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RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº GFO-74/2016 SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE ITINGA PRESTADOR DE SERVIÇOS: COPANOR Gerência de Fiscalização Operacional Coordenadoria Técnica de Regulação Operacional e Fiscalização dos Serviços Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais Setembro de 2016

SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE …

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RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO Nº GFO-74/2016

SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA

SEDE MUNICIPAL DE ITINGA

PRESTADOR DE SERVIÇOS: COPANOR

Gerência de Fiscalização Operacional Coordenadoria Técnica de Regulação Operacional e Fiscalização dos Serviços

Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água

e de Esgotamento Sanitário do Estado de Minas Gerais

Setembro de 2016

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE ITINGA – SETEMBRO/2016

Diretoria Colegiada

Gustavo Gastão Corgosinho Cardoso

Gustavo Cunha Gibson

Coordenadoria Técnica de Regulação Operacional e de Fiscalização dos Serviços

(CTROFS):

Rodrigo Bicalho Polizzi

Gerência de Fiscalização Operacional (GFO):

Henrique Pereira Barcelos

Equipe Técnica:

Lucas Oliveira Cesar – GFO/CTROFS – Analista Fiscal e de Regulação de Serviços de

Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário

Karla Patrícia Dias da Silva – GFO/CTROFS – Analista Fiscal e de Regulação de Serviços

de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário

Agência Reguladora de Serviços de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitário do

Estado de Minas Gerais – ARSAE-MG

Cidade Administrativa – Rodovia Papa João Paulo II, Nº 4.001, Edifício Gerais, 12º andar

Bairro Serra Verde

Belo Horizonte

Minas Gerais

CEP: 31.630-901.

Tel: (31) 3915-8119

Fax: (31) 3915-2060

Site: www.arsae.mg.gov.br

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE ITINGA – SETEMBRO/2016

RESUMO INFORMATIVO

Em junho de 2016 foi realizada fiscalização dos serviços de abastecimento de água de Itinga,

que abrangeu a vistoria nas unidades do sistema e entrevista com os representantes

municipais.

O serviço de abastecimento de água do município de Itinga é prestado pela COPANOR e

regulado por Contrato de Programa, assinado em 11 de janeiro de 2010 e cujo prazo de

vigência vai até 2040. De acordo com o Prestador de Serviços, o sistema de abastecimento

possui cobertura de 100% e atende 100% da população da sede municipal.

A Administração Municipal atual está insatisfeita com os serviços prestados e afirmou que

existem diversas notificações relacionadas à prestação dos serviços.

No momento da fiscalização foram realizadas coletas e análises de água. Os parâmetros

físico-químicos e microbiológicos estavam de acordo com o disposto na Portaria MS nº

2.914/2011, porém, o Prestador de Serviços não cumpre o plano de amostragem

integralmente, conforme determinado pela Portaria supracitada e não realiza a fluoretação.

Quanto à rede de distribuição, não foi possível avaliar o índice de perdas, pois o Prestador de

Serviços não dispõe de macro medidor na saída do tratamento, conforme determinado pela

Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40. Foi verificado o atendimento dos pedidos de vistoria

para ligação de água e ligação de água e ainda a ocorrência de vazamentos e seu respectivo

tempo médio de manutenção. Observou-se que há serviços realizados fora do prazo definido

na Resolução nº 40/2013 da ARSAE-MG.

O município adotou plano de racionamento no final do ano de 2015 e início do ano de 2016.

Durante a fiscalização, realizada em junho de 2016, foi constatado que o Município não se

encontrava em racionamento, apesar da declaração de escassez hídrica emitida pelo

Prestador. É importante destacar que o Prestador de Serviços deve buscar novas fontes de

captação de água para evitar novos períodos de racionamento na sede municipal.

O município possui Plano Municipal de Saneamento Básico e foi concluído em 2009, porém

o mesmo ainda não foi revisado.

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE ITINGA – SETEMBRO/2016

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 5

2. ENTREVISTA REALIZADA – PREFEITURA MUNICIPAL ................................................................................ 6

3. ÁREAS, SEGMENTOS E UNIDADES FISCALIZADAS ..................................................................................... 7

4. SITUAÇÃO CONTRATUAL ......................................................................................................................... 7

5. FATOS LEVANTADOS ............................................................................................................................... 8

5.1. FATOS LEVANTADOS NO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA ................................................................................... 8

5.1.1. Captação Superficial ........................................................................................................ 8

5.1.2. Estações de tratamento de água – ETA .......................................................................... 9

5.1.3. Elevatórias ........................................................................................................................ 9

5.1.4. Reservatórios ................................................................................................................... 9

5.1.5. Rede de Distribuição ...................................................................................................... 10

5.1.6. Controle da Qualidade da Água ..................................................................................... 10

5.2. FATOS LEVANTADOS NO ATENDIMENTO AO PÚBLICO ................................................................................................ 12

5.2.1. Agência de Atendimento ................................................................................................ 12

5.2.2. Informações ao usuário .................................................................................................. 13

5.3. PLANO DE RACIONAMENTO.................................................................................................................................. 13

5.4. PLANO DE EMERGÊNCIA E CONTINGÊNCIA............................................................................................................... 14

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................14

7. CONSTATAÇÕES E NÃO CONFORMIDADES .............................................................................................16

8. RECOMENDAÇÕES ..................................................................................................................................22

9. AGENTES DE FISCALIZAÇÃO DA ARSAE-MG ............................................................................................22

APÊNDICE A. REGISTROS FOTOGRÁFICOS .......................................................................................................23

