Quando na verdade existem mil e uma maneiras de realizar este levantamento de forma que os resultados sejam mais verdadeiros que aqueles levantados em uma mera prova escrita.

Esta avaliação não se restringe apenas ao início do ano letivo, porém deve ser usado ao longo do processo de aprendizado, para isso lance mão de dinâmicas, jogos, debates, desafios, apresentações, vídeos, produções musicais, construção de maquetes, resolução de problemas, brincadeiras, criação de blogs, fórum, etc.

Quando utilizada no início do ano letivo a avaliação diagnóstica fornece dados para que o planejamento seja ajustado e contemple intervenções para retomada de conteúdos, ou realização de encaminhamentos para reforço escolar, e até mesmo para Especialistas (Psicólogo, Fonoaudiólogo, Psicopedagogo), e quando feita ao longo do ano possibilita que tanto o aluno quanto o Professor possam refletir sobre a utilização de novas estratégias de aprendizado.

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“Jamais os dados da avaliação devem ser usados para classificar ou rotular o aluno em “aluno bom” ou “ aluno ruim”. O Professor deve ter em mente que a avaliação oferece um momento de aprendizado para ambos, professor e aluno. Enquanto Professor é possível verificar quais estratégias estão ou não funcionando, além de ser possível constatar quais hipóteses os alunos estão levantando na internalização e construção de determinado conceito.

Já para o aluno, com o devido feedback do professor, torna possível a compreensão e mensuração do conhecimento adquirido e quais hipóteses são verdadeiras ou falsas, para que o aluno possa descartar as falsas hipóteses e fique focado naquelas que o levarão ao aprendizado do conceito estudado. O feedback do professor lança a luz, clareando os chamados “ pontos cegos” em que o aluno se encontra tornando possível, assim, o avanço para a etapa seguinte do processo.

Nesta etapa a avaliação inicialmente diagnóstica, evolui para uma avaliação formativa, onde o processo de descoberta que induz a novas elaborações de aprendizado, sempre mediadas pelo professor, é o que de fato importa e conta.

A Avaliação Formativa é o tipo de avaliação que deveria prevalecer dentro das escolas, por ser mais justo e atender de fato às necessidades dos alunos. Infelizmente, o que vemos é o uso da avaliação somativa, cujo único objetivo é meramente alcançar determinada nota para “passar” de ano, os alunos são rotulados pelas notas que alcançam e não são auxiliados onde de fato precisam de ajuda.

“Por isso, antes de chegar “ditando” o que você irá ensinar, comece em “ perguntando” o que os alunos já sabem para levantar o que eles de fato “precisam” aprender.

BIBLIOGRAFIA SUGERIDA:

HOPFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção da pré-escola à Universidade. P. Alegre. Educação e Realidade. 1993.

LUCHESI, C. Verificação ou Avaliação: o que pratica a escola? A construção do projeto de ensino e avaliação, nº 8, São Paulo FDE. 1990

WERNECK, H. Se você finge que ensina, eu finjo que aprendo. Vozes. Petrópolis. 1994.

Diagnóstico em Geografia: você sabe o que eles já sabem?

Realizar uma sondagem do que os alunos conhecem no início do ano é

essencial, certo? Saiba aqui como fazer isso com Geografia

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O novo ano já começou, daí a preocupação para diagnosticar a nova turma

que em breve acompanhará. O cuidado deve partir em todas as ações

pedagógicas, a começar pela chamada que deve promover no (a) educando (a)

ação de pertencimento, de identidade, para que prepare -os (as) para uma

aprendizagem significativa a partir da sondagem investigando o que eles (as)

sabem para então propor soluções problemas daquilo que eles (as) ainda não

sabem. É o chamado diagnóstico inicial ou sondagem das aprendizagens , uma

das atividades mais importantes no diálogo entre o ensino e a aprendizagem.

Afinal, não dá para decidir que a turma tem de dominar determinado tema sem

antes descobrir o que ela já conhece sobre esse assunto. Até porque,

diferentemente do que muitos acreditam, ela costuma saber muita coisa. "Antes

mesmo de entrar na escola, as crianças têm idéias prévias sobre quase todos

os conteúdos escolares. Desde pequenas, elas interagem com o mundo e

tentam explicá-lo", afirma Jussara Hoffmann, especialista em Educação e

professora aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

(UFRGS). "É preciso conhecê-las para não repetir conceitos nem propor

tarefas além do que a garotada é capaz de compreender."

