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Reflexões acerca da realidade do adolescente autor de ato infracional

SINASE - COGEMAS PR · PPT file · Web view2014-06-30 · O SINASE foi originalmente instituído pela Resolução nº 119/2006, do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do

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SINASE

Reflexes acerca da realidade do adolescente autor de ato infracional

Em que sociedade vivemos?

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Como a mdia reproduz ideias?

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Ideologia do consumo

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Quem no Capitalismo?

S ,

quem tem

Neste sentido, vemos que a sociedade de mercado, somada a cultura do consumo interfere diretamente no cotidiano dos adolescentes. De todos os adolescente, no somente dos infratores.

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Nisso se estabelece uma lgica perversa, pois:

Se para ser eu preciso ter

Irei buscar maneiras que me faam ter,

pois s assim poderei ser.

nesta lgica que os adolescentes infratores esto inseridos. Portanto, antes de pensarmos qualquer poltica voltada a eles, importante entendermos em que sociedade vivemos, como as pessoas so subjugadas e at que ponto existe mesmo liberdade.

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O que essa imagem nos remete?

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Sociedade de Mercado, Cultura de Consumo Violao de direitos e Estado Penal

Somados ideologia do consumo, fenmenos como desigualdade social, vulnerabilidade, negao de direitos, entre outros, colaboram para que um adolescente se envolva com a prtica de atos infracionais.

Por outro lado, no podemos fazer a relao mecnica entre pobreza e criminalidade, pois todos as pessoas so suscetveis a prtica de delitos sendo eles culposos ou dolosos, graves ou no. Enfim, os adolescente pobres no so os nicos suscetveis a prticas de atos infracionais

E, por ultimo, essencial observarmos as caractersticas o Estado Penal, que, no neoliberalismo, toma lugar do Estado Social. Ou seja, nega-se a efetivao dos direitos sociais, no h investimentos em preveno aos fenmenos contemporneos complexos, porm busca-se remedi-los com a criminalizao da pobreza e o encarceramento em massa.

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Qual a nossa responsabilidade diante disso tudo?

Devemos proteger nossos adolescentes

Ento a pergunta :

Principalmente se somos gestores , educadores, tcnicos, conselheiros, representantes do Sistema de Segurana e Justia, sociedade civil organizada

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Ser que estamos considerando o protagonismo dos adolescentes e suas famlias?

Outra pergunta :

Os adolescentes e as famlias no so objetos, mas sim, sujeitos, por isso, o envolvimento dos usurios de forma direta e democrtica deve ser uma meta a ser projetada e, qui, alcanada durante o processo da construo poltica

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Porque no devemos ter uma viso determinista com relao a realidade do adolescente infrator?

Art. 15. A criana e o adolescente tm direito liberdade, ao respeito e dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituio e nas leis.

Porque crianas e adolescentes so pessoas em processo de desenvolvimento e sujeitos de direitos.

Como estabelece o Estatuto da Criana e do Adolescente:

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Garantia de direitos

Chamamos isso de cidadania s avessas, pois o adolescente autor de ato infracional ganha visibilidade por atingir a sociedade de algum maneira. A grande maioria desses meninos e meninas teve direitos sociais negados desde a infncia, porm, na adolescncia busca-se control-los, garantindo o direito privao de liberdade.

Se a garantia dos direitos falha, as medidas socioeducativas tornam-se prioritrias e isso prova que a falha est na sociedade, no nos adolescentes.

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Depois destas reflexes podemos falar dos adolescentes infratores

O que um ato infracional?

Art. 103. Considera-se ato infracional a conduta descrita como crime ou contraveno penal.

Art. 104. So penalmente inimputveis os menores de dezoito anos, sujeitos s medidas previstas nesta Lei.

Pargrafo nico. Para os efeitos desta Lei, deve ser considerada a idade do adolescente data do fato.

Art. 105. Ao ato infracional praticado por criana correspondero as medidas previstas no art. 101.

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Quais as medidas socioeducativas?

