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9.º CONGRESSO DA FENPROF "Dar mesmo prioridade à Educação; prestigiar a Escola e a profissão docente" é o lema do 9.º Congresso da FENPROF, que está marcado para o próximo mês de Abril (de 19 a 21). O SPM estará presente com 33 delegados. Págs. 8-9 Pág. 7 Págs. 23 a 28 A classe docente madeirense vive um momento de grande apreensão e incerteza em relação à Regionalização da Educação e ao seu ECD, devido à demissão do Governo Regional. Sindicato dos Professores da Madeira Nº 74 - Fevereiro/Março de 2007 - 0,50 euros DIRECTORA: Marília Azevedo

Sindicato dos Professores da Madeira DIRECTORA: Marília Azevedo · 2008-03-26 · 2 Prof - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 2007

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Page 1: Sindicato dos Professores da Madeira DIRECTORA: Marília Azevedo · 2008-03-26 · 2 Prof - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 2007

9.º CONGRESSO DA FENPROF"Dar mesmo prioridade à Educação;prestigiar a Escola e a profissãodocente" é o lema do 9.º Congressoda FENPROF, que está marcadopara o próximo mês de Abril (de 19a 21). O SPM estará presente com33 delegados.

Págs. 8-9

Pág. 7

Págs. 23 a 28

A classe docentemadeirense viveum momento degrande apreensãoe incerteza emrelação àRegionalizaçãoda Educação e aoseu ECD, devidoà demissão doGovernoRegional.

Sindicato dos Professores da MadeiraNº 74 - Fevereiro/Março de 2007 - 0,50 eurosDIRECTORA: Marília Azevedo

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Prof - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 20072

Ficha técnica

9.º CONGRESSO DA FENPROF"Dar mesmo prioridade à Educação;prestigiar a Escola e a profissãodocente" é o lema do 9.º Congressoda FENPROF, que está marcadopara o próximo mês de Abril (de 19a 21). O SPM estará presente com33 delegados.

Págs. 8-9

Pág. 7

Págs. 23 a 28

A classe docentemadeirense viveum momento degrande apreensãoe incerteza emrelação àRegionalizaçãoda Educação e aoseu ECD, devidoà demissão doGovernoRegional.

Sindicato dos Professores da MadeiraNº 74 - Fevereiro/Março de 2007 - 0,50 eurosDIRECTORA: Marília Azevedo

PROF - Publicação do SPM(Sindicato dos Professores daMadeira)

PROPRIEDADE, REDACÇÃOE ADMINISTRAÇÃO:Sindicato dos Professores da MadeiraRua Elias Garcia, Bloco V, 1º A9045-524 FunchalTels: 291 206 360/1Fax: 291 206 369E-mail: [email protected]

www.spm-ram.org

DIRECTORA: Marília Azevedo

CONSELHO DE COORDENAÇÃO:Comissão Executiva do SPM

COORDENADOR-EDITOR:João Sousa

"DE PAPO PRÓ AR"Coordenação-edição de Adília Andrade

COLABORADORES NESTA EDIÇÃO:Adília Andrade, Amélia Carreira, AnaMagalhães, Conceição Gouveia, HelenaLima, Helena Paula Freitas, IsabelCardoso, João Sousa, José PauloOliveira (jornalista), Licínio Lima,Manuel Menezes, Maria das DoresPrazeres, Marília Azevedo, e Zélia Meloe Sousa

ARTE GRÁFICA: TrampolimPERIODICIDADE: BimestralIMPRESSÃO: GrafimadeiraTIRAGEM MÉDIA: 4.000 exemplares

O PROF está aberto à colaboração dosprofessores, particularmente os daRAM, mesmo quando não solicitada.Reserva-se, todavia, o direito de con-densar ou não publicar quaisquer arti-gos, em função do espaço disponível edo Estatuto Editorial desta publicação.Os artigos assinados são da exclusivaresponsabilidade dos seus autores.

Editorial 3

Registo Biográfico 4

Apontamentos: A "manif" 6

(Ex)citações 6

Jornada de 2 de Março: "Juntos pela mudança de políticas" 7

9.º Congresso Nacional de Professores: Decorre eleição de delegados 8

Regulamento do IX Congresso: SPM elege 33 delegados 9

30 Anos de Rede Pública: Festejar e Reflectir 10

Opinião: Monodocência/Aposentação - que saída? 11

Opinião: A Avaliação 12

Opinião: Exclusão no Sistema Educativo 13

Processo de Bolonha: Revolução na Formação Profissional 14

DE PAPO PRÓ AR:

Primavera/Tempo de Renascimento 15

Dia da Mulher 15

A Propósito de uma conferência 16

Mia Couto: Contador de Poesias, por Celina Martins 16

Figuras Típicas 17

Por entre ideologias e configurações narrativas:

o romance "Canga" de Horácio Bento Gouveia 18

Atelier de Dança, Música e Artes para todas as idades 18

Opinião: No limite, demitam-se 19

ECD Regional: Demissão gera suspense 20

ECD Regional: Propostas do SPM 22

Mapa Comparativo ECD - Continente e Regiões Autónomas 28

Anedota, Cartoon e "A mesma História" 29

Notas Jurídicas 30

Avaliação: Aprovado e Reprovado 31

Regalias aos Sócios 31

Cartaz 32

Sumário

Page 3: Sindicato dos Professores da Madeira DIRECTORA: Marília Azevedo · 2008-03-26 · 2 Prof - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 2007

Editorial3

1. A meados do mês de Fevereiro,a classe docente em exercício naRAM foi surpreendida pela apresenta-ção do Estatuto da Carreira Docenteda Região Autónoma da Madeira.

Ao contrário daquilo a que oMinistério da Educação nos tinhahabituado, a tutela regional decidiuouvir primeiro as organizações sindi-cais, no sentido de auscultar o sentirdos professores, antes da entregaformal do documento. Saudamos aatitude.

Depois de tanto tempo a ser hostil-mente ignorados e sistematicamenteofendidos, soube bem. Sem ser aindaum estatuto perfeito, vimos nestedocumento inicial expurgados algunsdos princípios que obstaculizaramqualquer acordo possível com oMinistério da Educação. Neste primei-ro documento, que acreditamos serum cais de partida, vemos estabeleci-da a carreira única e, por isso mesmo,sem o constrangimento de vagas ede cotas de acesso.

Fomos sempre defensores daimportância de um Estatuto deCarreira Docente que afirme a profis-são docente, que a dignifique e que avalorize. De um Estatuto de CarreiraDocente que tenha em consideraçãoa especificidade do exercício da pro-fissão docente e que por isso mesmopermita o reconhecimento desta clas-se como um corpo especial daAdministração Pública. Já aqui o refe-rimos inúmeras vezes. Como tambémjá repetimos até à exaustão que sócom uma profissão dignificada e valo-rizada é que se promove uma escolapública de qualidade para todos. E aconstrução desta escola pública dequalidade que se deseja não só preci-sa como exige o empenho de todos.

E foi com este espírito, de empen-ho e de colaboração, na defesa dosprincípios que sempre defendemos,que apresentámos à SRE a nossaproposta.

Mas, e há sempre um mas, estaproposta de Estatuto da CarreiraDocente brilhou tanto como o Sol domês em que saiu à rua: Sol deInverno.

Os acontecimentos políticos quese seguiram de imediato, ou seja, ademissão do Presidente do GovernoRegional, a consequente demissão detodo o executivo e a dissolução daAssembleia Legislativa Regionalfazem com que a proposta apresen-tada se tivesse diluído na efervescên-cia política.

"- E agora?" É a interrogação que

mais ouvimos. As expectativas erammuitas e elevadas. E agora? Agora, épreciso aguardar por todo o proces-so político que se segue: eleições,constituição do Governo, etc., eesperar que as intenções que subja-zem em quase, e sublinho o quase,todas as forças políticas de contribu-írem para a construção de umEstatuto de Carreira Docente quecrie reais condições de estabilidadeno exercício da profissão, reconhe-cendo aos educadores e professoreso direito a uma carreira única, semantenham já que os docentes emexercício na Região Autónoma daMadeira esperam que as intençõesenunciadas e tão abruptamente in-terrompidas sejam consequentes.Ou, pelo menos, que o Sol deOutono seja mais duradouro que oSol de Inverno.

Mohandas Gandhi disse que "Ofuturo dependerá daquilo que faze-mos no presente". Porque acredita-mos nesta perspectiva, esperamosque o futuro, que se deseja próximo,Estatuto de Carreira Docente conti-nue a contemplar as reivindicaçõesdos docentes, que o cais de partidaque nos foi acenado se transforme,tão rapidamente quanto possível, nocais de chegada, porque o futurocomeça hoje.

2. Realiza-se nos próximos dias19, 20 e 21 de Abril, na Faculdadede Medicina Dentária em Lisboa, o9º Congresso da Fenprof. EsteCongresso tem lugar num difícilmomento político e, durante o decur-so de um processo negocial comple-xo e intrincado. Espera-se, por isso,que durante estes três dias se reafir-me o papel da Fenprof como a maiore mais representativa estrutura sindi-cal dos educadores e professoresportugueses.

Nestes três dias, sob o lema"Darmesmo prioridade à educação", serádiscutido, com a presença de maisde 600 delegados vindos de todo oPaís, o Plano de Acção que orientarátodo o trabalho a desenvolver nospróximos três anos. Este Plano deAcção que será distribuído a todosos sócios do SPM, através do JF,será discutido, com vista à recolhade contributos, nas reuniões que embreve terão lugar - aliás, na altura emque o Prof. chegar às casas dosnossos sócios, elas estarão a decor-rer, e servirão para eleger os nossosdelegados ao 9º Congresso.

Esteja, pois, atento à reunião noseu Concelho. Quem desejar partici-par no 9º Congresso Nacional deProfessores terá que se fazer eleger,de acordo com o regulamento jápublicado na edição anterior e distri-buído em Assembleia de DelegadosSindicais.

Marília AzevedoCoordenadora do SPM

Sol de Inverno

Mas, e há sempreum mas, esta

proposta de Estatutoda Carreira Docentebrilhou tanto como

o Sol do mês emque saiu à rua:Sol de Inverno.

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Registo BiográficoProf - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 20074

Apresentamos, nneste nnúmerodo PProf MMagazine, oo ppercursoprofissional dde uuma ddocente ddo1.º CCiclo ddo EEnsino BBásico qquedefende aa ppedagogia ddiferen-ciada ccomo mmeio ppara ccomba-ter oo iinsucesso eescolar.Falamos dde HHelena CCamacho,uma ddocente qque cconfessa qquesempre sse ddedicou ccom mmuitoentusiasmo eem ttodos oos ppro-jectos eem qque sse eenvolveu.

Prof MMagazine - QQuando eecomo ddecidiu sser pprofessora?

Helena Camacho - Não foi umsonho de infância. Pensei emseguir Belas Artes, ouPsicologia, mas diversas cir-cunstâncias levaram-me aoantigo Magistério Primário doqual trago gratas recordações.

Prof - RRefira ddificuldades ssenti-das nna cconcretização ddessadecisão.

Helena - Assumida a decisãopor este curso, não há grandesdificuldades para referir.

Prof - DDescreva aa pprimeira aauladada. EEla ddecorreu ccomo eespe-rava?

Helena - Foi na Escola daRibeira Seca, apresentaram-meuma turma de 4º ano, comalguns alunos repetentes esérios problemas de comporta-mento.

Apesar de preparar as aulas,ao espelho, mais do que daruma aula bem dada, preocu-pei-me em chegar ao coraçãodaqueles alunos, em tentarcompreender os seus compor-tamentos, mais do que a trans-missão de conhecimentos,valorizei a relação pessoal eemocional com aquelas crian-ças.

Prof - CConte aalguns eepisódiosmarcantes - ppositiva ee nnegati-vamente - dda ssua vvida pprofis-sional.

Helena - Fiquei com essascrianças apenas durante ummês e meio, uma vez que rece-bi o destacamento para leccio-nar Expressão Musical e

Dramática. Antes de me virembora, os alunos oferece-ram-me um presente quejamais esquecerei: uma históriapequenina, que se chamava"Os Meninos Abandonados", euma laranjada.As professoras Lígia Brasão eTeresa Veiga França influencia-ram muito no meu modo depensar como professora.

Prof - DDos vvários pprojectosescolares eem qque pparticipou,mencione oo qque mmais pprazerlhe ddeu.

Helena - Durante 14 anos esti-ve destacada no GabineteCoordenador de EducaçãoArtística; durante dez anos

estive com turmas e desdeOutubro estou requisitada pelaDRE, implicada num projectode apoio à Didactização doPortuguês - Paixão de Ensinar,Gosto de Aprender. Sempretentei imprimir o maior entu-siasmo em todos os projectosonde me integrei e dar o máxi-mo em todas as circunstâncias.De qualquer modo, devo desta-car o meu encontro com oMovimento da Escola Modernaque pauta todo o meu perfilprofissional.

Prof - QQue ccomentário llhemerece oo iinsucesso eescolar?

Helena - Não pode reduzir-se àescola, pois implica factorespolítico-sociais com grandepeso. De qualquer modo,penso que o caminho para osucesso passa necessariamen-te por uma pedagogia diferen-ciada na sala de aula.

Prof - CComo aavalia aa pparticipa-ção ddos ppais ee eencarregadosde eeducação nna vvida eescolardos sseus eeducandos, nnasescolas oonde lleccionou?

Helena - Sempre houve umaboa colaboração entre a escolae os pais. No entanto, os alu-nos mais problemáticos são,geralmente, filhos de pais queraramente vêm à escola.

Prof - AAborde oos ""pecados" ee"virtudes" ddo ssistema dde eensi-no pportuguês.

Helena - Para mim, o maiorpecado é a excessiva burocra-cia a que obrigam os professo-res, que em nada contribuipara o sucesso dos alunos. Aprópria inspecção, quando vaiàs escolas, preocupa-se muitomais com aspectos burocráti-cos do que com aspectospedagógicos. Há estudos queprovam que não são as escolas

Helena Camacho:

"A própria inspecção,quando vai às escolas,

preocupa-se muitomais com aspectos

burocráticos doque com aspectos

pedagógicos."

Nome: Helena CamachoEscola oonde llecciona:EB1 - PE Quebradas e EB1 -PE Tanque MonteAnos dde sserviço: 25Habilitações LLiterárias:lic. - 1º Ciclo do Ensino BásicoDisciplina qque llecciona:Língua Portuguesa

B.I.

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Registo Biográfico5

com melhores projectos empapel que têm melhores práti-cas e vice-versa.Penso que também seriaimportante investir em cursostécnico-profissionais, pois háimensa gente a seguir em mes-trados e doutoramentos quemais não são que um adiamen-to para a entrada no desem-prego, enquanto há serviçoscom falta de bons técnicos emdiversas áreas.

