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SÃO PAULO, 06 DE OUTUBRO DE 2016.

SÃO PAULO, 06 DE OUTUBRO DE 2016. - Prefeitura …...Doria anuncia que vai entregar a gestão dos parques a empresas Novo prefeito quer abrir concessão. Setor privado poderá explorar

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Ecocidade | Pássaros em São Paulo

O programa Ecocidade recebe Sandro Von Matter, pesquisador em ecologia e

conservação e idealizador do Instituto Passarinhar, e Anelisa Magal, bióloga da

Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, para uma discussão sobre a importância dos

pássaros para o equilíbrio de grandes metrópoles como São Paulo, onde habitam mais

de 400 espécies.

04/10/2016

Assista a matéria aqui.

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Por melhorias, gestão do Ibirapuera será entregue à empresa

Em entrevista à revista Veja, João Doria condena estrutura do parque: "quadras

esportivas caindo aos pedaços e os banheiros imundos"

05/10/2016

Eleito no último domingo, 2, à prefeitura de São Paulo, João Doria afirmou em

entrevista à revista Veja SP que o parque do Ibirapuera, principal área verde da capital

paulista, está na lista de pacote de concessões de sua gestão.

"A administração do Ibirapuera hoje deixa muito a desejar, exemplo disso são as

quadras esportivas caindo aos pedaços e os banheiros imundos".

Segundo o prefeito, o vencedor da licitação poderá explorar a comercialização de

alimentos, além da realização de eventos no local.

O modelo e o tempo de concessão, segundo o prefeito, ainda serão definidos. Além do

Ibirapuera, os parques da Aclimação e do Carmo também estão na lista de possíveis

privatizações. Doria garante que o acesso a esses locais continuará gratuitos.

"Eu amo o Ibirapuera, mas ele precisa melhorar e o setor privado vai nos ajudar a fazer

isso", afirma o novo prefeito, que não se preocupa com eventuais polêmicas a respeito

desse plano. "Não terei medo de fazer o melhor para São Paulo", garante.

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Doria anuncia que vai entregar a gestão dos parques a empresas

Novo prefeito quer abrir concessão. Setor privado poderá explorar quiosques de

comida e eventos

06/10/2016

O prefeito eleito João Doria (PSDB) afirmou ontem que vai repassar a administração de

parques municipais como o Ibirapuera, na zona sul, e o do Carmo, na zona leste, para a

iniciativa privada. A capital possui atualmente 107 parques sob administração da

Prefeitura de São Paulo.

"Vamos apresentar, ao longo de 2017, o programa de concessão dos parques públicos,

incluindo o Ibirapuera. Com custo zero para o usuário, que só terá vantagens e

benefícios com um parque melhor, mais limpo, organizado, seguro, iluminado, com

banheiros que funcionam, aparelhos de ginástica de qualidade e quadras

poliesportivas sem buracos e em ordem", afirmou o prefeito eleito ao Agora.

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Segundo ele, o modelo adotado será o de concessão, como nas estradas paulistas.

"Não é privatização, é concessão", disse o tucano.

Doria afirmou que pretende reduzir os gastos da prefeitura para aumentar os

investimentos em saúde. Com a concessão do Ibirapuera, economizará cerca de R$ 21

milhões gastos anualmente para manutenção.

A ideia, segundo o tucano, é que a concessionária lucre com quiosques de alimentação

e organização de eventos, por exemplo. Mas ele ainda nào estima quanto o município

pode receber. "Ainda nào temos esse valor. A proposta será desenhada tão logo a

gente assuma", disse.

Ele afirmou que estruturas internas do Ibirapuera, como o planetário e os museus,

continuarão sob gestão independente. "Essas operações serão preservadas dentro das

características que possuem. O que será concessionado é a área de gestão do parque",

ressaltou. A promessa é de que os funcionários atuais terão prioridade para manter

seus empregos. "Quem está lá é quem conhece melhor a operação do parque", disse.

Questionado sobre o parque do Carmo, onde o estacionamento é gratuito, Doria não

descartou a cobrança de tarifa para carros. "Vamos analisar. Não dá para dizer", disse.

"São muitos parques. Faremos tudo com serenidade e a devida calma."

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Secretaria vai cuidar de concessões

O prefeito eleito João Doria (PSDB) criará duas secretarias hoje inexistentes, uma

voltada a PPPs (parcerias público-privadas) e outra, comandada pelo vereador eleito

Daniel Annenberg (PSDB), dedicada à digitalização de serviços públicos e à ampliação

do acesso à internet. A primeira deverá ser comandada por um nome do mercado da

confiança do tucano. Além da concessão dos parques, o prefeito eleito pretende fazer

o mesmo com o Pacaembu e cemitérios, além de vender o Anhembi e Interlagos.

Haddad veta veta a proibição de fumantes

O prefeito Fernando Haddad (PT) vetou o projeto de lei que proíbe fumar em praças e

parques da cidade, aprovado em votação na Câmara em 24 de agosto.

Haddad justificou que o texto nào deixa claro os locais enquadrados na lei, já que há

no documento a expressão "em demais locais públicos ou privados, abertos à

frequência coletiva, destinados à prática esportiva e de lazer". O prefeito alega que os

agentes nào têm instrumentos para multar o fumante, já que ele nào é obrigado a se

identificar.

Mudança precisa ser aprovada pela Câmara

Antes de entregar o parque Ibirapuera nas mãos da gestão privada, o projeto do

prefeito eleito João Doria (PSDB) terá de passar pela avaliação dos 55 vereadores da

Câmara Municipal. Especialistas ouvidos pelo Agora afirmaram que, assim como coube

à Assembléia Legislativa de São Paulo decidir sobre a abertura de licitação para a

privatização de 25 parques estaduais, ligados à gestão Geraldo Alckmin (PSDB), o

mesmo deverá ser feito com as áreas verdes da capital.

"Como o partido do candidato eleito tem a maioria na Câmara, o projeto deve ser

aprovado, mas é uma temeridade”, afirma o professor de gestão pública Ricardo

Carlos Gaspar, do departamento de economia da PUC (Pontifícia Universidade

Católica). Gaspar disse defender parcerias entre o poder público e a iniciativa privada

apenas para alavancar investimentos. "A manutenção de espaços públicos precisa ser

feita pelo poder público”, afirmou.

Também do departamento de economia da PUC, o professor Gabriel Rossini disse que

o principal receio com o modelo são possíveis restrições ao parque. "É uma medida

antidemocrática, feita em uma cidade com poucos espaços públicos."

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Administração do Ibirapuera será entregue a uma empresa

Principal área verde da cidade está no pacote de concessões de parques municipais que

serão oferecidas à iniciativa privada, diz João Doria

05/10/2016

Um dos cartões-postais da cidade e principal área verde da metrópole, o Ibirapuera

terá um novo "dono" nos próximos anos. Segundo o prefeito eleito, o tucano João

Doria, o local encabeça a lista de parques da capital que irão entrar no pacote de

concessões do seu governo. Dessa forma, a gestão do lugar, hoje de responsabilidade

do município, será entregue a uma empresa privada. "A administração do Ibirapuera

hoje deixa muito a desejar, exemplo disso são as quadras esportivas caindo aos

pedaços e os banheiros imundos", afirmou Doria a VEJA SÃO PAULO. "Vamos cobrar do

concessionário essas e outras melhorias." Em contrapartida, o vencedor da licitação

terá o direito de explorar quiosques de alimentação e realizar ali eventos de pequeno

porte, entre outras coisas.

