10
1 RESUMO DAS INTERVENÇÕES DOS MEMBROS DO PS NA SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE RIO MAIOR REALIZADA NO DIA 28 DE NOVEMBRO DE 2015 Realizou-se, no passado dia 28.11.2015, mais uma sessão da Assembleia Municipal de Rio Maior, na qual participaram quatro representantes do Partido Socialista: António Moreira, Fátima Carvalho, Ivan Costa e Filipe Martins, o último dos quais em substitui- ção de João Sequeira. Nesta sessão, foi cumprido um minuto de silêncio e aprovado um Voto de Pesar pelas vítimas dos recentes atentados terroristas ocorridos em Paris, tendo na ocasião Antó- nio Moreira, em representação da bancada municipal do PS, afirmado que “o PS as- socia-se ao Voto de Pesar por todas as pessoas que perderam a vida nestes atentados, alguns dos quais cidadãos portugueses”, sublinhando que “é tempo de os responsá- veis europeus e ocidentais compreenderem o perigo que é colocar-se à frente da polí- tica os interesses financeiros”, numa referência óbvia à venda de armamento e à com- pra de petróleo no mercado clandestino. PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA A «boa» e a «má» oposição segundo os critérios da coligação que governa a Câmara de Rio Maior No período de antes da ordem do dia, usou da palavra António Moreira, responsável da bancada municipal do PS, que começou por sublinhar o regresso da deputada mu- nicipal do PS, Fátima Carvalho, depois de um período de afastamento por motivos de saúde. Referindo-se às recentes comemorações do Feriado Municipal, recordou que o mesmo foi alterado para esta data há alguns anos, “para evitar motivos de crispação

Sessão da Assembleia Municipal de 28.11.2015

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Resumo das intervenções dos representantes do PS na Sessão da Assembleia Municipal de 28.11.2015.

Citation preview

Page 1: Sessão da Assembleia Municipal de 28.11.2015

1

RESUMO DAS INTERVENÇÕES DOS MEMBROS DO PS NA SESSÃO ORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL

DE RIO MAIOR REALIZADA NO DIA 28 DE NOVEMBRO DE 2015 Realizou-se, no passado dia 28.11.2015, mais uma sessão da Assembleia Municipal de Rio Maior, na qual participaram quatro representantes do Partido Socialista: António Moreira, Fátima Carvalho, Ivan Costa e Filipe Martins, o último dos quais em substitui-ção de João Sequeira. Nesta sessão, foi cumprido um minuto de silêncio e aprovado um Voto de Pesar pelas vítimas dos recentes atentados terroristas ocorridos em Paris, tendo na ocasião Antó-nio Moreira, em representação da bancada municipal do PS, afirmado que “o PS as-socia-se ao Voto de Pesar por todas as pessoas que perderam a vida nestes atentados, alguns dos quais cidadãos portugueses”, sublinhando que “é tempo de os responsá-veis europeus e ocidentais compreenderem o perigo que é colocar-se à frente da polí-tica os interesses financeiros”, numa referência óbvia à venda de armamento e à com-pra de petróleo no mercado clandestino.

PERÍODO DE ANTES DA ORDEM DO DIA

A «boa» e a «má» oposição segundo os critérios da coligação que governa a Câmara de Rio Maior

No período de antes da ordem do dia, usou da palavra António Moreira, responsável da bancada municipal do PS, que começou por sublinhar o regresso da deputada mu-nicipal do PS, Fátima Carvalho, depois de um período de afastamento por motivos de saúde. Referindo-se às recentes comemorações do Feriado Municipal, recordou que o mesmo foi alterado para esta data há alguns anos, “para evitar motivos de crispação

