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Série Pensando o Direito Nº 12/2009 – versão integral
Balanço do Código de Defesa do Consumidor e o necessário diálogo das fontes na perspectiva de consolidação normativa do Direito do Consumidor
Convocação 01/2007
Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul Departamento de Direito Público e Filosofia do Direito
Coordenação Acadêmica: Claudia Lima Marques e Rosângela Lunardelli Cavallazzi
Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça (SAL) Esplanada dos Ministérios, Bloco T, Edifício Sede – 4º andar, sala 434
CEP: 70064-900 – Brasília – DF www.mj.gov.br/sal
e-mail: [email protected]
1
CARTA DE APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL
A Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça (SAL) tem por objetivo
institucional a preservação da ordem jurídica, dos direitos políticos e das garantias constitucionais.
Anualmente são produzidos mais de 500 pareceres sobre os mais diversos temas jurídicos, que
instruem a elaboração de novos textos normativos, a posição do governo no Congresso, bem como
a sanção ou veto presidencial.
Em função da abrangência e complexidade dos temas analisados, a SAL formalizou, em
maio de 2007, um acordo de colaboração técnico-internacional (BRA/07/004) com o Programa das
Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), que resultou na estruturação do Projeto
Pensando o Direito.
Em princípio os objetivos do Projeto Pensando o Direito eram a qualificação técnico-
jurídica do trabalho desenvolvido pela SAL na análise e elaboração de propostas legislativas e a
aproximação e o fortalecimento do diálogo da Secretaria com a academia, mediante o
estabelecimento de canais perenes de comunicação e colaboração mútua com inúmeras instituições
de ensino públicas e privadas para a realização de pesquisas em diversas áreas temáticas.
Todavia, o que inicialmente representou um esforço institucional para qualificar o trabalho
da Secretaria, acabou se tornando um instrumento de modificação da visão sobre o papel da
academia no processo democrático brasileiro.
Tradicionalmente, a pesquisa jurídica no Brasil dedica-se ao estudo do direito positivo,
declinando da análise do processo legislativo. Os artigos, pesquisas e livros publicados na área do
direito costumam olhar para a lei como algo pronto, dado, desconsiderando o seu processo de
formação. Essa cultura demonstra uma falta de reconhecimento do Parlamento como instância
legítima para o debate jurídico e transfere para o momento no qual a norma é analisada pelo
Judiciário todo o debate público sobre a formação legislativa.
Desse modo, além de promover a execução de pesquisas nos mais variados temas, o
principal papel hoje do Projeto Pensando o Direito é incentivar a academia a olhar para o processo
legislativo, considerá-lo um objeto de estudo importante, de modo a produzir conhecimento que
possa ser usado para influenciar as decisões do Congresso, democratizando por conseqüência o
debate feito no parlamento brasileiro.
Este caderno integra o conjunto de publicações da Série Projeto Pensando o Direito e
apresenta a versão na íntegra da pesquisa sobre Balanço do Código de Defesa do Consumidor e o
necessário diálogo das fontes na perspectiva de consolidação normativa do Direito do
Consumidor, conduzida pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Dessa forma, a SAL cumpre seu dever de compartilhar com a sociedade brasileira os
resultados das pesquisas produzidas pelas instituições parceiras do Projeto Pensando o Direito.
Pedro Vieira Abramovay
Secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça
2
CARTA DE APRESENTAÇÃO DA PESQUISA
No Projeto MJ-PNUD, "Repensando o Direito", a Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS), em conjunto com duas ONGs de defesa do consumidor, o BRASILCON - Instituto
Brasileiro de Política e Direito do Consumidor (Brasília) e a ADECON-PE (Recife), realizou o
Projeto BRA/07/004, com a pesquisa intitulada “Balanço do Código de Defesa do Consumidor e o
necessário diálogo das fontes: Perspectivas de consolidação normativa do Direito do Consumidor”.
A pesquisa procurou responder à importante questão se o Código de Defesa do Consumidor
(CDC,Lei 8.078 de 1990) estava ainda atualizado, levantar as mais de 500 propostas legislativas de
mudanças diretas e indiretas desta importante lei para o cidadão brasileiro e analisar criticamente
os 224 projetos selecionados pela SAL-MJ, como os mais importantes.
Nossa hipótese de pesquisa foi confirmada, qual seja de que o CDC está sim atualizado e
que representa um micro-sistema de excelência, o qual deve ser mantido e desenvolvido
positivamente, sem quebra de sua eficiência atual.
A pesquisa identificou três temas novos do direito do consumidor como eixos para futuras
mudanças legislativas: a) crédito ao consumidor e superendividamento; b) o comércio eletrônico
de consumo, e c) o novo consumo internacional.
Nossa hipótese de pesquisa subsidiária, de que o tema apesar dos 19 anos do CDC ainda
não é suficientemente estudado na academia e nos grupos de pesquisa no Brasil, também foi
confirmada. Assim foi produzido material de pesquisa nos três temas novos mencionados, e
incluídos em um CDRoom interativo produzido pelo grupo com todo o material resultado da
pesquisa para ser distribuído ao Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) e um
CDRoom interativo produzido somente para a SAL com os pareceres elaborados pelo grupo para
os 224 projetos e o modelo de parecer para os demais projetos.
Porto Alegre, 2 de outubro de 2009.
Claudia Lima Marques e Rosângela Lunardelli Cavallazzi
Coordenadoras Acadêmicas
3
AGRADECIMENTO
Permitam-nos cumprimentar e agradecer à SAL-MJ e ao PNUD pela iniciativa de atrair a
academia para um diálogo sobre o Direito do consumidor. A Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, através da Faculdade de Direito, do Grupo de Pesquisa CNPq "Mercosul e Direito do
Consumidor" e do Núcleo do PPGdir.-UFRGS sobre superendividamento, uniu-se a duas
organizações não governamentais, uma entidade de defesa do consumidor, a ADECON-PE,
coordenada pelas Profas. Rosana Grimberg e Larissa Leal, e um instituto científico, que congrega
magistrados , membros do Ministério Público, advogados, defensores públicos, procurados,
advogados da união e servidores dos PROCONS, o Brasilcon, Instituto Brasileiro de Política e
Direito do Consumidor, com seus núcleos de Brasília (sede), Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul
para este trabalho interdisciplinar e complexo.1 As pesquisas foram coordenadas por Claudia Lima
Marques, pela UFRGS e Rosângela Lunardelli Cavallazzi (PUC-RJ), pelo Brasilcon e contaram
com o apoio e a cooperação do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor-DPDC-SDE, a
quem agradecemos nas pessoas do Dr. Ricardo Morishita e Laura Schertel Mendes.
Através do Brasilcon ainda contamos, no Rio de Janeiro, com a ajuda da OAB-Rio de
Janeiro (Departamento de Pesquisa), da UFRJ-Prourb, PUC-RJ e da Defensoria Pública da União,
em Porto Alegre, com a ajuda do PROCON-RS, da Defensoria Pública do RS e o decisivo apoio
da Escola Superior da Magistratura do Rio Grande do Sul e da Corregedoria do Tribunal de justiça
do Rio Grande do Sul, em Brasília, com a ajuda do UniCEUB e PROCON-SP, em Recife, com a
ajuda da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Pernambuco e seu núcleo sobre
pesquisas de cidadania. As pesquisa realizadas, de campo, jurisprudenciais e doutrinárias,
contaram com a ajuda também de vários pesquisadores-bolsistas de iniciação científica, tanto do
Direito, Relações Internacionais e Educação, assim como da Arquitetura e Informática, aos quais
agradecemos.
A equipe2 contou com mais de 30 pessoas, entres alunos de iniciação científica,
mestrandos, doutorandos, professores, advogados, defensores públicos, servidores dos PROCONs
envolvidos, além da secretaria da UFRGS e do Brasilcon, na OAB-RJ.
1 Projeto BRA/07/004 (UFRGS, BRASILCON -Núcleos RJ, RS, BSB e ADECON – PE), Título: Balanço do Código
de Defesa do Consumidor e o necessário diálogo das fontes: Perspectivas de consolidação normativa do Direito do
Consumidor. Instituições Proponentes: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Instituto Brasileiro de
Política e Direito do Consumidor (BRASILCON) e Associação de Defesa da Cidadania e do Consumidor (ADECON-
PE). Área temática: Direito do Consumidor. 2007/2008. 2 OAB-RJ, UFRJ-Prourb, PUC-RJ, UFPE, Escola Superior da AJURIS, PROCON-RS, PROCON-SP, Defensoria
Pública da União-RJ, UniCeub-BSB, DPDC-MJ. Equipe de Pesquisa: Líder: Profa. Dra. Cláudia Lima Marques
Vice-líder: Profa. Dra. Rosângela Lunardelli Cavallazzi. Equipe da UFRGS: Andrea Marighetto, Augusto Jaeger
Junior, Cristina Stringari Pasqual, Fábio Costa Morosini, José Alcebíades de Oliveira Júnior , Karen Danilevicz
Bertoncello, Sílvio Javier Batello Calderón, Wellerson Miranda Pereira, Equipe do BRASILCON: Leonardo Roscoe
Bessa, Bruno Nubens Barbosa Miragem, Clarissa Costa de Lima, Daniela Jacques, Fernanda Moreira ,Mariana
Fittipaldi, Rodrigo Ferreira, Walter Moura. Equipe da ADECON-PE: Rosana Grimberg, Larissa Maria de Moraes
Leal, Liana Cirne Lins, Raimundo Gomes de Barros. Equipe de Iniciação Científica: Flávio Bertoldo, Hughes
Brisson (UQUAM-Canadá), Ioulia Dolganova, João Francisco Menegol Guarisse, Juliana Oliveira Cavalcanti Barros,
Maria Isabel Garbin Arlanch, Pablo Marcello Baquero,Pablo Motta, Patrícia Carmo,Thiago Franco. Secretaria
Executiva:Ades Teresa Sanches y Vacas e Maria Antonia da Silva
4
EQUIPE
Neste relatório, mister rememorar que as instituições proponentes foram: Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, UFRGS, instituição proponente-líder, com a colaboração das
Organizações Não-Governamentais, o Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor –
BRASILCON e a Associação de Defesa da Cidadania e do Consumidor - ADECON-PE, sob a
coordenação da UFRGS e das Professoras Dra. Claudia Lima Marques, Professora Titular da
UFRGS e Profa. Dra. Rosângela Lunardelli Cavallazzi (aposentada da UFRJ), pelo Brasilcon.
Vejamos pois a equipe e seus trabalhos anteriores.
Líder: Profa. Dra. Cláudia Lima Marques, Professora Titular da UFRGS; Pós-Doutora pela
Universidade Heidelberg em 2003 (DAAD/CAPES); Doutora summa cum laude em Direito pela
Universidade de Heidelberg em 1996 (DAAD/CAPES); Mestre em Direito Internacional Privado e
Direito Civil pela Universidade de Tübingen; Especialista em Direito Comunitário Europeu pelo
Europa-Institut, Universidade de Saarbrücken (DAAD/CAPES); Líder do Grupo de Pesquisa
CNPq "Mercosul e Direito do Consumidor" desde 1994; Coordenadora do Curso de
Especialização da UFRGS, “Direito do Consumidor e Direitos Fundamentais”, Árbitra da lista
brasileira do Tribunal do Mercosul sob o Protocolo de Olivos; Especialista em Direito do
Consumidor, Direito Internacional Privado e Direito da Integração; Professora da cadeira de
Direito do Consumidor e Direitos Fundamentais, Direito Internacional Privado, Direito do
Consumidor no Mercosul e Direito das Relações Internacionais da Faculdade de Direito, Ex-
Presidente do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor, Board (diretora mundial) da
Association Internationale de Droit de la Consommation, Bruxelas, Diretora mundial da
Associação de Juristas Luso-Alemã, Berlin-Heidelberg, Ex-Assessora do Ministro da Justiça
quando da elaboração do CDC (Consultoria Jurídica); Delegada Brasileira na CIDIP VII-OEA de
proteção do consumidor no comércio eletrônico e no turismo de massa internacionais, Assessora
ad hoc do DPDC-MJ em matéria de direito do consumidor, MERCOSUL, crédito e
endividamento, convidada para várias audiências públicas e estudos sobre as modificações do
Código de Defesa do Consumidor na Câmara dos Deputados. Autora de um dos mais vendidos
Comentários ao Código de Defesa do Consumidor e de livros sobre Contratos no Código de
Defesa do Consumidor, sobre Confiança do consumidor no comércio eletrônico, sobre a aplicação
do Código de Defesa do consumidor aos Bancos (ADIN 2591), sobre a lei de planos de saúde e
sobre as propostas de modificação legislativa no Mercosul sobre direito do consumidor. Consultora
Ad-hoc do CNPq, CAPES, FAPERGS, OAB-RS e IAB.