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Além do Ibirapuera, os parques da Aclimação e do Carmo também irão fazer parte do

mesmo pacote de privatizações. O modelo e o tempo de concessão ainda serão

definidos por Doria e sua equipe. De acordo com o político tucano, o acesso a esses

locais continuará sendo gratuito. "Eu amo o Ibirapuera, mas ele precisa melhorar e o

setor privado vai nos ajudar a fazer isso", afirma o novo prefeito, que não se preocupa

com eventuais polêmicas a respeito desse plano. "Não terei medo de fazer o melhor

para São Paulo", garante.

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Doria quer conceder Ibirapuera e parque do Carmo à iniciativa privada

06/10/2016

O prefeito eleito João Doria (PSDB) afirmou que os parques Ibirapuera (zona sul) e do

Carmo (zona leste) estarão entre as áreas municipais que serão concedidas à iniciativa

privada em seu mandato.

"Vamos apresentar, ao longo de 2017, o programa de concessão dos parques públicos,

incluindo o Ibirapuera. Com custo zero para o usuário, que só terá vantagens e

benefícios com um parque melhor, mais limpo, organizado, seguro, iluminado, com

banheiros que funcionam, aparelhos de ginástica de qualidade e quadras

poliesportivas sem buracos e em ordem", disse o tucano nesta quarta (5) à

reportagem.

O projeto de Doria envolverá ainda outros parques, dentre os 107 da prefeitura.

A ideia é que a concessionária lucre com quiosques de alimentação e organização de

eventos nesses espaços. Mas ele ainda não estima quanto o município pode receber.

"A proposta será desenhada tão logo a gente assuma."

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Doria diz que a meta é reduzir gastos para aumentar os investimentos em saúde. Com

a concessão do Ibirapuera, economizaria R$ 21 milhões anuais para manutenção.

Segundo ele, estruturas internas do Ibirapuera, como o planetário e os museus,

continuarão sob gestão independente. "Essas operações serão preservadas dentro das

características que possuem. O que será concessionado é a área de gestão do parque."

Questionado sobre o parque do Carmo, onde o estacionamento é gratuito, Doria não

descartou a cobrança de tarifa para carros. "Vamos analisar. Não dá para dizer", disse.

CICLISTAS

Na noite desta quarta, ciclistas fizeram um protesto contra medidas anunciadas por

Doria. A manifestação pacífica reuniu cerca de 50 ciclistas que pedalaram da avenida

Paulista até a frente da casa do tucano, nos Jardins.

Com a frase "nem um metro a menos" nas roupas, pediram que Doria não suspenda o

plano de ampliação de ciclovias (o tucano cogita retirar algumas) e que mantenha os

limites de velocidade nas marginais Tietê e Pinheiros.

"Serão 1.200 mortes a mais em quatro anos de seu governo. Você vai assumir?",

diziam cartazes dos manifestantes.

Na porta da casa de Doria, ciclistas tocaram a campainha. Foram atendidos por um

segurança, que disse que o tucano não estava e recebeu de uma ciclista uma "carta-

compromisso" que pede para o futuro prefeito manter as ciclovias e o projeto de 1.500

km dessas pistas até 2030.

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Doria descarta recursos para o Parque Augusta

Construtoras que são donas de terreno pedem, ao menos, R$ 120 milhões para liberar

área

05/10/2016

O prefeito eleito João Doria (PSDB) indicou na terça-feira (4) que, se depender do seu

governo, a criação do Parque Augusta, na região central, não sairá do papel.

— A Prefeitura não vai gastar dinheiro público nisso, dinheiro que precisa ser

priorizado em saúde e educação. Quero deixar bem claro que não comprarei terreno

para fazer praça ou parque.

A afirmação de Doria abre mais um capítulo na novela que se tornou o projeto de abrir

à população o terreno de 23,7 mil metros quadrados entre as Ruas Caio Prado e a

Marquês de Paranaguá.

As construtoras Setin e Cyrela, proprietárias da área exigem ao menos R$ 120 milhões

da Prefeitura para abrirem mão de um projeto que prevê a construção de quatro

torres de 36 a 45 metros de altura no local — projeto já aprovado pelo órgão do

patrimônio municipal.

O valor pedido representa o dobro do pago em janeiro de 2014 e não foi aceito pela

gestão Fernando Haddad (PT).

— Essa alternativa [de pagar a desapropriação] é zero. Agora, o entendimento com os

proprietários nós podemos ter, para que parte da área possa ser aberta à população.

Para a presidente da Sociedade Amigos e Moradores Cerqueira César, Célia

Marcondes, o prefeito eleito está "equivocado".

— A gente nunca vai desistir. Esse parque é imprescindível.

O empresário Elie Horn, dono da Cyrela, aparece como doador de R$ 100 mil para a

campanha de Doria. Ele também financiou o mesmo valor a Celso Russomanno (PRB),

Marta Suplicy (PMDB) e Haddad.

A assessoria de Doria nega que a decisão será tomada levando em conta interesses

privados.

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Blitz Rádio Estadão: Moradores da Serra da Cantareira pedem que

autoridades mude trajeto de aviões

05/10/2016

Ouça a matéria aqui.

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Haddad veta PL que queria proibir o paulistano de fumar em locais

abertos

Com autoria do vereador reeleito Ricardo Teixeira (PROS), projeto de lei havia sido

recentemente aprovado pela Câmara

05/10/2016

O prefeito Fernando Haddad (PT) vetou o projeto de lei 52/2011 de autoria do

vereador Ricardo Teixeira (PROS) que proibiria, caso fosse aprovado, o consumo de

cigarros ou qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, em praças,

parques e demais locais públicos ou privados que fossem abertos e com presença

constante de pessoas. O PL havia sido aprovado em segunda e definitiva votação na

Câmara Municipal de São Paulo no último dia 24 de agosto e tramitava desde fevereiro

2011.

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A decisão do veto total e suas circunstâncias foram publicadas no último dia 30 no

Diário Oficial da Cidade de São Paulo.

O principal motivo do veto foi o fato de que ele poderia gerar dúvidas quanto ao

cumprimento da lei, pois algumas questões estariam “confusas”, o que dificultaria sua

compreensão, de acordo com o Diário Oficial.

Um trecho da publicação cita a seguinte parte do texto do documento enviado à

Câmara: “’demais locais públicos ou privados, ao ar livre, abertos à frequência coletiva,

destinados à prática esportiva e de lazer’ confere ao texto abrangência que acaba por

prejudicar a sua escorreita aplicação”, explica.

No entendimento do atual gestor, seria um tanto quanto complicado para os fumantes

definirem quais locais a proibição do cigarro estaria valendo, já que “praticamente

todos os locais abertos da cidade, a exemplo, inclusive, das nossas ruas” podem se

enquadrar nas especificações citadas no documento do PL.

A dificuldade para manter uma fiscalização eficaz também foi apontada como um dos

motivos para o veto.

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Haddad veta projeto que proibia fumar em parques e praças

06/10/2016

Prefeito justificou a negativa dizendo que a proposta é abrangente, poderia confundir

o paulistano e dificultaria a fiscalização dos agentes municipais.

O prefeito Fernando Haddad (PT) vetou, na íntegra, o projeto de lei que proibia fumar

em locais abertos, como praças e parques e espaços públicos esportivos. A alegação é

que a proposta é muito abrangente, deixaria os paulistanos confusos e dificultaria a

fiscalização.

