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ENTREVISTA TESTEMUNHO “Comecei a ganhar confiança ao ver os resultados”, conta um doente com DPOC grave após oito semanas de reabilitação respiratória setembro RESPIRAR MELHOR NO TEMPO FRIO CONSELHOS DO NOSSO ESPECIALISTA PARA QUEM SOFRE DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÓNICAS TRATAMENTOS | ESPECIALIDADES | DICAS | INFORMAÇÕES SETEMBRO.2017 revista gratuita RICARDO PIRES, presidente da Direção da Associação de Transplantados Pulmonares de Portugal

setembro RESPIRAR MELHOR NO TEMPO FRIOrespirarmelhor.pt/wp-content/uploads/2017/09/... · A campanha “Não Conduza de Olhos Fechados” vem alertar para os sinais de sonolência

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setembro.2017 cabeça . 01

ENTREVISTA

TESTEMUNHO “Comecei a ganhar confiança

ao ver os resultados”, conta um doente com DPOC grave

após oito semanas de reabilitação respiratória

setembroRESPIRAR MELHOR NO TEMPO FRIOCONSELHOS DO NOSSO ESPECIALISTA PARA QUEM SOFRE DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÓNICAS

TRATAMENTOS | ESPECIALIDADES | DICAS | INFORMAÇÕES

SETEMBRO.2017 revista gratuita

RICARDO PIRES,presidente da Direção

da Associação de Transplantados

Pulmonares de Portugal

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02 . caBEÇA setembro.2017

Acreditamos que em conjunto com médicos e outros profissionais de saúde podemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida e autonomia dos doentes respiratórios crónicos.

Para isso contamos com uma equipa de profissionais competentes, com experiência e know-how para o apoiar em cada fase do tratamento respiratório domiciliário, desde a prescrição passando pela monitorização da adesão do doente à terapia.

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setembro.2017 EDITORIAL . 03

Acreditamos que em conjunto com médicos e outros profissionais de saúde podemos contribuir para a melhoria da qualidade de vida e autonomia dos doentes respiratórios crónicos.

Para isso contamos com uma equipa de profissionais competentes, com experiência e know-how para o apoiar em cada fase do tratamento respiratório domiciliário, desde a prescrição passando pela monitorização da adesão do doente à terapia.

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A

ficha

técni

ca

sumárioMedidas para encarar da melhor forma a vinda do tempo mais frio, transplante pulmonar e telerreabilitação são alguns dos temas desta edição

Apesar da associação do tempo frio ao aumen-to das infeções respiratórias não ser consensual, como defende António Morais, assistente gra-duado de Pneumologia, no Centro Hospitalar de São João, a verdade é que “os doentes têm um maior número de agudizações durante o período em que a temperatura ambiental é mais baixa”, indica, aconselhando à vacinação logo em outubro. Além deste, anote outros conselhos do nosso especialista em Pneumolo-gia no que diz respeito à alimentação, exercício físico e qualidade do ar em sua casa.

Não perca nesta edição a entrevista a Ricardo Pires, presidente da Direção da Associação de Transplantados Pulmonares de Portugal, que responde às dúvidas mais frequentes de quem se está a preparar para fazer, ou já fez, um transplante pulmonar.

Já ouviu falar de telerreabilitação? Deixamos-lhe um dossier completo sobre esta inovação, que recorre às tecnologias de informação e comunicação para fornecer serviços de reabi-litação à distância. Quais as maiores vantagens desta ferramenta para os doentes com patolo-gias do foro respiratório? Saiba mais sobre este e outros temas nas páginas seguintes.

EDITORIAL

Apoio logístico:

Os dados, opiniões e conclusões expressos neste suplemento não refletem necessariamente os pontos de vista da Linde Saúde, mas apenas os dos autores. A Linde Saúde não se responsabiliza pela atualidade da informação, por quaisquer erros, omissões ou imprecisões.Suplemento apoiado pela Linde Saúde - Pessoa Coletiva 500125546 | VIDA SAUDÁVEL é uma edição da Unidade de Soluções Comerciais Multimédia da Global Media Group - Para mais informações contacte a Global Media Group, através do telefone 213 187 500 | Coordenação SOFIA SOUSA | Edição U.S.C.M. | Fotos D.R. | Publicidade LUÍS BARRADAS (diretor comercial diretos), JOSÉ ANTÓNIO CARAJOTE (diretor suplementos), PAULO BRUNHEIM (gestor de conta) | Design e Coordenação de Arte PATRÍCIA COELHO | Paginação CARLOS VASCONCELOS | Arte Final CRIATIVOS LISBOA

04NOTÍCIASBrevesda atualidade

05OPINIÃOSusana Sousa Pneumologista fala sobre a campanha Não Conduza de Olhos Fechados

