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2018 MERCADO COM LANÇAMENTOS E VENDAS EM ALTA, SEGMENTO MOSTRA OTIMISMO PARA 2019 FINANCIAMENTO NOVAS REGRAS DEVEM GERAR ATÉ R$ 100 BILHÕES EM EMPRÉSTIMOS TENDÊNCIA AS APOSTAS EM MORADIA COMPARTILHADA E LOCAÇÃO DE LONGA ESTADIA SETOR IMOBILIÁRIO E CONSTRUÇÃO CIVIL 2018

SETOR IMOBILIÁRIO E CONSTRUÇÃO CIVIL - lideglobal.com · e vendas em alta, segmento mostra otimismo para 2019 financiamento novas regras devem gerar atÉ r$ 100 bilhÕes em emprÉstimos

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2018

MERCADOCOM LANÇAMENTOS E VENDAS EM ALTA,

SEGMENTO MOSTRA OTIMISMO PARA 2019

FINANCIAMENTO NOVAS REGRAS DEVEM GERAR ATÉ R$ 100 BILHÕES EM EMPRÉSTIMOS TENDÊNCIA AS APOSTAS EM MORADIA COMPARTILHADA E LOCAÇÃO DE LONGA ESTADIA

S E TO R I M O B I L I Á R I O E CO N ST R U Ç Ã O C I V I L 

2018

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“project by project”, em que cada

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12 Carta ao leitorSinais animadores

14 MercadoÍndices revelam recuperação do setor imobiliário e de construção civil e trazem otimismo para o próximo ano

22 FinanciamentoMudanças nas regras para os empréstimos devem injetar R$ 100 bilhões para aquisição de imóveis

30 ContratosEstá nas mãos do Congresso decisão sobre a nova lei dos distratos, que promete impulsionar o setor

40 Lançamentos Após um ano de expectativas, surgem empreendimentos sofisticados de olho na retomada das vendas

sumárioedição de 2018

10

40L A N Ç A M E N T O S

DE VOLTA AO MÉDIO E ALTO

PADRÃO

50L O N G S T A Y

LOCAÇÃO 5 ESTRELAS

50 Long stayA JFL Realty, de Jorge Felipe Lemann, planeja oferecer 800 unidades residenciais de longa estadia até o início de 2019

54 Bairros planejadosConstrutoras e incorporadoras enfrentam desafios para viabilizar megaprojetos com foco em sustentabilidade

58 TendênciaO conceito de moradia compartilhada, com mais interação e serviços comuns, já é uma realidade no Brasil

62 Evento1º Fórum LIDE do Setor Imobiliário e Construção Civil debate caminhos para o desenvolvimento do segmento

64 AluguelO boom dos microapartamentos atrai jovens e investidores para locação de curto prazo

64A L U G U E L

VIDA COMPACTA

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Osetor de construção e

incorporação está reto-

mando suas atividades.

Nos últimos 12 meses,

houve um aumento de 23,9% nos

lançamentos e de 13,1% nas ven-

das, segundo a Associação Brasi-

leira de Incorporadoras Imobiliárias

(Abrainc). Empresários e especialis-

tas concordam que o cenário é favo-

rável ao crescimento, ainda que o

estoque de imóveis esteja alto. Entre

as razões para o otimismo estão as

novas regras para o financiamento

imobiliário aprovadas pelo Conse-

lho Monetário Nacional (CMN), as

quais devem injetar na economia até

R$ 100 bilhões com os empréstimos.

Porém, como mostramos nesta edi-

ção, ainda há desafios. Um dos prin-

cipais é a sanção de uma norma para

os distratos dos contratos de aqui-

sição. Um projeto de lei atualmente

em tramitação no Congresso poderá

trazer mais segurança jurídica ao se-

tor e estimular novos investimentos,

mas sua aprovação é incerta.

Mesmo com desafios a superar, o

mercado mostra dinamismo. Entre

os lançamentos, os segmentos de

médio e alto padrão têm se desta-

cado. Áreas que ainda não eram ex-

ploradas ganham grandes empreen-

dimentos, como é o caso da locação

SINAIS ANIMADORES

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PUBLISHERCelia Pompeia

DIRETORA EDITORIALAna Lúcia Ventorim

CONSELHO EDITORIALAna Lúcia Ventorim

Celia Pompeia Píndaro Camarinha

EDITORAIsabel Lopes

COORDENADORES DE CONTEÚDOAlan Cruz Bel Bueno

EDIÇÃO, REDAÇÃO E ARTECamarinha Comunicaçã[email protected]

DIRETORA GERAL DE PUBLICIDADEBeatriz Cruz

[email protected]

GERENTE EXECUTIVA DE PUBLICIDADELarissa Dalete

[email protected]

PUBLICIDADE Cidinha Castro

[email protected] Debora Leopoldo

[email protected]

Marco Tornelli [email protected]

OPERAÇÕES COMERCIAISKatia Moreno

[email protected]

VICE-PRESIDENTE EXECUTIVACelia Pompeia

[email protected]

UMA PUBLICAÇÃO

Av. Brigadeiro Faria Lima, 2.277, 11o andar, Jardim Europa São Paulo, SP - CEP 01452-000

Tel./fax: (11) [email protected]

Para obter informações sobre como anunciar nesta revista, ligue para

(11) 3039-6031 ou envie e-mail para [email protected]

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Proibida a reprodução parcial ou total sem prévia autorização da Editora

Tiragem 40.000 exemplares

novembro 2018

de longa estadia de alto padrão, foco

do empresário Jorge Felipe Lemann

e de sua empresa, a JFL Realty. As

moradias compartilhadas para es-

tudantes e jovens executivos, uma

tendência já consolidada no exterior,

também atraem projetos ambicio-

sos. Outro modelo em expansão é

o dos microapartamentos, que ser-

vem a moradores e investidores para

aluguel de curta duração. Além do

debate sobre os caminhos para o de-

senvolvimento, esses são exemplos

de vitalidade que temos a satisfação

de compartilhar no 1o Fórum LIDE do

Setor Imobiliário e Construção Civil,

promovido pelo LIDE. Boa leitura!

Ana Lúcia Ventorim,Diretora Editorial

12

carta ao leitor

RUA CEL. JOAQUIM FERREIRA LOBO, 337

11 3181-5957

V I L A O L Í M P I A

REALIZAÇÃO E CONSTRUÇÃO:

Incorporação registrada sob o n. R.5 da matrícula nº 190.465, em 5/10/2018, pelo 4º Cartório de Registro de Imóveis de São Paulo. Incorporadora responsável: SK Joaquim Ferreira Lobo Empreendimentos Imobiliários SPE Ltda. SKR: Al. Ministro Rocha Azevedo, 456 – 12º andar – CEP 01410-000 – São Paulo – SP. Creci SKR Consultoria Imobiliária Ltda.: J32094 – Creci Seller: JO17592. Todas as imagens são meramente ilustrativas e apresentam sugestões de decoração. Os móveis são de dimensões comerciais e não são parte integrante do contrato e do memorial descritivo. Projeto executivo em desenvolvimento, poderão sofrer pequenas alterações durante as compatibilizações técnicas.

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EXPANSÃO EM 2019ÍNDICES REVELAM RETOMADA NOS SETORES IMOBILIÁRIO E DE CONSTRUÇÃO, O QUE GERA OTIMISMO A MÉDIO PRAZO

O cenário otimista projetado em 2017 para este

ano acabou se confirmando logo no primeiro

semestre. Dados positivos de lançamentos,

vendas e índices macroeconômicos favoráveis

de inflação, crescimento do Produto Interno Bruto (PIB),

redução da taxa básica de juros e maior abertura para

financiamentos de bancos reforçam esse quadro. A MRV

Engenharia, por exemplo, que tem foco em imóveis econô-

micos, registrou aumento de 20% em unidades lançadas no

terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período

do ano passado. O diretor comercial Paulo Amaral dos An-

jos se diz otimista, porque o volume de vendas da empresa

segue consistente em todo o Brasil, com expectativa de

14

mercado

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CRESCEM LANÇAMENTOS E VENDAS NO PAÍS, SEGUNDO A ABRAINC

D e acordo com a Associação Brasileira de Incorporado-ras Imobiliárias (Abrainc),

foram lançadas 5.891 unidades em agosto, o melhor resultado desse mês desde 2014. Nos últi-mos 12 meses foram 91.376 – vo-lume 24,6% acima do período equivalente anterior. Com relação à venda de imóveis novos, nesses mesmos intervalos de tempo as empresas registraram 10.080 e 115.930 moradias, respectivamente

– com alta de 11,1% no último caso.De janeiro a agosto de 2018, um

destaque foi a retomada de lan-çamentos de médio e alto padrão (MAP) – 76% mais do que em 2017. Nos últimos 12 meses, esse seg-mento respondeu por 24,5% das unidades lançadas e por 30,8% das vendas. Ainda assim, o aumento ex-pressivo de 57,7% de lançamentos nesse setor foi acompanhado de 2% de retração nas vendas. O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), por outro lado, segue crescendo e suas vendas foram outro destaque no pe-ríodo janeiro-agosto: 16,9% acima do mesmo período em 2017. Se tomados

os últimos 12 meses, ocorreu uma alta de 15,8% nos lançamentos de MCMV, que tiveram crescimento maior ainda nas vendas – 21,5%. Sozinhos, os MCMV representaram 75,5% dos lançamentos residenciais no país e 69,2% do total de vendas.Até agosto deste ano, os MAPs e os MCMVs mostraram aumento de 17,5% e de 10%, respectivamente, nas vendas em relação ao período equivalente de 2017. No total, nos últimos 12 meses, foram somados mais 23,9% nos lançamentos e 13,1% nas vendas.

chegar a 50 mil unidades neste ano.

Mas uma retomada efetiva do setor,

de volta aos patamares pré-crise, só

será possível se os juros continuarem

baixos, na opinião de Renato Lomo-

naco, gerente de Projetos da Asso-

ciação Brasileira de Incorporadoras

Imobiliárias (Abrainc).

Números mostram que o mer-

cado de imóveis está em cresci-

mento e que os empreendimentos

do programa Minha Casa, Minha

Vida (MCMV) respondem por mais

de 70% do desempenho do setor. “O

médio e alto padrão (MAP) vem se

recuperando de anos difíceis. O seg-

mento voltou a lançar e as vendas re-

duzem o estoque, mas ainda sofrem

com a insegurança jurídica”, observa

Lomonaco. Hoje, o estado de São

Paulo lidera o mercado de MAP. “Há

RENATO LOMONACO (GERENTE DE PROJETOS

DA ABRAINC)“O MÉDIO E ALTO

PADRÃO (MAP) VEM SE RECUPERANDO. O SEGMENTO VOLTOU A LANÇAR E AS VENDAS REDUZEM O ESTOQUE,

MAS AINDA HÁ INSEGURANÇA JURÍDICA”

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mercado

uma expectativa pela continuidade

do processo de retomada e cresci-

mento, mas entendo que o segmento

está condicionado à regulação dos

distratos.” Luis Fernando Martinez

é diretor-executivo da Companhia

Siderúrgica Nacional (CSN) e afirma

que o consumidor voltou a colocar

dinheiro em imóveis, inclusive por

insegurança com o cenário do país.

Sócio-diretor da Articon, em-

presa da área de negócios imo-

biliários na capital paulista e no

exterior, Reinaldo Papaiordanou

diz que a construção é muito seto-

rizada, “com cada segmento vendo

o mercado com olhos próprios”. Em

São Paulo, por exemplo, o Plano Di-

retor mostra um rumo certo para os

investimentos: o eixo do metrô. “A

aposta é aí. As áreas próximas às

estações têm grande potencial. Com

concentração de riqueza, o mercado

de imóveis cresce na cidade, mas a

facilidade de transporte é cada vez

mais fundamental.” No caso da Ar-

ticon, que participa de empreendi-

mentos diversos – de residenciais

a industriais –, 2018 pode não ter

sido bom, mas Papaiordanou se diz

“bastante otimista”. Ele espera uma

melhora em 2019 e 2020, com a re-

cuperação de atrasos. “No Brasil,

as empresas têm de se adaptar – e

fazem isso dia a dia.”