ANEXO I. CROQUIS DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA (NA SEDE MUNICIPAL) ...........................25

ANEXO II. . AMOSTRA DO SICOM: VISTORIA DE IMÓVEL PARA LIGAÇÃO DE ÁGUA, LIGAÇÃO DE ÁGUA E

VAZAMENTO DE ÁGUA. ..................................................................................................................................26

ANEXO III. AUSÊNCIA DE INFORMAÇÕES NA FATURA MENSAL ..................................................................31

ANEXO IV. DECLARAÇÃO DA SITUAÇÃO DO ATUAL ABASTECIMENTO .........................................................32

ANEXO V. ATA DE SOLICITAÇÃO DE DOCUMENTOS ....................................................................................33

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1. INTRODUÇÃO

A ARSAE-MG, em observância à Lei Estadual nº 18.309, de 03 de agosto de 2009, Lei Federal

nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007, Lei Federal nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, suas

regulamentações e demais legislações pertinentes, atua na regulação e fiscalização dos

serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário nos munícipios conveniados

com a Agência.

A ação de fiscalização visa determinar o grau de conformidade do sistema auditado em

consonância com as legislações e normas técnicas pertinentes, especialmente as Resoluções

Normativas expedidas pela ARSAE-MG, bem como a adequação da prestação dos serviços,

no que tange à regularidade, continuidade, eficiência, segurança, generalidade e atualidade.

Dessa forma, foi realizada a fiscalização dos serviços de abastecimento de água na sede

urbana do Município de Itinga, concedidos à COPANOR, conforme características

sintetizadas no Quadro 1. Os procedimentos compreenderam análise documental,

entrevistas com o Prefeito Municipal e inspeção técnica em campo. Assim, é objetivo deste

relatório descrever os resultados obtidos a partir da fiscalização.

Quadro 1. Características da fiscalização

Tipo de Fiscalização Fiscalização direta e indireta.

Período da Inspeção de Campo 30 de maio a 03 de junho de 2016.

Localidade Fiscalizada Sede Municipal de Itinga.

Serviço Fiscalizado

Abastecimento de Água.

Prestador de Serviços Companhia de Saneamento de Minas Gerais –

COPANOR.

Endereço da Sede do Prestador de Serviços

Rua Joaquim Ananias Toledo nº 125, Laerte Laender.

CEP: 39.803-171, Teófilo Otoni-MG.

Endereço Local do Prestador de Serviços

Av. João Meneses, nº 2, Bairro Porto Alegre – Itinga.

Representante(s) designado(s) pelo Prestador de Serviços para acompanhamento

Mara Rúbia Oliveira Gomes – Técnica Química;

João Batista Oliveira – Encarregado do Sistema;

Deividy Caldeira Alves – Operador de Sistemas.

Ofícios Encaminhados

OF. ARSAE-MG/DG/Nº0264/16 – Prefeitura;

OF. ARSAE-MG/DG/Nº0265/16 – Prestador de

Serviços.

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2. ENTREVISTA REALIZADA – PREFEITURA MUNICIPAL

Os agentes de fiscalização da ARSAE-MG reuniram-se com o Prefeito, Sr. Adhemar Marcos

Filho; Secretário de Administração e Assessor de Controle Interno, Sr. Carlos Henrique de

Gusmão e o Secretário de Governo, Sr. João Bosco Versiani Gusmão Cordeiro, e explicaram

a razão e os objetivos da fiscalização técnico-operacional no Sistema de Abastecimento de

Água (SAA) a ser realizada na Sede do Município.

O senhor Prefeito e os demais presentes classificaram o SAA como inadequado e demonstrou

insatisfação com a prestação dos serviços. Afirmaram, ainda, que existem diversas

notificações, além de uma representação contra o Prestador de Serviços no Ministério

Público, na Comarca de Araçuaí.

Além disso, questionaram sobre o alto valor das tarifas em consequência de constantes

manobras de abastecimento e interrupções dos serviços, não havendo quaisquer avisos à

população. Ademais, nos bairros Planalto e Santa Cruz o desabastecimento é recorrente. Foi

pontuado ainda que a atual fonte de captação (Córrego Água Fria) está secando. O Prefeito

relatou um elevado número de reclamações relacionadas a erros de micromedição e lamentou

o despreparo dos funcionários no atendimento aos usuários e a falta de capital humano e de

material de consumo para operar o SAA satisfatoriamente. Os referidos representantes da

prefeitura relataram que não só a água distribuída apresenta cor e odor, mas também que o

Prestador de Serviços não disponibiliza os relatórios das análises mensais de controle da

qualidade da água. Destacaram, igualmente, que várias famílias de baixa renda não são

beneficiadas com a tarifa social. Contudo, os agentes explicaram que a adesão à tarifa social

é de iniciativa do usuário, conforme orientações existentes no verso da fatura mensal de água.

Também foi alvo de reclamação a má qualidade dos serviços de recomposição asfáltica das

vias públicas.

O Município possui Plano Municipal de Saneamento Básico (PMSB) concluído em 2009,

porém, esse ainda não foi submetido à revisão, conforme é recomendado pela Lei Federal n°

11.445/2007. A Prefeitura alegou falta de recursos e de corpo técnico para realização dos

estudos necessários para a revisão do PMSB.

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3. ÁREAS, SEGMENTOS E UNIDADES FISCALIZADAS

As unidades operacionais que constam no Quadro 2, a seguir, foram fiscalizadas durante o

procedimento descrito neste relatório.

