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Iyar / Sivan 5776 1
SHAVUOTA outorga
da Torá
2 Iyar / Sivan 5776
4 Iyar / Sivan 5776
Iyar / Sivan 5776 5
Um filho de três anos
costumava
brincar próximo a uma janela de vidro.
Batucava com sua mão no vidro, às ve-
zes chutava-o, e chegava até a experi-
mentar o barulho que a cabeça emitia
contra o vidro.
Percebendo o risco iminente, o pai
explicou ao garotinho o perigo da brinca-
deira. Mas não adiantou. Então o pai or-
denou que o menino parasse de brincar.
Ele não deu ouvidos. O pai levantou a voz,
dando um pequeno susto no filho. Nada.
Afastou-o da janela. Ele voltou. Deixou-o
de castigo por cinco minutos. Meia hora
depois lá estava ele novamente. Nada de
doces até o fim do dia!
Em Shavuot costuma-se ler Megui-
lat Rut. Este livro representa o símbolo
de chêssed – da bondade. Em Shavuot
comemoramos a Outorga da Torá. Como
a Torá manifesta a Bondade Divina do
começo ao fim, estudamos Meguilat Rut
justo nesta oportunidade.
Cientes da característica absoluta de
Bondade Divina, muitos yehudim afir-
mam: “Eu não cumpro todos os manda-
mentos da Torá, mas não consigo acredi-
tar que receberei punições por isso. D’us
não é cruel! Certamente Ele não me casti-
garia nem Se vingaria de mim porque eu
não cumpro o Shabat e não como casher!”.
Este argumento é forte e parte de
uma premissa certa: D’us não é cruel e
não faz o mal a alguém por não cumprir
Sua vontade.
Para elucidar melhor o conceito
de punição, o melhor é lembrar-se do
exemplo do pai que educa seu filho. Ao
educar uma criança, explicar, advertir,
fixar limites, corrigir e castigar são os
maiores símbolos do amor que o pai
sente pelo filho. Assim também, há re-
médios muito amargos aplicados com
muito carinho. Quase sempre os trata-
mentos corretivos – físicos ou não – são
mais dolorosos para o pai amoroso do
que para o filho.
A atenção que o pai concede ao filho
é prova de sua preocupação e carinho.
Deixar o filho agir a bel-prazer, sem qual-
quer reprimenda ou corretivo, é prova de
crueldade.
Que pai amoroso deixaria seu filho
comer qualquer coisa, frequentar qual-
quer ambiente, viajar de carro em meio
a uma tempestade?
D’us não prescreveu punições a Seus
filhos que transgridem Sua vontade por
mal, por vingança, mas unicamente por
Sua Bondade absoluta.
D’us, que criou o mundo, o corpo e a
alma das pessoas, conhece os melhores
caminhos e os melhores corretivos para
o corpo e para a alma.
Ao comemorarmos Shavuot, lembre-
mos da Bondade Divina e dos corretivos
consequentes dela. Lembremos também
que um pai bondoso incentiva, premia e
acaricia com muito mais veemência do
que pune. Lembremos, principalmente,
de agradecer e agradar a nosso Pai, cuja
Bondade é infinita.
Editorial
6 Iyar / Sivan 5776
Nº 144
Capa:
Shavuot
Comemorando I, pág. 18.
SHAVUOTA outorga
da Torá
A revista Nascente é um órgão bimestral de divulgação da
Congregação Mekor Haim.
Rua São Vicente de Paulo, 276 CEP 01229-010 - São Paulo - SP Tel.: 11 3822-1416 / 3660-0400
Fax: 11 3660-0404 e-mail: [email protected]
supervisão: Rabino Isaac Dichi
diretor de redação: Saul Menaged
colaboraram nesta edição: Ivo e Geni Koschland
e Silvia Boklis
projeto gráfico e editoração: Equipe Nascente
editora: Maguen Avraham
tiragem: 10.500 exemplares
O conteúdo dos anúncios e os conceitos emitidos nos artigos
assinados são de inteira responsa bilidade de seus autores, não representando,
necessariamente, a opinião da diretoria da Congregação Mekor Haim ou
de seus associados.
Os produtos e estabelecimentos casher anunciados não são de responsabilidade da Revista Nascente. Cabe aos leitores indagar
sobre a supervisão rabínica.
a Nascente contém termos sagrados. Por favor, trate-a com respeito.
Expediente
2118Comemorando I “A Outorga da Torá”.Rabino I. Dichi
51Comemorando II “Lembrete”.
08Pensando Bem I“Dois nomes, um povo!”.A história de um Berit Miláapós um atentado terrorista
14Variedades I“Frutas Exóticas”.
25Variedades II “Esses CarrosCuriosos!...”
Nesta Edição
Datas & DadosDatas e horários judaicos, parashiyot e haftarot para os meses de Shevat e Adar.
Iyar / Sivan 5776 7
22Era Uma Vez “Diamantes ou Conforto?”.
Nossa GenteAcontecimentos que foram destaques na comunidade.
30
12Dinheiro em Xeque “Nome do Filho”.A lei judaica sobre casos monetários polêmicos do dia a dia.
43Visão Judaica“A Outra Realidade”.Yochanan David Salomon
24Pensando Bem II“Pensamentos”.
55De Criança para Criança“ChocolateAmargo”. Chayim Walder
39Variedades III “MaravilhosoMundo Animal”.
49Passatempos “Palavras Cruzadas e Ilusão de Ótica”.
28Leis e Costumes “A Importância das Berachot”.Rabino I. Dichi
37Guimatriyá“Shavuot”.
8 Iyar / Sivan 5776
Pensando Bem I
Em novembro de 2015 a família Rosen,
de Miami, Flórida, estava celebrando
o nascimento de seu filho, um menino cujo nome
ainda não haviam decidido. Todos estavam real-
mente muito animados. Já tinham feito todos os
preparativos para o Berit Milá, mas ainda não
sabiam que nome dar à criança.
Indecisos, os Rosen procuraram um rabino a
fim de obterem alguma ajuda na escolha do nome.
O rabino lhes respondeu que todo pai e mãe ju-
deus são abençoados com a inspiração Divina no
momento em que escolhem um nome para seus
filhos. Um nome judaico não é apenas um apelido
que se atribui a alguém, mas um nome sagrado,
que surge com um propósito e uma missão es-
pecíficas nesse mundo – o nome de um indivíduo
descreve de fato a sua essência.
Após esta conversa, os pais da criança se
Dois Nomes,Um Povo!Dois dias após um trágico atentado terrorista em Chevron, a família Rosen, em Miami, recebeu a inspiração necessária para dar o “nome certo” a seu filho recém-nascido – uma surpreendente homenagem a três almas judias – mesmo sem saberem.
“Andrew Rosen e sua esposa não sabiam que nome dar ao seu filho, até que
tiveram uma ‘inspiração’.”
Iyar / Sivan 5776 9
Pensando Bem I
puseram a rezar para encontrar o
“nome certo”.
Em uma quinta-feira, três dias
antes do Berit Milá, a Sra. Rosen
conversou com o seu pai sobre sua
indefinição na escolha do nome do
bebê. Seu pai mencionou a ela so-
bre um avô que ele teve, que fora
uma pessoa muito especial, digno
de homenagens. Seu nome era Da-
vid Chay. Caso eles decidissem dar
o nome do avô a este novo descen-
dente, certamente seria um grande
mérito em memória de sua alma,
além de servir como bom exemplo e
influência para a criança.
No domingo, dia 15 de novembro
de 2015, durante o Berit Milá, eis
que chega o momento de nomear
o bebê. O Sr. Andrew Rosen, agora
bastante seguro quanto ao nome
escolhido, dita o nome de seu filhi-
nho para o rabino repetir: “Netanel
Yaacov”!
Os pais não sabiam de onde
havia surgido o nome mas, de al-
guma maneira, algo em seu íntimo
dizia ser o “nome certo” para aquele
bebê.
Mais tarde, naquele mesmo dia, a
Sra. Rosen recebeu um telefonema de
sua mãe. Ela estava muito emociona-
da e orgulhosa de sua filha. A mãe
da Sra. Rosen recebera um telefone-
ma de uma amiga elogiando muito
o nome que tinham escolhido para
o bebê. Disse que fora muito nobre
e louvável da parte da família Rosen
escolher os nomes das vítimas de um
atentado terrorista em Israel na sex-
ta-feira anterior ao Berit.
Pai e filho, Yaacov (44) e Netanel
(18) Litman, haviam sido assassi-
nados dois dias antes daquele Berit
Milá, no dia 13 de novembro, em um
atentado terrorista na cidade de Che-
vron. Toda a família Litman estava
dentro do carro a caminho do “Sha-
bat Chatan” – o Shabat anterior ao
casamento de uma das filhas da fa-
mília – quando foram surpreendidos
por um grupo de palestinos armados
que não hesitou em abrir fogo contra
“Caso eles decidissem dar o nome do avô, David Chay, este certamente seria um grande
mérito para sua alma.”
“Quando a Maguen David Adom chegou, já não havia mais tempo para salvar Yaakov e Netanel.”
“Seu filho mais velho, Netanel, ainda teve tempo de entrar em contato com as autoridades, mas logo foi abatido.”
10 Iyar / Sivan 5776
o carro de Yaacov Litman. Seu filho
mais velho, Netanel, ainda teve tempo
de entrar em contato com as auto-
ridades, mas foi logo abatido pelos
terroristas. Em um ato de bravura, o
filho mais novo de Yaacov conseguiu
chamar a Maguen David Adom, mas
quando a ambulância chegou já não
havia tempo para salvar seu pai e
irmão. Ele, sua mãe e as irmãs mais
novas, de 11, 9 e 5 anos, escaparam
do massacre. É possível que os terro-
ristas não os tenham visto no banco
traseiro, por conta do vidro escuro
adesivado do carro. A irmã mais ve-
lha, que se preparava para casar, não
estava no carro.
Entretanto, esses tristes aconte-
cimentos não haviam chegado aos
ouvidos dos Rosen antes do Berit
Milá. Eles nunca pensaram em ho-
menagear as vítimas do brutal aten-
tado terrorista.
A história por si só já parecia
bastante fascinante, a ponto de os
pais começarem a pesquisar em
suas árvores genealógicas se havia
algum registro de um nome similar,
mas não acharam nada. Decidiram
então estender suas buscas para os
artigos publicados sobre a família
vítima do atentado. Foi então que
ficaram pasmos ao descobrir que os
dois homens que foram assassina-
dos no atentado não tinham apenas
um nome. Cada um deles possuía
um segundo nome: Rabi Yaacov cha-
mava-se “Yaacov David”, enquanto
Netanel chamava-se Netanel Chay!
Era como se o avô David Chay, que
eles pensaram em homenagear a
princípio, tivesse escolhido a dedo
o nome dos dois mártires para a
criança!
O vivo e o morto, o assassinado
e o recém-nascido, as gerações pas-
sadas e futuras do povo judeu estão
de fato conectadas. Mesmo separa-
das por fusos horários, oceanos e
continentes, a alma do povo judeu
é uma só e está ligada em todo o
mundo, seja em momentos alegres
ou tristes.
Parabeniza a Congregação pela divulgação dos valores
judaicos!
Pensando Bem I
“Era como se o avô David Chay tivesse escolhido a dedo o nome dos dois mártires para a criança!”
“Ficaram pasmos ao descobrir que os dois homens que foram
assassinados possuíam um segundo nome.”
[email protected] (11) 99138-2476
Personal dietReeducação alimentar
Obesidade, Hipertensão, Diabetes,Colesterol, Triglicerídeos
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12 Iyar / Sivan 577612
Dinheiro em Xeque
Sará era uma senhora viúva que sofria
muito com o recente falecimento de
Efráyim, seu querido marido.
Mas, Baruch Hashem, logo ela foi brindada com
o nascimento de um lindo netinho.
A alegria em toda a família foi enorme!
Seu filho Reuven e todos os demais familiares
queriam muito homenagear o falecido pai dando
seu nome para o bebê. Porém, quando ficou saben-
do, Sará pediu ao filho para não dar à criança o
nome de seu falecido marido. Ela alegava que, toda
vez que fosse olhar para seu neto, iria se lembrar
de Efráyim e começaria a chorar.
Reuven ficou muito chateado com o pedido da
mãe. Ele achava que ela não tinha razão e que seu
pedido era injusto. Dizia que seu pai merecia esta
linda homenagem.