Vice-líder: Prof. Dra. Rosângela Lunardelli Cavallazzi, Diretora do Núcleo de Crédito do
Brasilcon, professora Adjunto IV e pesquisadora do Programa de Pós-graduação em Urbanismo da
UFRJ e de Pós-graduação em Direito da PUC-Rio, co-organizadora do livro em conjunto com a
Líder Claudia Lima Marques, intitulado “Direitos do Consumidor endividado”, Pós-doutora pela
universidade de Paris 8 (Sorbonne), Doutora em Direito pela UFRJ, Mestre em Direito pela UFSC,
Especialista em Metodologia da Pesquisa Jurídica, Diretora do Centro de Documentação e
Pesquisa da OAB-RJ, Líder de Grupo de Pesquisa junto ao Diretório de Grupos de Pesquisas do
CNPq , Pesquisadora nível 1C do CNPq. Consultora Ad-hoc do CNPq, CAPES, FAPERJ, IAB.
5
Equipe da UFRGS:
Augusto Jaeger Junior, Coordenador da Equipe da UFRGS, Professor Adjunto da UFRGS;
Doutor em Direito pela UFRGS, com estágio de pesquisa na Universidade de Heidelberg (Bolsista
DAAD-CAPES); Mestre em Direito pela Universidade Federal de Santa Catarina; autor de
diversas obras jurídicas e líder do Grupo de Pesquisa CNPq “Direito Internacional da
Concorrência”.
José Alcebíades de Oliveira Júnior, Professor Titular de Sociologia do Direito e Hermenêutica
da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Doutor e Mestre em Direito pela Universidade
Federal de Santa Catarina, Vice-Coordenador do Curso de Especialização da UFRGS, “Direito do
Consumidor e Direitos Fundamentais”, Líder do Grupo de Pesquisa CNPq “direitos Fundamentais
e Novos Direitos”, Professor de Sociologia do Direito e Direitos Humanos na graduação e pós-
graduação da Faculdade de Direito da UFRGS.
Fábio Costa Morosini, Professor Substituto da UFRGS, Especialista em Metodologia da Pesquisa
Jurídica, doutorando em Direito na Universidade do Texas em Austin, Mestre em Direito pela
Universidade do Texas em Austin, Master Professionnel pela Universidade de Paris 1 (Panthéon-
Sorbonne), Especialista em Direito Internacional pela UFRGS.
Andrea Marighetto, italiano, Graduação em Direito pela Universitá degli Studi di Verona (Itália).
Máster em Relações Internacionais pela Universitá degli Studi di Padova (Itália). Especializando
em Direito do Consumidor pela UFRGS. Doutorando em Direito internacional do consumidor pela
UFRGS.
Sílvio Javier Batello Calderón, doutorando pela UFRGS, Professor Substituto da UFRGS em
Direito Comercial e Direito Romano. Coordenador Acadêmico do Curso de Especialização da
UFRGS, “Direito Civil”.
Cristina Stringari Pasqual, doutoranda em Direito do Consumidor e Mestre pela UFRGS.
Professora da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo.
Wellerson Miranda Pereira, doutorando em Direito do Consumidor pela UFRGS em co-tutela
com a Univ. de Savoie, França, e mestre em direito por esta Universidade.
Karen Danilevicz Bertoncello, Mestre em Direito do Consumidor pela UFRGS, magistrada no
Estado do Rio Grande do Sul, candidata a doutoranda em Direito do Consumidor pela UFRGS.
Equipe do BRASILCON:
Clarissa Costa de Lima, Coordenadora da Equipe do Brasilcon, Mestre em Direito do
Consumidor pela UFRGS, magistrada no Estado do Rio Grande do Sul, membro do Brasilcon,
Diretora do Núcleo de Crédito.
Leonardo Roscoe Bessa, Presidente do Brasilcon (2006-2008). Membro do Ministério Público do
Distrito Federal, Doutorando em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, UERJ,
6
Brasil. Mestrado em Mestrado em Direito Público pela Universidade de Brasília - UnB/Faculade
de Direito, UNB, Brasil.
Bruno Nubens Barbosa Miragem, doutorando em Direito do Consumidor e Mestre pela UFRGS,
Coordenador acadêmico do Curso de Pós-Graduação em Direito do Consumidor da UFRGS,
Professor do Centro Universitário Ritter dos Reis, professor convidado da Universidade do Vale
do Rio dos Sinos, assessor jurídico do Governo do Estado do Rio Grande do Sul, Professor
universitário da Faculdade de Direito da Instituição Educacional São Judas Tadeu, Vice-Presidente
do Instituto Brasileiro de Política e Direito do Consumidor - BRASILCON, palestrante da Escola
Superior da Magistratura - AJURIS e Conselheiro Titular do CFDD, do Ministério da Justiça.
Walter Moura, Secretário-Geral do Brasilcon (2006-2008), Bacharel em Direito, Professor do
CEUB de Direito do Consumidor e Vice-Coordenador do Núcleo de Estudos sobre Direito do
Consumidor do CEUB, Brasília.
Equipe da ADECON-PE:
Rosana Grimberg, Coordenadora da Equipe da ADECON-PE. Presidente e fundadora da
ADECON-PE, ex-Procuradora de Justiça do MP-PE, Especialista em Direito do Consumidor pela
UFPE, Ex-Vice-Presidente do Brasilcon na gestão de Claudia Lima Marques e atualmente Diretora
do Brasilcon.
Liana Cirne Lins, Diretora da ADECON-PE, Mestrado em Direito pela Universidade Federal de
Santa Catarina (2001), Doutora em Direito pela UFPE. Atualmente é professora da Faculdade
Damas e da Faculdade de Olinda e é diretora da Associação de Defesa da Cidadania e do
Consumidor de Pernambuco. Associada do Brasilcon.
Larissa Maria de Moraes Leal, Especialização em Direito do Trabalho pela Universidade
Católica de Pernambuco (1997) , mestrado em Direito Privado pela Universidade Federal de
Pernambuco (2000) e doutorado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco (2006) .
Atualmente é Professora Assistente da Universidade Federal de Pernambuco, Professora Adjunta
da Faculdade de Direito de Caruaru, Professora Assistente da Escola da Magistratura Trabalhista
da 6ª Região, Professora da Escola da Magistratura de Pernambuco, Professora Adjunta da
Faculdade Marista do Recife e Advogada do Exercício da Advocacia, Associada do Brasilcon.
Raimundo Gomes de Barros, Vice-Presidente e fundador da ADECON-PE, Advogado em
Recife, Especialista em direito do consumidor.
Equipe de apoio da Iniciação Científica da UFRGS e OAB-RJ, PUC-RJ, UFRJ:
Flávio Bertoldo, Hughes Brisson (UQUAM-Canadá), Ioulia Dolganova, João Francisco Menegol
Guarisse, Juliana Oliveira Cavalcanti Barros, Maria Isabel Garbin Arlanch, Pablo Marcello
Baquero, Pablo Motta, Patrícia Carmo,Thiago Franco.
7
Secretaria Executiva:
Ades Teresa Sanches y Vacas, funcionária de carreira da UFRGS, no cargo de assistente de
administração, graduada em literatura brasileira e língua portuguesa no Centro Universitário Ritter
dos Reis, em Porto Alegre.
Agradecendo a toda a equipe pelos resultados alcançados, passamos a apresentar estes em forma
resumida.
8
RELATÓRIO FINAL DE PESQUISA “Balanço do Código de Defesa do Consumidor e o
necessário diálogo das fontes: Perspectivas de consolidação normativa do Direito do
Consumidor3
por Claudia Lima Marques, UFRGS e Rosângela Lunardelli
Cavallazzi, Brasilcon, Coordenadoras
1. INTRODUÇÃO
a) Contextualização e relevância da pesquisa
A pesquisa “Balanço do Código de Defesa do Consumidor e o necessário diálogo das
fontes: Perspectivas de consolidação normativa do Direito do Consumidor” procurou
responder à importante questão se o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078 de 1990,
que aqui denominaremos CDC) estava ainda atualizado, examinar as mais de 500 propostas
legislativas de mudanças diretas e indiretas desta importante lei para o cidadão brasileiro e
criticar os 224 projetos selecionados pela SAL.
Nossa hipótese de pesquisa, de que o CDC está sim atualizado e que representa um micro-
sistema de excelência que deve ser mantido e desenvolvido positivamente, sem quebra de
sua eficiência atual, foi confirmada. Nossa hipótese de pesquisa subsidiária, que o tema não
é suficientemente estudado na academia e nos grupos de pesquisa no Brasil, porém,
também foi confirmada. A pesquisa voltou-se para três temas novos do direito do
consumidor como eixos para mudanças legislativas: a) crédito ao consumidor e
superendividamneto; comércio eletrônico,e por fim, o novo consumo internacional.
b) Objeto da pesquisa e descrição do método
Nosso objetivo inicial, como o título sugere era realizar um Balanço e um exame crítico da
experiência de (Micro-) codificação brasileira através do Código de Defesa do Consumidor-CDC e
do necessário diálogo entre as fontes legislativas (em especial entre o novo Código Civil e o
Código de Defesa do Consumidor à luz da Constituição Federal da República); visando identificar
e analisar as perspectivas normativas de consolidação, analisando os temas consolidados e aqueles
que necessitam de propostas de alteração na Legislação Brasileira de Defesa do Consumidor.
A justificativa de nossa pesquisa era baseada na:
1) carência de diagnóstico dos problemas oriundos da relação entre legislação geral e
especial;
3 Projeto MJ-PNUD "Repensando Direito do Consumidor", Universidade Federal do Rio Grande do Sul em
conjunto com o BRASILCON e a ADECON-PE Projeto BRA/07/004
9
2) necessidade de fortalecimento do diálogo entre atores acadêmicos e a Secretaria de
Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça;
3) proposição de subsídios ao trabalho da Secretaria de Assuntos Legislativos na
elaboração técnica de pareceres e propostas normativas.
A metodologia escolhida (abordagem interdisciplinar, método do diálogo das fontes ,
método do caso-referência, método do direito comparado pós-moderno de Erik Jayme pelo estudo
das diferenças, método indutivo e métodos tradicionais do direito, com opção por levantamento,
sistematização e análise jurisprudencial, levantamento, sistematização e análise legislativa, em
pesquisa coletiva interinstitucional complementada por pesquisa empírica e projetos pilotos na
sociedade civil) nos levou a escolher três temas novos, em que se pressupunham haveria
necessidade de complementação legislativa e doutrinária, e a elaboração de propostas concretas
para concentrar nossos esforços.
Estas três ênfases especiais ou eixos originais de nossa pesquisa eram inicialmente:
1) Crédito ao consumidor pessoa física e superendividamento,
2) Comércio eletrônico
3) Consumo internacional e lei aplicável.
Quanto ao primeiro tema, a pesquisa realizada e seus produtos dela oriundos que agora
serão apresentados confirmaram totalmente a necessidade de maior número de pesquisas, dai a
elaboração de glossário com chaves de sentido sobre o tema, de multiplicar -por multimídia
(proposta de CDRoom pedagógico oriundo do material coletado e organizado pela equipe) para
uso no dia-a-dia dos atores do Sistema Nacional de Defesa dos Consumidores (em especial do
DPDC e sua Escola Nacional de Direito do Consumidor) e em cursos de capacitação magistrados,
defensores públicos, funcionários dos PROCONs e advogados para a prevenção e tratamento em
bloco das dívidas do consumidor, evitando o ajuizamento de ações individuais contra cada um dos
credor, no país inteiro.
Da mesma forma a última ênfase, confirmou-se como extremamente necessária, tanto no
que se refere à proteção dos consumidor turista, o brasileiro que viaja para o exterior e o
estrangeiro que se encontra no Brasil (veja iniciativa pioneira do Mercosul sobre um Acordo de
beneficiamento dos turistas no sistema nacional de defesa do consumidor), na proteção de sua
incolumidade fisico-psíquica e segurança (veja sistema de troca de informações sobre produtos
defeituosos em organização no Mercosul) e nos contratos internacionais, em especial do comércio
eletrônico (veja a proposta do DPDC-MJ de 2003, com a colaboração como autora da Profa. Dra.
Claudia Lima Marques, UFRGS, de uma Convenção Interamericana de Proteção dos
Consumidores na CIDIP VII, no âmbito da OEA).
Note-se que, a hipótese de necessidade de mudança legislativa urgente em matéria de
comércio eletrônico nacional foi repensada, em virtude dos trabalhos já bastante adiantados da
Comissão de Comércio Eletrônico no DPDC-MJ, coordenada pelo Prof. Dr. Newton de Lucca
(USP), que analisa projeto de lei sobre o tema e das mudanças tecnológicas identificadas. Quanto a
estas mudanças, note-se a necessidade de elaborar nova pesquisa somente sobre a chamada
simbiose tecnológica que se apresenta hoje, entre o telefone, a televisão, a cabo e digital, o celular
e os novos serviços, seja de identificação da pessoa (bancos de dados) e de bancos, assim como as
10
novas possibilidades de compras a distância por estes meios simbióticos (TV digital, celulares com
telas interativas, com chips bancários, com televisão etc.). Aqui caberia a propositura de um novo
estudo aprofundado sobre como os direitos do consumidor (de informação clara e precisa, de
arrependimento nas compras fora do estabelecimento comercial, de cópia do contrato, de
perenização das informações sobre riscos e de qualidade sem vícios, de cobrança de dívidas sem
coação) podem ser adaptados a esta nova fase da tecnologia digital, com simbiose dos meios de
comunicação de massa e alta mobilidade espaço-temporal. Consideramos que a identificação deste
desafio tecnológico e social para a eficácia hoje e no futuro dos instrumentos normativos existentes
e seus princípios de proteção do consumidor é um resultado imprevisto da ênfase proposta de
estudar o comércio eletrônico de consumo, que está em alta expansão, mas já encontra-se
misturado e capturado por novos meios de publicidade e de "comércio técno-simbiótico" a
distância, mesmo no Brasil.