A medida, aprovada pela Câmara no fim do mês passado, causou polêmica e críticas

até de quem não é fumante. Usuários ouvidos pelo DIÁRIO à época da aprovação do

projeto, cuja autoria é do vereador Ricardo Oliveira (PROS), disseram que a medida

expulsaria os visitantes dos parques. Já o parlamentar defendeu que os lugares feitos

para praticar esportes, como por exemplo o Parque Ibirapuera, não combinam com o

tabagismo. “Não é lógico fumar em um local onde há verde, que tem vocação

esportiva, ou seja, é propício para a saúde. Não combina ”, justificou o vereador ao

DIÁRIO.

Na esteira da restrição, conforme Teixeira, a Prefeitura deveria orientar e assistir ao

fumante que quer deixar a prática, seja orientando ou oferecendo medicamentos. No

veto, Haddad afirma que a expressão no projeto de lei “demais locais públicos ou

privados, ao ar livre, abertos à frequência coletiva, destinados à prática esportiva e de

lazer” não é específico, pois pode “abarcar praticamente todos os lugares abertos da

cidade, a exemplo, inclusive, das nossas ruas, gerando incerteza à população sobre o

correto cumprimento da vedação que se pretende instituir”. O prefeito também citou

a dificuldade de se fiscalizar uma medida como essa, já que os “agentes municipais não

dispõem de instrumentos para multar o fumante, especialmente porque não é possível

obrigá-lo a se identificar.” A Câmara pode derrubar o veto do Executivo, mas é

improvável.

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Brasil gera volume de lixo superior ao de alguns países mais

desenvolvidos

Mesmo com retração de 3,8% do PIB, os resíduos gerados aumentaram em 1,7% em

2015, sendo que cada brasileiro foi responsável por 391 kg de detritos, mais que fapão,

Coréia do Sul e Islândia Brasil gera volume de lixo superior ao de alguns países mais

desenvolvidos Coleta seletiva aumentou em 70% dos municípios, mas os índices de

reciclagem continuam estagnados

06/10/2016

Apesar do momento de crise no Brasil, o consumo e descarte de resíduos sólidos

urbanos aumentou 1,7%. Em 2015, cada brasileiro gerou cerca de 391 kg de lixo, um

volume até maior do que o de países desenvolvidos e com renda (PIB per capita) alta,

como lapão, Coréia do Sul e Islândia.

Os dados são da nova edição do "Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil”, da

Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). A

pesquisa foi apresentada na terça-feira (4), na Feira Internacional de Meio Ambiente

Industrial e Sustentabilidade (Fimai Ecomondo). O estudo mostrou que o total de RSU

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gerado no Brasil subiu de 78,6 milhões de toneladas em 2014 para 79,9 milhões de

toneladas em 2015.

Segundo o diretor-presidente da Abrelpe, Carlos Silva Filho, o mais preocupante

destes dados é que a população brasileira cresceu pouco neste período, apenas 0,8%,

e a atividade econômica (PIB) retraiu 3,8%. “O volume de resíduos está muito atrelado

ao poder aquisitivo da população e, mesmo com o desemprego e queda de renda em

muitas famílias brasileiras, isto não se refletiu aqui", disse. Silva Filho alertou as

gestões das cidades brasileiras para um maior comprometimento com a política

nacional de resíduos sólidos, em vigor desde 2010, uma vez que 3.300 municípios

ainda fazem uso de unidades irregulares para destinação do lixo. Segundo o estudo,

cerca 76,5 milhões de brasileiros, ainda depositam os resíduos em lixões ou aterros

controlados. No Estado de São Paulo, 7,9% do lixo vai para lixões, 14,9% para aterros

controlados e 77,2% para aterros sanitários. "O Brasil continua bastante atrasado no

atendimento às determinações da PNRS.

No ritmo atual, o País não conseguirá cumprir o compromisso assumido perante a

ONU, para implementar as ações definidas como prioridade até 2030”, observou o

diretor-presidente da Abrelpe. A gestão adequada de resíduos sólidos é uma das

metas da nova agenda global dos 193 Estados-membros da ONU, que estabeleceram o

compromisso de reduzir, até 2030, a geração de resíduos por meio da prevenção,

redução, reciclagem e reúso.

Embora 70% dos municípios tenham apresentado alguma iniciativa de coleta seletiva

em 2015, ante os 64,8% de 2014, os índices de reciclagem não apresentaram o mesmo

avanço e, em alguns setores, houve até mesmo redução do total efetivamente

reciclado, em comparação aos índices registrados anteriormente. A reciclagem de

garrafas PET, por exemplo, foi reduzida em 51%. Ainda segundo Silva Filho, a redução

do reaproveitamento de materiais acontece por falta de incentivo, conscientização c

equipamento (coleta seletiva em porta ou lixos de reciclagem) à população pela

prefeitura. Investimentos

Para executar os serviços de limpeza urbana, as prefeituras investiram, em média,

recursos da ordem de R$ 10,15 por habitante/mês, o que equivale a dois cafezinhos.

“É muito pouco o investimento para gerenciar a quantidade de resíduos produzidos",

disse Silva Filho. Segundo ele, as obrigações municipais para com a gestão dos resíduos

aumentam a cada ano e os orçamentos segue em via contrária, com reduções

periódicas. Silva Filho acredita que a solução para melhorar a gestão dos resíduos é

desvincular a limpeza urbana do orçamento geral das cidades, devendo ser custeados

pelos geradores, no princípio poluidor-pagador.

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Avanço do desmatamento na Amazônia causa alerta no governo

Perda de floresta no período de agosto de 2014 a julho de 2015 foi maior do que o

esperado, ultrapassando a barreira dos 6 mil km²; tendência é de crescimento também

neste ano

06/10/2016

O aumento da taxa de desmatamento da Amazônia a partir de 2014 acendeu o sinal

amarelo no governo federal, que convocou nesta quarta-feira e quinta representantes

da academia, de governos estaduais e da sociedade civil para discutir formas de

combater a perda da floresta, a fim de cumprir a meta de zerar o desmatamento ilegal

até 2030.

Na semana passada, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgou uma

atualização para cima da taxa de desmatamento observada entre agosto de 2014 e

julho de 2015. Dados preliminares do Prodes, o sistema de monitoramento por satélite

do Inpe que apresenta a taxa oficial do desmatamento do ano, anunciados em

novembro do ano passado apontavam que haviam sido perdidos 5.831 km² de floresta,

o que já seria uma alta de 16% em relação a agosto de 2013 e julho de 2014. O

aperfeiçoamento da análise mostrou que o corte raso atingiu 6.207 km². O aumento

real foi de 24%.

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Este é o maior valor desde 2011 e mostra uma tendência de alta perigosa. A partir de

2008, o desmatamento da Amazônia apresentou quedas sucessivas, chegando ao

menor valor em 2012 – 4.571 km². De lá para cá, ocorreram algumas altas e baixas,

mas a taxa ficou em torno de 5.000 km². É a primeira vez que volta a passar a barreira

dos 6 mil. E a expectativa é que a tendência de alta continue.

“Estou preparada para isso”, disse ao Estado Thelma Krug, diretora do Departamento

de Políticas para o Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, sobre

a nova taxa do Prodes deste ano.

O anúncio preliminar do período de agosto do ano passado a julho deste ano deve sair

em novembro, mas dados de outro sistema do Inpe, o Deter, que observa a Amazônia

em tempo real, dão sinais de que o crescimento deve ter se mantido. O Deter lança

alertas que orientam a fiscalização e neste ano eles compreenderam uma área 16%

maior que no ano anterior.