O dia do Berit Milá aproximava-se e Reuven foi
perguntar ao seu rabino se deveria dar o nome de
seu pai para o bebê ou se deveria escutar sua mãe e
não dar o nome de Efráyim para o filho.
O Veredicto
O Rav Yitschac Zilberstein Shelita fez esta per-
gunta ao seu cunhado, o Gaon Rav Chayim Ka-
nievsky Shelita, que respondeu para não dar o nome
do falecido para o bebê. Apesar de ser uma mitsvá
honrar o pai falecido desta forma, isso machucaria a
viúva. Neste caso, devemos nos preocupar mais com
o seu sofrimento, e abdicar de honrar o pai.
Nome do Filho
Iyar / Sivan 5776 1313
Dinheiro em Xeque
O comentar ista do Shulchan
Aruch Shabetay Cohen (o Shach),
escreveu (Yorê Deá 240, 20) que
apesar de um filho estar isento de
honrar um pai malvado, de todos os
modos está proibido de lhe causar
um sofrimento.
O Kêssef Mishnê (Hilchot Muma-
rim 6, 7) diz que, para não causar
sofrimento ao pai, o filho deve estar
disposto a perder todo o dinheiro do
mundo.
Portanto, de todas essas opi-
niões, aprendemos que devemos nos
preocupar mais com o sofrimento do
que com a honra dos pais.
Além disso, podemos acrescen-
tar às palavras do Rav Kanievsky
Shelita o que foi dito pelo concei-
tuado sábio “Nodá Bihudá”. No caso
de pais separados que solicitam si-
multaneamente favores ao filho, ele
pode decidir a quem quer obedecer
primeiro. Porém, no caso de uma
viúva é diferente. Suponhamos que
o pai lhe ordenou, ainda em vida,
que seguisse determinado compor-
tamento após sua morte. Se a mãe
viúva lhe ordenar algo diferente, en-
tão o filho precisa abrir mão da hon-
ra do pai e deve honrar a mãe, pois
é melhor honrar uma pessoa viva do
que a uma pessoa morta.
Apesar de que precisamos hon-
rar os pais tanto em vida quanto
após a morte, de qualquer maneira,
a honra principal que precisa ser
concedida é em vida.
Sendo assim, o f i lho deve dar
preferência à honra da mãe, uma
vez que está viva, em detrimento à
honra do pai, que já faleceu.
Independente disso, supomos
também que Efráyim, agora no seu
descanso eterno, ficaria muito feliz
em não receber essa homenagem,
sabendo que com isso evitaria o so-
frimento de Sará.
Finalmente, uma última conside-
ração é levar em conta que a opção
de nomear um filho com o nome de
Efráyim permanece, uma vez que no
futuro o filho ainda poderá ganhar
outros bebês e homenagear o pai
sem causar sofrimento à mãe, uma
vez que a dor da perda do marido
não estará tão recente.
Do semanário “Guefilte-mail” ([email protected]).
Traduzido de aula ministrada pelo Rav Hagaon Yitschac Zilberstein Shelita
Os esclarecimentos dos casos estudados no Shulchan Aruch Chôshen Mishpat são
facilmente mal-entendidos. Qualquer detalhe omitido ou acrescentado pode
alterar a sentença para o outro extremo. Estas respostas não devem ser utilizadas na
prática sem o parecer de um rabino com grande experiência no assunto.
Mauricio Dayan
TEL: 99933-8828/ 3666-0438
AULAS DE BAR-MITZVAH
LEILÃO DE IMÓVEIS
Sami Raicher|LEILOEIRO OFICIAL JUCESP 930
e-mail: [email protected]
www.raicherleiloes.com.br
14 Iyar / Sivan 5776
MALÁSIA
F R U T A SE X Ó T I C A S
RambutãoNome científico: Nephelium lappaceumNatural de: MalásiaConhecida também como “delícia do pacífico”, essa
frutinha avermelhada se assemelha bastante à lichia e ao
longan, com uma casca grossa (não comestível) e polpa
bastante doce.
Adepto ao clima tropical, o rambutão já teve seu plantio
introduzido no Brasil para cultivo comercial. Apesar de
poder ser utilizado na produção de sucos e sobremesas, o
mais comum é o consumo in natura.
A diversidade das frutas é enorme. O que é comum aqui, pode ser considerado uma iguaria bastante rara do outro lado do mundo.
Embarque conosco nessa viagem pelos continentes, conheça um pouco sobre as frutas mais exóticas que existem por aí e descubra um novo mundo de
formas, cores e sabores!
Entre as maravilhas do Universo, estão as belas e saudáveis
Variedades I
Iyar / Sivan 5776 15
AckeeNome científico: Blighia sapidaNatural de: Costa da GuinéApesar de a fruta ser nativa da África, seu consumo é
muito apreciado na Jamaica, onde o ackee é ingrediente
do principal prato da culinária local, servido com
bacalhau.
Apesar da aparência vistosa e suculenta, seu consumo
deve ser feito de maneira cautelosa, já que apenas a
polpa branca é apta para o consumo. Já a semente
preta e a parte alaranjada são repletas de um veneno
conhecido como “hipoglicina”, capaz de causar vômito
e até levar ao óbito quando ingerido em grandes
quantidades.
SalakNome científico: Salacca zalaccaNatural de: IndonésiaOriundo das ilhas da Indonésia, mais exatamente de
Java e Sumatra, o salak é também conhecido como
“fruta-cobra”, por conta de sua casca que se assemelha
às escamas de uma serpente.
Essa frutinha exótica tem a crocância de uma maçã e
um aroma que se assemelha bastante ao de um lírio.
É rica em cálcio, ferro, potássio, vitamina C, beta-
caroteno e, principalmente, em carboidratos.
GUINÉ
INDONÉSIA
Variedades I
16 Iyar / Sivan 5776
DuriãoNome científico: Durio zibethinusNatural de: Brunei, Indonésia e MalásiaConhecido como “o rei das frutas”, o durião lembra
bastante uma jaca, tanto na aparência quanto no
tamanho. Sua marca registrada é o seu cheiro forte,
geralmente associado à carne podre. Não por acaso é
proibido transportá-lo em alguns ambientes públicos
na Ásia.
Nativos locais descrevem seu sabor e textura como um
creme de ovos com um toque de amêndoas. Se você
estiver interessado em aventurar-se e provar o durião,
comece com a fruta verde, de sabor menos acentuado...
KinoNome científico: Cucumis metuliferusNatural de: África do SulTambém conhecido como “pepino africano” ou
“chifrudo”, o kino tem a sua casca coberta por pequenos
espinhos, enquanto o interior lembra bastante um
pepino ou um maxixe.
Se colhido verde, para amadurecer separado da planta,
possui um sabor similar ao do kiwi. Se for colhido já
maduro, seu paladar se acentua e lembra bastante o
gosto da banana.
ÁFRICA DO SUL
INDONÉSIA
Variedades I
Iyar / Sivan 5776 17
FRUTAS BRASILEIRAS
Nome científico: Spondias tuberosaNatural de: Caatinga
Nome científico: Mauritia flexuosaNatural de: Cerrado
Nome científico: Scheelea phalerataNatural de: Cerrado / Mata dos Cocais
Umbu
O umbuzeiro é denominado por muitos autores como
a “árvore sagrada do sertão”. O nome da fruta vem do
tupi-guarani, “ymbu”, que quer dizer “árvore que dá de
beber”.
De textura aveludada e sabor levemente azedo, o umbu
é bastante rico em vitamina C e utilizado em doces e
geleias.
O buriti é o fruto de uma palmeira bastante alta que
pode ser encontrada por toda a região do cerrado
brasileiro.
Rico em vitaminas A, B e C, o fruto do buriti é bastante
utilizado na produção de doces, sucos, sorvetes, licores e
vinhos. O óleo extraído da fruta é rico em caroteno.
O bacuri é uma das frutas mais populares da região
norte e de outros estados vizinhos à região amazônica,
sendo inclusive o símbolo da cidade de Teresina, no
Piauí.
A fruta mede em torno de 10 cm de diâmetro e tem uma
casca bastante dura e resinosa. Tanto o óleo quanto a
manteiga de bacuri têm aplicações fitoterápicas.
Buriti
Bacuri
Variedades I
18 Iyar / Sivan 5776
Comemorando I
Em Shavuot comemora-se a Outorga da
Torá. Vejamos algumas considerações
sobre este magno acontecimento e sobre os Dez
Mandamentos.
Em Parashat Vaetchanan, que aborda os Dez
Mandamentos, a Torá pede para que sempre nos
recordemos do que nossos olhos viram quando
D’us outorgou a Torá no Monte Sinai (Devarim
04:09): “Rac hishámer lechá ushmor nafshechá
meod pen tishcash et hadevarim asher raú enê-
cha ufen yassúru milevavechá col yemê chayêcha
vehodatam levanêcha velivnê vanêcha” – Somente
guarda-te a ti mesmo e guarda muito tua alma,
para que não esqueças as coisas que os teus olhos
viram e que não saiam de teu coração todos os
dias de tua vida e as farás conhecer aos teus fi-
lhos e aos filhos de teus filhos.
Três dias antes da Outorga da Torá, o Todo-Po-
deroso disse a Moshê que avisasse o povo para que
se preparasse de forma adequada para recebê-la.
Um acontecimento de tamanha importância não
poderia ser realizado repentinamente, sem os devi-
dos preparativos.
Normalmente as pessoas querem saber o con-
teúdo e as condições de uma proposta antes de
comprometerem-se a cumpri-la. Porém, antes de
o Todo-Poderoso outorgar a Torá, o povo, ao ser
consultado, disse: “Naassê venishmá” – faremos e
ouviremos. Estavam dispostos a aceitar os manda-
mentos sem contestá-los e somente depois saber do
que se tratava.
Sobre isso, o Talmud relata que D’us exclamou:
“Quem contou aos Meus filhos o segredo dos anjos?”
Pois os anjos não têm vontade própria. Estão sem-
pre fazendo a vontade do Criador. No momento em
que os Filhos de Israel disseram “faremos e ouvire-
mos”, D’us constatou que eles estavam se conduzin-
do como os anjos. Observariam Suas vontades sem
contestar. Então o Todo-Poderoso “Se perguntou”:
“Quem é que descobriu esta fórmula: a de anular to-
talmente as próprias vontades perante as vontades
de D’us e aceitar a Torá sem questionar?” Este foi
um sinal de que naquele momento atingiram o nível
dos anjos, que não possuem vontade própria e estão
sob controle da vontade de D’us. Somente naquele
instante os judeus atingiram este grau.
Sabemos que estavam presentes no Matan Torá
– a Outorga da Torá – todas as pessoas que saíram
A Outorga da ToráD’us prefere, quase sempre, que Suas vontades se realizem sem que sejam milagres aparentes; que sejam encobertas pelo meio comum – a natureza – que é comandada por Ele.
Rabino Isaac Dichi
Iyar / Sivan 5776 19
Comemorando I
do Egito (600.000 homens entre 20
e 60 anos, mais idosos, mulheres e
crianças) e também todas as almas ju-
dias que já passaram por este mundo
ou ainda passarão. Como consequên-
cia, não somente aqueles que saíram
do Egito se comprometeram com o
“faremos e ouviremos”, mas nós tam-
bém participamos desta declaração
e incluímo-nos neste compromisso.
Por isso, todo o judeu possui dentro
de si uma força de vontade embutida
para cumprir as mitsvot, mesmo que
eventualmente queira primeiro saber
os motivos.
Diz o Rambam zt”l – o Maimô-
nides – que devemos cumprir a Torá
porque nossos antepassados a recebe-
ram no Monte Sinai e porque a acei-
tamos, declarando “faremos e ouvi-
remos”. Porém, isso não nos exime de
tentar compreender o conteúdo sagra-
do da Lei de D’us. Temos uma obriga-
ção de dia a dia procurar entender os
mandamentos da Torá. Evidentemen-
te, quando o indivíduo compreende
os mandamentos, mesmo que apenas
uma parte de sua essência, cumpre
-os com muito mais entusiasmo e de-
dicação.
O “faremos e ouviremos” é o sím-
bolo do judeu. Caso alguém diga que
só cumprirá as mitsvot depois de en-
tendê-las, talvez nem procure seu sig-
nificado e passe a vida inteira sem as
cumprir.
A Torá nos conta que o Monte Si-
nai era o mais baixo dos montes; no
entanto, foi ele o escolhido para a Ou-
torga da Torá. O Todo-Poderoso quis
assim ensinar a virtude da humilda-
de.