Art. 112. Verificada a prtica de ato infracional, a autoridade competente poder aplicar ao adolescente as seguintes medidas:

I - advertncia;

II - obrigao de reparar o dano;

III - prestao de servios comunidade;

IV - liberdade assistida;

V - insero em regime de semi-liberdade;

VI - internao em estabelecimento educacional;

VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.

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Ateno:

1 A medida aplicada ao adolescente levar em conta a sua capacidade de cumpri-la, as circunstncias e a gravidade da infrao.

2 Em hiptese alguma e sob pretexto algum, ser admitida a prestao de trabalho forado.

3 Os adolescentes portadores de doena ou deficincia mental recebero tratamento individual e especializado, em local adequado s suas condies.

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Algumas informaes recentes

Fonte: Revista Carta Capital, Setembro/2013

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Sobre a prtica da infrao

Fonte: Revista Carta Capital, Setembro/2013

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Fonte: Revista Carta Capital, Setembro/2013

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Fonte: Revista Carta Capital, Setembro/2013

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Realidade da internaes

Fonte: Revista Carta Capital, Setembro/2013

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Vamos proteger nossos adolescentes contra qualquer tipo de violao de direitos, violncia e tortura.

Somente assim poderemos tentar romper com o ciclo da violncia e com a reproduo de aes violentas da parte deles.

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E, numa perspectiva de regulamentao das medidas socioeducativas e sua aplicabilidade que vem o

SINASE

Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo

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SINASE

Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo

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O que o SINASE?

SINASE a sigla utilizada para designar o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, destinado a regulamentar a forma como o Poder Pblico, por seus mais diversos rgos e agentes, dever prestar o atendimento especializado ao qual adolescentes autores de ato infracional tm direito. (DIAGICOMO, 2012)

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O SINASE foi originalmente institudo pela Resoluo n 119/2006, do Conselho Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente - CONANDA, e foi recentemente aprovado pela Lei n 12.594, de 18 de janeiro de 2012, que trouxe uma srie de inovaes no que diz respeito aplicao e execuo de medidas socioeducativas a adolescentes autores de ato infracional, dispondo desde a parte conceitual at o financiamento do Sistema Socioeducativo, definindo papeis e responsabilidades, bem como procurando corrigir algumas distores verificadas quando do atendimento dessa importante e complexa demanda. (DIAGICOMO, 2012)

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Com o advento da Lei n 12.594/2012, passa a ser obrigatria a elaborao e implementao, nas 03 (trs) esferas de governo, dos chamados Planos de Atendimento Socioeducativo (de abrangncia decenal), com a oferta de programas destinados execuo das medidas socioeducativas em meio aberto (cuja responsabilidade ficou a cargo dos municpios) e privativas de liberdade (sob a responsabilidade dos estados), alm da previso de intervenes especficas junto s famlias dos adolescentes socioeducandos. (DIAGICOMO, 2012)

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Objetivo do SINASE

O objetivo do SINASE, enfim, a efetiva implementao de uma poltica pblica especificamente destinada ao atendimento de adolescentes autores de ato infracional e suas respectivas famlias, de cunho eminentemente intersetorial, que oferea alternativas de abordagem e atendimento junto aos mais diversos rgos e equipamentos pblicos (com a possibilidade de atuao, em carter suplementar, de entidades no governamentais), acabando de uma vez por todas com o isolamento do Poder Judicirio quando do atendimento desta demanda, assim como com a aplicao de medidas apenas no papel, sem o devido respaldo em programas e servios capazes de apurar as causas da conduta infracional e proporcionar - de maneira concreta - seu tratamento e efetiva soluo, como seria de rigor. (DIAGICOMO, 2012)

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e que a verdadeira soluo para o problema da violncia infanto-juvenil, tanto no plano individual quanto coletivo, demanda o engajamento dos mais diversos rgos, servios e setores da Administrao Pblica, que no mais podem se omitir em assumir suas responsabilidades para com esta importante demanda.

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O SINASE, enfim, deixa claro que a aplicao e execuo das medidas socioeducativas a adolescentes autores de ato infracional, por ser norteada, antes e acima de tudo, pelo princpio da proteo integral criana e ao adolescente, deve observar:

uma lgica completamente diversa da que orienta a aplicao e execuo de penas a imputveis

(DIAGICOMO, 2012)

LEI N 12.594, DE18 DE JANEIRO DE 2012.

