sete passos para controlar o mandarova

7/25/2019 sete passos para controlar o mandarova

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ISSN 0104-9046

Dezembro, 2007 108

Sete Passos

para Controlar o

Mandarov-da-Mandioca


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Documentos 108

Murilo FazolinJoelma Lima Vidal EstrelaManoel Delson Campos FilhoAntonio Clebson Cameli SantiagoFrancisco de Souza Frota

Sete Passos para Controlar oMandarov-da-Mandioca

Embrapa AcreRio Branco, AC2007

ISSN 0104-9046

Dezembro, 2007

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuriaCentro de Pesquisa Agroforestal do Acre

Ministrio da Agricultura, Pecuria e Abastecimento


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Embrapa 2007

Sete passos para controlar o mandarov-da-mandioca / por Murilo

Fazolin... [et al.]. Rio Branco, AC: Embrapa Acre, 2007.18p. il. color. (Documentos, 108)

1. Mandioca - Pragas. 2. Mandioca - Insetos. 3. Manihot

esculentaCrantz. 4. Mandarov. 5. Erinnyis ello. 6. Baculoviruserinnyis.7. Bioinseticida. I. Fazolin, Murilo. II. Srie.

CDD 21. ed. 633.682

Exemplares desta publicao podem ser adquiridos na:

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Presidente: Rivadalve Coelho GonalvesSecretria-Executiva: Suely Moreira de MeloMembros:

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de S, Giselle Mariano Lessa de Assis, Henrique Jos Borges de Araujo, Jonny Everson

S. Pereira, Jos Marques Carneiro Jnior, Jos Tadeu de Souza Marinho, Lcia Helena de

Oliveira Wadt, Lus Cludio de Oliveira, Marclio Jos Thomazini, Patrcia Maria Drumond

Superviso editorial: Claudia Carvalho Sena / Suely Moreira de MeloReviso de texto: Claudia Carvalho Sena / Suely Moreira de MeloNormalizao bibliogrca: Luiza de Marillac Pompeu Braga Gonalves

Tratamento de ilustraes:Iuri Rud Franca GomesEditorao eletrnica: Iuri Rud Franca GomesFotos deste trabalho:Murilo Fazolin

1 edio

1 impresso (2007): 800 exemplares

Todos os direitos reservados

A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em parte, constitui violaodos direitos autorais (Lei n 9.610)

Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)

Embrapa Acre

S495s


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Autores

Murilo FazolinEngenheiro agrnomo, D.Sc. em Entomologia,pesquisador da Embrapa Acre, Caixa Postal 321, 69908-970, Rio Branco, Acre, [email protected]

Joelma Lima Vidal EstrelaEngenheira agrnoma, M.Sc. em Entomologia, bolsistado CNPq, Caixa Postal 321, 69908-970, Rio Branco, Acre,[email protected]

Manoel Delson Campos FilhoTcnico em agropecuria, Embrapa Acre, Av. 25 de agosto,

n 4.031, Bairro Aeroporto Velho, 69980-000, Cruzeiro doSul, Acre, [email protected]

Antonio Clebson Cameli SantiagoTcnico em agropecuria, Seaprof de Cruzeiro do Sul, RuaRegos Barros, n 51, Centro, 69980-000, Cruzeiro do Sul,Acre, [email protected]

Francisco de Souza FrotaTcnico em agropecuria, Sebrae de Cruzeiro do Sul,Rua Boulevard Thaumaturgo, n 1.148, Centro, 69980-000Cruzeiro do Sul, Acre, [email protected]


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Apresentao

No Acre, a farinha de mandioca produzida no Vale doRio Juru (farinha de Cruzeiro do Sul) consideradaum produto estratgico para a economia do estado,despontando como um dos alavancadores do seudesenvolvimento sustentvel. Vrios entraves podem ser

apontados como ameaa ao fortalecimento deste arranjoprodutivo local, destacando-se dentre eles a grandeincidncia do mandarov-da-mandiocaErinnyis ello(L.).