Page 2: Sessão da Assembleia Municipal de 28.11.2015

2

no concelho”, pelo que “foi com muito desgosto que, na sessão solene do Feriado Mu-nicipal deste ano, ouvi um discurso de cariz político revanchista, completamente ina-dequado ao momento”, disse António Moreira. “Em primeiro lugar, a crítica à oposição como oposição revela falta de sentido democrático. A oposição tem não só o direito como o dever de contrariar, naquilo que considerar importante, e esse julgamento de-pende da oposição e não do poder, e de fazer aquilo que se chama oposição”, disse. Certamente, para o executivo, transpondo para a realidade local, a «boa oposição» é aquela que vota ao seu lado, e a «má oposição» é aquela que lhe faz frente... “Num feriado municipal, onde há famílias a assistir e onde se pretende que haja um ambiente de festa, chamar à colação situações onde se fala em «oposição má» e «opo-sição boa» é, na nossa opinião, de uma falta de sentido, não vou dizer de Estado, mas de Município, completamente desajustada”, afirmou António Moreira. “Como diria uma figura insuspeita, que não tem nada de socialista ou comunista, mas que tem al-gum bom senso, as datas fracturantes não são para ser comemoradas, e não me pa-rece que as famílias comemorem divórcios ou litígios e, por isso, espero que sejamos capazes de crescer 40 anos depois, e perceber que há muita coisa que deve ser salva-guardada, que o 25 de Novembro trouxe a este país, mas que isso não é motivo de re-gozijo nem de festa”, disse. “O Feriado Municipal não são as comemorações do executivo, são as comemorações do Município, e dizem respeito a todos os Munícipes”, recordou. “E quem cá esteve, deveria ter vindo ouvir afirmações que tivessem a ver com esperança e com o futuro, e não coisas que têm mais a ver com o remoque e que remetem para aquilo que foram os últimos 60 dias pós-eleitorais neste país”, concluiu.

PAF tem problemas em aceitar a figura do parlamentarismo que caracteriza institucionalmente a República Portuguesa

“Talvez, passados 40 anos, os actores não tenham sido capazes de fazer passar a men-sagem de como se vive num regime democrático, de constituição parlamentar, um regime constitucional onde o governo sai do apoio de uma maioria na Assembleia da República, e que tem que ter forma de poder passar o seu programa e o Orçamento de Estado”, começou por afirmar António Moreira, para quem “a forma como o processo de formação do novo governo foi tratada e vivenciada na opinião publicada pela PAF e pelo Senhor Presidente da República, merece o maior repúdio”. “O clima forçado de crispação e o mau perder, inquinam uma tão apregoada necessi-dade de estabilidade e deturpam os mais elementares princípios constitucionais, sen-do um total desrespeito pelos valores democráticos”, referiu. “Eu percebo algum des-conforto quando as pessoas perdem 700 mil votos e não conseguem uma maioria de apoio na Assembleia da República, capaz de suportar um governo, mas quando acham que mesmo assim devem continuar a formar governo, então é porque não conhecem as regras do funcionamento de uma democracia e do funcionamento de uma assem-bleia democrática, nem conhecem as regras das instituições”.

Page 3: Sessão da Assembleia Municipal de 28.11.2015

3

“Devo recordar que quem marcou as eleições legislativas foi a PAF, ou melhor, o Sr. Presidente da República, porque realmente é difícil distinguir as duas facções, tudo com o acordo do governo, facto esse a que não foi alheia a mentira, que espero que tenha sido a última mentira, que era a devolução da sobretaxa”, recordou António Mo-reira. “Trata-se de uma mentira incomensurável, inclusivamente sublinhada pelo agora promovido a «comentador-mor do reino», que foi alcandorado a essa função na quali-dade de candidato a Presidente da República, que qualificou a mentira da devolução da sobretaxa com um adjectivo exemplar e de que já nem me recordo ao certo”. Para António Moreira, “a questão aqui é muito simples, e aquilo que queremos trans-mitir, é que os tempos que se avizinham não serão fáceis, e quem continua a apregoar um discurso que é baseado numa fraude e numa narrativa completamente construída para criar uma ideia de que tudo o que são direitos das pessoas é despesa, e tudo o que são direitos financeiros é investimento, é preciso que se perceba que, neste gover-no, não teremos uma situação fácil. Mas tenho uma enorme convicção e uma inco-mensurável esperança que o governo que inicia funções tenha capacidade para dar ao país e à Europa um rumo diferente que tem seguido até aqui”, disse. “Portugal tem uma dimensão sócio-política na Europa e no mundo muito maior que as suas dimensões territoriais, e não pode estar entregue a merceeiros nem a encarre-gados de negócios que vão para Bruxelas fazer aquilo que os grupos financeiros que-rem que se faça. Compete-nos assumir um posicionamento de Estado, e não um posi-cionamento subserviente que põe tudo o que são os mais elementares direitos sociais abaixo da especial relevância que dá à alta finança”, afirmou. “É curioso que todas as intervenções do Sr. Presidente da República nas suas enormes dúvidas existenciais, são sempre no sentido do que vai acontecer à banca, às priva-tizações e ao défice. Não ouvimos da parte do Sr. Presidente da República uma única palavra sobre o que é que vai acontecer às pessoas, à educação e à saúde. Espero que tenha acabado o desmantelamento do Estado e que as pessoas voltem a estar pri-meiro em relação a outros aspectos”. António Moreira terminou a sua intervenção, desejando que “a Srª Presidente da Câ-mara possa ter agora uma margem de manobra para reivindicar aquilo que não foi ca-paz de reivindicar até agora ao governo da coligação”, sublinhando que “contará sem-pre com o Partido Socialista para reivindicar o que for preciso para o Concelho de Rio Maior, mas não contará nunca com o PS para uma política de interesses nem de favo-recimentos individuais ou pessoais”.