Quadro 2. Segmentos operacionais e unidades fiscalizadas

Área Segmento Operacional Unidade Fiscalizada

Abastecimento de Água

Captação Captação Superficial no Córrego Água Fria

ETA Floculador Decantador Filtros

Casa de Química Almoxarifado Laboratório

Elevatórias - EEAT-I; EEAT-2; ETA

Reservatórios - RAP 01 – ETA - RAP 02 - ETA

RAP 03 - Planalto

Rede de distribuição

Registros de Descarga: - Rua Direita, S/N Registro de Manobra: - Rua Direita – Próximo da ponte sobre o Rio Jequitinhonha

Controle da Qualidade da Água

Coleta e Análise da Água: - Av. Araçuaí, nº 300, bairro Porto Alegre - RAP 2 - Saída de filtro.

Plano de Amostragem

Registros de Qualidade da Água

Atendimento ao usuário

Agência de Atendimento

Condições de atendimento

Disponibilidade de documentos previstos no artigo 20 da Resolução nº 40/2013 da ARSAE-MG.

Prazo para execução de serviços.

Situação Contratual

Contrato de Programa Responsabilidades e metas de atendimento do Prestador de Serviços

4. SITUAÇÃO CONTRATUAL

O serviço de abastecimento de água na sede municipal de Itinga é regulado por Contrato de

Programa, celebrado em 1 de janeiro de 2010, com validade de 30 anos, cujo objeto é a

prestação de serviços públicos de abastecimento de água e de esgotamento sanitário na sede

municipal e nos distritos do Jacaré e Taquaral, nos povoados da Ponte do Pasmado e

Pasmadinho, e nas comunidades rurais do Piauí, Poço Dantas e Povo de Deus.

Constatou-se que o Prestador de Serviços está descumprindo as metas de atendimento

estabelecidas no Anexo III – Indicador de Qualidade –, parte integrante do contrato, uma vez

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que não são realizadas as análises físico-químicas para os parâmetros turbidez, cor, e flúor e

microbiológica; sendo apenas realizadas as análises para os parâmetros pH e cloro residual

livre.

5. FATOS LEVANTADOS

São listados nesse item os principais fatos apurados na inspeção de campo sobre o Sistema

de Abastecimento de Água da sede do município de Itinga. Há também informações coletadas

junto ao Prestador de Serviços com o propósito de verificar a adequabilidade da prestação

dos serviços explorados, sobretudo o cumprimento da regulamentação expedida pela

ARSAE-MG.

Cabe destacar que todas as não conformidades geradas pelos fatos levantados constam no

capítulo 7.

5.1. Fatos levantados no Sistema de Abastecimento de Água

A seguir são apresentados os principais aspectos de interesse relacionados ao sistema de

abastecimento de água, considerando suas principais partes constituintes.

5.1.1. Captação Superficial

A água distribuída na sede municipal é proveniente de captação superficial realizada na

barragem de nível, que se encontra no Córrego Água Fria, conforme outorgado pela Portaria

SEMAD nº 00750/2014 de 23-4-2014. A vazão outorgada é de 30,0 l/s e tempo de

funcionamento de 17 horas diárias, com validade de 35 anos. Atualmente, a COPANOR

realiza captação de 16,6 L/s, 24 horas/dia. Vale ressaltar que a barragem de nível e o canal,

onde se localiza o ponto de tomada da água, estão assoreados. De acordo com os

operadores, o novo proprietário bloqueou o acesso à barragem, impedindo, assim, a

manutenção e monitoramento (Fotos 1 a 3).

A unidade estava parcialmente cercada, não possuindo placas de identificação e de

advertência. (Foto 4).

O Prestador de Serviços informou, ainda, que está em tramitação na Justiça a desapropriação

do local de captação, após o qual serão realizados os serviços de dragagem, limpeza e

cercamento da referida barragem.

Vale destacar que, conforme apresentado no Plano de Racionamento, o projeto de captação

de água no Rio Jequitinhonha está concluído, cujo início de obras está condicionado à

respectiva liberação das áreas.

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5.1.2. Estações de tratamento de água – ETA

A ETA de Itinga é do tipo convencional com tratamento completo, construída em ferro-cimento

e é composta por cinco floculadores, dois decantadores e dois filtros (Foto 5). Segundo

informações do Prestador, a ETA tem capacidade nominal de 20 L/s, operando, atualmente,

com vazão média de 16,6L/s e funcionando 24h/dia. A lavagem dos filtros é realizada

conforme nível de saturação indicado pelo fabricante. Todas as unidades apresentavam

funcionamento adequado. Ressalta-se que, apesar de funcionar em tempo integral, não há

operador no turno noturno.

Observou-se que a ETA não possui o manual de operação, e nem o livro de registro de

operação e manutenção. Além disso, não há instrumento permanente de medição de vazão,

sendo a vazão média estimada. Não há macro medidor na saída do tratamento, conforme

determinado pela Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40.

Em relação aos produtos químicos, destaca-se que os mesmos estavam armazenados

adequadamente.

Destaca-se que a ETA não possui Autorização Ambiental de Funcionamento-AAF.

5.1.3. Elevatórias

O SAA possui 2 (duas) estações elevatórias de água tratada (EEAT), com seus respectivos

CMB’s reservas. As unidades se encontravam operando satisfatoriamente e estavam

devidamente identificadas, protegidas e em bom estado de conservação.

5.1.4. Reservatórios

Existem 3 (três) reservatórios instalados no sistema de abastecimento de água de Itinga, cuja

capacidade total de reservação é de 600 m³. Os reservatórios apoiados RAP 01 e RAP 02

são comunicantes e estavam com as tampas de inspeção quebradas e sem proteção das

aberturas de ventilação (Fotos 6 a 10); em relação ao RAP 3, este apresentava as aberturas

de ventilação sem proteção (Foto 11). É válido ressaltar que os reservatórios não possuem

de instrumento de medição e controle de vazão na entrada/saída do reservatório (ABNT

12217 5.7).