Nos demais temas do Código de Defesa do Consumidor, procuramos identificar e analisar,
nas decisões dos Tribunais pátrios e nas disputas e demandas sob a forma de reclamações mais
freqüentes no SNDC- Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (coletadas no SINDEC-DPDC-
SDE-MJ), os temas consolidados e aqueles que necessitariam de propostas de alteração na
Legislação Brasileira de Defesa do Consumidor. Efetivamente, o levantamento realizado
demonstrou que muitas sugestões legislativas (foram levantados mais de 500 projetos de lei que
afeta direta ou indiretamente o micro-sistema d Código de Defesa do Consumidor, Lei 8.078/90,
após a decisão da ADIN 2591 de sua constitucionalidade plena e aplicação às relações bancárias,
de crédito, financeiras e securitárias) analisadas (224 pareceres sobre os projetos de leis,
elaborados pela equipe em 5 grupos temáticos diferentes) contém idéias e normas interessantes
para a defesa do consumidor, mas que sua linguagem, técnica e inserção no sistema de defesa do
consumidor não é a ideal. Surgindo então como proposta alternativa a elaboração de um projeto de
lei do governo que pudesse manter o sistema do Código de Defesa do Consumidor que comprovou
ser eficiente, útil, prático e conhecido por todos os aplicadores da lei no país, e melhorar este
micro-sistema, sem retrocesso aos direitos do consumidor, entendidos como direitos fundamentais
no Brasil (Art. 5,XXXII da CF/1988).
A conclusão geral acerca do exame dos Projetos de lei é que atividade Parlamentar
desenvolvida desde a promulgação do Código de Defesa do Consumidor não contribuiu de forma
eficaz, nem satisfatória ao aperfeiçoamento e harmonização dos interesses nas relações contratuais
de consumo. Sobre o tema específico analisado, há propostas que importam, inclusive, risco de
retrocesso no nível de proteção jurídica existente. Globalmente não foi observada preocupação por
parte do legislador à necessidade de preservação da sistematicidade das normas harmonicamente
dispostas no CDC. As propostas de inclusão de dispositivos excessivamente específicos em
normas cuja vocação regulatória tende à generalidade podem implicar no risco de perda de eficácia
normativa do Código, em prejuízo dos interesses coletivos dos consumidores.
Nossa segunda hipótese inicial de trabalho era que a academia brasileira, em especial as
Universidades, talvez não tem dado a devida atenção ao Direito do Consumidor, como tema para
pesquisas, grupos de pesquisa, monografias de mestrado e doutorado, o que nos levou a realizar
uma pesquisa complementar nos Bancos de dados do CNPq e CAPES sobre a produção científica
em matéria de direito do consumidor. Ficou constatada a incipiente produção de pesquisas visando
questões relativas ao superendividamento do consumidor.
11
Na ênfase do superendividamento do Consumidor,4 desejávamos realizar demonstração
empírico-científica da necessidade de reformulação no tratamento legal dispensado ao crédito ao
consumo no país e aos consumidores superendividados (pessoas físicas para distinguir da lei de
falências) e mapear da produção científica (CAPES e CNPq) sobre o campo do direito do
consumidor, especialmente no que concerne ao crédito e superendividamento, de forma a também
identificar e selecionar na doutrina nacional e estrangeira de chaves de sentido sobre a forma de
conceitos/ categorias analíticas. E assim poder produzir metodologia visando a articulação de
diferentes abordagens, pesquisa coletiva interinstitucional e ferramentas para a socialização do
conhecimento.
Para tanto realizamos nesta ênfase, vários seminários, eventos e palestras, com especialistas
nacionais e estrangeiros, utilizamos o projeto-piloto das magistradas Clarissa Costa de Lima e
Karen Bertoncello , com apoio da Corregedoria do Tribunal de Justiça Estado do Rio Grande do
Sul, para dali extrair nossos casos-referência (inclusive demonstrado em video didático). Este
"Projeto Piloto de Tratamento das Situações de Superendividamento do Consumidor” da pesquisa
da UFRGS com a Escola Superior da AJURIS, Procon-RS, Defensoria Pública e com o apoio do
TJ-RS e da Corredoria-Geral, tem como objetivo mediar a renegociação das dívidas do
consumidor superendividado com todos os seus credores, de forma amigável, de acordo com seu
orçamento familiar, de modo a garantir a subsistência básica de sua família, denominada mínimo
vital e evitar o tratamento individualizado das dívidas em ações revisionais clássicas, muito
comuns no Rio Grande do Sul, seguindo aqui o modelo francês de prevenção e tratamento do
superendividamento.
Em seminário técnico realizado em Brasília, no Ministério da Justiça, com presença de
grande parte da equipe, apresentamos o resumo de nosso relatório em forma (fisica e virtual) de
dois CDRoom, um primeiro contendo todos os 224 pareceres dos projetos de Leis analisados pela
equipe, seus relatórios e seu inteiro teor e as correlações possíveis (por partido, por ano, por
deputado, por senador, por tema, por subtema, pela vacacio legis, pela lei revogada ou derrogada,
pela lei complementada, ou criada) a serem realizadas no sistema de análise (fichas de leituras para
os pesquisadores de iniciação científica e para os pesquisadores distribuídos pelo país) e de
parecer (modelo de parecer, modelo de cruzamento de pareceres e temas dos projetos de leis para
evitar contradições e modelo de veto presidencial), que foi criado de forma original pela equipe e,
em especial por suas coordenadoras, para facilitar o trabalho da SAL e do Brasilcon em futuras
pesquisas sobre projetos de leis. E um CDRoom pedagógico, a ser distribuído pelo DPDC a todo o
sistema de Proteção dos consumidores que desenvolve bibliografia, casos de referência, glossários
e modelos de mediação e de tratamento do superendividamento, nas ênfases nova da pesquisa,
trazendo também os pareceres e os projetos de leis, assim como pesquisa de jurisprudência e do
SINDEC sobre temas de interesse das entidades de defesa do consumidor no país, tanto através de
textos, hiperlinks, videos, datashow, bancos de dados de jurisprudência, análises e relatórios de
casos e de problemas, chaves de sentido com links para citações de textos sobre
superendividamento dos autores (para utilização em petições, acordos, audiências com
fornecedores etc.)
4 Veja livro anterior da equipe, MARQUES, Claudia Lima e CAVALLAZZI, Rosângela. Direitos do Consumidor
endividado- Superendividamento e crédito, RT:São Paulo, 2006.
12
Como é óbvio, neste breve relatório em papel é impossível conter e reproduzir todas estas
possibilidades existentes nos dois CDRoom e em seu uso, interno no MJ e externo, nas
Universidades, Institutos e no Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. Sendo assim, optamos
por reproduzir na parte II deste relatório os textos das lâminas, apresentados e comentados em
nosso seminário, com os principais resultados quantitativos e qualitativos de nosso projeto de
pesquisa, uma vez que os 224 pareceres sobre os projetos de lei em tramitação no Parlamento
brasileiro são de uso exclusivo da SAL, a quem cabe, se desejarem, divulgá-los. Antes porém, de
apresentar pontualmente estes resultados, cabe relembrar –do projeto apresentado- a motivação e
qualidade da equipe.
c) Produtos da Pesquisa - CDRooms
O "produto" principal da pesquisa está contido em dois CDRooms, o primeiro, um soft
ware aberto, interativo, para ser usado pela própria SAL e DPDC- (MJ-SDE-Departamento de
Política e Defesa do Consumidor), e um CDRoom, interativo, com software e código fechado, para
ser reproduzido pelo Ministério da Justiça e distribuído como material instrumental de defesa do
consumidor nos temas da pesquisa (temas dos projetos de leis, superendividamento, proteção
internacional do consumidor no turismo e no comércio eletrônico)5 para os Procons e associações
de defesa do consumidor e todos os órgãos do sistema nacional de defesa do consumidor
(Ministério Público, defensorias públicas dos estados e da União, Procons estaduais, municipais
etc.).
Quanto à utilidade prática do segundo CDRoom é este pedagógico e instrumental. Neste
relatório não é possível reproduzir o conteúdo dos CDRooms, cujo poder pedagógico é justamente
o cruzamento interativo dos dados, dos problemas e das soluções apresentadas, assim como a
possibilidade de utilizar em cursos de capacitação para os funcionários dos PROCONs e do SNDC,
dai conter filmes, glossários, casos referências etc., além de poder ser copiado por todo aquele
funcionário do SNDC ou pesquisador que deter o CDRoom físico. Em outras palavras, toda pessoa
do SNDC, que o MJ-DPDC-SAL desejar enviar uma cópia deste CDRoom pode copiar seu
conteúdo e utilizar em suas defesas, ações, mandados de segurança, negociações, petições em
favor dos consumidores e frente aos fornecedores. O conteúdo é sempre para a defesa dos
interesses dos consumidores, inclusive a jurisprudência selecionada, quanto às 3 ênfases da
pesquisa. Note-se que todo material escrito incluído no CDRoom é com autorização dos autores e
para citação livre (e facilitada) do SNDC em favor dos consumidores.
O CD ROM com software multimídia interativo foi desenvolvido em Python: objetiva
facilitar a indexação e a distribuição do conteúdo desenvolvido no âmbito do projeto, além de
conter material acessório com finalidade didática. É composto pelas seguintes áreas:
Projetos de lei, com seu inteiro teor e respectivos pareceres;
5 Material referente às 3 ênfase da pesquisa: a) Crédito ao consumidor pessoa física e superendividamento, b)
Comércio eletrônico e c) Consumo internacional e lei aplicável.
13
Mapeamento da Produção acadêmica (CAPES, CNPq), direcionada ao estudo do crédito,
endividamento e superendividamento do consumidor;
Espacialização (planilhas) da jurisprudência nacional;
Glossário com chaves de sentido;
Normativa relacionada ao tema do superendividamento;
Mapeamento da jurisprudência;
Casos-referência, contendo vídeo que apresenta projeto-piloto de renegociação global de
dívidas de consumidor superendividado, mediada pelo Poder Judiciário.
Relembre-se que o objetivo da pesquisa era "repensar" o direito do consumidor brasileiro e
sua codificação demonstrando praticamente a necessidade de diálogo das várias fontes legislativas
em defesa dos interesses dos consumidores e o CDRoom realiza justamente, na sua interatividade,
este "diálogo" das fontes, ao citá-las conjuntamente e junto com a jurisprudência que a consolida,
assim como ao criticar os projetos de lei que menosprezam as soluções e as conquistas alcançadas
na proteção do consumidor.
A pesquisa realizou um exame crítico da experiência de codificação brasileira através do
Código de Defesa do Consumidor-CDC e demonstrou "o necessário diálogo entre as fontes
legislativas (em especial entre o novo Código Civil e o Código de Defesa do Consumidor à luz da
Constituição Federal da República), visando identificar e analisar, nas decisões dos Tribunais
pátrios e nas disputas e demandas sob a forma de reclamações mais freqüentes no SNDC- Sistema
Nacional de Defesa do Consumidor (coletadas no SINDEC-DPDC-SDE-MJ), os temas
consolidados e aqueles que necessitam de propostas de alteração na Legislação Brasileira de
Defesa do Consumidor. Recebem também ênfases especiais questões relativas ao crédito ao
consumidor pessoa física no Brasil e o problema do superendividamento, do comércio eletrônico,
assim como, no cenário internacional contemporâneo, a proteção do consumidor no crescente
turismo de massa, transporte, contratos internacionais e outras relações internacionais de
consumo."
Quanto à metodologia da pesquisa mesmo, foi esta realizada com abordagem
interdisciplinar, adotando-se o próprio método do diálogo das fontes de Erik Jayme,6 isto é um
método de aplicação coerente, simultânea, cooperativa, adaptada e sistemática das várias fontes
legislativas aplicáveis sob a luz dos direitos humanos em um ordenamento jurídico complexo, e do
direito comparado pós-moderno (direito comparado funcional valorizando mais as diferenças do
que as semelhanças entre ordenamentos jurídicos, instituições e normas jurídicas comparadas de
forma a adaptá-las respeitando a identidade cultural de cada país, também criado por Erik Jayme),7
6 Veja JAYME, Erik, Identité culturelle et intégration: Le droit internationale privé postmoderne - in: Recueil
des Cours de l’ Académie de Droit International de la Haye, 1995,II, p. 60 e p. 251ss. 7 JAYME, Erik, Visões para uma teoria pós-moderna do direito comparado, in Revista dos Tribunais (São Paulo), nr.
