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SÃO PAULO, 01 DE SETEMBRO DE 2015.
SÃO PAULO: OS MELHORES PARQUES DA CAPITAL PAULISTA
Apesar de ser muito urbana, a metrópole reserva espaços verdes como o Parque
Ibirapuera, o Parque do Carmo e o Parque Villa-Lobos.
São Paulo é uma cidade muito lembrada por seus arranha-céus, prédios históricos, vida
cultural intensa, restaurantes de alta gastronomia e hotéis cinco estrelas. Porém,
apesar de ser um destino muito urbano, a quarta maior metrópole do mundo tem
refúgios naturais em seus parques que são totalmente gratuitos.
O mais famoso deles é o Parque Ibirapuera, situado no bairro de mesmo nome e
conhecido internacionalmente. O espaço verde é considerado um dos mais belos e foi
eleito recentemente, pelo jornal britânico "The Guardian", o melhor parque do
planeta. Além de contar com lugares para fazer piquenique e praticar esportes, é lá
que ficam alguns dos centros culturais de maior importância da cidade, como o Museu
de Arte Moderna e o Museu Afro Brasil.
Logo em seguida vem o Parque Villa-Lobos, que recebe, nos finais de semana, até 20
mil frequentadores e, em feriados, este número pode chegar a 30 mil. A área natural
fica em Alto de Pinheiros e conta com o belíssimo Orquidário Ruth Cardoso. O Parque
do Carmo também merece destaque, já que, todos os anos, no mês de julho, suas
cerejeiras-de-Okinawa florescem e deixam a paisagem cor-de-rosa. O cenário é
belíssimo.
Confira abaixo os melhores parques de São Paulo!
Parque da Aclimação - Situado na zona centro-oeste da cidade, nos bairros da
Liberdade e Paraíso, o parque foi criado no início do século 20. A área verde foi feita,
originalmente, para a criação de gado, mas, devido à grande procura para o lazer, se
transformou em um espaço público. Há pistas para caminhada, um lago, um jardim
japonês, aparelhos de ginástica, parquinho infantil, aulas de yôga e espaços para
piquenique. Uma curiosidade é que o lugar abrigou o primeiro zoológico da cidade e
chegou a receber até um urso polar branco do Polo Norte.
Parque do Carmo - Além de uma área verde bem bonita, o principal atrativo do parque são as
cerejeiras-de-Okinawa. As árvores ficam floridas a partir de julho, deixando o visual cor-de-
rosa. Desde 1878, acontece o Festival das Cerejeiras, que foi feito para quem quer apreciar a
belíssima atração natural, além de ter comidas típicas e danças japonesas. O parque, situado
na zona leste, também conta com 135 espécies de animais, sendo a maioria deles pássaros.
Parque da Juventude - O Parque da Juventude foi inaugurado em 2003 e construído
no lugar onde funcionava a antiga Casa de Detenção de São Paulo, conhecida como
Carandiru. A área verde se estende por 240 mil metros quadrados e representa o
espaço ao ar livre mais frequentado da zona norte de São Paulo. Ele tem três divisões:
a Área Esportiva, que conta com quadras, pistas de skate e patins; a Área Central, com
lugares para fazer piquenique, trilhas de caminhada e jardins; e a terceira é a Área
Institucional, onde estão localizadas escolas técnicas e centros culturais.
Parque Villa-Lobos - Depois do Ibirapuera, o Parque Villa-Lobos é o mais famoso da cidade,
com uma área de 732 mil metros quadrados. Ele está situado no Alto de Pinheiros e recebe até
30 mil frequentadores em feriados. Há ciclovias, quadras, bosques, trilhas, campos de futebol,
espaços para piquenique e aparelhos de ginásticas. Além disso, é no local que está situado o
Orquidário Ruth Cardoso, o principal símbolo do parque. Não deixe de ir ao Circuito das
Árvores, uma passarela elevada que chega aos 3,5 metros de altura. Site
oficial: www.parquevillalobos.sp.gov.br
Parque do Trabalhador - Formado por uma extensa área verde de 286 mil metros
quadrados, o Parque do Trabalhador também é um excelente local para praticar
exercícios. Além de ser administrado pela prefeitura da cidade, a área verde tem uma
parceria com o Clube Escola, uma instituição que dá aulas de vários esportes. O parque
está situado na zona leste, no bairro Tatuapé.