REPENSAR AACESSOAO EENSINO SSUPE-RIOR

Seria interessante quese pensasse numaoutra maneira dosjovens terem acessoao Ensino Superior,que não se baseasseapenas em notasaltíssimas, não garan-tindo em nada quequem as conseguevenha a ser melhorprofissional do queoutros alunos que,embora não atinjam otopo das médias,apresentem outrosvalores fundamentaispara a vida.A grande virtude é ofacto de todos teremacesso à escolaridade. De qual-quer modo, há muito que fazerneste aspecto, pois muitascrianças e jovens estão naescola, mas não têm as condi-ções e apoios necessários paraterem o sucesso garantido

Prof - AAponte vvantagens ee ddes-vantagens dde uuma eeventualregionalização dda eeducação.

Helena - Por um lado, faz-meconfusão que, num todo que éPortugal, existam diferenças nosdireitos dos professores. Dequalquer modo, perante tama-nha afronta que tem sido feita à

nossa classe, tudo o que, a nívelregional, for conseguido em prolda defesa dos nossos direitosserá bem aceite.

Prof - AAssinale oo ppapel qque, nnasua óóptica, eestá rreservado aaossindicatos, nno ssistema eeducativo.

Helena - O principal papel é ode lutar pelos direitos dos seusassociados. Mas têm sido tam-bém uma peça fundamental naformação contínua dos profes-sores. Espero bem que não

lhes seja retirada esta faceta;não vejo com bons olhos que oMinistério fique com o mono-pólio da formação.

Prof - QQue ssente qquando oouveacusações ppúblicas qque ccolo-cam eem ccausa oo bbrio pprofissio-nal ddos ddocentes, ccomo ttemosvindo aa aassistir nnos úúltimostempos?

Helena - Sinto tristeza e revolta.Em todas as áreas existem unsprofissionais mais responsáveisque outros, mas, se com ascrianças temos de investir sem-pre pelo reforço positivo para

que se sintam motivadas paraaprender, não é com a atitudedesta ministra e de toda a suaequipa - toda ela feita pelanegativa - que vamos ter me-lhores professores.

"O SSINDICATO SSOMOSTODOS NNÓS"

Prof - CComo ee ppor qque rrazãose ffez ssócia ddo SSindicato ddosProfessores dda MMadeira?

Helena - Desde que me formei,em 82. Acho muitoimportante que exis-tam órgãos preocu-pados com os direi-tos dos trabalhado-res; mas o sindicatosomos todos nós etodos temos de serparticipativos nadefesa da nossa clas-se. Não podemosesperar que sejamsempre os outros ase esforçarem paragozarmos as regaliasquando elas são con-seguidas.

Prof - SSe ppudesserecuar nno ttempo, vvol-taria aa eescolher aadocência ccomo aacti-vidade pprofissional?

Helena - Sem dúvida. Apesarde todas as intempéries, é uma profissão que realizo commuita alegria.

Prof - DDeixe uuma mmensagemaos pprofessores.

Helena - Valorização pessoal ecooperação. Somos trabalha-dores intelectuais, temos queinvestir muito na nossa forma-ção contínua e rever constan-temente as nossa práticas. Etemos que cooperar uns comos outros, pois juntos chagare-mos mais longe.

«o maior pecado é a excessiva burocracia»

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ImpressõesProf - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 20076

"Com esta crise política, os pro-fessores madeirenses correm o riscode ver aplicada na Região o ECDnacional".

Jacinto Serrão, líder do PS/M,Diário de Notícias (27/2/07)

"Este ME continua, de algumaforma, também a sonhar nova legisla-ção sem que por detrás desses delí-rios esteja uma avaliação prévia doque tem sido as diferentes reformas".

Rita Pestana (SPM),Diário de Notícias (17/01/07)

"Isso não é um professor, é umcanivete suíço"

Quem é o diz é FranciscoFernandes sobre a criação de umprofessor único"

Diário de Notícias (18/01/07)

"...esperamos da SecretariaRegional de Educação uma atitudecontra este abominável estado de coi-sas a que chegou Portugal, tambémem matéria de educação. Que pelomenos na Madeira prevaleça o BomSenso."

Emanuel Janes,Jornal da Madeira

"612.300 portugueses estavam nodesemprego no 4.º Trimestre de 2006e a Taxa de Desemprego corrigidaatingiu 10,9%"

Eugénio Rosa, economista (16/2/07)

"Hoje, o direito ao emprego é umproblema geral, que atinge tambémos trabalhadores mais qualificados.Na Região, existem já muitas cente-nas de jovens que fizeram formaçãosuperior, num apelo do "vamos a umamudança de desenvolvimento", quenão têm emprego. Há dez anos, porexemplo, não se discutia o subsídiode desemprego para os professoresou para os enfermeiros, ou para osmédicos. Hoje, sim."

Carvalho da Silva,Diário de Notícias (12/1/07)

"O governo tem um combate fun-damental em relação à educação,que é o combate ao insucesso e aoabandono escolar, mas depois cortaos apoios para lá chegar. Os próxi-mos anos vão mostrar que em rela-ção à educação há opções que foramtomadas que são muito más. Nãopassa pela cabeça de ninguém fazerreformas na educação contra os pro-fessores."

Ibidem.

"...se não fosse a grande luta doseducadores e professores o actualEstatuto da Carreira Docente seriamuito pior."

Mário Nogueira, Intervir

"O presidente da AssociaçãoNacional de Municípios Portugueses(ANMP), Fernando Ruas, defendeu,na quarta-feira, que entre as compe-tências no âmbito da educação que oGoverno se prepara para entregar aosmunicípios, deverá estar igualmente agestão e colocação dos professores.Uma pretensão que os sindicatos afir-maram já recusar."

Diário Digital (23/02/07)

"...o Governo definiu as funçõesnucleares do Estado como as relacio-nadas com a defesa externa, segu-rança interna, representação externa eadministração directa da justiça. Ossindicatos defendem uma aplicaçãomais estrita do que está previsto naConstituição e que inclui áreas comoa educação e a saúde."

Público (9/2/07)

"Em 2007, possuímos um orça-mento idêntico ao do ano 2000, tendoagora mais duas escolas integradas".

Reitor Avelino de Freitas Meneses(31.º aniv. da Univ. Açores)

"Escola pede papel higiénico eguardanapos a alunos"

Diário de Notícias (24/01/07)

"Em 2004/2005 as estatísticasdavam conta de 1232 situações deagressão envolvendo alunos, profes-sores ou auxiliares, número quesubiu para cerca de 1500 no últimoano lectivo."

Jornal de Notícias (25/02/07)

"Tomei medidas de inspiraçãocavaquista"

Alberto Costa,Expresso (13/1/07)

"Portugal é um país competitivoem termos de custos salariais. Oscustos salariais são mais baixos doque a média dos países da UniãoEuropeia e a pressão para a sua subi-da é muito menor do que nos paísesdo alargamento".

Manuel Pinho, Ministro da Economia,na abertura do Fórum de Cooperação

Empresarial Portugal China 2007

"Educação lidera cortes nos salá-rios com quebra de 125 milhões em2006"

Diário de Notícias (29/01/2007)

"A Educação tem sido maltratadaem termos curriculares, profissionais ebem-estar dos alunos."

Correio da Manhã (27/01/2007)

(Ex)citações

Infelizmente, confirmou-se a notícia doProf: os professores identificados pelas for-ças policiais, na concentração de protestojunto ao Hotel Tivoli, aquando do jantar dosecretário-geral do PS com os socialistasmadeirenses, foram intimados a prestardeclarações no Comando Regional da PSP,no dia 31 de Janeiro.

A Coordenadora do SPM, MaríliaAzevedo, acabou por ser informada que oseu processo passaria para o MinistérioPúblico, a quem competirá arquivar ou avan-çar com uma acusação. Os restantes intima-dos - uma professora e um jornalista - nãomereceram tal "distinção", o que me fazsupor que, afinal, o alvo desta iniciativa judi-cial era o Sindicato dos Professores daMadeira. Esta é mais uma prova de que estaorganização de classe incomoda, de facto.Mas, se julgam que vão calar os docentesmadeirenses com medidas intimidatóriascomo esta, estão redondamente enganados,porque sempre demos provas de resistênciaà opressão e à ditadura, por um lado, e deluta corajosa e intransigente pela democra-cia, pela liberdade e pelo direito à indigna-ção, ao protesto e à revolta, por outro.Registem: não nos calam!

Já agora, importa perguntar: por querazão não identificaram também elementosque se concentraram à entrada do referidohotel e que aplaudiram Sócrates? Será quetinham autorização? Não creio. Como houveoutros protestos espontâneos de professo-res por este país fora, por que razão só osda Madeira é que foram identificados? Serápor Jacinto Serrão ter conotado os docentespresentes com o PSD, logo destinatáriosideais para o poder socialista mostrar a suaautoridade? Talvez.

O caricato da questão é que vamos tereleições brevemente e, se o secretário-geraldo PS vier à RAM apoiar o líder socialistamadeirense, vai, certamente, querer contac-tar com a população. Será que vai trazer omesmo dispositivo policial? Com polícias ousem polícias, os mais de 7.000 docentesmadeirenses terão, então, mais razões paraexpressarem a sua revolta contra Sócrates,desta vez, sim, através de uma "manif" orga-nizada e autorizada.

ApontamentosA “manif”

João Sousa

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Acção Sindical7

"Mais ee mmelhor EEscola PPública","Para oo ccapital hhá mmilhões, ppara oo ttra-balho hhá ttostões", ""Trabalhar aatémorrer, aassim nnão ppode sser" ee"Justiça ssocial ffaz ffalta aa PPortugal"foram aalgumas ddas ppalavras dde oordemque sse ffizeram oouvir ccom ddetermina-ção nna jjornada nnacional dde 22 ddeMarço rrealizada ppela CCGTP-IIN eemLisboa.

"Juntos pela mudança de políti-cas", largos milhares de trabalhadoresda Administração Pública e do SectorPrivado (mais de 100 mil segundos astelevisões, entre 120 e 150 mil segun-do a Intersindical e a PSP), oriundosde todas as regiões do País e emrepresentação de numerosos sindica-tos (incluindo os da FENPROF), autar-quias, outras entidades e empresas,exigiram "uma nova política económi-ca que dinamize o crescimento,impulsione o sector produtivo e pro-mova o emprego com direitos".

"Não nos acomodamos, não nossubmeteremos", garantiu o secretário--geral da CGTP-IN, na intervençãofinal desta impressionante acção deluta e de protesto, uma das mais par-

ticipadas que Lisboa acolheu nos últi-mos anos e com a qual o Sindicatodos Professores da Madeira (SPM) sesolidarizou desde a primeira hora.

Os participantes nesta acçãonacional (que teve dois pontos de

concentração e um longo desfile atéao palácio de São Bento) assumiramo compromisso de continuar a lutarnas empresas, nos sectores e regiõespelas suas reivindicações específicase de se empenharem, "em grande uni-dade e convergência de esforços",nas acções nacionais entretanto pro-gramadas pela CGTP-IN, como o 8 deMarço, Dia Internacional da Mulher,entretanto assinalado em todo o Paíssob o lema "Pela Igualdade e pelosDireitos"; o 28 de Março, Dia Nacionalde Luta dos Jovens Trabalhadores -"Pela estabilidade do emprego, contraa precariedade"; e as comemoraçõesdo 1º de Maio, Dia Internacional doTrabalhador.

Entretanto, no quadro da presidên-cia portuguesa da União Europeia, aCentral decidiu realizar "uma expressi-va acção sindical a coincidir com areunião do Conselho de Ministros dosAssuntos Sociais em 5 e 6 de Julho,em Guimarães e uma grande manifes-tação num dos dias da CimeiraEuropeia que se realiza, em Lisboa, a18 e 19 de Outubro."

JPO

"Juntos pela mudança de políticas"Jornada de 2 de Março

O SSPM ttem vvindo aa pparti-cipar, nno sseio dda FFEN-PROF, nnas nnegociaçõescom oo MMinistério ddaEducação ttendo eem vvistaregulamentar oo aacesso ààcategoria dde pprofessortitular. FForam aapresenta-das ttrês vversões qque, nnoessencial, aagravam oo ccon-testado ““ECD ddo MME”.

As propostas governa-mentais são inaceitáveis,por exemplo, no caso dasdispensas para formação,nojo por morte de familiaresdirectos, assistência pordoença a filhos menores,casamento, doença do pró-prio, isolamento profilácticoe muitas outras que, nos

termos da lei, são equipara-das a serviço efectivamenteprestado.

Para além disso, a apre-ciação curricular cinge-seaos últimos sete anos, numclaro desrespeito peloriquíssimo passado, dedécadas, de professores eeducadores que se envolve-ram nas mais diversas acti-vidades nas suas escolas;não é revelado o peso decada um dos factores aponderar na designadaapreciação curricular; revelaque nem a dotação de 1/3para acesso dos docentesdos 8º e 9º escalões à cate-goria de titular, será respei-tada; e são criados, deforma artificial e apenas

para este concurso, depar-tamentos que deixarão, emmuitas escolas, inúmerosgrupos de recrutamentosem qualquer titular. Emsuma, este concurso seráimpeditivo da mobilidade daesmagadora maioria dosdocentes, limitados queestarão neste concurso aconcorrer apenas à escola acujo quadro pertencem ou,nos casos de afectação oudestacamento, àquelas emque exercem funções.

O SPM e a FENPROFpretendem destacar o carác-ter extremamente negativo earbitrário deste projecto comque o Ministério daEducação pretende regula-mentar um dos aspectos

mais gravosos da carreiradocente que impôs: a divisãoem categorias hierarquiza-das. Uma divisão sem outrosobjectivos que não sejam osde impedir o acesso dos pro-fessores e educadores aotopo da carreira e de cercearníveis de autonomia e res-ponsabilização que hoje sãoreconhecidos aos professo-res e às escolas.

O SPM e a FENPROFrejeitam esta proposta doME e consideram indis-pensável, uma vez mais, amobilização de todos oseducadores e professoresportugueses contra umapolítica que os tem vindoa desvalorizar e desconsi-derar.

