67
PESQUISA SOBRE PERFIL DOS/AS TRABALHADORES/AS DE TI DA REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE - 2017 RELATÓRIO FINAL Realização: Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Informática, Processamento de Dados e Tecnologia da Informação de Pernambuco - SINDPD/PE Coordenador Técnico: Roberto Véras de Oliveira (Professor do Departamento de Ciências Sociais/Universidade Federal da Paraíba – DCS/UFPB) Estatístico Responsável: Lucas Gallindo Realização Técnica da Pesquisa de Campo: Norte Pesquisa Entrevistadores: Aldemir S. da Hora Júnior Carla Gabriela Agra do Lago Coate Márcio Ramos de Oliveira Erivan Luís Bezerra Júnior Gabriela Bernardo de Souza Gerlane Silva Rêgo Katiuscia Maria Bezerra Mauricea Cardoso da Silva Roberta Maria de Souza Sandra Maria Sampaio Camurça Digitadores : Ana Paula de Albuquerque Ferreira Supervisão de campo: Fernanda Maria Rocha Soares João Batista do Nascimento Feitosa Checagem: Claudécio João B. Pedrosa Crítica: Maria do Socorro da Silva Supervisão de digitação: Maria da Conceição P. dos Santos Processamento de dados: Mardônio Cavalcanti Lima

SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

PESQUISA SOBRE PERFIL DOS/AS TRABALHADORES/AS DE TI DA REGIÃO

METROPOLITANA DO RECIFE - 2017RELATÓRIO FINAL

Realização:

Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Informática, Processamento de Dados e Tecnologia da Informação de Pernambuco - SINDPD/PE

Coordenador Técnico:

Roberto Véras de Oliveira (Professor do Departamento de Ciências Sociais/Universidade Federal da Paraíba – DCS/UFPB)

Estatístico Responsável:

Lucas Gallindo

Realização Técnica da Pesquisa de Campo:

Norte Pesquisa

Entrevistadores:Aldemir S. da Hora JúniorCarla Gabriela Agra do LagoCoate Márcio Ramos de OliveiraErivan Luís Bezerra JúniorGabriela Bernardo de SouzaGerlane Silva RêgoKatiuscia Maria BezerraMauricea Cardoso da SilvaRoberta Maria de SouzaSandra Maria Sampaio Camurça

Digitadores:Ana Paula de Albuquerque FerreiraSérgio Luiz Barbosa

Supervisão de campo:Fernanda Maria Rocha SoaresJoão Batista do Nascimento Feitosa

Checagem:Claudécio João B. Pedrosa

Crítica:Maria do Socorro da Silva

Supervisão de digitação:Maria da Conceição P. dos Santos

Processamento de dados:Mardônio Cavalcanti Lima

Recife, Agosto de 2019

Page 2: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

SUMÁRIO

PARTE I - PERFIL DOS TRABALHADORES/AS EM TI EM PERNAMBUCO A PARTIR DOS DADOS DA RAIS

1.1. Notas Metodológicas1.2. Apresentação dos Dados

PARTE II – PERFIL DOS TRABALHADORES/AS EM TI DA REGIÃO METROPOLITANA DE RECIFE – SURVEY 2017

2.1. Notas Metodológicas2.2. Dados Sociodemográficos2.3. Trabalho2.4. Família2.5. Escola2.6. Religião2.7. Vida Social e Amizade2.8. Política2.9. Sindicato2.10. Outras Opiniões2.11. Índices como Instrumentos de Sínteses2.12. Principais Constatações

Page 3: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

PARTE I – OS/AS TRABALHADORES/AS EM TI EM PERNAMBUCO, SEGUNDO A RAIS

1.1. Notas Metodológicas

Esta parte objetiva traçar o perfil social, político, cultural e profissional de

trabalhadores em Tecnologia da Informação – TI em Pernambuco, a partir de dados da

Relação Anual de Informações Sociais – RAIS. O foco recaiu sobre os trabalhadores

que em Pernambuco atuam em estabelecimentos prioritariamente voltados ao

desenvolvimento de softwares e a atividades conexas de consultoria, prestação de

serviços, processamento de dados, entre outras.

A RAIS, instituída em 1975, é gerida pelo Ministério do Trabalho e alimentada

anualmente a partir de informações administrativas prestadas pelas empresas (públicas e

privadas), em caráter obrigatório, sobre os vínculos de emprego. Os microdados

propiciam desagregação geográfica em vários níveis (incluindo municipal), por

ocupações (com base na Classificação Brasileira de Ocupações – CBO) e por atividades

econômicas (conforme a Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE),

fornecendo informações sobre sexo, faixa etária, escolaridade, faixa de remuneração,

jornada de trabalho contratada, entre outras.

O banco de dados assim formado implica limitações, sendo a mais importante sua

restrição aos assalariados formais, o que é particularmente relevante em casos, como o

do Brasil e, ainda mais, do Nordeste, com grande incidência de ocupações informais.

Por essa razão, os dados da RAIS têm maior validade no estudo dos segmentos melhor

estruturados economicamente, sendo esse o caso do setor de TIC1. Não obstante o risco

de erros no preenchimento do formulário (Saboia e Tolipan, 1985), a RAIS produz, para

o segmento de ocupação formal, uma informação confiável (Negri et al, 2001),

consistindo em uma das mais importantes fontes para os estudos de mercado de trabalho

no país.

Utilizamos como filtro as atividades dos Grupos 620 (“Atividades dos serviços de

tecnologia da informação”) e 631 (“Tratamento de dados, hospedagem na internet e

1 Para Porcaro (2013), apoiando-se no Censo de 2010, enquanto para a economia como um todo a ocupação informal (sem registro trabalhista e ou na previdência social) ultrapassou 37%, para a economia da informação ficou em torno de 20%. Neste último foram contabilizados: cerca de 12% dos assalariados, 62% dos conta própria e 22% dos empregadores, sendo que os assalariados representavam mais de 80% do conjunto dos ocupados, com 15% para os conta própria e de 3% para os empregadores.

Page 4: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

outras atividades relacionadas”) da CNAE2. Contudo, constatando que há empresas de

Teleatendimento registradas na RAIS com os códigos 620 ou 631, do total obtido

subtraímos as ocupações de “Operador de Telemarketing Ativo e Receptivo”,

“Operador de Telemarketing Ativo”, “Operador de Telemarketing Receptivo”,

“Operador de Telemarketing Técnico” e “Supervisor de Telemarketing e

Atendimento”3. Excluímos ainda os vínculos que registraram remuneração nominal

igual a zero. Com os filtros adotados, deixamos de fora aqueles com ocupações típicas

do segmento de produção de software mas que pertencem a Grupos diferentes de 620 e

631 (a exemplo dos que atuam em empresas de telecomunicações, bancos etc.). A base

da consulta não são as ocupações, mas as atividades.

Esta parte está organizada em quatro seções, além destas Notas Metodológicas.

Na primeira, situamos os trabalhadores formalmente empregados no setor de TI

(segmento de software)4 em Pernambuco em relação ao seu perfil no Brasil e no

Nordeste. Em seguida, os comparamos com o perfil médio dos empregados formais em

geral no Brasil, no Nordeste e em Pernambuco. Em terceiro, passamos à sua

comparação com outros segmentos de trabalhadores em TIC em Pernambuco

(Telecomunicações, Produção de Audiovisuais e Teleatendimento). No quarto

detalhamos o perfil socioprofissional e os vínculos de emprego dos trabalhadores em

TI(sw) em Pernambuco. Para finalizar, tecemos algumas considerações.

1.2. Apresentação dos Dados

O segmento de TI, assim como de TIC em geral, tem registrado nas últimas

décadas um contínuo e consistente crescimento no Brasil (SOFTEX, 2013). Sobre os

empregos formais em estabelecimentos de TI(sw), a Tabela 1 indica, contudo, que

embora sua ampliação atinja todas as regiões do país observam-se entre elas relevantes

discrepâncias.

2 Que incluem as Classes “Desenvolvimento de programas de computador sob encomenda”, “Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis”, “Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador não-customizáveis”, “Consultoria em tecnologia da informação” e “Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação” (620) e “Tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na Internet” e “Portais, provedores de conteúdo e doutros serviços de informação na Internet” (631).3 Mesmo considerando que tal procedimento não corrige totalmente a distorção (visto que não haveria como subtrair desse total os empregos não classificados como típicos do telemarketing, como os de natureza administrativa e comercial e outros), avaliamos que a corrige em grande medida, visto que (como destacado mais adiante) as ocupações citadas constituem a esmagadora maioria nos estabelecimentos de Teleatendimento.4 Para simplificar, de agora por diante a denominação “trabalhadores em TI (segmento de software)” será grafada como “trabalhadores em TI(sw)”.

Page 5: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Tabela 1 – Empregos formais em estabelecimentos de TI(sw) por regiões do Brasil– variações entre 2007 e 20175

2007 2017 Variação entre 2007 e 2017 em %Norte 2.818 4.967 76,3Nordeste 18.082 31.741 75,5Sudeste 151.514 254.643 68,1Sul 35.785 73.126 104,3Centro-Oeste 23.463 35.441 51,1Brasil 231.662 399.918 72,6

Fonte: RAIS (elaboração própria)

As variações do emprego no segmento de TI(sw), entre os estados do Nordeste, no mesmo período, também revelam curiosidades (Tabelas 2 e Gráfico 1). Os estados com os mais baixos estoques de emprego em 2007 (em ordem decrescente, Sergipe, Maranhão, Alagoas e Piauí) tiveram desempenhos acima do regional e do nacional, com o primeiro e o terceiro registrando saltos extraordinários (de 223% e 157,9%, respectivamente). Rio Grande Norte, que tinha posição intermediária, e a Bahia, que estava no topo, tiveram desempenhos relativamente medíocres. Ceará e Pernambuco, dois dos três estados melhor posicionados, também tiveram crescimento acima do regional e do nacional. Em 2007, Pernambuco participava com 1,9%, passando em 2017 a 2,2%.