Este monte estava totalmente en-
volvido pelo fogo e no seu pico ele era
mais intenso. Nossos sábios dizem
que o Har Sinay era um “mini” Bêt
Hamicdash (Templo Sagrado). O mon-
te era o Bêt Hamicdash, lugar onde a
Shechiná – a Presença Divina – pode-
ria pousar e o cume da montanha era
como se fosse o Côdesh Hacodashim
– o lugar mais sagrado –, pois foi de
lá que o Todo-Poderoso transmitiu os
Dez Mandamentos.
A Presença Divina no Grande
Templo era mais concentrada, ape-
sar de sabermos que a Shechiná – a
Presença Divina – está em todos os
lugares. É nesse sentido, então, que o
Har Sinay era como um pequeno Bêt
Hamicdash, pois foi o lugar da con-
centração da Presença Divina na Ou-
torga da Torá.
Vemos desta ocasião e de algumas
outras, que o fogo é um símbolo na
Torá. Na primeira vez que o Todo-Po-
deroso apareceu a Moshê foi por in-
termédio de um arbusto que ardia em
fogo, mas não se consumia. O elemen-
to que mais desperta medo no homem
é sem dúvida o fogo; um medo até ins-
tintivo. Esta era uma forma que D’us
poderia mostrar para a humanidade
Sua santidade e o quanto é elevado.
Algo que o ser humano pudesse com-
preender.
O interessante é que Moshê en-
trou no meio desse fogo para subir
no monte. Para que Moshê entrasse,
D’us fez uma passagem. Ele poderia
ter feito com que Moshê entrasse no
fogo sem nenhuma passagem e que
ele milagrosamente não se queimas-
se. Contudo não optou por esse cami-
nho; o Criador sempre prefere a for-
ma mais natural, a que seja “menos
milagrosa”. D’us dá preferência, sem-
pre que possível, que Suas vontades
se realizem sem que sejam milagres
aparentes; que sejam encobertas pelo
meio comum – a natureza – que é co-
mandada por Ele.
Existe um versículo na Torá que
diz (Devarim 33:04): “Torá tsivá lánu
Moshé” – A Torá nos foi outorgada por
Moshê. Este versículo nos dá um rê-
mez – uma referência – de que exis-
tem 613 mandamentos na Torá. Isso
porque o valor das letras da palavra
Torá é 611 ( 200 = ר + 6 = ו + 400 =ת +
”Substituindo a palavra “Torá .(5 = ה
neste versículo por seu valor numéri-
co, temos: “Seiscentos e onze (man-
damentos) nos foram outorgados por
intermédio de Moshê”. Porém, dois
mandamentos foram transmitidos
diretamente pelo Todo-Poderoso (os
dois primeiros dos Dez Mandamen-
tos): “Eu sou o Eterno teu D’us” e “Não
terás outros deuses diante de Mim”.
Após ouvir estes dois mandamen-
tos, diretamente do Todo-Poderoso,
o povo, muito assustado, pediu que
Moshê fosse o intermediário para os
demais mandamentos.
Os Dez Mandamentos não são
mais importantes do que as outras
mitsvot da Torá. De certa forma, eles
englobam os 613 mandamentos, mas
não têm mais valor que outros. Na
real idade, nós não sabemos qual
a recompensa por cada mitsvá da
Torá.
Refletindo um pouco sobre os Dez
Mandamentos, chegamos à conclusão
que o mais difícil de ser aceito é o últi-
mo: “Não cobiçarás”. Os nove primei-
ros são relativamente fáceis de serem
aceitos. Vejamos: basta ter fé para
acreditar no primeiro mandamento
(Eu sou teu D’us que te tirei do Egito)
e aceitar o segundo (Não terás outros
deuses). Com um pouco de dignida-
de compreendemos que não podemos
usar o nome de D´us jurando em vão
(o terceiro mandamento). Vemos que
existem muitas pessoas cumprindo o
Shabat e que para elas não é tão di-
fícil; pelo contrário, é até um grande
prazer. Sobre a mitsvá de honrar os
pais, dizem nossos sábios que esta
mistvá é chamada “mitsvá sichlit” –
uma mitsvá racional – mesmo que
ela não tivesse sido escrita na Torá, a
20 Iyar / Sivan 5776
consciência do ser humano o obriga-
ria a respeitar quem o trouxe para o
mundo e o criou. Não é difícil também
compreender e cumprir o preceito de
não matar. Não adulterar (o sétimo
mandamento) é um conceito que pes-
soas de boa formação compreendem
perfeitamente – não somente porque
a Torá prescreve, mas também pela
própria consciência. Seria necessário
ter muita vontade de prejudicar al-
guém para transgredir o oitavo ou o
nono mandamento (não sequestrar e
não prestar falso testemunho).
O último mandamento (não cobi-
çar), no entanto, é de difícil observân-
cia.
O sábio Rabi Avraham Even Ezra
zt”l, contemporâneo de Rambam,
explica os Dez Mandamentos e se
prolonga neste último. Diz que mui-
tas pessoas estranham como a Torá
pode proibir que uma pessoa cobice
algo bom. Respondendo a isso, ele
traz o exemplo de um camponês que
vê todas as virtudes na filha do rei.
Nunca passaria pela sua cabeça que
um dia o rei lhe daria sua filha em
casamento. Assim também devem
ser vistas as coisas que pertencem
ao próximo – analogamente à filha
do rei. Os bens materiais, assim
como uma esposa bonita, são dá-
divas Divinas e não dependem dos
esforços das pessoas. Assimilando
esta forma de encarar os fatos, pas-
sa-se a ter consideração pelos bens
do próximo e a considerá-los intocá-
veis, sabendo que se o outro os pos-
sui é porque D’u assim quis.
Sobre o quinto mandamento, de
honrar o pai e a mãe, observamos
um fato interessante. Os manda-
mentos da primeira pedra são pre-
ceitos entre o homem e o Criador
e os da segunda, entre o homem
e seu próximo. Aparentemente, o
mandamento de honrar os pais é
um mandamento entre o homem e
seu próximo, mas está na primeira
pedra. Sabemos, todavia, que exis-
tem três “sócios” responsáveis pelo
nascimento do ser humano: o pai, a
mãe e o Criador. Sendo assim, esse
mandamento é um elo entre as mit-
svot do ser humano para com seu
semelhante e as mitsvot do ser hu-
mano para com o Criador. Por isso,
honrar o pai e a mãe é o últ imo
mandamento da primeira pedra,
ligando estes dois tipos de manda-
mentos. Sobre uma família na qual
o filho respeita seus pais, o Talmud
expl ica que é como se o próprio
D’us morasse com eles e estivesse
sendo honrado. Por isso, esta não é
uma mitsvá apenas entre o ser hu-
mano e seu semelhante – honra-se,
ao mesmo tempo, a D’us.
Ainda sobre o quinto manda-
mento, observamos que a Torá se
refere, neste caso, primeiramente
ao pai e depois à mãe (honrarás o
teu pai e a tua mãe). No entanto, em
outra oportunidade (Vayicrá 19:03)
consta: “Ish imô veaviv tirau” – A
tua mãe e a teu pai temerás. Quan-
do refere-se a “honrar”, a Torá cita
primeiramente o pai, e quando refe-
re-se a “temer”, cita a mãe primeiro.
Por mais singela que seja a lingua-
gem da Torá, todos os detalhes têm
seus motivos. O Talmud explica que
o Todo-Poderoso sabe que o f i lho
tem com a mãe mais contato, mais
intimidade. Honrar significa ajudar,
servir, e normalmente a tendência é
honrar mais a mãe e temer mais o
pai. Por isso a Torá inverte a posição
das referências, manifestando com
isso: Já que você respeita sua mãe,
cuide-se para respeitar igualmente
seu pai – citado antes neste caso. Da
mesma forma, procure temer tam-
bém a sua mãe – citada antes nesta
outra oportunidade.
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Iyar / Sivan 5776 21
Comemorando II
Conta-se uma história sobre um
senhor idoso que rela-
ta a seu amigo sobre um excelente restaurante.
– A comida lá é ótima! – diz o homem.
– Os preços são razoáveis e o ambiente é real-
mente elegante!
Seu amigo lhe pergunta o nome do restaurante e
o senhor idoso faz um enorme esforço tentando lem-
brar. Então, pedindo ajuda ao amigo, ele pergunta:
– Existe uma flor com belas pétalas...
Ela tem um cabo longo... Cheio de espinhos!...
Como se chama mesmo?
– Seria uma rosa? – sugere o amigo.
– Sim! É isso mesmo! – diz o senhor enquanto
se volta em direção à cozinha. Então ele grita: – Ei,
Rosa! Qual é mesmo o nome do restaurante onde
comemos ontem à noite?
* * *
Em nosso afã diário, esquecemos muitas coisas
e não paramos para pensar, para fazer balanços
e autoavaliações. Às vezes precisamos de um pe-
queno lembrete – mesmo para as coisas evidentes,
que já sabemos. E isso nos traz a festa de Shavuot.
Shavuot é um lembrete anual que D’us deu a Torá
ao povo judeu e que o estudo da Torá é o “sangue
de nossas veias”!
Meor Hashabat Semanal
LembreteQual o nome daquela flor, mesmo?
22 Iyar / Sivan 5776
Diamantes ou ConfortoNo século passado, eram muito comuns as grandes feiras comerciais de produtos específicos, inclusive de joias e pedras preciosas, que atraíam comerciantes de várias cidades, próximas ou não.
Era Uma Vez
Iyar / Sivan 5776 23
Era Uma Vez
Como de costume, um
bem-sucedido ne-
gociante de joias pôs-se a caminho
de uma cidade comercial a fim de
participar da feira anual de pedras
preciosas. Como sempre, apesar da
moderna carruagem na qual viajou,
o percurso demorou vários dias. As
dificuldades da longa viagem eram
amenizadas pelo fato de o comer-
ciante viajar de primeira classe, re-
pousando nos melhores hotéis das
cidades intermediárias.
Durante uma semana, o comer-
ciante negociou com vários vende-
dores de pedras preciosas e reali-
zou bons negócios. No último dia da
feira, todo o dinheiro que trouxera
destinado para as compras tinha se
esgotado. Sobrara apenas o neces-
sário para gastar com o transporte
e os hotéis durante a viagem de re-
gresso.
No final do dia, quando o comer-
ciante dava uma última volta para
despedir-se dos amigos, um dos ven-
dedores conhecidos aproximou-se
dele com uma oferta irrecusável. O
vendedor lhe ofereceu um magnífi-
co lote de brilhantes por um preço
muito abaixo do mercado. Já estava
no final da feira e o homem estava
ansioso por vender sua mercadoria.
Então, resolveu fazer uma última
proposta irresistível para conseguir
o dinheiro à vista que necessitava.
Como o comerciante dispunha
apenas do dinheiro necessário para
uma viagem confortável para a sua
cidade, viu-se em um dilema. Se re-
cusasse a oferta, certamente per-
deria um dos melhores negócios da
sua vida. Se aceitasse, teria de abrir
mão de qualquer comodidade du-
rante a viagem de volta. O dinheiro
que lhe restaria caso comprasse os
brilhantes, mal e mal seria suficien-
te para viajar de última classe, per-
noitando em hospedagens populares
e fazendo refeições leves.
O comerciante demorou alguns
minutos aflito até tomar a decisão
corajosa. Passaria alguns apertos
durante a viagem em troca da re-
compensa que obteria, depois, com
os valiosos brilhantes.
De fato, a viagem de regresso
não foi confortável.
Em uma das pousadas, aproxi-
mou-se do comerciante um rapaz
que o conhecia como um rico ho-
mem de negócios, perguntando-lhe:
– Desculpe a minha curiosidade
e a minha intromissão... mas eu sei
quem é o senhor e sei também que
não deveria estar hospedado nesta
pensão. O que houve?
O comerciante contou ao jovem
sobre o ocorrido e sobre a sua de-
cisão. Intrigado com a situação, o
rapaz disse:
– Entendo sua posição, mas ago-
ra que a decisão foi tomada, como
o senhor consegue suportar os mo-
mentos de aperto? O senhor não pa-
rece angustiado!...
– De fato – respondeu o comer-
ciante – tenho passado por várias
situações dif íceis. Mas quando eu
começo a ficar aborrecido, faço algo
que logo me reanima. Eu abro minha
bagagem e pego a caixinha que con-
tém aqueles lindíssimos diamantes.