Pedido esclarecimento sobre a anulação de três normas de um Regulamento Municipal na sequência de sentença judicial Ainda no período de antes da ordem do dia, o deputado do PS, Ivan Costa, solicitou es-clarecimentos, a serem prestados por escrito, relativamente a um processo judicial (Acção Administrativa Especial), no sentido de saber quais são as três normas do Regu-

Page 4: Sessão da Assembleia Municipal de 28.11.2015

4

lamento Municipal anuladas por sentença judicial, na sequência de processo inter-posto pelo STAL – Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Re-gional, e, mais concretamente, quis saber de que Regulamento Municipal se trata. PERÍODO DA ORDEM DO DIA

Orçamento Municipal de 2015 teve apenas 72% de taxa de execução... Já dentro do período da ordem do dia, António Moreira voltou a usar da palavra em representação do PS, começando por se referir ao Orçamento Municipal para 2016, “que foi aprovado no dia 30 de Outubro, mas que só chegou à nossa mão na quarta-feira (25.11.15)”, considerando que “não é aceitável pelas regras da transparência de-mocrática que tal aconteça, até porque desta vez não houve qualquer problema a nível de tempo, houve isso sim, um calendário político para evitar que estas coisas possam ser discutidas com transparência e que as pessoas que dedicam à causa pública gracio-samente o seu esforço, possam fazer o seu trabalho com a contribuição cívica que se exige”. Relativamente ao Orçamento para 2016, António Moreira sublinhou que “há dois as-pectos que chamam logo a atenção: em primeiro lugar, eu não posso deixar de referir que a taxa de execução do último orçamento foi de 72%, o que está longe de ser uma taxa que nos deixe satisfeitos até por ter sido um orçamento curto. Ora a Srª. Presi-dente da Câmara disse, pelo contrário, que estava muito satisfeita com esta taxa de execução. A segunda questão é que as receitas de capital previstas estão acima dos dois milhões de euros, e gostaríamos de saber ao certo como é que a Câmara prevê realizar tais receitas”. António Moreira pronunciou-se igualmente sobre o IMI, referindo que “pese embora haja uma redução para algumas famílias, tenho vindo a acompanhar este assunto e te-nho constatado que as receitas têm vindo a subir por várias razões, primeiro porque as cláusulas de salvaguarda estão a acabar, e segundo porque as isenções de IMI também estão a acabar”. Portanto, acentuou, “as pessoas vão pagar mais IMI e não menos, ao contrário do que possa parecer à primeira vista, e vão aperceber-se disso quando rece-berem as notificações para pagar”. Relativamente ao contrato que o Município tem com as Águas de Portugal, o membro da bancada municipal do PS quis saber quais são as obrigações que esta instituição tem relativamente à melhoria da rede de abastecimento de água no concelho, “porque estão previstas despesas na ordem dos 2 milhões e 300 mil euros, pelo que gostava de ver essa situação esclarecida”, solicitando ainda, a outro nível, informações sobre se irá haver, ou não, alienação de património camarário.

Page 5: Sessão da Assembleia Municipal de 28.11.2015

5

Arrouquelas protesta por escassez de verbas...

Mário Pião, Presidente da Junta de Freguesia de Arrouquelas, eleito pelas listas do PS, manifestou o seu descontentamento pela escassez de verbas atribuídas à sua fregue-sia. “Todos os presidentes de junta têm manifestado o seu desagrado relativamente às verbas atribuídas, e também o faço no que se refere à Junta de Freguesia de Arrouque-las, esperando que, no futuro, as verbas para as freguesias possam ser mais reforça-das”, disse, fazendo votos que o próximo orçamento “possa ser o das freguesias”.