Tabela 2 – Empregos formais em estabelecimentos de TI(sw) por estados do Nordeste – variações entre 2007 e 2017

  2007 2017 Variação em %Maranhão 409 1.321 223,0Piauí 327 752 130,0Ceará 3.315 7.190 116,9Rio Grande do Norte 1.885 2.032 7,8Paraíba 1.179 2.065 75,1Pernambuco 4.409 8.726 97,9Alagoas 394 1.016 157,9Sergipe 529 1.102 108,3Bahia 5.635 7.537 33,8Nordeste 18.082 31.741 75,5

Fonte: RAIS (elaboração própria)

Gráfico 1 – Empregos formais em estabelecimentos de TI(sw) por estados do Nordeste em 2007 e 2017

5 Neste trabalho, optamos por referências temporais diversas, de acordo com as conveniências em cada uso. Sempre que necessitarmos dar ênfase a variações no tempo nos utilizaremos do período de 2007 a 2016, seja comparando os dados para os dois anos situados nos extremos do intervalo, seja tratando de todos os anos entre eles. A escolha por 2007 como marco inicial se deveu a dois fatores principais: primeiro porque esse foi o primeiro ano da última modificação na CNAE, o que a tornou mais adequada à classificação das atividades do setor de TIC; segundo porque a contar de 2007 a 2016, quando foram divulgados os dados mais recentes, forma-se um intervalo de 10 anos, um período adequado para que se possa melhor observar a evolução do segmento em foco.

Page 6: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Maranhão Piau

íCear

á

Rio Grande d

o NortePara

íba

Pernam

bucoAlag

oas

Sergip

eBah

ia0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

8000

9000

20072017

Fonte: RAIS (elaboração própria)

O segmento de TI(sw) não só apresenta uma predominância masculina, como a

proporção de homens, entre 2007 e 2017, seguiu crescendo, passando de menos de 64%

para 69% (Gráfico 2).

Gráfico 2 – Distribuição dos vínculos de emprego em TI em Pernambuco por sexo– 2007 a 2017

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 20170

10

20

30

40

50

60

70

Masculino Feminino

Fonte: RAIS (elaboração própria)

Nesse cenário, firmou-se um padrão de remuneração que, como já destacado,

encontra-se acima dos níveis médios praticados no estado, seja no emprego formal em

geral, seja nos demais segmentos de TIC. Note-se (Gráfico 3), adicionalmente, que

ainda houve alguma elevação nos níveis médios de remuneração. Entre 2007 e 2017, o

número de empregados no segmento de TI(sw) em Pernambuco que perceberam acima

Page 7: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

de 3 SM esteve sempre acima de 50%, sendo que se observa uma oscilação para cima

com picos em 2010, 2011 e 2014, com 54,2%, 55,3% e 54,6%, respectivamente.

Observe-se, contudo, que entre homens e mulheres as proporções de registros nas faixas

inferiores de renda discrepam: para dados de 2017, enquanto perto de 30% dos homens

recebeu até 2 SM, entre as mulheres tal proporção chegou a quase 40%. O inverso

ocorreu nos estratos acima de 2 SM. Sinaliza-se, assim, no plano local, um viés de

gênero na conformação do padrão de relações de trabalho em TI (Bárbara, 2013).

Gráfico 3 – Proporção dos vínculos de emprego em TI em Pernambuco com renda média acima de 3 Salários Mínimos – 2007 a 2017

2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

50.8 50.750.2

54.2

55.3

51.8

50.1

54.6

52.1

49.4

51.4

Fonte: RAIS (elaboração própria)

Por meio dos dados da RAIS, que versa sobre os vínculos de empregos formais,

foi possível traçar um perfil preliminar dos trabalhadores nas atividades que compõem o

segmento de TI(sw), com um foco nos registros de emprego dos estabelecimentos assim

identificados.

O caminho seguido procurou realçar as características dessas atividades e dos

trabalhadores nelas inseridos: observando-se como se distribuem no país e na região;

posicionando-os em perspectiva comparativa em relação aos registros de emprego

formal em geral no Brasil, Nordeste e Pernambuco, e em relação a outros importantes

segmentos de TIC em Pernambuco (TC, PA e TA); apurando tendências, trazendo mais

presentemente variações no tempo quanto a aspectos diversos.

Em geral, foram percorridos aspectos relacionados ao perfil sociodemografico dos

trabalhadores (sexo, faixa etária, escolaridade), ao emprego (número e variação no

volume de contratação, níveis de renda, nível de renda por sexo, ocupações) e ao tipo de

Page 8: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

estabelecimento (número e distribuição dos trabalhadores por estratos, disposição

geográfica), entre outros.

De tudo, ficou fortemente evidenciado o caráter diferenciado do segmento de

TI(sw), sob vários aspectos, seja em relação ao perfil médio do emprego formal em

geral nos planos nacional, regional e local, seja em relação aos perfis dos segmentos de

TC, PA e TA. Sobretudo, os trabalhadores em TI(sw) em Pernambuco se revelaram

marcadamente masculinizados, jovens, dotados de alto padrão de escolarização,

beneficiados com salários mais elevados, com significativa concentração de ocupações

típicas, entre outros aspectos. Foi possível constatar-se, ainda, que estão presentes claras

diferenças de renda entre homens e mulheres, em favor dos primeiros. São constatações

que, em geral, confirmam, para o plano local, características e tendências realçadas para

os planos mundial e nacional.

Page 9: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

PARTE II – OS/AS TRABALHADORES/AS EM TI NA RM DE RECIFE, SEGUNDO SURVEY APLICADO NA BASE DO SINDPD-PE

2.1. Notas Metodológicas

Definiu-se por uma pesquisa quantitativa realizada com base em uma amostra

probabilística, com representatividade estatística. Para a delimitação do universo do

survey o parâmetro adotado foi a base formal de representação do SINDPD-PE, os

“trabalhadores em empresas de informática, processamento de dados e tecnologia da

informação de Pernambuco”.

Partindo-se dessa definição prévia, foi contudo necessário proceder-se a uma

maior especificação desse recorte por razões, combinadamente, metodológicas e

operacionais. Ao final, o universo a ser pesquisado ficou assim delimitado:

Mesmo considerando-se que entre os/as “trabalhadores/as de tecnologia da

informação”, há assalariados e não-assalariados, formais e informais,

empregados e desempregados, para efeito de delimitação da base social do

SINDPD-PE o que mais interessa são os/as trabalhadores/as empregados e

formalizados. Não foram, portanto, incluídas no survey formas de trabalho

autônomo, a exemplo dos PJs6. Já vimos (Tabela 30) que o número de

estabelecimentos com “zero” trabalhadores contratados pode ser tomado

como uma proxi do contrato de tipo PJ, que representava, em 2016, 12,5%

do número de estabelecimentos registrados como de produção e serviços

de software em Pernambuco.

Para dar consequência a tal delimitação, foram identificadas as atividades

que no âmbito da Classificação Nacional de Atividades Econômicas –

CNAE expressam mais fielmente a base social do SINDPD-PE: as

representadas nos Grupos 620 (“Atividades dos serviços de tecnologia da

informação”) e 631 (“Tratamento de dados, hospedagem na internet e

outras atividades relacionadas”)7.

6 Trata-se da figura jurídica denominada Pessoa Jurídica de Direito Privado, prevista no Código Civil. Neste caso, diz respeito à contratação por empresas de trabalhadores individuais convertidos em “pessoa jurídica”, com os quais ao invés de um contrato de trabalho firma-se um contrato comercial. É usado fartamente como recurso para disfarçar relações de emprego e, com isso, evitar-se os custos trabalhistas.7 Que incluem as Classes “Desenvolvimento de programas de computador sob encomenda”, “Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis”, “Desenvolvimento e licenciamento de programas de computador não-customizáveis”, “Consultoria em tecnologia da

Page 10: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Por razões práticas, foi definido ainda o foco na Região Metropolitana de Recife,

que em 2016 compreendia mais de 95% dos vínculos de emprego e mais de 85% dos

estabelecimentos de Pernambuco, segundo os dados da RAIS.

Ficou estabelecido (com o suporte do estatístico responsável) que a pesquisa seria

baseada em uma amostra probabilística, aleatória e representativa, constituída por

sorteio, como garantia de probabilidades iguais de sorteio para todos os subgrupos do

universo estudado.

Com vistas à determinação do tamanho do universo da pesquisa, a partir dos

dados da RAIS 2014, utilizando-se os filtros dos códigos 620 e 631 da CNAE, foram

identificados 10.469 vínculos de emprego.

O tamanho da amostra foi calculado de forma que, para a estimação de uma

proporção sob amostragem aleatória simples com nível de confiança de 95%, a margem

de erro fosse de 3.9%. Com isso foi projetado (levando-se também em conta os limites

do orçamento) um número mínimo de 600 questionários a serem aplicados8.

O primeiro passo na determinação do plano amostral consistiu em estratificar o

universo de trabalhadores em dois grupos (tomando-os como populações diferentes que

devem ser tratadas sob critérios e procedimentos de pesquisa diferenciados): um

reunindo os/as trabalhadores/as das empresas privadas (com 8.840 vínculos de emprego,

representando 84,4% do total) e outro agregando os/as trabalhadores/as das empresas

públicas (com 1.629 vínculos de emprego, representando 15,6% do total).

Os questionários foram divididos dentro dos grupos, levando em conta a

proporção de trabalhadores observada em cada um. Dentro de cada grupo, foram

computadas cotas não-cruzadas de Sexo, Faixa Etária e Escolaridade. Estas cotas

buscaram evitar que os pesquisadores de campo enviesassem a seleção das unidades

amostrais nesta fase. Dado o número de questionários de cada grupo, cotas cruzadas não

foram aplicadas (visto que não são viáveis, exceto para o grupo de mais de 400

empregados). Optou-se, ainda, por não estratificar por Escolaridade as empresas com

até 10 empregados, considerando que este número é muito baixo para proceder a

muitas estratificações.

No interior do grupo de até 10 empregados, foi procedida uma estratificação

subsequente para garantir melhor representatividade dos diversos tipos de empresa que

informação” e “Suporte técnico, manutenção e outros serviços em tecnologia da informação” (620) e “Tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na Internet” e “Portais, provedores de conteúdo e doutros serviços de informação na Internet” (631).8 Ao final, foram aplicados 604 questionários, como veremos mais adiante.

Page 11: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

compõem esse grupo. Para cada estrato desse grupo foi destinada uma cota de

questionários.

O questionário, concebido para apreender dos entrevistados os traços marcantes

de seu perfil social, político, cultural e profissional, foi estruturado para contemplar um

conjunto amplo e articulado de aspectos que envolvem cotidianamente a vida dos/as

trabalhadores/as, tendo se desdobrado em nove temas estruturantes (ver Figura 1): 1.

Dados sociodemográficos; 2. Trabalho; 3. Família; 4. Escola; 5. Religião; 6. Vida social

e amizade; 7. Política; 8. Sindicato; 9. Outras opiniões.

A execução do plano levou em conta a distinção das empresas entre públicas e

privadas, o grau de dificuldade de acesso aos entrevistados e o tamanho da cota de

questionários a serem aplicados.