Regulamentação piora “ECD do ME”Concurso à categoria de titular

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Acção Sindical88

Decorre eleição de delegados9.º Congresso Nacional dos Professores

Prof - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 2007

13/03/2007Porto Moniz Escola Bás. Sec. Porto Moniz 10:00São Vicente Escola Bás. Sec. D. Lucinda Andrade 15:00

14/03/2007 Santana Escola Bás. Sec. Porto Moniz 10:30

20/03/2007 Particular, Cooperativo e Profissional Sala de Conferências SPM 18:30

Data Concelho Local dda RReunião Hora

Data Sector Local dda RReunião Hora

21/03/2007 Educação Especial Sala de Conferências SPM 17:30

22/03/2007 Prof. de Licença + Desempregados Sala de Conferências SPM 16:30

22/03/2007 Aposentados Sala de Conferências SPM 16:30

27/03/2007 Superior UMa (Campus Univ. Penteada) 15:00

15/03/2007Calheta Escola Bás. Sec. Calheta 10:30

Santana Escola Bás. Sec. Ponta do Sol 15:00

16/03/2007Rª Brava Escola Bás. Sec. Padre Manuel Álvares 10:30

Cª Lobos Escola Bás. 2º e 3º Ciclos da Torre 15:00

20/03/2007Santa Cruz Escola Bás. Sec. Santa Cruz 10:30

Funchal Sala de Conferências do SPM 16:00

21/03/2007Porto Santo Escola Bás. Sec. Prof. Francisco F. Branco 15:00

Machico Escola Bás. Sec. Machico 16:00

Reuniões concelhias 2007

Plenários Sectoriais 2007

O 99.º CCongresso NNacional ddosProfessores eestá mmarcadopara oo ppróximo mmês dde AAbril(de 119 aa 221), nna FFaculdade ddeMedicina DDentária, nna CCidadeUniversitária, eem LLisboa, ccomo llema ""Dar mmesmo ppriorida-de àà EEducação; pprestigiar aaEscola ee aa pprofissão ddocente".

Da ordem de trabalhos dareunião magna da FENPROFconstarão os seguintesassuntos: aprovação doRegimento do IX CongressoNacional dos Professores edo Regulamento Eleitoral doConselho Nacional e doConselho de Jurisdição; apre-ciação do Relatório deActividades da FENPROF no

período compreendido entreAbril de 2004 e Março de2007; alterações aosEstatutos da FENPROF;debate e Aprovação doPrograma de Acção da FEN-PROF para o triénio 2007-- 2010; e eleição dos mem-bros do Conselho Nacional edo Conselho de Jurisdiçãopara o triénio 2007/2010. Osítio da FENPROF na Internet(www.fenprof.pt) apresentaum conjunto de materiaisespecialmente dedicado aogrande encontro de Abril.Além dos Estatutos daFederação, há um dossiersobre as questões regimen-tais do Congresso (com osregulamentos geral e dos

Sindicatos) e ainda uma pasta(“documentos preparatórios”)que, para já, destaca o calen-dário da actividade preparató-ria, incluindo o prazo limitepara a entrega e divulgaçãode propostas globais sobre oPrograma de Acção para otriénio 2007/2010 e sobre arevisão dos Estatutos daFENPROF. Recorde-se quepodem apresentar propostasglobais o Conselho Nacionalda FENPROF, o SecretariadoNacional da FENPROF, duasDirecções Sindicais, 200 pro-fessores sindicalizados ou 30delegados sindicais, no plenouso dos seus direitos sindi-cais, associados dosSindicatos membros da

Federação Nacional dosProfessores.

REUNIÕES NNAS EESCOLASTendo em vista preparar

este grande acontecimento davida da nossa Federação, oSPM promove reuniões con-celhias e plenários sectoriais,onde serão eleitos os delega-dos ao Congresso (ver regula-mento, pág. 9).

A ordem de trabalhos des-sas reuniões é a seguinte: 1 –Informações; 2.º - 9.ºCongresso da FENPROF:Moção de Orientação eEleição de Delegados; 3 – ECDRegional: Posição do SPM.

Segue-se o mapa das refe-ridas reuniões:

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Acção Sindical9

9. Nas Assembleias eleitorais, con-vocadas para o efeito, serão preenchi-das listas nominais dos candidatos adelegados ao IX Congresso da Fenprof,presentes na Assembleia, de acordocom as regras estabelecidas nesteregulamento.

10. Nas Assembleias eleitorais ondese eleja mais do que um delegado, aslistas são elaboradas por sector.

11. A ausência de sócios de algumou de alguns dos sectores àAssembleia Eleitoral não prejudica asua realização.

12. As votações efectuar-se-ão porvoto secreto, único e nominal, combase nas listas de candidatos de cadaAssembleia.

13. Serão eleitos os candidatos maisvotados, no respeito pelo ponto n.º7 dopresente regulamento.

14. Em caso de empate ou de nãorespeito pelo ponto n.º7 do presenteregulamento, proceder-se-á a novavotação, apenas para os candidatosque se encontrem nessa situação, atésaná-la.

15. De cada acto eleitoral será lavra-da a acta em impresso próprio e assi-nada pela mesa eleitoral composta porum Presidente e dois secretários.

16. Nos termos do art. 4º doRegulamento do IX CongressoNacional dos Professores, o SPM temdireito, para além dos delegados a ele-ger nos termos do presente regulamen-

to, a 1 delegado por cada mil sóciospara representação de dirigentes dosCorpos Gerentes que não reúnem con-dições para serem eleitos nas escolase a delegados por inerência de funçõesde Conselheiros Nacionais.

17. Se, após a realização de todasas Assembleias Eleitorais concelhias esectoriais, sobrarem delegados a ele-ger, os mesmos serão eleitos emAssembleia Geral Eleitoral, para a qualsão previamente convocados todos ossócios, seguindo as regras do presenteregulamento.

18. Os casos omissos ou dúvidasserão decididos pela mesa eleitoralcom recurso para a AssembleiaEleitoral.

SPM elege 33 DelegadosRegulamento do IX Congresso

CalhetaCâmara de Lobos

FunchalMachico

Ponta do SolPorto MonizPorto Santo

Ribeira BravaSanta Cruz

SantanaSão Vicente

122322

1.120252993163

1912407769

23632122322

SuperiorAposentados

Especial“De licença + desempregados

Particular

2329617643

293

11111

Concelho

Totais RRAM

Sectores

N.º dde ssócios*

3.417

N.º ddelegados aao CCongresso

33

1. Nos termos do Art. 4º doRegulamento do IX CongressoNacional dos Professores é aprovado oregulamento para eleição dos delega-dos, sócios do S.P.M., ao Congressoda Fenprof.

2. A eleição dos delegados realizar--se-á até 30 de Março de 2007 e obe-dece aos seguintes critérios:

a) representatividade dos sectoresde ensino;

b) representação dos diferentesConcelhos da Região Autónoma daMadeira;

c) representação das diferentessituações profissionais de docentes;

d) representação das diferentes fun-ções que, em cada sector de ensino,são desempenhadas pelos docentes.

3. Quando o número de professores

sindicalizados, em determinado núcleosindical, não permitir a eleição de qual-quer delegado poderá este ser agrega-do a outros núcleos a fim de elegerem,em conjunto, a sua representação.

4. A eleição de delegados faz-se anível de Concelho e em conjunto paraos sectores Pré-Escolar, 1º CEB e 2º,3º CEB e Sec. A eleição dos delegadosdos sectores Superior, Aposentados,Especial, Particular e "de licença s/venc. + desempregados" faz-se a nívelde região "Ilha da Madeira".

5. No Concelho do Porto Santo fun-cionará um núcleo sindical único queengloba todos os docentes de todosos sectores.

6. A distribuição dos delegados,relativamente ao n.º de sindicalizados,é a seguinte:

6.1 - Nas eleições por Concelho,- até 50 sócios: 1 delegado- 51 a 200 sócios: 2 delegados- 201 a 400 sócios: 3 delegados- 401 a 600 sócios: 4 delegados- 601 a 1000 sócios: 5 delegados- 1001 a 1500 sócios: 6 delegados

6.2 - Nas eleições por sector, - até 300 sócios: 1 delegado- 301 a 600 sócios: 2 delegados- superior a 600 sócios: 3 delegados

7. Nas eleições que envolvem maisdo que um sector, os delegados eleitostêm que, obrigatoriamente, pertencer asectores diferentes até contemplar pelomenos um delegado por sector.

8. A distribuição do número de dele-gados, de acordo com o número desócios em 31 de Dezembro de 2006,resulta a seguinte:

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Pré-Escolar10

30 Anos de Rede Pública

No ddia 11 dde FFevereiro dde 22007,comemoraram-sse 330 aanos ddeexistência dda RRede PPública ddeEducação PPré-EEscolar, uuma oopor-tunidade eexcelente ppara ccomemo-rar oo eevento ee ffazer uum bbalançobreve aao ppercurso sseguido nnaRAM.

Ao longo destes 30 anos, muitosforam os desafios colocados àEducação Pré-Escolar, sendo osfactos mais significativos o cres-cente alargamento da rede, traduzi-do num aumento significativo defrequência e a publicação da Lei n.º5/97, de 10 de Fevereiro (Lei-qua-dro da Educação Pré-Escolar) que,pela primeira vez, considera estesector de educação como a primei-ra etapa da educação básica.

No entanto, na Região

Autónoma da Madeira só em Maiode 2006 foi alterado o Estatuto dasCreches e dos Estabelecimentosde Educação Pré-Escolar (DecretoLegislativo Regional n.º 16/2006/M,de 2 de Maio), de forma a consa-grar os princípios enunciados naLei-quadro.

Porém, esta adaptação ficoumuito aquém das expectativas enão reflecte o verdadeiro espírito eobjectivos da Lei, principalmenteno que diz respeito ao princípio dagratuitidade da componente edu-cativa.

Um dos sinais mais negativosde todo o processo é, sem dúvi-da, a existência de um calendárioescolar diferenciado, que prolongaa actividade lectiva em mais doismeses do que o previsto para orestante ensino básico, desvalori-

zando assim a vertente pedagógi-ca deste sector de educação ecomprometendo os momentosdestinados à avaliação.

Apesar do forte investimentofeito na reestruturação do parqueescolar, ainda muito está por fazerna Região Autónoma da Madeira. Énecessário garantir a generalizaçãode frequência a todas as criançasem idade pré-escolar, investindoessencial e preferencialmente narede pública (só 65% da ofertaregional é pública), uma vez que sóesta pode garantir uma efectivaigualdade de oportunidades paratodas as crianças que combata asdesigualdades sociais e que pro-mova o sucesso educativo.

Margarida Fazendeiro(Coordenadora do Pré-escolar)

Festejar e reflectir

Prof - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 2007

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1º Ciclo11

Opinião

A recente alteração ao Estatuto da CarreiraDocente não trouxe a prometida compensação paraos educadores e professores que trabalham em regi-me de monodocência. Importa então pensar quecaminhos alternativos poderiam ser criados paraminorar o desgaste de uma carreira que se tornou,por força da sua duração, ainda mais desgastante.

As "soluções" apresentadas pelo ME apontampara uma dispensa da componente lectiva ao 25º e33º anos de serviço, sendo que o professor fica obri-gado à realização de uma componente não lectivano estabelecimento. A par desta "benesse", o pro-fessor poderá, a partir dos sessenta anos, beneficiarde uma redução semanal de cinco horas. É óbvioque qualquer alternativa apresentada não se afiguracomo positiva, nem verdadeiramente viável.

Aquando das reuniões de esclarecimentos sobre oECD promovidas pelo SPM, foi de fácil constataçãoa insatisfação perante as soluções apresentadas.

Como é do conhecimento público, o SPM apre-sentou recentemente as suas propostas de alteraçãoà proposta de Estatuto Regional. Na nossa propostapugnamos por uma redução no horário de trabalho,passando esta a ter uma duração lectiva de 22horas. A par desta diminuição defendemos, igual-mente, as reduções da componente lectiva a partirdos quarenta anos de idade e dez anos de serviço,com já acontecia aos colegas do restante sector, noECD com data de 1/98.

Ana Magalhães(Coordenadora do 1.º Ciclo)

Monodocência/Aposentação - que saída?

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2º, 3º Ciclos e SecundárioProf - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 200712

A AvaliaçãoOpinião

Todos sabemos que a avaliação é muito mais doque um instrumento pedagógico que regula o pro-cesso de ensino-aprendizagem, ajustando osobjectivos definidos e as estratégias adoptadas; é,por força da centralidade que tem na própria rela-ção pedagógica, um processo que pode vir a servirmetas muito diferentes. Num inquérito realizado em93/94, por investigadores da Universidade doMinho, no segundo ano da aplicação do DespachoNormativo 98-A/92, a maioria dos professoresinquiridos reconhecia que a avaliação "está sujeitaa valores e ideologias" e que é "uma actividadecom implicações sociais e económicas". Partimosdaqui porque nesta breve reflexão, queremos irmais além da análise, mais ou menos consensualentre nós, de que efectivamente a avaliação não sónos confere poder como credibiliza socialmente onosso trabalho.

Gostávamos de discutir se nós próprios nãosomos agentes de um propósito político que serveuma sociedade ferozmente competitiva em que ofim da escolaridade básica passa a ser tão só o depromover a selecção dos que melhor se enqua-dram nos perfis exigidos por uma elite que detémo poder político e económico, estando justamenteem causa neste diploma a concretização destepropósito. O contexto da sua publicação torna estainterrogação não só legitima como absolutamentenecessária. Ao trazer como única novidade a reali-zação de exames nacionais a Língua Portuguesa ea Matemática e introduzindo a retroactividade daavaliação aos três anos do ciclo mas, sobretudo,seleccionando os alunos que podem candidatar-sea estes exames obrigatórios (são excluídos todosos que tenham excedido o limite de faltas permiti-das e os que não tenham conseguido uma avalia-ção sumativa interna positiva), o presente despa-cho normativo está muito longe de se enquadrarno objectivo postulado pela Lei de Bases doSistema Educativo para o Ensino Básico, que afir-ma, no seu artigo 7º, "Criar condições de promo-ção do sucesso escolar e educativo a todos osalunos."

Este diploma discrimina e incentiva à desistênciaos jovens que, ao longo da sua escolaridade bási-ca foram, sem êxito, sendo submetidos a uma ava-liação formativa cuja aplicação falha sobre muitasdas suas dimensões, e esta é uma realidade que amaioria dos professores reconhece. Ainda que semantenha no registo escrito que a principal modali-dade de avaliação é a formativa, sabemos todostambém que a introdução de provas de avaliaçãosumativa externa com um peso tão determinantecondicionará o trabalho de professores e alunos.

Perante tudo isto, está na hora de nos lançar-mos no debate profundo do que efectivamentequeremos como escola básica, se cederemos asoluções populistas que fundam a credibilidade dosistema na existência de mecanismos de controlopouco seguros, de manipulação fácil e de depura-ção das elites como são os exames nacionais, ouse queremos tornar as nossas escolas básicas numespaço de formação integral dos alunos, onde selhes oferece a oportunidade de realizarem plena-mente as suas capacidades, sempre sujeitos aautênticos mecanismos de avaliação interna auto-regulada e, por isso, mais exigente. Esta é a condi-ção fundamental para que a escola básica sirva osobjectivos consagrados quer na Constituição querna Lei de Bases: promover a igualdade de oportu-nidades no acesso e no sucesso educativo paratodos.

