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SIMULADO FGV e CESPE Prof. Fernando Pestana Texto I Pronto para outra? Para muita gente, esta é a semana mais difícil do ano. Você volta das férias, tenta se adaptar de novo à rotina e já pressente as surpresas que vai ter ao receber a conta do cartão de crédito. Quando se dá conta, é mais uma vítima da depressão pós-viagem. Eu só conheço uma maneira de sair dessa: começar a pensar já na próxima. Não, não é cedo demais. Nem sintoma de descaso pelo trabalho. Acalentar uma viagem é uma maneira segura de manter aceso o interesse pelo fato gerador de suas férias: seu emprego. Além do que, planejar uma viagem com antecedência é o melhor jeito de rentabilizar seu investimento. Por que se contentar em aproveitar apenas os dias que você passa longe de casa, quando dá para começar a viajar muito antes de embarcar – e sem pagar nada mais por isso? Eu gosto de comparar o planejamento de uma grande viagem ao preparo de um desfile de escola de samba no Carnaval. Assim como as férias, o Carnaval em si dura pouco – mas é o “grand finale” de um ano inteiro de divertida preparação. É fácil trazer o “know how” do samba para suas férias. Use os três primeiros meses depois da volta para definir o “enredo” de sua próxima viagem. Tire os meses seguintes para encomendar guias e colecionar as informações que caírem em sua mão – revistas, jornais, dicas de quem já foi. Vá montando o itinerário mais consistente, descobrindo os meios de transporte mais adequados, decidindo quais são os hotéis imperdíveis: “um enredo carnavalesco”. Quando faltarem quatro meses para a partida, tome coragem e reserve a passagem e os hotéis. Passe os últimos três meses fazendo a sintonia fina: escolhendo restaurantes, decidindo o que merece e o que não merece ser visto. Depois de tudo isso não tem erro: é partir direto para a apoteose. (Ricardo Freire [texto adaptado]) 1 O texto defende a tese de que: (A) nunca é cedo demais para começar a aproveitar os prazeres do hábito de viajar (B) viagens devem ser bem planejadas para evitar problemas e prejuízos futuros (C) acalentar desejo de viajar constantemente pode revelar descaso pelo trabalho (D) planejar uma viagem pode estender o prazer advindo da mesma (E) viajar durante o Carnaval é especialmente prazeroso e compensador 2 Quanto ao emprego do modo imperativo em várias passagens do texto, pode-se interpretá-lo como um recurso usado pelo autor para: (A) impor ao leitor seus pontos de vista (B) conferir ao texto um caráter de roteiro

SIMULADO FGV CESPE

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IMULADO FGV CESPE

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SIMULADO FGV e CESPE Prof. Fernando Pestana

Texto I

Pronto para outra?

Para muita gente, esta é a semana mais difícil do ano. Você volta das férias,

tenta se adaptar de novo à rotina e já pressente as surpresas que vai ter ao receber a conta do cartão de crédito. Quando se dá conta, é mais uma vítima da depressão pós-viagem. Eu só conheço uma maneira de sair dessa: começar a pensar já na próxima. Não, não é cedo demais. Nem sintoma de descaso pelo trabalho. Acalentar uma viagem é uma maneira segura de manter aceso o interesse pelo fato gerador de suas férias: seu emprego.

Além do que, planejar uma viagem com antecedência é o melhor jeito de rentabilizar seu investimento. Por que se contentar em aproveitar apenas os dias que você passa longe de casa, quando dá para começar a viajar muito antes de embarcar – e sem pagar nada mais por isso?

Eu gosto de comparar o planejamento de uma grande viagem ao preparo de um desfile de escola de samba no Carnaval. Assim como as férias, o Carnaval em si dura pouco – mas é o “grand finale” de um ano inteiro de divertida preparação.

É fácil trazer o “know how” do samba para suas férias. Use os três primeiros meses depois da volta para definir o “enredo” de sua próxima viagem.

Tire os meses seguintes para encomendar guias e colecionar as informações que caírem em sua mão – revistas, jornais, dicas de quem já foi. Vá montando o itinerário mais consistente, descobrindo os meios de transporte mais adequados, decidindo quais são os hotéis imperdíveis: “um enredo carnavalesco”. Quando faltarem quatro meses para a partida, tome coragem e reserve a passagem e os hotéis.