Praça Victor Civita - Além de ter áreas verdes bem bonitas, o espaço é famoso pelas
constantes atividades culturais. Na praça, há um palco e arquibancada com capacidade para
290 pessoas, onde ocorrem vários espetáculos de graça. Além disso, há várias atividades
esportivas, de educação ambiental, yôga e pilates, sem nenhum custo e realizadas
diariamente. Site oficial: www.pracavictorcivita.org.br
Parque Zilda Natel - Localizado na zona oeste, o parque é um dos melhores lugares
para andar de skate em São Paulo. Em seus 2,3 mil metros quadrados de área, há três
pistas com obstáculos e níveis de dificuldade diferentes. O projeto teve ajuda da
Confederação Brasileira de Skate para ser realizado. Além disso, há espaços para
piquenique, muitas áreas verdes, quadras e aparelhos de ginástica.
Parque do Ibirapuera - O parque urbano é considerado um dos mais bonitos do
mundo e foi eleito o melhor do planeta pelo jornal britânico 'The Guardian". O
Ibirapuera abriu as portas em 1954, para comemorar os 400 anos de São Paulo. Ele é
um refúgio natural belíssimo, perfeito para fazer exercícios, piqueniques, andar de
bicicleta e aproveitar os museus. Os espaços culturais que estão situados dentro do
parque são o Museu de Arte Moderna e o Museu Afro Brasil, alguns dos melhores da
cidade. Site oficial:www.parquedoibirapuera.com
Quais são os parques bonitos de São Paulo?
Listamos onze destinos imperdíveis para os paulistanos e visitantes.
Faltou algum lugar lindo? Deixe sua sugestão nos comentários e use o Instagram para
mandar a foto do lugar mais bonito do seu bairro, na sua opinião, usando a tag
#bairroSP.
Horto Florestal
O Parque Estadual Albert Löfgren (ou Horto Florestal) foi fundado em 1896 e ocupa
uma área de 1,7 milhão de metros quadrados ao lado do Parque Estadual Cantareira. O
Horto é casa de uma vasta flora, composta por eucalipto, pinheiro-do-brejo e
criptoméria, e plantas nativas, como pau-brasil, carvalho-nacional, pau-ferro e jatobá.
Macaco-prego, tucano, gambá, socó, garça, tico-tico, serelepe e martim pescador
estão entre as espécies animais que vivem por ali e podem ser vistas pelos visitantes.
No espaço, distribui-se uma ampla área de piquenique, playground, pista de corrida,
equipamentos de ginástica, bicas de água potável e lagos, além do Museu Florestal. No
chamado Arboreto Albert Löfegren, estão de pé os pinheiros originais da época de
surgimento do parque.
Uma curiosidade: o Museu Octávio Vecchi, também chamado de Museu da Madeira,
foi inaugurado no Horto em 1931 e é considerado o marco do Trópico de Capricórnio,
que passa pelo parque.
Jardim da Luz
Mais antigo parque de São Paulo, o Jardim da Luz nasceu em 1798, com a ideia
pioneira do general Antônio Manoel de Melo Castro e Mendonça em construir um
jardim botânico na região da Luz. Com a subscrição pública, no ano seguinte o senado
da Câmara concedia as terras para o empreendimento, que só foi finalizado em 1825
graças aos esforços do primeiro presidente da província de São Paulo, Lucas Antônio
Monteiro de Barros. No início foi denominado Horto Botânico. No início foi
considerado a “coceluche” da cidade e servia de passeio público para a elite
paulistana, que aos finais de semana, ia ouvir bandinhas tocarem enquanto
caminhavam. Em 1851 foi cercado por uma grade para evitar a entrada de vagabundos
e prostitutas que já buscavam refúgio na região. Em 1860 a maior perda do parque foi
ter que ceder parte de seu espaço para a construção da estação da Luz. Degradado
com o passar dos anos, a situação começou a se reverter apenas nos últimos anos,
com a política de revitalização do centro da cidade. Abriga a sede da Pinacoteca.
Parque da Aclimação
Foi fundado oficialmente em16 de setembro de 1939, mas bem antes disso o local já
abrigava um espaço verde. Antes de ser adquirido pela prefeitura de São Paulo, o
terreno pertencia a Carlos José Botelho, médico que chegou a ser Secretário da
Agricultura, Viação e Obras Públicas do Estado e criou o Jardim da Aclimação, baseado
no “Jardin d'Acclimation”, que ele havia conhecido em Paris. O parque passou a
abrigar então um pequeno zoológico (um dos primeiros do Brasil) e um parque de
diversões.
Antes de ser adquirido por Botelho, o terreno abrigava o Sítio do Tapanhoin, que
servia para aclimatação de gado vindo da Holanda. Hoje, o Parque da Aclimação
conta com uma área de 118.787 m² e abriga diversas espécies de aves e da flora local.