06ENTREVISTARicardo Pires Presidente da direção da Associação de Transplantados Pulmonares de Portugal

08TEMA CENTRALRespirar melhor no tempo frio

10INOVAÇÃOBenefíciosda Telerreabilitação

12GUIA PRÁTICOO que deve saber sobre a Apneia do Sono

14TESTEMUNHO “Comecei a ganhar confiança ao ver os resultados”

15OPINIÃO Maria Conceição GomesCoordenadora do Centro de Diagnóstico Pneumológico Dr. Ribeiro Sanches

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04 . NOTÍCIAS setembro.2017

Doenças respiratóriassão prioridade nos cuidados de saúde primários

GOVERNOS DEVEM REFORÇAR MEDIDAS ANTITABAGISMO – ALERTA A OMSCerca de 4,7 mil milhões de pessoas - 63% da população mundial - estão cobertas por, pelo menos, uma medida de controlo do tabagismo. As estratégias para implementar essas políticas salvaram milhões de pessoas da morte precoce. No entanto, segundo o relatório “Global Tobacco Epidemic 2017”, da Organização Mundial da Saúde (OMS), a indústria do tabaco continua a prejudicar os esforços do governo. “Os governos de todo o mundo não devem perder tempo a incorporar todas as disposições da OMS sobre o controlo do tabaco nos seus programas e políticas nacionais”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “Devem ainda reprimir o comércio ilícito de tabaco, que está a exacerbar a epidemia global de tabaco.” O responsável acredita que “trabalhando juntos, os países podem impedir que milhões de pessoas morram todos os anos de doenças evitáveis relacionadas com o tabaco e podem economizar biliões de dólares

por ano em gastos de saúde e perdas de produtividade.”//

O secretário de Estado adjunto e da Saúde identificou as doenças respiratórias como um dos programas de saúde prioritários. Cabe à diretora para a área das Doenças Respiratórias contribuir para a redução da morbilidade, incapacidade e mortalidade relacionada com as Doenças Respiratórias Crónicas, especialmente a Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica e a Asma. Além disso, lê-se no portal web do Serviço Nacional de Saúde, a responsável deverá “implementar projetos para disponibilizar meios complementares de diagnóstico e terapêutica da área respiratória nos cuidados de saúde primários; promover a vigilância epidemiológica das Doenças Respiratórias Crónicas de forma a mapear a magnitude,

monitorizar a sua tendência e analisar os seus determinantes.”//

UNIVERSIDADE DE AVEIRO ACOLHE CONGRESSO NACIONAL DE FISIOTERAPEUTASReabilitação respiratória, atividade física no doente respiratório crónico e treino dos músculos inspiratórios são alguns dos temas presentes no programa do Congresso Nacional de Fisioterapeutas, que decorrerá de 10 a 12 de novembro de 2017 na Universidade de

Aveiro.//

A forma como respiramos é essencial, de modo a gastar o mínimo de energia e não ter desconforto ao respirar.Respirar bem significa, por um lado, ter capacidade para retirar o oxigénio do ar ambiente e levá-lo em quantidade suficiente a todas as células do nosso corpo para que possamos produzir a energia que precisamos para viver e, por outro lado, retirar o dióxido de carbono que resulta desse processo e que é nocivo para as células. Em alguns doentes respiratórios, como na DPOC e na crise de asma, a expiração com os lábios semicerrados e de forma mais lenta e prolongada pode ser uma valiosa ajuda para melhorar as trocas gasosas, realizar as tarefas do dia a dia com menos esforço e ter menos desconforto (dispneia) a respirar. As técnicas de respiração diafragmática e de expiração com os lábios semicerrados podem ajudar. Peça conselhos a um fisioterapeuta respiratório sobre como usar corretamente estas técnicas.

Aprenda a respirar

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setembro.2017 OPINIÃO . 05

EEm época de verão, de viagens longas rumo a férias e de regresso de emi-grantes ao país natal, a Comissão de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) lançou o desafio à Linde Saúde, Guarda Nacional Republicana e Prevenção Rodoviá-ria Portuguesa para uma campanha sobre a importância da sonolência ao volante. Um estudo europeu de 2015, coordenado por uma investigadora portuguesa, Dra. Marta Gonçalves, realizado em 19 países, em que 1093 inquiridos residiam em Portugal, con-cluiu que 23% já tinham adormecido ao volante pelo menos uma vez nos últimos dois anos e que 8% tiveram um acidente de viação como conse-quência de terem adormecido. Existem, segundo o estudo, grupos de condutores mais vulneráveis, como os homens, que têm quase o dobro do risco de adormecer ao volante do que as mulheres; os jovens; indivíduos que conduzem percorrendo grandes dis-

tâncias, trabalhadores por turnos e condutores sob influência de medi-cação psicoativa.Também os doentes com Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (não tratada) apresentam maior risco de adormecer ao volante pela sonolên-cia diurna que esta patologia provoca. Contudo, o seu tratamento adequa-do permite que o indivíduo desem-penhe as suas funções sem qualquer