Quanto às empresas públicas, por serem em menor quantidade, com número

médio elevado de empregados e passíveis de um trato mais fácil com as respectivas

gerências, foram escalados dois pesquisadores para aplicar os questionários por

empresa.

No que se refere às empresas privadas, pelo grande número e a pulverização, foi

necessário dispor de um plano mais complexo. Para facilitar o trabalho, foram

identificados 4 (quatro) conglomerados principais (Mapa 1):

Conglomerado Sul: Boa Viagem, Pina, Piedade;

Conglomerado Centro: Bairro do Recife, Santo Antônio, São José, Boa

Vista e Santo Amaro;

Conglomerado Centro-Oeste: Derby, Espinheiro, Graças, Madalena,

Cordeiro e Poço da Panela;

Conglomerado Norte: Encruzilhada e bairros de Olinda/Paulista

Mapa 1 – Concentração das empresas privadas de TI na RMR9

9 Elaborado por Pedro César Gondim Feitosa.

Page 12: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Elaborado por Pedro César Gondim Feitosa

A pesquisa foi realizada de julho a novembro de 2017.

2.1. Dados Sóciodemográficos

Comecemos pela distribuição dos entrevistados por sexo. O Gráfico 4 evidencia a

predominância masculina típica do setor.

Gráfico 4 – Distribuição dos Entrevistados por Sexo

Page 13: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

30%

71%

Feminino Masculino

Fonte: Survey SINDPD-PE 2017

No item faixa etária, os entrevistados se distribuíram conforme o Gráfico 5. Nota-

se evidente predominância de empregados com 26 a 35 anos (48%). Somando-se estes

aos de 21 a 25 anos (17%), constata-se que 65% se situam entre 21 e 35 anos, revelando

uma composição predominantemente jovem.

Gráfico 5 – Distribuição dos Entrevistados por Faixa Etária

2%

17%

47%

17% 9%

4%

3%

De 17 a 20 anos De 21 a 25 anos De 26 a 35 anos De 36 a 45 anosDe 46 a 55 anos De 56 a 60 anos Mais de 61 anos

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Quanto ao estado civil, vê-se que mais de 50% dos entrevistados eram

constituídos de solteiros, mas que os casados também reuniam uma fatia muito

expressiva.

Gráfico 6 – Distribuição dos Entrevistados por Estado Civil

Page 14: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

51%

43%5%

1%

Solteiro/aCasado/a, União estávelSeparado/a, Divorciado/aViúvo/a

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Passando à distribuição dos entrevistados por cor/raça, constata-se que 10% se

declarou preta (sendo que um percentual perto de zero se definiu como de cor/raça

negra), ao mesmo tempo em que quase 50% se viu como parda. Curiosa também a

presença dos que se reconheceram como amarelos, em torno de 4%. Ver gráfico 7.

Gráfico 7 – Distribuição dos Entrevistados por Cor ou Raça

49%

36%

10%

4% 0%1%1%

PardaBrancaPretaAmarelaNegraMorenaNão quis responder

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Perguntado sobre nível de escolaridade, os entrevistados acusaram ter concluído o

ensino superior em 42%, o que somado ao superior incompleto (com 25%) totalizou

67%. A esses se somando os com especialização, mestrado e doutorado, temos um total

de pouco mais de 89%. Confirma-se, assim, o alto grau de escolaridade desse segmento

de trabalhadores.

Gráfico 8 – Distribuição dos Entrevistados por Nível de Escolaridade

Page 15: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

2%9%

25%

42%

14%

8% 0%

Médio ou técnico incompletoMédio ou técnico completoSuperior incompletoSuperior completoEspecializaçãoMestradoDoutorado

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

A seguir apresentamos um quadro-síntese do perfil sociodemográfico dos

entrevistados (Quadro 1).

Quadro 1 – Síntese do Perfil Sociodemográfico dos Entrevistados

Categoria Perfil Geral Natureza Jurídica das Empresas

Porte das Empresas

Sexo Predominância de homens em cerca de dois terços

Maior proporção de mulheres nas empresas públicas, comparativamente com as públicas

Maior proporção de mulheres nas grandes empresas, comparativamente com as de menor porte

Faixa Etária Predominância de jovens-adultos

Maior presença de faixas mais juvenis nas empresas privadas, frente às públicas

Maior presença de faixas mais juvenis nas empresas de menor porte, frente às de maior porte

Residência Maioria reside em Recife, sendo quase todos na RMR

Maior proporção de residentes em Recife nas empresas públicas, quando comparadas às privadas

Maior proporção de residentes em Recife nas empresas de maior porte, quando comparadas às de menor porte

Estado Civil Predominância de casados e, em segundo lugar, solteiros

Maior proporção de casados e menor de solteiros nas empresas públicas, em comparação com as privadas

Maior proporção de casados e menor de solteiros nas empresas de maior porte, em comparação com as de menor porte

Cor/Raça Predominância de pardos e, em segundo lugar, de brancos

Distribuição similar dos tipos de cor/raça entre empresas públicas e privadas. Destaque para os amarelos nas privadas

Menor proporção de pardos e maior de brancos nas empresas menores, frente às demais

Escolaridade Elevada escolaridade média

Maior proporção de pós-graduados nas empresas públicas, com as empresas privadas se destacando no conjunto da formação universitária (a partir do superior incompleto)

Maior presença do nível superior incompleto nas empresas de menor porte. Maior proporção de pós-graduados nas empresas maiores.

Page 16: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

2.2. Trabalho

Quando perguntado sobre a função que desempenhava na atividade que exercia na

ocasião, os respondentes, em sua grande maioria (73,3%), disseram atuar em função

técnica com formação em TI (17,2% com formação médio-técnica, com destaque para

técnico em desenvolvimento de sistemas, técnico em manutenção, técnico em operação

de computadores, técnico em rede etc., e 56,1% com formação superior, com destaque

para analista de TI, incluindo também engenheiro em computação, webdesigner, entre

outros). Outros disseram exercer função técnica mas sem formação em TI (6,0% com

nível médio/técnico e 15,1% com nível superior, a exemplo de advogados,

administradores, contadores etc.) ou exercer função não técnica com (0,7%, a exemplo

de digitador) ou sem atuação em TI (4,6%, a exemplo de vigilantes e outras funções).

Temos, portanto, que mais de 70% dos entrevistados compõem um núcleo de

profissionais claramente vinculados a uma formação e atuação em TI, o que mais uma

vez confirma o perfil altamente profissionalizado dos trabalhadores do setor.

Gráfico 8 – Função na Atividade Atual

5% 1%6 %

17%

1 5%

56 %

0%

Funções não técnicas sem atuação em TIFunções não técnicas com atuação em TIFunções técnicas com nível médio sem formação em TIFunções técnicas com técnicas com nível médio formação em TIFunções técnicas com ensino superior em área diferente de TIFunções técnicas com ensino superior em TIOutros

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Perguntados sobre o motivo principal para o ingresso no setor de TI, os

respondentes se concentraram majoritariamente em duas respostas: vocação

profissional, gosto pela informática/tecnologia (61,9%) e porque surgiu uma

oportunidade de emprego (29,0%). O destaque para a primeira opção evidencia,

também por essa via, os vínculos profissionais dos trabalhadores de TI com o setor.

Gráfico 9 – Motivo Principal para o Ingresso no Setor de TI

Page 17: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Vocação profissional, gosto pela informática/tecnologia

Porque surgiu uma oportunidade de emprego

Porque o setor remunera bem

Tinha a ilusão de que ia remunerar bem

Porque o setor oferece oportunidade de se tornar empreendedor

Tradição familiar

Porque nesse setor se pode contribuir para melhorar o mundo

Oportunidade de crescimento profissional

Oportunidade de concurso

Nenhum em particular

Outro

6 1.9 %

29.0%

3.1%

0.2%

2.0 %

0.2%

1.0%

0.5%

0.2%

0.2%

1.8%

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Outro aspecto a ser avaliado no que tange às tendências das relações de trabalho

se refere ao tema da jornada de trabalho. Quanto a isso, os entrevistados foram

perguntados sobre o tempo estimado de trabalho médio por semana no emprego

principal, ao que responderam conforme o Gráfico 10. Ou seja, majoritariamente

acusaram 40 horas semanais (78,5%). Trata-se de outro indício de predominância de um

padrão convencional de relação de trabalho: jornadas de 40 horas semanais. Contudo,

notam-se duas outras frequências com relevância: 44 horas (7,6%) e 30 horas (8,3%).

Gráfico 10 – Tempo estimado de trabalho médio por semana no emprego principal

Mais de 50h

50h

48h

46h

45h

44h

42h

40h

35h

30h

25h

20h

0.8%

2.5%

0.5%

0.5%

1.3%

7.6%

0.5%

75.8%

0.3%

8.3%

0.5%

1.3%

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Passando-se à análise do regime de contratação a que se encontravam submetidos

quando da realização da entrevista, os respondentes mais uma vez deram mostras de que

se encontravam sob ampla predominância de formas convencionais de contrato de

trabalho: 92,7% das respostas recaíram na opção contrato permanente com jornada

Page 18: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

integral, enquanto os contratos permanentes com jornada parcial e os contratos

temporários ou por prazo determinado tiveram ocorrências de apenas 6,5% e 0,8%,

respectivamente. Ver Gráfico 11. Essa informação completa e reforça as anteriores

sobre a baixa adoção no segmento de TI da RMR das novas modalidades de trabalho

como tendência global em amplos setores da economia (trabalho por tempo parcial,

trabalho temporário, contratos terceirizados, home office, coworking etc.).

Gráfico 11 – Regime de Contratação

93%

7% 1%

Contrato permanente com jornada integralContrato permanente com jornada parcialContrato temporário ou por prazo determinado

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Na análise do regime de remuneração também encontramos um quadro bastante

convencional, com quase 100% dos respondentes informando que percebiam salários

fixos, sem qualquer componente variável. Esta, somada às informações anteriores,

desmistificam a impressão de que se tem sobre o setor de TI em geral um exemplo de

modelo de flexibilização (quanto às modalidades de contratação, de gestão da jornada

de trabalho, de interação no ambiente de trabalho etc.)10. Ver Gráfico 12.

Gráfico 12 – Regime de Remuneração

10 Considere-se, contudo, que o Questionário não contemplou um quesito sobre Participação nos Lucros e Resultados – PLR, recurso que implica em tornar variável parte da remuneração.