Parque da Água Branca
Inicialmente chamado de Parque Dr. Fernando Costa (em homenagem ao secretario de
agricultura do estado na época), foi fundado oficialmente em 2 de junho de 1929 pela
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. Mas a história do
local teve início em 1904, quando o então prefeito, Antônio da Silva Prado criou a
Escola Prática de Pomologia e Horticultura (fechada em 1911).
No ano de 1928 o governador do estado, Júlio Prestes, construiu no local a sede da
Diretoria de Indústria, transferindo as antigas dependências do Posto Zootécnico de
São Paulo e Recinto de Exposições de animais da Moóca para a Água Branca.
Na década de 70 as exposições e o Instituto de Zootecnia também passaram a ser
realizadas no local. A área de 137 mil metros quadrados é tombada pelo Conselho de
Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado
(Condephaat) e pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico,
Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo – CONPRESP
Parque da Independência
Está localizado às margens do córrego do Ipiranga, local onde D.Pedro I proclamou a
independência do Brasil, em 07 de setembro de 1822. Abriga além do Museu Paulista
(conhecido também como Museu do Ipiranga), o Monumento à Independência (ou
Altar da Pátria), construído no centenário da Independência em 1922, que em 1952 foi
modificado para servir de mausoléu para os restos mortais de D.Pedro I e a Casa do
Grito, pequena residência às margens do córrego que supostamente já existiria em
1822.
Os jardins franceses foram criados pouco tempo depois da inauguração do Museu, no
começo do século XX. Na década de 70, o parque ganhou um show de luzes e sons que
acabou abandonado com o tempo. Em 1988 o Parque da Independência passou para a
administração da prefeitura paulista.
Parque do Carmo
Localizado em uma antiga fazenda de criação de gado e plantio de café, e que nos anos
40 pertenceu ao empresário Oscar Americano, o Parque do Carmo une um pouco de
história e de preservação ambiental. O casarão que funciona como sede foi mantido
em estilo colonial. Também está preservada parte da vegetação de eucaliptos
remanescentes da Mata Atlântica, cortada por um conjunto de lagos e as mais de 242
espécies de árvores registradas. No local, também funciona o Museu do Meio
Ambiente.
O bosque de cerejeiras-de-Okinawa, árvore símbolo do Japão, recebe todos os anos a
tradicional Festa das Cerejeiras. Desde 1978, esses festejos ocorrem por ali em razão
do florir das árvores. É quando os visitantes podem praticar o “hanami”, ritual de
contemplação que consiste em se sentar sob as cerejeiras e contemplá-las por um
longo período.
A área de 1,5 milhão de metros quadrados abriga ainda uma vasta fauna, com cerca de
135 espécies, entre répteis, mamíferos e aves.
O Parque do Carmo une um pouco de história e de preservação ambiental. Na foto, as cerejeiras-de-Okinawa.
Parque do Ibirapuera
A região que abriga hoje o Parque do Ibirapuera era originalmente um grande pântano
com uma aldeia indígena fundada pelo Padre José de Anchieta, em 1560. O próprio
nome, Ibirapuera reflete os primórdios do local: a palavra, derivada do Tupi, significa
pau podre ou madeira velha.
A ideia de criar o parque na região data de 1920, quando a prefeitura aplicou os
primeiros investimentos na região. Em 1927, Manuel Lopes de Oliveira, um funcionário
da municipalidade, começou o plantio de eucaliptos australianos para drenagem do
solo, possibilitando já na década de 40 que o local fosse sede de provas de ciclismo.
O Ibirapuera foi inaugurado oficialmente em 21 de agosto de 1954, como parte das
comemorações dos 400 anos da cidade, com projetos de Oscar Niemeyer e Burle
Marx. Hoje, é o parque de maior movimento da cidade de São Paulo, contando com
uma enorme área verde e vários espaços culturais como Museu de Arte
Contemporânea (MAC), a Oca, Planetário, o Museu Afro e o Auditório Ibirapuera.
O Ibirapuera é o parque de maior movimento da cidade de São Paulo, contando com uma enorme área verde e vários espaços culturais.
Parque do Povo
Um dos parques mais jovens da cidade, o Parque Mário Pimenta Camargo, mais
conhecido como Parque do Povo, foi inaugurado em 2008. Os 133 547 metros
quadrados de área verde contam com um complexo esportivo e pistas para caminhada
e corrida. As quadras também possuem marcações especiais destinadas a modalidades
paralímpicas.