SUSANA SOUSA PNEUMOLOGISTA DO SERVIÇO DE PNEUMOLOGIA DO CENTRO

HOSPITALAR DE SETÚBAL, MEMBRO DA COMISSÃO DE TRABALHO DE PATOLOGIA RESPIRATÓRIA

DO SONO DA SPP E ESPECIALISTA EM MEDICINA DO SONO

limitação e sem risco acrescido para a condução.A campanha “Não Conduza de Olhos Fechados” veio alertar para os seguintes sinais de alerta: dificuldade em manter os olhos abertos; pestane-jar frequentemente; visão desfocada; dificuldade em manter a atenção; len-tidão na reação a fatores inesperados; não se recordar dos últimos quilóme-tros percorridos; bocejos frequentes; sensação de desconforto no banco; e ter pensamentos desconexos. Pe-rante estes sinais, aconselha-se uma paragem, dormir uma sesta de 15 a 20 minutos e, caso a sonolência seja muito acentuada, ingerir uma bebida com cafeína.A sonolência durante a condução é uma das causas dos acidentes de viação. Por exemplo, na Alemanha a sonolência foi responsável por 25% dos acidentes fatais. É urgente abrir os olhos sobre este assunto. Um sono reparador é uma das medidas essen-ciais para uma condução segura. //

Sono reparadoré essencial para uma

condução seguraA campanha “Não Conduza de Olhos Fechados” vem alertar para os sinais de sonolência ao volante

e indicar medidas para combater este problema que afeta principalmente homens, jovens, trabalhadores por turnos e doentes com Apneia do Sono não tratada

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Quais são as principais limita-ções que as várias patologias do foro pulmonar causam ao doente, antes e após o trans-plante?As limitações no pré-transplante são decorrentes da própria doença pulmonar e caracterizam-se pelo

06 . ENTREVISTA setembro.2017

“É preciso muita disciplina”

QQual é a missão da associação?Prestar ações de esclarecimento, apoio, defesa e orientação com objetivo de melhoria da qualidade de vida de candidatos a transplan-te pulmonar, recetores de trans-plante de pulmonar, suas famílias, cuidadores e amigos. Todo o processo pré e pós-trans-plante é um trabalho de equipa, 24 horas, entre todas as espe-cialidades de saúde que visam a melhoria de qualidade de vida do doente. A ATPP trabalha em conjunto com estas especialidades para promover mais informação e apoio aos candidatos e aos que já foram transplantados.

Quais os direitos que a ATPP reivindica? Temos como objetivo a defesa dos direitos dos pré-transplantado e pós-transplantado, como garantir

Falámos com Ricardo Pires, transplantado bipulmonar desde 2013, sobre a Associação de Transplantados Pulmonares de Portugal (ATPP), fundada em março de 2017 no Hospital de Santa Marta, em Lisboa. Hoje integra

75 associados e distingue-se por contar com membros fundadores que são todos doentes transplantados. O primeiro transplante pulmonar realizado em Portugal aconteceu em 2001 e até hoje já foram feitos 172 transplantes, todos

no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, o único local do país onde se pode realizar esta delicada intervenção

assistência médica e medicamen-tosa (parcial) gratuita; transporte e alojamento gratuito adequado em regime de consulta ou tratamentos em ambulatório (caso necessário).

É PRECISO MUITA DISCIPLINA AO NÍVEL DE HORÁRIOS DE MEDICAÇÃO, MELHORIA DA CONDIÇÃO FÍSICA E RESPIRATÓRIA, CUIDADOS COM A ALIMENTAÇÃO (SEGUIR OS CONSELHOS DA NUTRICIONISTA), REFORÇAR OS CUIDADOS DE HIGIENE DA CASA E PESSOAL

RICARDO PIRES PRESIDENTE DA DIREÇÃO

DA ASSOCIAÇÃO DE TRANSPLANTADOS PULMONARES

DE PORTUGAL (ATPP) (COM A MÉDICA LUÍSA SEMEDO

E A ENFERMEIRA MARLENE LINHARES)

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setembro.2017 ENTREVISTA . 07

aparecimento de determinados sintomas, sendo a dispneia (falta de ar) a principal. No pós-trans-plante, as limitações são devidas à terapêutica imunossupressora, que tem por finalidade diminuir e tratar a rejeição.