Art. 1o Esta Lei institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) e regulamenta a execuo das medidas destinadas a adolescente que pratique ato infracional.

1o Entende-se por Sinase o conjunto ordenado de princpios, regras e critrios que envolvem a execuo de medidas socioeducativas, incluindo-se nele, por adeso, os sistemas estaduais, distrital e municipais, bem como todos os planos, polticas e programas especficos de atendimento a adolescente em conflito com a lei.

2o Entendem-se por medidas socioeducativas as previstas noart. 112 da Lei no8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente), as quais tm por objetivos:

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I - a responsabilizao do adolescente quanto s consequncias lesivas do ato infracional, sempre que possvel incentivando a sua reparao;

II - a integrao social do adolescente e a garantia de seus direitos individuais e sociais, por meio do cumprimento de seu plano individual de atendimento; e

III - a desaprovao da conduta infracional, efetivando as disposies da sentena como parmetro mximo de privao de liberdade ou restrio de direitos, observados os limites previstos em lei.

.

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3o Entendem-se por programa de atendimento a organizao e o funcionamento, por unidade, das condies necessrias para o cumprimento das medidas socioeducativas.

4o Entende-se por unidade a base fsica necessria para a organizao e o funcionamento de programa de atendimento.

5o Entendem-se por entidade de atendimento a pessoa jurdica de direito pblico ou privado que instala e mantm a unidade e os recursos humanos e materiais necessrios ao desenvolvimento de programas de atendimento

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Art. 2o O Sinase ser coordenado pela Unio e integrado pelos sistemas estaduais, distrital e municipais responsveis pela implementao dos seus respectivos programas de atendimento a adolescente ao qual seja aplicada medida socioeducativa, com liberdade de organizao e funcionamento, respeitados os termos desta Lei.

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Sobre a competncia da unio destacamos os trs primeiros incisos:

Art. 3o Compete Unio:

I - formular e coordenar a execuo da poltica nacional de atendimento socioeducativo;

II - elaborar o Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, em parceria com os Estados, o Distrito Federal e os Municpios;

III - prestar assistncia tcnica e suplementao financeira aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municpios para o desenvolvimento de seus sistemas;

e outras competncias elencadas na lei

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Sobre a competncia dos Estados, destacamos:

Art. 4o Compete aos Estados:

I - formular, instituir, coordenar e manter Sistema Estadual de Atendimento Socioeducativo, respeitadas as diretrizes fixadas pela Unio;

II - elaborar o Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo em conformidade com o Plano Nacional;

III - criar, desenvolver e manter programas para a execuo das medidas socioeducativas de semiliberdade e internao;

IV - editar normas complementares para a organizao e funcionamento do seu sistema de atendimento e dos sistemas municipais;

V - estabelecer com os Municpios formas de colaborao para o atendimento socioeducativo em meio aberto;

E outras competncias elencadas na lei

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Sobre as competncias do muncipio elencaremos todas:

Art. 5o Compete aos Municpios:

I - formular, instituir, coordenar e manter o Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo, respeitadas as diretrizes fixadas pela Unio e pelo respectivo Estado;

II - elaborar o Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo, em conformidade com o Plano Nacional e o respectivo Plano Estadual;

III - criar e manter programas de atendimento para a execuo das medidas socioeducativas em meio aberto;

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IV - editar normas complementares para a organizao e funcionamento dos programas do seu Sistema de Atendimento Socioeducativo;

V - cadastrar-se no Sistema Nacional de Informaes sobre o Atendimento Socioeducativo e fornecer regularmente os dados necessrios ao povoamento e atualizao do Sistema; e

VI - cofinanciar, conjuntamente com os demais entes federados, a execuo de programas e aes destinados ao atendimento inicial de adolescente apreendido para apurao de ato infracional, bem como aqueles destinados a adolescente a quem foi aplicada medida socioeducativa em meio aberto.