“Sectarismo político” denunciado publicamente a propósito da elaboração da reestruturação de serviços da Câmara Municipal Passando à questão da recente reestruturação ou reorganização dos serviços munici-pais (mais uma entre tantas...), António Moreira voltou a usar da palavra e foi particu-larmente contundente na sua intervenção, começando por recordar que “as reestrutu-rações custam sempre dinheiro à Câmara, mesmo que não se recorra a uma instituição terceira para as elaborar, visto que são utilizados recursos da Câmara para esse efeito, que devem ser, por conseguinte, produtivos e usados com eficácia, pelo que não se deve fazer uma revisão em 2013 e fazer outra para entrar em vigor em 2014, e fazer ainda outra revisão em Outubro de 2015 para entrar em vigor em 2016”. Portanto, su-blinhou, “isto significa que foi feita uma revisão de serviços que esteve seis meses em vigor e é neste sectarismo que quero entrar, e foi por isso que disse que seria con-tundente, porque contra factos não há argumentos”, vincou. “Em primeiro lugar, só há uma razão para que esta última revisão tenha sido feita, e não há mais nenhuma. E essa razão é de sectarismo político, nunca visto na Câmara Municipal de Rio Maior. Vamos ver: as competências foram alteradas com o argumen-to de que se iria aumentar a eficácia, reduzindo os custos. Sobre a eficácia, eu devo dizer que não sei como é que com as assimetrias de competências entre as unidades orgânicas, tendo umas 50 competências e outras apenas 13, se possa achar que isto é algo que possa ter eficácia administrativa”, observou. “Também não consigo compreender, por exemplo, que não haja um espaço para sa-bermos o que vai acontecer, por exemplo, com a Casa Senhorial de D. Miguel, nem consigo perceber onde é que vai ficar a juventude, o desporto e o turismo, e também não consigo perceber como é que vai ser feita a relação institucional entre o Município e a DESMOR. No quadro orgânico desta reordenação dos serviços da Câmara, não se entende onde estão as competências referidas e a Srª Presidente terá a oportunidade de me dizer onde é que se encontram essas competências neste quadro orgânico”, dis-se António Moreira. “Qual é a razão disto tudo? Eu penso que Rio Maior já tomou conta disso, e por isso é que isto foi feito à «socapa» depois das eleições, e a Câmara e os seus funcionários também já se aperceberam disso. Eu vou dizer o que se passa: o que se passa é que, em Março de 2015, a Câmara levou a concurso um lugar de chefe de divisão em re-

Page 6: Sessão da Assembleia Municipal de 28.11.2015

6

gime de comissão de serviço, e esse concurso foi ganho por um dos oponentes, o Dr. João Socorro, que está vinculado aos quadros da Câmara de Almada”, recordou. “Enquanto esteve em Rio Maior, o Dr. João Socorro fez o trabalho que tinha a fazer, só que o Dr. João Socorro tem um ónus grande: é militante e responsável do Partido Socialista! Este é um facto concreto e eu só estou a apontar factos, e todos sabemos que a única maneira de afastar um dirigente é extinguir a estrutura administrativa, e tem que se extinguir antes de se completar um ano, porque senão há indemnizações a pagar”, recordou António Moreira. “A este propósito, devo recordar que esta Câmara durante vários anos, nos tempos dos executivos do PS, teve como chefe de divisão um ilustre amigo de Rio Maior e ilustre militante do PSD, refiro-me ao Dr. Albino Maria, meu amigo que muito prezo esteja ele onde estiver, e nunca foi possível assistir a qualquer tipo de desconfiança ou de ataque entre uma coisa e a outra. Lamento que em Rio Maior, em 2015, nós tenha-mos este tipo de visão sectária”, concluiu perante o abespinhamento notório da Srª. Presidente da Câmara.