Page 19: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

98 %

0%0%2 %

Salário fixoProporcional por produto/metaMisto, com menor parte fixa e maior parte proporcionalMisto, com maior parte fixa e menor parte proporcional

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

O tema da saúde relacionada ao trabalho é sempre algo de difícil apreensão, visto

que os próprios trabalhadores em geral não dispõem de informações e instrumentos para

relacionar uma situação à outra. Contudo, submetemos os entrevistados a uma primeira

pergunta sobre se os mesmos tinham conhecimento de problema de saúde neles

próprios. As respostas podem ser conferidas no Gráfico 13, referindo-se a stress, lesões

por esforços repetitivos, problemas de coluna, dores de cabeça e acidentes de trabalho

(foram listados ainda, mas sem ocorrências, desequilíbrio emocional e outros). Lesões

por esforços repetitivos (com 25,3%) e stress (com 19,9% de incidência) foram as que

mais se sobressaíram. Considere-se que 47,2% citaram pelo menos uma das opções

disponíveis, o que revela uma proporção bem relevante de trabalhadores que se

reconhecem portadores de alguma enfermidade.

Gráfico 13 – Tem ou teve problemas de saúde

20 %

80%

Stress

SimNão

25 %

75 %

Lesões por esforços repetitivos

SimNão

Page 20: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

2%

99 %

Problemas de coluna

SimNão

7%

93 %

Dores de cabeça

SimNão

2%

98%

Acidentes de trabalho

SimNão 47%

53%

Pelo menos um problema de saúde foi citado

SimNão

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Os stress apareceu com mais frequência nas empresas com até 10 empregados e

naquelas com 400 e mais empregados, ou seja nas menores e nas maiores. Quanto às

lesões por esforços repetitivos, praticamente não se observa diferenças por porte das

empresas. O mesmo ocorreu em relação ao reconhecimento do entrevistado de que porta

pelo menos um problema de saúde. Ver Tabela 3.

Tabela 3 – Tem ou teve problemas de saúde e Porte das EmpresasPorte das Empresas Total

Até 10 De 11 a 50

De 51 a 100

De 101 a 400

Acima de 400

Stress Não 75,8% 82,7% 83,3% 82,5% 76,2% 80,1%Sim 24,2% 17,3% 16,7% 17,5% 23,8% 19,9%

Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%Lesões por esforços repetitivos

Não 74,1% 72,7% 76,2% 79,7% 70,9% 74,7%Sim 25,9% 27,3% 23,8% 20,3% 29,1% 25,3%

Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%Problemas de coluna Não 98,5% 97,1% 98,8% 100,0% 98,3% 98,5%

Sim 1,5% 2,9% 1,2% 1,7% 1,5%Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%Dores de cabeça Não 95,5% 90,6% 97,6% 93,0% 90,7% 92,7%

Sim 4,5% 9,4% 2,4% 7,0% 9,3% 7,3%Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%Acidentes de trabalho Não 97,0% 100,0% 97,6% 96,5% 99,4% 98,3%

Sim 3,0% 0,0 2,4% 3,5% 0,6% 1,7%Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%Pelo menos um problema de saúde

Não 53,0% 52,5% 57,1% 53,1% 50,6% 52,8%Sim 47,0% 47,5% 42,9% 46,9% 49,4% 47,2%

Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Page 21: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Esse quesito, visto em relação a sexo, indica que em quase todas as opções as

mulheres apresentaram maiores proporções de reconhecimento de problemas de saúde.

Tabela 4 – Tem ou teve problemas de saúde e SexoSexo Total

Feminino MasculinoStress Sim 22,5% 18,8% 19,9%

Não 77,5% 81,2% 80,1%Total 100,0% 100,0% 100,0%Lesões por esforços repetitivos

Sim 32,0% 22,5% 25,3%Não 68,0% 77,5% 74,7%

Total 100,0% 100,0% 100,0%Problemas de coluna

Sim 1,7% 1,4% 1,5%Não 98,3% 98,6% 98,5%

Total 100,0% 100,0% 100,0%Dores de cabeça Sim 9,0% 6,6% 7,3%

Não 91,0% 93,4% 92,7%Total 100,0% 100,0% 100,0%Acidentes de trabalho

Sim 1,1% 1,9% 1,7%Não 98,9% 98,1% 98,3%

Total 100,0% 100,0% 100,0%Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Aos que admitiram ter algum problema de saúde, foi perguntado se o associava ao

trabalho. O resultado foi um percentual significativo entre os que responderam

positivamente (32,3% de todos os entrevistados, mais de duas vezes o percentual dos

que não conceberam tal relação, que atingiram 15,1%).

Gráfico 14 – Se Associa, ou Não, o Problema de Saúde ao Trabalho

32%

15%

53% SimNãoNão admitiu ter ou ter tido problema de saúde

Perguntamos, na sequência, sobre a faixa de renda bruta mensal individual do

entrevistado. No Gráfico 15 temos os resultados. Note-se que a maior parcela (42,5%) é

a dos que recebiam de R$ 2.089,98 a R$ 5.000,99. Se a esses somarmos os que

ganhavam acima de R$ 5.000,99 (23,8%) chegamos a 66,3% dos respondentes que

ganhavam acima de R$ 2.089,97, o que evidencia a condição diferenciada desse

Page 22: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

segmento de trabalhadores quanto ao nível de renda, algo já apreendido pelos dados da

RAIS, na primeira parte deste relatório.Gráfico 15 – Faixa de renda bruta mensal individual

4%

28%

43%

17%

7% 2%

Até R$ 988,19 (menor piso negociado para 2017)De R$ 988,20 a 2.089,97 (maior piso negociado para 2017)De R$ 2.089,98 a 5.000,99De R$ 5.001,00 a R$ 8.000,99Acima de R$ 8.000,99Não respondeu

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Na comparação entre os respondentes das empresas públicas e privadas, constata-

se que, enquanto nestas últimas 82,3% dos mesmos recebiam na ocasião da entrevista

até R$ 5.000,99, nas primeiras 70,6% ganhavam acima desse patamar: um contraste

salarial flagrante. Contudo, há que se notar que, mesmo no caso das empresas privadas,

os salários praticados se encontravam, em sua quase totalidade, bem acima do menor

piso da categoria (pelo menos 93,9% - não contabilizando os “não respondentes”). Ver

Tabela abaixo.

Tabela 5 – Faixa de renda bruta mensal individual e Natureza Jurídica das EmpresasNatureza Jurídica Total

Privada PúblicaRenda bruta mensal

Até R$ 988,19 (menor piso negociado para 2017) 4,6% 0,0 4,0%De R$ 988,20 a 2.089,97 (maior piso negociado para 2017) 32,4% 2,4% 28,1%De R$ 2.089,98 a 5.000,99 45,3% 25,9% 42,5%De R$ 5.001,00 a R$ 8.000,99 12,1% 48,2% 17,2%Acima de R$ 8.000,99 4,0% 22,4% 6,6%Não respondeu 1,5% 1,2% 1,5%

Total 100,0% 100,0% 100,10%Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Já no que se refere ao porte das empresas, conforme mostra a Tabela 6, nota-se de

modo geral que as menores empresas pagavam na ocasião os menores salários e as

maiores, os salários mais elevados, sendo bem diferenciados no caso das muito grandes.

Tabela 6 – Faixa de renda bruta mensal individual e Porte das EmpresasPorte das Empresas Total

Até 10 De 11 a 50

De 51 a 100

De 101 a 400

Acima de 400

Page 23: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Renda bruta mensal

Até R$ 988,19 (menor piso negociado para 2017)

0,0% 5,8% 7,1% 4,9% 1,7% 4,0%

De R$ 988,20 a 2.089,97 (maior piso negociado para 2017)

54,5% 35,3% 22,6% 24,5% 18,0% 28,1%

De R$ 2.089,98 a 5.000,99 33,3% 43,9% 52,4% 51,0% 33,1% 42,5%De R$ 5.001,00 a R$ 8.000,99 10,6% 11,5% 10,7% 13,3% 30,8% 17,2%Acima de R$ 8.000,99 0,0% 2,9% 4,8% 4,2% 15,1% 6,6%Não respondeu 1,5% 0,7% 2,4% 2,1% 1,2% 1,5%

Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Na distribuição desse quesito por sexo, evidencia-se que enquanto as mulheres

registram percentuais mais elevados nas faixas de renda inferior, os homens sobressaem

nas faixas de renda superior. Contudo, as diferenças registradas na pesquisa se

mostraram bastante convergentes.

Tabela 7 – Faixa de renda bruta mensal individual e SexoSexo Total

Feminino MasculinoRenda bruta mensal

Até R$ 988,19 (menor piso negociado para 2017) 4,5% 3,8% 4,0%De R$ 988,20 a 2.089,97 (maior piso negociado para 2017) 30,3% 27,2% 28,1%De R$ 2.089,98 a 5.000,99 41,6% 43,0% 42,5%De R$ 5.001,00 a R$ 8.000,99 17,4% 17,1% 17,2%Acima de R$ 8.000,99 4,5% 7,5% 6,6%Não respondeu 1,7% 1,4% 1,5%

Total 100,0% 100,0% 100,10%Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

No que se refere à cor/raça, como era de se esperar, as faixas salariais mais

elevadas se concentram nos brancos, seguidos pelos pardos, com os pretos em uma

destacada posição inferior.

Tabela 8 – Faixa de renda bruta mensal individual e Cor/RaçaCor/Raça Cor/Raça

Parda Branca PretaRenda bruta mensal

Até R$ 988,19 (menor piso negociado para 2017) 5,1% 2,3% 3,3% 4,0%De R$ 988,20 a 2.089,97 (maior piso negociado para 2017) 25,5% 25,0% 53,3% 28,1%De R$ 2.089,98 a 5.000,99 45,6% 43,5% 28,3% 42,5%De R$ 5.001,00 a R$ 8.000,99 15,3% 20,4% 11,7% 17,2%Acima de R$ 8.000,99 6,5% 7,9% 1,7% 6,6%Não respondeu 2,0% 0,9% 1,7% 1,5%

Total 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Ainda referindo-se ao tema trabalho, aos entrevistados foi perguntado sobre os

principais problemas enfrentados no dia-a-dia no trabalho, sendo-lhe oferecidas 10

opções mais uma 11ª, “outra”, destinada a possibilitar algum acréscimo se necessário,

segundo avaliação do entrevistado. Cada um deveria escolher até duas opções, sendo

que por ordem de importância. Com relação à primeira opção, como se vê na Tabela

abaixo, ganhou destaque tempo e condições de deslocamento de casa ao trabalho e

Page 24: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

vice-versa, com quase metade das citações (48,7%), o que corrobora a percepção de que

o problema da mobilidade urbana, especialmente relacionada ao trabalho (mas também

à escola e a outras atividades de grande necessidade), converteu-se nos últimos tempos

em um dos mais relevantes problemas do dia-a-dia nas grandes cidades brasileiras.