Então eu fico observando as pedras
preciosas até sentir-me revigorado
para seguir a viagem.
* * *
Muitas vezes, em nossa “viagem”
por este mundo, nós abrimos mão de
vários confortos para poder cumprir
da melhor forma nossas obrigações.
Nossos f i lhos, nossas mitsvot, as
boas ações que realizamos e o estu-
do da Torá são muito mais valiosos
que as mais raras pedras preciosas.
Então, quando, em algum momento,
sentimo-nos aborrecidos ou angus-
tiados, basta passar algum tempo
examinando essa fortuna para con-
seguirmos recobrar o ânimo e o vi-
gor para seguir a viagem.
Baseado no Chafets Chayim
24 Iyar / Sivan 5776
PensamentosCuide para que suas palavras sejam doces e macias; nunca se sabe quando terá de tornar a engoli-las.
Você não conseguirá uma segunda oportunidade para causar uma primeira impressão!
A dor na vida é inevitável. Sofrer, não!
As maiores alegrias e satisfações da vida são obtidas com os maiores esforços.
Existem duas maneiras de fracassar: agir sem pensar e pensar sem agir!
Pensando Bem II
Dê preferência a quem
colabora com a divulgação dos valores
judaicos
PRESTIGIEDê preferência
a quem colabora com a divulgação dos valores
judaicos
OS ANUNCIANTES DA
Iyar / Sivan 5776 25
Variedades II
CURiOsOs!...EssEs CARROs
Para alguns, o carro serve apenas como meio de transporte e utilitário doméstico. Já para uma outra parte da população
mundial, os carros são verdadeiros xodós, totalmente customizáveis para atender a todas as necessidades de seus donos. Confira abaixo
alguns veículos bastante curiosos e suas histórias.
O Renault Twizzy é, atualmente, o carro
mais leve produzido em escala industrial.
Construído em aço e recoberto de plástico e
fibra, o pequeno notável mede apenas 2,32m
de comprimento. Totalmente elétrico, o Twizzy
pesa apenas 450kg, pouco menos da metade do
peso médio de um carro “tradicional”.
Suas características peculiares fizeram
com que vários órgãos regulamentadores o
incluíssem no grupo dos quadriciclos, em vez
de compará-lo aos demais carros.
O mais leve da atualidade
Reparou que o carro da
foto ao lado tem outros dois
carros menores sob seu chas-
si? Pois é, e não são de brin-
quedo não!
O monstro da foto ao lado
é uma réplica de um Dodge
Power Wagon, porém oito
vezes maior que o original e
pesando mais de cinquenta
toneladas.
Com todo esse tamanho,
será que o dono dele consegue
encontrar vagas para estacio-
nar?
O maior
26 Iyar / Sivan 5776
Variedades II
O carro ao lado é um exemplar da
série TF-X, cuja patente pertence à
empresa norte-americana Terrafugia.
As protuberâncias nas laterais, entre
o espaço que normalmente seria da
porta traseira e o porta-malas, na ver-
dade correspondem às asas dobráveis
do protótipo.
Ainda não há uma data prevista
para a entrada do TF-X no mercado,
mas já é possível encontrar vídeos de
testes tripulados na Internet.
O carro voador
Você já tinha visto um Chevy Cavalier com
a carroceria toda feita em madeira?
A raridade ao lado é o fruto de um ano de
trabalho do norte-americano George Heslop,
responsável pelo design e produção de todas as
peças. Pelo nível de detalhes dos ornamentos,
vê-se que George, além de apaixonado por car-
ros, é um excelente artesão.
O carro de madeira
O Thrust SSC (“SuperSonic Car”) foi o pri-
meiro veículo em terra a quebrar a barreira do
som (de aproximadamente 1235 km/h), atin-
gindo impressionantes 1.149,29 km/h, em 1997.
Não satisfeitos com a marca, a equipe bri-
tânica responsável pela supermáquina foi para
as pistas novamente após um mês e obteve im-
pressionantes 1.228 km/h, marca que ainda não
foi quebrada.
Atualmente a mesma equipe está desen-
volvendo um novo modelo do SSC, chamado
“Bloodhound”, cuja meta é bater os 1.600 km/h.
O supersônico
Iyar / Sivan 5776 27
Variedades II
Embora existam relatos de que o automóvel já es-
tava dentro dos planos do inventor Leonardo Da Vinci
durante o século XV, o mais provável é que os créditos
da invenção do carro como o conhecemos hoje per-
tençam a Karl Benz, inventor alemão do século XIX.
Na foto ao lado vemos um dos primeiros modelos
de um carro movido a gasolina, com produção em
série durante o ano de 1886.
Será que muita coisa mudou nesses últimos 130
anos?
O primeiro de muitos
O barco com rodas
Mark Ray havia feito uma aposta com a
sua família, de que seria capaz de transfor-
mar um velho barco em um carro que pudesse
trafegar pelas ruas de forma legal. Depois de
gastar cerca de £6.000, o projeto ficou pronto
e recebeu até mesmo propostas de compra de
colecionadores.
O Peel P50 é um microcarro com apenas três
rodas, que foi comercializado entre 1962 e 1965
pela Peel Engineering Company.
Em 2010 o P5 entrou para o livro dos recordes
como o menor carro do mundo produzido em larga
escala, com apenas 1,37m de comprimento.
Uma curiosidade sobre o P5 é que ele não pos-
sui a marcha ré. Em seu lugar, na parte de trás do
carro, há uma alça para que o carro seja “mano-
brado” de forma manual.
O modelo Mini
28 Iyar / Sivan 5776
Leis e Costumes
As berachot equivalem ao cumprimento de
todas as mitsvot!
“Ta’amu Ur’u ki tov Hashem” – Provai (saboreai)
e vede que D’us é bom (Tehilim 34:9). “Disse o Todo
-Poderoso: ‘Cumpre todas as mitsvot que te dei na
Torá. Se comeres dos frutos da terra ou das árvores,
recita a berachá sobre eles, pois se os comeres e
não fizeres a berachá, estarás roubando os frutos,
a árvore e a terra, Àquele Que os faz crescer. Se, no
entanto, o indivíduo comer e recitar a berachá, ele
coroa Aquele Que os criou. Por isso, provai (sabo-
reai) e vede que D’us é bom.’” (Yalcut Shim’oni, para
Tehilim 34).
O comentário Záyit Raanan sobre o Yalcut
Shim’oni (Tehilim 34), declara: “‘Todas as mitsvot’
significa que se recitares as devidas berachot sobre
todas as coisas, é como se cumpriste todas as mits-
vot.”
Pelas palavras do Yalcut Shim’oni e do Zayit
Raanan conclui-se, que aquele que recita as devidas
berachot antes de comer, alcança um grau muito
elevado e se compara àquele que cumpre todas as
mitsvot da Torá. Por que será?
O Rabi Yaacov Chayim Sofer Shelita, em seu livro
Ner Yehudá, escreve, que esse midrash ajusta-se
perfeitamente com o que o Yalcut Shim’oni escreve
a respeito do capítulo 16 do Tehilim: “Disse o Santo,
bendito seja Ele: ‘Se comeste e disseste: Baruch Atá
Hashem (Bendito és Tu, Hashem) – ‘Tovati bal alê-
cha’ – não penses que te fiz um favor em te dar de
comer do que é Meu; pois comeste do que é teu, e é
como se tiveste cumprido toda a Torá, conforme está
escrito: ‘Veachaltá vessaváta uverachtá’ (Devarim,
Parashat Êkev, cap. 8, versículo 10) – Comerás, satis-
fazer-te-ás e abençoarás – e pouco antes no capítulo
8, versículo 1 está escrito: ‘Col hamitsvá...’ (Devarim,
Parashat Êkev, 8:1) – Toda a mitsvá...”
Portanto, aquele que faz a berachá sobre os ali-
mentos, é como se tivesse obtido licença de D’us para
tirar proveito do Seu mundo. Faz com que a comida
seja considerada sua e dessa maneira não a está
roubando de D’us. E mais ainda: seu mérito é tão
grande, como se ele tivesse cumprido toda a Torá.
Por que o peso das berachot equivale ao cumprimen-
to de todas as mitsvot da Torá?
As berachot levam à fé em D’us
Na continuação do midrash trazido no Yalcut
Shim’oni está escrito: “Outra explicação para ‘Bal
alêcha’ – é somente de você: Yuvelu col hatovot shel-
chá vivalu vach. Ainda outra explicação: mevalê ani
col hatovot shebegufechá vegufechá enô balê.”
A importância das BerachotAs berachot equivalem ao cumprimento de todas as mitsvot!
Rabino I. Dichi
Iyar / Sivan 5776 29
Leis e Costumes
O livro Alê Shur (parte 2 pág. 316)
explica as palavras do midrash: “Por
intermédio das berachot podemos
degustar a bondade Divina na fruta da
qual tiramos proveito: cada prazer e
o seu gostinho especial. Se comermos
sem fazer a berachá, estamos simples-
mente ingerindo um bom alimento.
Em contrapartida, aquele que faz a be-
rachá coroando o Criador e perceben-
do que está comendo coisas sagradas,
acaba por experimentar a essência da
bondade Divina dentro do seu prazer.
Assim, adquire mais fé e reconheci-
mento da benevolência de D’us em
cada prazer que tiver neste mundo.”
Baseando-se em suas palavras,
podemos deduzir que as berachot são
a chave para uma compreensão mais
aprofundada e para uma sensação
mais clara da Providência Divina no
mundo. Ou seja; aquele que come algo
e deixa de fazer a berachá, acaba fican-
do somente com o lado material, físico.
Em compensação, a consciência de
que tudo aquilo que o homem alcança,
emana da bondade Divina, fortifica-se
dentro daquele que faz a berachá do
fundo de seu coração antes de comer.
Esta contemplação incute no coração
do homem uma fé concreta em D’us,
reconhecimento de Sua bondade e
sentimentos de gratidão para com Ele.
As berachot que fazemos com fervor e
com atenção, nos conduzem a um reco-
nhecimento geral da bondade Divina, a
uma ligação espiritual mais profunda
com a Torá e também ao cumprimento
mais preciso das mitsvot de Hashem.
Portanto, vemos que as berachot real-
mente podem nos levar a cumprir todas
as mitsvot. Agora, o midrash que inter-
liga as duas coisas torna-se bem claro.
A berachá e seu significado –
uma chave para o serviço Divino
O livro “Cad Hakêmach” traz, no
verbete “berachá”: “Já que encontra-
mos um versículo inteiro na Torá que
nos ordena a fazer berachá sobre o
alimento, concluímos que temos uma
obrigação veemente em tomar cuidado
com as berachot obrigatórias e tam-
bém com as berachot de deleite. Todo
aquele que zela pelas berachot, mani-
festa sua fé e a pureza de seu coração,
e demonstra que seu judaísmo tem
raízes fortes e que ele é um chassid
(pio, devoto) e yerê chet (temente ao
pecado).
Ou seja, o modo pelo qual o indi-
víduo faz a berachá e o costume de
fazer questão de recitar a berachá com
intenção e fervor, demonstram sua fé e
seu temor a D’us. Ser temente a D’us e
temer o pecado é facilmente reconhe-
cido pela maneira com que o indivíduo
faz a berachá. É algo que atesta a inte-
rioridade do homem.
Subentende-se que há também
um caminho do exterior para o inte-
rior, ou seja, aquele que faz questão
de prestar atenção ao significado das
berachot, acabará sentindo a bonda-
de Divina; e seu amor e seu temor
a D’us ficarão cada vez mais fortes.
Quanto maior for a intenção, mais sa-
grado será seu interior e mais ligado
estará a D’us.
O Midrash Tanchumá (Parashat
Vayêshev, 7) escreve sobre a declara-
ção da Torá “A morte e a vida estão
nas mãos da língua e aqueles que a
amam comerão dos seus frutos”. “Diz
Rabi Chiyá bar Abá: ‘Alguém tem um
alimento feito com figos perante si. Se
comer dele sem fazer a berachá – a
morte está nas mãos da língua [a mor-
te como ausência de espiritualidade;
insensibilidade e apatia aos fatos espi-
rituais]. Se, no entanto, fizer a berachá
antes de comer – a vida está nas mãos
da língua.’”