Mapa de Pessoal 2016 “é um golpe institucional, porque esconde uma reestruturação ilegal que não passou pela Assembleia Municipal como manda a Lei”

A votação do Orçamento, Grandes Opções do Plano e Mapa de Pessoal para 2016 foi um dos pontos mais quentes desta sessão da Assembleia Municipal, não tendo con-tado com a aprovação dos representantes do PS. Ivan Costa, um dos membros da ban-cada municipal socialista, votou mesmo contra, tendo emitido uma declaração de voto, que constará em acta para os devidos efeitos, na qual afirmou que “não votarei de modo algum em mapas de pessoal que são fruto de decisões políticas e não de de-cisões de ordem administrativa”. O membro da bancada do PS considerou “indecoroso, que o executivo municipal apre-sente um Mapa de Pessoal que tem subjacente e espelha uma reestruturação adminis-trativa recentemente aprovada pelo executivo em funções, da coligação portanto, sem que essa mesma reestruturação tivesse sido previamente apresentada a esta Assem-bleia Municipal para efeitos de aprovação ou não aprovação, o que consubstancia uma flagrante violação do Regime Jurídico das Autarquias Locais”, disse. “É mais um facto extremamente grave em matéria jurídica e legal, uma vez que o exe-cutivo municipal passou, mais uma vez, por cima das competências da Assembleia Mu-nicipal, pelo que entendo que a aprovação deste Mapa de Pessoal constitui um autên-tico «golpe institucional», que visa esconder uma reestruturação ilegal, onde se dimi-nuíram e renomearam unidades orgânicas à exclusiva vontade do executivo municipal, uma vez que o órgão deliberativo municipal não foi ouvido nem considerado”. Para o deputado do PS, “este Mapa de Pessoal é inconsequente e, no âmbito da ordem jurí-dica portuguesa, vale zero”.

Page 7: Sessão da Assembleia Municipal de 28.11.2015

7

Por este mesmo motivo, no final da sessão da Assembleia Municipal, o deputado do PS também votou contra a aprovação da minuta contendo os assuntos deliberados e aprovados, por forma a descartar-se de quaisquer responsabilidades futuras e even-tuais, exercendo igualmente o seu direito de declaração de voto, ficando escrito, ipsis

verbis, que “a aprovação do Mapa de Pessoal de 2016 enferma de ilegalidade grave, uma vez que lhe está subjacente uma reestruturação de serviços que não passou pela Assembleia Municipal previamente conforme manda a Lei, e também por todos os mo-tivos invocados na declaração de voto por mim emitida no Ponto 1 da ordem de tra-balhos”.

Defendida redução da Taxa Municipal de Direitos de Passagem para encorajar investimentos de operadoras de comunicações

O deputado municipal do PS, Ivan Costa, também votou contra o valor proposto para a Taxa Municipal de Direitos de Passagem defendendo, pelo contrário, que a Câmara “deveria reduzir significativamente esta taxa para as empresas que oferecem redes e serviços de comunicações electrónicas, em vez de a colocar no máximo (0,25%), por forma a facilitar o acesso a estes serviços aos munícipes, encorajando as empresas de comunicações a fazerem investimentos no concelho, no sentido da melhoria dessas mesmas redes de comunicação, contribuindo para o combate à info-exclusão e tornan-do o concelho e a cidade mais modernos e adaptados às novas tecnologias, sendo aqui de sublinhar que algumas cidades, e inclusivamente grandes cidades como é o caso de Coimbra, estão já a apostar no acesso gratuito à internet wi-fi em todo o seu perímetro urbano”, disse. “Uma redução ou até isenção desta taxa para os operadores de comunicações electró-nicas e de televisão, especificamente quanto à utilização de infra-estruturas aptas ao alojamento de redes de comunicações electrónicas que pertencem ao domínio público ou privativo da autarquia, seria certamente um convite a que esses operadores inves-tis-sem mais e apostassem em Rio Maior”, sublinhou. “Uma redução nesta taxa, poderia permitir, por exemplo, que muitos munícipes pas-sassem a ter acesso a melhores serviços de internet e de televisão, sendo aqui de re-cordar que em muitas zonas do concelho e da cidade em particular, nomeadamente em bairros periféricos de grande densidade populacional, ainda não existe televisão por cabo ou fibra, obrigando os munícipes a pagar preços muito mais elevados pelos serviços de comunicações, uma vez que são forçados a utilizar, como única alternativa existente, os serviços de satélite dos operadores que estão no mercado”, recordou.

Page 8: Sessão da Assembleia Municipal de 28.11.2015

8

Câmara de Rio Maior adere ao IMI familiar tarde e a reboque de outras câmaras para passar a ideia de que é “boazinha”...