Acompanhou essa opção, embora de longe, a referência aos baixos salários (12,6%), ao

stress do dia-a-dia (11,3%) e ao baixo incentivo para o trabalho (5,0%). Digno de nota,

ainda, é o fato de 16,7% terem assinalado nenhum problema.

Gráfico 16 – Principais problemas enfrentados no dia-a-dia no trabalho (primeira opção)

Tempo e condições de deslocamento de casa ao trabalho e vice-versa

Stress do dia-a-dia (muita pressão)

Baixos salários

Baixo incentivo para o trabalho

Excesso de trabalho

Conflitos de relacionamento com colegas

Assédio moral das chefias

Dificuldade de conciliar estudo e trabalho

Discriminação de gênero

Falta de flexibilidade no horário de trabalho

Perda de direitos

Problemas com a gestão

Nenhum problema

48.7%

11.3%

12.6%

5.0%

1.7 %

1.5%

0.7 %

0.2%

0.3 %

0.2%

1.2 %

0.2%

16 .7%

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Para finalizar o eixo trabalho, foi perguntado aos entrevistados sobre seu

principal plano para o futuro. Seis opções, mais a alternativa “outro”, foi oferecida. O

destaque ficou para crescer neste ou em outro emprego (45,0%), seguidos de tornar-se

dono do seu próprio negócio (22,0%) e passar em um concurso público (12,9%), além

de outros. Veja, no Gráfico 17, como se distribuíram as preferências.

Gráfico 17 – Principal plano para o futuro

Page 25: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Crescer neste ou em outro emprego

Tornar-se dono do seu próprio negócio

Passar em um concurso público

Buscar melhoras longe de Pernambuco

Contribuir para ganhos coletivos no setor onde trabalha

Sair do ramo de TI

Aposentadoria

Pós-Graduação

Aguardar mudanças políticas com relação à TI

Emigrar

Emigrar para outro país

Filantropia

Home Office

Valorizar a família

Reduzir carga horária de trabalho

Não tenho planos

45.0%

22.0%

12.9%

7.6%

5.5%

2.3%

2.5%

0.5%

0.2%

0.2%

0.2%

0.2%

0.2%

0.2%

0.2%

0.5%

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Esse quesito, visto em relação a sexo, evidencia que é entre os homens em que o

horizonte de tornar-se dono de seu próprio negócio se apresenta com maior relevância,

enquanto para as mulheres o destaque fica para o horizonte do concurso público.

Tabela 9 – Principal plano para o futuro e SexoSexo Total

Feminino MasculinoPlano Crescer neste ou em outro emprego 44,9% 41,8% 45,0%

Tornar-se dono do seu próprio negócio 13,5% 23,7% 22,0%Passar em um concurso público 18,0% 10,1% 12,9%Buscar melhoras longe de Pernambuco 2,8% 9,6% 7,6%Contribuir para ganhos coletivos no setor onde trabalha 6,7% 4,7% 5,5%Aposentadoria 3,4% 1,6% 2,5%Outros 10,70% 8,50% 4,50%

Total 100,0% 100,0% 100,0%Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

2.3. Família

A pergunta seguinte se referiu à posição econômica do entrevistado em casa. Com

o Gráfico 74 constata-se que a esmagadora maioria ou se declarou provedor/a principal

(38,7%) ou que compartilha igualmente com outro/a a condição de provedor/a

(37,7%), o que totaliza 76,4% que se disseram participantes das responsabilidades de

provedor da casa onde mora. Se a esses se somam os que se declararam dependentes,

mas contribuem com o orçamento da casa (17,2%), sobraram muito poucos sem

responsabilidade alguma nas despesas da casa onde reside.

Gráfico 18 – Atual posição econômica em casa

Page 26: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

39%

38%

17%

4% 2%

Provedor/a principalCompartilha igualmente com outro/a a condição de provedor/aÉ dependente, mas contribui com o orçamento da casaDependente, sem contribuir com o orçamento da casaOutra situação

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Os homens apresentaram bem maior proporção relativa na condição de

provedor/a principal, enquanto as mulheres se destacaram na condição compartilha

igualmente com outro/a a condição de provedor/a.

Tabela 10 – Atual posição econômica em casa e SexoSexo Total

Feminino MasculinoAtual posição econômica em casa

Provedor/a principal 28,1% 43,2% 38,7%Compartilha igualmente com outro/a a condição de provedor/a

44,4% 35,0% 37,7%

É dependente, mas contribui com o orçamento da casa

18,0% 16,9% 17,2%

Dependente, sem contribuir com o orçamento da casa

6,2% 3,5% 4,3%

Outra situação 3,4% 1,4% 2,0%Total 100,0% 100,0% 100,0%

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Com a preocupação de buscar apreender as concepções e práticas dos

trabalhadores de TI na RMR no tema da família, foi perguntado aos entrevistados quais

os principais valores praticados na sua família de origem. Foram-lhes ofertadas 9

opções, mais a alternativa “outra”, sendo que cada um poderia escolher até duas sem

estabelecer ordem de prioridade. Dentre as escolhidas realizadas (totalizando 1.196

respostas), destacou-se a opção ser honesto (com 39,1%). Sabe-se que se trata, este, de

um valor tradicional, contudo pode ser que essa escolha tenha sido influenciada por um

contexto político no qual ganhou centralidade o tema da corrupção. Na sequência,

vieram as opções ser determinado (13,0%), respeitar a autoridade (12,8%) e ter fé

(11,9%), sendo que as duas últimas são de apelo claramente conservador. Ser solidário,

ter autonomia e ser livre, com apelos mais progressistas e libertários, apareceram em

Page 27: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

posições bem menos expressivas, 8,1%, 7,6% e 4,0%, respectivamente. Ver Gráfico 77

e Tabela 130.

Gráfico 19 – Principais valores na família de origem

3 9%

13%13%

1 2%

8%

8%

4 % 2%1 %1%

Ser honestoSer determinadoRespeitar a autoridadeTer féSer solidárioTer autonomiaSer livreSer focado nos próprios interessesSer espertoOutro

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Por último, no tema família, perguntou-se sobre, na família de origem, onde o

entrevistado foi ensinado a buscar os valores mais virtuosos. Mais uma tentativa de

apreender os valores familiares que influenciaram a formação dos trabalhadores em TI

da RMR. As respostas, diante de 9 opções disponibilizadas (mais a alternativa “outra”),

deveria recair sobre até duas opções, sendo que com ordem de prioridade indicada. No

que se refere à primeira opção, a preferência absoluta destinou-se à alternativa na

família (79,5%). A escolha por na escola veio em segundo lugar, mas com uma

proporção muito distante (12,3%). Foram citados com alguma relevância ainda na

religião (5,5%). No trabalho e todas as demais opções somaram 2,6%. Na política e na

autoridade pública não receberam registros. Ver Gráfico 78.

Gráfico 20 – Na família de origem, onde foi ensinado a buscar os valores mais virtuosos (primeira opção)

Page 28: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

79%

12%

5% 1 %1%0%0 %0%

Na famíliaNa escolaNa religiãoNo trabalhoNos amigosNa vida mundanaNas leisOutra

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

2.4. Escola

O tema escola, além do item geral sobre nível de escolaridade, referido nos dados

sociodemográficos, foi incrementado a partir de um conjunto específico de quesitos. O

primeiro deles perguntou ao entrevistado, quanto à sua trajetória escolar, se teria

ocorrido sempre em escola pública, sempre em escola privada ou em ambas. As

respostas (ver Gráfico 21) assim se distribuíram.

Gráfico 21 – Onde estudou (ou estuda)

20%

35%

45% Sempre estudou em instituições públicasSempre estudou em instituições particu-laresEstudou em escolas públicas e privadas

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Na sequência, foi perguntado aos entrevistados de onde vieram os principais

incentivos para o seu estudo. Foram-lhe oferecidas 6 opções, mais a alternativa “outro”,

sendo que a cada um era facultada a possibilidade de escolher duas opções, indicando

uma ordem de prioridade. Novamente a família se projetou ao centro das referências dos

respondentes (ver Gráfico 22). Sozinha, a opção da família de origem adquiriu 82,1%

Page 29: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

citações, seguidas de muito longe do trabalho (3,8%), de amigos (2,5%), do próprio

ambiente escolar (2,3%) e outras ainda menos relevantes.

Gráfico 22 – De onde vieram os principais incentivos para o seu estudo (primeira opção)

82%

4%

3%1%

2%0%8%

Da família de origemDo trabalhoDe amigosDo cônjuge/namorado/aDo próprio ambiente escolarDa religiãoOutra

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

De modo a se acercar melhor sobre como se coloca a relação entre escola e

trabalho para os trabalhadores de TI da RMR, os entrevistados foram perguntados sobre

quando começou a trabalhar, ao que se lhes foram disponibilizadas 4 opções: durante

ou ao término do ensino médio/técnico, durante o ensino superior, durante ou ao

término do ensino fundamental e após ser graduado/a. No Gráfico 23 constam as

respostas: 44,4%, 41,9%, 9,6% e 4,1%. Duas conclusões mais importantes: a

esmagadora maioria (86,3) entrou no mercado de trabalho enquanto cursava o ensino

médio ou o ensino superior; um percentual muito expressivo (46%) ingressou durante

ou ao término do ensino superior; a maioria (54%) ingressou durante ou ao término do

ensino fundamental ou médio/técnico.

Gráfico 23 – Quando começou a trabalhar

44 %

42%

10%4%

Durante ou ao término do ensino médio/técnicoDurante o ensino superiorDurante ou ao término do ensino fundamentalApós ser graduado/a

Page 30: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Seguindo no tema da relação escola e trabalho, aos entrevistados foi perguntado

sobre o que ocorreu com os estudos depois que começou a trabalhar. A esmagadora

maioria declarou que continuou os estudos (84,8%), ao que deve se somar uma outra

porção (7,6%) que informou ter saído da escola e retomado os estudos depois

(totalizando 92,4%). Apenas 5.3% saiu da escola e nunca mais voltou a estudar. Trata-

se de um segmento que, com dados como este, não apenas desenvolve uma atividade

profissional com forte associação com um relativamente elevado nível de escolaridade

(conforme já visto antes), como se mostra muito vinculado a uma contínua formação

escolar.