ESTÍMULO PARA COMPRA

No caso do MCMV, Martinez, da

CSN, diz que o aumento no valor má-

ximo de financiamento determinado

pelo Conselho Monetário Nacional

(CMN) foi positivo, o que estimula o

consumidor. “Uma questão que inde-

pende de eleições é a continuidade

do programa. O MCMV é essencial”,

afirma. Segundo a Fundação Getulio

Vargas (FGV), o déficit habitacional

no país é de 7,7 milhões de unida-

des. Com esse enorme potencial de

demanda, Lomonaco, da Abrainc,

observa: “Muitas construtoras pas-

saram a operar nesse segmento pelo

sucesso. Empresas que tradicional-

mente trabalham com médio e alto

padrão estão procurando o mercado

de baixa renda”. Mas a perenidade

do programa só será garantida com

destinação correta do FGTS – para

habitação popular e saneamento.

“Medidas como o saque das contas

inativas, que levaram R$ 44 bilhões

de recursos do fundo, e socorro às

Santas Casas, que consumirá RS 4

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bilhões por ano, prejudicam a liqui-

dez do FGTS e reduzem os orçamen-

tos habitacionais.”

Para Lomonaco, a reforma traba-

lhista pode fragilizar o FGTS, assim

como o aumento da informalidade

no trabalho. Porém, uma melhora

nos níveis de emprego pode ajudar,

porque dois terços dos saques vêm

por desemprego. E alguns conceitos

do FGTS devem ser revistos. “É pen-

sar mais no fundo como formador

de poupança a longo prazo às famí-

lias. Para haver menos dependência

do FGTS, são necesários fundings

alternativos. A Letra Imobiliária

Garantida (LIG), que acabou de ser

regulamentada pelo Banco Central, é

uma ótima possibilidade. Mas é pre-

ciso que os juros continuem em pata-

mares baixos. O crédito imobiliário

não se sustenta com taxas altas.”

COMPASSO DE ESPERA

Martinez, da CSN, diz que o mer-

cado de cimento no geral ainda

segue em queda, com capacidade

maior do que a demanda. “Há cons-

trutores optando por habitação e

escritórios em um só local para

trabalhar com custos menores.

Imóveis novos indicam que o setor

EM SÃO PAULO,O PLANO DIRETOR

APONTA PARA O EIXO DO METRÔ COMO FOCO DE

INVESTIMENTOS. AS ÁREAS QUE

MAIS DEVERÃO CRESCER SÃO AS

PRÓXIMAS DE ESTAÇÕES

18

mercado

MINHA CASA, MINHA VIDA É CHAVE PARA A PRÓXIMA DÉCADA

A demanda por novas habita-ções no Brasil seguirá alta pelos próximos dez anos e

com forte concentração na baixa renda. Essa é conclusão de um estudo encomendado pela Asso-ciação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) à Fundação Getulio Vargas (FGV) e divulgado em outubro de 2018. A partir daí, a

“Análise das Necessidades Habita-cionais e suas Tendências para os Próximos Dez Anos” mostra que não se poderá prescindir de políticas habitacionais voltadas para essa faixa em busca de soluções para que famílias de até cinco salários

mínimos tenham acesso a mora-dias. Outro ponto em destaque é a melhoria da distribuição de renda, sempre condicionada à evolução do ambiente macroeconômico.Em 2017, a estimativa do déficit ha-bitacional ultrapassa 7 milhões de unidades. As famílias mais afetadas, segundo o relatório, permanecerão nos estratos mais pobres, e a even-tual melhoria de sua condição eco-nômica não solucionará, por si, as dificuldades de acesso à moradia. O avanço na distribuição de renda, associado à maior geração de pou-pança em cenário de crescimento, tende a aliviar a pressão sobre os

recursos originados em fontes fis-cais (Tesouro) e de poupança com-pulsória (FGTS). O programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), de nove anos, tem histó-rico favorável, na análise apresen-tada pela FGV. Sem ele, contando os impactos indiretos, R$ 333 bilhões teriam deixado de ser adicionados à economia com aumento de renda, arrecadação tributária e geração de postos de trabalho. A pesquisa “A Sondagem da Construção”, da FGV, confirma o impacto positivo gerado para os negócios das empresas que operaram ou ainda operam com o programa.

melhora, mas desde 2014 não há

obras por parte do governo. Esta-

mos em compasso de espera.” Ele

cita a Associação Brasileira da In-

dústria de Materiais de Construção

(Abramat), que mede a produção de

insumos da construção civil, para

falar dos sinais de recuperação

do cimento, ainda que no terreno

negativo (se estava em -10,6% em

junho de 2017, em junho deste ano

está em -1,5%). “É assim. Na crise,

a construção é o primeiro setor

que cai e o último que reage. Mas

é grande geradora de empregos e,

portanto, de consumo. Promove a

indústria em geral, ajuda a econo-

mia a crescer”, diz o executivo.

A expectativa do setor está na re-

tomada de obras de infraestrutura e

na ampliação de condições de renda

e crédito para compra e reforma de

imóveis. O consumo de cimentos

recuou quase dez anos, sendo que

a queda nos últimos quatro foi de

30%. Atualmente, esse mercado

opera com 50% de sua capacidade,

de acordo com a CSN. Por isso, o

crescimento no setor imobiliário

apontado pela Abrainc é um sinal

positivo para a recuperação desse

insumo a partir do segundo trimes-

tre de 2019, com um incremento

esperado na ordem de 3% a 4% no

ano e a um ritmo de 5% anual no

longo prazo. “Entre o lançamento de

um imóvel e o início de compra de

cimento, o intervalo de tempo vai de

seis a oito meses. Estamos em mo-

mento de fundação e estrutura. Ou

seja: bons ventos para esse produto

no segundo trimestre de 2019.” n

“NA CRISE, A CONSTRUÇÃO É O

PRIMEIRO SETOR A CAIR E O ÚLTIMO A REAGIR. MAS É FUNDAMENTAL

NA GERAÇÃO DE EMPREGOS, AJUDANDO NO

CRESCIMENTO DA ECONOMIA”, DIZ LUIS MARTINEZ, DA CSN

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O QUE O BRASIL PRECISA?

O Secovi-SP faz história desde 1946, cumprindo seu compromisso com o Estado de São Paulo e com o Brasil, por meio do desenvolvimento do setor urbano, ao lado de parceiros públicos, corporativos e da grande mídia. É por isso que sua atuação é tão forte em questões de abrangência nacional.

Entende que o Brasil precisa de muita coisa. Saúde, educação, segurança, emprego e tudo mais. Acontece que o atendimento da maioria dessas necessidades

Flavio Amary - presidente do Secovi-SP e reitor da Universidade Secovi

para amar e chamar de seu. O que o Brasil precisa é de mais e mais habitações, próprias ou alugadas, grandes ou pequenas, mas dignas.

Além do compromisso com democracia, liberdades, direitos, reformas estruturais, ajuste fiscal, controle da inflação, manutenção dos juros baixos e estabilidade, espera-se do governo empenho máximo em promover a moradia e garantir seus impactos imediatos no desenvolvimento econômico e na geração de empregos.

Diante disso, é fundamental que seja estabelecida uma lei geral sobre licenciamento ambiental. Uma legislação que traga a indispensável simplificação e clareza, evitando idas e vindas e, principalmente, sobreposição de diplomas legais. O setor precisa de segurança jurídica para investir, ofertar habitações e gerar empregos em escala.

Também é imprescindível que os recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) sejam destinados às suas finalidades originais, sem desvios, e que o orçamento do programa Minha Casa, Minha Vida, único capaz de atender ao menos favorecidos, seja ampliado, não reduzido.

E como habitação não é só casa própria, é importante que o governo adote proposta já apresentada para criação do LAR (Locação Acessível Residencial), programa dirigido a famílias com renda de até seis salários mínimos, um segmento de continuidade do MCMV.

As cidades também precisam de legislações

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depende de um espaço construído. Um lugar para acontecer. Um lugar chamado hospital, escola, escritório, fábrica, hotel, shopping e, é claro, moradia.

Quando falamos que a habitação é a base da prosperidade econômica e social, não estamos puxando a brasa para a nossa sardinha. De fato, ela o é. A moradia é certidão de cidadania. Dá às pessoas o senso de pertencimento. O pertencer a uma rua, bairro, cidade, estado, país. Um território

urbanas menos restritivas para enfrentar o déficit habitacional, que ultrapassa os 6 milhões de unidades, em nível nacional.

O direito de morar tem de ser superior à vontade de alguns poucos que, por exemplo, não querem empreendimentos de habitação de interesse social como vizinhos. É possível trilhar caminhos alternativos para ampliar a oferta de áreas destinadas a novos empreendimentos, em especial habitações de interesse social, como o uso sustentável de áreas tombadas, preservadas ou mesmo contaminadas, as quais podem ser remediadas pelo mercado, com uso de tecnologias testadas e aprovadas.

Importante também incentivar o retrofit de imóveis degradados, conferindo-lhes nova vocação. E mesmo rever normas que mantêm bairros inteiros congelados à coletividade e deixam de servir as cidades, embora a maioria das casas esteja vazia. Diretrizes nacionais de desenvolvimento urbano podem orientar questões desta ordem.

O setor imobiliário tem tudo para acelerar a retomada do crescimento nacional. Basta que sejam oferecidas condições mínimas que lhe permitam trabalhar cada vez mais pelo Brasil e pelos brasileiros.

O Secovi-SP continua disposto, como sempre esteve, a contribuir na elaboração de políticas públicas voltadas ao setor imobiliário e também na construção conjunta de soluções para fazer com que o Brasil volte a trilhar o rumo do crescimento.

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NEGÓCIOS IMEDIATOSMUDANÇAS NAS REGRAS PARA OS EMPRÉSTIMOS DEVEM ACRESCENTAR RECURSOS DE ATÉ R$ 100 BILHÕES PARA O MERCADO IMOBILIÁRIO

22

financiamento

A Caixa Econômica Federal re-

duziu no fim de setembro a

taxa mínima do Sistema de

Financiamento Imobiliário

(SFI) de 9,50% para 8,75% para imó-

veis até R$ 1,5 milhão, e a máxima de

11% para 10,25%. O banco também

aumentou o limite de cota para o imó-

vel usado na tabela SAC (Sistema de

Amortização Constante), que era de

70% e em agosto passou para 80%,

inclusive para quem vai financiar pela

modalidade SBPE (recursos da pou-

pança). Segundo a Caixa, o objetivo

dessas mudanças é antecipar algumas

condições da Resolução no 4.676/18

do Conselho Monetário Nacional, ela-

borada juntamente com a Associação

Brasileira das Entidades de Crédito

Imobiliário (Abecip), que entrará em

vigor no dia 1o de janeiro de 2019 e

visa facilitar o acesso à casa própria

e produzir impactos positivos para

instituições financeiras, empresas do

setor imobiliário e consumidores.

A resolução contempla outras

medidas que devem contribuir para

aquecer o mercado. As principais

são o aumento do montante de di-

nheiro para alavancar as operações

e a permissão para as instituições

financeiras criarem novos produtos,

ou seja, para pactuar livremente as

taxas de juros com os mutuários,

como também eleger outros indexa-

dores para corrigir as parcelas nos

contratos. Atualmente, usa-se apenas

a Taxa Referencial (TR), mas a partir

do ano que vem será possível empre-

gar, por exemplo, a Letra Imobiliária

Garantida (LIG) e os Certificados de

Recebíveis Imobiliários (CRI). Com a

flexibilização do indexador, os bancos

também conseguirão securitizar o

crédito e ceder o direito de receber

o dinheiro para antecipar receitas e

realizar novos empréstimos, o que

certamente aumentará a competiti-

vidade entre os agentes financeiros.

LIMITAÇÃO DE CUSTO

Para as operações do Sistema Finan-

ceiro da Habitação (SFH), a resolução

limitará o custo máximo em até 12%

ao ano, já compreendendo juros, co-

missões e outros encargos financei-

ros. Hoje, gira em torno de 8% a 10%.