Há uns anos, quando reunimos no Funchalvários investigadores e responsáveis políticos quevieram debater connosco o futuro da nossa escolabásica, concluímos que ela tem de se tornar "olugar de realizações pessoais e de aprendizagensefectivas, (…) capaz de gerir a pluralidade social ecultural sem perda de qualidade democrática, cien-tífica e pedagógica." (A. Janela Afonso, 1999).

Ora, neste mesmo encontro, acabámos porreconhecer que tal como o facilitismo da passagemsem aprendizagem acaba por se transformar numprocesso que dissimula a selecção escolar sem aresolver criando mesmo novas frustrações e exclu-sões, também a retenção não resolve o problemade que buscamos a solução porque institucionalizaessa mesma exclusão fechando as portas a milha-res de alunos que abandonam para sempre o siste-ma. Neste esforço de encontrarmos soluções,todos somos responsáveis, não se compadecendoo momento histórico que vivemos, com demissõesou conformismo que acriticamente aceitem o que éproduzido nos gabinetes do M.E.

A única garantia de desenvolvimento do país ede efectiva ultrapassagens de todas as realidadesque nos posicionam no fim da lista dos paíseseuropeus é investindo na Educação, proporcionan-do às nossas crianças e jovens uma escola básicademocrática, de qualidade e para todos. Esta últi-ma frase não é um "cliché" mas antes um imperati-vo ético para todos os professores que cada diafazem do seu trabalho nas escolas, ensinando eavaliando, o seu contributo para o desenvolvimentodo nosso país.

Isabel Cardoso(Coordenador do 2.º, 3.º Ciclos e Secundário)

12

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Ensino Especial13

Exclusão no sistema educativoOpinião

Para a Sra. Ministra Lurdes Rodrigues, a EducaçãoEspecial é um serviço acessório, perfeitamente dispensá-vel, pois afirma que "uma vez sinalizada, a criança não saida sinalização" e que os apoios educativos não são maisdo que "um conjunto de práticas ao serviço da sua própriaexistência". Claro que não vale a pena comentar esta infelizdedução da ministra, até porque não passa de uma mano-bra de manipulação da opinião pública (mais uma). Noentanto, ela é importante para fundamentar o processo dereorganização da Educação Especial que o ME começou aempreender no ano lectivo de 2006/2007.

Recordemo-nos de algumas situações denunciadas pelaFENPROF, vivenciadas pelos nossos colegas doContinente, como a violação dos dados pessoais dos alu-nos com NEE no site da Direcção Geral de Inovação eDesenvolvimento Curricular, as escolas sem vagas para aEducação Especial, as escolas sem apoio aos alunos comNEE, escolas com docentes obrigados a apoiá-los, semhabilitação na área, e os exames de aferição sem qualquerressalva para as especificidades desta população, nempara os seus diferenciados processos de avaliação.

Pelos vistos, a tal "reorganização" não é mais do queuma grande desorganização, denunciando explicitamente,não só o desrespeito pelos docentes, mas, acima de tudo,pelos alunos integrados no sistema educativo e pelas suasfamílias, tratando-os como "filhos de um Deus menor".Estamos perante um cenário de segregação da EducaçãoEspecial e consequentemente dos alunos com NEE. Aprova disto é a homologação, sem discussão pública alar-gada nem negociação com as organizações sindicais(como já é hábito deste governo), da Ficha de Dados paraa elegibilidade de alunos para a Educação Especial -Despacho de 12/12/06. Este documento adopta comoreferencial teórico a Classificação Internacional deFuncionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), publicadapela Organização Mundial de Saúde (OMS). A CIF, ediçãode 2001, foi editada em Portugal em 2003, pela DirecçãoGeral de Saúde e é uma classificação da funcionalidade eda incapacidade do indivíduo nos domínios da saúde.

"Usar uma classificação de funcionalidade oriunda daSaúde (...) para efeitos educacionais afigura-se-nos umgrave erro". "O ME (...) adoptou a CIF (...) com o intuito dedelimitar claramente quais os alunos com deficiência quepodem usufruir dos serviços de Educação Especial (...)".Este é o parecer do Fórum de Estudos de EducaçãoInclusiva (FEEI) que elaborou uma tomada de posiçãosobre esta temática, aberta à discussão pública.

Os professores de Educação Especial das escolas doensino regular do Continente receberam instruções paraporem em prática a CIF, sem terem tido qualquer formaçãopara tal. Segundo o que pudemos apurar, a concretizaçãoda aplicabilidade desta "inovação" não pode ser realizadaporque necessita de uma equipa multidisciplinar que osagrupamentos não possuem (psicólogos, terapeutas, médi-cos).

O Relatório Warnock, publicado em 1978, foi o marcohistórico que permitiu a passagem do modelo médico-pedagógico, com práticas psicométricas, para a perspecti-va educacional ou modelo de intervenção centrada nocurrículo. Tal como o nome refere, as NEE são de âmbitoeducativo. Não ocorrem só em alunos com deficiência. Istosignifica que o facto de uma criança ser portadora deDeficiência não é suficiente para determinar que ela tenhaNEE.

O ME adoptou a CIF, apresentando-a como o novo"paradigma da avaliação das NEE". A incompetência e aintransigência deste órgão colocam em risco a avaliação eo atendimento dos alunos da Educação Especial no siste-ma educativo português, aniquilando uma luta de 30 anoscontra a exclusão e a aposta de uma sociedade inclusiva.

Estamos solidários com as formas de luta que a FEN-PROF desenvolver em torno desta questão, porque elatambém é nossa. O Relatório do FEEI está disponível nosite do SPM para ser consultado e analisado pelos colegasinteressados.

Helena Paula Freitas(Coordenadora do Ensino Especial)

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Ensino ProfissionalProf - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 200714

Processo de Bolonha

A iimplementação ddo PProcesso ddeBolonha nna FFormação PProfissionalvai ddesencadear uuma vverdadeirarevolução, nno bbom ssentido, nnoespaço eeuropeu, aao iincentivar aamobilidade aatravés dde uum mmaiseficaz rreconhecimento ddas aapren-dizagens.

Os grandes objectivos do Tratadode Bolonha são adopção de um sis-tema de graus facilmente reconheci-dos e comparáveis; adopção de umsistema essencialmente baseadoem dois ciclos principais - licencia-do e mestrado; estabelecimento deum sistema comum de créditos -ECTS (European CreditAccumulation and Transfer System)no sentido de promover a efectivamobilidade dos estudantes; promo-ção da mobilidade de forma a ultra-passar obstáculos ao exercício efec-tivo da mobilidade, quer para estu-dantes, quer para professores einvestigadores; promoção da coope-ração europeia na garantia da quali-dade com vista ao desenvolvimentode critérios e metodologias compa-ráveis; e promoção das dimensõesnecessárias na educação superiorna Europa, particularmente no quetoca ao desenvolvimento curricular,à cooperação inter-institucional,esquemas de mobilidade e progra-ma integrados de estudo, formaçãoe investigação.

A mobilidade dos trabalhadores éum factor essencial não apenas paraa promoção da integração económi-ca da Europa, mas também para aintensificação do intercâmbio trans-nacional de experiências e prosse-cução de uma identidade europeia.Um dos maiores obstáculos à mobi-lidade consiste na ausência demedidas que tornem possível atransferência, validação e o reconhe-cimento dos resultados das aprendi-zagens realizadas no estrangeiro,sendo que a situação é idênticaquando se trata da passagem deum sistema de educação e forma-ção profissional para outro, ou deuma situação de aprendizagem não

formal para um contexto formal.O Sistema Europeu de Créditos

para a Educação e FormaçãoProfissional, designado por ECVET,é um dispositivo centrado no indiví-duo, baseado na validação e capita-lização dos resultados das suasaprendizagens, definidos em termosde conhecimentos, aptidões e com-petências necessários para adquiriruma determinada qualificação. OECVET contribuirá decisivamentepara o objectivo da mobilidade,tendo sido concebido para facilitar atransferência, capitalização e oreconhecimento dos resultados dasaprendizagens realizadas em con-textos formais, não formais ou infor-mais.

Este Sistema resulta da vontadedos vários Estados Membros daUnião Europeia, expressa naResolução do Conselho daEducação adoptada a 12 deNovembro de 2002, na Declaraçãode Copenhaga de 30 de Novembrode 2002 e nas conclusões doConselho da Educação de 15 deNovembro de 2004, que realçaramcomo uma das medidas comunsnecessárias à promoção da transpa-rência, comparabilidade, transferabi-

lidade e reconhecimento das com-petências e/ou das qualificaçõesentre diversos países e a diferentesníveis, o desenvolvimento e a imple-mentação de um Sistema Europeude transferência de créditos para aEducação e a Formação Profissional(ECVET).

De acordo com o princípio dasubsidiariedade, pretende-se queaquele seja um Sistema baseadona participação voluntária dosEstados Membros da UniãoEuropeia e dos actores dos siste-mas de educação e formação pro-fissional de cada país e que, con-siderando a legislação e a diversi-dade existentes no domínio daeducação e formação profissional,procure promover a transparência.

O ECVET tem como objectivoapoiar os cidadãos europeus atirar o maior partido das suasaprendizagens, nomeadamente asque resultem de mobilidadestransnacionais, independentemen-te do contexto em que foram rea-lizadas.

A descrição dos resultados dasaprendizagens é efectuada atra-vés de unidades, transferíveis ecapitalizáveis.

Revolução na Formação Profissional

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O TEMPO. Eis uma das maiores riquezasque temos ao nosso dispor.Um verdadeiro tesouro, razão poderosapara nos decidirmos aproveitá-lo bem.O TEMPO. Faz sol, faz frio, há dias cinzen-tos, há dias cheios de alegria, na Natureza e em nós próprios.

Março está a chegar,Com ele a brisa da Primavera viráQuantas folhas reverdescem nas árvores!Quanta flor florirá!...

O TEMPO. Olha à tua volta.

Em toda a Natureza há uma sucessão,Em cada estação há uma mudança,Em cada ciclo da vida humanaHá sempre uma nova Esperança.

O TEMPO. Está atento, está atenta.

A Primavera é tempo de renascimentoO calendário avançaA Páscoa é Passagem,E tambémTempo de renascer,Tempo de parar, de recomeçar,Tempo de acolher.

Nesse acolhimento, sê capaz de "distribuirsorrisos"como flores nas manhãs de Primavera, como amêndoas nas manhãsde Páscoa.

Zélia Melo e Sousa

PRIMAVERATEMPODE RENASCIMENTO

O Dia 8 de Março foi comemorado com um jantar conví-vio que reuniu mais de 60 pessoas.

No dia 9, no Auditório da Reitoria da Universidade daMadeira, Maria de Belém Roseira foi a convidada especialpara falar sobre "2007 - Ano Europeu para a Igualdade deOportunidades".

Adília Andrade

DIA DA MULHER

Page 16: Sindicato dos Professores da Madeira DIRECTORA: Marília Azevedo · 2008-03-26 · 2 Prof - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 2007

A guardar na nossa memória…Tarde inesquecível a de 5ª feira passada!A sensação que revivo é a que naquela

tarde o "tempo parou" para ouvirmos aProfessora Celina falar-nos de Mia Couto,numa comunicação dialogada, clara e sim-ples (sem deixar de ser erudita) impregnadade sensibilidade estética e magia poética.Do Poeta que conta histórias revelou-nosuma outra face oculta, pouca conhecida: ado contador de poesia.

E dele nos falou com sabedoria mastambém com admiração (de estudiosa dasua obra e de amiga) diria mesmo comAlma, muita emoção e com todos os senti-dos.

Empatia, ressonância, cumplicidade,tudo isso ainda sinto quando em "feed--back" recordo e recordarei Mia Couto pelavoz da Professora Celina.

Perante os nossos olhos vimos sair dosseus contos a sensibilidade poética, a orali-dade, a identidade, o escutar das falas edos silêncios como formas de aprendiza-gem, a certeza de que o que interessa navida não é o principio nem o fim mas o pró-prio caminho, a própria viagem.

P.S - Para si ressalto ainda a simplicida-de a maneira despretensiosa na sua formade estudar, na forma como se dirige aosparticipantes.

Enfim, cativam-me as falas mas tambémos gestos (da Professora Celina). É o meu"olho clínico" a falar.

Gostaria de voltar a ouvi-la numa próxi-ma oportunidade.

Maria das Dores Prazeres

"O amor à Poesia não se aprende - nadado que é verdadeiramente

fundamental na vida, se aprende - maspode contagiar-se."

Inês Pedrosa

Não me compete fazer referências, tanto à conferênciacomo a sua oradora, porque por muito que eu dissesseficaria sempre àquem dos seus valores, mas deixá-las paraque cada um de nós as encontre, na cumplicidade poéticadestes dois intervenientes: Celina Martins e Mia Couto, ese maravilhe, como eu me maravilhei.

Estabeleci um paralelo entre estes dois poetas:"Poetasda Alma". Mia Couto é o poeta põe excelência, o poetaque solta as vibrações da Alma e inunda tudo o que escre-ve, de uma delicadeza e sensibilidade contagiantes; CelinaMartins, presença frágil, delicada e de voz excelente,transmite aos ouvintes, com paixão e amor, toda a essên-cia que emana da poesia de Mia Couto.

Pela voz do coração, de Celina Martins, a escrita destepoeta ganha ainda mais impacto.

Não é um vão que, segundo citação da mesma, os alu-nos lhe chamam - "A Menina de Mia Couto".

Desejo sinceramente que, um novo encontro, sejabreve, muito breve.

Conceição Gouveia

CCoonnffeerrêênncciiaa:: ""MMiiaa CCoouuttoo:: ccoonnttaaddoorr ddee PPooeessiiaass"" - oorriieennttaaddaa ppoorr CCeelliinnaa MMaarrttiinnss,, qquuee ssee rreeaalliizzoouunnoo ddiiaa 1188 ddee JJaanneeiirroo,, nnaa SSaallaa ddee CCoonnffeerrêênncciiaass ddoo SSPPMM.

A si, e só para si, atrevo-me a dizer(parafraseando Vinicius que dizia ser o bran-co mais negro do Brasil) que Mia Couto, namesma linha de pensamento, é o branco,europeu com a maior alma africana.

Isto é uma das minhas divagações.