Daí a importância da avaliação inicial. "Esse olhar é imprescindível para

construir uma visão detalhada de cada estudante e, com isso, poder planejar

as aulas com base nas reais necessidades de aprendizagem do grupo", explica

Jussara. O bom diagnóstico não tem por objetivo contabilizar os erros ou

classificar (e rotular) os alunos. Ou seja, não é uma prova, no sentido

tradicional. "A idéia é enxergar problemas semelhantes que permitam

direcionar o planejamento das atividades", completa LEIKAWATABE,

coordenadora de o Programa Ler e Escrever, da prefeitura de São Paulo. Em

outras palavras, o que está em jogo é entender as principais necessidades da

turma para orientar as formas de ensinar. Por isso a missão da disciplina é

preparar a garotada para se localizar no mundo, compreender o local onde vive

e as relações entre natureza e sociedade, estimulando a capacidade de

desenvolver o raciocínio espacial que é um dos grandes desafios da Geografia

tornando o diagnóstico capaz de promover uma aprendizagem significativa

Sueli Furlan, docente da Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da

Universidade de São Paulo (USP) e selecionadora do Prêmio Victor Civita

Educador Nota 10, alerta para currículos muito prescritivos. "Uma boa proposta

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na área pode trabalhar bem os grandes eixos, indicar conteúdos e exemplificar

com situações didáticas." Roberto Giansanti, consultor e autor de livros

didáticos, diz que é preciso levar o aluno a aprimorar o domínio da linguagem

geográfica para que ele saiba se localizar no mundo. A ênfase do trabalho deve

estar nas atividades que prevêem a aplicação do conhecimento e de

referenciais geográficos. "O educador deve saber empregar os conceitos de

paisagem, território, região, lugar, espaço e escala de modo que os alunos

possam exercitar a leitura do mundo." O período de sondagem ou Semana

Diagnóstica realizado corretamente é a chave para o profissional de geografia

estimular o educando a desenvolver as competências e adquirem as

habilidades dos eixos de estudo da disciplina e assim, juntos na construção

do conhecimento, promover uma educação de qualidade.

Pontos cardeais: orientação, lugar e paisagens

Aproveite o entorno da escola e as ferramentas disponíveis na internet para trabalhar o conhecimento sobre os pontos cardeais Nesta série o (a) educando ( a ) deve dominar as competências: - Ampliar as noções de referência espacial. - Utilizar, no seu cotidiano e em mapas, os referenciais espaciais de localização e orientação. - Representar os lugares onde vive e se relaciona. Conteúdos - Orientação pelo Sol. - Pontos cardeais e colaterais. Ano: 5ª e 6ª Série Tempo estimado Seis a oito aulas. Material necessário Caderno de anotações, régua, papel e lápis. Laboratório de informática com acesso a internet ou mapa do bairro e da cidade. Desenvolvimento 1ª etapa

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Comece fazendo perguntas e peça que seus alunos registrem as respostas no caderno:

Em quais partes da sua casa tem Sol pela manhã?

E à tarde?

Solicite que nos próximos dias eles façam no caderno um diário das posições do Sol, anotando onde ele está quando acordam, quando vão para o trabalho e quando voltam para casa. Peça também que após as observações desenhem o trajeto de casa ao trabalho ou vice-versa.

2ª etapa

Explique que o Sol surge todos os dias, não necessariamente no mesmo lugar, mas no mesmo lado da Terra e que este lado do planeta foi denominado desde a antiguidade de leste ou nascente. Informe também que o Sol se põe ou desaparece, também não exatamente no mesmo lugar, mas no mesmo lado da Terra e que este lado é chamado de oeste ou poente. Explique que tais nomes foram criados na antiguidade quando o homem pensava que o Sol girava em torno da Terra. Com base nos conhecimentos que os alunos obtiveram em suas observações ajude-os a identificar o leste. Solicite então que se levantem e fiquem de frente para a parede identificada como o lado leste e lembre que do lado contrário estará o lado oeste, do lado direito estará o sul e do lado esquerdo, o norte. Agora peça que apontem o braço direito para o lado leste e digam de que lado fica o oeste (do lado esquerdo), o norte (à frente) e o sul (nas costas).

Peça que todos saiam da posição, troquem de lugar e depois repita a atividade, pedindo agora que os alunos se posicionem de costas para o leste. Ajude-os a identificar as demais direções. Fazendo esses diferentes exercícios eles começarão a compreender que há várias possibilidades de utilizar o próprio corpo para se orientar no espaço.