Durante a fiscalização não foi entregue a documentação de inspeção sanitária dos

reservatórios, segundo estabelecido na Resolução nº 40/2013 ARSAE-MG.

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5.1.5. Rede de Distribuição

A rede de distribuição possui extensão de 19.977 metros, em PVC, com diâmetros nominais

variando de 25mm a 150 mm. Há um total de 2.824 ligações de água que atendem a 6.851

habitantes na sede municipal.

Não foi possível quantificar as perdas do SAA de Itinga, uma vez que o Prestador não dispõe

de macromedidor na saída de tratamento.

O SAA é setorizado em quatro zonas de abastecimento. O Prestador de Serviços não possui

cadastro atualizado do Sistema de Abastecimento de Água. Durante a fiscalização da rede de

distribuição foram vistoriados um registro de descarga de rede e um registro de manobra. Os

registros apresentaram condições adequadas de funcionamento. Ao efetuar a descarga de

rede não houve presença significativa de sedimentos na rede.

Quanto à descontinuidade apontada pelo prefeito, o Prestador afirmou que ocasionalmente

há redução do volume da água captada e tratada, sendo necessária a realização de manobras

para atender as diferentes zonas de abastecimento. Quanto à incidência de desabastecimento

nos bairros Planalto e Alto Santa Cruz, o Prestador informou que o abastecimento nesses

bairros se normalizou com a instalação e operação do reservatório RAP 03.

Em documentação recebida do Prestador, no dia 14 de janeiro de 2016, foi registrado que o

abastecimento de água no município foi interrompido devido à turbidez elevada da água dos

reservatórios. Entre os dias 5-4-16 e 7-4-16, foram registradas interrupções de abastecimento

de água nos bairros Centro, Cidade Nova, Morro da Bênção, Baixinha, Planalto, Porto Alegre,

Mutirão, Alto Santa Cruz e Zona Rural, provocadas pela manutenção corretiva na adutora de

água bruta.

5.1.6. Controle da Qualidade da Água

Durante a inspeção in loco foi solicitado ao operador a realização de coletas e análises de

água em pontos específicos da rede de distribuição, a fim de se verificar a qualidade da água

distribuída. As coletas foram realizadas pela Técnica Química do Distrito, Mara Rúbia Oliveira

Gomes e pelo Operador de Sistemas, Paulo Roberto Gusmão Sato. Não foi percebida

nenhuma ação que desabone o procedimento de coleta para o fim proposto.

O prestador não dispõe de ponto de coleta na saída dos filtros (para avaliação de turbidez

remanescente, conforme determina o Artigo 30 da Portaria MS nº 2.914/2011).

Foram coletadas amostras de água, em consonância com a Portaria MS nº 2.914/2011, nos

seguintes pontos:

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ETA: Saída do tratamento - tanque de contato (para avaliação dos parâmetros cloro

residual livre, cor, flúor, pH e turbidez);

Ponta de rede de distribuição (para avaliação dos parâmetros cloro residual livre, cor,

flúor, pH, turbidez e análise bacteriológica). Ocorreu coleta na Avenida Araçuai, nº 300,

Bairro Porto Alegre (Foto 12).

As análises microbiológicas foram realizadas pelo método do substrato enzimático, conforme

descrito pelo Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater, de autoria das

instituições American Public Health Association (APHA), American Water Works Association

(AWWA) e Water Environment Federation (WEF). Para esta metodologia é necessária a

utilização de uma estufa bacteriológica a 35,5 ± 0,5°C, com utilização de planilha de

acompanhamento da temperatura. Observou-se que o insumo (meio de cultura) encontrava-

se dentro do prazo de validade (Colilert® Lote nº HL 806, validade 07 de outubro de 2016).

Os resultados das análises realizadas são apresentados na Tabela 1.

Tabela 1 – Análises físico-químicas e bacteriológicas da qualidade da água para abastecimento humano

Resultado das análises do município de Itinga

Local da

Coleta Endereço

Físico - químicas Microbiológicas

Cloro 1

Cor Flú

or pH Turbidez Coliforme2 E. coli 3

Filtros - - - - - - -

Saída do

Tratamento

ETA – Saída para Jacaré,

S/N 2,0 - - - 0,72 Ausente Ausente

Ponta de

Rede

Residência – Av. Araçuai,

nº 300, Bairro Porto

Alegre

0,8 ≤2,5 - 6,6 1,67 Ausente Ausente

Reservatório RAP 2 - ETA – Saída para

Jacaré, S/N 1,4 ≤2,5 - 6,7 0,96 Ausente Ausente

Unidade mg/L uH

mg

/L - uT -

Valores permitidos* 0,2 a

5,0 ≤ 15

1,5 -

Filtros ***

****

Tratamento -

Distribuição ≤ 5,0

Valores recomendados* ≤ 2,0 - ** 6,0 a

9,5 - -

Unidades: mg/L – miligrama por litro; uH – Unidade Hazen; uT – Unidade de turbidez 1 Cloro Residual Livre 2 Coliformes totais 3 Escherichia coli * Valores estipulados pela Portaria MS n° 2.914/2011 ** Conforme Quadro I da Portaria MS Nº 635/1976 *** 0,5 uT em 95% das amostras, sendo 1,0 uT limite máximo para qualquer amostra pontual (Anexo II da Portaria MS Nº 2.914/2011)

**** Conforme Anexo I da Portaria MS Nº 2.914/2011

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Ressalta-se que os resultados das análises para os parâmetros físico-químicos e

bacteriológicos das amostras coletadas durante a fiscalização estão em conformidade com os

padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria MS n.º 2.914/2011.