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Ainda sobre os muncipios:

1o Para garantir a oferta de programa de atendimento socioeducativo de meio aberto, os Municpios podem instituir os consrcios dos quais trata a Lei no11.107, de 6 de abril de 2005, que dispe sobre normas gerais de contratao de consrcios pblicos e d outras providncias, ou qualquer outro instrumento jurdico adequado, como forma de compartilhar responsabilidades.

2o Ao Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente competem as funes deliberativas e de controle do Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo, nos termos previstos noinciso II do art. 88 da Lei n 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente), bem como outras definidas na legislao municipal.

3o O Plano de que trata o inciso II docaputdeste artigo ser submetido deliberao do Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente.

4o Competem ao rgo a ser designado no Plano de que trata o inciso II docaputdeste artigo as funes executiva e de gesto do Sistema Municipal de Atendimento Socioeducativo.

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LEI N 11.107, DE 6 DE ABRIL DE 2005.

Art. 1oEsta Lei dispe sobre normas gerais para a Unio, os Estados, o Distrito Federal e os Municpios contratarem consrcios pblicos para a realizao de objetivos de interesse comum e d outras providncias.

Como de competncia direta dos municpios a execuo dos Programas em meio aberto, vejamos o que fala o SINASE:

Art. 13. Compete direo do programa de prestao de servios comunidade ou de liberdade assistida:

I - selecionar e credenciar orientadores, designando-os, caso a caso, para acompanhar e avaliar o cumprimento da medida;

II - receber o adolescente e seus pais ou responsvel e orient-los sobre a finalidade da medida e a organizao e funcionamento do programa;

III - encaminhar o adolescente para o orientador credenciado;

IV - supervisionar o desenvolvimento da medida; e

V - avaliar, com o orientador, a evoluo do cumprimento da medida e, se necessrio, propor autoridade judiciria sua substituio, suspenso ou extino.

Pargrafo nico. O rol de orientadores credenciados dever ser comunicado, semestralmente, autoridade judiciria e ao Ministrio Pblico.

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Dos Programas de Meio Aberto

Art. 14. Incumbe ainda direo do programa de medida de prestao de servios comunidade selecionar e credenciar entidades assistenciais, hospitais, escolas ou outros estabelecimentos congneres, bem como os programas comunitrios ou governamentais, de acordo com o perfil do socioeducando e o ambiente no qual a medida ser cumprida.

Pargrafo nico. Se o Ministrio Pblico impugnar o credenciamento, ou a autoridade judiciria consider-lo inadequado, instaurar incidente de impugnao, com a aplicao subsidiria do procedimento de apurao de irregularidade em entidade de atendimento regulamentado naLei no8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente), devendo citar o dirigente do programa e a direo da entidade ou rgo credenciado.

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Porque a execuo das medidas em meio aberto cabe ao CREAS?

Resoluo do Conselho Nacional de Assistncia Social

RESOLUO N 109, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2009

Art. 1. Aprovar a Tipificao nacional de Servios Socioassistenciais, conforme anexos, organizados por nveis de complexidade do SUAS:

Proteo Social Bsica e Proteo Social Especial de Mdia e Alta Complexidade, de acordo com a disposio abaixo:

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I - Servios de Proteo Social Bsica:

a) Servio de Proteo e Atendimento Integral Famlia - PAIF;

b) Servio de Convivncia e Fortalecimento de Vnculos;

c) Servio de Proteo Social Bsica no domiclio para pessoas com deficincia e idosas.

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II - Servios de Proteo Social Especial de Mdia Complexidade:

a) Servio de Proteo e Atendimento Especializado a Famlias e Indivduos - PAEFI;

b) Servio Especializado em Abordagem Social;

c) Servio de Proteo Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida - LA, e de Prestao de Servios Comunidade - PSC;

d) Servio de Proteo Social Especial para Pessoas com Deficincia, Idosos(as) e suas Famlias;

e) Servio Especializado para Pessoas em Situao de Rua.