Que conselhos deixa ao transplantado que lhe pos-sa facilitar o processo de transição do meio hospitalar para casa?É preciso muita disciplina ao nível de horários de medicação, melhoria da condição física e respiratória, cuidados com a ali-

QUESTÕES MAIS FREQUENTESPedimos à associação para dar resposta às questões que os candidatos a transplante pulmonar, recetores de transplante pulmonar, suas famílias, cuidadores e amigos colocam com mais frequênciaSENTEM-SE DORES APÓS A CIRURGIA?Todo o processo pós-cirúrgico é complexo, envolvendo vários equipamentos médicos, o que se pode tornar desconfortável.

QUANTO TEMPO DEMORA A CIRURGIA?Entre a preparação e a cirurgia são em média 8 a 12 horas, dependendo se é transplante unilateral ou bilateral.

QUAL A DURAÇÃO DA RECUPERAÇÃO?Existem transplantados que em poucos dias já estão a respirar por si e a realizar o levante (sentados no cadeirão), outros têm um tempo superior (semanas ou meses) no isolamento. O tempo médio é de 3 a 5 meses para obter alta hospitalar.

PODEMOS COMER E BEBER DE TUDO?Não, a alimentação é muito controlada e a forma de preparação dos alimentos também. Tudo para minimizar o risco de intoxicações alimentares, que na condição de imunossuprimidos pode levar a cenários mais problemáticos. Não deve comer, por exemplo, ovos frescos (apenas pasteurizados), marisco, alimentos crus e alimentos fumados.

QUANTO TEMPO SE FICA À ESPERA DE TRANSPLANTE?Depende do aparecimento de um órgão em bom estado, da verificação da compatibilidade com o doente, da condição do doente, etc. Entre os dirigentes da associação há quem tenha esperado 4 meses e outros esperaram 4 anos.

TEMOS QUE USAR SEMPRE MÁSCARA DE PROTEÇÃO?Sim. No primeiro ano após o transplante é obrigatório o uso da máscara em todos os locais, exceto na residência, a não ser que receba visitas. Após o primeiro ano de transplante, o uso da máscara deixa de ser obrigatório na rua ou locais ao ar livre, mas daí para a frente a máscara acompanha-nos sempre que estejamos em locais fechados com muita gente, com ar condicionado, meio hospitalar, etc.

mentação (seguir os conselhos da nutricionista), reforçar os cuida-dos de higiene da casa e pessoal e nunca descorar o uso da máscara de proteção em locais públicos e fechados.

Conta criar um grupo de aju-da a doentes e cuidadores? Sim. A criação de sessões regula-res, de autoajuda, com o objetivo de promover a troca de experiên-cias faz parte do que está planea-do para a ATPP. Já começámos algumas atividades no âmbito da formação e da in-formação. //

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08 . Prevenção setembro.2017

Respirar melhor no tempo frio

ANTÓNIO MORAISASSISTENTE GRADUADO DE PNEUMOLOGIA NO CENTRO HOSPITALAR DE SÃO JOÃO,

ESPECIALIZADO EM PNEUMOLOGIA

Quem sofre de doenças respiratórias crónicas pode começar a preparar-se, mesmo antes do frio chegar. Os doentes crónicos deverão

cumprir os planos de reabilitação respiratória prescritos em consultas hospitalares especializadas

TTer a doença estabilizada, de acor-do com uma correta monitorização e prescrição médica especializada, é fundamental para o doente respi-ratório crónico. A sua instabilidade não só acarreta um maior risco de infeção, como uma agudização mais grave em caso de um episó-dio de infeção.Os doentes deverão ter o seu pla-no de vacinas atualizado, isto é, já deverão ter efetuado a prevenção antipneumocócica, e, no mês de outubro, submeterem-se à admi-nistração da vacina antigripal para a época em curso.

Patologias mais afetadas pelo outono-invernoDado a maior frequência de infe-ções respiratórias, todos os doentes com doenças respiratórias crónicas poderão ter uma agudização nesta época, independentemente do tipo de doença, seja de tipo obstrutivo, como a asma brônquica ou a Do-

ença Pulmonar Obstrutiva Cróni-ca, ou de tipo restritivo, como as doenças do interstício pulmonar. Esta agudização poderá ser mais séria quanto maior gravidade fun-cional a doença tiver. Para estes

doentes, o ar muito frio e as mu-danças bruscas de temperatura são situações a evitar. Apesar de a associação do frio ao aumento da frequência das infe-

ções respiratórias e a uma maior instabilidade do doente respira-tório crónico não estar isenta de alguma controvérsia, o facto é que os doentes têm um maior número de agudizações, nomeadamente de etiologia infeciosa durante o perío-do em que a temperatura ambien-tal é mais baixa. Esta associação depende de vários fatores: o resfriamento da mucosa nasal parece induzir uma diminui-ção das suas defesas e a vasocons-trição causada pelo frio leva a um menor aporte dos leucócitos, às áreas expostas. Além disso, já se demonstrou que o frio induz efeitos imunossupressores, nomeadamente uma menor atividade dos leucóci-tos, como, por exemplo, uma dimi-nuição da libertação de mediadores inflamatórios, como as citocinas.