Há uma área reservada para skate e outros esportes sobre rodas, o que diminui o risco
de acidentes. Outro destaque é o jardim sensitivo, composto por ervas aromáticas,
onde as pessoas podem tocar, cheirar e até morder folhas de espécies de plantas
como mostarda, coentro, cheiro-verde, cebolinha, babosa e manjericão.
O Parque do Povo oferece atividades, grátis e semanais, como grupo de caminhada e
tai chi pai lin, um conjunto de práticas taoístas para a saúde, o movimento e a
serenidade. Todas são acompanhadas por profissionais.
O Parque do Povo oferece atividades, grátis e semanais acompanhadas por profissionais.
Parque Ecológico do Tietê
Foi entregue em 13 de março de 1982 após quatro anos de obras, iniciadas no governo
de Paulo Egydio Martins. Durante 25 anos, a área foi um depósito de lixo da prefeitura.
Com um milhão e 541 mil metros quadrados, o parque foi dividido em dois: um
destinado ao esporte, com um parque aquático, pista de cooper e quadras e outro
contemplativo, com um lago de 42 mil metros quadrados e várias ilhas ocupadas por
macacos e um trenzinho que leva os visitantes por um passeio.
Além do viés recreativo, ele serve como bacia de acumulação de água do Rio Tietê
para que não haja enchentes na Marginal. Em 2004, o Governo do Estado iniciou uma
obra de revitalização do Parque Ecológico do Tietê. Ao todo a área preservada ocupa
14 milhões de metros quadrados que vai desde a Barragem da Penha e São Miguel
Paulista , na zona leste até ao município de Guarulhos.
Além do viés recreativo, o Parque Ecológico do Tietê serve como bacia de acumulação de água do Rio Tietê para que não haja enchentes na Marginal.
Parque Trianon
O Trianon é uma ilha no meio da selva de concreto da Avenida Paulista. Com 48 mil mª
de verde, o parque foi inaugurado em 3 de abril de 1892. Devido ao ambiente cultural
da aristocracia cafeeira, influenciado pela cultural europeia, acabou ganhando ares de
um jardim inglês.
O responsável pelo projeto paisagístico foi o francês Paul Villon, e a denominação
Trianon veio do fato de, naquele tempo, existir onde hoje se situa o Museu de Arte de
São Paulo em frente ao parque, um clube com o nome Trianon, responsável por
inúmeras comemorações na região. Em 1931 o local recebeu oficialmente seu nome
atual, em homenagem ao tenente Antônio de Siqueira Campos, um paulista de Rio
Claro, herói do Movimento Tenentista de 1924.
A partir de 1968, na gestão do prefeito Faria Lima o passou por várias mudanças que
tiveram a assinatura do paisagista Burle Marx e do arquiteto Clóvis Olga. Em data
recente o parque foi tombado pelo CONDEPHAAT e pelo CONPRESP. O parque possuiu
importantes esculturas, o 'Fauno', de Victor Brecheret e 'Aretusa’, de Francisco
Leopoldo Silva.
Devido ao ambiente cultural da aristocracia cafeeira, influenciado pela cultural europeia, o Parque Trianon ganhou ares de um jardim inglês.
Parque Villa-Lobos
O projeto de um parque temático de inspiração musical elaborado pelo arquiteto
Décio Tozzi foi inaugurado de maneira incompleta em 1994. A ideia inicial previa a
construção de viveiros para pássaros, teatro de ópera, auditórios e espaços para escola
e oficinas de músicas.
À área chegou a ser utilizada como um grande depósito de lixo que recebia os dejetos
vindos da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais do Estado de São Paulo
(CEAGESP), além de material dragado do Rio Pinheiros e entulho da construção civil.
Em 1989 o parque Villa-Lobos começou a ser implantado pelo Departamento de Águas
e Energia Elétrica – DAEE, com a remoção das famílias que viviam no lixão. Foi
entregue à população apenas em 2006, após as adequações necessárias e o plantio de
24 mil árvores.
O Parque Villa-Lobos possui um projeto de parque temático de inspiração musical elaborado pelo arquiteto Décio Tozzi.
Negociação do clima reinicia contra o relógio
Com metas quase todas na mesa, prazo apertado e nada resolvido, negociação para o
acordo de Paris precisa avançar na substância.