3ª etapa

Informe que eles vão aprender a se orientar geograficamente em seus deslocamentos após entender os movimentos do Sol. Desenhe a rosa dos ventos no chão da sala e apresente os pontos cardeais e colaterais. Explique que os nomes dos pontos cardeais foram criados pelos homens para demarcar suas posições e deslocamentos no espaço, especialmente quando precisavam percorrer longas distâncias. Relembre que apesar do nome eles indicam todo um lado da Terra e não um ponto específico.

Proponha um jogo em que a turma se desloque pela sala. Um aluno dá o comando, o outro segue e depois troca (por exemplo: Miguel vá para o leste, João siga para sudeste, Pedro vá para Noroeste). Para facilitar o trabalho desenhe uma rosa dos ventos no chão do centro da sala de aula (lembre-se de fazer o desenho tendo como referência a posição real da sala em relação ao

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Sol e não simplesmente reproduzindo o desenho tal como ele aparece nos livros didáticos).

4ª etapa

Oriente os alunos a fazer o desenho de sua sala de aula e a produzir sua própria rosa dos ventos, colocá-la sobre seu desenho e utilizá-la para indicar sua posição, a dos colegas e de outros referenciais.

5ª etapa

Peça que os alunos contem para os demais o que observaram com relação à posição do Sol em seus caminhos. Informe que agora eles aplicarão esses conhecimentos aos mapas.

Fazendo uso de Mapas

Explique que atualmente a maioria dos mapas utiliza o norte como referência (ou seja, apresentam na parte superior do papel os lugares e paisagens que ficam ao norte) porque se trata de uma convenção (ou regra) estabelecida pelos cartógrafos. Mostre a eles alguns mapas que ilustram essa afirmação (mapa-múndi, mapa do Brasil, mapa do Estado etc). Informe também que, embora seja uma convenção adotada atualmente, não há erro em utilizar outras referências para desenhar os mapas. Isso inclusive já foi feito no passado.

Avaliação Leve a classe ao laboratório de informática para explorar o Google Earth

Ajude-os a localizar sua cidade e seu bairro no mapa. Informe que este mapa (e imagem) está orientado a partir do norte e pergunte onde está o leste. Com base nessas informações os alunos deverão posicionar seu mapa (do trajeto casa-trabalho) com o do site (caso não os tenha produzido orientados para o norte) e compará-los procurando responder questões como: Em que direção você se desloca para ir da sua casa até o seu trabalho? Qual é a posição geográfica da escola em relação ao bairro ou à cidade?

Caso não tenha acesso à internet na escola, realize a mesma atividade utilizando um mapa (como aqueles disponíveis nas listas telefônicas) ou obtenha o mapa do bairro, da cidade ou fotografias aéreas nos órgãos públicos locais.

Analise o itinerário feito pelos alunos e confira as informações contidas em cada um.

Mapas fonte : Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Seqüência didática 7ª e 8ª serie

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Conteúdos - Cartografia. - Localização espacial. Pretende-se que nessa série o (a) educando (a) seja capaz de: - Identificar os tipos de escalas existentes nos mapas - Resolver soluções problemas relacionadas à distância de um ponto qualquer da terra a outro ponto - Localizar-se na Terra fazendo uso dos Pontos Cardeais, Colaterais, Sub colaterais e Mapas. Anos 6º ao 9º. Tempo estimado Oito aulas. Material necessário Papel, régua, lápis, computador com acesso à internet e o programa Google Earth Desenvolvimento 1ª etapa Oriente os alunos a observar o trajeto desde a casa até a escola, identificando pontos para a localização. Peça que transformem a observação num croqui, cuidando para representar as referências. 2ª etapa Diante do computador, divida a turma em grupos e solicite que explorem este site. Explique que o desafio é encontrar, entre os mapas disponíveis, um que mostre a localização da escola. Oriente-os a comparar os croquis com os mapas: os pontos de referência são os mesmos? Como são identificados? Explique que os desenhos disponíveis são representações bidimensionais de espaços tridimensionais, com símbolos, legendas e escala específicos. 3ª etapa Hora de visualizar a localização em imagem real. Abra o programa Google Earth e convide a turma a buscar uma imagem da escola. Siga o seguinte procedimento: clique no botão "Mostrar a barra lateral" e em "Voar para". Digite "Brasil", espere a imagem "voar" até o país. Introduza o nome da cidade e oriente os estudantes a aproximar a imagem até o objetivo. Pergunte aos alunos o que estão vendo. É a mesma visão que temos ao caminhar pelas ruas? Leve-os a perceber que imagens aéreas e de satélite são a real visualização da superfície no plano vertical.

4ª etapa Peça que comparem a imagem do Google Earth com o croqui que haviam

elaborado e observem o que querem acrescentar ou modificar.