Grandes áreas. Ao apresentar esses dados no seminário de ontem em Brasília, o Inpe

apontou que voltaram a ocorrer grandes polígonos de desmatamento, que tinham

ficado mais raros nos últimos anos. Com o avanço dos mecanismos de comando e

controle desde 2008, a derrubada de grandes porções de floresta foi diminuindo,

porque é muito mais fácil de ser detectada por satélite e pela fiscalização. Os cortes

passaram a ocorrer em menores áreas, o que era uma explicação para a dificuldade de

reduzir ainda mais a taxa total.

No consolidado de 2014, 69% dos desmatamentos tinham ocorrido em propriedades

de até 50 hectares. Em 2015, essa faixa passou a representar 59% dos cortes. Já áreas

entre 100 e 500 hectares, que em 2014 tinham sido responsáveis por 15% do

desmatamento, em 2015 abocanharam 20%.

Thelma, que está coordenando a nova fase do plano de combate ao desmatamento

(PPCDAM), reconhece que têm ocorrido problemas na fiscalização desde 2014. Cortes

no orçamento atingiram o Ibama e ela acredita que houve uma “percepção de falta da

presença do Estado na Amazônia”, mas diz que houve uma sinalização do governo

Temer de que vai voltar a apoiar a fiscalização e o controle.

Segunda ela, a nova fase do PPCDAM vai trazer um novo eixo de atuação:

instrumentos econômicos para incentivar o produtor a não desmatar. E um esforço de

fiscalização mais concentrado nas áreas que mais têm sofrido com o desmatamento:

florestas públicas que não têm destinação, terras privadas e assentamentos rurais.

Encruzilhada. Paulo Moutinho, pesquisador do Instituto de Pesquisa Ambiental da

Amazônia (Ipam), um dos representantes da sociedade civil no seminário, afirmou que

se a alta se confirmar, o País estará diante de uma encruzilhada.

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“Ou toma ações definitivas para acabar de uma vez com o desmatamento, criando

alternativas inclusive para o corte legal, como novas formas de rendimento, ou vamos

ver essa retomada da perda da Amazônia com um agravante que não tínhamos antes”,

disse

Ele se referiu ao aquecimento global. “Desmatamento e mudança do clima

combinados trazem seca e causam um processo extra de degradação que pode mudar

mais rápido o clima na região, afetando até mesmo a principal fonte de PIB do Brasil,

que é o agronegócio”, explicou.

O Ipam ofereceu um conjunto de seis ações que poderiam ajudar a zerar o

desmatamento: criar salvaguardas mais criteriosas para obras de infraestrutura na

região; implementar o Código Florestal; agir nos assentamentos; implementação do

PPCDAM; agir nas florestas públicas não destinadas e criar sistemas financeiros

inovadores para a conservação da floresta.

Sobre os assentamentos, destacou que hoje cerca de 30% do desmatamento ocorre

neles.

“Está concentrado em uma parcela deles e ocorre tanto pelas mãos do assentado

quando por terceiros. É preciso criar uma política de reforma agrária, com assistência

técnica e mecanismos inovadores para que eles consigam viver da terra e não migrem

para o que chamamos de ‘agronegocinho’”, disse Moutinho.

Assim como Thelma, ele lembrou o papel das áreas sem destinação. “Temos mais de

70 milhões de hectares na Amazônia nessa situação. É quase a mesma área total que

foi desmatada ao longo dos anos na Amazônia. Elas são objeto de grilagem. Destiná-las

para um uso sustentável ou transformá-las em unidades de conservação é o modo

mais rápido de frear o avanço sobre essas áreas”, defendeu.

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Desmatamento na Amazônia sobe 24% em 2015, mostra Inpe

06/10/2016

O desmatamento na Amazônia Legal aumentou 24% de agosto de 2014 a julho de

2015, em relação ao período anterior, de agosto de 2013 a julho de 2014. Essa é a

maior taxa nos últimos quatro anos. Os dados consolidados do Projeto de

Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes) de 2015

foram divulgados na quarta-feira (5) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

(Inpe) e apontam a derrubada de 6.207 quilômetros quadrados (km²) de floresta. No

período anterior, o desmatamento chegou a 5.012 km².

Em novembro de 2015, o instituto havia divulgado uma estimativa de 5.835 km² de

supressão de floresta para o Prodes 2015. Segundo o Inpe, a taxa consolidada foi

calculada com base em 214 imagens de satélite. Já a taxa estimada estava baseada em

96 imagens, selecionadas de modo a cobrir a área onde foram registrados mais de 90%

do desmatamento no período anterior e também os 43 municípios prioritários para a

fiscalização.

Segundo o representante do Inpe, Dalton Valeriano, há quatro anos a taxa está

oscilando em torno dos 5 mil km². “É um limite que precisamos atravessar. Novas

iniciativas precisam ser tomadas ou não vamos alcançar a meta até 2020″, disse. A

meta no âmbito do Programa de Prevenção e Combate ao Desmatamento da

Amazônia (PPCDAm) é chegar em 2020 desmatando menos que 4 mil km². Em 2004,

quando o programa foi criado, o Brasil desmatou 27.772 km² de floresta da Amazônia

Legal.

O Pará ainda é o Estado que lidera o aumento do desmatamento na Amazônia Legal. A

taxa para o estado subiu 14%, com uma supressão de 2.153 km² de floresta entre

agosto de 2014 a julho de 2015. Entretanto, para Valeriano, Mato Grosso e Amazonas

são os Estados que merecem atenção. “O que me preocupa são o retorno lento mas

constante da taxa no Mato Grosso e a ascensão no Amazonas. São pequenas, mas são

novas frentes de desmatamento”, disse, pedindo atenção das autoridades para esses

Estados.

Valeriano cita novas frentes de desmatamento, principalmente no Amazonas, como ao

longo da Transamazônica e nas regiões dos municípios de Lábrea, Apuí e Manicoré. O

desmatamento no Estado subiu 42% entre 2014 e 2015. A taxa, que era de 500 km², foi

para 712 km².

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Já no Mato Grosso a taxa de desmatamento subiu 49%, de 1.075 km² para 1.601 km².

O Prodes computa como desmatamento as áreas maiores que 6,25 hectares onde

ocorreu remoção completa da cobertura florestal – o corte raso. O representante do

Inpe disse que os dados estimados do Prodes 2016 serão apresentados em breve.

Combate ao desmatamento – Os dados consolidados do Prodes 2015 foram

apresentados na quarta-feira durante um seminário no Ministério do Meio Ambiente

(MMA) que vai reunir, até amanhã, representantes de governos, jornalistas, cientistas

e sociedade civil organizada para debater sobre onde está o problema e quais são os

possíveis caminhos para frear o desmatamento na Amazônia Legal.

Segundo o secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA,

Everton Lucero, é importante que os Estados forneçam dados regulares e atualizados

das autorizações para desmate legal de vegetação. A atual taxa de desmatamento não

diferencia o ilegal daquele feito com autorização dos órgãos estaduais. Para Lucero,

além de combater o desmate ilegal é preciso promover políticas para reduzir a

supressão legal sem prejuízo para a economia.

Durante o seminário, serão debatidos ainda as taxas de desmatamento em locais

específicos, como nas terras indígenas, áreas privadas, unidades de conservação e

assentamentos da reforma agrária. “Cada tipo de categoria territorial representa um

desafio específico que precisa ser enfrentado na sua especificidade”, disse o

secretário.