“O AR MUITO FRIO E AS MUDANÇAS BRUSCAS DE TEMPERATURA SÃO SITUAÇÕES A EVITAR POR DOENTES COM DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CRÓNICAS”

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setembro.2017 Prevenção. 09

“APESAR DE A ASSOCIAÇÃO DO FRIO AO AUMENTO DAS INFEÇÕES RESPIRATÓRIAS NÃO ESTAR ISENTA DE ALGUMA CONTROVÉRSIA, O FACTO É QUE OS DOENTES TÊM UM MAIOR NÚMERO DE AGUDIZAÇÕES DURANTE O PERÍODO EM QUE A TEMPERATURA AMBIENTAL É MAIS BAIXA”

O frio poderá ser ainda um ir-ritante da árvore brônquica, nomeadamente naqueles que apresentam hiperatividade brôn-quica, podendo levar a períodos de sintomas como tosse e pieira.

Conselhos alimentaresDeve comer fruta, vegetais e pei-xe, fornecendo ao seu organismo um suplemento importante de vitaminas e antioxidantes. Esta dieta não só se associa a um me-nor risco de desenvolver doenças respiratórias, como diminui o risco da ocorrência de infeções e consequentes agudizações da doença. É fundamental manter as regras básicas, nomeadamen-te a da manutenção de um peso considerado adequado. As refei-ções devem seguir os conselhos

• Grupos de risco que devem fazer a vacina antigripal no mês de outubro

• Pessoas com idade igual ou superior a 65 anos;

• Doentes crónicos e imunodeprimidos (a partir dos 6 meses de vida);

• Grávidas;

• Profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados (ex.: lares de idosos).

Vacine-se contra a gripe

gerais dos nutrientes a consumir e a evitar.

Vida ativa e exercício físico moderadoO ideal é manter uma vida ativa com exercício moderado.Os doentes crónicos deverão cum-prir os planos de reabilitação res-piratória prescritos em consultas hospitalares especializadas. Elevar a qualidade do ar em casa A exposi-ção ao tabaco e a poluentes está as-sociada a uma maior instabilidade nas doenças respiratórias. Dentro de casa, o tabaco não é recomen-dado e deve manter-se uma correta ventilação. Cuidado com os fumos das lareiras - deverão estar correta-mente vedados -, assim como evitar zonas de humidade excessiva que levem ao crescimento de fungos.//

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10 . INOVAÇÃO setembro.2017

Reabilitação respiratória à distância

Vantagens e desafios da prestação de cuidados de reabilitação à distância para os doentes com patologias do foro respiratório

AA Reabilitação Respiratória (RR) é uma das terapêuticas mais eficazes para melhorar a dificuldade respira-tória (dispneia), a tolerância ao esfor-ço e o estado de saúde nos doentes respiratórios crónicos, em particular naqueles que têm Doença Pulmo-nar Obstrutiva Crónica (DPOC). A RR é uma intervenção multidis-ciplinar, que aborda o doente de forma global (física, mental, social, nutricional), usando o treino de exer-

PAULO ABREUFISIOTERAPEUTA E CLINICAL DEVELOPMENT MANAGER NO

AIR CARE CENTRE® - CENTRO DE REABILITAÇÃO RESPIRATÓRIA DA

LINDE SAÚDE

cício e a educação para aumentar a capacidade do doente em gerir melhor a doença, complementados com fisioterapia respiratória, apoio psicológico, nutricional, terapia ocu-pacional, entre outras.Em função da gravidade da doença, da complexidade da condição clínica e da acessibilidade aos locais onde se realiza a RR, esta pode ser efetuada no hospital (internamento, ambula-tório), em centros, clínicas de reabili-tação e de fisioterapia, nos centros de saúde, noutros locais da comunidade ou até no domicílio do doente. Em resultado das dificuldades de acesso aos cuidados de saúde, pro-vocadas por complicações na des-locação ou mobilidade dos doentes, dificuldades económicas, disponi-bilidade dos familiares, redução do número de profissionais de saúde no interior do país, ou por necessida-de de reduzir custos com a saúde e melhorar os cuidados prestados, a te-lessaúde, telemedicina, teleconsultas, telemonitorização, tele-educação e telerrea bilitação têm sido, na última década, uma aposta crescente por