O deputado municipal do PS, Ivan Costa, voltou a intervir quando se discutiu o ponto relativo ao lançamento da Taxa do IMI de 2015, abstendo-se na votação porque, como referiu, “ainda que seja positivo o abaixamento dos valores do IMI para as famílias mais numerosas, também é certo que há mais famílias que precisam de ser apoiadas, ainda que sem dependentes a cargo. Ora, verifica-se que para uma parte dos Muní-cipes, não existirá qualquer abaixamento do valor da taxa de IMI a pagar, que se man-terá assim inalterada, pelo que permanece um espectro de injustiça social e desigual-dade de tratamento. É bom notar que apesar de uma família poder não ter dependen-tes a cargo, tal não significa que não possa estar a passar dificuldades”, recordou. “Porém, também não posso votar contra em consciência, porque tenho-me batido sempre pela redução das taxas municipais, dado o contexto de crise que se tem vivido nos últimos anos”, disse. “Neste sentido, ainda que tardiamente e a reboque daquilo que muitos outros municípios já fizeram, mais vale algumas reduções no IMI para uma parte da população, o chamado IMI familiar, do que nenhuma redução”. Porém, segundo defendeu o deputado do PS, “deveria ter-se ido mais longe mesmo no IMI familiar, uma vez que o Código do IRS prevê reduções mais acentuadas na taxa a pagar pelos agregados familiares numerosos, verificando-se que a Câmara optou por reduzir menos 5% do que poderia fazer nos diversos escalões, aplicando 5% quando poderia reduzir 10% no caso de um dependente; 10% para 2 dependentes quando po-deria chegar aos 15%; e reduziu 15% para 3 dependentes quando poderia ter ido aos 20%”. Além do mais, relembrou, “é importante que os Riomaiorenses não se deixem iludir, pois estas reduções para algumas famílias não provêm de uma decisão genuína no sen-tido de uma maior equidade social, uma vez que ao mesmo tempo que tais reduções no IMI são aplicadas, e apenas a alguns munícipes, a Câmara aumentou brutalmente as tarifas da água (e sabe Deus como...) dando com uma mão ao mesmo tempo que retira com a outra. Na verdade, no cômputo geral das contas, retira mais do que dá, porque o IMI é cobrado anualmente, enquanto a factura da água chega a casa dos munícipes mensalmente”.

Reduções na Derrama e na participação variável no IRS ficam muito aquém do que seria desejável no actual contexto

Relativamente à fixação do valor de Derrama sobre o lucro tributável de 2015, o mem-bro da bancada do PS, Ivan Costa, considerou que, “na verdade, se se quer ajudar as empresas, é para ajudar a sério, com medidas concretas que lhes permitam poupar al-gum dinheiro ou maximizar os lucros, e não com medidas avulsas de isenção apenas para ficar bem na fotografia, uma vez que dificilmente as empresas conseguem cum-

Page 9: Sessão da Assembleia Municipal de 28.11.2015

9

prir os critérios para obter essas isenções, designadamente pela dificuldade de criação de postos de trabalho no contexto de austeridade em que se tem vivido”. Quanto à participação variável no IRS de 2016, o deputado do PS na Assembleia Mu-nicipal considerou ínfima a redução proposta, pois, como referiu, “passar de 5% para 4,8% é irrisório, sendo aqui de recordar que alguns municípios chegam a abdicar desta receita na sua totalidade, em benefício dos seus habitantes”.

Vários deputados abandonaram a Assembleia Municipal em protesto contra o uso e abuso das declarações de interesse público municipal apenas para satisfazer interesses privados