Representantes de 190 países reúnem-se a partir desta segunda-feira (31/08) em
Bonn, na Alemanha, para uma maratona de discussões que poderá – ou não – avançar
na montagem do novo acordo do clima. Os chefes da negociação já avisaram que a
reunião começará “pontualmente às 10h” e que salamaleques diplomáticos não serão
bem-vindos nos cinco dias de trabalho: simplesmente não há tempo a perder.
Exatos dez dias de negociações diplomáticas separam o mundo da COP21, a
conferência do clima de Paris. Esse período será dividido em duas rodadas de uma
semana cada uma, agora e em outubro, ambas na sede da Convenção do Clima da
ONU, na antiga capital alemã.
As duas reuniões servirão para tentar dar forma e conteúdo ao texto do novo tratado
de proteção climática, que já está sendo chamado nos bastidores de Acordo de Paris
(“Paris Agreement”). O instrumento, a ser assinado em dezembro na capital francesa,
deverá regular o combate às emissões de gases de efeito estufa pelas próximas
décadas.
Os delegados reunidos em Bonn deverão trabalhar a partir da Ferramenta dos Co-
Presidentes, o rascunho de acordo criado informalmente pelos coordenadores do ADP,
o grupo de diplomatas encarregado de produzir o texto.
O argelino Ahmed Djoghlaf e o americano Daniel Reifsnyder tentaram resumir as 85
páginas do texto original – tamanho impossível para um acordo internacional – num
documento enxuto. O texto original, que começou a ser rascunhado em fevereiro em
Genebra, acabou com um tamanho intratável, às vezes com seis opções de redação
para um mesmo parágrafo. Esse arrazoado precisa de uma edição radical.
A Ferramenta dos Co-Presidentes buscou quebrar o problema em três partes: a
primeira contém os elementos essenciais do acordo, em 18 páginas. A segunda, de 21
páginas, contém elementos de uma decisão da Conferência de Paris que não precisam
fazer parte do acordo, mas que o complementam, como detalhes de implementação e
ações de corte de emissão a adotar antes de 2020, quando o novo acordo deve entrar
em vigor.
A terceira parte, de 35 páginas, contém assuntos que, no dizer dos co-presidentes,
precisam de “mais clareza” entre os países – entre eles, questões cruciais como a visão
de longo prazo para 2050, o pico nas emissões globais, os mecanismos de mercado e o
pagamento pelos ricos de perdas e danos sofridos pelos pobres devido a efeitos das
mudanças climáticas aos quais não é possível adaptar-se.
A reunião de Bonn visa “arredondar” o texto da Ferramenta. Quanto menos questões
forem deixadas em aberto na reunião de Paris, maiores as chances de um acordo
efetivo. “Quem quer substância em Paris vai querer fazer as coisas rápido”, diz Mark
Lutes, analista sênior de clima do WWF.
O caminho, é claro, não será tranquilo. Segundo Lutes, alguns países em
desenvolvimento já vêm insinuando que a Ferramenta reflete mais as visões dos países
desenvolvidos do que as deles. Os ricos, por sua vez, não indicaram ainda como será o
fluxo de financiamento para os países pobres no acordo – e, sem isso, não há acordo.
Há, ainda, a preocupação básica com o tempo: há tanto texto para limpar, tantas
edições para fazer e tantas opções para eliminar que esta rodada de Bonn pode não
iniciar a discussão da substância do acordo.
Por outro lado, o clima político joga a favor: a maior parte dos grandes poluidores já
apresentou suas metas (embora elas nem de longe representem o esforço necessário
para conter o aquecimento global); os EUA lançaram seu Plano de Energia Limpa; e os
líderes das três principais religiões do mundo – islâmicos, católicos e judeus – já
avisaram seus fiéis que lutar contra a mudança climática é uma questão moral.
A depender de como esse clima se refletir nas mesas de negociação, existe uma
chance de os co-presidentes receberem um mandato para elaborar mais um texto
editado para apresentação em outubro, que pode ser, enfim, o rascunho final do
Acordo de Paris.
Nasa vai estudar efeitos das mudanças climáticas na região do Oceano
Ártico
A Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa, a sigla em inglês) anunciou nessa
segunda-feira (31) que vai estudar os efeitos ambientais e sociais das mudanças
climáticas no Alasca e Noroeste do Canadá, regiões banhadas pelo Oceano Ártico e
afetadas pelo degelo dos glaciais. O projeto denominado Above - Arctic Boreal
Vulnerability Experiment - vai reunir dados coletados pela Nasa ao longo de vários
anos, por meios de satélite, e calcular os efeitos climáticos em uma área de 6,4
milhões de quilômetros.