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III - Servios de Proteo Social Especial de Alta Complexidade:

a) Servio de Acolhimento Institucional, nas seguintes modalidades:

- abrigo institucional;

- Casa-Lar;

- Casa de Passagem;

- Residncia Inclusiva.

b) Servio de Acolhimento em Repblica;

c) Servio de Acolhimento em Famlia Acolhedora;

d) Servio de Proteo em Situaes de Calamidades Pblicas e de Emergncias.

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Um aspecto muito importante do SINASE a regulamentao do

Plano Individual de Atendimento

PIA

E na garantia da efetividade do PIA que a Rede de Servios deve estar comprometida

Vejamos a seguir o que exatamente o PIA

DO PLANO INDIVIDUAL DE ATENDIMENTO

Art. 52. O cumprimento das medidas socioeducativas, em regime de prestao de servios comunidade, liberdade assistida, semiliberdade ou internao, depender de Plano Individual de Atendimento (PIA), instrumento de previso, registro e gesto das atividades a serem desenvolvidas com o adolescente.

Pargrafo nico. O PIA dever contemplar a participao dos pais ou responsveis, os quais tm o dever de contribuir com o processo ressocializador do adolescente, sendo esses passveis de responsabilizao administrativa, nos termos doart. 249 da Lei no8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente), civil e criminal.

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Art. 53. O PIA ser elaborado sob a responsabilidade da equipe tcnica do respectivo programa de atendimento, com a participao efetiva do adolescente e de sua famlia, representada por seus pais ou responsvel.

Art. 54. Constaro do plano individual, no mnimo:

I - os resultados da avaliao interdisciplinar;

II - os objetivos declarados pelo adolescente;

III - a previso de suas atividades de integrao social e/ou capacitao profissional;

IV - atividades de integrao e apoio famlia;

V - formas de participao da famlia para efetivo cumprimento do plano individual; e

VI - as medidas especficas de ateno sua sade.

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Sobre os Planos de Atendimento Socioeducativo

Art. 7o O Plano de que trata o inciso II do art. 3odesta Lei dever incluir um diagnstico da situao do Sinase, as diretrizes, os objetivos, as metas, as prioridades e as formas de financiamento e gesto das aes de atendimento para os 10 (dez) anos seguintes, em sintonia com os princpios elencados naLei n 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente).

1o As normas nacionais de referncia para o atendimento socioeducativo devem constituir anexo ao Plano de que trata o inciso II do art. 3odesta Lei.

2o Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios devero, com base no Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, elaborar seus planos decenais correspondentes, em at 360 (trezentos e sessenta) dias a partir da aprovao do Plano Nacional.

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Construo articulada

Art. 8o Os Planos de Atendimento Socioeducativo devero, obrigatoriamente, prever aes articuladas nas reas de educao, sade, assistncia social, cultura, capacitao para o trabalho e esporte, para os adolescentes atendidos, em conformidade com os princpios elencados naLei n 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente).

Pargrafo nico. Os Poderes Legislativos federal, estaduais, distrital e municipais, por meio de suas comisses temticas pertinentes, acompanharo a execuo dos Planos de Atendimento Socioeducativo dos respectivos entes federados.

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Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo

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Elementos a serem considerados

Importncia do diagnstico municipal acerca das questes que atingem direta ou indiretamente o cotidiano do adolescente em conflito com a lei

Mapeamento da rede socioassistencial e intersetorial

Aes intersetoriais necessrias para o alcance dos objetivos socioeducativos

Desafios a serem enfrentados

Metas a serem construdas

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Interdisciplinaridade

Segundo Digicomo (2012)

A elaborao do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo uma tarefa complexa, que por fora do disposto na prpria Lei n 12.594/2012, relativa ao SINASE, demanda uma abordagem eminentemente interdisciplinar, considerando, inclusive, a necessidade de execuo das aes a ele correspondentes de forma intersetorial

Art. 8o Os Planos de Atendimento Socioeducativo devero, obrigatoriamente, prever aes articuladas nas reas de educao, sade, assistncia social, cultura, capacitao para o trabalho e esporte, para os adolescentes atendidos, em conformidade com os princpios elencados naLei n 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente).