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Texto complementar

5 perguntas e respostas sobre pontos cardeais

Tanto a tecnologia como as práticas antigas são úteis para ensinar a localização de norte, sul, leste e oeste. Saiba como aproveitar bem essas duas vertentes

Ana Ligia Scachetti ([email protected])

Paisagem à frente Alunos do 5º ano da EBM Professora Dilma Lúcia dos Santos, em Florianópolis, desenharam o que viam em uma das direções.

O conhecimento sobre os pontos cardeais é importante desde a época das grandes navegações. Graças a ele, você olha um guia de ruas e sabe para onde ir ou a que distância está do local desejado. "Os saberes da cartografia não foram superados pela tecnologia e os pontos cardeais são o início para a pessoa se tornar um leitor consciente de mapas", afirma Jussara Fraga Portugal, professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Apesar do nome, norte, sul, leste e oeste indicam a inclinação máxima do movimento do Sol no céu e representam um lado inteiro do horizonte (não apenas um ponto). Então confira a seguir alguns cuidados a tomar na abordagem desse tema e idéias a desenvolver nas aulas.

1 Com a popularização do GPS, ainda faz sentido aprender os pontos cardeais?

Sim. "Esse aprendizado é importante para que os alunos entendam como funciona o GPS (sistema de posicionamento global) e por quê, algumas vezes, ele dá uma informação imprecisa", responde Rosângela Doin de Almeida, professora aposentada da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), campus de Rio Claro. Os conceitos de cartografia contribuem para que eles compreendam os caminhos indicados e saibam agir sem os equipamentos.

2 Como as tecnologias devem ser utilizadas em sala de aula?

O GPS e o Google Maps podem ampliar os conhecimentos da turma. Utilizando as técnicas convencionais apresentadas na página seguinte, identifique o que está ao norte da sala de aula e depois utilize a bússola do GPS para confirmar a marcação. Consulte no Google Maps um caminho que inclua indicações como "siga na direção nordeste". Estude o trajeto com a classe e depois compare com o desenho do Google. Mas é importante que os alunos entendam os pontos cardeais sem os equipamentos. "Caso contrário, o GPS vai indicar para onde seguir, a pessoa vai, mas não sabe para onde está indo", alerta Loçandra Borges de Moraes, professora da Universidade Estadual de Goiás, campus de Anápolis.

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3 É correto buscar o leste com o braço indicando o Sol?

Sim. Porém o aluno deve entender que a referência para encontrar o leste é o Sol nascente, e não o Sol a qualquer momento do dia. Além disso, os movimentos da Terra (rotação e translação) fazem com que a posição do nascer do Sol mude ao longo do ano e seja diferente nas regiões do planeta. A professora Cristhianny Abreu, do 3º ano da EBM Professora Dilma Lúcia dos Santos, em Florianópolis, trabalhou o tema com suas turmas. No pátio, as crianças observaram o lado do nascer do Sol, desenharam e descreveram o que viam em uma das direções. Depois, marcaram no caderno onde o Sol estava quando acordavam, no trajeto para a escola e quando chegavam para as aulas. O resultado foi compartilhado e debatido na sala de aula e o assunto voltou a ser trabalhado ao longo do ano.

4 Deve-se usar a bússola com a agulha imantada?

Sim, mas a agulha imantada indica o norte magnético, e não o norte geográfico. Por isso, o uso da bússola (seja ela profissional ou feita pela turma) precisa ser acompanhado da explicação sobre a diferença dessas duas marcações e sobre os campos magnéticos da Terra. Jussara explica que o norte magnético sofre variações em sua declinação ao longo do tempo em relação ao norte geográfico, também chamado de verdadeiro. Por essa complexidade, sugere-se que a bússola seja usada depois que a classe tiver a noção de magnetismo. Antes disso, o mais indicado é observar o movimento do Sol e a sombra que ele faz na Terra. Isso pode ser feito utilizando recursos como um globo e um foco de luz. Com eles, é possível reproduzir os efeitos da rotação do planeta.

5 Como aproximar o tema dos alunos?

Jussara sugere uma brincadeira simples: com giz colorido, solicite que a turma desenhe a rosa dos ventos no chão. Peça que cada grupo vá para um sentido, aumentando a complexidade (primeiro os pontos cardeais e depois os colaterais). Outra opção, indicada por Rosângela, é a construção do gnômon. Ele pode ser montado no pátio, em um local plano com incidência de sol, com uma vara fincada no chão na vertical. Com ele, é possível identificar os pontos cardeais com base na marcação da sombra.