O anúncio foi feito no mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Barack
Obama, discursou em uma conferência sobre os impactos das mudanças
climáticas para os glaciais no estado do Alasca e defendeu que medidas sejam tomadas
para reduzir o impacto dessas mudanças na região.
O programa da Nasa terá três fases e dois estágios de investigação. O objetivo é medir
o impacto das mudanças na região do Ártico para a fauna e a flora e para a população
local. No texto publicado em sua página, a Nasa diz ter material coletado para estudo.
"Os bosques boreais e a tundra [presentes no ecossistema ártico] são fundamentais
para compreender o impacto das mudanças do clima na Terra", acrescenta o texto.
Nas fases do estudo será investigado o impacto dos incêndios florestais nos
ecossistemas da região, onde mais de 5 milhões de acres (2 milhões de hectares) no
Alasca e 9,7 milhões de acres (4 milhões de hectares) no Canadá foram queimados.
Também será estudado o alcance do descongelamento dos chamados permafrost -
terrenos que estiveram congelados por milhares de anos e agora apresentam
composição de matéria orgânica e plantas.
"A vegetação e o carbono congelados no solo apodrecem e liberam metano e dióxido
de carbono na atmosfera, o que aumenta o efeito estufa e produz a continuidade do
ciclo, mais descongelamento e mais liberação de gases na atmosfera".
O estudo sobre o impacto na vida silvestre do Alasca e do Canadá vai abordar ainda
mudanças no habitat e movimentos migratórios de animais da região.
ONU adverte de que não há dinheiro suficiente para reunião do clima
A ONU advertiu nesta segunda-feira (31) que não há dinheiro suficiente para organizar
a próxima sessão de negociações, em outubro, sobre as mudanças climáticas, nem
para a grande conferência de Paris no fim do ano.
“Não há dinheiro suficiente nem para a sessão de outubro, já programada, nem para a
COP em Paris”, afirmou a secretária da ONU para o Clima, Christiana Figueres, na
abertura da penúltima sessão de negociações em Bonn (Alemanha).
A COP 21, que reunirá 195 países de 30 de novembro a 11 de dezembro, tem o
objetivo de concluir um acordo histórico contra o aquecimento global.
“Lamento informá-los que temos um déficit de 1,2 milhão de euros (1,3 milhão de
dólares) apenas para cobrir as sessões previstas no calendário”, disse Figueres, que
pediu a todos “os países que possam contribuir que o façam”.
A muito aguardada conferência de Paris tem o objetivo de concluir um acordo
histórico entre 195 países para limitar as emissões de gases que provocam o efeito
estufa.
A meta da ONU é estabelecer que o aumento da temperatura não supere dois graus
centígrados em comparação com a era pré-industrial.
Os representantes dos signatários da convenção da ONU sobre o clima permanecerão
reunidos em Bonn até 4 de setembro para estudar um novo texto elaborado pelos
copresidentes dos debates.
Este documento, base das negociações para um anteprojeto de acordo, deve ser mais
claro que o anterior, apesar de manter as opções abertas para que tudo possa ser
debatido.
Segundo a ONU, os compromissos nacionais de redução de gases do efeito estufa
anunciados até agora – por quase 60 países responsáveis por aproximadamente 70%
das emissões – não permitirão cumprir com o objetivo de limitar a mudança climática
a uma alta de dois graus centígrados.
Audiência discute ameaças às áreas verdes nas cidades
Mais uma proposta de ameaça ao patrimônio natural brasileiro está em tramitação na
Câmara dos Deputados. Desta vez, o alvo da bancada ruralista são as Áreas de
Preservação Permanente (APPs) localizadas no perímetro urbano nas regiões
metropolitanas. Mesmo com as evidências sobre a importância das áreas protegidas
na manutenção das fontes de água, do equilíbrio climático e da preservação dos solos,
os parlamentares insistem em reduzir espaços verdes no País.
O projeto de lei 6830/2013, do deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), estabelece que,
em áreas urbanas, as margens de qualquer curso d’água natural terão sua largura
determinada pelos planos diretores e leis de uso do solo, ouvidos os conselhos
estaduais e municipais de meio ambiente.
O PL é mais uma das propostas que pretende alterar o novo Código Florestal – Lei
12.651, de 25 maio de 2012 –, modificando o artigo 4º, que estabelece limite de no
mínimo 30 metros para proteção de margens de cursos d’água, riachos e rios, inclusive
dentro de cidades. Com as mudanças no dispositivo, será permitido que os planos
diretores municipais e as leis de uso do solo alterem diretamente as limitações das
áreas de preservação localizadas nas regiões metropolitanas e urbanas. Essa
possibilidade já tinha sido vetada pela Presidente Dilma Rousseff em 2012, quando foi
encaminhado à sanção a nova lei florestal.