Passe os últimos três meses fazendo a sintonia fina: escolhendo restaurantes, decidindo o que merece e o que não merece ser visto.

Depois de tudo isso não tem erro: é partir direto para a apoteose.

(Ricardo Freire [texto adaptado]) 1 O texto defende a tese de que: (A) nunca é cedo demais para começar a aproveitar os prazeres do hábito de viajar (B) viagens devem ser bem planejadas para evitar problemas e prejuízos futuros (C) acalentar desejo de viajar constantemente pode revelar descaso pelo trabalho (D) planejar uma viagem pode estender o prazer advindo da mesma (E) viajar durante o Carnaval é especialmente prazeroso e compensador 2 Quanto ao emprego do modo imperativo em várias passagens do texto, pode-se interpretá-lo como um recurso usado pelo autor para: (A) impor ao leitor seus pontos de vista (B) conferir ao texto um caráter de roteiro

(C) reiterar a importância do ato de planejar (D) alertar o leitor para o risco da depressão (E) emprestar ao texto um traço de humor 3 "Não, não é cedo demais" (1º parágrafo). O uso duplo da palavra negativa nesse trecho tem a finalidade de: (A) responder de modo peremptório a uma pergunta anteriormente expressa (B) contradizer um argumento levantado pelo próprio autor (C) reforçar o tom de diálogo com o leitor, já introduzido no texto (D) negar uma opinião contrária expressa na frase anterior (E) chamar a atenção do leitor para o caráter ambíguo do que é dito 4 Essa frase que começa com a dupla negativa se relaciona com a frase nominal seguinte, a única do primeiro parágrafo. Quanto ao emprego do ponto que as separa, pode-se dizer que sua presença configura: (A) uma prática viciosa, pois os dois trechos deveriam ter sido escritos numa única frase tendo em vista o fato de haver uma correlação sintática (B) uma opção redacional, que se baseia no fato de o uso do ponto marcar uma pausa potencial enfática, mais prolongada do que a da vírgula (C) uma obrigatoriedade no uso do ponto simples, conquanto a segunda frase de fato se refira sintática e semanticamente à primeira (D) um recurso de estilo próprio do jargão jornalístico, que leva em conta a supremacia do fato referencial sobre a argumentatividade (E) uma intervenção retórica do redator na estrutura sintática do parágrafo para reduzir a dimensão das frases e privilegiar o fato jornalístico 5 "... e sem pagar mais por isso?" (1º parágrafo). O trecho contém um pronome demonstrativo cuja função textual é referir-se a: (A) se contentar com o curto período da viagem (B) ficar longe de casa sem pagar pela hospedagem (C) planejar a viagem com muito mais antecedência (D) começar a viagem bem antes da época de embarcar (E) rentabilizar seu investimento para poder viajar mais 6 "Eu gosto de comparar o planejamento de uma grande viagem ao preparo de um desfile." No segmento “preparo de um desfile”, a preposição é empregada para introduzir um termo que desempenha a mesma função sintática dum termo destacado abaixo, o qual apresenta também igual relação semântica com o termo anterior, em: (A) “Você volta das férias,” (B) “...receber a conta do cartão de crédito.” (C) “Nem sintoma de descaso pelo trabalho.” (D) “...planejar uma viagem com antecedência,...” (E) “...um desfile de escola,...” 7 “Por que se contentar em aproveitar apenas os dias que você passa longe de casa, quando dá para começar a viajar muito antes de embarcar – e sem pagar nada

mais por isso?” Se reescrevermos o segmento destacado, sua forma correta e coerente será: (A) e sem que paguem nada mais por isso (B) e sem que se pague mais nada por isso (C) e sem que pagasse mais nada por isso (D) e sem que vocês paguem mais nada por isso (E) e sem que se pague a nada mais por isso 8 “É fácil trazer o ‘know how’ do samba para suas férias. Use os três primeiros meses depois da volta para definir o ‘enredo’ de sua próxima viagem.” Sobre a estrutura e o significado desse segmento do texto, a única observação inadequada é: (A) O segundo período tem caráter ampliador e explicativo do período anterior (B) O vocábulo “enredo” está empregado em sentido conotativo, e as aspas indicam isso (C) O uso do imperativo tem intenção retórica de exortação (D) O substantivo “volta” é formado por derivação regressiva (E) Mais que pela falta de familiaridade ou afetividade com o leitor, o autor do texto dispensa o uso do artigo definido antes dos pronomes possessivos em obediência a critérios rígidos de correção gramatical 9 O uso de adjetivo de relação em certos é bastante comum. Isso também se dá no texto acima, como se observa em (A) enredo carnavalesco (B) hotéis imperdíveis (C) fato gerador (D) uma maneira segura (E) semana mais difícil 10 “Depois de tudo isso não tem erro: é partir direto para a apoteose.” O autor usa nesse trecho uma linguagem própria do registro coloquial; isso ocorre por causa (A) da ausência de vírgula para separar o adjunto adverbial deslocado (B) do uso de um adjetivo adverbializado (C) de a noção de apoteose ser tomada como estratégia retórica de felicidade (D) do uso do verbo ter em sentido existencial (E) da gíria usada por meio do verbo partir

