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    Guia do CIFOR sobre Florestas,Mudanas Climticas e REDD

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    Nos debates sobre mudanas climticas requentemente utiliza-se umalinguagem cient ca e tcnica, cujos termos complexos e siglas desconhecidaspodem impedir o entendimento de questes relevantes. O centro Internacionalde Pesquisa Florestal (CIFOR) preparou este guia simples para ajudar jornalistas,

    ormuladores de polticas, organizaes no governamentais e cidadosinteressados no tema, a compreenderem melhor a importncia das forestasno combate s mudanas climticas. O guia tambm destaca os temas centraisque as pesquisas desenvolvidas pelo CIFOR identi caram como cruciais parainfuenciar a agenda global climtica de maneira e etiva, e ciente e equitativa.

    Por que devemos proteger as forestas para deter asmudanas climticas?

    Cientistas estimam que 20 por cento das emisses anuais de gases de e eito estu a(GEE), causadores das mudanas climticas, provm do desmatamento e da degradao

    orestal. Este nmero maior do que as emisses provenientes de todo o setor mundialde transportes.

    Como possvel que as forestas emitam mais carbono do quetodos os automveis, caminhes, avies e embarcaes domundo juntos?

    Quando as orestas so rem danos ou so derrubadas, a queima ou o apodrecimentoda madeira libera o carbono armazenado nas rvores na orma de dixido de carbono,aumentando os nveis deste gs de e eito estu a na atmos era. Alm disso, algumas orestasprotegem grandes quantidades de carbono armazenadas em seu subsolo. Por exemplo,quando uma oresta que cresce sobre tur a queimada ou drenada, o carbono no emitido somente pela vegetao; mas tambm pela matria orgnica que est sob o solo.Essas orestas contm mais carbono em seu subsolo do que em sua super cie e, quando soderrubadas, esse carbono escapa do solo para a atmos era.

    Quando as rvores desaparecem, o planeta perde um recurso valioso que continuamenteabsorvia o dixido de carbono j existente na atmos era. Estudos recentes sugerem que as

    orestas absorvem pouco menos de 5 bilhes dos 32 bilhes de toneladas de dixido decarbono emitidas anualmente pelas atividades humanas. Portanto, quando se perde umpovoamento orestal, so remos uma perda dupla: perdemos um ecossistema que absorviagases de e eito estu a e o estoque de carbono contido nas rvores.

    O que devemos azer? Cessar toda a atividade nas forestas?

    No. As orestas so importantssimas para a vida das pessoas que nelas habitam, que vivemprximo a elas e para a sociedade em geral. Segundo o Banco Mundial, mais de 1 bilhode pessoas dependem das orestas para sua subsistncia. Alm disso, centenas de milhesde pessoas dependem de remdios derivados de plantas coletadas nas orestas; e a caa epesca nessas reas proporcionam uma poro signi cativa de protena consumida pelascomunidades rurais. As orestas tambm so importantes do ponto de vista econmico.Em 2003, o comrcio internacional de madeira serrada, celulose, papel e painis rendeu emtorno de US $150 bilhes - mais de 2 por cento do comrcio mundial.

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    A converso de orestas em campos agrcolas provavelmente continuar a acontecer, porm,deve ocorrer de orma cuidadosa, estratgica e sustentvel. preciso deter a explorao,a derrubada e a queima descontroladas de orestas tropicais. ambm precisamos deter aperturbao em larga escala da tur a, rica em carbono, que libera desproporcionalmentegrandes quantidades de gases de e eito estu a quando removida e drenada.

    Algum sair perdendo se tentarmos controlar a destruioforestal?

    A derrubada das orestas usualmente ocorre porque gera dinheiro. Converter orestasem cultivos comerciais como o dend, por exemplo, gera lucros nanceiros. Ento, algumsacri cio econmico ter que ser eito a curto prazo, mas certamente as comunidadespobres dependentes das orestas no deveriam so rer com isso. A longo prazo, todos nosbene ciaremos com um manejo mais sustentvel das orestas. O importante lembrar que,uma vez que os gases de e eito estu a retidos nas orestas sejam liberados, sero necessrias vrias geraes para recaptur-los. Se continuarmos a perder imensas reas orestais,poderemos acabar em um cenrio de pesadelo.