A PROPÓSITO DE UMA CONFERÊNCIAMia Couto: Contador de Poesias

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FIGURAS TÍPICASNum Funchal mais pequeno e mais

pobre esbarrávamos todos os dias comessas pessoas que, além de por vezes,pedirem esmola, apresentavam sinto-mas de alguma forma, de loucuramansa.

Nessa altura, anos de guerra e sub-sequentes, transportes públicos eramescassos e, para certas zonas, mesmoinexistentes.

Carros particulares, uma raridade.Isto para dizer que se ia a pé para o

Liceu mesmo que se morasse noLivramento, em São Gonçalo, SãoMartinho ou em Santo António.

Por isso era frequente dar-se de"caras" com esses homens e mulheresque "viviam" na rua. Vou contar.

Havia uma "mulherzinha", já velhotamesmo para nós que achávamos quealguém acima dos vinte já era velhíssi-ma, que era presença diária. Pois essasenhora meia "apancadada" pregava-nos imensos sustos. Aparecia silencio-samente por detrás de nós, apalpavaentre os dedos o tecido das batas equando nos voltávamos, sobressaltados,dizia:

- Menina! Macio, macio…Não era raro, no mesmo percurso,

deparar com um velhote que trazia sem-pre um balaio dependurado numa vara:Pedia esmola.

O pior é que a malta do Liceu não eranada abonada e não era costume levardinheiro para as aulas. Tirando materialescolar não havia nada para comprar.Quando via que dali não levava nada, iaao cesto e bombardeava-nos com unspedaços de pão tão duro que, se nosacertassem, deviam magoar comopedras. E o que dizia não era para ouvi-dos pudicos entenderem…

Cegos, infelizmente bastantes e de

poiso certo. Na esquina da PapelariaCondessa lá estava ele vendendo lota-ria. Alto, bem parecido, sem óculos adisfarçar as órbitas vazias, dizia alto ebom som: Sorte grande! É hoje! Outrobem posto, de bengala, circulava peloApolo exibindo a lotaria mas sem moles-tar ninguém. Quem queria, chamava-o eera em espanto vê-lo circular por entreas mesas sem tropeçar e sem atropelarninguém.

Uma senhora cega, parava mais pelarua do Aljube, num banquinho que traziaassentava no passeio do Banco Madeirapedia "esmola por amor de Deus"!.

Já pelos anos sessenta, havia uma"paragem" no passeio de Largo daRestauração em frente ao Golden. Era aio poiso escolhido por um vendedor dejornais, deficiente motor e mental e cujadificuldade de articular transformava ojornal "A Bola" em " A Boia".

Muito mais tarde um cego debarrete de "vilão" pairava na Rua deJoão Tavira, sentado um banquinho, decaixa nas mãos e ás vezes pedia,outras, aguardava pacientemente poralguma esmola. Disseram-me que tinhamorrido. Coitado!

Agora, só dou conta de uma velhotaa pedir à porta do Correio na AvenidaZarco e de um cego que toca acordeontodo dia na ponte do Bazar do Povo ouna Rua Fernão de Ornelas.

Enfim. Até parece que já não hápobres…

Não pedem nas ruas mas…Veio-me agora à ideia um homem

ainda novo, sujíssimo, descalço, esfarra-pado e com umas barbas e cabeleiraempastadas de porcaria que andavasem parar por essas ruas da Cidade.Felizmente que está a recuperar na casade Saúde de São João de Deus (vulgo

Trapiche).Era bom que lá estivesse também um

outro também sujíssimo e rotíssimo quepede esmola, ao fim da tarde, no semá-foro do Tribunal.

Ora bem. Por uma questão de justiçaas figuras típicas do antigamente nãoeram todas pobres de pedir.

Põe exemplo nos anos quarentahavia um senhor creio que contabilistade uma "conceituosa firma" da cidadeque se vestia à ultima moda dos anosoitenta do século XIX. Casaco comprido,às riscas, cintado, camisa de colarinhos"arranca - pregos" e um chapéu de abacurta mais alta do que os chapéus daaltura, Contaram-me que se vestiaassim em cumprimento de uma promes-sa feita à noiva.

A noiva, novíssima, lindíssima, deóptimas famílias, seguindo a moda dotempo, apanhou a "tísica". Antes demorrer nos braços do noivo ainda teveforças para lhe dizer que aquele fato lhefiava tão bem que lhe pedia que se ves-tisse sempre assim.

Foi? Não foi? Achei tão românticoque nunca me esqueceu.

Como também não esqueceu umsenhor, rico, que não sabíamos o quefazia ao certo mas que tinha o mesmohorário que nós que íamos para o Liceu.Luzia um espampanante Buick e eletambém era uma "estampa". Íamos parao Liceu, ia ele para o "emprego" saía-mos do Liceu e lá ia ele para casa.

Havia ainda outro senhor põe acasocom a mesma alcunha do anterior quedava nas vistas pelos maços de notasque fazia questão de mostrar nos cafésque frequentava.

Será que esqueci alguém dessestempos?

Amélia Carreira

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Profundo cconhecedor dda ssituação aagrária dda ssua tterra,Horácio BBento dde GGouveia, eempresta aa ssua vvoz aao"colono", rrelatando aa iinjustiça ggritante dda rruralidademadeirense qque eentão sse vvivia - oo rregime dde ccolonia.Assim sse rreferiu TThierry PProença ddos SSantos aao eescritormadeirense ee aao sseu rromance"Canga".

No dia 23 de Fevereiro tive-mos a oportunidade de ouvirThierry Proença dos Santos,docente do Departamento deEstudos Romanísticos daUniversidade da Madeira, naconferência intitulada "Por entreideologias e configurações narra-tivas: o romance "Canga".

Profundo conhecedor da obrade Horácio Bento, o investigador apresentou diferentesformas de abordar o romance mais emblemático daque-le autor.

Da bem constituída apresentação de Thierry Proençaressaltamos algumas ideias:

Publicada em 1949, com prefácio de Aquilino Ribeiro,tomou o nome de "Ilhéus" por ser o mais aceite pela

censura que então vigorava. Só em 1976, após a revo-lução de Abril, é que a obra é revista e reeditada com onome "Canga", aquele que tinha a preferência do autor.

"Canga" inscreve-se no realismo social, pela forçatelúrica e dramática do cenário onde se desenvolve a

acção. Não pertencendo àcorrente neo-realista, é ideologi-camente mais próxima da gera-ção de 70, num socialismo àProudhom, um socialismo debom tom, das classes abastadasque se preocupavam com o"outro".

É simultaneamente um roman-ce de tese, cujo propósito é aler-tar consciências, levar o leitor aaderir às ideias defendidas. Efinalmente, "Canga" reflecte as

afinidades ideológicas do autor. Revela aspectos da suapersonalidade interventiva, propõe soluções várias econciliáveis, numa ficção de carácter reformista.

A finalizar o debate, Thierry Proença apela vivamenteà leitura de escritores madeirenses.

Adília Andrade

No dia 9 de Fevereiro realizou-se na Sala deConferências do S.P.M., pelas 16h um encontro dinami-zado por Vanessa Fernandes e Cintia Palmeira com otítulo " Vivências Artísticas e Qualidade de Vida".

Vieram apresentar o seu atelier, um espaço dedicadoao Ensino das Artes, como: Música e ExpressãoCorporal, Dança Moderna, Teatro e Artes Plásticas para aMaturidade.

Ocupar os tempos livres de maneira saudável e pró--activa, aumentar o leque de conhecimentos e amizadese ao mesmo tempo motivar para a descoberta e autoconhecimento foi o objectivo da palestra.

A maneira de apresentar, a vivacidade e a empatiademonstradas agradaram imenso aos participantes, queficaram sensibilizados para este tipo de actividades.

Helena Lima

POR ENTRE IDEOLOGIAS E CONFIGURAÇÕES NARRATIVAS:

O romance "Canga"de Horário Bento Gouveia

Atelier de Dança Música e Artes para todas as idades

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Ensino Superior19

A política pública de ensino superior do XVIIGoverno parece à deriva. De tal forma que a gran-de medida governativa que se destaca para 2007substitui o projecto político pela gestão financeira,traduzindo-se em cortes orçamentais, sem prece-dentes, que asfixiarão as instituições. É precisa-mente nisto que consistem as abordagens geren-cialistas, acentuando o controlo do poder central,sitiando a autonomia, inflacionando a produçãomicro-normativa, entregando as escolas à sorte domercado, às medidas de racionalização e de"downsizing" de inspiração mercantil. Tudo isto nopreciso momento em que o relatório da OCDE, talcomo se esperava, propõe a "empresarialização"da governação das escolas, ainda que bastantemais moderada do que alguns desejariam e doque, em geral, a comunicação social destacou.Afinal, a OCDE recomenda a "racio-nalização interna" e admite o "down-sizing", mas insiste na necessidadede aumentar o número de diplomadose de, a longo prazo, investir mais nosector, contrariando a ideia de queexistem universidades e politécnicospúblicos a mais, desaconselhando otão ideologicamente celebrado recur-so aos "vouchers".

É de facto urgente a mudança daeducação superior, processo que exi-girá clareza política, capacidadenegocial, envolvimento activo das ins-tituições e a sua mobilização, quer internamentequer em termos colectivos. Em suma, exigem-sepolíticas de mudança que confiram sentido àssoluções organizacionais, orçamentais e de gestão,exactamente o que não é garantido pelo protago-nismo, insular, atribuído pelo Orçamento de Estadoa uma redução do financiamento de magnitudeincomportável. A não ser que, como ocorreu jánoutros países, o projecto governamental assentenuma concepção de ensino superior progressiva-mente dependente, em termos de financiamento eregulação, das lógicas de um mercado educacionalemergente. Descapitalizar as escolas seria, em talcaso, uma estratégia congruente, abdicando daideia de bem público, desarticulando o ensino dainvestigação e reduzindo o financiamento estatalaté limites que, como em certos países, podemchegar aos 50 por cento do orçamento de cadainstituição. Esta alternativa, porém, não foi aindaassumida com clareza, a que acresce, como setem visto, o problema de um mercado que se reve-la ainda demasiado débil para tais propósitos.

Também débil e inconsequente se tem reveladoa resposta das instituições. No caso das universi-

dades, o Conselho de Reitores (CRUP) enfrentauma crise institucional e de legitimidade sem pre-cedentes. Se é incapaz de representar politicamen-te o sector, de evidenciar capacidade negocial, deapresentar alternativas, de se fazer ouvir publica-mente, de concertar posições entre os reitores, deantecipar estratégias de auto-regulação, então nãose compreende a sua manutenção. Observado defora, revela-se impotente e dividido, como se aescassez de recursos tivesse sido capaz de que-brar o mínimo de solidariedade interinstitucionalpara abrir margem de manobra a eventuais ganhospara cada uma, ou para algumas, das instituiçõesisoladamente consideradas. Esta actuação despoli-tizada acabará por lhe ser fatal e por arrastar con-sequências que já são visíveis em várias universi-dades.

Não se podendo excluir a possibili-dade de vir a adoptar estratégias dereorganização e de procurar obtercertos ganhos de "eficiência interna",tudo ficará dependente dos proces-sos seguidos e dos efeitos colaterais.Mas sejamos claros: tais medidasserão sempre incapazes de resolver aquestão de fundo.

Se, em alternativa, cada liderançauniversitária for tentada por opçõesde puro ajustamento, ou acomoda-ção, dos cortes orçamentais, indife-rente à qualidade científica e pedagó-

gica dos seus projectos, à formação dos seusestudantes e ao destino dos seus quadros (delonge os mais habilitados da sociedade portugue-sa), abrirá um precedente que, possivelmente, aca-bará por se transformar num recurso de gestãoinstitucionalizado pelos governos no futuro. Seria,contudo, um papel mais compatível com o de umgestor financeiro, delegado ou comissário governa-mental, mas incompatível com reitores eleitos pelasrespectivas academias com base em programassufragados.

Antes que uma tal situação pudesse ocorrerseria então preferível, no limite, que os reitores sedemitissem. Há quem pense que essa circunstân-cia pode estar próxima e outros que o CRUP per-deu recentemente a oportunidade de tomar umadecisão corajosa em defesa das universidades e,reconheça-se, também em defesa da legitimidadeda sua própria existência e intervenção.

* Artigo publicado na edição de Fevereiro de 2007 dojornal "A Página da Educação"

Licínio Lima(Universidade do Minho)

No limite, demitam-se*Opinião

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SublinhadoProf - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 200720

A cclasse ddocente mmadeirense vviveum mmomento dde ggrande aansiedade,incerteza ee ddúvida, rrelativamente aaoprocesso dde nnegociação dda aadapta-ção ddo EEstatuto dda CCarreira DDocenteà RRegião AAutónoma dda MMadeira,devido àà ddemissão ddo GGovernoRegional. OO suspense é eenorme eedecorre dda aanálise dde ssinais ppreocu-pantes vvindos dda AAssembleiaLegislativa dda MMadeira ee ddas eespe-culações eem ttorno dda ccontinuidadedo aactual ttitular dda ppasta ddaEducação, FFrancisco FFernandes,que, eem ccaso dde ssaída, ppode llevar ààapresentação dde uuma pproposta ddeECD RRegional ddiferente dda qque ffoidivulgada. EEntretanto, oos pprofesso-res ee eeducadores ssão uum aalvo aape-tecível dda cclasse ppolítica, nnesta ppré-campanha eeleitoral...

A agitação na Educação madei-rense, referida na edição anterior doProf, transformou-se, rapidamente,em tema central do debate político.Para tal contribuiu a iniciativa daSecretaria Regional de Educação dereunir com as organizações sindicaispara as auscultar sobre algumasmatérias que iriam constar da pro-posta de adaptação à RAM do ECDdo Governo da República.

Habituados a ser maltratadospelos seus governantes, nomeada-mente pelos do Ministério daEducação, os sindicatos aplaudirama postura de abertura e de diálogoda Secretaria tutelada por FranciscoFernandes, que, inclusivamente,mostrou o seu empenho pessoalnesta questão, liderando os referi-dos trabalhos.

Os pareceres foram elaboradosem velocidade cruzeiro pelos sindi-calistas, com a vontade firme decontribuir para uma proposta deECD consensual e urgente.

O ""VAZIO LLEGAL"

A urgência da aplicação destediploma aos docentes madeirenses

só foi devidamente explicada, quan-do Francisco Fernandes foi à RTPMadeira apresentar a proposta dasua Secretaria. Nessa oportunidade,revelou que o polémico ECD do MEnão contempla as RegiõesAutónomas no seu âmbito de aplica-ção, situação que obrigava oGoverno Regional a legislar sobreesta matéria, com grande urgência,para que não se caísse num "vaziolegal", ou seja, ausência de legislaçãoque regule a actividade docente naRAM.