De 2012 a 2015, por exemplo, 94% do desmatamento em Roraima foi em

assentamentos e glebas federais; no Mato Grosso, 72% foi em áreas privadas; no

Amapá, 23% das unidades de conservação foram desmatadas; e no Pará, 39% do

desmatamento foi em glebas nesse período.

Durante o seminário, o MMA também quer colher subsídios para a construção da nova

fase do PPCDAm.

Nove Estados compõem a Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato

Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

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Seminário debate desmatamento na Amazônia

Ministro Sarney Filho participará do último dia do evento (06/10), organizado pelo

Ministério do Meio Ambiente (MMA) para aproximar sociedade civil do debate e da

busca por soluções em conjunto.

05/10/2016

O Ministério do Meio Ambiente (MMA) reúne, em Brasília, até quinta-feira (06/10),

representantes do governo federal, jornalistas, cientistas e sociedade civil organizada

para debater os novos dados do desmatamento na Amazônia, elaborados pelo

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O evento aproxima a sociedade civil do debate e da busca por soluções em conjunto.

Tem como objetivo a busca por mais transparência sobre as políticas públicas contra a

perda de cobertura nativa da Amazônia. Conteúdos debatidos servirão de subsídios

para a nova fase do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento na

Amazônia Legal (PPCDAm). O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, participará do

debate nesta quinta (06/10).

Na abertura do Seminário Técnico-Científico sobre os dados do Desmatamento da

Amazônia, realizada nesta quarta-feira (05/10), o secretário de Mudanças do Clima e

Qualidade Ambiental do MMA (SMCQ), Everton Lucero, afirmou que o objetivo do

ministro é abrir diálogo permanente com os vários setores envolvidos. “O que nos

permitirá avaliar com transparência as causas atuais do desmatamento e apontar

caminhos que possam reduzir as taxas anunciadas pelo Inpe”, destacou.

NÚMEROS

Segundo a equipe do Inpe, que apresentou na abertura do evento os dados mais

recentes, obtidos por meio do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na

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Amazônia Legal por Satélite (Prodes), o desmatamento na Amazônia Legal, no período

de julho de 2014 e agosto de 2015, ficou em 6.207 Km2. O número indica que as taxas

do desmatamento no bioma estão estáveis, oscilando na casa dos 5 a 6 mil Km 2 nos

últimos quatro anos.

O Prodes trabalhava com previsão inicial, feita em novembro do ano passado, de

5.835. A estimativa foi superada em 6,45%, dentro da margem trabalhada pelos

técnicos do instituto, conforme explicou o coordenador do programa, Dalton

Valeriano, do Inpe. “Não é possível falar em tendência de alta. A taxa estacionou e

temos que buscar meios de retomar a trajetória de queda”, avaliou o técnico. O

desmatamento no Brasil apresentou queda de 78% desde a implementação do

PPCDam, criado em 2004.

“Com o apoio dos vários segmentos, precisamos atender o que foi estabelecido no

Plano Nacional de Mudança do Clima (PNMC) que fixou uma meta de 3.925 km²/ano

até 2020, o que equivale a uma redução de 80% em relação à média do desmatamento

observado entre 1996 e 2005”, alertou o secretário Everton Lucero.

Para o secretário da SMCQ, um dos maiores desafios atuais consiste em distinguir o

desmatamento ilegal do legal, para que se possa efetivamente eliminar o primeiro e

promover políticas que possam reduzir o segundo, sem prejuízo do desenvolvimento

regional.

DESAFIOS

Como propostas para acelerar a redução do desmatamento nos próximos anos,

Everton Lucero deu ênfase à necessidade de melhorar a gestão compartilhada, com

apoio ao fortalecimento dos órgãos de meio ambiente estaduais, de forma que

estejam aptos a cumprir com suas competências. Valorizar os serviços ambientais

prestados pela floresta em pé e investir numa economia de baixo carbono foram

também destacados por Lucero.

O secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Luiz Fernando Rocha,

elogiou a decisão do ministro “de abrir um diálogo transparente com a sociedade

sobre o desmatamento da Amazônia”.

De acordo com a diretora do Departamento de Políticas para o Desmatamento do

MMA, Thelma Krug, “os desafios agora são maiores e mais complexos. O imediato já

foi feito. Agora temos que buscar soluções para os problemas localizados”.

Para Telma, a abertura para o diálogo deverá dar mais transparência às políticas

públicas de combate ao desmatamento, chamando a sociedade para contribuir com a

definição dos próximos passos. “Acumulamos bastante conhecimento sobre as áreas

críticas onde é preciso atuar”, concluiu.

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PAINEL

No segundo painel do dia, foi debatido o combate ao desmatamento em

assentamentos da reforma agrária. André Freddo, do Instituto Nacional de Colonização

e Reforma Agrária (Incra), abriu o painel explicando a Política Nacional de Reforma

Agrária. “Hoje o Incra tem a visão de que a produção precisa ser mais sustentável“,

afirmou, ao explicar que antes existia a cultura de desmatar para ter direito à terra.

Para Ane Alencar, do Instituto de Pesquisa Ambiental na Amazônia (IPAM), houve uma

mudança de concepção de uma reforma agrária somente produtiva para uma de base

de produção sustentável.

Um estudo do IPAM aponta que o desmatamento nos assentamentos agrários é um

processo concentrado, ou seja, 2% dos assentamentos contribuem com 50% do

desmatamento. Maria Isabel Escada, do Inpe, destacou que o grande desafio é

desenvolver e cuidar de toda cadeia produtiva que envolve os assentamentos. O

debate prosseguiu ao ser aberto para perguntas que foram mediadas pelo Eduardo

Pegurier, do site O Eco.

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Acordo de Paris contra mudanças climáticas entrará em vigor em 30 dias

Acordo foi ratificado por 72 países. Anúncio foi divulgado por órgão da ONU.

05/10/2016

O acordo sobre a mudança climática destinado a reduzir as emissões de gases de

efeito estufa foi ratificado por 72 países e entrará em vigor em um prazo de 30 dias,

anunciou a ONU nesta quarta-feira (5).

"Em 5 de outubro de 2016, o limite para a entrada em vigor do Acordo de Paris foi

alcançado", anunciou em seu site a Convenção Marco da ONU sobre Mudança

Climática (CMNUCC).

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Na terça-feira (4), o Parlamento Europeu havia aprovado a ratificação do Acordo de

Paris contra as mudanças climáticas, o que abriu caminho para a entrada em vigor do

primeiro pacto mundial contra o aquecimento global.

Acordo de Paris

No dia 12 de dezembro do ano passado, 195 países e a UE se comprometeram na

conferência do clima de Paris (COP21) a deter o aumento da temperatura do planeta

"muito abaixo dos 2ºC" e a ajudar economicamente os países mais vulneráveis ao

aquecimento global.

Para a entrada em vigor do acordo, que substituirá a partir de 2020 o atual Protocolo

de Kyoto, 55 países que representem 55% das emissões de gases de efeito estufa (GEI)

precisavam ratificá-lo.

Os 55% foram superados após a UE ratificar o acordo. "A Europa mostra na terça que é

capaz de grandes coisas quando sabe conjugar suas energias e suas forças", disse o

presidente do executivo europeu, Jean-Claude Juncker.