No que tange ao questionamento do senhor prefeito a respeito da cor e do odor na água

tratada, observou-se que as amostras coletadas durante a fiscalização apresentaram

resultados em conformidade com o estabelecido pela Portaria MS n.º 2.914/2011.

Em relação ao Plano de Amostragem, este não está sendo cumprido, conforme determina a

Portaria MS n.º 2.914/2011, em seus anexos XI, XII, XII e XIV. Além disso, os relatórios das

análises de controle de qualidade da água (registro dos últimos seis meses das análises físico-

químicas e bacteriológicas, registro das últimas duas análises de cianobactérias, registro das

duas últimas análises da água bruta para avaliação da concentração de substâncias químicas

que representam risco à saúde) solicitados por esta fiscalização não foram apresentados pelo

Prestador. Diante da não comprovação das análises realizadas, não é possível aferir se os

parâmetros físico-químicos e bacteriológicos são integralmente alcançados, conforme

determinado na Portaria MS nº 2.914/2011. Ademais, de acordo com informações do

operador, a água não é fluoretada. Ressalta-se que o Flúor é um parâmetro fixado pela

Portaria MS nº 635/1975.

Destaca-se, ainda, que somente são realizadas as análises para os parâmetros de

potabilidade – cloro residual e pH –, como constatado durante a fiscalização.

Em referência ao laboratório, esta unidade possui boas condições operacionais, espaço

adequado, iluminação e ventilação, porém, não possui manual de Procedimento Operacional

Padrão – POP – dos equipamentos, com todas as técnicas e cuidados a serem observados

para realização das análises. As instalações do laboratório são suficientes para a realização

de análises do controle de qualidade da água de modo a atender às exigências da Resolução

ARSAE-MG nº 44/2014 e demais legislações vigentes.

5.2. Fatos levantados no Atendimento ao Público

5.2.1. Agência de Atendimento

A agência de atendimento está localizada em local de fácil acesso, na Av. João Meneses, nº

2, Bairro Porto Alegre. A agência possui espaço adequado para o fim que se destina e

funciona de segunda à sexta feira, de 10h às 12h, conforme placa de identificação. Estão

dispostos em local visível ao público a Resolução Normativa nº 40/2013 da ARSAE-MG, o

Código de Defesa do Consumidor, a tabela de preços e prazos de execução de serviços, a

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tabela de tarifas, livro para reclamações/sugestões e Relatório Anual sobre a qualidade de

água. Quanto aos serviços solicitados pelo usuário, fez-se uma análise documental a partir

da amostra de ordens de serviço emitidas no Sistema de Informações Comerciais – SICOM,

fornecidos pelo Prestador de Serviços durante a fiscalização. Foi possível examinar as ordens

de serviços referentes aos pedidos de vistoria e ligação de água, solicitados pelos usuários,

e ainda as reclamações de vazamentos de água na rede de distribuição no período de janeiro

a abril de 2016. Constatou-se, entretanto, que não foi possível verificar a data de geração nas

ordens de serviço apresentadas; ademais, foi observada a existência de pedidos atendidos

fora dos prazos estabelecidos pela Resolução Normativa nº 40/2013 da ARSAE-MG, uma vez

que a data de baixa foi posterior à data limite inserida nas ordens de serviços emitidas. Anexo

II.

Em relação às ocorrências de vazamentos de água, foram analisados os documentos gerados

pelo Sistema Integrado Comercial no período entre janeiro e abril/2016 e foram constatadas

algumas dessas ordens executadas com mais de 20 dias além da data limite prevista pelo

Prestador.

Ainda que a Resolução Normativa nº 40/2013 da ARSAE-MG não tenha prazos definidos para

o atendimento às solicitações de vazamentos de água, é importante que o Prestador de

Serviços reduza o tempo para a correção do vazamento, uma vez que as perdas de água são

significativas e a falta de água foi um dos apontamentos do Poder Concedente e o município

encontra-se em estado de escassez hídrica.

5.2.2. Informações ao usuário

Foram amostradas duas faturas de água, dos meses de janeiro e fevereiro de 2016 e estas

não traziam as informações acerca da qualidade da água, conforme preconizado pelo Artigo

5º do Decreto Presidencial nº 5.440/05. Anexo III.

5.3. Plano de Racionamento

Tendo em vista o longo período de estiagem observado nos últimos anos, o Prestador de

Serviços elaborou o plano de racionamento para o município de Itinga, conforme

Comunicação Externa CE nº 237/2015 – DFI, datada em 17-11-2015. Contudo, este plano foi

suspenso e o abastecimento de água foi, então, normalizado, de acordo com a Comunicação

Externa CE nº 247/2015 – DFI, datada em 24-11-2015.

O Prestador de Serviços informou, por meio da comunicação Externa nº 04/2015 – DFI, com

data de 30-12-15, que o plano de racionamento seria retomado. Em fevereiro de 2016 o Plano

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de Racionamento foi suspenso novamente, conforme comunicação Externa nº 10/2016 – DFI.

Assim, as manobras entre os setores de abastecimento foram interrompidas. Durante a

fiscalização foi constatado que o Município não se encontrava em racionamento, porém, a

COPANOR declarou que, devido ao período de escassez hídrica pelo qual o munícipio se

encontra, o sistema de abastecimento de água é incapaz de atender à demanda da

população, Anexo IV.