E também aumentará de R$ 900 mil

para R$ 1,5 milhão o teto, com ou sem

uso dos recursos do Fundo de Garan-

tia do Tempo de Serviço (FGTS). “Isso,

aliado a uma maior flexibilidade nas

regras de concessão de créditos, deve

favorecer especialmente as famílias

de classe média, que poderão adqui-

rir imóveis mais condizentes com seu

padrão. Nesse sentido, as medidas são

interessantes para o mercado”, ava-

lia Alberto Ajzental, coordenador do

curso Desenvolvimento de Negócios

Imobiliários, da Fundação Getulio

Vargas (FGV).

As faixas de renda mais baixas

também contarão com mais recursos,

em decorrência do estímulo que os

bancos receberão para conceder fi-

nanciamentos pelo SFH para imóveis

de até R$ 500 mil. “Para incentivar

esses financiamentos foi definido um

multiplicador de 1,2. Nesses casos, há

aumento de 20% na eficiência do dire-

cionamento”, afirma o vice-presidente

de Habitação da Caixa, Paulo Antunes

de Siqueira.

Outro ponto da resolução con-

siste em uma maior transparência na

23

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aplicação de recursos da poupança

nos financiamentos imobiliários e

determina que 65% do montante dos

depósitos captados pelas entidades

do Sistema Brasileiro de Poupança e

Empréstimo (SBPE) devem ser aplica-

dos em operações de crédito imobi-

liário. Desse total, 80%, no mínimo,

deverão ser direcionados para finan-

ciamento de imóveis residenciais no-

vos, usados ou em construção. “Com

a entrada em vigor desse importante

item da resolução, os bancos poderão

usar os recursos da poupança para

financiar imóveis de qualquer valor”,

afirma Siqueira.

Diante dessas mudanças, a

perspectiva é que nos próximos

anos os financiamentos imobi-

liários terão um incremento de

R$ 80 bilhões a R$ 100 bilhões. Mais: o

acompanhamento dos direcionamen-

tos passa a ser feito por saldo contá-

bil, não mais por relatório gerencial,

conforme se pratica atualmente.

PANORAMA ATUAL

De acordo com a Câmara Brasileira

da Indústria da Construção (CBIC), a

venda de imóveis no país aumentou

17,3% no segundo trimestre deste ano,

na comparação com o trimestre an-

terior, e 32,1% em relação ao mesmo

trimestre de 2017. Dados da Asso-

ciação Brasileira das Entidades de

Crédito Imobiliário (Abecip) indicam

que o total aplicado pelas institui-

ções financeiras do segmento com

recursos da conta poupança no pri-

meiro semestre de 2018 totalizaram

R$ 25,29 bilhões, um valor 23% supe-

rior ao registrado no mesmo período

do ano passado.

Em linha com esse conjunto de

indicadores positivos, a caderneta

de poupança obteve captação lí-

quida positiva de R$ 15,755 bilhões

em 2018, no acumulado até setem-

bro, segundo dados divulgados pelo

Banco Central. O valor supera o total

para o mesmo período desde 2013 e

representa boas perspectivas para o

setor, sobretudo com a entrada em

vigor da resolução.

A Caixa é líder nos financia-

mentos para o setor imobiliário,

com cerca de 70% de participação.

Em 2017, a instituição resistiu às

pressões políticas para flexibilizar

o acesso ao crédito para poder se

capitalizar visando 2018. Mesmo as-

sim, fechou o ano passado com saldo

de R$ 421,7 bilhões nessa carteira e

apresentou um lucro líquido recorde

de R$ 12,5 bilhões. O crescimento

em relação a 2016 chegou a 202,6%.

As medidas de incentivo im-

plantadas pela Caixa a partir de

abril deste ano foram responsáveis

por elevar o volume diário de con-

tratações no segundo trimestre,

superando em 18% o resultado do

primeiro trimestre de 2018 na mo-

dalidade FGTS e em 23% na modali-

dade SBPE. Com mais recursos “em

caixa”, a instituição pôde antecipar

parte do que já deveria fazer em ja-

neiro, movimentando ainda mais o

mercado. “A meta é aplicar acima de

R$ 88 bilhões em 2018, considerando

todas as modalidades de crédito imo-

biliário”, afirma Siqueira.

“A Caixa teve papel de destaque

na manutenção do mercado imobi-

liário nos últimos anos, sobretudo

pela execução do Programa Minha

PAULO ANTUNES DE SIQUEIRA (VICE-PRESIDENTE DE HABITAÇÃO DA CAIXA)“A META É APLICAR MAIS DE R$ 88 BILHÕES EM 2018, CONSIDERANDO TODAS AS MODALIDADES DE CRÉDITO IMOBILIÁRIO”

AN

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CIM

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financiamento

ALBERTO AJZENTAL (COORDENADOR DO CURSO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS – FGV)“OS ESTOQUES DE IMÓVEIS COMERCIAIS ESTÃO ALTOS E É UM BOM MOMENTO PARA COMPRAR A TAXAS BEM MELHORES E A PRAZOS MAIORES. NÃO É UM BOM MOMENTO PARA CONSTRUIR, PORÉM SE TRATA DE UM MERCADO COM UMA DINÂMICA DIFERENTE DO RESIDENCIAL”

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CAIXA ECONÔMICA

FEDERAL, BRADESCO,

ITAÚ UNIBANCO E SANTANDER

ACREDITAM QUE NORMAS VÃO IMPULSIONAR

AS VENDAS

Casa, Minha Vida. De 2009, quando

foi lançado, a 2017, atingiu a marca

de 5 milhões de contratações – e o

banco foi responsável por 86% delas.

Foram entregues mais de 4 milhões

de unidades, quantidade superior

ao total de domicí-

lios na cidade de São

Paulo. São números

bastante expressi-

vos e que dão segu-

rança ao setor no

momento de cres-

cimento”, comple-

menta o executivo.

O professor da

FGV considera que

os bons resultados se

devem ao reposicio-

namento da Caixa,

que, de certa forma,

foi uma maneira de equiparar e até

de oferecer índices melhores do que

os das instituições financeiras pri-

vadas. “Os bancos acompanham ou

programam sua estratégia em cima

do que faz a Caixa. Por isso, ela vai

abastecer e movimentar o mercado.”

Mas, segundo Ajzental, isso não se

dará imediatamente, devido ainda ao

cenário econômico pouco favorável,

com altas taxas de desemprego e en-

dividamento das famílias.

De acordo com

o Instituto Brasi-

leiro de Geografia

e Estatística (IBGE),

o trimestre (junho a

agosto de 2018) re-

gistrou taxa de de-

semprego de 12,1%,

o que representa

27,6 milhões de pes-

soas. Isso impacta

diretamente na capa-

cidade de pagamento

dos compromissos

assumidos. O per-

centual de famílias com dívidas ou

contas em atraso em financiamen-

tos imobiliários foi de 6,8 % para

quem tem renda familiar de até dez

salários mínimos e de 18,7% para as

que ganham mais de dez, segundo a

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Pesquisa de Endividamento e Ina-

dimplência do Consumidor (Peic),

divulgada em agosto pela Confede-

ração Nacional do Comércio de Bens,

Serviços e Turismo (CNC).

Por outro lado, segundo Ajzental,

os imóveis comerciais de pequeno e

médio porte podem se tornar atra-

tivos. “Os estoques estão altos e é

um bom momento para comprar os

que já estão prontos, a taxas bem

melhores e a prazos maiores. Não

é um bom momento para construir,

porém se trata de um mercado com

uma dinâmica diferente do residen-

cial e, dependendo do aquecimento

da economia, essa lógica pode se in-

verter”, garante. O cenário político

deve influenciar bastante os destinos

do mercado imobiliário para 2019.

Além do novo governo, duas leis

importantes para o segmento estão

sendo discutidas no Congresso. A do

Cadastro Positivo acrescentaria 22

milhões de pessoas ao mercado de

crédito, e a Lei do Distrato garantiria

mais segurança jurídica às constru-

toras e incorporadoras para investir

mais em lançamentos.

BANCOS PRIVADOS

O primeiro semestre deste ano foi

bastante positivo para o Bradesco

em relação ao crédito imobiliário. A

instituição alcançou 73% de cresci-

mento em relação ao ano anterior

(retornando ao patamar de 2014),

ante 23% do mercado, segundo

ranking da Abecip. Com esse re-

sultado, o banco passou a liderar o

mercado das instituições privadas

tanto na aquisição de imóveis (cor-

rentistas) como na produção (clientes

incorporadores/construtores), o

que possibilitou conquistar 26,5%

de market share. “As novas regras

de financiamento são uma evolução

para o setor imobiliário, pois facili-

tarão ainda mais a compra da casa

própria e estimularão o setor habi-

tacional do país”, afirma o diretor

do Departamento de Empréstimos e

Financiamentos do Bradesco, Lean-

dro Diniz. Porém, segundo ele, com

mais recursos disponíveis, deverá

haver um aumento da oferta e da

competitividade entre os bancos.

“Estamos preparados para ofere-

cer uma estrutura de excelência no

atendimento, inclusive via canais na

internet e até por smartphone, para

facilitar da consulta ao fechamento

das operações”, assevera.

Diniz afirma que a expectativa da

instituição é de reaquecimento do mer-

cado imobiliário. “A combinação entre

o aumento dos lançamentos de em-

preendimentos e o controle da inflação

vai propiciar praticarmos taxas de ju-

ros competitivas. Somado a isso, acre-

ditamos na retomada da confiança do

consumidor, aumentando a demanda

pelas nossas linhas de crédito.”

O Itaú Unibanco também se mos-

tra otimista. “As contratações de

financiamento até junho deste ano

subiram cerca de 40% em relação

ao mesmo período de 2017. O bom

resultado é fruto de uma série de ini-

ciativas dos últimos meses, como a

redução de taxas e o aumento do per-

centual do imóvel financiado para até

82%. Atentos às oportunidades, em

agosto, unificamos nossa política de

taxas de juros das linhas do Sistema

Financeiro da Habitação (SFH) e da

FABRIZIO IANELLI (SUPERINTENDENTE-EXECUTIVO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS DO SANTANDER)“ESTAMOS CAMINHANDO PARA UM MERCADO LIVRE, COM TAXAS MISTAS BAIXAS E INDEXADORES DIFERENTES E UMA DINÂMICA MAIOR. ISSO DEVE AUMENTAR NO FUTURO O APETITE DO COMPRADOR E DO INVESTIDOR POR PRODUTOS DA CARTEIRA IMOBILIÁRIA”

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financiamento

Carteira Hipotecária (CH). Investimos

ainda em consultoria especializada,

no aprimoramento dos canais digitais

e na melhoria contínua da eficiência

da operação, para oferecer a cada

cliente a melhor experiência em todas

as fases da contratação”, explica Cris-

tiane Magalhães, diretora de Crédito

Imobiliário do Itaú Unibanco.

Já o Santander, que tem uma

forte atuação no segmento, reajus-

tou seus objetivos. “O financiamento

imobiliário está no nosso DNA, do

nascedouro à finalização dos em-

preendimentos. Essas novas medidas

devem ser o primeiro passo para a

regulamentação do setor. No Brasil,

o mercado imobiliário participa de

10% do PIB, quase o dobro de países

como Chile e México. As mudanças

são boas para o futuro, para o setor

ter um papel ainda maior”, defende

o superintendente-executivo de Ne-

gócios Imobiliários do Santander,

Fabrizio Ianelli. Segundo ele, as ta-

xas de juros e os indexadores, hoje,

ainda são uma complexa fórmula

matemática. “Estamos caminhando

para um mercado livre, com taxas

mistas baixas e indexadores diferen-

tes, com uma dinâmica maior. Isso

deve aumentar no futuro o apetite do

comprador e do investidor por pro-

dutos da carteira imobiliária.” Para

ele, o mercado deve crescer devagar

em 2019. “As novas regras abrem

espaço para a classe média sair do

aluguel e comprar sua primeira mo-

radia a taxas mais atraentes e com

menor risco. Para os incorporado-

res, os lançamentos devem ser mais

cautelosos, ou seja, serão lançados

produtos pontuais com menos tor-

res ou unidades. Mas a expectativa

é de fecharmos muitos contratos e

superarmos os números de 2018.”