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Acordo de Paris atinge adesão mínima necessária e entra em vigor em 30

dias

O acordo que prevê o combate às mudanças climáticas atingiu nesta quinta-feira a

ratificação de 72 países, responsáveis por 56,75% das emissões de gases de efeito

mundiais, um pouco acima dos requisitos mínimos. Entra em vigor oficialmente em 4

de novembro

05/10/2016

O Acordo de Paris para o combate às mudanças climáticas atingiu nesta quarta-feira o

limite mínimo de adesões para entrar em vigor, depois que 72 países ratificaram o

texto, responsáveis por 56,75% das emissões de gases de efeito mundiais. Agora se

somam 30 dias para ele oficialmente entrar em vigor (*): 4 de novembro, véspera do

início da Conferência do Clima de Marrakesh.

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Definido em dezembro do ano passado por 195 países mais a União Europeia durante

a Conferência do Clima de Paris, precisava ser ratificado por ao menos 55 países,

responsáveis por 55% das emissões, para entrar em vigor.

A primeira marca tinha sido alcançada em 21 de setembro, quando chegou a 60 o

número de ratificações, mas na ocasião estavam cobertas apenas 47,76% das

emissões. Ali já estavam comprometidos os pesos-pesados de poluição climática do

mundo, como China e Estados Unidos e também o Brasil. No domingo, a Índia entrou

no jogo. Na terça-feira, 4, o Parlamento Europeu também ratificou o acordo, abrindo

espaço para que todos os países-membros da União Europeia também o fizessem.

O depósito da ratificação da União Europeia junto à Convenção do Clima da ONU

(UNFCCC) ocorreu hoje, assim como o da Nova Zelândia, atingindo a marca necessária.

Passaram apenas 10 meses desde que o acordo foi fechado em Paris. O tempo de

ratificação é recorde. Na prática isso significa que o mundo vai começar a fazer seus

planos para implementar ações que possam reduzir as emissões de gases de efeito

estufa a fim de limitar o aumento da temperatura média do planeta a menos de 2°C

até o final do século, com esforços para ficar em no máximo 1,5°C.

“A velocidade com que os países fizeram com que fosse possível a entrada do Acordo

da Paris em vigor é sem precedentes na experiência recente de acordos internacionais

e é uma poderosa confirmação da importância de as nações combaterem as mudanças

climáticas e perceberem a multiplicidade de oportunidades inerentes ao Acordo de

Paris”, declarou em comunicado à imprensa Patricia Espinosa, secretária executiva da

Convenção do Clima da ONU (UNFCCC).

Na Conferência do Clima de Marrakesh, que será realizada entre 7 e 18 de novembro,

já haverá a primeira reunião dos países para decidir os próximos passos do acordo.

Em contribuição ao acordo, cada país apresentou suas metas internas, as chamadas

INDCs, que apresentam com quanto cada um pode colaborar em termos de redução

das emissões. A conta, por enquanto, porém, não fecha com a meta final. Somados

todos esses esforços, o mundo ainda segue num rumo de aquecer em torno de 3°C até

2100. E enquanto isso o planeta continua aquecendo. A expectativa é que 2016 bata

pelo terceiro ano seguido o recorde de ano mais quente.

A rápida entrada do acordo em vigor dá mais tempo para que os países possam

começar a se planejar para implementar seus planos de ação e também para tornar

mais ambiciosas suas próprias metas a fim de conseguir conter o aquecimento.

“Trata-se de um passo histórico e de um momento definidor do que será o restante do

século XXI. A velocidade com a qual o novo acordo foi adotado, assinado e enfim

ratificado mostra que, após duas décadas de procrastinação, a política internacional

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começa a acertar o passo com o mundo real. Esperemos que não seja tarde demais”,

afirmou na terça, por meio de nota, o Observatório do Clima.

Brasil. O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, elogiou a velocidade. “A entrada

em vigor do Acordo de Paris, antecipadamente, significa que a sociedade global está

preocupada com a questão climática e engajada para que as mudanças climáticas não

atinjam níveis catastróficos como os prognósticos científicos indicavam”, disse.

Everton Lucero, secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do

Ministério do Meio Ambiente, afirmou ao Estado que vê um “significado político muito

grande” na entrada em vigor do acordo tão antes do esperado. “Quando o acordo foi

fechado em Paris, a expectativa é que entraria em vigor somente em 2020”, disse.

Segundo ele, o Brasil já vinha trabalhando na preparação de uma estratégia para

implementar as metas nacionais apresentadas como contribuição ao acordo, mesmo

antes de ele entrar em vigor. O País se comprometeu, por exemplo, a zerar o

desmatamento ilegal até 2030, e a aumentar a participação de fontes renováveis na

matriz energética.

Lucero afirmou que o plano é divulgar uma primeira versão dessa estratégia em

novembro, coincidindo com a entrada em vigor do acordo e com a COP de Marrakesh.

“A partir daí vamos discutir com a sociedade e os diversos setores para enriquecer essa

estratégia de modo que ela seja verdadeiramente nacional e responda a um novo

plano de desenvolvimento para o País, que seja feito em bases sustentáveis e de

baixas emissões de carbono.”

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Acordo de Paris entra em vigor em Novembro

05/10/2016

O Acordo de Paris sobre Mudança do Clima deverá se tornar lei internacional no dia 7

de novembro deste ano, menos de um ano após ter sido definido na CoP21 de Paris,

em 2015. Trata-se da mais rápida ratificação da história da ONU. Para efeito de

comparação, o Protocolo de Quioto levou sete anos para entrar em vigor.

Para Jill Duggan, diretor do Grupo de Líderes Corporativos do Príncipe de Gales, “a

velocidade sem precedentes que está impulsionando a rápida entrada em vigor do

Acordo de Paris mostra a enorme importância do desafio climático para os governos

em todo o mundo, apesar da turbulência política que emergem em muitas economias.

A importância do Acordo de Paris e seu impacto universal não podem ser

subestimados. A transição para uma economia de carbono zero é inevitável. Agora é o

momento para as empresas comecem a se preparar para um futuro de carbono zero.”

Para se tornar lei internacional, o Acordo de Paris teve que cumprir duas condições:

ser ratificado por mais de 55 países e que estes respondam por mais de 55% das

emissões globais dos gases que causam o efeito estufa. Por isso, o Acordo de Paris

previa um prazo até 2020 para sua entrada em vigor. Mas este segundo requisito será

preenchido nesta sexta, 7 de outubro, quando a União Europeia depositará seu

instrumento de ratificação do acordo na sede da ONU, em Nova York.

Para Alden Meyer, diretor de Estratégia e Política da Union of Concerned Scientists

dos Estados Unidos, “O fato de que o Acordo de Paris está tendo efeito muito mais

cedo do que antecipado mostra que os líderes entendem a necessidade de ação

coletiva para enfrentar a ameaça crescente do clima. O anúncio conjunto, feito do mês

passado pelos EUA e pela China, que se juntaram ao acordo, claramente estimulou

outros países a acelerarem os seus processos internos. Embora este marco seja

certamente motivo de celebração, muito está por vir. Os países devem agora avançar

agressivamente para implementar e reforçar os seus compromissos de redução de

emissões no âmbito do acordo, se quisermos ter alguma chance de evitar os piores

impactos das mudanças climáticas “.