5.4. Plano de Emergência e Contingência

O SAA de Itinga possui Plano de Emergência e Contingência Distrital, ou seja, é um mesmo

plano para todo o Distrito, onde o município está inserido. Ressalta-se a necessidade de um

Plano de Emergência e Contingência local com as especificidades do município, uma vez que

o plano aborda orientações genéricas em sua maioria de cunho eletromecânico.

Quanto ao vazamento de produtos químicos, destaca-se que o plano traz orientações sobre

as medidas a serem tomadas somente para vazamento do ácido fluossilícico, visto que esse

produto não é utilizado na ETA. Para os outros produtos químicos – por exemplo, hipoclorito

de cálcio –, não há nenhuma orientação caso haja vazamentos.

Observa-se, ainda, a necessidade de relacionar quais os usuários de caráter essencial,

(creches, escolas e instituições públicas de ensino; hospitais e atendimentos destinados à

preservação da saúde pública; estabelecimentos de internação coletiva), a fim de garantir o

abastecimento de água potável a essas unidades em situações de desabastecimento.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O sistema de abastecimento de água da sede do município de Itinga tem cobertura de 100%

e atende a 100% da população, porém, sua operação não é satisfatória em relação à

regularidade, continuidade e à quantidade da água tratada distribuída, de acordo com o

estabelecido pela Resolução nº 040/2013 da ARSAE-MG.

No que tange à qualidade da água distribuída, ressalta-se que não foi possível aferir o

atendimento aos parâmetros de potabilidade estabelecidos na Portaria MS nº 2.914/2011,

haja vista o não cumprimento integral ao Plano de Amostragem e a ausência dos relatórios

das análises de controle de qualidade da água. Entretanto, os resultados das análises para

os parâmetros físico-químicos e bacteriológicos das amostras coletadas durante a fiscalização

estão em conformidade com os padrões de potabilidade estabelecidos pela Portaria MS n.º

2.914/2011.

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Ademais, o SAA não possui cadastro atualizado da rede de distribuição de água, das adutoras

de água bruta e das adutoras de água tratada, informações fundamentais para uma gestão

adequada e operação eficiente do sistema.

No que tange ao Plano de Emergência e Contingência, o município possui um plano distrital,

não acolhendo as especificidades locais.

Com referência às inspeções sanitárias dos reservatórios, não há comprovação de que foram

realizadas, conforme determina a Resolução nº 040/2013 da ARSAE-MG. Não foi, igualmente,

comprovada a realização das inspeções sanitárias nos mananciais, bem como monitoramento

mensal da presença de cianobactérias.

Constatou-se a ausência de macromedidor na saída do tratamento e na saída dos

reservatórios, sendo assim, não foi possível realizar a análise do índice de perdas. Apesar

das perdas no sistema de abastecimento de água não ser quantificada, faz-se necessário

agilizar o reparo de vazamentos na rede de distribuição.

Em relação ao alto valor de tarifas, conforme observado pelo senhor Prefeito, a COPANOR

declarou que o elevado consumo de água de alguns usuários está relacionado à irrigação de

cultivares domésticos (horta e pomar) e/ou plantações de médio porte (feijão, milho e outros)

com água potável.

É importante ressaltar que, no que diz respeito à recomposição de pavimentação, cabe ao

Poder Concedente avaliar e orientar o serviço realizado, haja vista que, além dos termos

contratuais, deve ser observado o Código de Posturas Municipal para o cumprimento deste

serviço.

Não foi possível localizar os nomes dos operadores que trabalham no sistema de

abastecimento de água da sede municipal de Itinga na relação de participantes do treinamento

realizado nos dias 23 e 24 de abril de 2015.

A COPANOR não entregou, durante a fiscalização, os documentos solicitados

antecipadamente e não os enviou, conforme solicitado, acordado e registrado em ata durante

a reunião de encerramento. Anexo V.

No capítulo a seguir, são apresentadas todas as constatações e não-conformidades relativas

à prestação do serviço de abastecimento de água na sede municipal, seguidas do relatório

fotográfico.

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7. CONSTATAÇÕES E NÃO CONFORMIDADES

CONSTATAÇÕES NÃO CONFORMIDADES

C1: Captação

Barragem de nível assoreada (Fotos 1 e 2).

Canal de água assoreado (Foto 3).

Ausência de placa de identificação da unidade

(Foto 4).

Ausência de placa de identificação do Prestador

de Serviços (foto 4).

Ausência de placa de advertência (Foto 4).

NC1: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 8º do Anexo I da

Resolução Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se

transcrito abaixo:

“Art. 8°. O Prestador de Serviços executará, de forma constante, a

conservação e a manutenção dos sistemas públicos de abastecimento

de água e de esgotamento sanitário, mantendo-os em condições

adequadas de operação, segurança e limpeza, obedecendo às normas e

aos procedimentos técnicos pertinentes.”

(...)

§ 4° O prestador deverá adotar medidas de segurança e de prevenção

de acidentes, bem como medidas adequadas de proteção no sentido de

restringir o acesso de pessoa não autorizada às unidades operacionais.

§ 5° As unidades operacionais deverão dispor de identificação própria e

do prestador de serviços e conter avisos de advertência.

C2: ETA

Ausência de instrumentos permanentes de

medição.

NC2: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 13, da Resolução

Normativa ARSAE-MG nº 40, de 2013, o qual encontra-se transcrito

abaixo:

“Art. 13 O prestador utilizará instrumento permanente de medição para

gerar informações referentes à:

I – vazão e volume de água captada, volume de água distribuída e de

água utilizada;

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C3: Atendimento ao Usuário

Atendimento à solicitação de ligação de água

fora do prazo (anexo II).