Até então, julgava-se que o ofício--circular n.º 1-4.1.0/2007 tinha sidouma boa solução jurídica para evitaresse perigo, por um lado, e paraimpedir que as matérias mais polémi-cas do diploma ministerial fossemaplicadas aos docentes madeirenses.

Porém, a revelação pública doSecretário de Educação pôs emcrise o referido ofício, que já nãomerecia a simpatia de muitos pro-fessores e educadores, nomeada-mente em matéria de faltas, porquefoi aplicado com efeitos retroactivos,para nem sequer falar da questãoda incoerência entre as palavras eos actos, pois o poder regionalapoiou verbalmente a luta dosdocentes, mas foi ligeiro aplicar nor-mas contestadas do ECD da minis-tra Maria Lurdes Rodrigues.

DEMISSÃO DDE JJARDIM

Mesmo com esses problemas, osdocentes madeirenses estavam nadisposição de tolerar os incómodoscausados, na esperança de que,

Demissão gera suspenseEstatuto da Carreira Docente Regional

Proposta de ECD Regional ainda não chegou à Assembleia Legislativa da Madeira.

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21dentro em breve, teriam um quadrolegal mais favorável para o exercícioda sua actividade profissional.

A demissão do presidente doGoverno Regional e a consequenteparagem do processo negocial caiucomo um "balde-de-água-fria" em

cima das esperanças de todos osque pugnavam por um ECDRegional. Os atrasos na negociaçãodo referido Decreto LegislativoRegional são inevitáveis porque umgoverno de gestão apenas estáautorizado a tratar de questõescorrentes. A juntar a isso, há outrossinais inquietantes.

Um deles não é seguramente ode se saber quem será o vencedordas eleições antecipadas, até por-que as sondagens efectuadas apon-tam para um claro e inequívoco ven-cedor. Valha-nos isso! É menos umainquietação.

Passemos, então, ao que se vaipassar com a formação do novoGoverno Regional. Nesta questão,os rumores apontam para a saídado actual Secretário da Educação, oque pode determinar alteraçõessubstanciais na proposta de ECDcolocada à discussão pública, umavez que esta terá de ser novamenteobjecto de idêntica consulta. Estereceio poderia ser evitado, se o can-didato a presidente do G.R. garan-tisse publicamente que a propostaapresentada e discutida com os par-

ceiros sociais só sofrerá as altera-ções que forem propostas por estes,no âmbito da referida auscultação.

A "trapalhada" parlamentar nadiscussão e votação do regime jurí-dico relativo ao sistema educativoregional, ocorrida numa das últimas

sessões plenárias desta legislatura,teve como consequência uma apro-vação do diploma apenas comvotos favoráveis do PSD e oposiçãoclara dos restantes partidos, queconsideram que não foram ouvidosos sindicatos na comissão respecti-va. Tendo sido este considerado o"guarda-chuva" para que a RAMpossa avançar com a regionalizaçãoda Educação, onde se inclui o ECDRegional, é preocupante esta faltade consenso parlamentar sobre a"Bíblia" do sistema educativo regio-nal, já que é previsível que oRepresentante da República odevolva à Assembleia, depois deidentificados todos os vícios jurídi-cos e constitucionais de que even-tualmente padece. E, se eles foreminsanáveis, poderemos continuar asonhar com o nosso ECD? Quantotempo teremos que esperar, nessecaso?

A ""GAFFE" DDO PPS/M

Para aumentar a confusão, oPS/Madeira, sabendo que a classedocente representa cerca de sete

mil profissionais, o que correspon-de a uma capacidade eleitoral naordem dos vinte mil, se contabili-zarmos os familiares mais próxi-mos, deu uma conferência deimprensa em que acusou oGoverno Regional de falta de capa-cidade de diálogo com o Governoda República, na adaptação doECD na RAM. Jacinto Serrão, queestava acompanhado pela presi-dente da Comissão de Educação, adeputada Isabel Sena Lino, rema-tou a sua exposição, dizendo quecom "esta crise política, os profes-sores madeirenses correm o riscode ver aplicado na Região o ECDnacional".

As reacções não se fizeramesperar por parte de docentesmadeirenses, que acusaram o lídersocialista regional de hipocrisia, deoportunismo político-partidário e deimpreparação para o desempenhodo cargo, já que têm bem presenteas manifestações de apoio dossocialistas madeirenses às medidasdo Governo Central e sabem que oECD nacional, no seu âmbito deaplicação, deixou as regiões autó-nomas de fora. Inimaginável!

Em contrapartida, as restantesforças partidárias com assento noparlamento regional têm vindo,sucessivamente, a manifestar posi-ções claras de apoio à justa aspira-ção dos docentes madeirensesterem um estatuto próprio.

A classe docente, como estamosa ver, é um alvo apetecível nestaseleições. Por isso, aproveitemos aoportunidade para passarmos asnossas ideias, pontos de vista eopiniões sobre as questões daEducação, exigindo compromissosdas forças partidárias no sentido deserem encontradas soluções justas,sensatas e consensuais para osproblemas existentes.

Neste momento, tudo está emaberto, tudo pode acontecer. Tantopoderemos ter um ECD Regionalcomo não. Tudo vai depender donovo Governo Regional e da pro-posta que apresentar. Se for con-sensual e inatacável juridicamentemelhor ainda. Entretanto, decorre ointervalo deste magnífico filme desuspense...

João Sousa

Incertezas em torno da continuidade do actual secretário de Educação geram apreensão na classe docente.

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SublinhadoProf - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 200722

O SSindicato ddos PProfessores dda MMadeira, aa ppedidoda SSecretaria RRegional dde EEducação, aapresentou ooseu eentendimento ssobre oos pprincipais ttópicos qquedeveriam ffigurar nna pproposta dde EECD RRegional.Apresentamos aaqui oo ttexto eenviado àà ttutela, nna íínte-gra, ppara qque ttodos oos nnossos aassociados ttenhamconhecimento ddo mmesmo.

PREÂMBULO

Importância ddo EECD ppara oos ddocentes ee ppara oosistema eeducativo rregional

O Sindicato dos Professores da Madeira (SPM)defende que um sistema educativo de qualidade temde contar com profissionais de educação reflexivos,críticos, científica e intelectualmente preparados paraactuarem nos diferentes contextos em que tiveremde exercer a sua profissão.

A massificação do ensino e as questões coloca-das pela globalização e pela sociedade do conheci-mento exigem que, cada vez mais, se dê à docênciaoutros espaços que possam construir responsavel-mente a sua profissionalidade docente.

Os professores e educadores desenvolvem a suaacção educativa "num contexto de especificidadehumana que torna inconcebível a redução da funçãodocente a uma dimensão meramente técnica ou ins-trumental" (Baptista, 2005). Daí que os docentes nãodeverão ser "funcionarizados" no exercício da suaprofissão ou na avaliação do trabalho por si desen-volvido.

Neste sentido, encaramos o Estatuto da CarreiraDocente como um instrumento essencial na defini-ção da ética e da deontologia dos docentes nas

suas obrigações e nos seus direitos perante a socie-dade e o sistema educativo. É, por estas mesmasrazões, um instrumento essencial para a melhoria daqualidade da educação no nosso país.

Posições ddo SSPM eem rrelação aa mmatérias dde uumEstatuto dda CCarreira DDocente nna RRAM

As matérias que seguidamente apresentamos comalgum detalhe não se esgotam, nem reflectem posi-ções enquistadas do SPM. Constituem princípiosque defendemos, mas que encaramos sempre comopontos de partida para futuras discussões com atutela.

Será conveniente recordar a urgência que nos foipedida na construção deste documento, pelo quenão abarcamos todas as matérias constantes noDec-Lei nº 15/2007, de 19 de Janeiro (alterações aoECD). Neste documento constam os itens em quefomos especificamente consultados. Contudo, outroshá sobre os quais não nos debruçamos, o que nãosignifica que concordemos com o que está previstono referido decreto-lei. Tentámos corresponder aoque nos foi solicitado, cumprindo os prazos com quenos comprometemos, pois entendemos a especifici-dade da situação actual. Não pode, pois, ser consi-derado um documento exaustivo, nem definitivo.

Reservamos a abordagem de outras matérias paranegociação futura.

1. FORMAÇÃO DE PROFESSORES E EDUCADO-RES DE INFÂNCIA

Desde há muito que se vem reconhecendo que aprofissão docente requer conhecimentos e compe-

Propostas do SPMECD Regional

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23tências que só podem ser obtidas no quadro de umaformação profissional altamente qualificada, doponto de vista pedagógico, e de elevado nível, doponto de vista científico.

Formação que deve ser entendida como um pro-cesso permanente que começa quando o jovem pro-fessor tem acesso à formação inicial, sendo esta aprimeira etapa de um percurso que deverá manter-seao longo de toda a sua carreira profissional. O con-ceito de formação de professores identifica-se, cadavez mais, com o processo de desenvolvimento doprofessor, pelo que a formação inicial, a formaçãocontínua e a formação acrescida ou especializadanão são mais que momentos diferentes, mas absolu-tamente complementares de um mesmo processo dedesenvolvimento de competências profissionais.

1.1 - Formação inicial

O Sindicato dos Professores da Madeira consideraque a melhoria de qualidade da educação e a valori-zação da profissão docente exige uma formação ini-cial de nível superior e deigual duração para todosos níveis e sectores deensino que integra ascomponentes científica,pedagógica, didáctica,cultural, social e profis-sional.

A qualificação para adocência tem de seradquirida através de cur-sos de nível superior,sendo o último ano dedi-cado, obrigatoriamente,ao estágio profissional.

A organização curricu-lar dos cursos deve res-peitar de forma equilibra-da as componentes cien-tíficas e pedagógico--didácticas, não descu-rando a formação geral,voltada para a aborda-gem das problemáticas actuais que exigem a inter-venção da/na escola.

Assim, o SPM defende a institucionalização deparcerias entre as instituições de ensino superior res-ponsáveis pela formação de professores e as esco-las enquanto contextos de trabalho.

Nesta perspectiva, o ano de estágio comum, atodos os níveis e grupos de docência deve desenvol-ver-se através de actividades diferenciadas, institu-cionalizando-o com a responsabilização por parte dodocente estagiário pelos grupos/turmas. Este anodeve, por isso, ser remunerado e considerado comotempo de serviço prestado em funções docentes.

Este tipo de estágio de integração profissionalpermitirá recentrar a formação de docentes nasescolas onde desenvolvem as suas práticas pedagó-gicas, permitindo percursos de formação centradosnos contextos reais da profissão e nas necessidadesreais do sistema e dos docentes.

Para além do mais, fomentará, igualmente umaatitude cooperativa, activa e crítica face à naturezado serviço docente.

1.2 - Formação contínua

A formação contínua é um direito e um dever dosdocentes e, como tal, deve estar inscrita na legisla-ção relativa ao sistema educativo e assegurada, pre-ferencialmente, pelas instituições educativas.

Deve satisfazer dois tipos de necessidades essen-ciais:

a) necessidades individuais dos docentes;b) necessidades do sistema educativo e das escolas.

A formação contínua deverá contemplar váriosdomínios e níveis de aprofundamento nas áreascientíficas e específicas da docência, da educação eda prática profissional, permitindo a actualização edesenvolvimento dos docentes e facilitando a mobili-dade entre níveis de ensino.

É fundamental que se encontrem formas mais efi-cazes de interacção e articulação entre os contextosde trabalho e as instituições formadoras.

Todos os docentes deverão continuar a usufruir dedispensas para formação contínua que poderão inci-

dir sobre qualquer umadas suas componentesde trabalho (lectiva ounão lectiva).

Dever-se-ão, igual-mente, valorizar forma-ções pedagógicas eético-deontológicas debanda larga, tanto parasalvaguardar aquelesdocentes que, pelascaracterísticas e especi-ficidades das suas áreasde docência, se confron-tam com grande insufi-ciência de formação nassuas áreas científico--didácticas, como paracontinuar a contribuirpara uma formaçãotransversal e interdisci-plinar, enriquecedora daacção educativa de qual-

quer docente, seja qual for a sua área.

1.3 - Formação especializada

A formação especializada e/ou qualificante paraoutras funções ou actividades educativas é essencialpara servir de suporte ao exercício de funções que,pela sua especificidade, requerem conhecimentosaprofundados.

Este tipo de formação, sendo obrigatoriamente aonível de pós-graduação ou de aquisição de novosgraus académicos, deve ser obtida em instituiçõesde nível superior, de acordo com os critérios legal-mente estabelecidos para este tipo de formação.

Num período transitório, este tipo de formaçãodeverá ser facultada aos docentes que desenvolvemfunções ou actividades educativas e não acederamainda a qualquer tipo de formação especializada,sem perder nunca de vista todos aqueles docentesque, possuindo o grau académico de "bacharel", nãoconseguiram ainda aceder aos complementos deformação.

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SublinhadoProf - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 200724

2. CONCURSOS

O SPM sempre defendeu que o processo derecrutamento e selecção de pessoal docente deverevestir obrigatoriamente a forma de concurso: inter-no, externo e de contratação.

Por razões que decorrem da necessidade de con-ferir aos docentes e às escolas a estabilidade que sereconhece indispensável ao seu bom desempenho,defendemos a continuidade dos Quadros de Escola,como forma de satisfazer as necessidades perma-nentes dos estabelecimentos de educação e ensino.

Os docentes podem ainda ser integrados emQuadros de Zona Pedagógica destinados a satisfa-zer necessidades não permanentes dos estabeleci-mentos de educação e ensino, a substituir docentesdos quadros de escola, a desenvolver actividades deeducação extra-escolar, a apoiar estabelecimentosde educação e de ensino que ministrem áreas curri-culares específicas ou manifestem exigências educa-tivas especiais, bem como a garantir a promoção dosucesso educativo.

3. AGRUPAMENTOS

O SPM é por uma rede escolar bem estruturada eque contribua para promover o sucesso educativodos nossos jovens. Consideramos que os agrupa-mentos de escola não favorecem boas práticaspedagógicas. Esta posição está fundamentada numestudo de opinião promovido pela FENPROF, nasregiões Norte e Centro do país e em alguns conce-lhos da área de Lisboa, através de um inquérito diri-gido às Comissões Executivas Instaladoras dessesagrupamentos. Neles, demonstra-se, por exemplo,que os objectivos apontados pela administraçãopara a constituição dos agrupamentos não foramalcançados, sendo significativo que, dos vinteaspectos explicitados no questionário, nenhum

tenha obtido uma avaliação positiva quanto ao graude concretização.

Um dos aspectos mais contestados deste modeloé a questão da continuidade pedagógica e dasuposta estabilidade do corpo docente.

Para além disso, uma vez que os coordenadoresexercem as suas funções nas diferentes escolas doagrupamento, todas as decisões e respectivosacompanhamentos se tornam mais distanciados.