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setembro.2017 INOVAÇÃO . 11

Reabilitação respiratória à distância

parte do Serviço Nacional de Saúde e outras entidades, como segurado-ras e hospitais privados.A Organização Mundial de Saúde define a telessaúde como a presta-ção de cuidados de saúde em que os utentes e os prestadores estão separados pela distância. Esta uti-liza as tecnologias de informação e comunicação para a partilha de da-dos para diagnóstico e tratamento de doenças e lesões, investigação e avaliação e para a educação contí-nua dos profissionais de saúde.A telerreabilitação é a prestação de cuidados de reabilitação à distân-cia em que o doente pode realizar o treino de exercício com supervisão de um fisioterapeuta, através de video-conferência ou sozinho, apenas com telemonitorização. Dados como a fre-quência cardíaca, a tensão arterial e a saturação periférica de oxigénio no sangue são transmitidos via telemóvel ou Internet para uma central e ava-liados por um clínico. Envolve ainda a comunicação peri-ódica via telefone ou email e pro-gramas que têm um misto dos dois modelos. Em algumas situações, a telerreabilitação é precedida de um programa de reabilitação (normal ou mais curto) no hospital ou cen-tro de reabilitação, para que depois o doente possa dar continuidade no seu domicílio.A telerreabilitação tem vantagens para aqueles doentes que têm di-ficuldade no acesso a locais onde existam programas de RR, seja porque o custo envolvido na deslo-

cação é elevado, porque esses locais não existem, porque o doente não tem condições físicas para o fazer, ou porque não tem familiares ou cuida-dores que apoiem essa deslocação. Trata-se de uma terapêutica que tem grandes benefícios, como a redução de custos, diminuindo o número de exacerbações, de idas à urgência, de internamentos e número de dias de internamento.

Desafios da telereabilitaçãoOs doentes mais graves e com fatores de risco para o treino de exercício não poderão entrar num programa de telerreabilitação. Ou-tros aspetos que poderão limitar a realização da telerreabilitação é o facto de os doentes ou cuidadores não conseguirem usar a tecnologia (tablet, smartphone, dispositivos de

monitorização); o local onde vivem não ter rede para acesso à Internet; não terem motivação para a rea-bilitação; fraco suporte familiar/ /cuidadores; alterações cognitivas; dificuldades de comunicação; ou deficiência física ou visual.A telerreabilitação para o doente res-piratório é um serviço que é forneci-do incluindo todos os equipamentos e acompanhamento por médico, fisioterapeuta, enfermeiro e outros profissionais, quando necessário. O fornecimento deste serviço aos do-entes respiratórios crónicos começa a dar os primeiros passos, pelo que deve questionar o seu médico se essa possibilidade existe no hospital onde é acompanhado. Existem também centros privados, como o AIR Care Centre® da Linde Saúde que dispo-nibilizam este serviço.//

A TELESSAÚDE, TELEMEDICINA, TELECONSULTAS, TELEMONITORIZAÇÃO, TELE-EDUCAÇÃO E TELERREABILITAÇÃO TÊM SIDO, NA ÚLTIMA DÉCADA, UMA APOSTA CRESCENTE POR PARTE DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE

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12 . GUIA PRÁTICO setembro.2017

O que deve saber sobre a Apneia do Sono

Como prevenir, diagnosticar e tratar a Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono?

Muitas pessoas demoram algum tempo até se aperce-berem de que sofrem de Síndrome de Apneia Obs-trutiva do Sono, também conhecida por Apneia do Sono. Porquê? Como a maior parte dos sinais são durante o sono, como por exemplo o ressonar, o doente não tem percepção da doença. Pode acontecer que passem vários anos sem ser diagnosticada. Até que um dia surgem os alertas vindos dos companhei-ros ou os sinais passam a ser demasiado evidentes. Hoje, os médicos já estão alertados para esta doença, em especial para a sua ligação às doenças cardíacas. Se acha que pode ter apneia do sono, não demore a ir ao médico. A redução dos níveis noturnos de oxi-génio no sangue pode levar a um aumento do risco de doenças cardiovasculares, como hipertensão arterial, enfarte e arritmias.A doença pode ter grande impacto na qualidade de vida dos doentes e suas famílias. Mas o atempado e correto tratamento reduz a hipersonolência durante o dia e leva à melhoria da concentração e da memória. Como superar a Apneia do sono?

Saiba ler os sinais à noite e de dia Se durante a noite tem paragens respiratórias que se repetem várias vezes e com isso desperta fre-quentemente, deve ponderar uma ida ao médi-co. Durante o sono, os sintomas mais frequentes são ressonar, sono agitado, excesso de transpira-ção, despertares com sensação de sufoco ou en-gasgamento e idas frequentes à casa de banho. Com estes sintomas, as pessoas têm um sono fragmen-

tado de baixa qualidade, que se reflete em sonolência no dia seguinte. Se conduz ou manobra maquinaria pesada, tenha atenção porque pode adormecer com facilidade, mesmo a conduzir ou no local de trabalho. Durante o dia, os sintomas são acordar cansado, com a sensação de um sono não reparador, sonolência diurna excessiva, ansiedade, depressão, alterações de humor e cognitivas, como, por exemplo, falta de memória e de concentração.