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Intersetorialidade

Quando se fala em "Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo", estamos falando do planejamento de uma poltica pblica eminentemente intersetorial que, como tal, logicamente no pode ficar a cargo apenas de um setor da administrao (ou pior, de um nico equipamento - com o caso do CREAS - ou de uma nica pessoa), seja ele qual for. Importante no perder de vista que a elaborao do Plano de Atendimento Socioeducativo depende de dados confiveis acerca da demanda de atendimento (atual, histrica e projetada- afinal, trata-se de um plano decenal), e estes devero ser colhidos junto s mais diversas fontes (Polcias Civil e Militar, Ministrio Pblico, Poder Judicirio, Conselho Tutelar etc.). (DIGICOMO, 2012)

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Previso de abordagens mltiplas

O Plano Municipal deve prever abordagens mltiplas junto aos adolescentes e suas famlias (respeitadas as peculiaridades e necessidades pedaggicas de cada um), que devero ser executadas pelos mais diversos setores da administrao (com nfase para aqueles responsveis pela educao, sade, assistncia, trabalho/profissionalizao, cultura, esporte e lazer), sendo cada qual devidamente justificada sob o ponto de vista tcnico, a partir de uma anlise crtica - e tambm interdisciplinar - das vantagens e desvantagens de cada ao planejada. (DIGICOMO, 2012)

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Interlocuo com a esfera estadual

Deve tambm contemplar a interlocuo com rgos, programas, servios e autoridades com atuao na esfera estadual, pois muitas das abordagens a serem efetuadas, como a reintegrao ao sistema de ensino (no caso de adolescentes que cursam o ensino mdio) e a prpria preparao para reintegrao familiar de egressos das unidades de internao, por exemplo, iro demandar intervenes e investimentos no mbito estadual (razo pela qual deve haver harmonia entre os Planos Municipal e Estadual de Atendimento Socioeducativo). (DIGICOMO, 2012)

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Diferentes especialidade tcnicas

Para que isto ocorra, preciso que o planejamento das aes que iro compor o Plano Municipal (que vo muito alm da simples previso da implantao de programas correspondentes s medidas socioeducativas de liberdade assistida e prestao de servios comunidade, como algum poderia imaginar) seja, de fato, efetuado por profissionais de reas e especialidades diversas, cada qual trazendo para o debate sua viso - e sua justificativa tcnica (ou objeo) - para esta ou aquela abordagem/interveno proposta, de modo que sua pertinncia (ou no) seja analisada sob os mais diversos ngulos. (DIGICOMO, 2012)

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Setores e sujeitos integrantes do processo

preciso lembrar, ademais, que as aes previstas no Plano Municipal sero tambm executadas por profissionais e setores diversos, que devem se sentir parte integrante do processo de construo daquele instrumento (e da prpria poltica municipal socioeducativa que ele traduz), inclusive como forma de quebrar qualquer resistncia quanto ao atendimento desta demanda ou divergncia (sob o ponto de vista tcnico) em relao a determinada abordagem prevista, que no tenha sido suficientemente debatida e/ou esclarecida quanto a seu propsito. (DIGICOMO, 2012)

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Dilogo entre os profissionais

Para que qualquer Plano ou poltica pblica seja elaborada e implementada (ao menos, para que isto ocorra de forma adequada e eficaz), fundamental o dilogo entre os profissionais de diversas reas corresponsveis tanto pelo planejamento em si, quanto pela execuo das aes respectivas, pois preciso que todos estejam falando a mesma linguagem, cientes de seu papel e conscientes da importncia da colaborao e cooperao mtuas para que o objetivo comum (que no o atendimento formal, mas sim, em ltima anlise a proteo integral do adolescente atendido e sua famlia) seja alcanado. (DIGICOMO, 2012)

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Trabalho em rede

Por isto, alis, que se fala tanto da necessidade de trabalho em rede, e esta, por sua vez, pressupe o dilogo, a articulao e integrao de aes entre os diversos profissionais e rgos/programas/servios corresponsveis (tanto em mbito municipal quanto estadual), com a definio (e contnua reavaliao) dos fluxos e protocolos de atendimento intersetorial entre os mais diversos integrantes do Sistema - e isto em carter permanente. (DIGICOMO, 2012