Gráfico 24 – Depois que começou a trabalhar

85%

8%5% 2%

Continuou os estudos

Saiu da escola e retomou os estudos depois

Saiu da escola e nunca mais voltou a estudar

Saiu da escola, mas fez ou tem feito cursos profissionalizantes desvinculados da formação escolar

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Perguntados sobre onde teve sua formação técnica em TI, apenas 21,5% declarou

que não tinha formação em TI. Para todos os demais (78,5%), sim. A maior parte destes

(48,3% de todos os respondentes) informou que tal formação foi obtida no ensino

superior completo e outros 15,7%, no ensino técnico e 5,1%, em curso

profissionalizante. Confirma-se, assim, também com essa informação, o caráter elevado

da formação escolar e profissional desse segmento de trabalhadores. Um detalhe a

Page 31: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

destacar: o percentual de autodidatas apresentou-se como irrisório, o que demonstra a

importância da diplomação e certificação escolar para o setor.

Gráfico 25 – Onde teve sua formação técnica em TI

Não tem formação em TI

Curso Profissionalizante

Ensino Técnico

Ensino Superior Incompleto

Ensino Superior Completo

Especialização

Mestrado

Na prática/Na empresa

Autodidata

2 1.5 %

5.1 %

15 .7%

0.8%

4 8.3 %

4 .0%

2.2 %

0.8%

1.5 %

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Os entrevistados foram ainda submetidos a uma outra questão relacionada à sua

formação profissional. Perguntou-se se o entrevistado estava na ocasião fazendo algum

curso na área de TI. Interessante constatar (ver Gráfico 26) que uma ampla maioria

declarou que não (69,1%), sendo que 45,9% admitiram que não planejam fazer no curto

prazo e 23,2% adiantaram que planejam fazê-lo no curto prazo. Entre os que disseram

que estavam fazendo algum curso, 13,4% informaram que se tratava de graduação,

7,3% de pós-graduação, 3,5% de curso técnico-médio e 6,6% de curso de capacitação

desvinculado da formação escolar.

Gráfico 26 – Está fazendo algum curso na área de TI

Page 32: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Sim, um curso de capacitação desvinculado da formação escolar

Sim, um curso técnico (nível médio)

Sim, um curso de graduação

Sim, um curso de pós-graduação

Não, nem planeja fazer no curto prazo

Não, mas planeja fazer no curto prazo

Não respondeu

6.6%

3.5%

13.4%

7.3%

45.9%

23.2%

0.2%

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Para finalizar o tema escola e para continuar perscrutando sobre os valores que

povoam o imaginário dos trabalhadores de TI da RMR, foi perguntado aos entrevistados

sobre os principais valores que devem orientar a educação escolar. Foram oferecidas 5

opções, mais a alternativa “outra”, ao que se pediu que escolhessem até duas, sem

estabelecer ordenamento. Ao final foram contabilizadas 1.146 respostas (94,87% do

máximo de 1.208 possíveis). Antes, quando perguntados sobre, na família de origem,

onde havia sido ensinado a buscar os valores mais virtuosos, na primeira opção, 79,5%

responderam na própria família. Agora, perguntados sobre os valores que devem guiar

prioritariamente a educação escolar, 37,4% das respostas citaram os valores centrados

na família. Em um segundo plano, apareceram ainda as citações dos valores centrados

no civismo e na cidadania (27,7%) e na ciência e na tecnologia (21,6%). Seguiram em

quarto lugar os valores centrados no mundo dos negócios (7,2%). Juntos, estes últimos

(civismo/cidadania, ciência/tecnologia e também mundo dos negócios), somando

56,5%, podem atuar como um contraponto aos valores de índole mais

tradicional/conservadora, a exemplo dos valores centrados na família e na religião, que

somados atingiram 42,7%. É significativo que, nessa matéria, os valores religiosos

tenham aparecido com posição muito pouco expressiva (5,3% das respostas). Ver

Gráfico 27.

Gráfico 27 – Principais valores que devem orientar a educação escolar

Page 33: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

37%

28%

22%

7%5% 1%

Valores centrados na famíliaValores centrados no civismo e na cidadaniaValores centrados na ciência e na tecnologiaValores centrados no mundo dos negóciosValores centrados na religiãoOutra.

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

2.5. Religião

Seguindo com a construção do perfil socioprofissional dos trabalhadores de TI na

RMR, passamos a tratar do tema da religião. Este que vem tendo destacada importância

no contexto atual, seja no campo político, comportamental ou cultural. Quisemos

apreender como trabalho e religião se associam na vida desses segmentos de

trabalhadores. A primeira pergunta versou sobre qual religião ou culto professa.

Embora a religião católica (39,9%) tenha aparecido em primeiro lugar, foi

surpreendente ter em segundo a opção sem religião (28,8%). A terceira posição ficou

com a religião evangélica, como era de se esperar, pelo crescimento que vem tendo no

país inteiro há décadas (19,7%). Ainda com algum relevância apareceu a religião

espírita (8,6%). As demais se posicionaram com percentuais irrelevantes. Ver Gráfico

28.

Gráfico 28 – Qual religião ou culto professa

40%

29%

20%

9%0%0%0%2%

CatólicaSem religiãoEvangélicaEspíritaTestemunha de JeováUmbandistaCandombléOutra

Page 34: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

2.6. Vida Social e Amizade

A opção no trabalho despontou como a mais citada (35,7%), seguida de no

ambiente familiar (22,6%), no ambiente escolar (9,2%), na vizinhança (8,9%), nas

redes sociais (7,4%), nos ambientes ligados ao lazer (7,1%) e outros menos relevantes.

Chama a atenção, em primeiro lugar, que há uma dispersão nas respostas. Não se

observou grande concentração em único um lugar, não obstante o destaque para o

ambiente de trabalho. Outra observação é a de que a família também aqui ganha citação

relevante, ao contrário de religião. Note-se, por outro lado, que nas 4 primeiras posições

se encontram 2 ambientes mais públicos e 2 mais privados, sendo que a soma dos dois

pesa, no entanto, a favor dos ambientes mais públicos (mesmo incluindo-se entre os

privados a sexta posição, referida a ambientes de lazer), com destaque para o trabalho.

Quanto ao tema da política (espaço por excelência da publicização da vida social), mais

uma vez, contudo, as escolhas dos entrevistados revelam um completo distanciamento.

Interessante observar, ainda, que as redes sociais parecem ter, na percepção dos

entrevistados, um papel subavaliado. Ao se tratar de uma categoria altamente

escolarizada e conectada, escola e redes sociais apareceram com pouca relevância. Para

uma melhor avaliação das possibilidades e dificuldades da perspectiva de construção de

uma identidade coletiva a partir do trabalho, deve-se levar em conta questões como

essa. No sentido de um aprofundamento desse tema, um aspecto relevante é buscar

especificar com mais apuro os tipos de laços que se estabelecem nos ambientes de

trabalho e da escola (a partir do coleguismo), no ambiente familiar (a partir do

parentesco) e em outros ambientes de convívio e socialização (amizade,

companheirismo etc.). Ver Gráfico 29.

Gráfico 29– Onde cultiva a maioria de suas amizades

Page 35: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

No trabalho

No ambiente familiar

No ambiente escolar

Na vizinhança

Nas redes sociais

Nos ambientes ligados ao lazer (bares, boates, restaurantes, festas etc.)

No convívio religioso

Nos ambientes ligados ao esporte

Nos ambientes ligados à política

Outra.

35.7%

22.6%

9.2%

8.9%

7.4%

7.1%

5.4%

2.5%

0.3%

0.9%

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

2.8. Política

No tema da política, a primeira questão foi sobre se este assunto desperta no

entrevistado muito, médio, pouco ou nenhum interesse. Conforme mostra o Gráfico 30,

curiosamente, pouco mais de um quarto dos entrevistados (25,7%) declararam ter muito

interesse, além de outros 34,9% que disseram ter médio interesse, totalizando 60,6%

com algum nível de interesse na política. Isso parece muito, se levarmos em conta a

pouca frequência com que o tema foi citado em outros momentos do questionário.

Gráfico 30 – Que interesse os assuntos políticos despertam

26%

35%

17%

23%

MuitoMédioNenhumPouco

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

No quesito seguinte, foi perguntado ao entrevistado se ele era, ou não, filiado a

partido político. Conforme mostra o Gráfico 31, o resultado foi acachapante: 96,2%

responderam que não. O interesse pela política, que se expressou no quesito anterior em

um nível razoável, não se traduz em engajamento em partidos políticos.

Page 36: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Gráfico 31 – Filiado a Partido Político

4%

96 %

SimNão

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Outro indicador do baixo engajamento na política por parte dos entrevistados

(para além de declarar algum nível de interesse pelo tema) se revelou com as respostas

sobre se participava, ou não, de uma lista de 13 formas de organização e ação (mais a

alternativa “outra”), dentre as mais comuns e em evidência nas práticas sociais e

políticas do país. Cada entrevistado poderia assinalar tantas opções quantas

correspondessem às suas práticas sociais e políticas. Curiosamente, ganharam um pouco

mais de destaque a opção grupo religioso (15,9%) e, em posição mais distante,

associação profissional (6,0%), além de grupo de jovens (4,6). A evidência nesses tipos

de participação social realça ainda mais o baixo conteúdo político dos respondentes. Por

outro lado, vale ressaltar que, mesmo com níveis baixos de participação nesses tipos de

atividades sociais e políticas, nota-se uma grande variedade de formas de envolvimento.

Gráfico 32 – Participa das seguintes associações ou movimentos

Associa

ção de moradore

s

Grupo de jovens

Grêmio/dire

tório estu

dantil

Grupo relig

ioso

Associa

ção cultu

ral

Associa

ção profissi

onal

Associa

ção empresarial

Movimento co

m atuação ambiental

Movimento co

m atuação na edu

cação

Movimento co

m atuação em saúde

Movimento co

m atuação em temas fe

ministas

Movimento co

m atuação em pautas d

e LGBTT

Movimento co

ntra a dis

criminação ra

cial Outr

o0.0%

10.0%

20.0%

30.0%

40.0%

50.0%

60.0%

70.0%

80.0%

90.0%

100.0%

Sim Não

Page 37: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Outra questão buscou, ainda, apreender o nível de engajamento político dos

entrevistados. Dessa vez, a pergunta versou sobre a participação nos últimos anos em

atividades políticas. O país tem vivido intensas mobilizações especialmente deste as

manifestações de junho de 2013. A inclusão desse quesito teve o propósito de avaliar se

e com que intensidade os trabalhadores de TI das RMR com elas se envolveram. A

pergunta distinguiu três situações: participação na forma presencial em lugares

fechados (escolas, clube, sede de associação, etc.); participação na forma presencial em

lugares abertos (praças, ruas, pátios, etc.); participação por meio virtual (redes sociais).

