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  • 8/19/2019 serrão 2

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    ANUÁRIO DE JURISPRUDÊNCIA 133

    PROCESSO N° 3.773

    ACÓRDÃO

    Colisão, quando em manobra de atracação. Obs-táculo submerso e à deriva. Fortuidade. Arquivamento.

    Vistos, relatados e discutidos estes autos de inquérito número3.773, originários da Capitania dos Portos do Estado do Pará eAmapá, Agência de Macapá, com pedido de arquivamento do dr.adjunto-de-procurador Eduardo Maya Ferreira.

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    134 T R I B U N A L M A R Í T I M O

     No dia 7 de agosto de 1959, cerca das 6,20hs da manha, o nav io“São Caetano”, de L. Figueiredo Navegação S/A, quando manobrava

     para atracar ao trapiche do pôrto de Santana, no Território Federaldo Amapá, colidiu com obstáculo submerso, na região da pôpa,sofrendo forte torsão da madre do leme e enjambramento da meialua, em conseqüência do que, deixou de governar para boreste. Naimpossibilidade de proceder ao reparo por falta de recurso, foi feitaa retificação dos gualdropes, conseguindo condições que, embora

     precariamente, permitiram a viagem para Belém e daí, com recomendação especial da Capitania, teve autorização para prosseguiraté Santos, sede da Empresa, onde deveria fazer o conserto definitivo.

    Comando do piloto D’Artaenan Toussaint Mendonça de Moraise prático Waldemar Serrão, acabava o navio de suspender o ferro edava máquina atrás, quando a bordo pressentiram o baque.

     Nenhum obstáculo se conhecia como existente nas imediações,sendo o local tido como safo, razão por que o inquérito, pelo apurado,concluiu tratar-se de um corpo submerso c à deriva, e conseqüentemente pela fortuidade do evento.

    A Procuradoria concordou com o parecer e pediu o arquivamento,ao ter vista dos autos, depois da notificação pelo “Diário Oficial”.

    Assim exposto e considerando que. pelos elementos recolhidos,não se pode contestar o relatado, por isso que, nas circunstâncias,sòmente um obstáculo submerso e arrastado pelas águas poderia

     produzir o acidente, sendo como é a zona limpa e varrida comfreqüência por navios.

    Acorda o Tribunal Marítimo, por unanimidade: a)  quanto ànatureza e extensão do acidente: colisão com obstáculo submerso,

     provavelmente à deriva, de natureza desconhecida; avarias no leme; prejuízos não avaliados; b)  quanto à causa determinante: prejudicada: c) julgar o acidente resultante de caso fortuito e ordenar o

    arquivam ento do inquérito. P.C.R. — Rio de Janeiro, 17 de maiode 1960.  Paulo Mario da Cunha Rodrigues, almirante-presidenteGerson Rocha da Cruz,  relator — Carlos Lafayette Bezerra de M i-randa  —  Francisco José da Rocha  —  Alberto Epaminondas de Souza 

     Antônio  M endes Braz da Silva.  Fui presente:  Eduardo M aya  Ferreira,  1° adjunto-de-procurador.