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Atores do Sistema de Garantia de Direitos

Assim sendo, no correto delegar exclusivamente ao CREAS a responsabilidade pela elaborao do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo (assim como pela execuo das medidas nele previstas), pois embora a rea da assistncia social seja muito importante tanto no processo de elaborao do Plano, quanto no atendimento dos adolescentes autores de atos infracionais e suas famlias, o planejamento e execuo das aes respectivas deve tambm ficar a cargo de outros setores da administrao (assim como outros atores do Sistema de Garantia dos Direitos da Criana e do Adolescente), que desta forma, precisam ser tambm chamados a participar, formando uma comisso intersetorial encarregada de elaborar um esboo de Plano Municipal que ser posteriormente submetido anlise, deliberao e aprovao pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criana e do Adolescente local.

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Importncia dos setores de Sade e da Educao

de se destacar, em especial, a participao dos setores (e profissionais) de educao e sade, valendo lembrar que a interveno estatal junto ao adolescente autor de ato infracional (e no se est falando apenas da execuo de medidas socioeducativas de liberdade assistida e prestao de servios comunidade) , por definio, socioEDUCATIVA, [...] sendo pautada pelas abordagens que se fizerem necessrias para cada caso individualmente considerado ([...]Plano Individual de Atendimento e [...] de apurao das necessidades pedaggicas e da capacidade de cumprimento da medida pelo adolescente, que tambm dever ser orientado e participar da definio da prpria interveno a que ser submetido...), a partir do diagnstico das causas determinantes da conduta infracional (e como sabemos, a questo do uso de substncias psicoativas - problema eminentemente de sade pblica e a evaso/defasagem idade-srie/baixo rendimento escolar - problema eminentemente do setor de educao, so dois dos principais fatores que contribuem para isto).

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Aps as reflexes propostas por Digicomo (2012) vamos a questes prticas

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Lembremos:

Art. 7o O Plano de que trata o inciso II do art. 3odesta Lei dever incluir um diagnstico da situao do Sinase, as diretrizes, os objetivos, as metas, as prioridades e as formas de financiamento e gesto das aes de atendimento para os 10 (dez) anos seguintes, em sintonia com os princpios elencados naLei n 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criana e do Adolescente).

1o As normas nacionais de referncia para o atendimento socioeducativo devem constituir anexo ao Plano de que trata o inciso II do art. 3odesta Lei.

2o Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios devero, com base no Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, elaborar seus planos decenais correspondentes, em at 360 (trezentos e sessenta) dias a partir da aprovao do Plano Nacional.

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Do artigo em questo devemos observar que:

O Plano decenal, ou seja, as aes devem ser planejadas para dez anos

Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios devero, com base no Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo, elaborar seus planos decenais correspondentes, em at 360 (trezentos e sessenta) dias a partir da aprovao do Plano Nacional.

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E o que sabemos a respeito do Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo?

A proposta do Plano Nacional esteve aberto para Consulta Pblica de maio junho deste ano

Aps o processo de consulta o Plano Nacional foi finalizado serve como parmetro para os planos estaduais e municipais

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Plano Nacional do SINASE

O Plano Nacional do SINASE prope um redesenho poltico-administrativo alinhado Resoluo do Conanda e LF 12.594/2012, ao definir e estabelecer as responsabilidades na aplicao das medidas socioeducativas, como tarefa necessria e insubstituvel dos rgos que compe o Sistema de Garantia de Direitos, particularmente daqueles que so responsveis por sua execuo.

No desenho apresentado, ser definido localmente, nos estados, Distrito Federal e municpios, o responsvel administrativo pela gesto da poltica - encarregado da coordenao, articulao e aplicao de quaisquer das medidas previstas, bem como da definio dos pontos focais das politicas intersetorias estruturantes do sistema (educao, sade e assistncia social).

A gesto do Sistema Socioeducativo Nacional ter tambm um conjunto de documentos parametrizantes nas reas da socioeducao, da gesto, da segurana e da arquitetura.