Vemos, pelas palavras do mi-
drash, que a diferença entre a bera-
chá e a falta dela é tão decisiva que é
equiparada à diferença entre a vida e
a morte. A berachá traz vida e a falta
dela é comparada à morte, porque
aquele que comeu (sem fazer a bera-
chá), transgride o mandamento Divi-
no que ordena fazermos a berachá,
ficando somente com o lado físico,
absolutamente destituído de espiri-
tualidade.
Rabi Yehonatan Eibeschütz zt”l
escreve em seu livro Yearot Devash,
parte 1, derashá 11: “Deve-se tomar
cuidado em não transgredir os precei-
tos Divinos, estudar as leis da Torá e
resguardar os pequenos pecados que
se costuma desprezar – principalmen-
te as leis de Shabat e yom tov e as leis
de birchot hanehenin.
De acordo com suas palavras, a
chave para o serviço Divino é o co-
nhecimento das leis de forma clara.
Afinal, não há meios de servir o Rei
sem saber qual é a Sua vontade. As-
sim também, não há possibilidade de
cumprir as mitsvot de Hashem sem
saber de forma clara os detalhes das
mitsvot que Ele quer que cumpra-
mos, e os detalhes das proibições que
Ele está interessado que nos distan-
ciemos. As leis de Shabat e yom tov
são leis que possuem muitos detalhes
e, sem conhecimento claro, é muito
fácil errar. As leis de berachot tam-
bém são muito complexas, e, sem
conhecimento profundo, é muito fácil
enganar-se. A forma de passar por
estas leis sem incorrer em obstácu-
los é estudá-las minuciosamente.
Aquele que é perito, poderá seguir o
caminho das mitsvot, sem tropeçar.
O indivíduo não deve se iludir, que
sem conhecimento profundo das leis,
ele também cumpre as mitsvot devi-
damente. As coisas não são assim e
a experiência atesta que somente a
perícia na lei é a garantia para im-
pedir que sucumbamos à cilada dos
pecados.
Iyar / Sivan 5776
Nossa GenteNascimentos
No Berit Milá do filho do R. Yossef Sisro
• Mazal tov pelo berit milá para as famílias: Avraham Yeshayáhu Behar, Edy Isaac Kayeri, Ezra Dayan, Felipe Spett, Marcelo Feldman e Tony Shayo.• Mazal tov pelo nascimento da filhinha para a família Avraham Behar.
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31
Nossa Gente
No Berit Milá do filho de Ezra Dayan
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32 Iyar / Sivan 5776
No bar mitsvá de Ori Fridlin em Israel
No bar mitsvá de Yaakov Harari em Israel
Bar Mitsvá
• Mazal tov aos jovens benê mitsvá: Baruch Jankovits, Gabriel Yair Dlin, Shlomo Mordechay Reichman e Yaakov Harari.
No Berit Milá do filho de Avraham Yeshayáhu Behar na Argentina
Victor Cohen, como sandac,deu berachot no Berit Milá de seus netos
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Iyar / Sivan 5776 33
No casamento de Mike e Shiri Sisro
Veja 25 fotos e 1 vídeo no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
Nossa Gente
• Mazal tov pelos noivados para as famílias: Nasser e Chouveke (Efraim e Michal), Karaguila e Chammah (Chaim e Rivka), Ades e Azrak (Daniel e Denise), Manela e Sarue (Yuri e Alessandra).• Mazal tov pelos casamentos para as famílias: Muhafra e Tawil (David e Sara), Sisro e Michanie (Mike e Shiri), Dabbah e Szajnbok (Eliel e Yentel), Meta e Nehmad (David e Miriam Hodaya) Hefetz e Farhi (Mark David e Esther), Jankovits e Tyberg (Yisrael e Chana Rachel), Meyer e Hassid (Elchanan Simcha e Mimi), Raichik e Steinmetz (Yossef Yitzchak e Chana), Kraus e Junger (Eliyáhu e Necha).
Casamentos
34
Nossa Gente
Purim na Yeshivá Guevohá
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Purim na Yeshivá Shaarê Dáat em Israel
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Iyar / Sivan 5776
Nossa Gente
Shuc Shushan de Purim na Escola Maguen Avraham
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36 Iyar / Sivan 5776
No Movimento Infantil Darkênu
Nossa Gente
Purim na Congregação
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Veja 7 fotos no Nossa Gente do Portal, www.revistanascente.com.br
A Família Sterenfeld
Deseja Chag ShavuotSamêach para toda a kehilá
Deseja Chag ShavuotSamêach para toda a kehilá
Iyar / Sivan 5776 37
Guimatriyá
As festas de Pêssach e Shavuot estão ligadas
pelos 49 dias da contagem do Ômer. Nes-
tes dias deve acontecer um refinamento das virtu-
des humanas, como preparativo para a Outorga da
Torá em Shavuot.
Outro nome da festa de Shavuot é Atsêret. O pe-
queno número de Atsêret (עצרת) é igual ao de Pêssach
,o que mostra a ligação entre Pêssach e Atsêret ,(פסח)
ambos ligados às 22 letras do alfabeto hebraico e a
todos os múltiplos sentidos profundos envolvidos.
22 = (4) ת + (2) ר + (9) צ + (7) ע
22 = (8) ח + (6) ס + (8) פ
O sentido literal de Atsêret expressa a idéia
de “assembleia, reunião de pessoas”. Isso indica a
união das diferentes partes do povo neste mês de
sivan – sob o signo “teomim” (gêmeos) – e demonstra
o sentimento de unidade que reina no povo.
É esta unidade que faz de Israel “uma realeza
de sacerdotes”. A própria palavra Atsêret expressa
também a idéia de realeza, já que o herdeiro da co-
roa é chamado de “yoresh êtser” – príncipe herdeiro.
Portanto, a unidade e a realeza, dois sentidos
da palavra Atsêret, estão ligados. Encontramos esse
mesmo elo de outra forma interessante: nas letras
da palavra “mêlech” (מלך – rei), anagrama da palavra
“culam” (כלם – todos). Quando “todos” estão unidos,
o “rei” pode governar de forma eficiente.
A festa de Shavuot chega após 49 dias de prepa-
ração, durante os quais o homem prepara um “bom
coração” (lev tov – טובלב). A soma dessas letras é uma
alusão aos 49 dias de preparação.
32 = (2) ב + (30) ל
17 = (2) ב + (6) ו + (9) ט
Total: 32 + 17 = 49
De fato, lev tov – um bom coração – é uma quali-
dade fundamental para todas as outras. Aprendemos
isso em uma das mishnayot do Pirkê Avot (2:13):
“Ele (Raban Yochanan ben Zacai) lhes disse:
Observai qual o bom caminho a que se deve ape-
gar o homem. Rabi Eliêzer diz: um bom olho; Rabi
Yehoshua diz: um bom companheiro; Rabi Yossê diz:
um bom vizinho; Rabi Shim’on diz: aquele que prevê
o que vai acontecer; Rabi El’azar diz: um bom cora-
ção. Disse-lhes (Raban Yochanan ben Zacai): prefiro
a opinião de El’azar ben Arach às vossas, pois nela
já estão contidas as vossas.”
Sendo que ter um bom coração é uma qualidade
que é um fundamento para todas as outras, “lev
tov” (טובלב – bom coração) e “midá” (מדה – qualidade)
somam o mesmo valor.
49 = (2) ב + (6) ו + (9) ט + (2) ב + (30) ל
49 = (5) ה + (4) ד + (40) מ
A preparação para a outorga da Torá durante os
quarenta e nove dias do Ômer deve passar por um
refinamento das qualidades humanas, que são um
pré-requisito para a Torá, como nos ensinam nossos
sábios: “Dêrech êrets cadmá Latorá – a civilidade
precede a Torá”.
shavuotA festa de Shavuot é comemorada cinquenta dias após a noite do Sêder de Pêssach e consagra a plenitude da alma que, neste dia, brilha como uma luz pura e abre ao judeu as portas da eternidade.
Rabino Isaac Dichi
38 Iyar / Sivan 5776
Guimatriyá
Sendo assim, a expressão “lev tov
– bom coração”, incitou o Benê Yissa-
char a dividir o período de preparação
de 49 dias em duas partes, cada uma
em alusão a uma dessas palavras.
A primeira, desde o primeiro dia do
Ômer até Lag Baômer, não incluído,
ou seja, de 32 dias, correspondente ao
valor de “lev” (32 – לב). E uma segun-
da parte, de Lag Baômer até Shavuot,
ou seja, de 17 dias, correspondente ao
valor de “tov” (17 – טוב).
Em Lag Baômer foi revelada a tra-
dição esotérica, a parte mais oculta
da Torá, por Rabi Shim’on Bar Yochai
que, conforme esta mesma tradição,
era a reencarnação da alma de Moshê
Rabênu.
A importância de Lag Baômer
transparece no seu valor numérico,
igual ao de Moshê e ao dos nomes Di-
vinos “Kel Shacay”.
+ (40) מ + (70) ע + (2) ב + (3) ג + (30) ל
345 = (200) ר +
345 = (5) ה + (300) ש + (40) מ
345 = (10)י + (4) ד + (300) ש + (30) ל + (1)א
Estes 49 dias do Ômer também são
dias de julgamento. Como o Todo-Po-
deroso Se aproxima de Seu povo du-
rante este período, a proximidade da
Santidade implica em maiores exigên-
cias morais e espirituais. Esta idéia
transparece no valor numérico da ex-
pressão: “Kel Chay” (קל חי – o D’us vivo).
49 = (10) י + (8) ח + (30) ל + (1) א
O “D’us vivo” reside no meio de nós
durante os 49 dias de preparação para
Shavuot.
O Ômer (a oferenda de cevada que
era feita na época do Templo Sagrado)
é o símbolo do “yesh”, da materiali-
dade. Essa idéia transparece no valor
numérico de “Ômer” (עמר), que é igual
ao valor da palavra “yesh” (יש).310 = (200) ר + (40) מ + (70) ע
310 = (300) ש + (10) י
As letras guturais são intercam-
biáveis, e cada letra gutural é mais
forte que a precedente na série álef
Sendo assim, a .(ח) chet ,(ע) áyin ,(א)
palavra “Ômer” (עמר) está entre “omer”
.(matéria – חמר) ”e “chômer (dizer – אמר)
Omer (אמר – dizer) representa o
fundamento espiritual do mundo,
criado pelas dez palavras Divinas.
Durante a contagem do Ômer (עמר) se
purifica o chômer (חמר – matéria) para
formar omer (אמר – dizer), as palavras
da Torá que recebemos na Outorga da
Torá. Isso acontece após o refinamento
das qualidades morais durante as sete
semanas da contagem do Ômer.
Vita S. Gomel
Baseado no livro “La Guematria”, do rabino Matityahu Glazerson
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GRUPO
Iyar / Sivan 5776 39
Variedades III
MUNDOANIMAL
A intervenção diretA de um Autor do universo pode ser constAtAdA nA imensidão dAs gAláxiAs, nA perfeição do corpo humAno, nA mArAvilhosA
diversidAde dA botânicA e nA observAção do extrAordinário e impressionAnte
fis
hnado A foto ao lado é o
registro de um momento raríssimo em que os peixes jack se agrupam para um ritual de acasalamento conhecido como “agregação”.O registro foi feito pelo pesquisador Octavio Aburto, que só teve êxito em sua missão depois de inúmeras tentativas.Entre a imprensa mundial, o fenômeno acabou apelidado como fishnado, o “tornado de peixes”.
40 Iyar / Sivan 5776
UM
BARAT
ÃO Apesar de ser parecido com um tatuí gigante, o “bichinho” da foto ao lado está mais para um grande baratão mesmo.O isópode gigante pode chegar a medir até 60 centímetros de comprimento e vive no fundo do oceano, alimentando-se de peixes mortos e outros detritos que encontra pelo caminho.A espécie já era conhecida desde o século XIX, mas só foi vista em vídeo há pouco tempo, quando um submarino japonês de alta profundidade decidiu registrar o que
acontecia com um peixe morto no oceano.
só d
e o
lho Isso que você está vendo
não é uma máscara milenar enterrada na areia, mas sim um exemplar de peixe carnívoro da espécie miracéu esperando por alguma presa incauta.Sua estratégia é justamente enterrar-se por inteiro na areia, deixando apenas os seus olhos de fora, pronto para dar o bote. Uma vez que o ataque vem de baixo para cima, dificilmente há chance de escapatória.