759, 2000, traduzido por Claudia Lima Marques, veja resumo do novo método comparatista adaptado aos tempos
contemporâneos, p 25: " A minha Tese principal é a seguinte: O direito comparado moderno perseguia o objetivo, de
determinar, de encontrar o que era comum, igual (das Gemeinsame), e que apenas superficionalmente podia
aparecer e ser percebido de forma diversa, nos também apenas superficionalmente diversos, sistemas de Direito do
mundo. O direito comparado pós-moderno procura, ao contrário, o que divide(das Trennende), as diferenças (die
Unterschiede)."
14
além dos métodos tradicionais do Direito e do método indutivo de análise na pesquisa empírica no
que tange ao campo do crédito ao consumidor e seu superendividamento.
Mencione-se a metodologia específica no glossário e chaves de sentido. As Chaves de
Sentido foram selecionadas a partir de uma metodologia de busca, na doutrina especializada,
nacional e estrangeira, dos conceitos pertinentes à concessão de crédito aos consumidores, seu
endividamento e superendividamento, bem como dos demais conceitos conexos. A elaboração da
pesquisa utiliza como método a transcrição do(s) fragmento(s) da(s) obra(s) doutrinária(s) que
conceitue(m) a Chave de Sentido, indicando sua referência bibliográfica. A pesquisa do glossário
teve início em 18 de setembro de 2007, e concluída em 10 de dezembro de 2007. 20 temas foram
selecionados para o CDRoom.
O levantamento, sistematização e análise jurisprudencial em todas as ênfases mencionadas
permitiram identificar e distinguir as temáticas consolidadas, isto é onde a defesa do consumidor é
efetiva, e concluíram que as necessidades de complementação através da legislação especial ou
geral é pequena e, em grande parte o próprio MJ-DPDC, através de Portarias temáticas de
cláusulas abusivas, através de maior difusão do SINDCEC e dos fornecedores que desobedecem a
legislação consumerista de forma reiterada, através de Decretos sobre temas específicos, como
sobre telemarketing, SACs etc., regulamentadores do DPDC, sem necessidade de leis de hierarquia
superior, que poderiam realizar alteração ou modificação da legislação brasileira em vigor, sem
que houvesse verdadeira necessidade uma vez que ficou demonstrada a suficiência demonstrada
se feito o diálogo das fontes.
Adotando o método do direito comparado funcional e pós-moderno, constamos a dimensão e
eficácia na realidade brasileira, da Codificação do direito do Consumidor, em especial do Código
de Direito do Consumidor, como núcleo essencial e de origem constitucional (ADIN 2591) do
novo Direito Privado brasileiro.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 O levantamento sobre a produção acadêmica em matéria de superendividamento e
direito do consumidor
a. CAPES
Pesquisa no Banco de Dissertações e Teses da CAPES disponibilizado no site www.capes.gov.br,
durante o período de 2002 a 2006 – o ano de 2007 não foi incluído na pesquisa porque o site
disponibiliza o material a cada três anos.
Objetivo: o levantamento de dissertações (acadêmicas e profissionalizantes) e teses que tratam de
temas relativos ao campo do Direito do Consumidor visando o mapeamento da produção
acadêmica de programas de pós-graduação credenciados.
Metodologia:
Eleição de “chaves de sentido” - critérios de pesquisa:
“endividamento”
“direito do consumidor”
15
“superendividamento”
“crédito e consumidor”
“crédito e consumo”
“relação de consumo”
“crédito consignado”
“crédito ao consumo”
“consumidor endividado”
Todas pesquisadas na modalidade “expressão exata” disponível na página de buscas da
CAPES (http://servicos.capes.gov.br/capesdw/); nos níveis de MESTRADO, DOUTORADO e
PROFISSIONALIZANTE; no período de 2002 a 2006; em todas as instituições de ensino no país
em programas de pós-graduação credenciados pela CAPES por meio de suas Avaliações Trienais.
Resultados:
“Endividamento” - 157 trabalhos, 16 diretamente relacionados a estudos sobre endividamento do
consumidor.
“Direito do consumidor” - 19 trabalhos, 3 estudos sobre o endividamento do consumidor.
“Superendividamento” - 4 trabalhos, todos pertinentes.
“Crédito e consumidor” – 15 trabalhos, 10 estudos sobre o endividamento do consumidor
“Crédito e consumo” – 9 trabalhos, 7 estudos sobre endividamento
“Crédito ao consumo” – 9 trabalhos, 1 estudo sobre endividamento do consumidor.
“Crédito consignado” – 2 trabalhos, 1 estudo sobre o endividamento do consumidor.
“Relações de consumo” – 15 trabalhos, 8 estudos sobre o endividamento do consumidor
“Consumidor Endividado” – nenhum trabalho registrado
b. CNPq
Levantamento sobre grupos de pesquisa cadastrados no banco de dados do Diretório de Grupos de
Pesquisa do CNPq durante o período 14 de setembro de 2007 e 17 de janeiro de 2008.
Objetivo: aferir quantos e quais são os grupos de pesquisa cadastrados que, atualmente, abordam o
campo do Direito do Consumidor na perspectiva do crédito, endividamento e superendividamento.
Metodologia:
Eleição de “Chaves de sentido” – critérios de pesquisa:
“endividamento”
“direito do consumidor”
“superendividamento”
“crédito e consumidor”
“crédito e consumo”
“relação de consumo”
“crédito consignado”
“crédito ao consumo”
“consumidor endividado”
16
Todos pesquisados na modalidade “frase exata” disponível na página de buscas do CNPq.
http://dgp.cnpq.br/buscaoperacional/Número de trabalhos encontrados segundo as respectivas
chaves de sentido:
“superendividamento”, “crédito e consumidor”, “crédito consignado” e “consumidor
endividado” – Nenhum grupo de pesquisa com estas chaves de sentido.
“endividamento” - 3 (três) Grupos de Pesquisa, dos quais apenas 2 (dois) vinculados à
questão do endividamento do consumidor.
“consumidor” - 111 (cento e onze) grupos de pesquisa, dos quais apenas 1 (um) inclui a
questão do superendividamento do consumidor.
10 (dez) trabalham com o Direito do Consumidor, embora não tenham especificado qualquer
trabalho na área do superendividamento.
“direito do consumidor” - 21 (vinte e um) grupos de pesquisa, todos compreendidos no
resultado gerado com a pesquisa da categoria analítica “consumidor”.
“crédito e consumo” - 01 (um) Grupo de Pesquisa, com atuação na área de responsabilidade
social para os grupos atuantes no mercado.
“relação de consumo” - 02 (dois) Grupos de Pesquisa, dos quais apenas 01 trata do tema do
Direito do Consumidor, indicando as necessárias adaptações do sistema normativo existente no
que diz respeito às inovações tecnológicas da atualidade.
“crédito ao consumo” – 01 (um) Grupo de Pesquisa que coincide com o Grupo apresentado
na categoria analítica “crédito e consumo”.
119 grupos:
Ciências Sociais Aplicadas – 90 grupos
Ciências Humanas - 6 grupos
Ciências Agrárias - 18 grupos
Ciências Exatas e da Terra - 3 grupos
Ciências da Saúde - 2 grupos
Dentre as Ciências Sociais Aplicadas, temos:
Direito – 26 grupos
Administração – 43 grupos
Economia Doméstica – 2 grupos
Economia – 10 grupos
Turismo – 4 grupos
Comunicação – 3 grupos
Ciência da Informação – 2 grupos
Dentre as Ciências Humanas:
Psicologia – 2 grupos
Educação – 2 grupos
Ciência Política – 1 grupo
Sociologia – 1 grupo
Dentre as Ciências Agrárias:
Ciência e Tecnologia de Alimentos – 14 grupos
17
Zootecnia – 1 grupo
Agronomia – 1 grupo
Recursos Pesqueiros e Engenharia de Pesca – 1 grupo
Fitotecnia – 1 grupo
Dentre as Ciências Exatas e da Terra:
Ciência da Computação – 1 grupo
Probabilidade e Estatística – 2 grupos
Ciências da Saúde:
Nutrição – 1 grupo
Medicina – 1 grupo
c. Considerações finais sobre esta pesquisa do uso do direito do consumidor na academia (ou
como a academia pouco "repensa" o Direito do C onsumidor)
Grande número de pesquisas envolvendo o perfil do consumidor bem como analisando
critérios para compreender o processo pelo qual ocorre a atração do consumidor pelos produtos e
serviços disponíveis no mercado.
Privilegia-se no âmbito da pesquisa a abordagem no campo do Marketing em detrimento do
campo do Direito do Consumidor
Discrepância no número de pesquisas envolvendo o aspecto do mercado de consumo em
relação às questões afetas ao endividamento e aos problemas gerados pelo consumo excessivo e a
sua propaganda indiscriminada.
Constatada a incipiente produção de pesquisas visando questões relativas ao
superendividamento.
Sugere-se que a SAL continue incentivando a academia a "repensar" o direito do
consumidor, seja como ênfase da nova cidadania e dos direitos humanos, seja como forma de
combate à pobreza, como aprendizagem de pró-atividade da sociedade civil, seja como forma de
evolução de um Direito Privado mais social e solidário.
2.2 Resultado e pareceres sobre 224 projetos de lei
A pedido da SAL e para poder verificar a eficácia da Codificação brasileira e como o
Parlamento estava repensando o Direito do Consumidor a equipe realizou a análise de 224 projetos
de leis em tramitação e identificou mais 250 outros que podem ser de interesse em uma segunda
fase da pesquisa ou em sua continuação. O inteiro teor destes projetos, a ficha modelo que
desenvolvemos para analisar estes projetos, e os pareceres que foram desenvolvidos, assim como o
parecer modelo encontram-se nos dois CDRooms, resultados da pesquisa.
O objetivo desta fase da pesquisa foi o de identificar as propostas concretas de modificação
da legislação brasileira de defesa do consumidor, analisou-se a produção legislativa da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal desde a promulgação do Código de Defesa do Consumidor. A
partir da seleção dos projetos de lei referenciados pela SAL, procedeu-se a elaboração de pareceres
críticos acerca da oportunidade ou não das novas propostas.
18
2.2.1 Metodologia e análise dos 224 projetos de leis:
A análise crítica se baseou em critérios de idoneidade formal e material dos Projetos de lei
para promover um elevado nível de proteção jurídica dos interesses dos consumidores, assim como
um justo equilíbrio das relações de consumo, a saber:
Boa técnica legislativa, redação escorreita dos preceitos propostos, lógica e clareza dos
dispositivos;
Relevância e pertinência do tema proposto com a disciplina das relações de consumo;
Oportunidade e necessidade de inovação legislativa sobre a matéria proposta em face do
contexto atual da política nacional das relações de consumo;
Coerência dos dispositivos propostos com a harmonia e sistematicidade do ordenamento
jurídico de proteção especial dos consumidores.
Adequação da proposta para atingir a finalidade apresentada;
2.2.2 Resultados:
Número de projetos de lei por área temática:
1) atendimento ao consumidor e serviços públicos essenciais: 15;
2) direito à informação: 59;
3) encargos contratuais e serviços financeiros: 12;
4) garantia contra vícios: 12;
5) peças de reposição: 4;
6) práticas comerciais: 43;
7) proteção contratual: 20;
8) saúde e segurança, sanções penais e aspectos diversos: 15;
9) serviços de proteção ao crédito: 44
2.2.3 Sistematização segundo o ano de maior atividade parlamentar:
1) encargos contratuais e serviços financeiros: 1996
2) atendimento ao consumidor e serviços públicos essenciais: 2003 e 2005
3) garantia contra vícios: 2003 e 2006
4) peças de reposição: 1991, 1999, 2000 e 2004
5) práticas comerciais: 2001
6) proteção contratual: 2003
7) direito à informação: 2004 e 2007
8) saúde e segurança, sanções penais e aspectos diversos: 2007
9) serviços de proteção ao crédito: 2003 e 2007
2.2.4 Número de projetos que visam a alterar o CDC:
Dos projetos de lei e seus anexos analisados, 23 visam à criação de lei especial e 201 modificam
dispositivos do Código de Defesa do Consumidor.
2.2.5 Normas do CDC visadas:
- encargos contratuais e serviços financeiros:
Seis Projetos visam à modificação do artigo 52 do CDC, visando à alteração do valor da
multa contratual aplicada em caso de inadimplemento da obrigação do consumidor. Três Projetos
19
visam a proibir encargos contratuais cuja cobrança consideram abusiva (art. 39 e 42 do CDC).
Dois visam a discriminar as informações a serem fornecidas em contratos de crédito e um visa à
exclusão das instituições financeiras da aplicação do CDC.
- atendimento ao consumidor e serviços públicos essenciais:
As normas do CDC mais visadas são as do artigo 6º. São também visadas as normas dos
artigos 22, 39, 33 e propostos os artigos 7º-A, 35-A, 35-B.
- garantia contra vícios:
Sete Projetos visam à modificação do artigo 26 do CDC, propondo a alteração dos prazos
para o consumidor reclamar dos vícios dos produtos ou serviços. Há, ainda, Projetos visando à
alteração dos artigos 3º, 18, 20, 24, 25, 27, 32 e 50, todos do CDC.