    Como seria esse cenrio de pesadelo?

    O cenrio mais comum seria o de retroalimentao positiva; um ciclo perptuo e aceleradode causa e e eito. No caso das orestas, se um nmero determinado delas or destrudo, aquantidade crescente de carbono na atmos era proveniente da destruio orestal e de outrasatividades humanas pode destruir o restante. Mais emisses de carbono podem levar aoaumento da temperatura global, o que pode causar secas e incndios mais requentes; issoresultar na emisso de mais dixido de carbono, e consequentemente em uma elevaoainda maior da temperatura. Assim, as orestas expostas a queimadas contnuas no poderose recuperar e deixaro de armazenar ou absorver carbono. Se no agirmos rapidamente,poderemos prejudicar o potencial dessas orestas de mitigar essas emisses.

    O que devemos azer agora?

    Existem muitos trabalhos positivos para combater as mudanas climticas por meio daconservao orestal. Os estudos do CIFOR ocam em dois aspectos: adaptao e mitigao.

    O que adaptao?

    Devido s mudanas climticas, as orestas e as pessoas tero que se adaptar s mudanasgraduais de temperatura e pluviometria; alm de lidar com uma requncia maior de

    enmenos meteorolgicos extremos, como secas e inundaes. As estratgias de adaptaopodem ajudar as pessoas a lidarem com os e eitos das mudanas climticas e protegeremseus meios de subsistncia. Os estudos do CIFOR promovem a incluso de estratgiase cazes de adaptao s mudanas climticas no manejo orestal, e buscam assegurar que as

    orestas sejam adequadamente incorporadas nas estratgias de adaptao da sociedade comoum todo.

    Quais so alguns exemplos de projetos de adaptaoexistentes?

    Essa uma rea nova de pesquisas em polticas orestais, mas at o momento os exemplosincluem:

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    Garantir que sejam mantidas orestas su cientes nas bacias hidrogr cas para reduzira eroso do solo, em antecipao de chuvas mais intensas que as mudanas climticaspodem provocar;Conservar corredores verdes para que animais e plantas migrem para climas adequados;Criar zonas tampo para evitar que incndios orestais se espalhem;

    Plantar rvores que tolerem temperaturas mais altas e outros enmenos climticos

    extremos.

    Muitos setores tm interesse nas polticas de adaptao. Por exemplo, os Ministrios dosransportes querem proteger as orestas porque a umaa densa proveniente de um incndioorestal pode obrigar o echamento de aeroportos, e um deslizamento de terra pode levar

    ao echamento de uma estrada. As hidreltricas e companhias ornecedoras de gua potvelesto comeando a considerar o manejo de ecossistemas prximos s nascentes, incluindoo manejo de orestas, a m de reduzir sua vulnerabilidade s mudanas dos padrespluviomtricos e garantir a quantidade e qualidade do seu suprimento de gua.

    O que mitigao?A adaptao e a mitigao so complementares. Enquanto a adaptao lida com asconsequncias das mudanas climticas, a mitigao lida com suas causas. Ambas sonecessrias, pois os cientistas prevem que os e eitos de emisses anteriores continuemmesmo que deixemos de emitir gases de e eito estu a imediatamente.

    Como podemos desacelerar as mudanas climticas oumitig-las?

    A maioria dos es oros de mitigao deve partir de pases industrializados na orma dereduo no uso de combustveis sseis. Porm, para reduzir os 20 por cento das emissesassociadas s orestas, precisamos de uma abordagem nova e mais e caz de conservao.O REDD, que signi ca Reduo das Emisses de Desmatamento e Degradao Florestal, uma delas. Ele di ere das abordagens anteriores de preservao das orestas, pois usaincentivos econmicos para conserv-las. Outros es oros ocam no plantio de rvores parasequestrar carbono.

    Como uncionaria o REDD?