Variedades III
Iyar / Sivan 5776 41
PIR
ACEM
A Em algum momento da sua vida adulta, os salmões do Oceano Pacífico retornam para os córregos montanhosos onde nasceram, com o objetivo de desovar e perpetuar a sua espécie.Quem mais se beneficia com este evento chamado piracema são os ursos-pardos do Alasca, que ficam literalmente parados e de boca aberta, apenas esperando que o almoço vá direto de encontro a eles.
É M
EU! O norte-americano
Dan Carlin estava posando para uma foto com o peixe que havia acabado de fisgar, quando foi atacado por um leão marinho faminto.O susto foi imenso, principalmente porque Dan, de 62 anos, acabou arrastado para a água até uma profundidade de seis metros, quando conseguiu se soltar.
Variedades III
42 Iyar / Sivan 5776
mig
raç
ão Todos os anos, milhões
de caranguejos vermelhos deixam as suas tocas na Ilha Christmas, na Austrália, e vão de encontro ao mar para colocar seus ovos.A migração sincronizada é tão grande que a população local é obrigada a criar barreiras naturais nas ruas e estradas para evitar acidentes e que muitos exemplares morram.
ZONA A
BISS
AL A zona abissal é a região
mais profunda dos oceanos, abaixo de dois mil metros de profundidade. Além de possuir pressão extremamente alta, é muito fria e escura.Lá são encontrados animais surpreendentes adaptados. A bioluminescência, a capacidade de emitir luz, é uma das estratégias que facilita a atração de presas.O peixe da foto é um “peixe pescador”, que recebeu este nome por conta da “vara luminosa” existente em sua testa.
Variedades III
Iyar / Sivan 5776 43
Visão Judaica
No começo do livro de “Bere-
shit” a Torá des-
creve que D’us criou o homem e colocou-o no “Gan
Êden” – o Jardim do Éden. Lá, D’us fez nascer da
terra todos os tipos de árvores agradáveis à vista
e com saborosas frutas. O local geográfico do Gan
Êden está descrito detalhadamente na Torá. Esta
descrição usa, como base, lugares e rios bastantes
conhecidos. Depois disso, quando o homem pecou,
foi expulso do Gan Êden e nunca mais lhe foi per-
mitido voltar.
Uma Pergunta Geográfica
Algumas vezes, no jardim de infância, depois
que a professora conta esta história da Torá, uma
das crianças faz uma pergunta simples, mas não
fácil: Onde é o Gan Êden?
A professora fica confusa. O que responder à
criança?
O que nós responderíamos? “O Gan Êden está no
céu” não é absolutamente uma resposta! Afinal, está
escrito claramente na Torá que as árvores cresciam
“da terra” e que seu fruto era de sabor agradável.
Então, como dizer que este lugar está no céu?
Admitamos a verdade! Nós também temos dificul-
dade em aceitar esta resposta. É certo que reconhece-
mos que existem mundos espirituais ocultos a nós. Os
mundos espirituais estão distantes da nossa realidade
em todos os sentidos, de modo que todas as caracte-
rísticas físicas deste nosso mundo não existem neles.
Porém, é difícil incluir nestes mundos espirituais um
Gan Êden que contenha lindas árvores que nascem da
terra. Além disso, que sentido faz, num mundo total-
mente espiritual, onde não existe fome ou sede, algo
que seja agradável à vista ou bom ao paladar?
Há algumas dezenas de anos alguém poderia
simplesmente responder que este lindo jardim se
encontra em algum lugar distante e não conheci-
do do globo. Hoje, no entanto, é quase impossível
aceitar esta resposta. Existem mapas detalhados de
todo o mundo. Cada metro de terra já foi revelado e
fotografado por aviões e submarinos. Nada escapa
às suas lentes e radares. Onde, então, é o lugar do
Gan Êden no mundo?
As Camadas da Cebola e o Mundo
Em princípio, a existência física da matéria não
nos deixa dúvidas sobre a sua realidade, já que esta
existência é captada por nossos sentidos – vemos e
sentimos os objetos. No entanto, parece que as coi-
sas não são assim tão simples. Retire de um quarto
toda a sua mobília. Dizemos que este quarto ficou
totalmente vazio. Esta afirmativa, porém, não é exa-
ta. O quarto pode estar vazio de objetos que nos são
visíveis, mas ele está repleto de ar. A maior parte da
história se passou até que o homem percebesse que
vive num gigantesco oceano de ar.
No passado, os homens conseguiam notar o ar
apenas em movimento, na forma de vento, mas pa-
rado não percebiam a sua existência. Com o passar
A Outra RealidadeExistem mapas detalhados de todo o mundo. Onde, então, é o lugar do Gan Êden?
R. Yochanan David Salomon
44 Iyar / Sivan 5776
do tempo, o homem entendeu que a
visão e o tato não são os únicos meios
de se captar a realidade.
Mesmo que conseguíssemos reti-
rar todo o ar do quarto e então um ho-
mem do século passado poderia jurar
que o quarto está realmente vazio, ain-
da assim ele estaria enganado. Qual-
quer criança nos nossos dias sabe que
o vazio do quarto está repleto de ondas
eletromagnéticas de um sem número
de estações de rádio, cada uma com a
sua freqüência. Um cientista dos nos-
sos dias explicaria que o quarto está
repleto de energias de diferentes tipos
e com freqüências distintas. Parte des-
tas energias podem ser transformadas,
através do rádio, em vozes de todas as
línguas e acordes musicais. Outra par-
cela desta energia pode ser transfor-
mada em imagens. Outras formas de
energia conhecidas hoje, tais como a
radiação, podem ser percebidas com
outros aparelhos diversos.
O homem conseguiu aperfeiçoar
seus sentidos através de uma apare-
lhagem avançada que inventou, au-
mentando assim o alcance da rea-
lidade perceptível. O telescópio, o
microscópio, aparelhos que captam
raios infravermelhos e tantos outros
aumentam o alcance de percepção de
nossos sentidos, acrescentando novas
partes à realidade física que, primiti-
vamente, não conhecíamos. Ninguém
pode afirmar que não continuaremos
a descobrir outras formas de existên-
cia que no momento nem desconfia-
mos que existam.
A realidade é constituída de cama-
das, assim como as camadas de uma
cebola. Camada após camada ela vai
se desvendando diante da ciência do
homem, que escava em busca do inte-
rior desta realidade. Nós temos a obri-
gação de conhecer o mundo em que
vivemos em todas as suas diferentes
camadas para podermos adaptar nos-
sos atos de acordo com esta realidade.
Bendito que Faz o Cego Ver
A Torá nos conta que Hagar, escra-
va de Avraham, e seu filho perambula-
vam pelo deserto sem água. Então D’us
ouviu as suas preces (Bereshit 21:19):
“E abriu D’us seus olhos e viu um poço
de água”. Não está escrito que foi cria-
do um poço de água para dar-lhes de
beber, mas sim que Hagar pôde ver um
poço que já estava ali desde a Criação
do Mundo. Sobre isto, disseram nossos
sábios: “Todos estão sob o vigor da ce-
Visão Judaica
Iyar / Sivan 5776 45
gueira até que D’us abra seus olhos”.
Outro acontecimento parecido
encontramos no livro de Melachim II
(cap. 6). O jovem que acompanhava
o Profeta Elishá acorda, levanta-se
e vê um forte exército com cavalos e
carros de guerra, do inimigo Arameu,
que cercava a cidade. Elishá acalma o
rapaz dizendo: “Não temas, pois são
mais os que nos acompanham do que
os que estão com eles”. Então, Elishá
faz uma prece para D’us: “Abre seus
olhos e ele verá”. E abriu D’us os olhos
do moço e ele viu o monte repleto de
cavalos e carros de guerra de fogo.
Lembramos também que o perver-
so Bilam não percebeu a presença do
anjo que obstruía seu caminho até que
a Torá relata (Bamidbar 32:31): “E des-
vendou D’us os olhos de Bilam e viu o
anjo de D’us parado no caminho com
sua espada desembainhada na mão.”
Assim, parece claro que existe
uma realidade, na qual vivemos, que
nos é invisível por algum impedimen-
to do nosso sentido visual. Quando a
visão encoberta é desvendada, pode-
mos ver esta outra realidade da mes-
ma forma que percebemos a realidade
a qual estamos habituados.
Estamos acostumados ao pensa-
mento de que existe um mundo espiri-
tual elevado e sublime, conhecido e en-
tendido por homens também elevados.
Este mundo espiritual está separado
do nosso mundo material, pois só pode
ser percebido pela mente, enquanto
que, no mundo físico, a realidade é
percebida pelos nossos sentidos.
No entanto, notamos agora, que
existe mais uma realidade física, que
normalmente nos é invisível, porém
é perceptível aos sentidos de quem é
meritório de tal visão. O poço visto por
Hagar é um poço visível a olhos reais,
com águas que podem ser bebidas e
que matam a sede. Deste poço Hagar
encheu seu odre para o resto da sua
viagem. As camadas da realidade físi-
ca “comum” são reveladas através de
diversas aparelhagens exteriores que
aumentam o alcance da nossa percep-
ção. A “outra” realidade física é revela-
da através da extensão da capacidade
dos nossos próprios sentidos. Esta am-
pliação dos sentidos ocorre por meio
de um processo interior, como a prece
no caso de Hagar ou a profecia no caso
de Elishá, e de várias outras maneiras.
O que Vê
Enquanto que Hagar e o acompa-
nhante de Elishá tiveram o privilégio
desta fantástica capacidade de visão
apenas por alguns instantes uma úni-
ca vez, o homem elevado, como o pro-
feta, tem este mérito por muito tempo.
Antigamente, o profeta era chamado
também de “o que vê”, pois ele conse-
guia ver o que acontecera no passado
em lugares distantes de onde estava
(Shemuel I, 9:20) e o que aconteceria
no futuro (idem 10:2).
Os limites de tempo e lugar são
limites impostos por nossos sentidos
neste mundo material e limitado. Po-
rém, numa existência mais elevada
não existem estas limitações. Com
a luz criada pelo Todo-Poderoso na
Criação, podia-se ver de um lado ao
outro do mundo; ou seja, essa era a
capacidade visual natural do homem
em sua criação. D’us, no entanto, es-
condeu essa luz de forma a não ser
permitido a qualquer pessoa utilizá
-la, exceto os tsadikim (Chaguigá 12).
Adam, o homem da primeira geração
da Criação, podia ver e contemplar
além dos limites de tempo e espaço.
O midrash nos conta que ele viu todos
os seus descendentes no decorrer de
toda a história, geração após geração
(Bereshit Rabá 24).
Visão Judaica
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46 Iyar / Sivan 5776
A visão elevada, alcançada pelas
pessoas de espírito superior, pode ser
exclusiva daquele que tem esse mérito,
enquanto que pessoas que estão junto
deste nada vêem. Quando Avraham,
acompanhado por seu filho Yitschac,
aproximou-se do local indicado por
D’us, “viu o lugar de longe”. Avrah-
am e Yitschac viram a singularidade
do lugar – uma nuvem estava ligada
à montanha segundo a explicação de
Rashi. Avraham percebeu, porém, que
seus outros acompanhantes, “homens
ligados a matéria”, não viam nada, e
então disse para eles: “Sentem aqui
com o burro...” (N.T.: chamor, burro
em hebraico, está relacionado aqui
com a palavra chômer, matéria).
Surdos: Ouçam!
Quando uma pessoa morre, sua
voz vai de um lado ao outro do mun-
do (Yomá 20b). Quem escuta esta voz?
Quem dera nós possuíssemos uma ca-
pacidade auditiva elevada além das li-
mitações materiais, então poderíamos
ouvir esta voz. Certamente, as pessoas
que a guemará conta que ouviram vo-
zes saídas do céu – denominadas no
Talmud de “bat col” – eram capazes de
ouvir também esta voz. Nas histórias de
grandes tsadikim ouvimos muitas ve-
zes sobre o sentimento do bem causado
pela saída da alma de outro tsadic deste
mundo. Uma pessoa com sentidos ele-
vados percebe a bondade que envolve o
mundo quando um tsadic morre.
Todos os dias uma voz sai do Monte
Chorev anunciando e dizendo: “Coitadas
das criaturas pela vergonha da Torá”
(Avot 6), porém nossos ouvidos materiais
estão tapados para ouvi-la. Há quem
diga que esta voz não é perdida. Sem que
a pessoa saiba, esta voz é captada por
sua alma, e é a fonte dos pensamentos de
teshuvá, de retorno ao caminho correto,
que aparecem naturalmente no coração
de todas as pessoas.