- peças de reposição:
Três Projetos visam à modificação do artigo 32 do CDC, visando à alteração dos prazos para
manutenção de peças de reposição. Há, ainda, um Projeto que visa alterar a previsão sobre serviço
de reparo do artigo 21 do CDC.
- práticas comerciais:
As principais normas que se pretendem sejam alteradas são os artigos 30, 31, 35, 36, 37, 39,
41, 42, sendo que mais da metade dos Projetos de Lei analisados visam a modificação dos artigos
39 e 31.
- proteção contratual:
As normas do CDC mais visadas são as do artigo 51. São também visadas as normas dos
artigos 2º, 3º, 6º, 33, 41, 48, 49, 52, 53 e 71.
- direito à informação:
Vinte e dois Projetos visam à modificação do artigo 31 do CDC, visando ao detalhamento do
Direito à informação de produtos e de serviços. Quatro Projetos objetivam a modificação do artigo
6o do CDC, para incluir o direito de ser informado sobre os tributos incidentes nos produtos e
serviços, bem como a garantia de serviço gratuito de informações e reclamações à disposição dos
consumidores. Quatro Projetos visam à modificação do artigo 22 do CDC, propondo o
detalhamento das informações sobre a cobrança do serviço público prestado pelas concessionárias.
Seis Projetos visam à padronização da forma de prestação de informações, modificando o artigo 36
do CDC. Dentre os demais Projetos, cada um propunha a modificação dos artigos 8o, 30, 37, 44,
49, 52, 54, 66, 70, 74 e 78, todos do CDC, ou a criação de legislação especial sobre matéria já
regulada na Lei n.8.078/1990.
- saúde e segurança, sanções penais e aspectos diversos:
As normas do CDC mais visadas são as do artigo 66. São também visadas as normas dos
artigos 63, 57, 9º, 56, 57, 44, 82, 8º, 22, 70, 6º, 39, 45.
- serviços de proteção ao crédito:
As normas do CDC mais visadas são as do artigo 43. São também visadas as normas dos
artigos 70, 76, 78, além da proposta de criação dos artigos 42-A, 51, XVII, 43, §4º-A e 43, § 6º.
20
2.2.6 Considerações finais e análise do mérito das propostas
Nos projetos analisados a repercussão das propostas em face do ordenamento jurídico de
proteção do consumidor atualmente em vigor apresenta impactos negativos em superioridade aos
aspectos positivos pelas seguintes razões:
- perda de objeto da proposta em virtude de regulação da matéria em norma superveniente à
sua apresentação;
- falta de oportunidade de inovação legislativa sobre a matéria referida em virtude da
aplicação de normas já existentes no CDC;
- orientação reiterada e constante da jurisprudência pátria no sentido da proposta
legislativa;
- vícios formais ou inadequação do Projeto de lei para atingir a finalidade proposta;
- risco de retrocesso quanto ao nível de proteção jurídica positivada pelo Código do
Consumidor ou por atentarem contra a harmonia do microssistema de proteção.
2.2.7 Os relatórios temáticos finais
Foram elaborados relatórios temáticos, parciais, que passam a ser reproduzidos neste
relatório de pesquisa.
a. Relatório final sobre a análise dos Projetos de Lei referentes a “Direito à informação e
práticas comerciais”
Número de Projetos de Lei sobre o tema analisado: Do total de Projetos de lei
analisados, cinqüenta e nove se referem a “Direito à informação”.
Filiação partidária do parlamentar: cinco foram propostos por parlamentares sem
filiação partidária, seis por parlamentares filiados ao PFL, dois do PTB, seis do PDT, dez do PT,
sete do PMDB, cinco do PSDB, cinco do PL, um do PPB, dois do PSB, dois do PcdoB, três do PP,
dois do PR, um do DEM, um do PSOL e um do PV.
Ano de maior atividade parlamentar: 2004 e 2007 foram os anos em que mais Projetos
de Lei, dentre os analisados, foram apresentados, com oito propostas sobre o tema referido em
cada ano.
Número de Projetos que visam a alterar o CDC: Quarenta e sete dos Projetos em
questão propõem alteração do Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078/1990) e os demais
Projetos propõem a criação de nova lei especial sobre o Direito à informação nas relações de
consumo e disciplinam a forma de esclarecimento dos consumidores a respeito dos tributos
incidentes sobre mercadorias e serviços.
Normas do CDC visadas: Vinte e dois Projetos visam à modificação do artigo 31 do
CDC, visando ao detalhamento do Direito à informação de produtos e de serviços. Quatro Projetos
objetivam a modificação do artigo 6o do CDC, para incluir o direito de ser informado sobre os
tributos incidentes nos produtos e serviços, bem como a garantia de serviço gratuito de
21
informações e reclamações à disposição dos consumidores. Quatro Projetos visam à modificação
do artigo 22 do CDC, propondo o detalhamento das informações sobre a cobrança do serviço
público prestado pelas concessionárias. Seis Projetos visam à padronização da forma de prestação
de informações, modificando o artigo 36 do CDC. Dentre os demais Projetos, cada um propunha a
modificação dos artigos 8o, 30, 37, 44, 49, 52, 54, 66, 70, 74 e 78, todos do CDC, ou a criação de
legislação especial sobre matéria já regulada na Lei n.8.078/1990.
Análise de mérito das propostas: Nos cinqüenta e nove Projetos analisados a
repercussão das propostas em face do ordenamento positivo de proteção do consumidor atualmente
em vigor apresenta impactos negativos em superioridade aos aspectos positivos pelas seguintes
razões:
falta de oportunidade de inovação legislativa sobre a matéria referida em virtude da
aplicação de normas já existentes no CDC;
orientação reiterada e constante da jurisprudência pátria no sentido da proposta
legislativa;
por apresentarem risco de retrocesso quanto ao nível de proteção jurídica positivada
pelo Código do Consumidor ou por atentarem contra a harmonia do microssistema de
proteção.
Parecer: Sugeriu-se, por tais razões, que todos os Projetos de lei referidos sejam
rejeitados ou que se lhes oponha, em caso de aprovação no Parlamento, o veto presidencial,
ressalvadas algumas sugestões específicas de compatibilização da proposta com o sistema do CDC
ou com a promoção de um elevado nível de proteção jurídica do consumidor.
Conclusão: Nesse sentido, pode-se concluir que a atividade Parlamentar desenvolvida
desde a promulgação do Código de Defesa do Consumidor não contribuiu de forma eficaz nem
satisfatória ao aperfeiçoamento e harmonização dos interesses nas relações contratuais de
consumo. Sobre o tema específico analisado, há propostas que importam, inclusive, risco de
retrocesso no nível de proteção jurídica existente. Sobretudo, não se percebe, globalmente, uma
preocupação atenta por parte do legislador à necessidade de preservação da sistematicidade das
normas harmonicamente dispostas no CDC. Ao contrário, as propostas de inclusão de dispositivos
excessivamente específicos em normas cuja vocação regulatória tende à generalidade implicam o
risco de perda de eficácia normativa do Código, em prejuízo dos interesses coletivos dos
consumidores.
b. Relatório final sobre a análise dos Projetos de Lei referentes a “encargos contratuais”
Número de Projetos de Lei sobre o tema analisado: Do total de Projetos de lei
analisados, oito se referem a “encargos contratuais”.
Filiação partidária do parlamentar: Entre os Projetos classificados com referência a
“encargos contratuais”, três foram propostos por parlamentares filiados ao PMDB, dois do PP, um
do PC do B, um do PT e um do PFL.
Ano de maior atividade parlamentar: 1996 foi o ano em que mais Projetos de Lei,
dentre os analisados, foram apresentados, com três propostas sobre o tema referido.
22
Número de Projetos que visam a alterar o CDC: Os oito Projetos em questão propõem
alteração do Código de Defesa do Consumidor (Lei n° 8.078/1990), ressalvado o de nº 405/1999,
cuja proposta original propunha criação de nova lei especial, mas que sofreu apresentação de
substitutivo na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados para incluir novo
artigo no Código.
Normas do CDC visadas: Seis Projetos visam à modificação do artigo 52 do CDC,
visando à alteração do valor da multa contratual aplicada em caso de inadimplemento da obrigação
do consumidor. Dois Projetos visam a proibir encargos contratuais cuja cobrança consideram
abusiva (art. 39 e 42 do CDC).
Análise de mérito das propostas: Nos oito Projetos analisados a repercussão das
propostas em face do ordenamento positivo de proteção do consumidor atualmente em vigor
apresenta impactos negativos em superioridade aos aspectos positivos pelas seguintes razões:
perda de objeto da proposta em virtude de regulação da matéria em norma
superveniente à sua apresentação;
falta de oportunidade de inovação legislativa sobre a matéria referida em virtude da
aplicação de normas já existentes no CDC;
orientação reiterada e constante da jurisprudência pátria no sentido da proposta
legislativa;
vícios formais ou inadequação do Projeto de lei para atingir a finalidade proposta;
por apresentarem risco de retrocesso quanto ao nível de proteção jurídica positivada
pelo Código do Consumidor ou por atentarem contra a harmonia do microssistema de
proteção.
Parecer: Sugeriu-se, por tais razões, que todos os Projetos de lei referidos sejam
rejeitados ou que se lhes oponha, em caso de aprovação no Parlamento, o veto presidencial,
ressalvadas algumas sugestões específicas de compatibilização da proposta com o sistema do CDC
ou com a promoção de um elevado nível de proteção jurídica do consumidor.
Conclusão: Nesse sentido, pode-se concluir que a atividade Parlamentar desenvolvida
desde a promulgação do Código de Defesa do Consumidor não contribuiu de forma eficaz nem
satisfatória ao aperfeiçoamento e harmonização dos interesses nas relações contratuais de
consumo. Sobre o tema específico analisado, há propostas que importam, inclusive, risco de
retrocesso no nível de proteção jurídica existente. Sobretudo, não se percebe, globalmente, uma
preocupação atenta por parte do legislador à necessidade de preservação da sistematicidade das
normas harmonicamente dispostas no CDC. Ao contrário, as propostas de inclusão de dispositivos
excessivamente específicos em normas cuja vocação regulatória tende à generalidade implicam o
risco de perda de eficácia normativa do Código, em prejuízo dos interesses coletivos dos
consumidores.
3. OS PARECERES
Os respectivos pareceres indicaram para os referidos projetos rejeição ou no caso de
aprovação no Parlamento, o veto presidencial, ressalvadas algumas sugestões específicas de
23
compatibilização da proposta com o sistema do CDC ou com a promoção de um elevado nível de
proteção jurídica do consumidor.
3. 1. Conclusões acerca do exame dos Projetos de lei
A atividade Parlamentar desenvolvida desde a promulgação do Código de Defesa do
Consumidor não contribuiu de forma eficaz, nem satisfatória ao aperfeiçoamento e harmonização
dos interesses nas relações contratuais de consumo. Sobre o tema específico analisado, há
propostas que importam, inclusive, risco de retrocesso no nível de proteção jurídica existente.
Globalmente não foi observada preocupação por parte do legislador à necessidade de preservação
da sistematicidade das normas harmonicamente dispostas no CDC. As propostas de inclusão de
dispositivos excessivamente específicos em normas cuja vocação regulatória tende à generalidade
podem implicar no risco de perda de eficácia normativa do Código, em prejuízo dos interesses
coletivos dos consumidores.
4. RESULTADOS DA ÊNFASE SUPERENDIVIDAMENTO-
4. 1. Levantamento da Jurisprudência e de decisões-modelo.
Objetivo: Levantar e sistematizar decisões judiciais exemplares que incluam a categoria do
consumidor superendividado e o fenômeno do superendividamento.
Metodologia: Foram adotados como critérios para busca os seguintes conceitos chaves: crédito e
consumidor, superendividamento e pagamento consignado.
O universo base de dados foi: Tribunais de Justiça da Região Sul (RS, SC, PR) e Sudeste (RJ, SP,
MG e ES) e Distrito Federal.
Recorte temporal de 2002 a 2007.
Considerações sobre a pesquisa e exemplos de decisões-modelo presentes no CDRoom:
O Levantamento nacional acolheu-se um resultado 1.184 julgados.
Análise individual dos acórdãos visando selecionar as questões específicas sobre
superendividamento, bem como relativas à situação financeira do consumidor, à luz do princípio
da dignidade da pessoa humana.