Na última quarta-feira (26), especialistas defenderam que o novo Código Florestal seja
mantido. Na audiência pública realizada pela Comissão de Desenvolvimento Urbano
para discutir projeto de Colatto, expositores da área ambiental e acadêmicos
alertaram que se as APPs nas cidades forem reduzidas a crise hídrica e climática será
ainda mais intensa nos próximos anos.
“As APPs têm a função de um grande filtro mantenedor das águas potáveis nas
cidades. E elas trazem as oportunidades de vencermos os desafios do clima”, explicou
Malu Ribeiro, coordenadora do Programa Rede das Águas da Fundação SOS Mata
Atlântica. Para ela, não podem ser cometidos os mesmos erros do passado, como as
ocupações das margens dos rios Tietê e Pinheiros, em São Paulo. “A natureza não pode
ficar à mercê das questões políticas e econômicas. Hoje morremos de sede em frente a
enormes reservatórios hídricos e mananciais que estão poluídos”, lamentou.
Na avaliação do Superintendente do WWF-Brasil, Jean Timmers, é importante observar
as funções das APPs para a saúde da sociedade, melhorando a qualidade de vida na
realidade urbana. “Elas são uma forma de garantir água potável, lazer e conforto
ambiental, visto que amenizam as ilhas de calor em até 8 graus. Também são
fundamentais na prevenção de desastres naturais, evitando mortes causadas por
deslizamentos de terras e reduzindo enchentes”.
Segundo Timmers, é preciso que haja uma mudança de atitude com relação às APPs,
no sentido de não serem mais consideradas como uma dificuldade para o
desenvolvimento, e sim vistas como uma oportunidade de lazer coletivo, de bem-estar
social e de saúde. “Mas o projeto não está facultando nada de novo no sentido de
ampliar as áreas de proteção das cidades, mas de permitir reduzi-las”, destacou.
O professor Mário Diniz, do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília
(UnB), disse que o quadro atual das APPs no Brasil é de ocupação e uso irregular. “São
fatores diretamente ligados às inundações e às perdas de vida, como os casos
ocorridos nas regiões Sudeste e Nordeste”, lembrou. Por essa fragilidade, Diniz
entende que a manutenção das APPs precisa ser uma política de governo.
Já o autor da proposta em análise, Valdir Colatto, entende que esse assunto precisa ser
discutido no Brasil porque existe uma lacuna no novo Código Florestal no que diz
respeito às áreas urbanas consolidadas. “Se for cumprido o que está estabelecido na
lei, o que estiver em APP – de 30 a 500 metros – teria que ser demolido. E isso é
inviável”, argumentou.
Colatto defendeu ainda que o município é quem tem a competência de “resolver o seu
problema”. Para ele, essa questão está engessando todo o processo de parcelamento
do solo nas cidades. “Não se pode ter uma lei geral, pois cada realidade é uma. Isso é
uma utopia. Se não expandirmos as moradias nas cidades vão acabar indo para a área
agrícola e futuramente vamos ter que discutir aqui a segurança alimentar”.
Para o deputado Nilto Tatto (PT-SP), é a especulação imobiliária que empurra as
populações carentes para as áreas sensíveis e são elas quem mais sofrem as
consequências ambientais. “As prefeituras podem sim trabalhar em uma perspectiva
de uma lei federal, pois é benefício do interesse da sociedade e não dos interesses
particulares. Vemos absurdos em alguns municípios que acabam com rios e com a
biodiversidade”, alertou Tatto.
Tramitação
O relator na comissão de Desenvolvimento Urbano, deputado Alberto Filho (PMDB-
MA), informou que vai elaborar um parecer preliminar para ser analisado no grupo de
trabalho. O relatório deverá ser votado em até 25 dias.
Em março deste ano, o projeto foi rejeitado na Comissão de Meio Ambiente. O relator
do projeto na CMADS, deputado Sarney Filho (PV-MA), fez seu parecer pela rejeição do
projeto. Uma das suas justificativas é que o texto aprovado em 2012 no Congresso
Nacional apresentava dispositivos semelhantes aos novamente propostos pelo PL de
Valdir Colatto e que, depois, foram vetados pela presidente da República.
“Trata-se de grave retrocesso na legislação em vigor, ao dispensar, em regra, a
necessidade da observância dos critérios mínimos de proteção, que são essenciais para
a prevenção de desastres naturais e proteção da infraestrutura”, defende Sarney Filho
em seu relatório.