E Cheirará seu Temor a D’us
Quando o Profeta Yeshayáhu (cap.
11) conta sobre o Mashiach, o grande
tsadic que será reconhecido por todos
os povos, ele relata suas característi-
cas e seu nível espiritual. Entre outras
coisas, Yeshayáhu escreve: “E cheirará
seu temor a D’us, e não pela visão de
seus olhos julgará e não pela audição
de seus ouvidos advertirá”. O Mashia-
ch não se baseará sobre a visão, que é
algo superficial, mas sim “cheirará” o
temor a D’us da pessoa que estiver na
sua frente. Isto nos mostra que o temor
a D’us é algo que pode ser cheirado;
porém, a fragilidade do nosso sentido
olfativo nos impede de fazer isto.
Quando Yaacov entrou na tenda de
Yitschac para receber as bênçãos antes
do falecimento do seu pai, estava vesti-
do como seu irmão Essav e com os bra-
ços e mãos cobertos com peles de bode
arrancados pouco antes. É sabido que o
cheiro dos bodes é dos mais desagradá-
veis. Mas eis que Yitschac fala (Bereshit
27:27): “Veja! O cheiro de meu filho é
como o cheiro do campo abençoado por
D’us”. Sobre isso, Rashi explica que jun-
to com Yaacov entrou o cheiro do Gan
Êden. O sentido olfativo de Yitschac,
em seu nível superior, permitiu que ele
sentisse o cheiro elevado do Gan Êden.
Este cheiro maravilhoso se sobrepôs ao
cheiro dos couros de bode eliminando
-o, assim como o cheiro de um ótimo
perfume se sobrepõe a outro cheiro
mais fraco deixando-o imperceptível.
Surge, no entanto, uma pergun-
ta: De onde veio este cheiro do Gan
Êden que, segundo Rashi, entrou com
Yaacov na tenda de Yitschac? Afinal,
desde que Adam e sua mulher foram
expulsos do Gan Êden, não foi mais
permitido a ninguém entrar lá.
Antes de responder a esta pergun-
ta, façamos algumas considerações.
Adam Harishon estava num degrau
espiritual muito elevado. Todos os
seus sentidos estavam desenvolvidos
em toda a potencialidade de um ser
criado pelas mãos de D’us, e funcio-
navam conforme este potencial. Ele
passeava por este “campo abençoado
por D’us” e comia dos frutos de suas
árvores. Quando pecou e comeu da ár-
vore proibida, sua materialidade se so-
brepôs à espiritualidade, seus sentidos
enfraqueceram, sua visão se enevoou
e o Gan Êden que existia à sua volta
desapareceu.
Um exemplo semelhante é o de um
homem que se encontra sentado num
salão de concertos e ouve uma músi-
ca magnífica. De repente, ele pega dois
tampões e cobre os seus ouvidos. Ain-
da que os músicos continuem tocando e
lindas melodias flutuem à sua volta, ne-
nhum som chega aos seus ouvidos. Para
ele, é como se a música não existisse.
Na realidade, o homem não foi
expulso do Gan Êden, mas sim o Gan
Êden foi expulso pelo homem de seu
meio. O Jardim do Éden certamente
continua existindo como antes, porém,
em relação ao homem que pecou, o ho-
mem materialista, ele deixou de existir.
No princípio o homem foi criado com
sentidos elevados, que o permitiam ter
uma visão de uma outra realidade na
qual ele vivia naturalmente. O pecado
do homem foi o que tampou seus ouvi-
dos, encobriu seus olhos e o impediu
de perceber a realidade que o rodeia.
Quando um homem isolado con-
segue se elevar e se purificar, pode
alcançar um degrau elevado e mais
próximo do nível de Adam Harishon
antes do pecado. Nesta situação vol-
tam a ele, ainda que apenas um pouco
e parcialmente, alguns dos sentidos e
qualidades do primeiro homem, con-
forme sua natureza original e confor-
me foi criado no princípio.
Yaacov Avínu, em seu nível ele-
vadíssimo, não voltou mesmo para o
Gan Êden, porém o cheiro deste jar-
Visão Judaica
Iyar / Sivan 5776 47
Visão Judaica
dim o acompanhava quando entrou
na tenda de seu pai. Um homem qual-
quer não poderia sentir este cheiro,
mas Yitschac, em seu degrau elevado,
pôde senti-lo. Era o cheiro fantástico
e sublime que envolvia o primeiro ho-
mem no princípio de sua vida. Assim,
com espanto e alegria, Yitschac disse:
“Veja! O cheiro de meu filho é como o
cheiro do campo abençoado por D’us!”
Um homem que se elevou espiri-
tualmente pode se isolar por comple-
to da sua existência física comum e
continuar a sua vida numa existência
diferente, mais espiritual. É como se
este homem apoiasse um de seus pés
nesta existência mais elevada e pu-
xasse o outro pé, tirando-o da nossa
realidade material. Nessa existência
diferenciada, mais elevada, não exis-
te doença ou morte. Quem retorna à
realidade do Gan Êden pode continuar
a viver eternamente, conforme o que
fora programado para o homem antes
do pecado.
Assim aconteceu com o Profeta
Eliyáhu. Ele está na outra realidade
existente aqui conosco em nosso mun-
do, porém nós não podemos vê-lo. Da
mesma forma que se enfraqueceram
nossos sentidos materiais nos impe-
dindo de perceber a luz oculta, assim
também não podemos ver o profeta Eli-
yáhu, que também foi ocultado (Rashi,
Melachim II, 2:16). No entanto, ele se
revela àqueles que se elevam um pouco
acima das nossas fronteiras materiais.
Estas pessoas podem sentir um pouco
das delícias do mundo onde ele vive.
Eliyáhu Hanavi não é uma alma
sem corpo. Ele vive, assim parece,
num corpo, e deve cumprir os man-
damentos da Torá, mas sua vida é co-
mandada por uma realidade que não
é captada pelos nossos sentidos.
Tempo e Espaço
A realidade do nosso mundo é
formada por várias camadas, uma
encobrindo a outra. Nós só podemos
perceber e sentir a realidade estrita-
mente material. Existem, no entanto,
muitos pontos de ligação entre nossa
realidade material, na qual vivemos,
e a outra realidade. Existe aquele que
ouve uma voz vinda do Além e aque-
le que tem o mérito de ver o Profeta
Eliyáhu. Há quem beba das águas do
poço de Miryam e quem acorde com
um pensamento de teshuvá por ter ou-
vido uma voz quase obrigatória saída
do Monte Chorev.
Quem teve o mérito de ao menos
espiar a outra realidade percebe que
todas as experiências de tempo e es-
paço não existem lá. Antigamente, as
pessoas iam a Jerusalém nas festas e
se ajuntavam apertadas aos milhares
no pátio do Templo Sagrado. No en-
tanto, durante as orações, no momen-
to que precisavam se ajoelhar, mila-
grosamente havia um espaço de dois
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CorNovaCor
Nova
Assista o vídeo:
48 Iyar / Sivan 5776
metros para cada pessoa. Isto ocorria
para que um não ouvisse as confis-
sões e os pecados do outro (Yomá 21
e Rashi no local). As pessoas perce-
biam, então, que o conceito de espa-
ço era totalmente diferente na outra
realidade.
Quando um judeu tem o mérito de,
no dia do Shabat, se abrigar à sombra
de um dos tsadikim da geração e tem a
oportunidade de, com sua alma com-
plementar desse dia, sentir a essência
do Shabat, ele sente que se encontra
numa esfera temporal tirada de uma
outra existência, da eternidade.
Guiado por Instrumentos
Nossas ações e nossos pensamen-
tos têm efeito em nosso mundo ma-
terial e também na outra realidade
oculta que nos cerca. Nesta situação,
parecemo-nos com um piloto que faz
um vôo cego guiado apenas pelos ins-
trumentos e aparelhagens de coman-
do do avião.
A Torá nos indica o que fazer em
todos os caminhos de nossas vidas,
de forma que nossos atos combinem
com a outra realidade, ainda que não
possamos vê-la. Se nos fosse possível
perceber a aparência na outra reali-
dade de uma comida que não é casher,
não precisaríamos saber as leis de
cashrut. Não precisaríamos tampouco
ouvir advertências a respeito de seu
consumo, da mesma forma que não
se precisa advertir alguém com olfa-
to normal para não comer um peixe
estragado.
Grandes tsadikim tiveram o mé-
rito de sentir o aspecto negativo que
acompanha uma comida proibida. Um
pouco deste sentido recaiu até mesmo
sobre seus animais. Conta-se sobre o
burro de Rabi Pinechas ben Yair que
ele se recusou a ingerir uma comida
da qual não se havia tirado o dízimo
(Chulin 7a). Também é conhecida a
história da vaca de um chassid que,
mesmo depois de vendida para um
gentio, se recusou a trabalhar no Sha-
bat (Midrash Assêret Hadibrot, quarto
mandamento). Parece que a vaca sen-
tiu a presença especial do Shabat. A
essa conclusão chegou também o gen-
tio que comprou a vaca. Ele acabou
se convertendo graças a este aconte-
cimento, estudou Torá e se tornou um
dos sábios de Israel.
Nós, judeus comuns, não chega-
mos nem mesmo ao nível do burro de
Rabi Pinechas ben Yair e nem ao ní-
vel da vaca daquele chassid. Nós não
sentimos diretamente a outra reali-
dade. Nossos atos são dirigidos con-
forme exames materiais, avaliações
das informações que chegam a nós em
nossa realidade puramente material
e pelos caminhos em que a lei judaica
nos guia. Nós sabemos que uma comi-
da não é casher somente através dos
exames e critérios materiais que nos
revela a lei judaica e não por uma sen-
sação direta do que é ou não é casher.
Guiamo-nos segundo o relógio e o ca-
lendário para saber quando começará
o Shabat e então cumprimos suas leis
especiais. Nós, judeus comuns, não
possuímos um sentimento direto da
santidade do Shabat. Desta forma, a
Torá é o nosso plano de vôo.
Pilotando Segundo a Halachá
Toda a humanidade anseia, a maio-
ria sem ter pleno conhecimento, voltar
ao nível do primeiro homem antes do
pecado. Desta forma o homem poderia
completar sua jornada através de sen-
sações diretas da realidade em que vive.
Enquanto isso, enquanto não vol-
tamos a esse nível ideal, não há nada
como o direcionamento que nos dá a
halachá, a lei judaica. Ela nos garan-
te que agimos conforme o que deve
ser feito e nos afastamos daquilo que
nos é prejudicial. A precisão com que
cumprimos as leis judaicas é vital
para nós assim como a precisão da
aparelhagem para o piloto quando
tudo o que vê à sua frente é neblina.
Pilotar a vida segundo a lei judai-
ca é o que precede o desenvolvimento
dos nossos sentidos espirituais e abre
a cortina que nos separa da realidade
completa na qual vivemos.
www.fivebras.com.br Tel.: 11 3207-9444Saiba mais,acesse o site
Visão Judaica
Iyar / Sivan 5776 49
Passatempos
P A RRC U Z DA VL A S
SA A
50 Iyar / Sivan 5776
Passatempos
ILUSÃO DE ÓTICAILUSÃO DE ÓTICAILUSÃO DE ÓTICAPercorra com os olhos rapidamente as figuras do quadro abaixo.
Qual delas está girando?
Iyar / Sivan 5776 51
Iyar 09 de Maio de 2016 a06 de Junho de 2016
ROSH CHÔDESH Domingo e segunda-feira, dias 8 e 9 de maio.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.Acrescenta-se a oração de Mussaf.
BIRCAT HALEVANÁ PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUA
Início (conforme costume sefaradi): Sábado, 14 de maio, às 18h13m
(horário para São Paulo).Final: Manhã de sábado, 21 de maio,
às 6h36m (em São Paulo).
PÊSSACH SHENIDomingo, 22 de maio – não se fala Tachanun.Na época do Bêt Hamicdash, esta data representava uma segunda chance de trazer a Oferenda Pascal a quem não tivera a oportunidade de fazê-lo em Pêssach.
5776
LAG BAÔMER
Quinta-feira, 26 de maio – não se fala Tachanun (nem em Minchá da véspera).
Lag Baômer é uma alegre comemoração realizada no 33º dia da Sefirat Haômer.