Para cada item, foram postas três opções: sim, poucas vezes; sim, muitas vezes; não.

Como se vê no Gráfico 33, os patamares de participação variaram de 21,7% (lugares

fechados) a 29,8% (lugares abertos) e 31,5% (meio virtual). Entre participar poucas e

muitas vezes, as situações se dividiram igualmente (lugares fechados), com vantagem

para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual).

Interessante notar que no tema vida social e amizade, o uso político das redes sociais foi

citado por apenas 1,6% dos respondentes, enquanto agora quase 32% declararam usar

esse meio com fins políticos. De outra parte, quando avaliamos os níveis de

envolvimentos dos entrevistados com movimentos, associações e grupos sociais e

políticos, constatamos baixos níveis de participação, enquanto agora revelam-se

percentuais bem mais elevados de participação em atividades políticas. Supomos que

ambas as discrepâncias têm a ver com o modo como a política tem entrado na vida das

pessoas comuns nesse contexto recente, ou seja, isso ocorre mais pela negação do que

por sua afirmação. As manifestações de massa dos últimos anos em muito tiveram como

eixo a crítica aos políticos e, por extensão, às instituições políticas e à própria política.

Entretanto, envolver-se com essas manifestações pode não ser percebido como

“participar da política”.

Gráfico 33 – Participação nos últimos anos em atividades políticas

Page 38: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

1 0%

11 %

7 8%

Na forma presencial em lugares fechados

Sim, poucas vezesSim, muitas vezesNão

1 8%

12 %

70 %

Na forma presencial em lugares abertos

Sim, poucas vezesSim, muitas vezesNão

15 %

17%

69%

Por meio virtual (redes sociais)

Sim, poucas vezesSim, muitas vezesNão

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Outra questão se referiu aos meios através dos quais os trabalhadores em TI da

RMR se informam e se orientam sobre assuntos políticos. Os entrevistados, diante de

uma lista de 10 opções (mais a alternativa “outro”), deveria escolher até duas, sem

ordem de prioridade. De um máximo de 1.208 respostas possíveis, contabilizaram-se

1.132 (93,71%). Nota-se, com o Gráfico 34, que a opção mais citada foi TV (31,2%), o

que sugere a importância que esse meio de comunicação ainda tem para a informação

política da população, ao que se somam as citações de jornais e revistas (15,5%) e

rádio (7,4%), contabilizando 54,1% que assinalaram formas convencionais de

comunicação. Contudo, a ocorrência da opção pelas redes sociais em segundo lugar

(26,0%), por outro lado, mostra o peso que tais meios já detêm nesse tema. De outra

parte, os dados abaixo também corroboram a constatação de que o ambiente do trabalho

está dissociado dos assuntos da política, assim como sindicatos/associações/movimentos

não aparecem como meios de informação e orientação política. Ainda: escola, religião e

família foram aqui postas à distância da informação e orientação política.

Gráfico 34 – Como se informa e se orienta sobre assuntos políticos

Page 39: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Pela TV

Pelas redes sociais

Pelos jornais e revistas

Pelo Rádio

No trabalho

Na família

Por meio de participação em associação/movimento

Em ambientes religiosos

Por meio do sindicato

Na escola

Outra. Qual:

31.2%

26.0%

15.5%

7.4%

4.8%

2.3%

1.0%

0.5%

0.8%

0.4%

10.2%

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Para continuar perscrutando sobre as concepções e valores que movem os

trabalhadores em TI da RMR, passamos a duas questões finais centradas nas opiniões

dos entrevistados. A primeira versou sobre como concebiam as prioridades da gestão

pública. Para tanto foram oferecidas 9 opções (mais a alternativa “outra”). Cada

entrevistado deveria assinalar até duas opções, sem necessidade de ordenamento. Foram

formuladas, ao final, 1.185 respostas (98,1% do total de respostas possíveis, que era de

1.208). Para uma melhor avaliação das respostas a dividiremos em três grupos:

combate à corrupção (21,9%), eficiência (7,8%), respeito à lei e à ordem (6,2%)

e atender às demandas do mundo dos negócios (0,3%) são componentes mais

fortemente presentes no discurso liberal-conservador, que mesmo com

diferenças internas têm participado de um alinhamento à direita no debate

político nacional;

justiça social (12,2%), democracia (7,8%) e distribuição de renda (4,1%)

constituem argumentos de um discurso mais à esquerda;

educação (com 27,8% de citações) e crescimento econômico (com 8,5%) podem

ser consideradas elementos de caráter mais neutro, porque podem compor os

discursos de um amplo espectro político, que vai de um campo mais à esquerda

a outro mais à direita.

As opções aqui referidas como liberal-conservadoras totalizaram 36,2%, as

associadas a uma posição mais progressistas/de esquerda, 24,1%, e as tomadas

como mais neutras politicamente, 36,3%. Considere-se que em um contexto de

forte polarização esquerda-direita, ao terceiro campo, que estamos tratando (com

Page 40: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

todas as aspas) como um campo neutro, foi reservado mais de um terço de

espaço. De outra parte, em um contexto de forte apelo ao tema da corrupção na

política, com as forças conservadoras em ascensão, uma posição secundária para

a opção combate à corrupção, mesmo com o campo liberal-conservador

contabilizando o mesmo percentual de citações do campo neutro e um tanto

mais do que o campo progressista/de esquerda, talvez indique que os

trabalhadores de TI da RMR não aderiram sem reservas à nova onda. Ver

Gráficos 35.

Gráfico 35 – Prioridades da gestão pública

Educação

Combate à corrupção

Justiça social

Crescimento econômico

Eficiência

Democracia

Respeito à lei e à ordem

Distribuição de renda

Atender às demandas do mundo dos negócios

Outra

27.8%

21 .9 %

1 2.2%

8.5 %

7.8%

7.8%

6.2%

4 .1%

0.3%

3.2 %

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

2.9. Sindicato

Ainda para os que se declararam sócios, inquiriu-se sobre o motivo principal para

tomar tal decisão. Importante constatar que a resposta majoritária (57,4%) partiu da

identificação do Sindicato como um órgão de defesa dos trabalhadores, o que somado

às opções o Sindicato tem uma posição combativa (3,7%) e sente identificação política

com a atuação do Sindicato (3,7%), totalizaram 64,8% de respostas favoráveis à

política do Sindicato. Contabilizaram-se ainda duas posições com menos convicção

política: O Sindicato oferece serviços úteis (6,5%) e não tem uma razão especial

(25,0%).

Gráfico 36 – Principal motivo para ser sócio do Sindicato

Page 41: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

57%25%

6%

4%4% 4%

É o órgão de defesa dos trabalhadoresNão tem uma razão especialO Sindicato oferece serviços úteisO Sindicato tem uma posição combativaSente identificação política com a atuação do SindicatoOutra

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Para os não sócios foi perguntado o motivo principal para não se associar ao

Sindicato. Neste caso, não ter uma razão especial foi o principal destaque (37,8%), o

que se supõe não haver da parte dos que assim responderam uma posição em princípio

anti-sindical. A esses pode se somar os que atribuíram a não filiação o fato de não

conhecerem o suficiente o Sindicato, os quais atingiram a segunda posição (22,3%). Na

soma, 60,1% não tem razão especial ou não conhece o suficiente. As posições mais

reticentes obtiveram, por consequência, frequências bem mais baixas: não acredita em

atuação de sindicatos (17,3%), não vê vantagens em se associar ao Sindicato (14,3%) e

acha cara a mensalidade do Sindicato (0,2%), totalizando 31,8%. Com tal

posicionamento (em uma atitude mais reticente) se colocou, portanto, menos de um

terço.

Gráfico 37 – Principal motivo para não ser sócio do Sindicato

3 8%

22%

17 %

1 4%

0%8%

Não tem uma razão especialNão conhece o suficiente o SINDPDNão acredita em atuação de sindicatosNão vê vantagens em se associar ao SINDPDAcha cara a mensalidade do SINDPDOutra

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

2.11. Outras Opiniões

Page 42: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Na sequência, e por último, veio uma bateria de questões, que versaram sobre a

Lei Maria da Penha, a redução da maioridade penal, a pena de morte, cotas raciais nas

universidades, cotas para alunos de escolas públicas, a Reforma da Previdência, a

privatização da Petrobrás, o direito ao aborto em caso de risco de vida para a mãe, o

direito ao aborto em caso de estupro, a liberalização da maconha para fins medicinais

e o direito de casamento para pessoas do mesmo sexo. Para cada um desses temas

foram disponibilizadas 4 opções: a favor, contra, não sabe e não quer opinar.

A partir do Gráfico 38, podemos analisar as respostas para cada tema. As

constatações mais importantes:

As respostas se mostraram, em geral, muito convictas, com baixos percentuais

destinados às opções não sabe e não quer opinar.

A Lei Maria da Penha consistiu praticamente em uma unanimidade.

Expressiva maioria (68,0%) se declarou a favor da redução da maioridade penal

(sendo maior a proporção entre os trabalhadores das empresas privadas),

enquanto apenas uma minoria (31,1%) se disse a favor da pena de morte (sendo

maior a proporção entre os trabalhadores das empresas privadas).

Uma minoria (38,4%) disse concordar com as cotas raciais, enquanto uma

maioria expressiva (71,4%) se declarou a favor das cotas para alunos de escolas

públicas (em ambos os casos observaram-se praticamente as mesmas proporções

entre empresas privadas e públicas).

Reduzidas parcelas dos respondentes se disseram a favor da Reforma da

Previdência (19,5%) e da privatização da Petrobrás (29,3%), sendo que

proporções bem maiores foram observadas, em ambos os caos, entre os

entrevistados de empresas privadas.

Grande maioria se expressou a favor do direito de aborto em casos de risco de

vida para a mãe e de estupro (73,8% e 73,2%, respectivamente), sendo que

neste último caso em proporção menor entre os trabalhadores de empresas

públicas.

Esmagadora maioria se disse a favor da liberalização da maconha (84,4%), em

proporções convergentes.

Page 43: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Ampla maioria, porém em menor proporção (68,9%), se disse a favor do

casamento entre pessoas do mesmo sexo, sendo em menor proporção entre os

trabalhadores de empresas públicas.

Em uma síntese geral, podemos dizer que prevaleceu amplamente as posições

mais identificadas com uma visão progressista dos temas político-

comportamentais, contra uma perspectiva mais conservadora-liberal. Na

primeira categoria estão os que se posicionaram a favor da Lei Maria da Penha,

das cotas para alunos de escolas públicas, do direito de aborto em caso de risco

para a mãe e de estupro, da liberalização da maconha para uso medicinal e do

direito de casamento entre pessoas do mesmo sexo, além de posições contrárias

à pena de morte, à Reforma da Previdência e à privatização da Petrobrás. Na

segunda categoria se posicionaram a favor da redução da maioridade penal e

contra as cotas raciais. Considere-se ainda que neste último caso foi quando se

registrou menor diferença entre a favor e contra.