O professor da FGV concorda e,

especificamente para São Paulo, acre-

dita que os lançamentos residenciais

devem se concentrar em áreas no-

bres, de fácil acesso para os centros

comerciais ou próximos a estações

de metrô, como a recém-finalizada

Linha 5-Lilás do Metrô, que liga o

Capão Redondo à Chácara Klabin.

“Na Klabin já existem projetos con-

cluídos e em andamento, mas, no Ca-

pão, acredito que pela conjunção de

áreas disponíveis, preços mais baixos

e condições melhores, a classe média

poderá financiar com mais tranquili-

dade. Abrem-se ótimas perspectivas

para lançamentos na região.” n

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EM COMPASSO DE ESPERA

ESTÁ NAS MÃOS DO CONGRESSO DECISÃO SOBRE A NOVA LEI DOS DISTRATOS, QUE

PROMETE DAR GARANTIA JURÍDICA E IMPULSIONAR AS INCORPORAÇÕES

No Brasil ainda é possível ad-

quirir um imóvel na planta

e, antes da entrega das cha-

ves, desistir da compra e

solicitar que a incorporadora ou

loteadora reembolse o montante

pago. Essa situação configura-se

no distrato contratual. Ela seria até

justa para aqueles consumidores

que, por alguma razão, perderam o

poder de arcar com as prestações

e são obrigados a desfazer o negó-

cio. O mercado imobiliário lida com

isso há tempos e, por falta de uma

legislação regulatória, insere cláu-

sulas nos contratos prevendo essa

circunstância e estipulando percen-

tuais que giram em torno de 70%

de pagamento do capital investido.

“O problema é que muitos desisten-

tes inundaram a Justiça com ações

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contratos

ANDERSON ALBUQUERQUE (DIRETOR DA ALBUQUERQUE & ALVARENGA ADVOGADOS)“É IMPRESCINDÍVEL A APROVAÇÃO DE UMA LEGISLAÇÃO QUE TRACE REGRAS PARA DISCIPLINAR O DISTRATO E TRAGA SEGURANÇA JURÍDICA PARA O SETOR”

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Oreivindicando o reembolso total,

acrescido de juros de 1% a.m. mais

correção monetária, baseadas no

Código Civil e, principalmente, no

Código de Defesa do Consumidor,

cujas diretrizes tendem a proteger o

comprador por constituir o elo mais

fraco da relação”, explica Anderson

Albuquerque, diretor da Albuquer-

que & Alvarenga Advogados.

Preocupadas, as construtoras e

as incorporadoras pressionaram o

governo e mobilizaram seus repre-

sentantes políticos, o que levou ao

Projeto de Lei no 1.220/2015, apre-

sentado pelo deputado federal Celso

Russomanno. Ele propõe regras para

disciplinar a devolução dos valores

pagos pelos compradores na hipótese

de rescisão contratual, como tam-

bém estipula as sanções decorrentes

do descumprimento dos prazos de

entrega da obra pelas construtoras.

O texto sofreu várias alterações e

emendas dos parlamentares e deu

origem ao PLC 68/2018, que está na

Câmara aguardando andamento.

MULTAS

Segundo Albuquerque, por falta de

uma legislação competente, a Justiça

– com pequenas variações em cada

ente da federação – tem determinado

o pagamento do montante ao com-

prador com uma multa de 10% a 20%,

a fim de cobrir os custos das partes

vendedoras. O fato é que essa possi-

bilidade de distrato antes das chaves

criou uma prática desfavorável ao

mercado imobiliário. Investidores

passaram a comprar vários imóveis

em diferentes empreendimentos e a

devolver aqueles que não atingiram

a valorização esperada. “A especu-

lação com garantia de devolução do

dinheiro investido corrigido, sem

amparo jurídico e uniformidade em

relação às regras, tem gerado inse-

gurança e um maior risco no desen-

volvimento de empreendimentos

imobiliários”, afirma Albuquerque.

De acordo com a Associação

Brasileira das Incorporadoras Imo-

biliárias (Abrainc), cerca de 13,9 mil

contratos de venda de imóvel foram

encerrados por distrato de janeiro

a novembro de 2017. Significa dizer

que 44,9% das unidades vendidas

nesse período foram devolvidas. O

índice caiu para 26,8% no acumulado

de agosto de 2017 a agosto de 2018,

porém, ainda assim, é um indicador

assustador. A crise econômica certa-

mente foi o principal vilão de famílias

em situação financeira adversa. No

entanto, o maior índice de desistên-

cia (70%) é de investidores.

Um empreendimento imobiliário

requer uma complexa equação finan-

ceira que permita sua viabilidade.

Entram na conta os custos com a

compra do terreno, os projetos e as

aprovações legais, além de material de

construção, mão de obra, locação de

equipamentos, administração, marke-

ting, pagamento de tributos e muitos

outros. A construção não pode atrasar

nem parar, pois os outros comprado-

res adimplentes precisam de suas uni-

dades entregues conforme acordado.

No caso de atrasos por problemas de

caixa, os rompimentos podem entrar

em uma perigosa espiral.

Para suavizar os impactos dos dis-

tratos, muitas construtoras estão em-

butindo um adicional da média dessas

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despesas na planilha de custos, valo-

rando o custo final das unidades. O

imóvel que retorna à construtora, além

de representar um recuo financeiro,

nem sempre é fácil de ser revendido.

Frequentemente, a comercializadora

é obrigada a oferecê-lo por um valor

mais baixo do que o normal.

O texto do PLC 68/2018, na sua

proposta original, prevê que o cliente

desistente de um imóvel comprado

na planta tem de pagar à incorpo-

radora multa de até 50% do valor já

desembolsado. Isso

vale para os em-

preendimentos cons-

truídos em regime de

patrimônio de afe-

tação, em que cada

projeto é constituído

legalmente separado

da construtora, com

CNPJ e contabilidade

próprios. Esse tipo

de regime é o mais

frequente no Brasil.

Caso o imóvel não

esteja nesse regime,

a multa devida pelo

cliente à incorpora-

dora será de 25% das parcelas já pa-

gas. O comprador só ficará isento de

multa se encontrar um novo cliente

interessado em assumir a dívida e o

imóvel, mas desde que a incorpora-

dora aprove o cadastro do substituto.

Se a desistência acontecer depois de

o bem ser entregue, além da multa de

até 50%, o comprador terá descon-

tado do reembolso taxas de condomí-

nio e impostos pagos durante a ocu-

pação. Também poderá ser retirado

um valor equivalente a um aluguel

pelo tempo que o comprador ficou

com as chaves. O valor será calculado

seguindo critério previsto em con-

trato. Se não houver essa previsão,

o valor será fixado pela Justiça. En-

tretanto, o PLC 68/2018 foi rejeitado

na Comissão de Assuntos Econômi-

cos (CAE) do Senado, que devolveu

o projeto para a Câmara. Ele poderá

sofrer novas correções e voltar à

pauta de discussões, ser arquivado

definitivamente ou aguardar na fila

por anos sem que se tome alguma

decisão. Ou seja: é

impossível prever o

que vai acontecer.

“É evidente que o

distrato que se pra-

tica hoje no mercado

é prejudicial para

todos. Para o com-

prador, representa o

fim do sonho da casa

própria. Por causa dos

abusos, constitui para

as construtoras um

problema que coloca

o negócio em risco. É

imprescindível a apro-

vação de uma legisla-

ção que trace regras para disciplinar

o distrato e traga segurança jurídica

para o setor”, defende Albuquerque.

Bruno Matsumoto, sócio do es-

critório Sawaya & Matsumoto Advo-

gados, concorda com o colega. “Os

consumidores e os incorporadores

poderão assumir compromissos

conscientes ao fechar negócio. E o

governo deve ser o maior interessado

em aprovar a lei, uma vez que o setor

imobiliário puxa o da construção civil,

que é um grande vetor de aumento

MICHAEL VIRIATO (PROFESSOR DE FINANÇAS DO INSTITUTO INSPER)“NÃO VAMOS RETORNAR AO PATAMAR DE CINCO ANOS ATRÁS. O IMÓVEL CONTINUARÁ SENDO UM BOM INVESTIMENTO, PORÉM COM UMA VALORIZAÇÃO ABAIXO DA INFLAÇÃO”

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É IMPOSSÍVEL PREVER O DESFECHO

DO PROJETO DE LEI EM

TRAMITAÇÃO, QUE PODERÁ

SOFRER CORREÇÕES OU SER ARQUIVADO

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contratos

rápido de empregos.” Segundo ele, as

maiores críticas ao texto é que a lei

penaliza em demasia o consumidor

e favorece o incorporador. “A norma

tem alguns pontos que precisam ser

ajustados, mas viria em uma boa

hora. A decisão não ficaria tanto a

cargo do Judiciário. Traria equilíbrio

ao mercado”, defende. Ele reitera que,

se aprovada, a nova legislação não

deverá acabar com a prática dos dis-

tratos pelos investidores. “Mas eles

vão tomar muito mais cuidado ao

fazer suas aquisições. Vai trazer se-

gurança até para ele mesmo, já que

saberá exatamente se o risco vai valer

a pena ou não”, afirma.

Michael Viriato, professor de Fi-

nanças do Instituto Insper, destaca

a importância do segmento para a

retomada da economia. “Se a lei for

aprovada, num primeiro momento,

A CRISE ECONÔMICA FOI O PRINCIPAL VILÃO DAS FAMÍLIAS DESISTENTES. PORÉM, O MAIOR ÍNDICE DE DISTRATOS (70%) É DE INVESTIDORES

o aquecimento do setor será funda-

mental para a redução dos estoques,

que estão altos.” Segundo ele, por

causa desse cenário, o mercado deve

continuar cauteloso até o início do

próximo ano. “A conjunção de luas,

ou seja, de diversos fatores favorá-

veis, não deverá acontecer tão cedo.

Não vamos retornar ao patamar de

cinco anos atrás. O imóvel vai con-

tinuar sendo um bom investimento,

porém com uma valorização abaixo

da inflação”, avalia.

No caso dos investidores, ele

acredita que os especuladores de-

vem recuar. “Antes, eles compravam

vários imóveis sabendo que não iam

pagar. Contavam com uma valori-

zação antes das chaves, e assim po-

diam revender para um terceiro. Mas

o cenário econômico desfavorável

de 2017 para cá mudou o jogo, pois

não houve grandes valorizações nem

há mais tantos terceiros interessa-

dos. Por isso, eles precisaram fazer

muitos distratos. Acredito que daqui

em diante deva diminuir as compras

especulativas e, consequentemente,

os distratos”, avalia o professor. Por

outro lado, ele acredita que é um bom

momento para o consumidor sair do

aluguel e fazer um bom negócio a

longo prazo. “Dificilmente se perde

com imóveis residenciais depois de

dez anos. O comprador recebeu as

chaves, já está morando, e só se ti-

ver um problema para arcar com o

financiamento do banco ou com a

construtora é que vai lançar mão do

distrato”, afirma Viriato.

Mas o professor do Insper reforça

que o ritmo de recuperação do mer-

cado será lento. “O empresário tem

diversos projetos engavetados ape-

nas aguardando o momento certo. Se

a lei sair e a conjuntura econômica

do país melhorar, vamos observar

um grande fluxo de lançamentos.

Vejo 2020 com chances de uma re-

tomada forte. E quem tiver fôlego

para sair na frente poderá colher

bons frutos”, pondera. n

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O NOVO BAIRRO PLANEJADO DE SP

JÁ COMEÇARAM AS OBRAS DO RESERVA RAPOSO, QUE VAI REVOLUCIONAR O

MERCADO IMOBILIÁRIO DE SÃO PAULO

36

publieditorial

S urge em São Paulo um

bairro totalmente novo,

com planejamento ur-

bano, equipamentos pú-

blicos de qualidade, infraestrutura

diferenciada e apartamentos, fi-

nanciados pelo Programa Minha

Casa, Minha Vida. O empreen-

dimento está sendo implantado

no km 18,5 da rodovia Raposo

Tavares, pouco antes do rodoanel

de São Paulo, no sentido de quem

parte da capital paulista em dire-

ção ao interior.