A proposta, que tramita em caráter conclusivo, depois de passar pela Comissão de
Desenvolvimento Urbano, a proposta seguirá para a Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania.
Água e educação ambiental terão fórum
O tema água norteará a programação do IV Encontro Formativo Nacional Integrado de
Educação Ambiental para a Gestão das Águas que acontece, entre os dias 1º e 3 de
setembro, na cidade de São Pedro (SP) e que contará com a presença do Ministério do
Meio Ambiente (MMA) e da Agência Nacional de Águas (ANA).
O evento, iniciativa da Câmara Técnica de Educação, Capacitação, Mobilização Social e
Informação do Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CTEM/CNRH), vinculada às
diretrizes e prioridades do Plano Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), tem como foco
o diálogo e troca de experiências para a implantação de estratégias de educação
ambiental e o desenvolvimento de capacidades, comunicação e mobilização social na
gestão integrada de recursos hídricos.
Juventude - O papel da educação ambiental no processo de participação social na
Agenda Água, inserindo neste contexto a participação da juventude, será um dos
principais eixos do encontro deste ano. Neste sentido, além de uma programação
focada para os jovens, também será realizada uma Conferência Livre de Juventude e
Água, a primeira a ser realizada sobre o tema, que terá transmissão ao vivo, dia 2/9, às
17 horas.
As conferências livres foram criadas como forma de ampliar a participação das diversas
juventudes, de forma inovadora, criativa e ativa, e fazem parte da discussão do eixo
“Direito à Sustentabilidade e ao Meio Ambiente”, durante o processo da 3ª
Conferência Nacional de Juventude (3ª ConfJuv).
Fórum Mundial da Água – Segundo a coordenadora de Juventude do Departamento de
Cidadania e Responsabilidade Socioambiental do MMA (DCRS/SAIC/MMA), Marccella
Berte, a juventude vai ser o principal foco da educação ambiental no próximo biênio,
com relação aos recursos hídricos, devido ao Fórum Mundial da Água, a ser realizado
em 2018, em Brasília. “Há um entendimento que esse público é estratégico.
Esperamos que, nesse encontro, os jovens nos digam quais ações devem ter no Plano
Nacional de Juventude e Meio Ambiente (PNJMA) para contribuir e ampliar a
participação deles na gestão dos recursos hídricos, e quais espaços de participação
devem ser utilizados para compreender melhor o Plano de Recursos Hídricos, para que
possam intervir e colaborar mais para o sucesso dessa agenda ambiental”, afirmou.
Importante por buscar dar reconhecimento global à temática dos recursos hídricos, o
fórum é organizado pelo Conselho Mundial da Água (WWC – World Water Council) e o
país anfitrião, ocorrendo a cada três anos, com o objetivo de aumentar a importância
da água na agenda política dos governos, aprofundar discussões, trocar experiências
para os atuais desafios e formular propostas concretas.
Mobilização - David Rocha, analista ambiental do Departamento de Educação
Ambiental do MMA (DEA/SAIC/MMA), concorda com Marccella. Para ele, o encontro
servirá como impulso inicial para aumentar a mobilização da juventude na gestão dos
recursos hídricos. “O evento, que já está sua quarta edição, vem trazendo propostas
interessantes para a gestão da água. No então, a participação da juventude nesse
debate não tem sido representativa. Com a edição deste ano, pretendemos aproximar
o tema dos jovens, e promover uma maior mobilização”, explicou.
Além deles, participarão do encontro, pelo MMA, outros representantes das
secretarias de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU), e de Articulação
Institucional e Cidadania Ambiental do ministério (SAIC).
Para Luizio Felipe Rocha, articulador nacional da ONG Engajamundo, os primeiros
passos estão sendo dados, que é a presença de fato dos jovens nos espaços de debates
e decisões. “Essa gestão não se faz de imediato, ela é resultado de planejamento e
implementação de políticas a médio e longo prazos. O fato é que a juventude será a
mais afetada pela boa ou má gestão de tais recursos”, afirmou. Enraizar essas questões
na juventude é essencial para a transição para uma sociedade baseada em um novo
paradigma de sustentabilidade.
Juntamente com o Encontro será realizado, no mesmo local, o XIII Diálogo Interbacias
de Educação Ambiental em Recursos Hídricos, evento voltado à educação ambiental
em recursos hídricos, que vai reunir representantes (educadores, técnicos e agentes
ambientais) de 21 comitês de bacias hidrográficas paulistas.