NC3: O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 65 do Anexo I da

Resolução Normativa ARSAE-MG nº40 de 2013, o qual encontra-se

transcrito abaixo:

“Art. 65 A ligação, precedida de vistoria, será realizada dentro dos

seguintes prazos, salvo o disposto nos artigos 55, 56 e 66 desta

Resolução:

I – em área urbana: 7 (sete) dias úteis, contados a partir da data de

aprovação das instalações ou da liberação para realização da obra pelo

poder executivo municipal; e

II – em área rural: 10 (dez) dias úteis, contados a partir da data de

aprovação das instalações.”

C4: Reservatório

Falta de instrumento de medição e controle de

vazão na entrada/saída do reservatório (ABNT

12217 5.7).

Falta de conservação das tampas de inspeção

dos reservatórios RAP 1 e RAP 2. (Fotos 5 e 6).

Falta de tela de proteção nas aberturas de

ventilação dos reservatórios RAP 1 e RAP 2

(Fotos 7 e 8).

NC4: O Prestador de Serviços está descumprindo os Artigos 2º e 9º do Anexo

I da Resolução Normativa ARSAE-MG nº40 de 2013, os quais

encontram-se transcritos abaixo:

Art. 2° O prestador deverá realizar a operação e a manutenção dos

sistemas de abastecimento de água e de esgotamento sanitário para a

população usuária, em conformidade com as normas técnicas da

Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT e demais normas

pertinentes

Art. 9 O prestador deverá manter os reservatórios de distribuição e

acumulação devidamente trancados e as aberturas de ventilação devem

impedir a entrada de água de chuva e de contaminantes.

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C5 Rede de Distribuição

Descontinuidade no abastecimento.

Excesso de vazamentos de água.

NC5 O Prestador de Serviços está descumprindo os Artigo 4º e 8º do Anexo I

da Resolução Normativa ARSAE-MG nº40 de 2013, os quais encontram-

se transcritos abaixo:

Art. 4 O prestador deverá assegurar o suprimento de água potável de

forma contínua, garantindo sua disponibilidade durante as vinte e quatro

horas do dia.

(...).

§ 2° O prestador deverá estar preparado para solucionar problemas

decorrentes de qualquer eventualidade que prejudique o funcionamento

normal do sistema

“Art. 8°. O Prestador de Serviços executará, de forma constante, a

conservação e a manutenção dos sistemas públicos de abastecimento

de água e de esgotamento sanitário, mantendo-os em condições

adequadas de operação, segurança e limpeza, obedecendo às normas e

aos procedimentos técnicos pertinentes.”

(...)

§ 1° O prestador deverá evitar vazamentos de água e extravasamentos

de esgoto com a finalidade de prevenir perdas no sistema público de

abastecimento de água ou contaminação do meio ambiente.

§ 2° O prestador, quando for informado da ocorrência de vazamentos nas

redes de abastecimento de água ou de extravasamentos de esgoto

sanitário, adotará medidas imediatas e manterá registros com as

providências adotadas.

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE ITINGA – AGOSTO/2016 19/34

C6 Controle de Qualidade da Água

Não cumprimento integral do plano de

amostragem.

NC6 O Prestador de Serviços está descumprindo os Artigos 4º do Anexo I da

Resolução Normativa ARSAE-MG nº40 de 2013, o qual encontra-se

transcrito abaixo:

Art. 4 O prestador deverá assegurar o suprimento de água potável de

forma contínua, garantindo sua disponibilidade durante as vinte e quatro

horas do dia.

(...)

§ 4° O prestador deverá manter controle integral e sistemático da

qualidade da água distribuída para consumo humano, em especial o

Plano de Segurança da Água, conforme exigências da Portaria n° 2.914

de 2011 do Ministério da Saúde.

C7 Não comprovação da inspeção sanitária dos

reservatórios.

NC7 O Prestador de Serviços está descumprindo os Artigo 10 do Anexo I da

Resolução Normativa ARSAE-MG nº40 de 2013, o qual encontra-se

transcrito abaixo:

Art. 10 O prestador realizará inspeção sanitária e análises específicas

nos reservatórios de distribuição e acumulação, no mínimo a cada 3 (três)

meses, para identificar a necessidade de manutenção e limpeza.

Parágrafo único. Identificada a necessidade, será realizada a limpeza e

desinfecção imediata do reservatório, com registro obrigatório da

intervenção.

C8 Não envio à autoridade de saúde pública dos

relatórios das análises dos parâmetros mensais,

trimestrais e semestrais, com informações sobre o

controle da qualidade da água.

Não disponibilização dos resultados das

análises de controle da qualidade da água.

NC8 O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 12 do Anexo I da

Resolução Normativa ARSAE-MG nº40 de 2013, o qual encontra-se

transcrito abaixo:

Art. 12. O prestador controlará, de acordo com Portaria n° 2.914 de 2011

do Ministério da Saúde, a qualidade e a potabilidade da água por ele

distribuída para consumo humano com a finalidade de mantê-las nos

padrões e níveis estabelecidos.

§ 1° O prestador deverá encaminhar, à autoridade de saúde pública

competente, relatórios das análises dos parâmetros mensais, trimestrais

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DA SEDE MUNICIPAL DE ITINGA – AGOSTO/2016 20/34

e semestrais, com informações sobre o controle da qualidade da água,

conforme modelo estabelecido pela referida autoridade.