O Reserva Raposo é o melhor

empreendimento de Habitação Po-

pular (HIS) do país. Construído em

uma área de 450 mil m2, foi total-

mente planejado para reduzir o dé-

ficit habitacional no Brasil e causar

um efeito social positivo em milha-

res de pessoas, que podem sair do

aluguel ou da casa dos pais pagando

parcelas a partir de R$ 499.

O empreendimento foi ideali-

zado e desenvolvido pela RZK In-

corporadora, a empresa do Grupo

Rezek voltada para o mercado imo-

biliário. As vendas estão sendo rea-

lizadas pela Lopes. Trata-se de um

Maior projeto de habitação de interesse social

do país, o Reserva Raposo deverá oferecer moradia para até 60 mil pessoas

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projeto único no país, que chama

a atenção do mercado em razão de

seu conceito, inovação e qualidade.

São 18 mil unidades de 44 a

55 m2, com dois e três dormitórios,

sala, cozinha, banheiro e uma vaga

de garagem. A infraestrutura do

condomínio será entregue 100%

equipada e conta com um pro-

grama completo com churras-

queira, forno de pizza, playground,

piscina coberta, horta comunitá-

ria, salão de festas, pet place, brin-

quedoteca e quadra esportiva. No

térreo das torres foi aplicado o

conceito de fachada ativa, com 58

mil m2 de lojas destinadas a co-

mércio e serviços, que resgatam

o conceito do comércio de rua e

vizinhança. As calçadas seguem

o modelo da avenida Paulista, em

São Paulo, circundadas por 3 km

de ciclovias.

Ainda serão entregues seis cre-

ches, uma escola, duas Unidades Cada torre terá opções de apartamentos de 44 ou 46 m², com dois ou três dormitórios, sala, cozinha, banheiro e uma vaga de garagem

OS PRÉDIOS TÊM ÁREAS PARA LOJAS

E AS CALÇADAS SEGUEM O MODELO

DA AVENIDA PAULISTA, COM 3 KM

DE CICLOVIAS

38

publieditorial

O empreendimento terá avenidas largas servidas por ciclovias, tal como na avenida Paulista, além de piscinas cobertas em cada condomínio. Já o apartamento poderá ser configurado em conceito aberto, como o da imagem abaixo

Básicas de Saúde (UBS), um Centro

de Apoio ao Idoso, uma Base da

Polícia Militar, um auditório e uma

biblioteca. Ou seja, uma infraestru-

tura planejada para atender às ne-

cessidades de moradia, transporte,

qualidade de vida, segurança, lazer

e trabalho em um único projeto a

preços populares. Cada unidade

terá um custo médio de R$ 210 mil,

e serão aproximadamente 60 mil

moradores. Um projeto grandioso

que prevê mais de oito anos de

obras e veio para revolucionar o

mercado imobiliário de São Paulo.

UM NOVO BAIRRO

Um novo terminal rodoviário muni-

cipal será construído em uma área

anexa ao empreendimento.

Serão investidos mais de R$ 200

milhões em equipamentos públicos

e obras de mobilidade e infraestru-

tura. O Reserva Raposo vai gerar

12 mil empregos diretos durante as

obras e, com o bairro pronto, serão

mais de 15 mil diretos e indiretos –

10 mil diretos, com o comércio “de

rua”, como planejado pela incorpo-

radora, com as lojas no andar térreo

dos prédios. Outro ponto diferencial

do projeto é a destinação de 82 mil

m2 de área verde onde serão implan-

tados e entregues dois parques pú-

blicos. As obras do Reserva Raposo

já foram iniciadas neste ano e con-

templarão seis fases. n

39

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DE VOLTA AO MÉDIO E ALTO

PADRÃOAPÓS UM ANO DE EXPECTATIVAS, INCORPORADORAS APRESENTAM

EMPREENDIMENTOS SOFISTICADOS E SE ESTRUTURAM PARA O

PRÓXIMO CICLO ECONÔMICO

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O

C om a esperada retomada

do crescimento, empresas

ligadas ao segmento imo-

biliário apostam no po-

tencial de demanda do mercado e

preparam mais lançamentos para

os próximos dois anos. Diretor ad-

ministrativo e financeiro da SKR,

Pedro Marolla diz que a empresa se

estruturou para o novo ciclo eco-

nômico com terrenos adquiridos

em locais estratégicos, “projetos

icônicos” e lançamentos de médio e

alto padrão para 2019, que devem

somar R$ 500 milhões. “Nosso pi-

peline para o ano que vem prevê

novidades em Vila Ipojuca, Moema,

Perdizes e Vila Romana”, afirma,

acrescentando que no momento a

SKR procura formar um land bank

(estoque de terrenos) para em-

preendimentos futuros. “Após as

eleições e com cenário econômico

mais otimista, o setor tende a se

recuperar de forma gradual”, ex-

plica, sobre a expectativa otimista

para 2018, que não se realizou em

decorrência do horizonte político

incerto e da economia estagnada.

Lançado em 2018, o Float by

Yoo é um exemplo da sofistica-

ção buscada pela SKR, que está há

mais de três décadas no mercado.

O residencial de torre única na Vila

Olímpia, bairro nobre de São Paulo,

impõe-se pelo design do arquiteto

Angelo Bucci. Foram 18 versões até

chegar às 29 unidades, com espaços

que não se repetem para moradores

de estilos diferentes. É composto de

apartamentos de 61 a 70 m2, dúplex

de 113 a 123 m2 e coberturas de 117

a 138 m2. As áreas de convivência

foram planejadas pelo Yoo Studio,

um dos maiores do mundo, do de-

signer francês Philippe Starck e do

empresário inglês John Hitchcox. O

edifício fica ao lado de importantes

40

lançamentos

O Float by Yoo, na Vila Olímpia, ficou pronto

depois de 18 versões e tem 29 unidades exclusivas

41

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vias de acesso da capital paulista,

próximo da ciclovia da avenida Bri-

gadeiro Faria Lima, de importan-

tes instituições de ensino, quatro

shoppings e do Parque do Povo.

ÁREA VERDE

Reconhecida pela atuação no seg-

mento de alto padrão, principalmente

de espaços corporativos, a Tishman

Speyer já soma mais de duas décadas

no país com empreendimentos prin-

cipalmente no Rio de Janeiro, em São

Paulo, Brasília e Belo Horizonte. Os

negócios na área residencial foram

iniciados em 2005 e se tornaram mo-

delo para projetos da companhia em

outros países. Ela acaba de lançar

o Alameda Jardins, o primeiro da

Tishman nessa região nobre da capi-

tal paulista. Pela localização privile-

giada, com muito verde e integração

com o espaço urbano, o projeto traz

diferenciais para clientes que valori-

zam a mobilidade: está a 50 metros

da estação Oscar Freire do metrô e

tem fácil acesso às ciclovias que cor-

tam a região, o que ainda motivou a

DESIGNS EXCLUSIVOS E MOBILIDADE ESTÃO NO TOPO DAS PRIORIDADES DOS PRINCIPAIS LANÇAMENTOS DE 2018

Com projeto de Angelo Bucci, o Float by Yoo tem áreas de convivência planejadas pelo Yoo Studio, um dos maiores escritórios de design do mundo

42

lançamentos

implantação de um sistema de bike

sharing exclusivo para os moradores

do Alameda Jardins, em parceria com

a Lev, a primeira marca brasileira

de bicicletas elétricas. São unidades

de 91 a 268 m2, com várias possibi-

lidades de plantas pensadas para

diferentes estágios de vida de seus

habitantes. O alto padrão começa

pela arquitetura contemporânea, de

concreto aparente, vidro e grandes

caixilhos, voltados para os Jardins e

para a avenida Paulista. A entrada,

integrada por área verde, lobby e

lounge, conta com obras de Laura

Vinci e Athos Bulcão. No 28o andar,

academia e piscina com borda infi-

nita permitem ampla vista da cidade,

ao lado de um painel de Vik Muniz.

O Alameda Jardins fica em área

de 3,8 mil m2, na rua Chabad, quase

continuação da rua Melo Alves e ao

lado da rua Oscar Freire, uma das

mais charmosas de São Paulo. O

acesso ao empreendimento é por

uma alameda exclusiva, desenhada

por um caminho de paus-ferro e pro-

jetada por Pamela Burton. A paisa-

gista, que assina projetos no Brasil

e no exterior, também é responsável

pela área verde de 600 m2 de praças,

abertas ao público, com duas escultu-

ras a céu aberto do artista Raul Mou-

rão. O espaço interliga visualmente

a torre residencial e a comercial, que

é voltada para a avenida Rebouças e

tem entrada separada.

Da Tishman, o Alameda Jardins (abaixo) fica a 50 metros da estação Oscar Freire do metrô paulistano, em área nobre. O prédio inclui piscina de borda infinita com vista da cidade (ao lado)

43

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EVEN

Marcelo Dzik, diretor comercial e

de clientes da Even, que já soma 40

anos no mercado, afirma: “Nossa

expectativa é aumentar o volume

de lançamentos em 2019 e dimi-

nuir o estoque. Estamos com saúde

financeira. Geramos cerca de

R$ 200 milhões de caixa no primeiro

semestre deste ano e temos boas

expectativas para os próximos anos,

como um empreendimento residen-

cial de altíssimo padrão, de quase

300 m2, no coração do Itaim, com um

dos projetos mais icônicos da histó-

ria da incorporadora”. O executivo

acredita que os juros no menor pata-

mar desde o início da crise no país já

estejam surtindo efeito no que con-

sidera uma “leve retomada” do mer-

cado imobiliário. A Even, explica,

tem seguido tendências ou mesmo

antecipado necessidades. Um exem-

plo é o Facto Paulista, com studios e

unidades de um e dois dormitórios

entre 23 e 90 m2, a ser lançado na

Bela Vista, região central de São

Paulo, para atender vários perfis de

clientes. Com espaço de coworking

e área para pets, o edifício fica em

região de comércio, gastronomia

e tradicionais universidades, em

frente ao Shopping Frei Caneca e

próximo à estação Higienópolis-

-Mackenzie do metrô.

Em 2018, a Even lançou imó-

veis com perfil para famílias, o que

pressupõe amplos espaços infantis.

É o caso do Altto Madalena, projeto

de 38 andares no bairro da Vila Ma-

dalena, com unidades de 275 m2,

dúplex de 437 m2 e plantas adap-

tadas para até quatro suítes mais

Edifícios como o Altto Madalena, da Even, focam

nas famílias e, por isso, priorizam espaços ampliados

de recreação infantil

44

lançamentos

milhões de m2 construídos –, atua em

São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro.

Faz parte da canadense Brookfield

Asset Management, gestora global de

ativos com cerca de US$ 285 bilhões

sob sua administração. Neste ano, a

incorporadora apostou no bairro dos

Jardins com o sofisticado Gabell, de

120 unidades com cerca de 70 m2, que

tem projeto paisagístico de Alex Ha-

nazaki, reconhecido mundialmente.

O empreendimento, na alameda Ga-

briel Monteiro da Silva, apresenta

possibilidades de planta ampliada

e personalização de ambientes. Um

dos diferenciais é a área fitness no

terraço de janelas amplas, que vão

do teto ao piso e permitem vista da

cidade para quem está utilizando os

equipamentos de academia.

Cidade estratégica para a incor-

poradora, Campinas recebeu três

lançamentos de alto padrão em 2018,

segmento que preza conforto, prati-

cidade, lazer e segurança. Já são dez

empreendimentos da Tegra na região,

três deles lançados neste ano. O Grand

Guanabara, entre o centro e os bair-

ros Cambuí e Taquaral, é dividido em

dois condomínios independentes e

suas unidades têm opções de plantas

para diferentes perfis de clientes. O

Grand One conta com uma única torre

e apartamentos entre 107 e 228 m2. No

Grand Duo, com duas torres, as áreas

ficam entre 67 e 170 m2. Na mesma ci-

dade, o Sartoria Taquaral possui apar-

tamentos de 135 a 155 m2. O La Vie,

localizado no Swiss Park (residencial

que já tem 11 anos), apresenta unida-

des entre 103 e 130 m2 e pista para

caminhada em um bosque exclusivo

para os moradores, com 2.570 m2. n

quatro vagas de garagem. O projeto

prevê que cada apartamento fique

isolado dos outros, proporcionando

a experiência de um por andar. A

área de lazer é completa, e só o

playground tem 146 m2.