Desde os anos 80, a regio vem sofrendo ataquesdessa praga cujos surtos causaram danos econmicos cultura da mandioca. Em 2005, o projeto nanciado

pelo MCT-CNPq-Finep, com o objetivo de melhorar acompetitividade e ecincia do agronegcio de farinhade mandioca no Vale do Juru (Farinhavaj), inseriu dentresuas atividades o manejo integrado do mandarov-da-mandioca, possibilitando a avaliao da eccia, no

campo, deBaculovirus erinnyis.Os resultados obtidos neste projeto foramexpressivamente positivos no controle da praga emquesto.

Este trabalho tem por objetivo apresentar de formasimplicada aos pequenos produtores rurais como

produzido o inseticida biolgico base deBaculoviruspara possibilitar a adoo, de forma denitiva, desta

tecnologia.Marcus Vinicio Neves dOliveira

Chefe-Geral da Embrapa Acre


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Passo 1 - Conhea o Ciclo da Praga .................................. 9Passo 2 - No Tenha Medo do Mandarov ........................11Passo 3 - Saiba Reconhecer as Lagartas Atacadas peloVrus .....................................................................................12Passo 4 - Como Fazer o Inseticida com as Lagartas

Doentes ...............................................................................13Passo 5 - Defna qual o Melhor Momento para

Pulverizar .............................................................................14Passo 6 - Tenha Pacincia para Esperar a Morte doMandarov ..........................................................................16Passo 7 - Conhea e Preserve os Inimigos Naturais doMandarov ..........................................................................17

Sumrio


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Sete Passos para Controlar o

Mandarov-da-MandiocaMurilo FazolinJoelma Lima Vidal EstrelaManoel Delson Campos FilhoAntonio Clebson Cameli SantiagoFrancisco de Souza Frota

Passo 1 - Conhea o Ciclo da Praga

Na natureza todos os seres vivos tm um ciclo de vida,ou seja, nascem, crescem, reproduzem e morrem.Diferente de outros seres vivos, o mandarov, por ser uminseto, apresenta algumas transformaes durante o seudesenvolvimento.

As mariposas machos e fmeas se cruzam e a fmeacoloca seus ovos sobre folhas de mandioca (Fig. 1). Dosovos saem as lagartas que se alimentam das folhas damandioca. Elas passam por cinco fases e conforme vocando maiores engrossam e diminuem uma estrutura

que parece um espinho no nal do corpo. Na ltima

fase, chegam a comer mais de 70% de todo o alimento

de sua vida. Quando chegam fase adulta, no causamdanos cultura da mandioca, por se alimentarem denctar de ores.

importante saber reconhecer em que fase a lagarta seencontra, pois at a terceira fase o seu controle maisfcil. A partir da quarta e quinta fase as lagartas tornam-seresistentes.


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Fig. 1. Ciclo de vida do mandarov-da-mandioca.


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Passo 2 - No Tenha Medo do Mandarov

As lagartas do mandarov, apesar de seu aspecto nadaagradvel, no oferecem perigo aos seres humanos eoutros animais. Elas somente trazem prejuzos ao roadoe, portanto, no h razo para ter medo delas. As lagartasdo mandarov no apresentam plos no corpo e por isso possvel peg-las com as mos, sem nenhuma proteo(Fig. 2). Muitas vezes isso necessrio para que se possaesmag-las ou cort-las ao meio, a m de realizar o

controle dessa praga.

Fig. 2. Lagartas do mandarov manipuladas pelo produtor.


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Passo 3 - Saiba Reconhecer as LagartasAtacadas pelo Vrus

Como todo ser vivo as lagartas tambm adoecem. Umadessas doenas naturais causada por um vrus chamadoBaculovirus. Ele s ataca o mandarov e nenhum outroinseto, animal ou ser humano. Por isso, pode-se usar estadoena como inseticida.

Quando as lagartas so contaminadas peloBaculovirusmorrem penduradas pelas pernas de trs (Fig. 3). Quando

o surto acontece, muitas vezes podem-se encontrarlagartas contaminadas naturalmente peloBaculovirus.Caso no ocorra a morte das lagartas por causa doBaculovirus, o produtor ter que recorrer pulverizao doroado com o extrato do vrus que poder ser armazenadono congelador da geladeira, conforme ser explicadoadiante.