“Fortalecidos pelo apoio de cidades, empresas e investidores, em dezembro último

líderes mundiais agiram em nome dos seus cidadãos e no interesse de cada um de nós

neste planeta quando concordaram, por unanimidade, em dissociar o crescimento

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global de emissões de gases de efeito estufa. Essa foi a etapa do ‘Nas suas posições,

preparem-se’. Nós agora temos o nosso sinal de partida – este é o “já” em direção a

um futuro de baixo carbono. Um futuro que vai ser emocionante: acabar com o

domínio dos combustíveis fósseis vai gerar uma abundância de inovação e

oportunidades para todos nós. Nós podemos conquistar um ar mais limpo, cidades

mais saudáveis e um novo tipo de revolução ‘industrial’ apoiada por tecnologias que

nos permitem viver uma vida próspera dentro dos limites que nosso planeta pode

sustentar”, declarou Christiana Figueres, ex-secretária executiva da UNFCCC.

Para conseguir isso, Christiana aponta que “agora temos de aumentar a nossa ambição

para garantir o legado deste momento seja selado como um ponto de pivô positivo na

história. Um número crescente de pessoas comprometidas querem garantir que,

juntos, nossos líderes, comunidades, cidades, empresas e cidadãos podem realmente

dobrar a curva sobre as emissões do aquecimento global. Com a colaboração radical e

otimismo ilimitado, sob a iniciativa Mission 2020, temos o compromisso de acelerar

avanços materiais na economia global que gerem um mundo com clima seguro e

desenvolvimento para todos”.

Para Renato Redentor Constantino, Diretor Executivo do Instituto do Clima e Cidades

Sustentáveis das Filipinas, “devemos usar a entrada em vigor do Acordo de Paris para

fortalecer ainda mais a nossa determinação para uma ação mais rápida e mais decisiva

para reduzir os gases de efeito estufa e limitar o aquecimento global para menos de

1,5° c. É temporada de tufões novamente nas Filipinas, e o 3ª aniversário do tufão

Haiyan que se aproxima nos lembra dos impactos devastadores de uma ação

medíocre. Nós vemos o que os governos podem alcançar juntos se houver vontade

política, mas não devemos esquecer que ainda temos de implementar medidas

agressivas para mudar para um sistema de energia limpa e liberar financiamento para

proteger os mais vulneráveis do agravamento dos impactos climáticos. Precisamos de

uma ação orquestrada e rápida, em nível mundial e dentro de um calendário

ambicioso para reduzir os gases de efeito estufa. É igualmente importante que os

governos, as empresas e a comunidade científica mudem a narrativa do clima: do

ponto de desespero para uma mensagem de esperança de que um futuro próspero e

sustentável é viável se adotarmos a ação decisiva agora.”

“A velocidade com que o Acordo de Paris entrou em vigor foi notável. Mas agora

precisamos ver ações concretas para seguir com a mesma rapidez”, declarou

Mohamed Adow, Consultor Sênior sobre Clima, Christian Aid. “À medida que o furacão

Matthew deixa destruição por todo o Caribe, somos lembrados que o nosso clima

continua a passar por mudanças rápidas e que continuamos a poluir a atmosfera. O

Acordo de Paris foi como um avanço em um centro de reabilitação. Os líderes

mundiais admitiram pela primeira vez que tinham um problema de dependência dos

combustíveis fósseis e que iriam se limpar. A questão agora é se eles perseverarão

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neste novo caminho ou se desistirão na primeira decisão difícil. Como um viciado

saindo das drogas, eles precisam se afastar de verdade da substância prejudicial. Sua

atitude m relação às promessas do Acordo de Paris será testado nos próximos dias. É

imperativo que eles concordem com uma redução global dos gases de efeito estufa

HFCs em Ruanda na próxima semana.” (#Envolverde)

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Ministro comemora vigência de Acordo

Acordo de Paris entrará em vigor em 30 dias. Sarney Filho apoia a antecipação da

implantação do acordo global sobre mudanças do clima e destaca o protagonismo do

Brasil.

05/10/2016

O Acordo de Paris sobre mudança do clima foi ratificado por 72 países e entrará em

vigor em novembro. “A entrada em vigor do Acordo de Paris, antecipadamente,

significa que a sociedade global está preocupada com a questão climática e engajada

para que as mudanças climáticas não atinjam níveis catastróficos como os

prognósticos científicos indicavam”, comemorou o ministro do Meio Ambiente, Sarney

Filho.

O anúncio feito pela Organização das Nações Unidas (ONU), nesta quarta-feira (05/10),

mostra que 56,75% dos países responsáveis pelas emissões globais de gases de efeito

estufa entregaram seus instrumentos de validação, superando o mínimo necessário de

55% para que o pacto mundial entrasse em vigor. O Brasil depositou o instrumento de

ratificação em 21 de setembro na sede das Nações Unidas. “A rapidez com que a gente

homologou e se colocou como um país líder nesta questão tem tudo a ver com o fato

de sermos um país biodiverso e, portanto, termos um diferencial que precisamos

aproveitar nessa nova economia”, destacou o ministro.

O Brasil já está elaborando uma estratégia nacional para cumprir as metas do acordo.

O próximo passo é discutir com a sociedade e dialogar com vários setores para

enriquecer os meios de implantação. “Uma estratégia que seja verdadeiramente

nacional e que corresponda a um novo plano de desenvolvimento para o país, que seja

feita em base sustentável e de baixas emissões de gases de efeito estufa”, enfatizou o

secretário de Mudanças Climáticas e Qualidade Ambiental do MMA, Everton Lucero.

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SOBRE O ACORDO

A COP21 (21ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre

Mudança do Clima), realizada em Paris, em dezembro do ano passado, aprovou um

acordo para a redução das emissões de gases de efeito estufa.

A NDC (Contribuição Nacionalmente Determinada) brasileira, estabelecida no âmbito

do Acordo de Paris, apresenta a meta de reduzir as emissões do Brasil em 37%, em

2025, e em 43%, até 2030, abaixo dos níveis de 2005. A próxima conferência climática

da ONU começa em sete de novembro em Marrakech, no Marrocos.

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Na esteira do Acordo Climático, a urgência de se rever produções

industriais que desabrigam milhares

05/10/2016, por Amelia Gonzalez

Quatrocentas mil pessoas morrem por ano por conta das mudanças climáticas,

fenômeno que também já custou ao mundo mais de US$ 1,2 trilhões, ou seja,1,6% do

PIB global, também anualmente. O estudo que traz estes dados tem 331 páginas,

recebeu o título de “Climate Vulnerability Monitor: A Guide to the Cold Calculus of A

Hot Planet” (“Monitor de Vulnerabilidade Climática: Um Guia para o cálculo frio de um

planeta quente”, em tradução literal), e foi publicado pela organização não

governamental europeia DARA e pelo Forum de Vulnerabilidade Climática há cerca de

três anos, mas sua repercussão é atual.

Com a aprovação do Parlamento Europeu, o secretário das Nações Unidas Ban Ki

Moon anunciou que o Acordo entrará em vigor daqui a um mês, no dia 4 de

novembro. A expectativa é de que, com esse compromisso que já foi ratificado por 73

dos 197 países, responsáveis por56,87% das emissões, a situação registrada pela DARA

pode começar a mudar.

Mais de 50 cientistas, economistas e especialistas em política se reuniram para fazer o

estudo publicado no site da organização encomendado por 20 nações, entre elas

Bangladesh. A primeira-ministra do país, Sheikh Hasina, disse para a reportagem do

jornal britânico “The Guardian”, onde os dados foram publicados que o aumento de

temperatura de 1 grau (a Terra já está 0,7 grau mais aquecida) está associado à perda

de produtividade na agricultura.