TEGRA

Também com 40 anos no setor, a Te-

gra segue a onda de lançamentos de

médio e alto padrão. Uma das maiores

companhias do setor imobiliário no

país – tem mais de 90 mil imóveis e 20

O Gabell tem opções de planta ampliada e terraço com vista para o bairro dos Jardins

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JOIA RARASÃO PAULO GANHA PROJETO ICÔNICO DE ARQUITETURA E ESTILO DE VIDA SOFISTICADO, UNINDO NOMES MUNDIAIS DO LUXO E BOM GOSTO, COMO PHILIPPE STARCK E JEAN NOUVEL

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OA Torre Mata Atlântica, na região

da avenida Paulista, contará com o primeiro hotel-palácio da

marca na América LatinaS ão Paulo ganha um marco

em sua arquitetura a pou-

cos metros da avenida

Paulista: a Torre Mata

Atlântica, que também promete

se tornar um ícone do mercado

imobiliário, com assinatura do

premiado arquiteto francês Jean

Nouvel e do renomado designer

Philippe Starck, em seus primeiros

projetos no Brasil.

O empreendimento inicialmente

estruturado pelo grupo francês Al-

lard, hoje com a participação da hol-

ding chinesa Chow Tai Fook (CTF),

reúne características únicas que o

transformam numa joia rara de alto

valor aos investidores.

Com 30 mil m2, o complexo ho-

teleiro contará com 150 quartos de

hóspede e 124 suítes, dois restau-

rantes, um bar e um caviar lounge.

46

publieditorial

O arquiteto francês Jean Nouvel (esquerda) e o designer Philippe Starck assinam a Torre Mata Atlântica, um ícone entre os empreendimentos imobiliários da cidade

EDIFÍCIO FARÁ PARTE DA CIDADE MATARAZZO, OÁSIS URBANO COM ESPAÇOS CULTURAIS E LOJAS DE LUXO

como o Instituto do Mundo Árabe

e a Fundação Cartier para a Arte

Contemporânea (Paris), o edifício

100 Eleventh Avenue (Nova York)

e a filial do Louvre em Abu Dhabi.

Seus projetos são marcados pelo

uso de luz natural, transparências

e integração ao entorno.

NOVO LUXO

Desafiado por Allard a superar

todos os padrões de luxo da atua-

lidade, Philippe Starck criou um

encontro entre o luxo do século 21

e os edifícios históricos do antigo

hospital tombado.

Dialogando com os jardins sus-

pensos da fachada da torre, as Suítes

Rosewood São Paulo são verdadei-

ros retiros urbanos, emblemáticos

do novo luxo do século 21, o que,

para Starck, garante a mais alta

qualidade, supera modismos e leva

em conta parâmetros como hones-

tidade, sustentabilidade e longevi-

dade. Starck fez ampla imersão nas

raízes brasileiras, pesquisando cul-

tura, materiais, formas, artesãos e

fornecedores. “Minha primeira rea-

ção ao descobrir a Cidade Matarazzo

foi um choque de ver um lugar infi-

nito, de sonho, que é a essência de

São Paulo”, afirma Starck.

As suítes poderão ter acabamen-

tos, supervisionados pelos renoma-

dos Ateliers de France, em diversos

tipos de madeiras, mármores e pi-

sos coletados em várias regiões do

Brasil e criados especialmente para

conversar com a exuberância do lu-

xuoso jardim ao redor do prédio. O

paisagismo é de autoria do célebre

arquiteto paisagista francês Louis

Benech, responsável por projetos

como os Jardins das Tulherias, em

Paris, e o Palácio de Versalhes.

Por tantos elementos únicos e

extraordinários, o mercado imobi-

liário de São Paulo não será mais o

mesmo com a inauguração da Torre

Mata Atlântica. Quem visita o pro-

jeto percebe logo que não haverá

joia mais rara na cidade. n

Os hóspedes e proprietários terão

também à disposição três piscinas

(uma delas no rooftop), um SPA ex-

clusivo e uma área fitness, com ser-

viços do primeiro hotel-palácio da

marca internacional Rosewood na

América Latina.

Interconectada ao prédio da an-

tiga maternidade Filomena Matarazzo,

construída em 1943, a torre tem vistas

espetaculares da cidade e integra a

Cidade Matarazzo: um oásis urbano

que abrigará salas de espetáculos e

exibições de arte, lojas exclusivas das

principais marcas de luxo do mundo,

restaurantes de alta gastronomia e um

parque com centenas de árvores.

Para Alexandre Allard, idealiza-

dor do projeto, “Como Lina Bo Bardi

nos anos 1950, Jean Nouvel e Philippe

Starck trazem um olhar estrangeiro

contemporâneo, que vai revelar e

destacar a beleza única dessa ilha

poética no coração da cidade”.

A renovação do espaço está a

cargo do Grupo Allard, que tem no

currículo o retrofit do hotel de luxo

Le Royal Monceau, em Paris.

Jean Nouvel ganhou o Prêmio

Pritzker, o mais importante da ar-

quitetura mundial, e realizou pro-

jetos celebrados no mundo todo,

SERVIÇO

www.cidadematarazzo.com.br

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LOCAÇÃO5 ESTRELAS

50

long stay

JFL REALTY, DE JORGE FELIPE LEMANN, PLANEJA OFERECER 800 APARTAMENTOS NO SEGMENTO DE LONGA ESTADIA ATÉ 2019

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OPrimeiro empreendimento da JFL Realty, o VHouse fica na

região da avenida Brigadeiro Faria Lima, em São Paulo

Em mais um sinal da diversifi-

cação do mercado imobiliário,

um trio de empresários está

investindo em um segmento

ainda pouco explorado no país, o da

locação de longa estadia de alto pa-

drão. À frente do negócio está Jorge

Felipe Lemann, filho do empresário

Jorge Paulo Lemann. Ele criou a JFL

Realty junto com Guilherme Vila-

zante, ex-executivo de instituições

como Bank of America e UBS, e Ca-

rolina Burg, ex-executiva da Bossa

Nova Sotheby’s e da Brookfield Incor-

porações. Sua nova iniciativa acon-

tece depois de investir no mercado

financeiro com a corretora Flow,

que fundou e vendeu depois para o

Banco Plural. “Estou atento a todos

os segmentos e avaliei que havia uma

boa oportunidade em imóveis. Além

disso, já tenho envolvimento com o

setor imobiliário há algum tempo,

como conselheiro da São Carlos Em-

preendimentos”, afirma.

Lemann se mostra otimista,

ainda que a área tenha sido afe-

tada pela recessão. “Saí do mer-

cado financeiro quando a crise

já estava em curso. Não conheço

empreendedores negativistas ou

pessimistas. No ponto em que o

país chegou, não vejo como piorar

ainda mais. Qualquer melhora que

ocorrer, vai ser significativa”, diz. A

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CONSOLIDADO NOS ESTADOS UNIDOS, O SETOR PREVÊ ALUGUEL DE APARTAMENTOS JÁ MOBILIADOS E SERVIÇOS COMO CONCIERGE, RESTAURANTE E ALUGUEL DE BICICLETAS

JFL Realty planeja construir prédios

próprios, mas optou por adquirir

num primeiro momento projetos já

em implantação para acelerar suas

operações. Começou com a compra

de mais de 50% do VHouse, da in-

corporadora americana Related.

Trata-se de um residencial de luxo

cinco estrelas concebido para rece-

ber moradores por períodos prolon-

gados. Fica nas imediações da ave-

nida Brigadeiro Faria Lima, na zona

oeste de São Paulo, a 500 metros

do Shopping Iguatemi, uma região

de alto poder aquisitivo. Os apar-

tamentos variam de 36 a 209 m2.

Para administrar as moradias foi

criada a KZA, plataforma que será

responsável pela gestão de todos

os ativos oferecidos aos moradores

pela JFL Realty. Os apartamentos

do VHouse já são mobiliados. Nesse

segmento, que já é consolidado nos

Estados Unidos, evita-se o gasto com

mobília, eletrodomésticos e serviços

como TV a cabo, luz e condomínio.

Tudo está incluído na locação, que

começa em R$ 6 mil mensais. O

VHouse disponibiliza concierge e

recepcionistas bilíngues, além de

manobrista, locação de bicicletas,

academia, piscinas e restaurante

com café da manhã. Os apartamen-

tos têm assinatura do escritório Mat-

tar Tayar Arquitetura e o mobiliário

é sofisticado, com armários Ornare

52

long stay

e móveis Breton. O público-alvo são

millenials, casais, recém-separados

e executivos estrangeiros.

Além das aquisições, a JFL Realty

já está construindo dois novos em-

preendimentos. O primeiro é o KZA

Faria Lima, prédio de 167 apartamen-

tos em um esquema misto: comercial,

lojas e residencial. A entrega está

prevista para 2020. O segundo é o

KZA Vila Olímpia, com 140 unidades,

que ficará pronto em 2019. “Ficamos

sempre atentos a novas oportunida-

des e estamos em tratativas finais

para dois empreendimentos, que

somariam mais 450 apartamentos.

A meta é atingir 800 unidades em

nosso portfólio até o início de 2019”,

diz o empresário. Para suas opera-

ções, a JFL tem assegurados US$ 100

milhões, entre recursos próprios e de

investidores internacionais. ”Nossa

intenção é fazer uma nova rodada

em busca de recursos da ordem de

US$ 150 milhões nos próximos me-

ses”, diz Lemann. Como afirma ser um

projeto de longo prazo, avalia para o

futuro opções de capitalização como

uma oferta pública de ações. n

Piscina e quarto (acima) do empreendimento VHouse. Os apartamentos (página ao lado) variam de 36 a 209 m2

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À CAÇA DE ÁREAS DISPONÍVEIS

CONSTRUTORAS ENFRENTAM DESAFIOS PARA CRIAR MEGAEMPREENDIMENTOS E BAIRROS

PLANEJADOS FOCADOS EM QUALIDADE DE VIDA

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Um bairro dentro do bairro: o Grand Reserva Paulista, da MRV, fica em Pirituba, na saída para as rodovias Anhanguera e Bandeirantes

54

grande porte

Tietê e às rodovias Bandeirantes e

Anhanguera. Valorizada como a Vila

Leopoldina há alguns anos, a área

fica dentro do anel viário paulistano,

de frente para a City Lapa.

O bairro foi planejado com con-

domínios independentes e tem a seu

lado o Open Garden – cinturão verde

sem portões projetado pelo arquiteto

e urbanista Benedito Abbud. O per-

curso, com 500 árvores e gramados,

estações de ginástica, espaço para a

família e área para cães, tem cerca

de 1,3 mil metros e é aberto à popu-

lação. O primeiro empreendimento

dentro do Caminhos da Lapa, conec-

tado ao Open Garden, é o Home Club,

com duas torres de apartamentos de

62 a 79 m2, e 400 unidades em 11

mil m2. No Condomínio Jerivás são

quatro edifícios com plantas de 104

a 136 m2 dentro de 20 mil m2. O Ca-

minhos da Lapa ainda fez parceria

com empresas com pay per use de

serviços, como o Método DeRose, a

Escola Música Brasil, o Teatro Escola

Macunaíma, a escola de gastronomia

Minichefs e a Dolphins Academia.

QUINTO MAIOR PARQUE

O Jardim das Perdizes, com 44 mil m2

– equivalente a 25 quarteirões –, foi

lançado em 2013, com participação

de 69,53% da Tecnisa mais 25% da

PDG e o restante da BV (em 2015, a

Tecnisa concluiu negociações para

participação no empreendimento

da Hines, companhia americana).