    Os crditos de reduo das emisses, tambm chamado de desmatamento evitado, seriamquanti cados. Essa quantidade positiva seria trans ormada em crditos que poderiam ser vendidos em um mercado internacional de carbono. Os crditos tambm poderiam serpagos atravs de um undo internacional, criado para compensar nanceiramente os pasesparticipantes que conservarem suas orestas. A idia central que os mecanismos deREDD omentem a conservao das orestas por meio da concorrncia econmica com as

    oras motrizes do desmatamento. Essas oras, atualmente, avorecem prticas deexplorao predatrias e a converso de orestas para outros usos, tais como pastagens ecampos agrcolas.

    Quais so os desa os para que os mecanismos de REDD sejamestabelecidos?

    Foram identi cados quatro grandes desa os:Medio de carbonoPara determinarmos um valor para o potencial de reteno de carbono de qualquer rea

    orestal, devemos estimar com preciso a quantidade de carbono armazenada naquela

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    explicitamente o REDD+ como parte do port lio de mitigao das mudanas climticas aser implementado no mbito do acordo ps-Quioto.

    Quais oram os resultados das negociaes da CQNUMC emCopenhagen?

    As negociaes sobre REDD no oram nalizadas. Apesar de ter havido avanos,ainda h de cincias signi cativas, especialmente no estabelecimento de metas. De ato,o acordo de Copenhague estabeleceu um marco; esse o primeiro acordo internacionala recomendar que recursos nanceiros sejam levantados para apoiar REDD+. Austrlia,Frana, Japo, Noruega, Reino Unido e os Estados Unidos o ereceram um pacote nanceirode US $ 3,5 bilhes para preparao para o REDD. O acordo tambm esclarece algunspontos tcnicos, que proporcionaro o apoio necessrio aos pases interessados em adquirirexperincia imediata.

    Porm, vrias questes ainda no oram concludas, incluindo os nivis de re erncia

    de emisses e os es oros subnacionais. Estas questes so importantes para os pasesque possuem grandes e diversos tipos de orestas sujeitas a di erentes tipos de presso,como a Indonsia e o Brasil. Estas questes tambm so importantes para os pases cominsurgncias, onde os governos nem sempre tm controle sobre todo o seu territrio. Outrasquestes, como a salvaguarda dos direitos dos povos indgenas e comunidades locais,tambm precisam ser resolvidas. Uma das principais de cincias dessas negociaes a altade metas tanto para reduo das emisses como para seu nanciamento. Essa alta de acordoobscurece o que a colaborao entre os pases desenvolvidos e pases em desenvolvimentoest tentando alcanar em relao ao REDD.

    Algumas pessoas esto alando sobre REDD+. O que isto?

    Um ano aps o Plano de Ao de Bali ter sido acordado, negociadores reuniram-senovamente em Poznan, Polnia. Eles chegaram a um consenso geral de que as atividades deREDD deveriam ser ampliadas. O REDD+ adiciona trs reas estratgicas s duas estratgiasoriginais estabelecidas em Bali. odas as cinco estratgias visam a reduo das emissesresultantes de desmatamento e de degradao orestal em pases em desenvolvimento. Asduas estratgias originais de REDD so:

    Reduzir as emisses resultantes de desmatamento; eReduzir as emisses resultantes de degradao orestal.

    O sinal de mais (+) adiciona estratgias para reduzir as emisses por meio do :Papel da conservao;Manejo Florestal sustentvel; eAumento do estoque de carbono orestal.

    Essa de nio mais ampla permite a participao de mais pases. Muitos deles, comdi erentes circunstncias nacionais, podem ser includos em um uturo acordo.

    Quem se bene ciar do REDD+?

    Quando se alou pela primeira vez em REDD na COP 13, em 2007, a idia era mais atrativapara os pases com altas taxas de desmatamento. Estes pases so os que possuem um maiorpotencial para reduzir signi cativamente suas emisses provenientes da perda orestal,e obter os maiores bene cios com isso. No mbito mais amplo do REDD+, os pases que j estiverem e etivamente protegendo suas orestas podem tambm ser bene ciados.

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    Prticas sustentveis que ajudam populaes pobres - como as que possibilitam o acessodas comunidades a bens orestais - tambm sero reconhecidas e compensadas. Iniciativasde replantio em reas desmatadas e degradadas tambm sero consideradas. Se o REDD+estiver na mesa de discusso, provvel que mais pases apiem ou rati quem um uturoacordo. Contudo, O REDD+ requer uma estrutura mais complexa para acomodar todas essas

    categorias, o que pode elevar os custos de transao e implementao.Quem est tentando solucionar os desa os tcnicos do REDD+e como?