4. ACUMULAÇÃO DE FUNÇÕES DOCENTESPOR OUTROS FUNCIONÁRIOS

O desempenho de funções docentes por outrosfuncionários da Administração Pública ou por técni-cos especializados em áreas tecnológicas, artísticas,vocacionais ou outras atinge-se com profissionaisdevidamente habilitados científica e pedagogicamen-te. Nos casos em que o contributo dos técnicos sejacomprovadamente necessário, defendemos quesejam supervisionados por docentes devidamentehabilitados, por forma a garantir a componentedidáctico-pedagógica.

5. PERÍODO PROBATÓRIO

O período probatório, deverá corresponder ao pri-meiro ano de serviço, com um contrato de duraçãoigual a um ano escolar. O docente, nesse período,será acompanhado e apoiado, nos planos pedagógi-co e científico, por um professor do quadro, domesmo grupo de docência, indicado pelo órgãopedagógico da escola. O período probatório deveráser entendido como um período de enriquecimento eintegração na profissão, que no final será avaliado.Em caso de avaliação negativa, deverá ser permiti-da, ao docente, a repetição do período probatório,sem interrupção funcional, devendo desenvolver umprojecto individual de formação e acção pedagógica

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25que possibilite ao docente superar os aspectos doseu desempenho profissional identificados comonegativos no respectivo processo de avaliação.

6. PROVA DE INGRESSO NA CARREIRA

O SPM concorda com a necessidade de se intro-duzirem profundas alterações na formação inicial dedocentes. Discorda da existência de uma provanacional de avaliação de conhecimentos e compe-tências.

Considera-se necessário intervir junto das institui-ções do ensino superior, responsáveis pela formaçãode docentes, no sentido de garantir que a formaçãopor elas ministrada se enquadre em padrões de qua-lidade que são exigíveis.

Discorda, igualmente, que a prova nacional deavaliação de conhecimentos e competências sejarequisito obrigatório para acesso ao concurso deingresso na profissão. Considera, também, que oingresso deve fazer-se em escalão que correspondaao tempo de serviço docente já prestado antes doingresso na carreira.

7. CONTRATO

O SPM propõe que se mantenha o disposto noactual ECD, que estabelece que a vinculação dopessoal docente possa revestir qualquer das formasde contrato administrativo.

Considera indispensável a adopção de soluçõesque contribuam para a estabilidade do corpo docen-te, ainda que se refiram situações de precariedade,como é o caso da contratação. Assim, propõe quese mantenham em vigor os ContratosAdministrativos, recusando liminarmente o Contratoa Termo Resolutivo.

8. NATUREZA E ESTRUTURA DA CARREIRA

8.1 - Princípios:

Relativamente à organização e à estrutura daCarreira Docente, o Sindicato dos Professores daMadeira defende os seguintes princípios:

1. Uma carreira única para todos os docentes,desenvolvida em escalões, com ingresso e topo dife-renciados, consoante se trate de docentes bacharéisou licenciados, recusando quaisquer constrangimen-tos de carácter administrativo.

2. O ingresso na carreira dependente da habilita-ção profissional e do acesso a uma vaga de quadro.

3. A remuneração do docente profissionalizadosem vaga de quadro, pelo mesmo índice de venci-mento do docente na carreira com igual tempo deserviço (contrato administrativo de provimento).

4. A progressão na carreira associada à avaliaçãodo desempenho e à contagem integral do tempo deserviço.

5. A aquisição de graus académicos, as forma-ções acrescidas ou especializadas bem como asavaliações de desempenho que possam vir a serconsideradas excepcionais e relevantes para o siste-ma educativo devem ser tidas como factores de ace-leração na progressão na carreira.

É com base nestes princípios que o SPM expressatoda a sua disponibilidade para negociar um Estatutode Carreira Docente com carácter regional que con-sidere uma carreira horizontal, organizada por esca-lões, cuja progressão dependa de um processo deavaliação do desempenho rigoroso e exigente, masexpurgado de quaisquer mecanismos administrativosde controlo do seu desenvolvimento, tais comocotas ou vagas de acesso. O tempo necessário paraatingir o topo da carreira não deverá ser superior aos26 anos que estavam previstos no Dec-Lei 312/99.

É também com base nestes princípios que o SPMconsidera que o desempenho de funções de coorde-nação pedagógica ou outras de natureza específicaou especializada, necessárias ao bom funcionamentodas escolas não podem, nem devem, ficar depen-dentes de categorias hierarquizadas, como pretendeo Ministério da Educação cujo objectivo, todos oreconhecemos, é o de impedir, administrativamente,a possibilidade de todos os docentes poderem teracesso ao topo da carreira. Afirmamos, convicta-mente, que, para além de desnecessário, serámesmo prejudicial ao normal funcionamento dasescolas, ao colocar em causa o trabalho cooperativoe de colaboração que sempre deve existir no exercí-cio desses cargos.

8.2 - Progressão na Carreira

Conforme já atrás referimos, a progressão deverádepender do tempo de serviço e da avaliação dodesempenho, sendo que a atribuição de uma classi-ficação positiva deverá garantir a contagem dotempo de serviço para efeitos de progressão, bemcomo todos os direitos ao desenvolvimento nacarreira.

Deverão, no entanto, prever-se factores de acele-ração e de retardamento na progressão:

a) Aceleração - Aquisição de novos graus acadé-micos; atribuição da menção de "Muito Bom".

b) Retardamento - Atribuição de uma classificaçãonegativa, por uma só vez ou duas interpoladas.Neste caso, para além de o módulo não contar paraprogressão, o docente deverá sujeitar-se a um planoespecífico de formação específico e acompanhado,o docente poderá, a seu pedido, requerer uma ava-liação intercalar passado metade do tempo previstopara o escalão em que ficou retido.

Efeitos dos Factores de Aceleração ouRetardamento

a) Pós-Graduações ou Formações Especializadas- aceleração se um ano na progressão

b) Mestrado - aceleração de dois anos na pro-gressão

c) Doutoramento - aceleração de quatro anos naprogressão

d) Atribuição de "Muito Bom" - aceleração de umano, até um máximo de quatro anos.

9. AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO

A avaliação permite a adequação do sistema edu-cativo às necessidades manifestadas pela comunida-de no âmbito da educação. É um acto reflexivo que

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SublinhadoProf - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 200726

permite reinvestir na reformulação do trabalhodocente. Nesse sentido consideramo-la um elemen-to essencial na melhoria da qualidade da educação edo ensino ministrados, promovendo o desenvolvi-mento pessoal e profissional do professor e do edu-cador.

Defendemos uma avaliação orientada para o aper-feiçoamento da actividade docente, com um carác-ter formativo e formador, que se articula de modoinequívoco com a formação contínua, como formade ajudar e orientar o docente para a melhoria doseu desempenho profissional.

Defendemos ccomo oobjectivos dda aavaliação ddodesempenho ddocente:

- Verificar as condições de exercício da acçãopedagógica e a eficácia profissional dos docentes deforma contextualizada;

- Contribuir para a melhoria da acção pedagógicae da eficácia profissional dos docentes;

- Contribuir para a realização e aperfeiçoamentoindividual do docente;

- Permitir a inventariação das necessidades deformação, admitindo que, em circunstâncias especí-ficas, possam também ser de reconversão profissio-nal do pessoal docente;

- Detectar os factores que influenciam o rendi-mento profissional do pessoal docente;

- Facultar indicadores de gestão em matéria depessoal docente;

- Promover o trabalho de cooperação entre osdocentes, tendo em vista a melhoria dos resultadosescolares.

9.1 - PeriodicidadeDeverá ter a periodicidade de cada escalão,

sendo feitos registos anuais. O docente deverá serinformado ao longo do módulo de tempo do escalãode eventuais aspectos negativos verificados no seudesempenho, a fim de os corrigir.

9.2 - Intervenientes no processo de avaliação dodesempenho

- O avaliado- Uma comissão coordenadora da avaliação- O órgão de gestão da escola

A comissão coordenadora terá o papel principalna avaliação dos docentes. Será constituída por:

Pré-escolar e 1º CEB:- 5 professores, do quadro de escola, com pelo

menos 15 anos de serviço, eleitos no ConselhoPedagógico/Conselho Escolar

2º, 3º CEB e Secundário:- 4 professores, do quadro de escola, com

pelo menos 15 anos de serviço, eleitos no ConselhoPedagógico, a que se juntará o delegado da discipli-na do professor avaliado.

Em caso de impossibilidade de cumprimentodestes dois requisitos, remete-se para regulamenta-ção.

O órgão de gestão participa no processo, desen-cadeando-o e homologando a classificação.

9.3 - Processo de avaliaçãoNa eventualidade de existirem fichas de auto-ava-

liação e avaliação, estas deverão ser de tipo aberto,dando espaço à reflexão crítica e a justificações daatribuição de classificação. A elaboração destasfichas tem que ser objecto de negociação colectiva.

Da avaliação cabe recurso nos termos da lei.

9.4 - Itens de avaliaçãoA avaliação deverá incidir sobre:

- Preparação e organização das actividades lecti-vas;

- Relação pedagógica com os alunos;- Processo de avaliação das aprendizagens dos

alunos.- Nível de assiduidade;- Participação dos docentes no agrupamento ou

escola não agrupada e apreciação do seu trabalhocolaborativo em projectos conjuntos de melhoria daactividade didáctica e dos resultados das aprendiza-gens;

- Acções de formação contínua concluídas;- Exercício de outros cargos ou funções de natu-

reza pedagógica;- Dinamização de projectos de investigação, des-

envolvimento e inovação educativa e sua correspon-dente avaliação;

Em relação à assiduidade, entendemos que as fal-tas ao serviço, legalmente justificadas, não poderãoimplicar impedimento na progressão por efeitos daavaliação do desempenho.

9.5 Sistema de classificação

As menções qualitativas deverão ser:

Insuficiente 0 a 4,9

Bom 5 a 7,9

Muito Bom 8 a 10

9.6 Efeitos da avaliação

Insuficiente - Implica a não contagem do períodoa que respeita para efeitos de progressão. O docen-te sujeita-se a um plano específico de formação eacompanhamento e poderá, a seu pedido, ser denovo avaliado, passado metade do tempo previstopara o escalão em que ficou retido (avaliação inter-calar).

Bom - Implica a progressão na carreira.Muito Bom - Implica a aceleração de 1 ano na

progressão até ao máximo de 4. A atribuição destaqualificação não estará sujeita a qualquer cota ououtro tipo de constrangimento administrativo.

10. AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES DESTACA-DOS, REQUISITADOS, EM COMISSÃO DE SERVIÇO

Sempre que os professores exerçam funçõesdocentes ou equiparadas a funções docentes deve-rão reger-se pela avaliação do desempenho previstapara os restantes docentes. Se exercerem funçõestécnico-administrativas deverão reger-se pelo siste-ma previsto para as funções em causa, com as

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Sublinhado27

necessárias adaptações às notações da funçãodocente.

11. HORÁRIOS DE TRABALHO/REDUÇÕES

Reconhecendo a profissão docente como alta-mente desgastante pelas exigências psíquicas esociais do seu desempenho, impõe-se a reduçãoprogressiva da componente lectiva no horário sema-nal dos professores e educadores.

A componente lectiva dos docentes abrangetodas as actividades directas com os alunos na suacomponente curricular ou que dela decorrem e cons-tituem reforço desta, incluindo a que se efectua forado espaço da sala de aula, bem como a substituiçãode outros docentes.Quando o serviço presta-do na componente lecti-va for para além dolegalmente exigido, seráconsiderado como servi-ço docente extraordiná-rio.

Não poderão ser orga-nizados horários queimpliquem a prestaçãodiária de mais de cincotempos lectivos conse-cutivos, bem como aprestação de serviço,lectivo ou não lectivo,nos três turnos, nomesmo dia, ou, ainda, aprestação de mais de 7horas de trabalho diário.

Defendemos que acomponente lectiva paraos docentes da educa-ção Pré-Escolar e do 1ºCEB seja de 22 horas epara os restantes secto-res (2º, 3º CEB e EnsinoSecundário e Educaçãoe Ensino Especial) 20 horas.

Considerando o desgaste do exercício da funçãodocente, é nosso entendimento que todos os docen-tes, sem excepção, devem usufruir de redução dacomponente lectiva.

12. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO DEDOCENTES EM MOBILIDADE

Relativamente ao item "contagem de tempo deserviço dos docentes em situação de mobilidade naAdministração Pública e no Ensino Particular eCooperativo", consideramos instrumentos de mobili-dade:

- Concurso;- Permuta;- Requisição;- Destacamento;- Comissão de serviço;

O tempo de serviço prestado em qualquer destasformas de mobilidade, deve ser sempre consideradocomo serviço docente efectivo pelo que terá de ser

contado na íntegra. Por esta razão, entendemos queo tempo de serviço de contratado deve ser semprerelevado, em todas as situações, para efeitos deintegração e progressão, desde que cumpridos osrequisitos previstos para os docentes que já seencontrem na carreira. Atendendo ao normativo legalque impôs o congelamento de carreiras, considera-mos que o tempo de serviço prestado desde29/8/2005 deverá ser considerado para efeitos deprogressão e por isso contabilizado nas disposiçõestransitórias para o novo estatuto regional.

13 - FALTAS POR CONTA DO PERÍODO DEFÉRIAS

Porque o gozo doperíodo de férias pelosdocentes está limitado aum período do anomuito restrito, defende-mos que se aplique, aosdocentes, o regime geraldos funcionários e agen-tes da administraçãopública, sobre as faltaspor conta do período deférias.

14 - ACUMULAÇÃODE FÉRIAS

O regime de acumula-ção de férias deve seguiras regras da lei geral daAdministração Pública,tendo como limite máxi-mo de dias o períodoque vai desde o termode um ano lectivo e oinício do ano lectivoseguinte.

Se a acumulação o-correr por conveniência

de serviço, ao docente é garantido, salvo acordo emcontrário, o gozo de metade das férias a que tiverdireito no ano a que as mesmas se reportam.

15 - REGIME DISCIPLINAR

A aplicação do regime disciplinar aos funcionáriose agentes visa regular a conflituosidade resultantedas relações laborais e, inevitavelmente, interpesso-ais que se estabelecem no local de trabalho. Porqueo acompanhamento e análise objectiva dos conflitosexige o distanciamento necessário, defendemos aseparação das competências para a instauração doprocesso, para a nomeação de instrutor e para aapresentação de propostas de suspensão preventivacabendo, eventualmente, as últimas duas a umórgão de inspecção.