Também localizado na zona oeste

de São Paulo e ainda mais próximo

do centro, tem calçadas mais amplas,

com rampas e piso podotátil (para

deficientes visuais), iluminação em

Há algumas décadas, São

Paulo contava com terre-

nos tomados por imensos

galpões que ainda eram

considerados distantes do centro co-

mercial e empresarial. Porém, com a

expansão imobiliária e a abertura de

novas vias, essas áreas se tornaram

cobiçadas por construtoras e incor-

poradoras. Entre as zonas norte e

oeste de São Paulo, próximo à Mar-

ginal Tietê e às rodovias Bandeirantes

e Anhanguera, está um dos maiores

e mais recentes exemplos de bairro

implantado, inédito no portfólio da

MRV Engenharia em seus 39 anos.

O projeto do Grand Reserva Paulista

prevê 7 mil apartamentos, financia-

dos a taxas de juros reduzidas pelo

programa Minha Casa, Minha Vida

(MCMV). Serão 25 condomínios, com

duas torres, um edifício-garagem e

portaria independente. O valor poten-

cial estimado é de R$ 1,5 bilhão, que

corresponde a 70% do Valor Geral de

Vendas (VGV), lançado no primeiro

semestre deste ano pela MRV, maior

construtora da América Latina.

Sérgio Paulo Amaral dos Anjos,

diretor comercial da companhia,

diz que localizar uma área em boas

condições em São Paulo é o grande

desafio. Para levar adiante um me-

gaempreendimento, é preciso estar

próximo de grandes centros, com

bom acesso a serviços. “No caso

específico do Grand Reserva, por

seu porte e, principalmente, pela

localização privilegiada, consegui-

mos arrematar uma área muito co-

biçada em um leilão há dez anos.”

Nesse projeto, a MRV está investindo

R$ 1 bilhão, sendo que R$ 60 milhões

serão para equipamentos públicos,

projetos sociais e urbanização dos

arredores. Além disso, são R$ 4,5 mi-

lhões para distribuição de energia

dos empreendimentos e iluminação

pública. O bairro, com mais de 180

mil m2, contará com três centros co-

merciais; duas praças públicas, equi-

pamentos para exercícios físicos e

Wi-Fi gratuito; um Centro de Educa-

ção Infantil (CEI) para 250 crianças;

base da Polícia Militar; e 50 câmeras

no entorno para monitoramento, li-

gadas ao comando da Guarda Civil

Metropolitana. A previsão de entrega

do primeiro prédio é em 2019, e todo

o projeto deverá estar concluído em

até cinco anos. “A MRV prioriza sus-

tentabilidade e inovação. Nossa nova

linha de produtos prevê instalação de

placas fotovoltaicas, bicicletas com-

partilhadas e tomadas USB”, afirma

o diretor. Esse modelo está sendo re-

plicado em outros grandes empreen-

dimentos, como o Villa Garden, de

Campinas-SP; o Reserva Parque das

Cachoeiras, em Betim-MG, que é o

maior projeto urbanístico da história

da Grande BH; e o Parque Mosaico,

na zona oeste de Manaus.

DENTRO DO ANEL VIÁRIO

Outro empreendimento de grande

porte em São Paulo, que está sendo

implementado em conjunto por

Helbor Empreendimentos S.A., Te-

gra Incorporadora e Toledo Ferrari

Construtora e Incorporadora, é o

Caminhos da Lapa. Essa antiga re-

gião industrial da zona oeste agora é

referência em qualidade de vida, com

ruas arborizadas e comodidade de

serviços, além de acesso à Marginal

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LED, fiação subterrânea e sistema

de “drenagem zero” para absorção

de águas pluviais, sem escoamento

para córregos vizinhos, para evitar

alagamentos. Há espaço ainda para

bike sharing, estação equipada com

bicicletas para uso comum dos con-

dôminos por sistema de compartilha-

mento e ciclovia de 900 metros, além

de tomadas para recarga de carros

elétricos e híbridos.

O bairro planejado está em um

terreno de 250 mil m2, dos quais 50

mil m2 são destinados a áreas verdes,

que formam o Parque Jardim das Per-

dizes, considerado o primeiro parque

público acessível da cidade, com 2,2

mil árvores de 40 espécies, incluindo

algumas nativas da Mata Atlântica.

O projeto tem 28 torres, sendo 25

residenciais, uma comercial com sa-

las, uma corporativa com lajes e um

strip mall (lojas menores em espaços

abertos). Os apartamentos de quatro

quartos estão divididos entre o Re-

serva Manacá, o Timelife, o Bosque

Araucária, o Recanto Jacarandá e o

Bosque Jequitibá, que estão a 500

metros do Shopping Bourbon, a 860

do Allianz Parque, a 1 quilômetro e

meio do Sesc Pompeia e a 600 metros

da Marginal Tietê.

BAIRRO À BEIRA-MAR

Projetada para ser desenvolvida

em 30 anos, com implantação de 25

mil unidades e VGV estimado em

R$ 13,4 bilhões, a Reserva do Paiva,

no Recife, fica em uma área de 500

hectares, segundo Eduardo Pedreira,

diretor superintendente da OR Nor-

deste (Odebrecht Realizações Imo-

biliárias). Iniciado em 2008, conta

atualmente com 610 residências (ou-

tras 412 estão em produção) e 1.150

salas comerciais. “Começamos do

green field, na Ponta do Paiva. Não ha-

via infraestrutura e nossa proposta

era montá-la, dando prioridade ao

verde, com as moradias integradas

à fauna e à flora existentes no local.

A concepção do empreendimento

visa proporcionar a Pernambuco um

bairro com qualidade de vida jamais

vista no país. Nas grandes capitais, as

pessoas estão perdendo o senso de

pertencimento e queremos resgatar

isso. Na reserva, veem-se crianças

pedalando de bicicleta para a escola,

Torre que pertence ao projeto desenvolvido pela Tegra, na zona oeste de Sao Paulo

56

grande porte

famílias passeando, exercitando-se.

E ainda temos praças, uma pequena

lagoa artificial e a praia, com board-

walk de fundo”, afirma o executivo.

“É um lugar para morar, trabalhar,

e – muito importante – com diversi-

dade de classes sociais.”

O bairro, agora ligado ao Recife

por uma ponte, tem imóveis de 80 a

500 m2. Dos 12 empreendimentos

lançados, nove já estão em funcio-

namento, entre residenciais, centro

empresarial e gastronômico, hotel e

colégio. Dos condomínios, há o Mo-

rada da Península, a Vila dos Corais

(o melhor residencial do mundo, se-

gundo a Federação Internacional das

Profissões Imobiliárias – a Fiabci), o

Terraço Laguna, o Varanda do Parque

e o Jardim do Mar. Esses dois últimos

ficam em frente ao Parque do Paiva,

de 6,6 hectares, uma das oito áreas

públicas previstas para o condomínio,

que ainda tem o Parque da Lagoa, de

4,6 hectares e 24 mil m2 de espelhos

d’água. Ainda com relação aos resi-

denciais, o Paradiso está em fase de

acabamento, com o Verano e o Ac-

qua Marine (este um “pé na areia”)

em construção. O empreendimento é

aberto, com ações de segurança e lim-

peza, por exemplo, complementadas

pela governança da Associação Geral

do bairro (AGRP) em conjunto com o

poder público. Há ainda atuação em

comunidades do entorno com proje-

tos sociais de qualificação e desenvol-

vimento de renda, explica o diretor.

Como projeto a ser desenvolvido ao

longo dos anos, em sua plenitude

deve chegar a 25 mil unidades imo-

biliárias, segundo Eduardo Pedreira,

incluindo moradias, hotelaria (com o

Sheraton Reserva do Paiva Hotel &

Convention Center) e infraestrutura

empresarial, que aproveitam ventila-

ção e iluminação naturais, com uso

racional de água e energia. n

EDUARDO PEDREIRA (DIRETOR SUPERINTENDENTE DA OR NORDESTE)“A CONCEPÇÃO DA RESERVA DO PAIVA VISA PROPORCIONAR A PERNAMBUCO UM BAIRRO COM QUALIDADE DE VIDA JAMAIS VISTA NO PAÍS”

A Reserva do Paiva, em Recife, teve início em 2008, e será desenvolvida em 30 anos, alcançando 25 mil unidades

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PARA O JOVEM CONSUMIDORINCORPORADORAS INVESTEM NO FILÃO DE MORADIA COMPARTILHADA, QUE CRESCE APOSTANDO NA BUSCA DA INTERAÇÃO E DE SERVIÇOS COMUNS

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O

Cozinha comunitária (em cima) e área de

convivência do prédio da Share Student Living

58

tendência

A economia colaborativa é

uma realidade cada vez

mais presente nas grandes

cidades – desde o aluguel

de bicicletas até a locação de aparta-

mentos via apps. Prédios comerciais

de coworking, com espaços colabo-

rativos para jovens empreendedores,

já estão consolidados no mercado.

Agora é o segmento de moradia com-

partilhada, ou coliving, que começa a

atrair as incorporadoras no Brasil. É

o caso da Mitre Realty, construtora

que tem 57 anos de experiência em

projetos na Grande São Paulo e criou

a empresa Share Student Living com

o objetivo de se tornar a líder brasi-

leira no segmento de locações estu-

dantis. O primeiro empreendimento

foi inaugurado em julho: o Share

Consolação, no centro de São Paulo,

próximo a universidades como Mac-

kenzie, PUC e Faap. São ao todo 250

vagas em 17 andares, com unidades

que comportam até três camas. Há

salas de reunião e de estudos, bicicle-

tário, fitness e lavanderia completa,

com reserva de horário por meio de

app. Na cobertura, há uma cozinha

comunitária com TV, geladeiras,

churrasqueira e uma piscina. Cem

câmeras auxiliam na segurança, que

também inclui fechaduras eletrôni-

cas e recepção 24 horas.

Para explorar esse filão, a compa-

nhia optou por uma joint venture com a

Redstone Residential, uma das líderes

do segmento nos Estados Unidos. O

primeiro prédio teve investimento de

R$ 42 milhões – a empresa brasileira é

majoritária. “Esse é um segmento resi-

liente. No mundo, é o que tem a taxa de

ocupação mais alta, de 96%”, explica

FABRÍCIO MITRE (DIRETOR-PRESIDENTE DO GRUPO MITRE)“ESSE É UM SEGMENTO RESILIENTE. NO MUNDO, É O QUE TEM A TAXA DE OCUPAÇÃO MAIS ALTA, DE 96%”

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Unidade com duas camas do Share Consolação, que foi lançado em julho

Fabrício Mitre, diretor-presidente do

Grupo Mitre. Ele diz que o país ainda

tem um mercado inexplorado. Com 14

milhões de estudantes frequentando

campi universitários, os Estados

Unidos dispõem de 3 milhões de lei-

tos estudantis locados. No Brasil, são

6,4 milhões de estudantes universi-

tários, que praticamente não pos-

suem empreendimentos desse tipo.

Portanto, há grande espaço para

crescimento. “Várias incorporadoras

nos procuram querendo desenvolver

projetos em parceria”, diz Mitre. Em

menos de 90 dias de funcionamento, a

taxa de ocupação alcançou 80%. O alu-

guel já embute o condomínio e, como

é típico nesses empreendimentos,

áreas comuns podem ser utilizadas

por todos os moradores. O próximo

será construído no bairro do Butantã,

região da Universidade de São Paulo.

Outro prédio nesse segmento é o

Kasa 99, da Incorporadora Gamaro.

Fica na Vila Olímpia, também em São

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Paulo, e foi inaugurado em julho com

um investimento de R$ 63 milhões. Foi

planejado com base em pesquisas fei-

tas sobre os mercados americano e

europeu – principalmente avaliando

a França. Concebido originalmente

para estudantes, ele acabou atraindo

jovens empresários e executivos, que

representam 80% da ocupação. As

Kasa 99, da Incorporadora Gamaro, em São Paulo, teve um investimento de R$ 63 milhões

unidades – a partir de 23 m2 – são de-

coradas e equipadas com cama, armá-

rio, TV, sofá e uma pequena cozinha

com geladeira, micro-ondas, fogão de

duas bocas, pia e mesa de refeições. O

valor mínimo mensal é de R$ 1.550,

por pessoa, ou a partir de R$ 2.885,

por apartamento. Os usuários dividem

áreas comuns de coworking, academia

e lavanderia, com taxas cobradas à

parte. Há lanchonete, restaurante e

estacionamento com manobrista, que

até o momento tem baixa procura, de

apenas 8% do total de locatários.