Fig. 3. Lagarta do mandarov contaminada pelo vrus.


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Passo 4 - Como Fazer o Inseticida com asLagartas Doentes

Para combater as lagartas do mandarov produzido umextrato das lagartas que so encontradas doentes peloBaculovirus. Veja como feito:

Pegue de 2 a 6 lagartas mortas e coloque-as emuma vasilha limpa com aproximadamente 5 ml degua pura (Fig. 4a).

Esmague as lagartas at que virem uma massa (Fig.4b).

Coe o lquido em gaze ou pano bem no para no

entupir o bico do pulverizador (Fig. 4c).

Utilize 2 colheres de sopa desse lquido parapulverizar 1 ha de roado, onde se gastaaproximadamente 200 L de gua quando opulverizador do tipo costal manual. Procure

espalhar muito bem o produto nas plantas demandioca (Fig. 4d).

O resto do lquido que no for utilizado deveser colocado em um saco plstico, amarrado eguardado no congelador da geladeira. Esse extratopode ser usado em novas pulverizaes por at 5anos.


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Passo 5 - Defna qual o Melhor Momento para

PulverizarA partir do ms de janeiro o produtor deve realizar visitassemanais ao roado, pois nessa poca que o mandarov

aparece, e vericar a existncia de ovos nas folhas. Sefor observada grande quantidade de ovos, isso signica

que mandarov vai comear a atacar de 3 a 5 dias, que o prazo que o produtor tem para se preparar para ocombate.

Caso no tenha extrato de lagarta doente armazenado, oprodutor deve procurar a Embrapa, Seaprof ou Idaf paraobter uma dose do produto e pulverizar seu roado. Pormeio das lagartas doentes ser possvel produzir o prprio

a b

c d

Fig. 4. Produo do inseticida base de vrus a partir de

lagartas contaminadas: a) lagartas recm-mortas pelovrus; b) esmagamento das lagartas; c) lquido obtidocoado em gaze; d) lquido viscoso pronto para uso.


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inseticida para pulverizar novas reas ou armazen-lo paraos ataques futuros.

As pulverizaes devem ser realizadas nas horas em queo calor menor, ou seja, de manhzinha ou no nal da

tarde.


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Passo 6 - Tenha Pacincia para Esperar a Mortedo Mandarov

Geralmente, o produtor acostumado a aplicar inseticida delavoura ou veneno acredita que o produto bom aqueleque ocasiona a morte do mandarov na mesma hora daaplicao, no entanto isso no verdade. As lagartas domandarov, que se alimentam de folhas contaminadascom oBaculovirus, param de se alimentar e de se moverem 3 ou 4 dias e com 6 dias morrem penduradas (Fig. 5).

Fig. 5.Lagartas do mandarov agonizando.


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Vantagens do Baculovirusem relao ao inseticida delavoura:

No txico ao homem nem aos animais e no

contamina o meio ambiente.

Pode ser produzido pelo produtor e no precisa sercomprado.

Com a aplicao de uma dose possvel fazer maisproduto para quando for necessrio controlar o

mandarov.

Quando usado corretamente, controla o mandarov comgrande ecincia.

Passo 7 - Conhea e Preserve os InimigosNaturais do Mandarov

O mandarov, assim como outros insetos que so pragasde lavoura, possui inimigos naturais. Um dos maisimportantes so as vespas, chamadas de cabas (Fig. 6a).

As cabas atacam as lagartas do mandarov, retirandopedaos de seu corpo para alimentar seus lhotes no

ninho, auxiliando desta forma no controle da praga.

Devem ser preservados ninhos prximos s lavouras,mesmo que para isso seja necessrio perder alguns ps demacaxeira (Fig. 6b). As cabas so importantes aliadas dosprodutores de mandioca no combate ao mandarov, porisso seu ninho no deve ser derrubado ou queimado.


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Fig. 6.Adultos de vespas (cabas) (a) e seu ninho (b).

a

b


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