A Sefirat Haômer é a contagem de 49 dias desde o dia em que era realizada a oferenda do Ômer no Bêt Hamicdash, no segundo dia de Pêssach, até a festa de Shavuot. Esta contagem é uma mitsvá
da Torá. Durante os dias da Sefirat Haômer procuramos nos elevar espiritualmente, aprimorando nossas virtudes interiores, para que
estejamos preparados para o dia de Shavuot, no qual se comemora a outorga da Torá.
Dois motivos tornam o dia de Lag Baômer festivo:1. Neste dia cessou a epidemia que atacou os
discípulos de Rabi Akivá.2. É o dia da morte do grande sábio Rabi Shimon bar Yochai.
Antes da sua morte, Rabi Shimon pediu que o dia de seu passamento fosse comemorado com grande alegria e não com tristeza.
Jacob Freilich e Famíliadesejam paz
e prosperidade para todaa kehilá!
Sra. Rina Hamoui deseja paz, saúde
e muitas alegrias
para toda a
comunidade
Albert Chouekee família
Parabenizam a
Congregação Mekor Haim
pelo belíssimo trabalho de
divulgação da nossa
sagrada Torá
Datas & Dados
52 Iyar / Sivan 5776
ROSH CHÔDESHTerça-feira, 7 de junho.Não se fala Tachanun no dia e em Minchá da véspera.Acrescenta-se Yaalê Veyavô nas amidot e no Bircat Hamazon.Acrescenta-se Halel Bedilug em Shachrit.Acrescenta-se a oração de Mussaf.
TACHANUNNão se recita Tachanun
nos 12 primeiros dias de sivan, até 18 de junho, inclusive.
Sivan 07 de Junho de 2016 a 06 de Julho de 2016
5776
SHAVUOT
Domingo e segunda-feira, 12 e 13 de junho. Recita-se o Halel completo nos dois dias.
Shavuot comemora o majestoso acontecimento testemunhado pelo povo de Israel sete semanas
depois de sua saída do Egito, quando estava acampado ao pé do Monte Sinai. Nesta ocasião,
D’us manifestou Sua vontade a Israel e nos revelou os Dez Mandamentos.
Embora estes mandamentos não cons tituam toda a Torá, que consiste de 613 mandamentos – taryag mitsvot – eles são
o seu fundamento. Esses dez mandamentos se tornaram a base das leis de grande parte da civilização ocidental. O nome Shavuot,
pelo qual a Torá se refere a esta data, significa sim plesmente “semanas” e deriva do fato de Shavuot ser observado depois de se contar sete semanas completas, a partir
do segundo dia de Pêssach.Ticun Lêl Shavuot: Durante a primeira noite de Shavuot existe o bonito costume de se passar a noite em claro,
estudando Torá e mishná. Este ano, o estudo se realizará na sábado à noite, dia 11 de junho.
Shavuot é chamada também de “Chag Habicurim” (Festa das Primícias), “Chag Hacatsir” (Festa da Ceifa do Trigo) e “Zeman Matan Toratênu” (Época da Outorga da nossa Torá).
BIRCAT HALEVANÁ PERÍODO PARA A BÊNÇÃO DA LUAInício (conforme costume sefaradi): Domingo, 12 de junho, a partir das 17h57m (horário para São Paulo).Final: Madrugada de segunda-feira, 20 de junho, até 1h06m (horário para São Paulo).
Edmond Khafif e família
Congratulam-se com a kehilá
pela passagem da festa de
Shavuot desejam muita
paz e saúde
para todo
Am Yisrael!
Datas & Dados
Iyar / Sivan 5776 53
HORÁRIO DE ACENDER AS VELAS DE SHABAT E YOM TOV EM SÃO PAULO13 de maio - 17h13m20 de maio - 17h10m27 de maio - 17h08m03 de junho - 17h07m 10 de junho - 17h07m11 de junho - 17h07m
12 de junho - a partir de 18h07m17 de junho - 17h08m24 de junho - 17h09m01 de julho - 17h11m08 de julho - 17h14m 15 de julho - 17h17m
PARASHAT HASHAVUA 14 de maio - Parashat: Kedoshim Haftará: Halidrosh Oti Atem Baim (sefaradim)21 de maio - Parashat: Emor Haftará: Vehacohanim Halviyim28 de maio - Parashat: Behar Haftará: Vayômer Yirmeyáhu04 de junho - Parashat: Bechucotay Haftará: Hashem Uzi Umauzi11 de junho - Parashat: Bamidbar Haftará: Vehayá Mispar Benê Yisrael18 de junho - Parashat: Nassô Haftará: Vayhi Ish Echad Mitsor’á25 de junho - Parashat: Behaalotechá Haftará: Roni Vessimchi Bat Tsiyon02 de julho - Parashat: Shelach Lechá Haftará: Vayishlach Yehoshua Bin Nun09 de julho - Parashat: Côrach Haftará: Vayômer Shemuel el Haam16 de julho - Parashat: Chucat Haftará: Veyiftach Haguil’adi23 de julho - Parashat: Balac Haftará: Vehayá Sheerit Yaacov
HORÁRIO DAS TEFILOT Shachrit - De segunda a sexta-feira - 20 min. antes do nascer do Sol (vatikim), 06h20m (Midrash Shelomô Khafif), 06h50m (Zechut Avot) e 07h15m (Ôhel Moshê). Aos sábados - 08h15m (principal), 08h20m (Zechut Avot), 08h40m (infanto-juvenil) e 08h45m (ashkenazim). Aos domingos e feriados - 20 min. antes do nascer do Sol, 07h30m e 08h30m. Minchá - De domingo a quinta - 15min. antes do pôr do sol.Arvit - De domingo a quinta - 10 min. após o pôr do sol, 19h00m e 20h00m (de segunda a quinta).
MINCHÁ DE SHABAT14 de maio - 16h50m21 de maio - 16h45m28 de maio - 16h45m04 de junho - 16h45m11 de junho - 16h45m18 de junho - 16h45m25 de junho - 16h45m02 de julho - 16h50m09 de julho - 16h50m16 de julho - 16h55m
MINCHÁ DE ÊREV SHABAT 13 de maio - 17h13m20 de maio - 17h10m27 de maio - 17h08m03 de junho - 17h07m10 de junho - 17h07m17 de junho - 17h08m24 de junho - 17h09m01 de julho - 17h11m08 de julho - 17h14m15 de julho - 17h17m
Próximas Comemorações Judaicas
Datas & Dados
54 Iyar / Sivan 5776
TABELA DE HORÁRIOS IYAR / SIVAN 5776
São Paulo
Dia Zeman Tefilin
Nets Hachamá (nasc. Sol)
Alot Hashá-
charChatsot
Sof Zeman Keriat Shemá Sof Zeman Amidá Sof Zem. Mussaf Pêleg Haminchá Shekiá (pôr-
do-sol)
Minchá Guedolá de alot
a tsetdo nets à shekiá
de alot a tset
do nets à shekiá
de alot a tset (72m)
de alot a tset
do nets à shekiá
do nets à shekiá
de alot a tset
Maio
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Jun
ho
Julh
o
Datas & Dados
Iyar / Sivan 5776 55
“Chocolate Amargo”Chayim Walder
Meu nome é Yoav.Eu moro em Zichron Yaacov.Estou escrevendo esta carta no meu quarto. São oito da noite. Eu estou mui-
to tenso e com medo.Há uma hora, meu pai foi para a reunião de pais e mestres.Quando saiu de casa, ele se aproximou de mim, abraçou-me e disse:– Estou indo encher meus bolsos de satisfações!Aí ele beliscou minha bochecha com carinho e saiu alegremente.Eu fiquei aqui, com meu coração batendo selvagemente. Estou muito tenso e
triste.Sabem por quê? Porque meu pai não retornará tão feliz. Ele voltará triste e,
provavelmente, me punirá com muitos castigos. Ele ouvirá coisas muito graves
De Criança Para Criança
56 Iyar / Sivan 5776
Vocês podem perguntar por que ele saiu com tanta alegria... eu explico:Eu era considerado um bom aluno. Em todas as provas recebia boas notas. Sem-
pre preparava minhas lições de casa com boa letra e meus boletins estavam cheios de “Muito Bom” e “Excelente”.
Sempre que papai voltava da reunião de pais e mestres, ele brilhava de tanta satis-fação. Abria o caderno de anotações e lia tudo de bom que ouvira. Depois, ele me dava uma deliciosa barra de chocolate que comprava no caminho de casa.
Porém, desta vez estou com medo do “presente” que ele me trará, e mais ainda, da decepção que ele terá de mim.
Nos últimos dois meses decaí muito nos estudos. Preparei as lições de casa com desleixo. Recebi notas que até tenho vergonha de contar. Em muitas aulas eu fiquei so-nhando, e por diversas vezes os professores chamaram minha atenção.
Até hoje eu não entendo por que decaí nos estudos. A verdade é que eu nunca parei para pensar por que estou estudando menos do que antes e por que eu não preparo as lições.
Agora eu também sinto muito por não ter falado com meu pai, para que ele me desse algum conselho. Mas é tarde demais. Ele já deve ter ouvido toda a verdade... Ih! Acho que estou escutando um barulho... Sim! Ele está chegando! Voltarei a escrever mais tarde!...
Dez da noite:Pronto. Agora tudo já passou, graças a D’us!Há uma hora, papai bateu à porta do meu quarto. Abri com medo e receio. Papai
olhou para mim e disse:– Se você está esperando por um presente, então pegue.Ele colocou a mão no bolso e tirou uma barra de chocolate. Depois, virou-se e co-
meçou a sair.Corri atrás dele, chorando, e agarrei-o.– Papai, fale comigo, não vá embora assim!– Você já ganhou o chocolate – ele disse. – O que mais você quer?– O caderno de anotações – respondi. – Eu quero saber o que está escrito no seu
caderno de anotações sobre o que falaram de mim na reunião.– Mas você já deve saber muito bem – disse papai, entrando novamente no meu
quarto.Bem baixinho, meu pai leu no caderno tudo o que contei antes.
Iyar / Sivan 5776 57
Ao terminar, ele se dirigiu a mim e disse:– Yoav, eu não estou bravo pelo seu declínio nos estudos. Eu estou triste por isso,
mas não bravo. O que me deixa bravo é ter ouvido tudo isso com um atraso de dois meses, e não da sua boca.
– Eu tinha medo de lhe contar, papai – eu disse choramingando.– Tinha medo?! De mim? Você acha mesmo que eu o castigaria se você tivesse me
contado que estava decaindo nos estudos?Eu não tinha o que responder.– Será que eu não tentaria ajudá-lo? – ele continuou a perguntar.Continuei calado. Eu definitivamente sabia que meu pai tinha toda a razão.Ele se sentou na cama, ao meu lado, e me abraçou com força. De repente, me senti
tão seguro, tão amado... eu sabia que daquele momento em diante teria a força de inver-ter a situação e começar a ser aplicado novamente.
Depois disso, conversei com papai sobre como poderei voltar a obter bons resul-tados nos estudos. Papai me contou que ele também tinha recaídas nos estudos na sua infância. Ele disse que isso ocorre com quase todo mundo. Papai me explicou exatamente como acontece de cairmos nos estudos e me disse novamente que ele não estava bravo pelo declínio em si, mas pelo fato de que eu o escondi dele e da mamãe.
No final, meu pai disse que poderia ficar comigo quase todos os dias para revisar-mos a matéria e me ajudar a preparar as lições.
Ao terminarmos a conversa, papai me deu um beijo e foi saindo do quarto. Antes que ele saísse, eu exclamei:
– Papai!Ele se virou.– P... P... Por que você comprou o chocolate? – perguntei.Ele riu e disse:– Eu o comprei porque gosto de você.– Mas você ouviu coisas que não são boas, e eu não mereço!– Ah! – ele disse. – olhe bem para o chocolate e entenderá que, de qualquer forma,
eu lhe dei uma dica.Disse e saiu.Tirei o chocolate do saquinho e entendi tudo. Era um chocolate amargo...
Tradução de Guila Koschland WajnrytPermissões exclusivas para a Nascente
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Leiluy Nishmat
Aldo Michel Mizan ben Olga z ’’l
Israel Iossef ben Isser z ’’l
Nissim ben Emilie z’’l
Raffaele ben Salha Piciotto z ’’l
Samuel Michel Mizan ben Olga z’’l
Victor Haim ben Ester z’’l
Ester bat Sofi Shafia z ’’l
Regina Malca bat Adele z ’’l
Rita bat Salma z’’l
Iyar / Sivan 5776 59
60 Iyar / Sivan 5776