Em Porto Alegre, a incorpora-

dora Wikihaus está desenvolvendo

um projeto no mesmo estilo. Batizado

de Cine Teatro Presidente, deve ficar

pronto em setembro de 2019. Nesse

caso, além da locação, as unidades

também são vendidas. O público-alvo

são jovens em busca da primeira mo-

radia ou investidores. A construtora

aponta que houve grande repercussão

espontânea para o projeto, com um

volume de vendas acima do esperado.

Cerca de 80% do empreendimento foi

vendido em 15 meses de obra.

Todos os projetos exploram um

novo comportamento dos consumi-

dores, que desejam mais praticidade,

conveniência e serviços. Os edifícios

buscam melhor aproveitamento e

utilização das áreas condominiais,

com interação dos moradores. Se-

gundo as incorporadoras, trata-se de

uma aposta em um novo segmento, e

não contingência por causa da crise

do mercado imobiliário. A econo-

mista Deborah Seabra, do Grupo

ZAP, concorda. “São os flats dos mil-

lennials”, afirma. Os empreendimen-

tos, de alto nível, vão ao encontro

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A

60

tendência

Projeto do edifício da Wikihaus, em Porto Alegre, que será inaugurado em 2019

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DEBORAH SEABRA (ECONOMISTA DO GRUPO ZAP)“MORADIA COMPARTILHADA É UMA TENDÊNCIA JÁ CONSOLIDADA EM OUTROS PAÍSES, QUE ESTÁ CHEGANDO TARDE E NUM PADRÃO MAIS ALTO NO BRASIL”

de um estilo de vida diferenciado.

Com o crescimento das cidades, é

cada vez mais importante morar

perto do trabalho. Os jovens que-

rem mobilidade, e o aluguel em re-

giões com boa infraestrutura passa

a ser uma alternativa. Além disso, as

pessoas valorizam de forma cres-

cente a convivência social. Trata-se

de um segmento ainda incipiente,

segundo ela, e deve se expandir nas

capitais. “É uma tendência já conso-

lidada em outros países, que está

chegando tarde e num padrão mais

alto.” Para as incorporadoras, exige

a criação de estrutura para locação

dos apartamentos e gestão dos ser-

viços. Além disso, como visa basica-

mente à locação, o retorno é neces-

sariamente lento. Por outro lado, as

companhias podem se beneficiar se

os empreendimentos valorizarem no

longo prazo. Se resolverem vender os

imóveis, ainda conservam os ativos

integrais para comercializar. “É um

modelo muito novo. O mercado está

acompanhando uma tendência”,

afirma Deborah. n

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62

evento

RUMO AO CRESCIMENTO

1º FÓRUM LIDE DO SETOR IMOBILIÁRIO E CONSTRUÇÃO CIVIL DISCUTE DESAFIOS PARA

DESENVOLVIMENTO DO SEGMENTO

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Líderes empresariais, autorida-

des e especialistas debatem no

1o Fórum LIDE do Setor Imobi-

liário e Construção Civil os ca-

minhos para fortalecer o segmento.

O evento trata de entraves para o

desenvolvimento, políticas públicas

necessárias e desafios para os pró-

ximos anos. Com curadoria de Luiz

Antonio França, CEO da Associação

Brasileira de Incorporadoras Imobi-

liárias (Abrainc), o Fórum acontece

em 8 de novembro, no Hotel Grand

Hyatt, em São Paulo, das 8h às 12h30.

A abertura conta com a participa-

ção de Alexandre Baldy, ministro das

Cidades; Bruno Araújo, deputado fe-

deral e ministro das Cidades de 2016

a 2017; Rodrigo Garcia, secretário

da Habitação de São Paulo de 2015

a 2018 e vice-governador eleito de

SP; Luiz Fernando Furlan, chairman

do LIDE; Luiz Antonio França, da

Abrainc; Flavio Amary, presidente do

Secovi-SP; Claudio Carvalho, sócio

da BNZ; e Gustavo Ene, CEO do LIDE.

A importância do setor de incorpo-

ração e sua cadeia produtiva é abor-

dada por Antonio Setin, presidente

da Setin Incorporadora, e Rubens

Menin, presidente do Conselho da

MRV Engenharia. Paulo Antunes, VP

da Caixa Econômica Federal, discute

o futuro do mercado. Marcelo Han-

nud, da XP Investimentos, e Marcelo

Terra, advogado e coordenador do

Conselho Jurídico da Previdência do

Secovi-SP, falam sobre o distrato e a

segurança jurídica para investidores.

O evento tem ainda uma homenagem

especial ao presidente da Cyrela, Elie

Horn, e presta um reconhecimento

como destaque do setor a Menin, da

MRV Engenharia. n

63

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VIDA COMPACTAINVESTIDORES E EMPRESAS DESCOBREM O POTENCIAL DOS MICROAPARTAMENTOS PARA LOCAÇÃO POR CURTOS OU LONGOS PERÍODOS

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A área social do VN GC, na Vila Olímpia, da Vitacon, conta com espaços como academia, cozinha gourmet e lounge para os convidados

Substituir a moradia con-

vencional, com ambientes

maiores, por um aparta-

mento de 15 a 45 m2, mas

estar a poucos metros do metrô e

ter à disposição bicicleta, espaços de

coworking, academia, piscina e até

uma área gourmet para cozinhar.

Tendência mundial de alguns anos

para cá em cidades como Paris, Nova

York e Tóquio, esse tipo de residência

é cada vez mais procurado por jovens

e idosos que querem morar sozinhos

numa localização privilegiada, com

fácil acesso ao transporte público.

De acordo com o Departamento

de Economia e Estatística do Se-

covi-SP, houve um crescimento de

91% nos lançamentos de unidades

residenciais de até 45 m2 na cidade

de São Paulo de janeiro a agosto de

2017, na comparação com o mesmo

período do ano anterior. Os imóveis

de metragens reduzidas também fo-

ram os responsáveis pela maior va-

riação positiva na participação dos

lançamentos imobiliários, saltando

de 3,6% em 2004 para 38% em 2015.

Embora o Brasil viva ainda o rescaldo

da maior crise econômica, a procura

por apartamentos compactos conti-

nua surpreendendo em 2018.

As novas propostas de moradia ofe-

recem certa flexibilidade no contrato

64

aluguel

O edifício da Vitacon na rua Capote Valente, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, oferece espaços de 28 a 117 m2

de locação (que variam de uma semana

a 30 meses) e muitas vezes dispõem

de uma faixa de preço mais atrativa.

Em sua plataforma online VN Stay, a

incorporadora e construtora Vitacon

disponibiliza aluguéis de curta e longa

temporada. Um apartamento de 15 m2

na Vila Mariana – bairro tradicional de

São Paulo – chega a custar R$ 2,5 mil

por mês. A locação de um imóvel de

100 m2 na região da avenida Paulista

custa até R$ 6 mil mensais. “O mercado

continua aquecido. A gente está com

ocupação acima de 96% nas residên-

cias compactas. E isso está atrelado a

uma transformação socioeconômica,

pois muitos profissionais autônomos

se mudam para um ambiente menor

em função de um projeto profissional

e precisam alugar por alguns meses.

Há também executivos que trocam

de empresa ou são transferidos, por

exemplo”, analisa Alexandre Lafer

Frankel, CEO da Vitacon. O empresá-

rio explica que existe outro perfil para

locação de microapartamentos: turis-

tas à procura de uma vivência cultural

mais autêntica. “Eles querem se sentir

como locais, tendo a certeza de que

serão bem recebidos. Esse público se

hospeda de uma semana a 30 dias”,

diz. Em alguns empreendimentos de

plantas reduzidas, a empresa fornece

facilidades como lavanderia, arruma-

ção do espaço e até check-in e check-

-out, bem semelhante às comodidades

oferecidas por flats (modelo híbrido

que funciona como moradia ou hos-

pedagem, com serviços de hotelaria

incluídos). No entanto, Frankel reforça

que essas propriedades propiciam uma

experiência mais moderna e vantajosa

tanto para o investidor como para o

morador. “O inquilino não quer vivên-

cia ‘enlatada’, como no caso do flat, e

sim algo autêntico e economicamente

eficiente. A gente trabalha com um

custo 50% menor do que esse tipo de

moradia em modalidades mais atuais”,

destaca Alexandre.

No total, a capital paulista abriga

36 prédios da Vitacon com aparta-

mentos compactos, cuja área de lazer

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RICARDO RAOUL (MANAGING DIRECTOR DA PALADIN REALTY PARTNERS)“AS PESSOAS PROCURAM MORAR CADA VEZ MAIS PRÓXIMAS AO LOCAL DE TRABALHO E COM O MÍNIMO DE CUSTO E DE PREOCUPAÇÃO COM LIMPEZA E MANUTENÇÃO”

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O é pensada para ser uma “extensão”

da casa, com cozinha coletiva, sa-

lão de eventos, cinema, coworking e

espaço fitness. “Tudo que puder ser

compartilhado será, e isso traz muito

mais eficiência e socialização para o

jeito de morar. Hoje, a vida está tão

impessoal que o ambiente de moradia

tem um significado muito grande e as

pessoas querem dividir experiências

especiais”, acres-

centa Frankel.

Com mais de

U$$ 4 bilhões em

projetos imobi-

liários em países

como Brasil, Mé-

xico, Colômbia,

Peru, Chile, Costa

Rica e Uruguai,

a Paladin Realty

Partners, gestora

de fundos de inves-

timento imobiliário

com sede em Los

Angeles, notou o

forte potencial das

moradias peque-

nas. Em parceria

com a construtora

You Inc, lançou re-

centemente quatro

empreendimentos

em Pinheiros, um dos bairros mais

bem localizados de São Paulo. Em

um deles, os 62 apartamentos, com

unidades para uso residencial e es-

túdios de até 30 m2 destinados ape-

nas a locação temporária, foram

vendidos no dia do lançamento.

“As pessoas procuram morar cada

vez mais próximas ao local de tra-

balho e com o mínimo de custo e de

preocupação com limpeza e manu-

tenção”, observa Ricardo Raoul, Ma-

naging Director da Paladin Realty

Partners. A empresa lançará bre-

vemente mais dois edifícios nesse

padrão na zona oeste da cidade,

sendo um deles na Vila Madalena e

outro também em Pinheiros. Todos

em endereços privilegiados e dentro

do conceito de compartilhar “convi-

vências”, com áreas

sociais generosas.

“Para que ter um

escritório em casa

se existe uma área

de coworking na

cobertura do pré-

dio? Para que ter

uma mesa de jantar

de oito lugares ocu-

pando espaço em

casa se existe um

ambiente gourmet

todo equipado à

disposição?”, acres-

centa. Ele explica

a atração dos mi-

croapartamentos

para quem busca

estadias temporá-

rias: “Em primeiro

lugar, preço. Alugar

um apartamento

via AirBnB [como acontece com os

imóveis da Paladin] é mais barato do

que se hospedar num hotel. Mais

do que isso, há a possibilidade de

reduzir custos com refeições, que

podem ser realizadas na cozinha do

apartamento. Isso não acontece no

caso de um hotel. Em segundo lugar,

a possibilidade de dividir a residên-

cia com amigos e familiares”. n

EM PINHEIROS, OS 62

APARTAMENTOS DE UM

EMPREENDIMENTO PARA USO

RESIDENCIAL E COM ESTÚDIOS

DE ATÉ 30 M² DESTINADOS

APENAS A LOCAÇÃO

TEMPORÁRIA FORAM

VENDIDOS NO DIA DO LANÇAMENTO

66

aluguel

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30/11/2018 DIA DE CHEGADA

9h às 11h • Brunch de Despedida

2/12/2018DIA DE PARTIDA

7h

8h às 12h

12h às 13h3013h30 às 16h30

18h

• Café da Manhã e Orientação do Motorista

• Test-Drives e Julgamento dos Carros

• Almoço• Test-Drives e Julgamento• Jantar e Review com

Destaques do Dia

1/12/2018DIA DOS TESTES

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