Foi possível observar que o conceito “superendividamento” tem sido adotado em decisões no
TJRS e TJRJ.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO - 2007.001.37061 - APELACAO CIVEL -
DES. CONCEICAO MOUSNIER - Julgamento: 31/07/2007 - VIGESIMA CAMARA CIVEL
Ação cominatória cumulada com indenizatória por dano moral e pedido de antecipação dos
efeitos da tutela. Superendividamento. Retenção integral do salário de correntista, baseado em
contrato de empréstimo com previsão de desconto em folha. Sentença julgando procedente a
pretensão autoral e fixando a compensação por dano moral em R$ 1.500,00. Inconformismo do
Banco Réu. Entendimento desta Relatora quanto ao acerto da sentença a quo. Incidência do
CoDeCon. O Banco Apelante tem o dever de condicionar seus empréstimos à uma prévia
24
avaliação da capacidade de endividamento de seu cliente, de forma a somente celebrar contratos
em limites compatíveis com a natureza alimentar dos vencimentos. Ao adotar procedimento
diverso, o Banco optou por assumir os riscos do negócio que não podem ser repassados ao
consumidor. A sentença guerreada aplicou por analogia o disposto no art. 6°, §5°, da Lei
10.820/2003, o qual regula os descontos em folha de pagamento de pensionistas, dispondo que a
afetação dos vencimentos destes não pode ultrapassar 30% de seus ganhos. Função social do
contrato. Caráter punitivo do dano moral, adequadamente fixado em R$ 1.500,00 (um mil e
quinhentos reais). NEGADO SEGUIMENTO AO RECURSO, na forma do Artigo 557, caput, do
CPC.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO - 2007.001.31700 - APELACAO CIVEL -
JDS. DES. PEDRO FREIRE RAGUENET - Julgamento: 31/07/2007 - DECIMA OITAVA
CAMARA CIVEL
Cível. Consumidor. Contratos de empréstimo para cobertura de débito anterior. Pagamento por
desconto em conta salário. Alegação de superendividamento. Sentença que julga improcedente o
pedido inaugural. Apelação. Não se confundem problemas de administração da vida financeira do
consumidor com as circunstâncias objetivas que permitam a revisão dos contratos. Se o tomador
do empréstimo atua com desacerto de sua vida financeira, deverá arcar com os ônus de seu agir.
Recurso que pretende modificação da causa de pedir, implicando em decisão extra petita, o que
não se prestigia. Diante do princípio do tantum devolutum quantum apelato, não se examina, em
sede de apelação, matéria que não constou do debate inaugural, pena de surpresa processual.
Sentença que se mantém, com improvimento do apelo.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL - APELAÇÃO CÍVEL Nº 70020791356
- DÉCIMA QUINTA CÂMARA CÍVEL - RELATOR: Vicente Barrôco de Vasconcellos.
Ação de cancelamento de descontos salariais. Contrato de abertura de crédito. Caso concreto.
Matéria de fato. “Civil. Contrato de auxílio financeiro. Desconto em folha de pagamento.
Cláusula inerente à espécie contratual. Inocorrência de abusividade. Penhora sobre remuneração
não configurada. Supressão unilateral da cláusula de consignação pelo devedor. Impossibilidade.
I. é válida a cláusula que autoriza o desconto, na folha de pagamento do empregado ou servidor,
da prestação do empréstimo contratado, a qual não pode ser suprimida por vontade unilateral do
devedor, eis que da essência da avença celebrada em condições de juros e prazo vantajosos para
o mutuário. II. Recurso conhecido e provido” (RESP. 728563). Apelo desprovido.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO GRANDE DO SUL - AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº
70016851594 - TERCEIRA CÂMARA CÍVEL - DECISÃO MONOCRÁTICA - AGRAVO DE
INSTRUMENTO – RELATOR: PAULO DE TARSO VIEIRA SANSEVERINO - SERVIDOR
PÚBLICO MUNICIPAL - DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO – LIMITAÇÃO –
SUPERENDIVIDAMENTO - PRESERVAÇÃO DO MÍNIMO EXISTENCIAL.
Pedido formulado por servidor municipal de cancelamento dos descontos em folha de pagamento
das parcelas relativas a empréstimos intermediados por associação de classe.
25
Revisão da posição do relator, diante do novo entendimento jurisprudencial majoritário do 2º
Grupo Cível, reconhecendo a validade da cláusula de autorização dos descontos direto em folha
de pagamento, mas limitando a sua eficácia ao percentual máximo de 30% sobre os vencimentos
brutos do servidor, aplicando analogicamente a legislação estadual acerca do tema.
Preservação do mínimo existencial, evitando que o superendividamento coloque em risco a
subsistência do servidor e de sua família, ferindo o princípio da dignidade da pessoa humana.
Inocorrência de superação, no caso concreto, do percentual de 30% para os descontos das
parcelas dos empréstimos.
Doutrina e jurisprudência.
NEGATIVA DE SEGUIMENTO AO RECURSO.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL - 3ª Turma Cível - AC 2003071004721-0 -
Rel. Des. Lécio Resende
AÇÃO CAUTELAR E REVISIONAL – DANOS MORAIS E MATERIAIS – MÚTUO
BANCÁRIO COMUM – LIMITAÇÃO DESCONTO EM FOLHA DE PAGAMENTO –
PARCELAS PREFIXADAS – JUROS REMUNERATÓRIOS DIVERGENTES –
PREVALÊNCIA DA MENOR TAXA – CAPITALIZAÇÃO MENSAL AFASTADA –
COMISSÃO DE PERMANÊNCIA – OBEDIÊNCIA SÚMULA STJ 294 – SENTENÇA
MANTIDA – RECURSO IMPROVIDO.
Correta a r. sentença que, em ação revisional de contrato de crédito cumulada com cautelar,
verificando disparidade entre as taxas mensais e anuais, que resultaram na fixação das parcelas,
impõe a prevalência da taxa mensal, sem capitalização, limitando os descontos em folha de
pagamento à margem consignável de 30%, julgando improcedentes os pedidos de indenização por
dano moral e material, diante da ausência de nexo de causalidade entre a conduta da Instituição
Financeira e eventuais danos experimentados pela Autora.
5. ORGANIZAÇÃO DE EVENTOS E DE PESQUISAS PILOTO (MODELOS PARA
REPORDUÇÃO NA ACADEMIA E NO SISTEMA NACIONAL DE DEFESA DO
CONSUMIDOR)
Palestras e eventos realizados:
Jan Schapp, Univ. de Giessen, Alemanha – 8 a 15.10.2007 - UFRGS
Christoph Benicke, Univ. de Giessen, Alemanha -29.10.2007 - UFRGS
Mechele Dickerson, Univ. do Texas-Austin, 02.10.2007 - UFRGS
Seminário Crédito e Superendividamento, Escola Superior da AJURIS-UFRGS, 25 e 26.20.2007
Claudia Lima Marques, Adecon-UFPE, 27.09.2007
6. REUNIÕES TÉCNICAS COM A EQUIPE (Recife, Brasilia, 2 Rio de Janeiro, Rio Grande do
Sul)
Pesquisa sobre o perfil do superendividado: PROCON-SP e UniceuB-BSB
26
7. ESCOLHA DO CASO-REFERÊNCIA E DO PROJETO PILOTO-MODELAR
"Projeto Piloto de Tratamento das Situações de Superendividamento do Consumidor" na
Escola da AJURIS-RS, com ajuda da UFRGS, PROCON-RS e Defensoria Pública do Rio Grande
do Sul”, organizado e criado pelas magistradas Clarissa Costa de Lima e Karen Bertoncello:
Tem como objetivo mediar a renegociação das dívidas do consumidor superendividado com todos
os seus credores, de forma amigável, de acordo com seu orçamento familiar, de modo a garantir a
subsistência básica de sua família (mínimo vital).
Organização de video com a entrevista e audiência de consumidor de caso-referência:
O consumidor se endividou em razão de desemprego e doença. Já estava inadimplente em
relação a 7 credores e com o nome registrado em cadastro de inadimplentes.
O plano de pagamento (acordo) deveria respeitar a margem disponível de no máximo R$
500,00 porque o consumidor estava em contrato de experiência e a esposa estava grávida de
gêmeos.
Constatou-se no caso-referência que o perfil do superendividado é o seguinte:
Consumidor do sexo masculino, casado, com 3 dependentes financeiros, com renda individual
mensal de R$ 800,00 e renda familiar mensal de R$ 2.000,00
Despesas mensais correntes: R$1.000,00
Valor total da dívida com cada credor:
Banrisul R$ 6000,00, CEF R$2.300,00, Itaú R$2.300,00, Carrefour R$ 3.173,97, Bourbon
R$450,00, Fininvest R$4.608,43; GVT R$120,00
8. ELABORAÇÃO DE UM GLOSSÁRIO DE CHAVES DE SENTIDO EM MATÉRIA DE
SUPERENDIVIDAMENTO
Objeto: A compilação e sistematização das principais chaves de sentido sobre a concessão de
crédito aos consumidores, seu endividamento e superendividamento, bem como dos demais
conceitos conexos, na forma de um Glossário específico sobre o assunto.
Justificativa e relevância: O Glossário específico sobre o tema do crédito aos consumidores,
endividamento e superendividamento, é um produto inovador, que possibilitará a difusão das
referências bibliográficas e possíveis categorias analíticas, em doutrina nacional e estrangeira,
entre os operadores e intérpretes do direito, facilitando a elaboração de peças processuais, de
pareceres e de pesquisas acadêmicas.
Metodologia:
As chaves de sentido foram selecionadas a partir de uma metodologia de busca, na doutrina
especializada, nacional e estrangeira, dos conceitos pertinentes à concessão de crédito aos
consumidores, seu endividamento e superendividamento, bem como dos demais conceitos
conexos. A elaboração da pesquisa utilizou como método a transcrição do(s) fragmento(s) da(s)
27
obra(s) doutrinária(s) que conceitue(m) a chave de sentido, indicando sua referência bibliográfica,
conforme as normas vigentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. A pesquisa
foi realizada no período de 18 de setembro de 2007 a 17 de janeiro de 2008.
Resultados:
O resultado foi a compilação de relevantes chaves de sentido, contendo o(s) conceito(s)
doutrinário(s) com a(s) respectiva(s) referência(s) bibliográfica(s). Exemplo:
ENDIVIDAMENTO
“Entende-se por endividamento o saldo devedor de um agregado familiar. Pode resultar apenas
de uma dívida ou de mais do que uma em simultâneo, utilizando-se, neste último caso, a expressão
multiendividamento. [...] Utiliza-se o conceito de endividamento global quando se combinam
dívidas de crédito com outras dívidas (por exemplo, dívidas de serviços, dívidas fiscais, etc.).”
(LEITÃO MARQUES, Maria Manuel. et al. O endividamento dos consumidores. Lisboa:
Almedina, 2000, p. 1).
“Efetivamente, o endividamento é um fato inerente à vida em sociedade, ainda mais comum na
atual sociedade de consumo. para consumir produtos e serviços, essenciais ou não, os
consumidores estão – quase todos – constantemente se endividando. A nossa economia de
mercado seria, pois, por natureza, uma economia do endividamento. Consumo e crédito são duas
faces de uma mesma moeda, vinculados que estão no sistema econômico e jurídico de países
desenvolvidos e de países emergentes, como o Brasil.” (MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no
Código de Defesa do Consumidor: o novo regime das relações contratuais. 5. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005, p. 1236).
9. CONCLUSÃO GERAL
Os resultados da pesquisa são muito significativos e práticos como demonstram seus
produtos: crítica a 224 PL de modificação do CDC, proposta de Convenção interamericana sobre
consumo internacional, envolvendo comércio eletrônico e 2 CD-Rooms, um interno para a SAL e
outro para o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor, com os resultados da pesquisa, em
especial capacitando para tratar e prever o superendividamento dos consumidores.
Para facilitar faremos um balanço pontual em tópicos das 4 ênfases da pesquisa:
a) O resultado positivo da microcodificação do CDC: análise dos 224 projetos de leis
b) Mapeamento dos problemas – centros de problemas ainda sem solução:
· Serviços de interesse geral, em especial serviços públicos;
· Serviços financeiros, de crédito e bancários;
· Bancos de Dados e novas tecnologias simbióticas.
28
c) Necessidade de potencializar o diálogo das fontes:
· Verticalizar e incluir as diversas fontes administrativas
· Mapear a legislação infralegal oriunda das Agências
· Revalorizar as Portarias de Cláusulas abusivas do DPDC, sugerindo-se elaboração temática,
após estudo dos contratos e práticas comerciais do setor
d) Propostas Normativas da Pesquisa:
· Proposta de PL sobre prevênção e tratamento do superendividamento do consumidor pessoa
física
· Proposta de Tratado Internacional – Convenção interamericana de proteção dos
ocnsumidores na OEA – CIDIP VII
e) Proposta de Formação e capacitação: necessidade de novos instrumentos pedagógicos para
"repensar" o direito do consumidor
· Potencializar a formação de recursos humanos e produção científica em matéria de Direito
do consumidor;
· Priorizar o tema crédito e superendividamento;
· Fomentar a capacitação em matéria de educação financeira.
f) análise do Comércio eletrônico não é mais suficientes: mister análise do impacto das
mudanças tecnológicas:
· Desmaterialização, re-identificação, publicidade;
· Simbiose TV, Telefone, Banking e compras a distância.