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Politicas intersetorias

estruturantes do sistema

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educao

sade

assistncia social

Somadas as demais polticas que englobam o Sistema de Garantia de Direitos

1. PRINCPIOS E DIRETRIZES

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O Plano Nacional do SINASE referenciado pelos princpios e diretrizes a seguir, previstos no Estatuto da Criana e Adolescente, na Resoluo 119/2006 do Conanda e na LF 12.594/2012, e que nortearo as propostas de superao das dificuldades identificadas, na forma de objetivos, metas e perodos para a sua execuo:

Princpios

1. Os adolescentes so sujeitos de direitos, entre os quais a presuno da inocncia.

2. Ao adolescente que cumpre medida socioeducativa deve ser dada proteo integral de seus direitos.

3. Em consonncia com os marcos legais para o setor, o atendimento socioeducativo deve ser territorializado, regionalizado, com participao social e gesto democrtica, intersetorialidade e responsabilizao, por meio da integrao operacional dos rgos que compem esse sistema.

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Diretrizes

a) Garantia da qualidade do atendimento socioeducativo de acordo com os parmetros do SINASE.

b) Focar a socioeducao por meio da construo de novos projetos pactuados com os adolescentes e famlias, consubstanciados em Planos Individuais de Atendimento.

c) Incentivar o protagonismo, participao e autonomia de adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa e de suas famlias.

d) Primazia das medidas socioeducativas em meio aberto.

e) Humanizar as Unidades de Internao, garantindo a incolumidade, integridade fsica e mental e segurana do/a adolescente e dos profissionais que trabalham no interior das unidades socioeducativas.

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a condio de estarlivre de perigo ou dano, ileso, inclume.

f) Criar mecanismos que previnam e medeiem situaes de conflitos e estabelecer prticas restaurativas.

g) Garantir o acesso do adolescente Justia (Poder Judicirio, Ministrio Pblico e Defensoria Pblica) e o direito de ser ouvido sempre que requerer.

h) Garantir as visitas familiares e ntimas, com nfase na convivncia com os parceiros/as, filhos/as e genitores, alm da participao da famlia na conduo da poltica socioeducativa.

i) Garantir o direito sexualidade e sade reprodutiva, respeitando a identidade de gnero e a orientao sexual.

j) Garantir a oferta e acesso educao de qualidade, profissionalizao, s atividades esportivas, de lazer e de cultura no centro de internao e na articulao da rede, em meio aberto e semiliberdade.

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k) Garantir o direito educao para os adolescentes em cumprimento de medidas socioeducativas e egressos, considerando sua condio singular como estudantes e reconhecendo a escolarizao como elemento estruturante do sistema socioeducativo.

l) Garantir o acesso programas de sade integral .

m) Garantir ao adolescente o direito de reavaliao e progresso da medida socioeducativa.

n) Garantia da unidade na gesto do SINASE, por meio da gesto compartilhada entre as trs esferas de governo, atravs do mecanismo de cofinanciamento.

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o) Integrao operacional dos rgos que compem o sistema (art. 8, da LF n 12.594/2012).

p) Valorizar os profissionais da socioeducao e promover formao continuada.

q) Garantir a autonomia dos Conselhos dos Direitos nas deliberaes, controle social e fiscalizao do Plano e do SINASE.

r) Ter regras claras de convivncia institucional definidas em regimentos internos apropriados por toda a comunidade socioeducativa.

s) Garantir ao adolescente de reavaliao e progresso da medida socioeducativa.

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Aes concretas...

Sensibilizar a sociedade e toda a rede de servios

Organizar a Comisso Intersetorial de Construo do Plano Municipal de Atendimento Socioeducativo

Desenvolver o diagnstico municipal elencando quais devero ser as prioridades do atendimento

Ter os Planos Nacional e Estadual como parmetros

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E, por fim:

Envolver as famlias

Colocar os adolescentes como protagonistas do processo, compondo a comisso

Construir o plano com transparncia e aprovao pblica em evento que envolva os rgos gestores, as instncias de articulao, instncias de controle (conselhos), sociedade civil, no deixando de fora a populao usuria, especialmente os adolescentes.

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E juntos, vamos acreditar e fazer a ciranda girar

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