    H duas importantes iniciativas globais para ajudar os pases em desenvolvimento aimplementarem uturos mecanismos de REDD+:

    O1. Fundo do Programa REDD das Naes Unidas , o ONU-REDD, o erece aos pasesem desenvolvimento um amplo apoio nas questes relacionadas ao desmatamento edegradao orestal. O programa proporciona capacitao, ajuda a conceber estratgiasnacionais, e testa mecanismos de nanciamento e acordos institucionais para monitorare veri car redues na perda orestal. O ONU-REDD opera em nove pases: Bolvia,Repblica Democrtica do Congo, Indonsia, Panam, Papua Nova Guin, Paraguai,

    anznia, Vietn e Zmbia. Projetos demonstrativos oram iniciados em uma srie deorestas tropicais para examinar as condies espec cas de uncionamento do

    REDD na prtica.O Banco Mundial est coordenando a segunda iniciativa global: O2. Fundo de Parceriaspara Carbono Florestal (FCPF -Forest Carbon Partnership Facility ). O FCPF semelhante ao programa das Naes Unidas, mas com escala muito maior. Ele estoperando em 29 pases: Argentina, Bolvia, Camboja, Camares, Repblica Centro-A ricana, Chile, Colmbia, Costa Rica, Repblica Democrtica do Congo, El Salvador,

    Guin Equatorial, Etipia, Gabo, Gana, Guatemala, Guiana, Honduras, Indonsia,Qunia, Repblica Democrtica Popular do Laos, Libria, Peru, Repblica do Congo,Suriname, anznia, ailndia, Uganda, Vanuatu e Vietn.

    Estas duas iniciativas coordenam misses quando esto operando no mesmo pas emantm sua poltica de reunies consecutivas (back-to-back) para permitir que osparticipantes compartilhem idias. Ambas iniciativas tambm desenvolvem vrias atividadesdemonstrativas de REDD em di erentes pases, para entender melhor como o REDD podeser implementado e para testar a viabilidade de di erentes mecanismos. Os avanos e osresultados dessas iniciativas ajudaro os negociadores da CQNUMC a decidirem se asemisses orestais de dixido de carbono podem ser medidas e se os mecanismos de REDDpropostos podem uncionar.

    Qual ser o custo do REDD+?

    De acordo com o in uente relatrioStern Review on the Economics o Climate Change, osrecursos necessrios para reduzir pela metade as emisses provenientes do setor orestal at2030 podem ser entre US $17 bilhes e US $33 bilhes por ano.

    E qual seria a onte desse dinheiro?

    O dinheiro pode vir diretamente de esquemas nanceiros internacionais ou de programasgovernamentais nacionais. Alguns undos j esto disponveis para projetos demonstrativosde REDD atravs do mercado voluntrio de carbono. No entanto, a maior parte do dinheirocanalizado pelos novos undos ou mercados, que podem resultar das negociaes daCQNUMC, no estar disponvel por vrios anos.

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    Glossrio

    Termos sobre forestas e mudanas climticasAs mudanas climticas tm gerado muitos termos tcnicos eexpresses novas.

    Esta lista apresenta algumas defnies teis.

    Adaptao: ajustes em sistemas naturais ou humanos que tentam reduzir os danoscausados pelas mudanas climticas ou obter bene cios.

    Aquecimento global: aumento da temperatura mdia da erra ano a ano,que leva as mudanas climticas.

    Biocombustveis: combustveis slidos ou lquidos provenientes de ontes biolgicasrenovveis. Culturas de biocombustveis associadas ao desmatamento incluem o azeite dedend, a cana-de-acar e a soja.

    Cap and trade: (limite mximo e comrcio) sistema normativo em que o cap um limite mximo de emisses de carbono estabelecido pelo governo e o trade ummercado criado pelo governo para comprar e vender crditos de gases de e eito estu a. Asempresas que emitirem menos que o autorizado podero vender crditos permitindo queoutros emitam gases alm do que autorizado pelo cap.

