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(Unifesp) Leia o texto de Gil Vicente. DIABO - Essa dama, é eta vossa? FRADE - Por minha a tenho eu e sempre a tive de meu. DIABO - Fizeste bem, que é formosa! E não vos punham lá grosa nesse convento santo? FRADE - E eles fazem outro tanto! DIABO - Que cousa tão preciosa! No trecho da peça de Gil Vicente, fica evidente uma a) visão bastante crítica dos hábitos da sociedade da época. Está clara a censura à hipocrisia do religioso, que se aparta daquilo que prega. b) concepção de sociedade decadente, mas que ainda guarda alguns valores essenciais, como é o caso da relação entre o frade e o catolicismo. c) postura de repúdio à imoralidade da mulher que se põe a tentar o frade, que a ridiculariza em função de sua fé católica inabalável. d) visão moralista da sociedade. Para ele, os valores deveriam ser resgatados e a presença do frade é um indicativo de apego à fé cristã. e) crítica ao frade religioso que optou em vida por ter uma mulher, contrariando a fé cnstã, o que, como ele afirma não acontecia com os outros frades do convento. 2. (UFPA) Leia com atenção o trecho abaixo transcrito: [Entra Branca Gil ALCOVITEIRA, e diz:] ALCOViTEIRA: Que esforço de namorado e que prazer! Que hora foi aquela! VELHO: Que remédio me dais vós? ALCOVITEIRA: Vivereis, prazendo a Deus, e casar-vos-ei com ela [a MOÇA]. VELHO: É vento isso! ALCOViTEIRA: Assim seja o paraiso. Que isso não é tão extremo! Não curedes [cureis] vós de Liso, que eu farei tão de improviso como o demo. E também doutra maneira se eu me quisertrabalhar.

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(Unifesp) Leia o texto de Gil Vicente.

DIABO - Essa dama, é eta vossa? FRADE - Por minha a tenho eu e sempre a tive de meu.

DIABO - Fizeste bem, que é formosa! E não vos punham lá grosa nesse convento santo? FRADE - E eles fazem outro tanto! DIABO - Que cousa tão preciosa!

No trecho da peça de Gil Vicente, fica evidente uma

a) visão bastante crítica dos hábitos da sociedade da época. Está clara a censura à hipocrisia do religioso, que se aparta daquilo que prega.

b) concepção de sociedade decadente, mas que ainda guarda alguns valores essenciais, como é o caso da relação entre o frade e o catolicismo.

c) postura de repúdio à imoralidade da mulher que se põe a tentar o frade, que a ridiculariza em função de sua fé católica inabalável.

d) visão moralista da sociedade. Para ele, os valores deveriam ser resgatados e a presença do frade é um indicativo de apego à fé cristã.

e) crítica ao frade religioso que optou em vida por ter uma mulher, contrariando a fé cnstã, o que, como ele afirma não acontecia com os outros frades do convento.

2. (UFPA) Leia com atenção o trecho abaixo transcrito:

[Entra Branca Gil ALCOVITEIRA, e diz:]

ALCOViTEIRA: Que esforço de namorado e que prazer! Que hora foi aquela! VELHO: Que remédio me dais vós?

ALCOVITEIRA: Vivereis, prazendo a Deus, e casar-vos-ei com ela [a MOÇA]. VELHO: É vento isso!

ALCOViTEIRA: Assim seja o paraiso. Que isso não é tão extremo! Não curedes [cureis] vós de Liso, que eu farei tão de improviso como o demo. E também doutra maneira se eu me quisertrabalhar.

VELHO: ide-lhe, Logo, falar e fazei com que me queira, pois pereço [...]. E, se reclame que sendo tão Linda dama por ser velho me aborrece, dizei-Lhe: é um mal quem desama porque minh'aLma que a ama não envelhece. ALCOVITEIRA: Sus! Nome de Jesus Cristo! [...] VELHO: Tornai Logo, fada minha, que eu pagarei bem isto. [A ALCOVITEIRAsaie volta logo depois] .. ALCOVITEIRA: Já ela fica de bom jeito; mas, para isto andar direito, é razão que vo-lo diga: eu já, senhor meu, não posso, sem gastardes bem do vosso, vencer uma moça tal. VELHO: Eu Ihe pagarei em grosso.

ALCOVITEIRA: Ai está o feito nosso [...]. Perca toda a fazenda, por saLvardes vossa vida!

VIGENTE, Gil. O velho da horta. Seo Paulo: 8rasiiiense, 1985.