Marque uma consulta especializada Quem suspeite sofrer de apneia do sono deve ser orientado para uma consulta especializada, a fim de se fazer um diagnóstico e tratamento corretos.

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setembro.2017 GUIA PRÁTICO . 13

A DOENÇA PODE TER GRANDE IMPACTO NA QUALIDADE DE VIDA DOS DOENTES E SUAS FAMÍLIAS. MAS O ATEMPADO E CORRETO TRATAMENTO REDUZ A HIPERSONOLÊNCIA DURANTE O DIA E LEVA À MELHORIA DA CONCENTRAÇÃO E DA MEMÓRIA

Faça o registo poligráfico do sonoO diagnóstico envolve mais do que uma simples con-sulta e inclui outros exames auxiliares de diagnóstico, sendo o mais importante o estudo do sono, que po-derá ser realizado no hospital, numa clínica ou até na casa do utente.

Informe-se sobre a ligação da Apneia do Sono a outras patologiasA Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono está relacionada com outras patologias, como a obesi-

dade, depressão, doenças cardiovasculares e com a disfunção erétil.

Não descure o risco da obesidadeQual a ligação entre a obesidade e a apneia do sono? A acumulação de gordura em redor das vias aéreas superiores pode aumentar a resistência das mesmas, bem como a acumulação de grodura abdominal di-ficulta o trabalho respiratório. O aumento do diâ-metro do pescoço e do perímetro cervical pode, por exemplo, aumentar a probabilidade de vir a sofre de Apneia do Sono.

O tratamento mais indicadoA Pressão Positiva Contínua das Vias Aéreas (CPAP) é o tratamento não invasivo mais eficaz para a Apneia do Sono. O sistema de CPAP é composto por um gerador de ar, um tubo de ar e uma máscara em con-tacto com a face do indivíduo. O ar circula através do sistema, mantendo continuamente a pressão nas vias aéreas durante o sono, garantindo que as vias aéreas se mantêm livres e desobstruídas. Trata-se de um suporte de Ventilação Não Inva-siva (VNI), ou seja, que não utiliza uma via aérea artificial, como um tubo orotraqueal. Segundo a Associação Portuguesa do Sono, esta terapêutica diminui grandemente o risco de eventos cardio-vasculares fatais, assim como o número de eventos não fatais, como enfarte, acidente vascular cerebral e eventos coronários requerendo angioplastia ou cirurgia de bypass.

Durma melhor e recupere a sua vidaO CPAP implica o uso de uma máscara que se aplica no nariz ou no nariz e boca durante a noite e que fornece ar a uma pressão contínua. Este sistema impede que as vias respiratórias fechem, evitando as paragens da respiração e consequentes microdes-pertares durante o sono. Assim, no dia seguinte a pessoa não sente sono e pode levar a sua vida com mais energia.//

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14 . TESTEMUNHO setembro.2017

“Comecei a ganhar confiança ao ver os resultados”

Se há casos de sucesso na reabi-litação respiratória, a história de Carlos Filipe e da sua incansável esposa é um deles. O casal de reformados há muito que luta contra a Doença Pulmo-nar Obstrutiva Crónica de Carlos Filipe. Este ex -fumador viu a vida sofrer um revés há cerca de três meses, altura em que, segundo a sua mulher, “tinha crises de tosse que duravam sete horas seguidas”.Quando em junho chegou ao AIR Care Centre®, centro de reabilita-ção respiratória da Linde Saúde, “estava numa fase complicada”, desabafa Carlos Filipe. Os pro-blemas respiratórios tinham-se agravado durante a recuperação de uma operação a uma hérnia, impedindo-o de sair e fazer ca-minhadas. Perante este quadro, o uso do equipamento de oxigeno-terapia de deambulação da Linde Saúde revelou-se uma solução inevitável, bem como a entrada no programa de reabilitação res-piratória, que passou a cumprir sem falhas, três vezes por semana. Decisões que viriam a fazer toda a diferença na saúde de Carlos Filipe e na qualidade de vida da família. “Nos pri-meiros dias foi um caos, qual-

CARLOS FILIPEIdade: 71 anosEstado civil: CasadoFilhos: 2 filhos, 4 netosCargo: Reformado da banca (32 anos na área informática/processamento salários)Historial clínico: Acompanhado por um pneumologista há mais de 10 anos; dependente de oxigénio; ex-fumador (desde 2001)Diagnóstico: DPOC com obstrução muito grave (com enfisema pulmonar), diagnosticada há cerca de 17 anosTratamento: medicação e programa de reabilitação respiratória no AIR Care Centre®

