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Setembro/2014portalarquivos.saude.gov.br/images/pdf/2016/maio/11/...O DIAGNÓSTICO Morte Encefálica (ME) é definida como a perda total e irreversível das funções do encéfalo

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O DIAGNÓSTICOMorte Encefálica (ME) é definida como a perda total e irreversível das funções do encéfalo (cérebro e tronco encefálico) por uma causa conhecida, comprovada e capaz de provocar esse quadro clínico. O CFM, em 1997, pela Resolução nº 1.480, definiu ME e estabeleceu os critérios clínicos e gráficos para sua verificação. Não existe dúvida quanto ao diagnóstico de ME.

Qualquer dúvida na determinação desse diagnóstico impossibilita a sua conclusão. Os procedimentos para o apontamento de ME deverão ser realizados em todos os pacientes em coma não responsivo e apneia, independentemente da condição de ser ou não doador de órgãos e tecidos.

Para o diagnóstico de morte encefálica, é essencial que todas as condições abaixo sejam observadas, quais sejam:

• Pré-requisitos: diagnosticar a presença e a causa da lesão encefálica irreversível responsável pelo quadro atual do paciente, excluindo possíveis causas reversíveis que simulem o mesmo quadro.

• Exame Clínico: deve determinar a ausência de função do tronco cerebral em todos os seus níveis.

• Teste de Apneia: confirmar a ausência de movimentos respiratórios, após estimulação máxima dos centros respiratórios com hipercapnia 55 mmHg.

• Exames Complementares: demonstrar a ausência absoluta de circulação sanguínea intracraniana ou atividade elétrica cerebral, ou atividade metabólica cerebral.

• Repetição do Exame Clínico: realizar a fim de verificar eventual ocorrência de alteração no quadro clínico do paciente que possa confirmar ou descartar o diagnóstico de ME.

DÚVIDAS FREQUENTESA | É ético desligar os aparelhos se uma pessoa em Morte Encefálica não for doador de órgãos?

A Resolução CFM nº 1.826/2007 estabelece que, em sendo a morte encefálica equivalente à morte, após a conclusão de seu diagnóstico, é dever do médico retirar os procedimentos de suporte que mantenham artificialmente o funcionamento dos órgãos vitais, tendo em vista que se trata de pessoa falecida e não de indivíduo terminal.

B | Seu hospital nunca notificou uma ME. Quem se deve procurar quando ocorrer essa situação?

A ocorrência de uma ME deve sempre ser comunicada à Comissão Intra-hospitalar de Transplantes, à Organização de Procura de Órgãos e à Central Estadual de Transplantes. Esses órgãos darão todas as orientações para condução do processo de doação de órgãos e tecidos.

C | Onde encontrar outras informações sobre o processo de doação/transplante?

Todas as informações sobre o processo doação/transplante podem ser consultadas no site do Ministério da Saúde. Nele, você encontrará o link de acesso à área de transplantes, que contém a legislação disponível sobre o tema, além de dados estatísticos, contatos das Centrais Estaduais e outras informações. Saiba como. Acesse www.saude.gov.br ou ligue 136.

SEU pApEl é FUNDAmENTAl! NOTIFIQUE AS AUTORIDADES COmpETENTES SObRE AS OCORRêNCIAS DE mORTE ENCEFálICA.

Identificar possíveis doadores de órgãos e tecidos é um trabalho importante, e vai além dos testes e exames clínicos. Familiares e responsáveis legais, que após serem totalmente esclarecidos sobre a situação irreversível do paciente, precisam ouvir uma pergunta delicada sobre a doação de órgãos e tecidos de um ente querido. Desta conversa nasce a decisão que pode trazer vida nova às pessoas que aguardam na fila por um transplante.

Temos o dever de agir como agentes de estímulo à doação de órgãos, inclusive cumprindo a responsabilidade de notificar as situações de morte encefálica, conforme prevê a lei 9.434/97. é a dedicação de profissionais como você que faz com que os resultados sejam cada vez mais positivos. bom trabalho.

AUSêNCIA DE CAUSAS REVERSíVEIS DE COmA1 | Distúrbio hidroeletrolítico, acidobásico / endócrino e intoxicação exógena severos e não corrigidos

Na presença ou na suspeita de alguma dessas condições, cabe à equipe responsável pela determinação da ME definir se essas anormalidades são capazes de causar ou confundir o quadro ou são decorrentes da morte encefálica ou somática. O profissional deve registrar no prontuário hospitalar a sua análise justificada da situação e tomar, se possível, as medidas necessárias para correção das alterações antes de prosseguir com a determinação da ME.

2 | Hipotermia severa

A temperatura corporal (retal ou oral) deverá ser 32 ºC.

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