Em relação ao prazo de suspensão preventiva,defendemos que o mesmo não deve ultrapassar oprazo máximo estabelecido na lei geral, dado oimpacto negativo ao nível psicológico, profissional esocial que este procedimento acarreta e o mesmoser suficiente para os fins a que se destina.

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SublinhadoProf - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 200728

Mapa comparativo ECD - Continente e Regiões Autónomas

Direito à negociação colectiva

Estrutura da carreira docente

Organização da carreira docente

Acesso aos escalões de topo

Quotas de avaliação

Exame para ingresso na profissão

Quadros de Escola

Formação Contínua

Periodic. da avaliaçãode desempenho

Progressão na carreira

Período probatório

Natureza dos contratos

Duração de requisiçãoe destacamentos

Horário:duração da componente lectiva

Faltas por conta do períodode férias (102º)

Dispensas para formação (109º)

Interrupções da actividadedocente

Substituições

Incentivos

Apoios pedagógicos

Subs. Especialização (Educação Especial)

Eliminado

Duas categorias hierarquizadas

Professor: 5 escalões+ 1 (falta de vaga)Titular: 3 escalões

Com vagas fixadas por ME

Sim, para Excelente e Muito Bom

Obrigatório e eliminatório

Substituídos por Quadros deAgrupamento

2/3 obrigatórios em área científi-co-didáctica

Bienal

Professor e Titular (Progressão):Tempo de serviço, avaliação, for-mação contínua.Prof para Titular (Promoção):Aprec. Curricular, Prova eConcurso.

1º ano de exercício de funçõesna categoria de Professor.

Termo resolutivo

Anual prorrogável até 4 anos.Regresso à escola durante 4anos.

Pré e 1º Ciclo: 25 h.Restantes: 22 h.

1/mês, 5/ano. Pedido autorizaçãocom 3 dias, salvo imprevisto.

Iniciativa Escola: Preferencial/.componente não lectiva até10h/ano.Iniciativa do próprio.: Interrupçõeslectivas.

Substitui por interrupçãoactividade lectiva.

Na componentenão lectiva.

Elimina

Componente não lectiva

Elimina

Mantém

Carreira única e horizontal

8 escalões

Livre

Sem quotas

Não há exame

Cria quadros de unidadeorgânica

Escolha do docente 50 % emárea científico-didáctica

Anual

Tempo de serviço mínimo noescalão, avaliação do desem-penho e formação contínua.

Primeiro ano de exercíciona carreira.

Termo resolutivo

Anual prorrogável. Após 4 anoso lugar vai a concurso.

Pré e 1º CEB: 25h2º/3º CEB e Sec: 22h. Especialigual a sector de origem

1/mês, 5/ano. Pedido autoriza-ção com 3 dias, salvo imprevisto.

Iniciativa da escola: interrupçãoespecifica, ou períodos de inte-rrupção lectiva até 25 h / ano.Iniciativa do docente: s/limite,mas com restrições e depen-dendo de autorização.

Mantém a interrupção da activi-dade docente

Serv. extraordinário quando"aula de substituição".

Incentivos para gruposcarenciados

Componente lectiva quandosistemático

Elimina

Mantém

Carreira única e horizontal

8 escalões com provade candidatura ao 6ºDependendo de aprovação nacandidatura ao 6º escalão. Semvagas.

Sem quotas

Não há exame

Mantêm-se QE

Escolha do docente

Nas mudanças de escalão

Tempo de serviço, avaliação dodesempenho e formaçãocontí-nua.Do 5º para 6º: Prova de candi-datura.

Primeiro ano de exercício nacarreira.

Administrativo de Provimento.

Anual prorrogável, sem limite.

Pré e 1º Ciclo: 25hRestantes: 22h.

1 mês, 5 ano. Pedido de autoriz.com 3 dias, salvo imprevisto.

Iniciativa SRE: Preferencial/ nacomponente não lectivaIniciativa do próprio:Preferencialmente naInterrupção, mas até 25h/anona componente não lectiva

Substitui por interrupção daactividade lectiva.

Na componente não lectiva.

Elimina

Componente não lectiva

Mantém

ECD do ME PropostaR. A. Açores

PropostaR. A. Madeira

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Intervalo29

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista esonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacosde vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de den-tes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz desacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrandonem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim,que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da suainconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexode astro em silêncio escuro de lagoa morta (...)

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não des-criminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter,havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vidapública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga etoda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo,

donde provem que na política portuguesa sucedam, entre a indiferen-ça geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis noLimoeiro (...)

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado dequarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdica-ção unânime do País. (...)

A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazerdela saca-rolhas;

Dois partidos (...) sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes,(...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogosnas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas meta-des do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pelarazão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos

duma vez na mesma sala de jantar."

Guerra Junqueiro, Pátria, 1896.

Um século depois... um POVO quenunca muda!!!!!!!!!!!!!!!!!!

A mesma História Anedota

A Sr.ª Ministra da Educação entra

na clínica onde tinha marcado uma

consulta de cardiologia.

Após cerca de uma hora de espera

é chamada ao consultório, dizendo-

-lhe o médico de imediato:

- Por favor, dispa-se e abra

as pernas.

Espantada, a nossa "tia Milu"

responde:

- Mas, Sr. Dr. ..., eu marquei uma

consulta de cardiologia.

E o médico esclarece-a escorreito:

- Eu sei, minha senhora, mas eu

sou o ginecologista de substituição.

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Notas JurídicasProf - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 200730

NNOOTTÍÍCCIIAASS JJUURRÍÍDDIICCAASS

Alteração ddo EEstatuto dda CCarreira DDocente(Ensino ppúblico nnão ssuperior)

O Dec.-Lei nº 15/2007, de 19/01, altera o ECD aprovado peloDec.-Lei nº139-A/90 e alterado pelo Dec.-Lei 1/98 e outros, oregime jurídico da formação contínua de professores, aprovadopelo Dec.-Lei nº249/92, posteriormente alterado e a estruturada carreira e o estatuto remuneratório (Dec. Lei n.º312/99,10/08).Publicado a 19 de Janeiro de 2007, entrou em vigor no diaseguinte - 20 de Janeiro - aplicando-se aos docentes dos esta-belecimentos de ensino tutelados pelo ME. Na RAM o Of. Circ.1/2007, 25/01, da DRAE, prevê aplicações específicas - vide"questões do atendimento" nesta página).

Região AAutónoma dda MMadeira aapresenta ppropostade aadaptação ddo EECD àà RRegião

A Secretaria Regional de Educação apresentou uma propostade adaptação do ECD do Ministério de Educação à RAM.Esta proposta diferencia-se do documento nacional essencial-mente pelo não condicionamento da progressão e da avalia-ção a parâmetros administrativos (cotas). Prevê, tal como noECD nacional, uma prova pública para aceder ao 6º escalão(acesso à categoria de Professor Titular no nacional).O documento, quando aprovado em Conselho de Governo,será enviado à Assembleia Legislativa da Madeira para discus-são e aprovação, cumprida a negociação colectiva, após o quepassará pelo escrutínio do Representante da República para aMadeira e, se promulgado, publicado em Diário da República.Como os órgãos de governo próprio da RAM estão demissio-nários, todo o processo fica suspenso.

Resolução ddo GGoverno RRegional ppara mmanteros óórgãos dde ggestão ddas eescolas éé nnula

O Tribunal Central Administrativo Sul decidiu, em 14/02/2007,que a Resolução do Governo Regional de Abril de 2003, quemandava manter em funções interinas os órgãos de gestãodas escolas, em desrespeito pelo Acórdão do TribunalConstitucional, é nula. Com efeito, o SPM sempre discordoudesta manobra para iludir o Acórdão do TC e defendeu a apli-cação da legalidade com a eleição dos órgãos de gestão.Assim não entendeu o Governo Regional que, com a sua atitu-de, condenou as escolas a uma gestão de nulos efeitos comgraves consequências para o sistema educativo regional.

LLEEGGIISSLLAAÇÇÃÃOO PPUUBBLLIICCAADDAA

Nacional

- Despacho nº 26 401/2006, 29/12 - alterações na estruturados Cursos de Educação e Formação de Adultos.

- Despacho nº 95-B/2007, 03/01 - modelo de requerimento deprestação de desemprego.

- Of. Circular nº 02/GGF/2007, 08/01 - manda pagar, até Ago.de 2007, as gratificações aos orientadores de estágioPedagógico.- Despacho Normativo nº 5/2007, 10/01 - altera o Desp. Norm.1/2005, com as alterações introduzidas pelo Desp. Norm.18/2006, sobre a avaliação dos alunos do ensino básico (trans-fere para o âmbito da autonomia das escolas as decisõessobre o processo de avaliação dos seus alunos).

- Despacho nº 546/2007, 11/01 do ME (Gab. Ministra) - cria oPNEP - Programa Nacional de Ensino de Português no 1ºCEB.

- Dec.-Lei nº 15/2007, 19/01 - alteração do Estatuto da CarreiraDocente.

- Despacho nº 2143/2007, 09/02 - cria o Programa deFormação em Ensino Experimental das Ciências paraProfessores do 1º CEB.

- Despacho nº 2351/2007, 14/02 - generaliza as provas de afe-rição no final do 1º e 2º CEB a todos os alunos.

- Dec.-Lei nº 35/2007, 15/02 - estabelece o regime de contratoa termo resolutivo do pessoal docente.

- Dec.-Lei nº 43/2007, 22/02 - Regime jurídico de habilitaçõespara a docência.

Regional

- Aviso SRE JORAM, nº 23, II série, 20/12/2006 - relação dosEstabelecimentos do Ensino Particular e Cooperativo abrangi-dos pelo paralelismo pedagógico.

QQUUEESSTTÕÕEESS DDOO AATTEENNDDIIMMEENNTTOO AA SSÓÓCCIIOOSS

O qque sse aaplica, eem rrelação aao EECD,à RRegião AAutónoma dda MMadeira?

A Direcção Regional de Administração Educativa (DRAE) ema-nou orientações sobre o que se aplica à RAM, através do Of.Circ. nº 1/2007, 25/01.Assim, segundo este ofício circular, do Dec.-Lei nº15/2007estão em vigor as matérias relativas a: direitos e deveres, remu-nerações e serviço extraordinário e nocturno, férias, faltas elicenças, regime disciplinar e aposentação. Registe-se que asfaltas por conta do período de férias (art. 102º) foram reduzidaspara 5 dias por ano.Ainda de acordo com o ofício circular em referência, continuama aplicar-se os diplomas regionais específicos relativos a con-cursos, contratação de pessoal docente, acumulação de fun-ções, equiparação a bolseiro e licença sabática, formação con-tínua e dispensas para formação. Temos pois que ainda é pos-sível a formação contínua com dispensa da componente lecti-va, desde que devidamente autorizada.

Manuel Menezes(Coordenador do Atendimento

e Apoio a Sócios do SPM)

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Avaliação31

O SPM apresenta novos patrocínios aos seus sócios, na certezade que poderão contribuir para a poupança de alguns euros,numa conjuntura de crise e de perda de poder de compra. Nessesentido, apresentamos as mais recentes "aquisições" para anossa lista de patrocinadores, a qual não dispensa a uma consul-ta, na íntegra, no endereço electrónico do SPM.

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RECTIFICAÇÃONo espaço dedicado à Servilusa, no n.º anterior, havia uma impre-cisão nos serviços merecedores de descontos. Pedimos desculpapelo lapso aos nossos sócios e ao prestador do serviço.Publicamos, de seguida, o texto correcto:

SERVILUSA - AGÊNCIA FUNERÁRIARua Bela de São Tiago, 6 - FunchalTel: 800 204 222Tel: 291 281 517

Abrange cônjuges, ascendentes e descendentesdirectos de 1º grau.45% - Organização técnica e serviço de agência sobre a tabelaem vigor para os funerais.10% - sobre os artigos religiosos.

Regalias aos Sócios

Valter LLemos

O secretário de Estado da Educação,Valter Lemos, continua a mostrar quenão tem nível nem classe para integraro ministério que tem por principal fun-ção zelar pela formação e educaçãodeste país. A sua mais que evidentefalta de perfil é notória não só pelaincapacidade de fazer valer os seuspontos de vista nas reuniões com os deputados dopartido suporte à governação, onde se exalta e atirapapéis ao ar, mas sobretudo pela sua falta de bomsenso, quando fala dos parceiros sociais, como acon-teceu nas seguintes declarações proferidas ao Jornaldo Fundão: "Os sindicatos dos professores não apre-sentaram nada a não ser manter rigorosamente tudocomo estava e, aliás, se assim não é, eles que digam oque apresentaram". Pior ainda é mentir...

Ministério dda EEducação

O Ministério da Educação con-seguiu o feito impensável deapresentar propostas de regula-mentação do concurso de aces-so a Professor Titular que conse-guem ser ainda piores do que o seu ECD, nomeada-mente em matérias relacionadas com faltas. É total-mente inaceitável, por exemplo, a penalização de umdocente que teve a infelicidade de faltar para participarnum funeral de um familiar. E como é que se podeaceitar que a avaliação curricular incida apenas no ser-viço prestado nos últimos sete anos? Está à vista: oME não quer titulares, prefere suplentes porque maisbaratos...

Reprovado

SRE

A atitude de diálogo da SecretariaRegional de Educação ao auscultaros sindicatos, antes de apresentara proposta de Estatuto da CarreiraDocente, é digna de registo, não sóporque achamos que é esse ocaminho mais directo para a resolução dos problemas nestaárea, mas também porque, ultimamente, só temos recebido"patadas", designadamente no simulacro de negociaçõesque o Ministério da Educação tem levado a cabo, no âmbitoda alteração do ECD nacional. Fazemos votos de que estapostura se mantenha no próximo mandato!

4.ª VVitória eem ttribunal

O Ministério da Educação foi maisuma vez condenado em tribunal,somando, assim, mais uma derrotaà já longa série de sentenças profe-ridas, anulando a interpretaçãoabusiva, e ao arrepio da Lei, que o ME vem fazendo emrelação a uma série de questões.Assim, vem agora o Tribunal Administrativo e Fiscal deViseu, na sequência de uma queixa apresentada por umdocente patrocinado pelos Serviços Jurídicos do SPN, pro-ferir uma sentença que considera que as actividades desubstituição asseguradas à luz do Estatuto da CarreiraDocente à data em vigor, devem ser remuneradas comoserviço extraordinário.Esta é mais uma sentença, a juntar a outras três proferidaspor outros Tribunais Administrativos e Fiscais, que condenao ME a pagar as actividades de substituição como serviçoextraordinário.

Aprovado

Page 32: Sindicato dos Professores da Madeira DIRECTORA: Marília Azevedo · 2008-03-26 · 2 Prof - Publicação do Sindicato dos Professores da Madeira - nº 74 - Fevereiro/Março de 2007