A propósito desse trecho da farsa O velho da horta de Gil Vicente, é carreto afirmar que

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a) Branca Gil, a Alcoviteira, of erece seus serviços ao Velho, prometendo ajudá-lo a casar com a Moça.

b) o Velho desconfia imediatamente da Alcoviteira e pretende mandar chamar o Alcaide para prende-la.

c) o Velho apaixonado diz à Alcoviteira que quer ser amado pelo que ele representa e não pelo seu dinheiro.

d) a Alcoviteira promete remédios milagrosos ao Velho, para que ele rejuvenesça e possa, enfim, casar-se com a Moça.

e) a Moça se arrepende de ter zombado do Velho e lhe envia Branca Gil com um bilhete pedindo-lhe presentes como prova do seu amor.

(Enem-Inep) Texto para as questões 1 e 2.

Amor é um fogo que arde sem se ver; é ferida que dói e não se sente; é um contentamento descontente; é dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer; é solitário andar por entre a gente; é nunca contentar-se de contente; é cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade; é servir a quem vence, o vencedor; é ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Luis da ^Carnões.

O poema tem, como característica, a figura de linguagem denominada antítese, relação de oposicão de palavras ou ideias. Assinale a opcão em que essa oposição se faz claramente presente. a) "Amor é fogo que arde sem se ver." b) "E um contentamento descontente." c) "É servir a quem vence, o vencedor." d) "Mas como causar pode seu favor." e) "Se tão contrário a si é o mesmo Amor?"

O poema pode ser considerado como um texto: a) argumentativo. b) narrativo. c) épico. d) de propaganda. e) teatral.

UFPA) O canto III de Os lusíadas ~ o lírico episódio de Inê^c de Castro - é uma história de amor e morte. A estrofe em que o poeta acusa nominalmente o responsável pelo destino da donzela é: a) "Traziam-na os horríficos algozes Ante o Rei, já movido a piedade; Mas o povo, com falsas e ferozes Razões, à morte crua o persuade." b) "E se, vencendo a Maura resistência, A morte sabes dar com fogo e ferro, Sabe também dar vida, com clemência, A quem peja perde-la não fez erro." c) "Tu, só tu, puro Amor, com forca crua, Que os coracões humanos tanto obriga, Deste causa à molesta morte sua, Como se fora pérfido inimiga." d) "As filhas do Mondego a morte escura Longo tempo chorando memoraram, E, por memória eterna, em fonte pura As lágrimas charadas transformaram" e) "Queria perdoar-lhe o Rei benino, Movido das palavras que o magoam; Mas o pertinaz povo e seu destino (Que desta sorte o quis) lhe não perdoam."

SIMULADO LITERATURA – PREVEST – DANIELY CAMPOS BARTZ

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01. A relação do Homem com a Natureza sempre foi um tema presente na literatura universal, desde os seus primórdios. Leia os textos abaixo e considere as questões a seguir. Albert Eckhout, Índios

Criou, pois, Deus o homem à sua imagem;homem e mulher os criou. E ambos estavam nus, o homem e sua mulher; e não se envergonhavam. Então Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai e multiplicai-vos; enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre todos os animais. Disse-lhes mais: eis que vos tenho dado todas as ervas que produzem semente, bem como todas as árvores em que há fruto que dê semente; servos-ão para mantimento. E assim foi. ... Mas chamou o Senhor Deus ao homem, e perguntou-lhe: Onde estás? Respondeu-lhe o homem: Ouvi a tua voz no jardim e tive medo,porque estava nu; e escondi-me.Deus perguntou-lhe mais: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses? Ao que respondeu o homem: A mulher que me deste por companheira deu-me da árvore, e eu comi. E ao homem disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei dizendo: Não comerás dela; maldita é a terra por tua causa; em fadiga comerás dela todos os dias da tua vida. Ela te produzirá espinhos e abrolhos; e comerás das ervas do campo. Do suor do teu rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, porque dela foste tomado; porquanto és pó, e ao pó tornarás. O Senhor Deus, pois, o lançou fora do jardim do Éden para lavrar a terra, de que fora tomado. (Livro do Gênesis)

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A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem cobertura alguma. Não fazem o menor caso de encobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Os homens trazem os beiços de baixo furados e metidos neles ossos brancos e verdadeiros. Os cabelos seus são corredios. Parece-me gente de tal

inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm nem entendem nenhuma crença. ... Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha. Não comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes e carne comemos. ... Esta terra, Senhor, é de muitos bons ares. Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo. (Carta de Pero Vaz de Caminha)

0-0) A descrição que os portugueses fazem do Novo Mundo aproxima-se da descrição do paraíso na Bíblia, quando Adão e Eva, como os índios na floresta tropical, viviam em inocência, paz e harmonia no jardim do Éden.

1-1) O trecho bíblico revela por que a ideia do domínio antropocêntrico da natureza, profundamente ligada à cultura judaico-cristã, parece tão familiar ao imaginário ocidental.

2-2) A carta de Caminha mostra a sua preocupação em informar ao Rei as condições de cultivo e criação na terra descoberta, bem como a natureza dos nativos aqui encontrados, que ele

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considerava tão passíveis de serem doutrinados quanto a floresta circundante de ser explorada.