§ 2° O prestador possibilitará acesso da ARSAE-MG aos resultados das

análises de controle da qualidade da água disponibilizados aos órgãos

competentes.

C9 Contrato

Descumprimento de Contrato, Anexo III – Metas

de atendimento – Indicador de Qualidade.

NC9 O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 1º do Anexo I da

Resolução Normativa ARSAE-MG nº40 de 2013, o qual encontra-se

transcrito abaixo:

Art. 1° Competem ao prestador o planejamento, a implantação, a

ampliação, a operação e a manutenção dos sistemas públicos em

cumprimento aos Planos Municipais de Saneamento no limite de suas

atribuições, aos contratos com o titular, às normas de regulação e às

demais normas vigentes, efetuando administração eficiente e

comercialização dos serviços concedidos.

§ 1° O prestador cumprirá os contratos de programa ou de concessão e

convênios firmados.

(...)

§ 3° O prestador buscará a integralidade da sua atuação, com vistas a

maximizar a eficácia e os resultados das suas ações.

C10 Ausência de informações, na fatura mensal,

sobre a qualidade da água distribuída (Anexo III).

NC10 O Prestador de Serviços está descumprindo o Artigo 91 do Anexo I da

Resolução Normativa ARSAE-MG nº40 de 2013, o qual encontra-se

transcrito abaixo:

Art. 91 A fatura deverá conter obrigatoriamente as seguintes

informações:

(...)

XIX – informações mensais sobre a qualidade da água para consumo

humano, conforme estabelecido no Decreto Presidencial n° 5.440/2005;

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C11 Plano de Emergência e Contingência genérico. NC11 O Prestador de Serviços está descumprindo os Artigos 5º do Anexo I da

Resolução Normativa ARSAE-MG nº40 de 2013, o qual encontra-se

transcrito abaixo:

Art. 5º O prestador deverá elaborar plano de emergência e de

contingência específico para cada município ou localidade atendida para

os casos de paralisações do fornecimento de água, alterações nas

condições de funcionamento dos sistemas de coleta ou interrupções no

tratamento de esgoto, mantendo exemplar em cada escritório local.

C12 Informações solicitadas entregues fora do prazo

estipulado (Anexo IV).

NC12 O Prestador de Serviços está descumprindo os Artigos 17 do Anexo I da

Resolução Normativa ARSAE-MG nº40 de 2013, o qual encontra-se

transcrito abaixo:

Art. 17 O prestador atenderá, no prazo estipulado pela ARSAE-MG, aos

pedidos de informações e de esclarecimentos sobre aspectos

relacionados com a prestação dos serviços.

C13 Capacitação do corpo técnico.

NC13 O Prestador de Serviços está descumprindo os Artigos 11 do Anexo I da

Resolução Normativa ARSAE-MG nº40 de 2013, o qual encontra-se

transcrito abaixo:

Art. 11 O prestador utilizará pessoal técnico, próprio ou de terceiro,

legalmente habilitado, devidamente capacitado e credenciado para a

operação e manutenção dos sistemas de abastecimento de água e de

esgotamento sanitário.

Parágrafo único. O prestador é responsável pela capacitação e

atualização técnica periódica do pessoal próprio envolvido diretamente

na prestação dos serviços e exigirá que o pessoal terceirizado seja

submetido a semelhante treinamento.

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8. RECOMENDAÇÕES

1 – Tomar providência quanto às constatações mencionadas no capítulo 7 deste relatório a

fim de atender às Resoluções Normativas ARSAE-MG n°40/2013.

2 – Reavaliar o quadro de funcionários a fim de garantir uma adequada prestação dos

serviços.

3 – Tomar providência quanto à autorização ambiental de funcionamento da ETA.

4 - Envidar esforços para a liberação das áreas e início das obras para a nova captação de

água no Rio Jequitinhonha para evitar novos períodos de racionamento de água na sede

municipal.

5 – Atender ao estabelecido pela Portaria MS n° 635/1975.

9. AGENTES DE FISCALIZAÇÃO DA ARSAE-MG

____________________________

Karla Patrícia Dias da Silva

1062435-1

_____________________________

Lucas Oliveira Cesar

1.371.883-3

Belo Horizonte, Setembro de 2016.

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APÊNDICE A. REGISTROS FOTOGRÁFICOS

Foto 1. Barragem de nível assoreada Foto 2. Barragem de nível assoreada

Foto 3. Canal de água assoreado Foto 4. Ausência de placa de identificação do

Prestador de Serviços

Foto 5. ETA da sede municipal de Itinga Foto 6. Falta de conservação da tampa de

inspeção do reservatório RAP 1

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Foto 7. Falta de conservação da tampa de

inspeção do reservatório RAP 2

Foto 8. Falta de tela de proteção nas aberturas

de ventilação do reservatório RAP 1

Foto 9. Falta de tela de proteção nas aberturas

de ventilação do reservatório RAP 2

Foto 10. Falta de tela de proteção nas aberturas

de ventilação dos reservatórios RAP 1 e RAP 2.

Foto 11. Falta de tela de proteção nas aberturas de ventilação do RAP 3 – Planalto

Foto 12. Coleta na Avenida Araçuai, nº 300, Bairro

Porto Alegre

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ANEXO I. Croquis do Sistema de Abastecimento de Água (na sede municipal)

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ANEXO II. . Amostra do SICOM: Vistoria de imóvel para ligação de água, ligação de água e vazamento de água.

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ANEXO III. Ausência de informações na fatura mensal

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ANEXO IV. Declaração da situação do atual abastecimento

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ANEXO V. Ata de solicitação de documentos

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