Infelizmente não é possível, neste relatório em papel, conter e reproduzir todas as
informações, dados, vídeos, glossário de chaves de sentido, instrumentos e metodologias
desenvolvidas de forma original e engajada pela equipe, assim incluímos alguns anexos e
esperamos ter pelo menos aguçado a curiosidade dos colegas por demandar este nosso produto,
que é CDRoom interativo. Esperamos também ter contribuído para o excelente trabalho da SAL e
do DPDC na proteção dos consumidores e para a manutenção do visionário Código de Defesa do
Consumidor, propondo o diálogo das fontes como solução para as aparentes antinomias e
incompletudes do micro-sistema 17 anos depois de sua entrada em vigor. Esperamos também que
pelo menos este nosso produto possa ser distribuído (com a ajuda do Ministério da Justiça) para as
entidades de defesa do consumidor, como a Adecon-PE, que lutam com dificuldades para
conseguir pessoal capacitado e fontes de consulta e, se possível, disseminado pela Escola Nacional
29
de Direito do Consumidor, projeto importantíssimo do DPDC para a manutenção da eficácia do
Código no dia a dia de todos os PROCONs do Brasil.
Por fim, agradecendo novamente a todos da equipe, e em especial aos colegas da SAL e do
DPDC que conosco colaboraram e respeitaram a autoria de nossas idéias e dos métodos utilizados,
gostaríamos de concluir afirmando que o balanço do Código de Defesa do Consumidor, sua
eficácia prática, aplicação no país inteiro e potencialidade legislativa e principiológica para
continuar dando respostas adequadas e justas aos consumidores, foi e é muito positivo. O Código
de Defesa do Consumidor, de clara origem constitucional, é um micro-sistema eficiente e muito
útil para a proteção dos consumidores no país, não devendo ser permitido retrocesso em seu texto
ou principiologia. Avanços podem e devem ser realizados tanto, revigorando as portarias do
DPDC, com portarias temáticas e por contratos ou mercados e práticas comerciais de um mercado,
como nas sanções e atuações em conjunto e em rede do Sistema Nacional de Defesa do
Consumidor e das agências reguladoras do mercado. Os principais resultados qualitativos e
quantitativos de nosso projeto de pesquisa demonstraram que cabe à academia se interessar mais
pela dogmática e eficácia dos instrumentos de defesa do consumidor e por sua proteção coletiva. E
confirmou a necessidade de maiores e melhores estudos, em matéria de proteção internacional dos
consumidores e superendividamento das pessoas físicas.
10. ANEXOS PARA PUBLICAR (EXTRATOS DO CDROOM INTERATIVO)
a. Caso-referência
'Projeto Piloto de Tratamento das Situações de Superendividamento do Consumidor”:
Tem como objetivo mediar a renegociação das dívidas do consumidor superendividado com todos
os seus credores, de forma amigável, de acordo com seu orçamento familiar, de modo a garantir a
subsistência básica de sua família (mínimo vital).
Caso-referência:
O consumidor se endividou em razão de desemprego e doença. Já estava inadimplente em relação
a 7 credores e com o nome registrado em cadastro de inadimplentes.
O plano de pagamento (acordo) deveria respeitar a margem disponível de no máximo R$ 500,00
porque o consumidor estava em contrato de experiência e a esposa estava grávida de gêmeos.
Constatou-se no caso-referência que o perfil do superendividado é o seguinte:
Consumidor do sexo masculino, casado, com 3 dependentes financeiros, com renda
individual mensal de R$ 800,00 e renda familiar mensal de R$ 2.000,00
Despesas mensais correntes: R$1.000,00
Valor total da dívida com cada credor:
30
Banrisul R$ 6000,00, CEF R$2.300,00, Itaú R$2.300,00, Carrefour R$ 3.173,97, Bourbon
R$450,00, Fininvest R$4.608,43; GVT R$120,00
b. Glossário
Objeto: A compilação e sistematização das principais chaves de sentido sobre a concessão de
crédito aos consumidores, seu endividamento e superendividamento, bem como dos demais
conceitos conexos, na forma de um Glossário específico sobre o assunto.
Justificativa e relevância: O Glossário específico sobre o tema do crédito aos consumidores,
endividamento e superendividamento, é um produto inovador, que possibilitará a difusão das
referências bibliográficas e possíveis categorias analíticas, em doutrina nacional e estrangeira,
entre os operadores e intérpretes do direito, facilitando a elaboração de peças processuais, de
pareceres e de pesquisas acadêmicas.
Metodologia:
As chaves de sentido foram selecionadas a partir de uma metodologia de busca, na doutrina
especializada, nacional e estrangeira, dos conceitos pertinentes à concessão de crédito aos
consumidores, seu endividamento e superendividamento, bem como dos demais conceitos
conexos. A elaboração da pesquisa utilizou como método a transcrição do(s) fragmento(s) da(s)
obra(s) doutrinária(s) que conceitue(m) a chave de sentido, indicando sua referência bibliográfica,
conforme as normas vigentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT. A pesquisa
foi realizada no período de 18 de setembro de 2007 a 17 de janeiro de 2008.
Resultados:
O resultado foi a compilação de relevantes chaves de sentido, contendo o(s) conceito(s)
doutrinário(s) com a(s) respectiva(s) referência(s) bibliográfica(s)
ENDIVIDAMENTO
“Entende-se por endividamento o saldo devedor de um agregado familiar. Pode resultar
apenas de uma dívida ou de mais do que uma em simultâneo, utilizando-se, neste último caso, a
expressão multiendividamento. [...] Utiliza-se o conceito de endividamento global quando se
combinam dívidas de crédito com outras dívidas (por exemplo, dívidas de serviços, dívidas fiscais,
etc.).” (LEITÃO MARQUES, Maria Manuel. et al. O endividamento dos consumidores. Lisboa:
Almedina, 2000, p. 1).
“Efetivamente, o endividamento é um fato inerente à vida em sociedade, ainda mais
comum na atual sociedade de consumo. para consumir produtos e serviços, essenciais ou não, os
consumidores estão – quase todos – constantemente se endividando. A nossa economia de
mercado seria, pois, por natureza, uma economia do endividamento. Consumo e crédito são duas
faces de uma mesma moeda, vinculados que estão no sistema econômico e jurídico de países
desenvolvidos e de países emergentes, como o Brasil.” (MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no
31
Código de Defesa do Consumidor: o novo regime das relações contratuais. 5. ed. rev., atual. e
ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005, p. 1236).
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Augusto Jaeger Junior
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Programa de Pós Graduação Em Direito Ppgdir Ufrgs Inserção Internacional, Porto Alegre, v. 2, p.
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JAEGER JUNIOR, Augusto . O novo Código Civil Brasileiro e a reorganização de empresas.
Cadernos do Programa de Pós Graduação Em Direito Ppgdir Ufrgs Inserção Internacional, Porto
Alegre, v. 2, p. 169-212, 2004.
JAEGER JUNIOR, Augusto . El derecho comunitario de concurrencia frente al nuevo reglamento
n. 1/2003. Revista Nova Tesis, Rosário, Santa Fé, Argentina, v. 1, p. 199-209, 2004.
Livros publicados/organizados ou edições
JAEGER JUNIOR, Augusto . Liberdade de Concorrência na União Européia e no Mercosul. 1. ed.
São Paulo: LTr, 2006. v. 1. 807 p.
MARQUES, Cláudia Lima (Org.) ; JAEGER JUNIOR, Augusto (Org.) ; KAHN, Beverly L (Org.)
. Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito - PPGDir./UFRGS: Globalização
Econômica, Meio Ambiente e Sociedade Civil - Homenagem ao professor Dr. Tuiskon Dick
(UFRGS). 6. ed. Porto Alegre, RS: UFRGS / Nova Prova, 2006. v. 1. 278 p
JAEGER JUNIOR, Augusto . Temas de Direito da Integração e Comunitário. 1. ed. São Paulo:
LTr, 2002. v. 1. 262 p.
JAEGER JUNIOR, Augusto . Mercosul e a livre circulação de pessoas. 1. ed. São Paulo: LTr,
2000. v. 1. 190 p.
Capítulos de livros publicados
JAEGER JUNIOR, Augusto . A Reunião Preparatória da CIDIP VII em Porto Alegre, Brasil, 2 a 4
de dezembro de 2006. In: Alfonso Luis Calvo Caravaca; Juliana Rodríguez Rodrigo. (Org.).
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JAEGER JUNIOR, Augusto . A Contribuição da Autoridade de Defesa da Concorrência para a
Supranacionalidade Parcial no Mercosul. In: Joana Stelzer; Everton das Neves Gonçalves. (Org.).
Direito das Relações Internacionais: na fronteira entre a força econômica e o valor da vida humana
- estudos comemorativos a luminar trajetória acadêmica de Odete Maria de Oliveira. Ijuí - RS:
Unijuí, 2006, v. , p. 234-258.
JAEGER JUNIOR, Augusto . Mercosul e o desafio da livre circulação de trabalhadores:
dificuldades e perspectivas. In: Odete Maria de Oliveira; Arno Dal Ri Júnior. (Org.). Cidadania e
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nacionalidade: efeitos e perspectivas nacionais - regionais - globais. 2 ed. Ijuí-RS: Unijuí, 2003, v.
, p. 349-375.
JAEGER JUNIOR, Augusto . Para uma quinta liberdade econômica fundamental. In: Luiz Otávio
Pimentel. (Org.). Mercosul, Alca e Integração Euro-Latino-Americana. Curitiba: Juruá, 2001, v. 1,
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Emma Nogales de Santiváñez. (Org.). IX Encuentro Internacional de Derecho de América del Sul:
los procesos de integración en el nuevo milenio. La Paz: Universidad Católica Boliviana, 2000, v.
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JAEGER JUNIOR, Augusto . Mercosul: a exclusão do cidadão nos processos de constituição e
integração. In: Luiz Otávio Pimentel. (Org.). Mercosul no Cenário Internacional: Direito e
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Bruno Nubens Barbosa Miragem
Artigos publicados
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bebidas alcoólicas e tabaco por lei federal - Diálogo de adequação do princípio da livre iniciativa à
defesa do consumidor e da saúde pública. Revista de Direito do Consumidor, v. 59, p. 110-144,
2006.
MIRAGEM, Bruno . Direito da concorrência e raciocínio econômico: intersecções entre o direito e
a economia na experiência brasileira. Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito da
UFRGS, Porto Alegre, 2005.
MIRAGEM, Bruno . O artigo 1228 do Código Civil e os deveres do proprietário em matéria de
preservação ambiental. Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito - PPGD/UFRGS,
Porto Alegre/RS, v. 3, n. 6, p. 21-44, 2005.
MIRAGEM, Bruno . Diretrizes interpretativas da função social do contrato. Revista de direito do
consumidor, RT/São Paulo, v. 56, 2005.
MIRAGEM, Bruno . Abuso do direito: ilicitude objetiva no direito privado brasileiro. Revista dos
Tribunais, São Paulo, v. 94, n. 842, p. 11-44, 2005.
MIRAGEM, Bruno . O artigo 1228 do Código Civil e os deveres do proprietário em matéria de
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do direito brasileiro. Revista de direito privado, São Paulo: Editora RT, v. 17, p. 71-98, 2004.
MIRAGEM, Bruno . A regulação do serviço público de energia elétrica e o direito do consumidor.
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MIRAGEM, Bruno . O conceito de domicílio e sua repercussão nas relações jurídicas eletrônicas.
A aplicação da lei no espaço e a internet sob a perspectiva do direito brasileiro. Revista de Direito
Privado, São Paulo/SP, v. 19, p. 10-45, 2004.
MIRAGEM, Bruno . Do direito comercial ao direito empresarial. Formação histórica e tendências
do direito brasileiro. Revista da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, Porto Alegre, v. 24, p. 7-36, 2004.
MIRAGEM, Bruno . Os direitos de personalidade e os direitos do consumidor. Revista da
Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul - AJURIS, Porto Alegre, v. 97, 2004.
MIRAGEM, Bruno . Defesa administrativa do consumidor no Brasil. Alguns aspectos. Revista de
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MIRAGEM, Bruno . Responsabilidade pré-contratual da Administração e proteção da confiança
no Direito brasileiro. Revista da Procuradoria-Geral do Estado do RS, Porto Alegre/RS, v. 58, p.
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MIRAGEM, Bruno . Direito do Consumidor como Direito Fundamental: conseqüências jurídicas
de um conceito. Revista Direito do Consumidor, São Paulo, v. 43, p. 111-133, 2002.
MIRAGEM, Bruno . Liberdade de expressão e direito de crítica pública. Revista da Faculdade de
Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 22, 2002.
Livros publicados/organizados ou edições
MIRAGEM, Bruno . Responsabilidade civil da imprensa por dano à honra. O novo Código Civil e
a Lei de Imprensa. 1. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2005. 320 p.
MIRAGEM, Bruno ; MARQUES, C. L. ; BENJAMIN, A. H. V. . Comentários ao Código de
Defesa do Consumidor. 2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005. v. 1. 1312 p.
MIRAGEM, Bruno ; BENJAMIN, A. H. V. ; MARQUES, C. L. . Comentários ao Código de
Defesa do Consumidor - Aspectos Materiais. 1. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003.
Capítulos de livros publicados
MIRAGEM, Bruno . Cláusulas abusivas nos contratos bancários e a ordem pública constitucional
de proteção do consumidor. In: Claudia Lima Marques; João Batista de Almeida; Roberto Pfeiffer.