Acompanhante/cuidador: Sua esposa, Maria José Filipe, de 67 anos

quer coisa que fizesse cansava-me e tossia muito”, recorda o doente. Mas um pouco de paciên-cia e motivação da parte da equi-pa levaram a que começasse a ver melhoras passado uma semana do início do tratamento. “A tos-se abrandou. Comecei a ganhar confiança ao ver os resultados.”Em oito semanas, os resultados tinham superado todas as suas melhores expetativas. “Deixei de precisar de oxigénio e já não tenho aquela tosse”, lem-bra. Voltou a ajudar a sua esposa nas tarefas domésticas como fazia antes, vai buscar os netos à escola e brinca com eles. As caminhadas são diárias e ga-nhou cerca de um quilo com a dieta para engordar que a nutri-cionista do AIR Care Centre® lhe recomendou.A evolução foi tão grande que após oito semanas já puderam passear na Ericeira e ir à Cascais, “onde o meu marido se dá muito bem”, conta Maria José Filipe. “Perante as melhoras ocorridas também já marcámos férias em Tavira , o nosso destino de elei-ção há mais de 7 anos”, dizem, seguros de que tudo correrá como previsto.//

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setembro.2017 OPINIÃO .15

Rede de espirometrianos cuidados de saúde primários

MARIA DA CONCEIÇÃO GOMESPNEUMOLOGISTA SÉNIOR, RESPONSÁVEL

DO PROGRAMA DAS DOENÇAS RESPIRATÓRIAS CDP DR. RIBEIRO

SANCHES/DSP

ANA TAVARES E CASTROPNEUMOLOGISTA, CDP DR. RIBEIRO

SANCHES/DSP

TERESA MOURATOPNEUMOLOGISTA, CDP DR. RIBEIRO

SANCHES/DSP

O Ministério da Saúde tem dado particular ênfase à implementação de uma rede de rastreio da DPOC que atue ao nível dos cuidados de saúde primários e permita uma abordagem preventiva e de diagnóstico precoce

AA espirometria é um teste fisiológico que mede a inalação e a exalação de volumes de ar em função do tempo. Exa-me essencial para a avaliação da função pulmonar, quer no âmbito do diagnóstico de sintomas respiratórios ou de indivíduos com fatores de risco para doenças respirató-rias, quer na monitorização da resposta à terapêutica ou progressão de doença. Tem ainda utilidade acrescida na avaliação de incapacidades e na avaliação pré -operatória de doentes propostos para cirurgia. A espirometria con-firma a presença de Doença Pulmonar Obstrutiva Cró-nica, cuja prevalência em Portugal se estima em cerca de 14% e cuja morbilidade e mortalidade são significativas. O Ministério da Saúde tem dado particular ênfase à implementação de uma rede de rastreio da DPOC que atue ao nível dos cuidados de saúde primários e permita

uma abordagem preventiva e de diagnóstico precoce (Despacho n.º 6300/2016). A Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) deu con-tinuidade, em novembro de 2016, à implementação da Rede de Espirometria, que já possibilitou a realização de 7600 espirometrias em 11 Agrupamentos dos Cen-tros de Saúde da ARSLVT. A sensibilização junto dos médicos de família e a articulação com toda a equipa clínica dos locais de saúde (Centros de Diagnóstico Pneumológico e hospitais) mostrou-se fundamental para o desenvolvimento deste projeto, que tem vindo a crescer progressivamente. Do ponto de vista do utente, tem-se verificado uma crescente tomada de consciência acerca das doenças respiratórias e do impacto causado por fa-tores de risco inalatórios, como é o caso do tabagismo.//

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016 . caBEÇA setembro.2017016 . caBEÇA NOVEMBRO.2016

808 29 90 90 ̶ 21 049 99 96 | [email protected] | www.aircarecentre.pt Rua Mário de Azevedo Gomes, núcleo R, nº6-6A, Alto dos Moinhos, 1500-467 Lisboa

AIR Care CentreReabilitação Respiratória

Conhecer o doente para otimização da reabilitação.Consulta de Fisiatria, Pneumologia, Nutrição, Psicologia, Fisioterapia, Enfermagem, Prova de esforço, Prova de marcha 6 min

Abordagem terapêutica multidisciplinar - EXERCÍCIO e EDUCAÇÃOResistência, Força, Flexibilidade, Equilíbrio

Recuperar o doente para uma vida ativa e aumentaro conhecimento e autogestão da doença.

Avaliar Intervir

Reabilitar

Que doentes beneficiam?DPOC AsmaCancro PulmãoBronquiectasiasFibrose QuísticaFibrose PulmonarTransplante de PulmãoDoenças neuromusculares

Outros serviços:Fisioterapia Respiratória Prova de EsforçoProva de Marcha Gasometria arterialAferição débito O2

Avaliação músculos respiratóriosCessação tabágicaEnsino a cuidadores

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