“Sem essas perdas, poderíamos facilmente ter garantido um crescimento muito

maior”, disse.

Bangladesh faz fronteira com a Índia, que anunciou a ratificação do Acordo de Paris no

domingo (2), dia de aniversário de nascimento de Mahatma Ghandi.Índia tem 4,1% das

emissões globais e os 28 países membros da União Europeia têm 12%. Mas a Índia,

como se sabe, está crescendo violentamente, portanto a um passo de se tornar uma

emissora de maior peso.

O presidente Barack Obama saudou a notícia e disse que a história pode muito bem

julgar este como um “momento de virada para o nosso planeta” . Na verdade, foi bom

ter acontecido antes das eleições norte-americanas, porque corria-se o risco de Donald

Trump, candidato republicano, totalmente cético com relação às mudanças climáticas,

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saindo vitorioso, pudesse tirar a assinatura dos Estados Unidos, conseguido a duras

penas por Obama. E aí, adeus Acordo.

Mas o que, de fato, pode mudar no cotidiano das nações a partir desse Acordo? Há

muitas possibilidades. Na segunda-feira (3), por exemplo, o primeiro-ministro

canadense, Justin Trudeau, surpreendeu muita gente quando decidiu fazer

uma declaração afirmando que vai criar um imposto sobre as emissões de carbono a

partir de 2018 como parte de seus esforços para cumprir as metas estabelecidas pela

Conferência de Paris que aconteceu em dezembro, a COP-21. O próprio Trudeau tratou

de classificar sua atitude como “um verdadeiro e honesto esforço - hoje e todos os dias

- para proteger a saúde do nosso meio ambiente e, com isso, a saúde de todos os

canadenses". Mas não agradou a todos.

Em Alberta, província rica em petróleo por conta das areias betuminosas, o governante

Rachel Notley disse que espera que Trudeau decida positivamente sobre a construção

de um grande gasoduto ligando sua cidade à costa do Pacífico. Como se pode

imaginar, a obra éconsiderada insustentável pelos ambientalistas. Notley garante que

vai apoiar o imposto.

Há quem considere o imposto de carbono uma espécie de leopardismo – tudo deve

mudar para que tudo fique como está. É que o compromisso, que consiste em baixar

as emissões de carbono para que o aquecimento global não fique além de 2 graus até

o fim do século, exige muita mudança em setores sensíveis para o sistema econômico.

Para começar, será preciso olhar para alguns empreendimentos que já estão

provocando problemas sérios mundo afora.Exemplos disso não faltam, como o que

vem acontecendo no Delta Niger por causa da extração de petróleo.

O Niger é o rio mais importante da Nigéria,país africano mais povoado, com cerca de

170 milhões de pessoas, o maior exportador de petróleo da África e o sexto maior do

mundo. Tamanha riqueza nas entranhas daquele território, no entanto, não vai para a

população, que sofre de pobreza absoluta.Segundo reportagem publicada

pelo site Climate and Capitalism, a Shell Petroleum Development Company,

responsável pela extração, durante os últimos 50 anos já causou cerca de sete mil

acidentes, derramando vários bilhões de litros de petróleono Delta, um antigo paraíso

natural. Transformou-se em inferno.

A água subterrânea do Delta é contaminada com mais de 900 vezes a quantidade

possível de hidrocarbonetos. Todos os anos, mais de 400 milhões de toneladas de

dióxido de carbono são liberados na atmosfera. Isso, para dizer o mínimo.

Baseando-se na situação dos moradores do local, o advogado britânico Polly Higgins

solicitou à comunidade internacional para reconhecer o ecocídio como o quinto crime

contra a paz ou contra a humanidade e, dessa forma, incluir as vítimas na Convenção

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de Genebra para refugiados. São situações em que as pessoas são obrigadas a

abandonar seus territórios, não por estarem sendo vítimas de guerra civil ou ditadores,

mas porque não suportam mais a poluição causada por grandes empresas e seus

megaempreendimentos.

Mundo afora, povos tradicionais, ribeirinhos, indígenas, quilombolas, serão sempre os

primeiros a experimentarem o gosto amargo dos eventos climáticos sobre suas casas e

perspectivas de vida. Mas também são aqueles que, muito frequentemente, estão no

caminho das produções industriais que ajudam a poluir, a aquecer e,

consequentemente, a aumentar a quantidade de eventos extremos que matam e

obrigam as pessoas a migrarem. O Acordo de Paris precisa reconhecer isso e levar em

conta essa realidade para, de fato, ser reconhecido historicamente, pelas futuras

gerações, como um tratado que deu um jeito de estancar o aquecimento e suas

terríveis consequências contra os humanos. Não apenas contra o meio ambiente.

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Emissões de gás do efeito estufa são maiores do que estimativas atuais

Pesquisa usou base de dados 100 vezes maior que as anteriores. Estudo foi publicado

na revista científica 'Nature'.

05/10/2016

As emissões globais de metano, gás do efeito estufa, podem ser o dobro das

estimativas atuais, colocando um desafio adicional na luta contra as mudanças

climáticas, de acordo com pesquisadores.

Um novo estudo, baseado em uma base de dados 100 vezes maior do que as

analisadas anteriormente, utiliza uma metodologia que evita suposições discutíveis

relativas a modelos anteriores.

Dentro do cálculo, a emissão de metano durante a produção e a utilização de gás

natural, de petróleo e de carvão é de 20% a 60% maior do que se pensava, segundo

um estudo publicado na revista científica "Nature" nesta quarta-feira (5).

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"Os inventários de emissões e os estudos atmosféricos subestimaram as emissões de

metano a partir dos combustíveis fósseis", disse à AFP o autor principal do estudo,

Stefan Schwietzke, cientista do National Oceanic and Atmospheric Administration dos

Estados Unidos.

As emissões da indústria e de fontes geológicas naturais combinadas "são de 60% a

110% maiores do que as estimativas atuais", disse ele.

As novas descobertas podem ter sérias implicações para os esforços globais para

limitar o aquecimento global "bem abaixo" de 2ºC, como prevê o Acordo de Paris

sobre o Clima, que entrará em vigor no próximo mês, dizem os especialistas.

"Cenários de emissões atualmente utilizados para a previsão do clima precisam ser

reavaliados, levando-se em conta os valores revisados para as emissões de metano

geradas pelos humanos", disse o professor Grant Allen, da Universidade de

Manchester, ao comentar o estudo.

Em outras palavras, atingir a meta de temperatura promovida pela ONU pode ser

ainda mais difícil do que se pensava.

Embora não seja tão abundante, ou de longa duração como o dióxido de carbono

(CO2), o metano (CH4) é 28 vezes mais eficiente na retenção de calor na atmosfera da

Terra em um período de tempo de 100 anos.

É o segundo maior contribuinte para o aquecimento global depois do CO2, o que

representa cerca de um quinto do aumento da temperatura acumulado desde o início

da Revolução Industrial na metade do século 18.

Especialistas discordam sobre o porquê, mas os combustíveis fósseis não são,

aparentemente, os maiores culpados pelo aumento acentuado dos níveis de metano

na atmosfera nos últimos anos, segundo o estudo.

"As emissões de metano a partir do desenvolvimento de combustíveis fósseis foram

dramaticamente subestimadas", disse Schwietzke à AFP.

"Mas eles não são responsáveis pelo aumento no total das emissões de metano

observadas desde 2007", completou.