    Co-bene cios: bene cios oriundos da implementao de mecanismos de REDD, bemcomo da reduo das emisses de gases de e eito estu a, tais como a reduo da pobreza,proteo da biodiversidade e melhoria da governana orestal.

    Comrcio de carbono: transaes monetrias de crditos de carbono certi cados ou veri cados gerados por REDD.

    Con erncia das Partes (COP): rgo de deciso composto pelos pases querati caram a Conveno Quadro das Naes Unidas sobre Mudanas Climticas.

    Conveno Quadro das Naes Unidas sobre Mudanas Climticas(CQNUMC): tratado internacional estabelecido em 1992 para estabilizar asconcentraes de gases de e eito estu a na atmos era a nveis que no a etemperigosamente o clima do planeta.

    Desmatamento: trans ormao de reas orestadas em reas no orestadas.

    Dixido de carbono (CO 2): gs natural que ocorre na atmos era. produzidocomo subproduto da combusto, quando, por exemplo, combustveis sseis e biomassaapodrecem ou queimam. O dixido de carbono tambm pode ser emitido a partir de

    mudanas no uso do solo e de processos industriais.Ecossistema: uma comunidade de organismos e seu ambiente sico.

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    E eito estu a: quando gases, como o dixido de carbono (CO2), absorvem parte daradiao solar re etida pela super cie terrestre e retm o calor que deveria ser liberadopara o espao.

    Emisses antropognicas: gases de e eito estu a emitidos por atividades humanas,tais como desmatamento ou degradao orestal resultante de explorao madeireira.

    Explorao madeireira de impacto reduzido (EIR): a derrubada planejada econtrolada de rvores para minimizar os impactos ao meio ambiente circundante. A EIRpode tambm reduzir as emisses de carbono provocadas pelas atividades de exploraomadeireira.

    Floresta plantada: Florestas cujas rvores oram plantadas ou semeadas.

    Floresta primria: reas de oresta com espcies nativas praticamente intocadas pelasatividades humanas e onde os processos ecolgicos no so perturbados.

    Florestamento:plantio de orestas em reas onde no havia orestas.

    Imposto de carbono: Imposto cobrado queles que emitem dixido de carbono paraa atmos era.

    Vazamento: do inglsleakage. o que ocorre quando a reduo das emisses em umarea leva ao aumento de emisses em outra rea. Por exemplo, um projeto de REDD queprotege orestas em uma rea, mas que leva ao aumento de atividades de desmatamentoem outros locais.Leakage tambm conhecido como deslocamento de emisso.

    Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL): mecanismo que ajuda pasesindustrializados a atingirem suas metas de emisses estabelecidas no Protocolo deQuioto, reduzindo suas prprias emisses e investindo na reduo de gases de e eitoestu a ou no aumento de sumidouros destes gases nos pases em desenvolvimento.

    Mercados de carbono: Organizaes e mecanismos de nanciamento que podemtransacionar os crditos de carbono gerados a partir de atividades de REDD veri cadas.Essa transao pode ser na orma de mercados voluntrios (que so ormados sobmecanismos de acordos bilaterais entre as partes) ou mercado regulado (que solegalmente regulamentados para atingir a meta de reduo de emisses estabelecida emacordos multilaterais).

    Mitigao: aes para reduzir as emisses de gases de e eito estu a, e aumentar os

    sumidouros de carbono na tentativa de controlar as mudanas climticas.Mudanas climticas: mudana nos principais parmetros meteorolgicos quedeterminam o clima ou sua variabilidade. Estes parmetros incluem a temperatura,precipitao e velocidade do vento.

    NAMA: Aes de Mitigao Nacionalmente Apropriadas. So aes voluntrias ouobrigatrias de um pas em desenvolvimento para reduzir suas emisses de carbonobaseado em seu contexto econmico, ambiental, social e poltico.

    Pagamentos por Servios Ambientais (PSA): sistemas mediante os quais osbene cirios de servios ecossistmicos pagam queles que geram esses servios paragarantir a continuidade dos mesmos.

    Painel Intergovernamental de Mudanas Climticas (IPCC): rgo ormadopelo Programa das Naes Unidas para o Meio Ambiente e a Organizao Meteorolgica

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    Mundial. responsvel por ornecer as bases cient cas e tcnicas para a ConvenoQuadro das Naes Unidas sobre Mudanas Climticas.