3-3) De acordo com o relato bíblico, a expulsão do casal do paraíso assinala o início de uma nova etapa de bem-aventurança para os seres humanos, que assumiriam o controle de suas próprias vidas e poriam a seu serviço, com grande facilidade, os recursos selvagens da natureza.

4-4) A escassez de recursos naturais como minérios e especiarias em alguns países da Europa renascentista, como Portugal, contribuiu para incentivar as grandes navegações, que incluíram a descoberta do continente americano.

Marque a alternativa que só contenha afirmações verdadeiras.

a) 0,1 e 2b) 0,1,2,3 e 4c) 0,2,3d) 0,1,2 e 4

e) 0,3 e 4

1. (UFPA) Os versos que apresentam características da escola literária barroca são:

a) "Ai flores, ai, flores do verde pino,

Se sabedes novas do meu amigo?"

b) "Eu, Marília, não fui nenhum vaqueiro,

Fui honrado pastor da tua aldeia."

c) "IYansforma o amador na causa amada,

Por virtude do muito imaginar; [...]."

d) "Incêndio em mares d'água disfarçado

Rio de neve em fogo convertido."

e) "Parece que estes prados e estas fontes

Já sabem, que é o assunto da porfia

Nise, a melhor pastara destes montes."

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Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, Da vossa alta cLemência me despido; Porque quanto mais tenho delinquido, Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Obra poetisa de Gregório de A^/latos. Rio de Janeiro: Record, 1990.

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Durante o período colonial brasileiro, as principais manifestações artísticas, populares ou eruditas, foram, assim como nos demais aspectos da vida cotidiana, marcadas pela influência da religiosidade. Nesse sentido, com base na análise da presenca da religiosidade na obra de Aleijadinho e de Gregório de Matos, é carreto afirmar:

a) Ambas são modelos da arte barroca, uma vez que se inspiram mais na temática cristã do que em elementos

b) A presença da temática religiosa em ambos deve-se à influência protestante holandesa na região da Bahia e de Minas Gerais. c) No trecho do poema, tem-se a expressão de um pecado~que, embora creia em Deus, não tem certeza de que obterá o perdão divino. d) A pobreza estética da obra de Aleijadinho e de Matos deriva da censura promovida pela Santa Inquisição às obras artísticas no Brasil.

3. (UFRA) Assinale a alternativa correta a respeito de Gregóric de Matos ou do Barroco.

a) Gregório de Matos é considerado o autor mais importante do Barroco brasileiro por ter introduzido a estética nc país e ter escrito poemas épicos, de herança camoniana em louvor à pátria, traço do nativismo literário da época b) A crítica reconhece a obra lírica de Gregório de Matos como superior à satírico, porque, nela, o autor na trabalha com o

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jogo de palavras que instaura o erótica e às vezes até o licencioso. c) Tematicamente, a poesia de Gregório de Matos trabalha a religião, o amor, os costumes e a reflexão moral, à. vezes por meio de um jogo entre erotismo idealizado, sensualismo desenfreado; temor divino x desrespeite pelos encarregados dos cultos. d) Conceptismo e cultismo são processos técnicos e expressivos do Barroco que dão simplicidade aos textos principal objetivo da estética que repudiava os torneios na linguagem. e) O Barroco se destaca como movimento literário únicc uma vez que somente em sua estética encontramos uso de sugestões de luz, cor e som, bem como o uso dmetáforas, hipérboles, perifrases, antíteses e paradoxo4. (UFScar-SP)

O pregar há de ser como quem semeia, e não como quem ladriLh ou azuleja. Ordenado, mas como as estrelas. [..] Todas as estreL^E estão por sua ordem; mas é ordem que faz influência, não é ordem que faça lavor. Não fez Deus o céu em xadrez de estrelas, como c pregadores fazem o sermão em xadrez de paLavras. Se de uma par há-de estar branco, da outra há-de estar negro; se de uma parte es.-dia, da outra há-de estar noite; se de uma parte dizem Luz, da ou,-hão-de dizer sombra; se de uma parte dizem desceu, da outra hão-cdizer subiu. Basta que não havemos de ver num sermão duas calava -: em paz? Todas hão-de estar sempre em fronteira com o seu contrário Aprendamos do céu o estilo da disposição, e também o das palavrão Vieira, Sermão da Sexagésim

No texto, Vieira critica um certo estilo de fazer sermãc que era comum na arte de pregar dos podres dominicano da época. O uso da palavra xadrez tem o objetivo de a) defender a ordenação das ideias em um sermão. b) fazer alusão metafórica a um certo tipo de tecido

c) comparar o sermão de certos pregadores a uma verddeira prisão. d) mostrar que o xadrez se assemelha ao semear. e) criticar a preocupação com a simetria do sermão.

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