Texto II

Olinda é conhecida no mundo inteiro pela fama dos seus mamulengos e bonecos carnavalescos gigantes, que, sendo tão populares, também participam dos festejos da Semana Santa. A origem da arte de fazer bonecos gigantes em Olinda remete à Europa de séculos atrás, onde, durante a Idade Média, eram criadas figuras enormes e malignas para criticar a repressão da Inquisição. A criação e a execução dos bonecos constituem uma arte que, passada de geração para geração familiar, é preservada por iniciativas como a do Museu do Mamulengo. Esse museu, além de realizar apresentações diárias, conta com cerca de mil e quinhentas peças em seu acervo.

(Priscila Gorzoni [texto adaptado])

11 A oração “que (...) é preservada por iniciativas como a do Museu do Mamulengo” restringe o sentido do vocábulo “arte”. 12 O primeiro período do texto — “Olinda é conhecida (...) da Semana Santa.” — poderia ser reescrito, sem prejuízo gramatical e de sentido para o texto, da seguinte maneira: A fama de seus mamulengos e bonecos carnavalescos gigantes, que, sendo tão populares, também participam dos festejos da Semana Santa, faz que Olinda seja conhecida no mundo inteiro. 13 A presença do acento indicativo de crase em “à Europa” justifica-se pela regência de “remete” e pela relação de restrição estabelecida entre o vocábulo “Europa” e a expressão “de séculos atrás”; caso seja retirada do texto essa expressão, deve-se também suprimir o acento grave em “à Europa”. 14 Na oração “onde, durante a Idade Média, eram criadas figuras enormes e malignas”, o termo “figuras enormes e malignas” funciona como complemento verbal. 15 No segundo período do texto, ao se empregar, entre outros termos, a expressão “a repressão da Inquisição”, possibilita-se que o leitor recorra a conhecimentos intertextuais referentes a acontecimentos históricos da Idade Média. 16 Ambos no primeiro período, os segmentos “pela fama dos seus mamulengos e bonecos carnavalescos gigantes” e “sendo tão populares” têm o mesmo valor semântico na relação que estabelecem com outros segmentos. 17 O modo de organização discursiva é argumentativo, e o que ratifica isso é a presença abundante de verbos no presente do indicativo e a impessoalidade. 18 O segmento “eram criadas figuras enormes e malignas para criticar a repressão da Inquisição” poderia ser reescrito com uma vírgula antes da oração introduzida por “para” sem que isso implicasse prejuízo de sentido ou gramatical. 19 O trecho “A criação e a execução dos bonecos constituem uma arte que, passada de geração para geração familiar, é preservada por iniciativas como a do Museu do Mamulengo” poderia ser reescrito, sem alteração gramatical ou de sentido, assim: Constitui a criação e a execução dos bonecos uma arte que se preservam pelas iniciativas como as do Museu do Mamulengo, ao ser passada de geração para geração familiar. 20 O vocábulo “seus” em “Olinda é conhecida no mundo inteiro pela fama dos seus mamulengos” e o vocábulo “a” em “é preservada por iniciativas como a do Museu do Mamulengo” têm papel referencial semelhante no texto. --------------------------------------------------------------------------------------------- GABARITO NÃO COMENTADO POR FALTA DE TEMPO... FOI MAL... CONTO COM A COMPREENSÃO DE TODOS... JJJJ 1- D 2- B 3- C 4- B 5- D 6- C 7- B 8- E

9- A 10- D 11- C 12- C 13- E 14- E 15- C 16- C 17- E 18- C 19- E 20- C

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