    Permanncia: re ere-se durao e reversibilidade de uma reduo nas emisses degases de e eito estu a.

    Protocolo de Quioto: tratado internacional estabelecido para o perodo 20082012para desacelerar as mudanas climticas. No mbito do protocolo, os pases industrializadosconcordaram em reduzir suas emisses coletivas de gases de e eito estu a em 5,2 por centoem relao aos nveis de 1990.

    REDD+: mecanismos de REDD mais amplos, que incluem conservao orestal, manejoorestal sustentvel ou aumento de estoques de carbono das orestas, para incentivar

    uma participao maior no REDD e para compensar os pases que j esto protegendosuas orestas.

    REDD, ou reduo de emisses de desmatamento e degradao forestal:

    mecanismo para reduzir as emisses globais de gases de e eito estu a, atravs decompensar pases por evitar o desmatamento e a degradao orestal.

    Reforestamento: plantao de rvores em reas que j oram orestadasanteriormente.

    Relatrio Stern: O nome provm do seu coordenador Sir Nicholas Stern. umrelatrio de 2006, encomendado pelo governo britnico, que analisa o e eito dasmudanas climticas na economia mundial. O Relatrio Stern no oi o primeiro, mastalvez seja o mais in uente desses tipos de relatrio.

    Reservatrio de Carbono: Sistema capaz de acumular ou liberar carbono. Abiomassa orestal, os produtos madeireiros, os solos e a atmos era so exemplos dereservatrios de carbono.

    Obrigao: do inglsliability. a obrigao de um projeto de implementao de REDDou de um pas de assegurar que as redues das emisses que oram creditadas sejampermanentes.

    Sequestro de carbono: a captao e armazenamento de carbono. As rvoresabsorvem dixido de carbono e emitem oxignio por meio da otossntese. rvorestambm armazenam carbono em sua biomassa.

    Servios Ecossistmicos: bene cios que um ecossistema proporciona aos sereshumanos. Por exemplo, as orestas proporcionam alimentos, gua, madeira e bras;regulam o clima, as inundaes, as doenas e a qualidade da gua. Proporcionam tambmbene cios recreativos, estticos e espirituais.

    Sumidouro de carbono: qualquer processo ou mecanismo de absoro de dixidode carbono (CO2) e reteno de estoques de carbono na matria orgnica, tais como

    orestas, oceanos e solos.

    Sumidouro de gases de e eito estu a: qualquer processo ou mecanismo queremova gases de e eito estu a, um aerossol ou um precursor de um gs de e eito estu a

    da atmos era.Tur a: camada de matria orgnica parcialmente decomposta. Forma-se em zonasmidas, como tur eiras, brejos e orestas de vrzea.

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    Fatos e nmeros

    Cobertura forestal 1A soma de todas as reas orestais do mundo de cerca de 4 bilhes de hectares, oque representa quase 30 por cento da super cie terrestre. Aproximadamente 56 porcento dessas orestas esto localizadas em reas tropicais e subtropicais.A cobertura orestal desigualmente distribuda. Sete pases juntos possuem cercade 60 por cento da cobertura orestal existente no mundo; 25 pases possuem emtorno de 82 por cento e 170 pases partilham os 18 por cento restantes.

    orestas plantadas representam em torno de 3,8 por cento da rea orestal total, ou140 milhes de hectares.

    Perda forestal 2A perda orestal lquida global oi estimada em aproximadamente 7,3 milhes dehectares por ano para o perodo 20002005.Este nmero menor se comparado ao perodo 19902000, para o qual a taxa anualmdia de desmatamento oi de 8,9 milhes de hectares.Os nveis mais elevados de desmatamento ocorreram na Amrica do Sul, com

    4,3 milhes de hectares por ano, seguida pela rica, com 4 milhes de hectarespor ano.

    Florestas e meios de vidaMais de 1 bilho de pessoas dependem das orestas para sua subsistncia 3.Mais de 2 bilhes de pessoas, um tero da populao do mundo, usam combustveisde biomassa, sobretudo lenha para cozinhar e cale ao4.Centenas de milhes de pessoas dependem de remdios tradicionais extrados

    das orestas.Em cerca de 60 pases em desenvolvimento, a caa e a pesca em reas orestaisornecem mais de um quinto das necessidades de protenas5.