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(Org.). Aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos Bancos - Adin 2.591. 1 ed. São Paulo:
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MIRAGEM, Bruno . Conteúdo da ordem pública e os direitos humanos. Elementos para um direito
internacional pós-moderno. In: Cláudia Lima Marques; Nádia de Araújo. (Org.). O novo direito
internacional. Estudos em homenagem a Erik Jayme. 1 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2005, v. , p.
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MIRAGEM, Bruno . O princípio da proteção do consumidor e sua tutela coletiva no direito
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Artigos
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consumo na América Latina e o superendividamento. In: MARQUES, Cláudia Lima;
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LIMA, Clarissa Costa de. Dos vícios do produto no novo Código Civil e no Código de Defesa do
Consumidor e suas repercussões no âmbito da responsabilidade civil.Revista de Direito do
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LIMA, Clarissa Costa de. A resolução do contrato na nova teoria contratual. Revista de Direito do
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Cristina Stringari Pasqual
Artigos
PASQUAL, Cristina Stringari. Estrutura e Vinculação da Oferta no Código Civil e no Código de
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PASQUAL, Cristina Stringari. Os juros nas relações negocias. IN: Direito Civil e Registro de
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Fabio Morosini
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Karen Danilevicz Bertoncello
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BERTONCELLO, K. R. D. . Banco de Dados e Superendividamento do Consumidor: cooperação,
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Capítulos de livros publicados
BERTONCELLO, K. R. D. ; Lima, Clarissa Costa de . Tratamento do crédito ao consumo na
América Latina e superendividamento. In: Cláudia Lima Marques;Rosângela Lunardelli
Cavallazzi. (Org.). Direitos do Consumidor Endividado. 1 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais,
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Trabalhos completos publicados em anais de congressos
BERTONCELLO, K. R. D. . A lei sobre negociação administrativa e judicial para conter o
superendividamento e o papel possível da Defensoria Pública. In: Defensoria Pública e a Proteção
do Consumidor, 2004, Porto Alegre. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2004.
Larissa Maria de Moraes Leal
Artigos completos publicados em periódicos
LEAL, L. M. M. . A Dignidade da Pessoa Humana e o Mínimo Existencial. Revista da Faculdade
de Direito de Caruaru, Caruaru, v. 33, n. 24, p. 235-249, 2002.
LEAL, L. M. M. . A Boa-fé e a Proteção Contratual do Consumidor nos Contratos de Adesão.
Revista da Faculdade de Direito de Caruaru, Caruaru, v. 32, n. 23, p. 149-168, 2001.
LEAL, L. M. M. ; ALBUQUERQUE, F. S. ; LOBO, P. L. N. ; MORAES, M. A. L. . Boa-fé
Contratual. In: Paulo Luiz Netto Lôbo. (Org.). A Teoria do Contrato e o Novo Código Civil.
Recife: Nossa Livraria, 2003, v. , p. 25-42.
Leonardo Roscoe Bessa
Livros publicados
BESSA, L. R. . O CONSUMIDOR E SEUS DIREITOS - AO ALCANCE DE TODOS. 2. ed.
Brasília: Brasília Jurídica, 2003. v. 1. 263 p.
BESSA, L. R. . O CONSUMIDOR E OS LIMITES DOS BANCOS DE DADOS DE PROTEÇÃO
AO CRÉDITO. 1. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. v. 1. 288 p.
Capítulos de livros publicados
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BESSA, L. R. . VÍCIOS DOS PRODUTOS: PARALELO ENTRE O CDC E O CÓDIGIO CIVIL.
In: ROBERTO PFEIFFER; ADALBERTO PASQUALOTTO. (Org.). CÓDIGO DE DEFESA DO
CONSUMIDOR E O CÓDIGO CIVIL DE 2002: CONVERGÊNCIAS E ASSIMETRIAS. 1 ed.
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Artigos publicados na Revista de Defesa do Consumidor
Aplicação do CDC aos Bancos 11/09/2006
20 Anos de Ação Civil Pública 18/04/2005
Central de riscos e informações positivas:Uma breve Análise Jurídica 23/11/2004
O Novo C.C. e os limites temporais dos registros em BD de proteção ao crédito
04/10/2004
O Consumidor e o CCF 04/10/2004.
Liana Cirne Lins
Artigos completos publicados em periódicos
LINS, Liana Cirne . Apontamentos Preliminares Sobre o Desenvolvimento das Qualidades
Formais do Direito: Um Enfoque Weberiano. Revista de Estudos Jurídicos, São Leopoldo, v. 32, p.
115-127, 1999.
Sílvio José Batello Calderón
Artigos
BATTELO CALDERON, SILVIO JAVIER . Tese Aprovada no Congresso Internacional 15 anos
Código Defesa do Consumidor. Revista de Direito do Consumidor, v. 57, p. 162-163, 2005.
Capítulos dos livros
BATTELO CALDERON, SILVIO JAVIER . A (in)justiça dos endividados brasileiros: uma
análise evolutiva. In: Claudia Lima marques; Rosângela Lunardelli Cavallazzi. (Org.). Direitos do
Consumidor Endividado. 1 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006, v. , p. 211-229.
Walter Moura
Capítulos de livros publicados
ABBAD, G. ; Nogueira, R.S.F. ; WALTER, A. M. . Abordagens instrucionais em planejamento de
TD&E. In: Jairo Eduardo Borges-Andrade; Gardênia da Silva Abbad; Luciana Mourão.. (Org.).
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Treinamento, Desenvolvimento e Educação em Organizações e Trabalho: Fundamentos para a
Gestão de Pessoas.. 1 ed. Porto Alegre: Artmed, 2006, v. 1, p. 1-576.
Wellerson Miranda Pereira
Capítulos dos livros publicados
PEREIRA, W. M. . Superendividamento e crédito ao consumidor: reflexões sob uma pespectiva de
direito comparado. In: Cláudia Lima Marques; Rosângela Lunardelli Cavallazzi. (Org.). Os
direitos do consumidor endividado - Superendividamento e crédito. São Paulo: RT, 2006, v. 29, p.
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Outras produção cientifica
PEREIRA, W. M. . "Pourquoi protéger les consommateurs?" - Analyse juridique et socio-
économique des systèmes brésilien et européen 2004 (Dissertação de Mestrado).
Cláudia Lima Marques
Livros
Contratos no Código de Defesa do Consumidor, Editora Revista dos Tribunais, 5. Edition, São
Paulo, 2006. (1. Ed-1992, 2. Ed. - 1995, 3.Ed. - 1998, 1999 -3. Reempressions, 4. Ed. 2002 –
Reempression 2003, 5. ed. 2006- Reempression 2007)
Direitos do Consumidor Endividado- Superendividamento e Crédito, (Dir. Publ. avec Rosangela
Cavallazzi), Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2006.
Aplicação do Código de Defesa do Consumidor aos Bancos, (Dir. Publ. avec João Batista de
Almeida et Roberto Pfeiffer), Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2006.
Comentários ao Código de Defesa do Consumidor , avec Antonio Benjamin et Bruno Miragem, 2.
ed., Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2006.
Comentários ao Código de Defesa do Consumidor- Art. 1 a 74- Aspectos materiais , avec Antonio
Benjamin et Bruno Miragem, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 2004.
Contratos de Servicios a los consumidores, com Ricardo Luis Lorenzetti, Ed. Rubinzal-Culzoni,
Buenos Aires, 2005.
A proteção do consumidor no Brasil e no Mercosul, Editora Livraria dos Advogados, Porto
Alegre, 1994. (dir. publ.)
Capítulos e participações em livros coletivos
45
Consumer Protection in Private International Law Rules: the need for an interamerican Convention
on the law applicable to some consumer contracts and consumer transactions (CIDIP), in Regards
croisés sur les enjeux contemporains du droit de la consommation, Dir. Thierry Bourgoignie,
Editions Yvon blais, Cowansville (Québec), Canadá, 2006, p. 145- 190.
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Código de Defesa do Consumidor e o Mercosul, in Revista Direito do Consumidor, São Paulo ,
vol.8, p. 40-57.
Vinculação própria através da publicidade? A nova visão do Código de Defesa do Consumidor,
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A abusividade nos contratos de seguro saúde e de assistência médica no Brasil (Regime dos
Serviços no ano 2000: entre pós-modernidade, hiper-regulamentação e respeito aos interesses do
consumidor), in Revista AJURIS, Porto Alegre, vol. 64, 1995, p. 34 -77.
Os contratos de crédito e a legislação brasileira de proteção do consumidor, in Revista Direito do
Consumidor, São Paulo, 1996, vol 18, p. 53-76
Expectativas legítimas dos consumidores nos planos e seguros privados de saúde e os atuais
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vol. 12, 1996, p. 80-92 et Revista Direito do Consumidor, São Paulo, 1996, nr. 20, p. 71 - 87.
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Direitos do Consumidor no Mercosul : Algumas sugestões frente ao impasse, in Revista Direito do
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Novos temas da teoria dos contratos: confiança e o conjunto contratual, in Revista AJURIS, ano
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Proteção do consumidor no comércio eletrônico e a chamada nova crise do contrato: por um
direito do consumidor aprofundado, in Revista de Direito do Consumidor, vol. 57 (jan-março
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Parecer sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígeros, a Lei Federal no 9.294,
de 15 de julho de 1996 e sua constitucionalidade nos termos do § 4o do art. 220 da Constituição
Federal , avec Bruno Miragem, in Revista de Direito do Consumidor, vol. 59 (jul-set. 2006), p.
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Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito-PPGdir./UFRGS, nr. V (mar.2006), p. 41-74.
A proposta brasileira de Convenção Interamericana de Direito Internacional Privado sobre lei
aplicável a alguns contratos com consumidores (CIDIP VII): temas e discussões no Forum de
Expertos, in Cadernos do Programa de Pós-Graduação em Direito-PPGdir./UFRGS, nr. V
(mar.2006), p. 75
49
ANEXO 1. MODELO DE PARECER PARA A PESQUISA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
EM PROJETOS DE LEI
PROJETO “Pensando o Direito” - PNUD – MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
UFRGS -Direito do Consumidor
PL número/ano
Senador/Deputado ______ partido/estado
RELATÓRIO:
O relatório será elaborado a partir das fichas
(modelo a ser seguido:)
O PL número/ano altera as Leis nº 8.078, de 11 de setembro de 1990 (altera o texto do art. 39,XIV
e XV, art. 31 e 66 e inclui art. 66-A e 66-B), e nº 10.962, de 11 de outubro de 2004 (inclui art. 5-
A), para, entre outras providências, considerar como prática abusiva a oferta à venda ou a venda de
produtos ou serviços mediante a sistemática de pagamento a prazo pelo preço à vista.
MÉRITO: deixar em branco, será preenchido posteriormente
ASPECTOS POSITIVOS DO PROJETO DE LEI:
Preencher de uma maneira objetiva; quando o comentário for de cunho mais valorativo, não
esquecer de inserir no início a identificação pessoal:
1) Da oportunidade do tema tratado pelo PL número/ano, qual seja ____
2) Da adequação da finalidade visada em geral pelo PL número/ano_____
3) Do mérito de regular mais detalhadamente ______
ASPECTOS NEGATIVOS DO PROJETO DE LEI:
1) Da não oportunidade de aprovação do texto atual do PLS número/ano para atingir o
objetivo proposto em virtude dos efeitos:
a) políticos
b) jurídicos
c) econômicos
d) sociais
e) constitucionais8
2) Da desnecessidade de aprovar o texto do PL, face ao(s) artigo(s) _____9 do Código de
Defesa do Consumidor
8 Os possíveis efeitos negativos constitucionais são de suma relevância por justificarem o veto.
50
3) Do perigo do retrocesso nos direitos do consumidor se aprovado o texto atual do PL, pois
o texto retira/diminui/limita/impõe um dever ao consumidor no que tange a _____
Caso o projeto de lei tenha artigos referentes à criminalização de determinada conduta:
3.1) Da não oportunidade e desnecessidade da criminalização de _____.
Caso o projeto de lei tenha artigos que seriam melhor regulados em lei especial já existente,
colocar o número de tal lei:
4) Da necessidade da abordagem do tema em lei especial, visto que____
CAMINHO DO MEIO:
Eventuais sugestões de retiradas/ modificações de artigos do projeto de lei analisado.
Caso a recusa total do PL número/ano não seja politicamente possível ou desejável, ele poderá ser
aprovado se:
a) retirado o artigo X
b) modificado o artigo Y
c) aprovada a primeira parte do artigo
d) o tema X for tratado em lei especial de número Y
Quando o bolsista acreditar que o projeto não deve ser aprovado de maneira alguma, preencher o
campo opcional abaixo:
SUGESTÃO DE VETO:10
O presente PL atenta contra o espírito do Código de Defesa do Consumidor E/OU contra os
princípios consagrados na Constituição Federal, fazendo-se, portanto, o veto necessário.
SUGESTÕES FINAIS DO PARECER:
A ser preenchido posteriormente.
9 Preencher caso souber o artigo.
10 Lembrar que o veto deve ser motivado, então deve haver fundadas razões para tal sugestão.