O abandono da sala por parte de alguns membros da Assembleia Municipal, quando se discutiu a aprovação de uma série de declarações de interesse público municipal, foi uma das imagens mais fortes que ficaram desta sessão do órgão deliberativo do muni-cípio, sendo notória a revolta pelo facto de algumas empresas estarem a ser benefi-ciadas na regularização de determinadas situações, enquanto há alguns anos atrás ou-tras empresas tiveram enormes dificuldades para resolver situações parecidas e, na altura, não contaram com quaisquer reconhecimentos de interesse público municipal, pelo que o uso e abuso desta figura jurídica levanta questões relativamente à livre con-corrência entre empresas, e ao tratamento que é dado a umas e outras. Por outro la-do, os critérios técnicos subjacentes à atribuição dos graus de impacto ambiental, re-lativamente a algumas unidades industriais, são altamente subjectivos e questionáveis. Sobre esta matéria, o deputado do PS, Ivan Costa, não abandonou a sala após a sua intervenção ao contrário de outros membros da assembleia, mas apenas e só porque quis votar contra a aprovação da minuta no final, o que o obrigou a manter-se no seu lugar, mas demarcou-se publicamente, optando pela abstenção nos onze pontos rela-tivos à emissão de declarações de interesse público municipal. O membro da bancada do PS explicou que se iria abster no primeiro ponto dos onze acima referidos, não por referência directa a uma exploração pecuária (o primeiro dos onze pontos), mas por-que era o primeiro desses processos a ser levado a deliberação na assembleia, usando-o como exemplo para os seguintes sentidos de voto, que foram exactamente iguais, até ao ponto XXI da ordem de trabalhos, evitando assim ter que se repetir sistemati-camente, uma vez que se tratava em todos os casos da emissão de «atestados», diga-mos assim, de reconhecimento de interesse público municipal, na sua maior parte re-ferentes a explorações pecuárias, a empresas dedicadas à actividade extractiva e à am-pliação de unidades industriais. “Já aqui me referi, em anterior sessão, que considero estes «atestados» de reconheci-mento de interesse público municipal um absurdo neste género de situações, porque são envolvidas as assembleias municipais e, no fundo, os municípios, para tentar com isso reparar erros e irregularidades que já vêm de trás e que deveriam ser fiscalizadas pelas respectivas autoridades tutelares directamente, seja através de delegações re-gionais ou até do próprio poder central”, defendeu

Page 10: Sessão da Assembleia Municipal de 28.11.2015

10

“Considero abusivo que se empurre para este órgão autárquico a emissão desta espé-cie de certificados para ajudar a resolver casos mal resolvidos ou para reparar irregula-ridades que, em muitos casos, já se arrastam há anos”, disse. “Pessoalmente, tenho uma visão muito pragmática do mundo, e penso que só há duas opções nestes casos: ou se está dentro da lei, ou se está fora. No segundo caso, só há duas opções: ou os in-teressados se põem dentro da lei e cumprem as obrigações que dela emergem, ou en-tão não cumprem e, aí, pagam as coimas respectivas se não cumprirem prazos legais ou, senão fizerem nem uma nem outra coisa, fecham as portas. Ponto final parágrafo. No caso da ampliação de instalações, ou há condições legais para isso, ou não há, pelo que tais situações não deviam depender de reconhecimentos de interesse público mu-nicipal”, disse. “Neste sentido, o que não me parece normal é a banalização da emissão de «atesta-dos» de alegados reconhecimentos de interesse público municipal, quando o que está em causa são, isso sim, interesses privados quase exclusivamente. O que está em cau-sa é o interesse, legítimo, deste ou daquele empresário ou desta ou daquela empresa, em regularizar situações por forma a prosseguir com a sua actividade económica”, su-blinhou. “Portanto, recuso-me a participar na emissão destes certificados, porque não reflectem interesses municipais mas sim interesses privados, e porque estas situações deveriam ser directamente resolvidas pelas entidades com poder de tutela nas respec-tivas áreas. Nem aceito que as câmaras ou as assembleias municipais tenham que «agi-lizar» este tipo de processos”, disse. Na óptica do deputado do PS, “as câmaras municipais têm, isso sim, que tomar medi-das que estimulem e tornem as empresas sediadas no seu território mais competitivas, dando-lhes condições de desenvolvimento de negócio mais vantajosas, por forma a atrair investimento e a fixá-las na área dos seus municípios. Essa é que é a verdadeira «agilização», e não andar aqui a emitir «papelinhos» a dizer que esta ou aquela em-presa têm interesse público municipal, o que nem sequer corresponde à verdade na maior parte dos casos, pois o que está em causa são interesses económicos privados”. Por seu lado, Filipe Martins, igualmente membro da bancada municipal do PS, apesar de toda a polémica à volta destas onze declarações de interesse público municipal, afirmou que ponderou o seu sentido de voto sobre a matéria, considerando que “há enquadramento legal”, pois as Câmaras podem emitir estas declarações mediante a aprovação em Assembleia Municipal, e “existem pareceres e supervisão dos serviços técnicos da autarquia”, que os responsabilizam em tudo o que se refere “à protecção da natureza e ao impacto ambiental, que certamente estão assegurados”, mencionan-do ainda que, “embora tratando-se de pequenas empresas, no conjunto fazem uma grande empresa, com postos de trabalho, e foi por aí que decidi o meu sentido de vo-to, de aprovar a emissão destas declarações”. PS – Secção de Rio Maior 11.12.2015