    1 FAO 2007Situao das Florestas do mundo 2007. FAO, Roma. 144 pp.2 FAO 2007Situao das Florestas do mundo 2007. FAO, Roma. 144 pp.3 Banco Mundial 2004Sustaining Forests: A Development Strategy.Washington, D.C. 80 pp.4 UN Department o Economic and Social Afairs 2009 Indicators o Sustainable Developmentwww.un.org/esa/sustdev/natlin o/indicators/methodology_sheets/poverty/without_electricity.pd (13 abril 2010).

    5 Mery, G., Al aro, R., Kanninen, M., y Lobovikov, M. (eds.). 2005.Forests in the Global BalanceChanging Paradigms. IUFRO World Series Volumen 17. International Union o Forest ResearchOrganizations (IUFRO). Helsnquia.

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    Florestas e economia 6 Em 2003, o comrcio internacional de madeira serrada, celulose, papel e painisrendeu quase US $150 bilhes, ou pouco mais de 2 por cento do comrcio mundial.Os pases desenvolvidos oram responsveis por dois teros desta produoe consumo.

    Em muitos pases em desenvolvimento, empresas de base orestal proporcionam pelo menos um tero de todos os postos de trabalho rurais no-agrcolas, bem comogeram receitas atravs da venda de produtos madeireiros.Estima-se que o valor do comrcio de produtos orestais no-madeireiros, comoplantas medicinais, cogumelos, castanhas, seivas e cortia, gira em torno deUS $11 bilhes.

    Florestas e mudanas climticas 7 Estima-se que as mudanas no uso do solo promovem a liberao de 1,7 bilhes detoneladas de carbono anualmente. A maior parte proveniente de desmatamentoem orestas tropicais.Isto representa cerca de 20 por cento das atuais emisses globais de carbono, o qual superior ao percentual emitido pelo setor mundial de transportes com seu usointensivo de combustveis sseis.

    6 Banco Mundial 2004Sustaining Forests: A Development Strategy.Washington, D.C. 80 pp.7 IPCC 2007 Climate Change 2007: Te Physical Sciences Basis. Summary or the Policymakers.http://www.ipcc.ch/pd /assessment-report/ar4/wg1/ar4-wg1-spm.pd (13 abril 2010).

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    Converse com um especialista

    Frances SeymourDiretora Geral do CIFOREspecializada em governana e arquitetura global paraa gesto de orestas e mudanas climticas

    Markku KanninenCientista do CIFOR, membro do Painel

    Intergovernamental sobre Mudanas Climticas (IPCC)Especialista em ecologia orestal, mitigao e adaptao

    s mudanas climticas

    Bruno LocatelliCientista do CIFOREspecialista em orestas e adaptao s mudanas climticas

    Daniel MurdiyarsoCientista do CIFOR, membro do IPCC

    Especializado em meteorologia e mitigao das mudanas climticas

    Louis VerchotCientista do CIFOR, membro do IPCCEspecializado em sequestro de carbono, emisses provenientesda agricultura e mudanas no uso do solo

    Para falar com um especialista, entre em contato com

    Media Liaison and Outreach Manager, CIFOR+62 251 8622 622ci [email protected]

    Capa: Homem medindo o dimetro de uma Rhizophora apiculata em um manguezalem Kalimantan, na Indonsia, a fm de estimar a biomassa em p e o teor de carbono.Foto: Daniel Murdiyarso

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    Centro Internacional de Pesquisa FlorestalCIFOR contribui para obem-estar humano, a conservao ambiental e a equidade, realizandopesquisa para servir de base a polticas e prticas que afetam as orestas nos pases emdesenvolvimento. O CIFOR um dos 15 centros de pesquisa do Grupo Consultivo em PesquisaAgrcola Internacional (CGIAR). Sua sede ca em Bogor, na Indonsia. O Centro conta tambm

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    www.cifor.cgiar.org

    www.ForestsClimateChange.orgSeu recurso global para pesquisasobre orestas e mudanas climticas