Na comparação entre as respostas dos entrevistados das empresas públicas e

privadas, as posições majoritárias seguiram exatamente as mesmas tendências,

embora notando-se percentuais diferenciados em cada caso. Nos casos com

maiores diferenciações nota-se que os respondentes das empresas públicas

tenderam a posições mais conservadoras em matéria comportamental

(liberalização da maconha e casamento no mesmo sexo) e mais progressistas

nos temas penais (redução da maioridade penal e pena de morte) e político-

econômicos (Reforma da Previdência e privatização da Petrobrás).

Gráfico 39 – Opinião sobre

95%

2%1% 2%

Lei Maria da Penha

A favorContraNão sabeNão quer opinar

68%

23%

5%4%

Redução da Maioridade Penal

A favorContraNão sabeNão quer opinar

Page 44: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

31%

56%

7%

6%

A pena de morte

A favorContraNão sabeNão quer opinar

38 %

52 %

5 %5 %

Cotas raciais nas universidades

A favorContraNão sabeNão quer opinar

71%

24%

2% 3%

Cotas para alunos de escolas públicas

A favorContraNão sabeNão quer opinar

20%

66%

9%

5%

A Reforma da Previdência em curso

A favorContraNão sabeNão quer opinar

24 %

64 %

7%5%

A Reforma Trabalhista em Curso

A favorContraNão sabeNão quer opinar

29%

55%

10%

6%

A privatização da Petrobrás

A favorContraNão sabeNão quer opinar

74%

13%

6%

8%

Direito de aborto em quadro de risco para a mãe

A favorContraNão sabeNão quer opinar

73%

14%

5%

8%

Direito de aborto em caso de estupro

A favor

Contra

Não sabe

Não quer opinar

Page 45: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

84%

11%

3% 2%

A liberalização da maconha para fins medicinais

A favorContraNão sabeNão quer opinar

69 %

20%

3%9%

Direito de casamento entre pessoas do mesmo sexo

A favorContraNão sabeNão quer opinar

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

2.11. Índices como Instrumentos de Sínteses

Índice de Posição na Área de TI

Foram incluídos na sua composição 4 indicadores, cada um participando com o

mesmo peso proporcional (25% para cada um): nível de escolaridade, formação em TI,

função no emprego atual e renda bruta individual.

No Gráfico 40, evidencia-se uma distribuição que é crescente quanto mais alta a

posição do entrevistado, de modo que as duas primeiras (muito baixo, 7,1%, e baixo,

com 15,6%) somaram 22,7%, enquanto que 20,4% foi considerado com posição média

e a larga maioria (alto, com 23,4%, mais muito alto, com 33,5%, totalizando 56,9%)

pode ser considerada bem posicionada, reunindo alta escolaridade e formação,

exercendo as funções mais qualificadas e mais bem remuneradas. Isso corrobora as

informações também apuradas com os dados da RAIS, quando comparando-se esse

segmento com outros nota-se uma situação econômica e profissional claramente

diferenciada.

Gráfico 40 – Distribuição dos Entrevistados Segundo o Índice de Posição na Área de TI

Mu i t o B a i x o B a i x o M éd i o A l t o M u i t o A l t o

7.1

15.6

20.423.4

33.5

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Page 46: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Aplicando-se este Índice segundo o a Natureza Jurídica das Empresas, nota-se

(conforme Gráfico 41) no caso das empresas públicas há uma concentração maior nos

estratos médio, alto e muito alto, enquanto nas privadas as proporções de alto e muito

alto são equivalentes, mas há bem menos médio e bem mais baixo e muito baixo.

Gráfico 41 – Distribuição dos Entrevistados Segundo o Índice de Posição na Área de TI e Natureza Jurídica das Empresas

Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto

7.7

1718.5

23.4

33.4

3.5

7.1

31.8

23.5

34.1

Privada Pública

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

No que se refere ao Porte das Empresas (Gráfico 42), há uma significativa

presença de médio, muito alto e alto em todos os estratos, sobretudo nas empresas de

maior porte. Nos dois últimos estratos muito alto ganha total destaque. Ao contrário,

baixo aparece com maior peso relativo nos dois primeiros estratos. Curiosidade: muito

baixo ganha maior projeção no segundo e terceiro estratos.

Gráfico 42 – Distribuição dos Entrevistados Segundo o Índice de Posição na Área de TI e Porte das Empresas

Page 47: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Até 10 De 11 a 50 De 51 a 100 De 101 a 400 Acima de 400

6.1%

10.1% 10.7%

4.9% 5.2%

24.2%

20.9%

16.7%

11.9%10.5%

27.3%

18.7%

16.7%18.2%

22.7%22.7%

26.6%

31.0%

18.9%

20.9%19.7%

23.0%

25.0%

46.2%

40.7%

Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Na distinção por sexo (Gráfico 43), fica evidente o contraste do Índice, sendo mais

baixo para as mulheres e mais alto para os homens.

Gráfico 43 – Distribuição dos Entrevistados Segundo o Índice de Posição na Área de TI e Sexo

Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto

11.9

26.6

22

13.6

26

5.2

11

19.7

27.5

36.6

Feminino Masculino

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Índice de Flexibilização das Relações de Trabalho

Foram incluídos na sua composição 7 indicadores, os quais participaram com

pesos proporcionais diferenciados: tipo de contrato de trabalho (17%), com quem

interage mais frequentemente no trabalho (5%), onde despende o tempo de trabalho

(17%), jornada de trabalho (10%), regime de contratação quanto à jornada de

trabalho (17%), regime de remuneração (17%) e trabalho fora do horário padrão

(17%).

Page 48: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Conforme apurado, segundo o Índice proposto, nota-se (no Gráfico 44) uma

grande concentração (81,9%) na categoria muito baixo. Ficou evidenciado, ao longo da

análise, particularmente no segmento referido ao tema do trabalho, que o setor de

TI(sw) em Pernambuco não incorporou ainda, de modo significativo, as novas

tendências nos padrões de contratação e de remuneração, assim como as relações no

ambiente do trabalho e os modelos de gestão da jornada de trabalho.

Gráfico 44 – Distribuição dos EntrevistadosSegundo o Índice Flexibilização das Relações de Trabalho

Muito Baixo Baixo Médio Alto0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

81.9

13.93.8 0.3

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Índice de Participação Política e Sindical

Foram incluídos na sua composição 6 indicadores, os quais participaram com

pesos proporcionais diferenciados: interesse pela política (20%), filiado a partido

político (10%), participa de associações ou movimentos (25%), participou de

atividades políticas nos últimos anos (15%), participa das atividades do sindicato

(20%) e é sócio do Sindpd (10%).

Constata-se, pelo Gráfico 45, que os níveis de participação se apresentam de

modo geral muito baixos.

Gráfico 45 – Distribuição dos Entrevistados Segundo o Índice Participação Política e Sindical

Page 49: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

44.9

37.8

11.9

4.31

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Contudo, o contraste é acentuado se se observa sua aplicação por Natureza

Jurídica das Empresas. Nota-se uma situação diferenciada em favor dos entrevistados

das empresas públicas, onde se concentram os maiores percentuais entre os que foram

classificados nos grupos médio, alto e muito alto.

Gráfico 46 – Distribuição dos Entrevistados Segundo o Índice Participação Política e Sindical e Natureza Jurídica das Empresas

Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto

50

3 6.9

10.2

2.9

0

14 .1

43.5

22.4

12.9

7.1

Privada Pública

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

Gráfico 47 – Distribuição dos Entrevistados Segundo o Índice Participação Política e Sindical e Porte das Empresas

Page 50: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

Até 10 De 11 a 50 De 51 a 100 De 101 a 400 Acima de 400

45.5%

51.1%52.4%

49.7%

32.0%

36.4%

33.1%

40.5%

35.7%

42.4%

16.7%

11.5%

6.0%

9.1%

15.7%

1.5%3.6%

1.2%3.5%

8.1%

0.0% 0.0% 0.0%2.1% 1.7%

Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

No que se refere a sexo, as maiores diferenças se encontram nos segmentos muito

baixo e baixo, indicando um nível um pouco melhor de participação entre os homens

(Gráfico 48).

Gráfico 48 – Distribuição dos Entrevistados Segundo o Índice Participação Política e Sindical e Sexo

Muito Baixo Baixo Médio Alto Muito Alto

54.2

29.4

11.3

41.1

41.1 41.3

12.2

4.5

0.9

Feminino Masculino

Fonte: Pesquisa SINDPD-PE 2017

2.12. Principais Constatações

O segmento de trabalhadores de TI(sw) de Pernambuco tem um perfil

diferenciado do conjunto dos trabalhadores e, mesmo, dos demais trabalhadores

do segmento de TIC.

Levando-se em conta o perfil médio dos trabalhadores do estado, os

trabalhadores de TI(sw) são destacadamente jovens, de escolarização elevada,

relativamente bem remunerados e mais masculinizados. São, ainda,

Page 51: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

relativamente pouco numerosos, mas vem apresentando, mesmo com a crise,

uma persistente tendência de crescimento.

Por outro lado, constituiu-se nesse setor uma destacada e diferenciada identidade

socioprofissional, no qual ganham relevância a formação universitária, a

qualificação profissional, a necessidade de qualificação permanente, a

centralidade do conhecimento técnico como recurso de afirmação

socioprofissional.

Além disso, a presença majoritária do setor privado se consolida cada vez mais,

em contraste com um passado no qual prevaleceram as empresas públicas.

São marcantes os contrastes entre os trabalhadores das empresas públicas e

privadas, assim como o são no que se refere ao porte das empresas (medido pelo

número de trabalhadores contratados).

A crescente presença de empresas privadas e a disseminação de novas empresas,

entre pequenas, médias e grandes, tornou o segmento com maior presença de

jovens, de solteiros, morando sozinhos ou com os pais, mais escolarizados,

menos interessados no Sindicato e na política.

A regulação das relações de trabalho ganha um componente mais privado,

individualizado e centrado em temas e motivos profissionais (técnicos), tendo

sido no passado mais centrado, em contraste, na ação coletiva, na conquista de

direitos sociais e no tema da justiça social e da democracia.

Contudo, não há um quadro definido, tendências definitivas.

As relações de trabalho não se flexibilizaram, como se esperava que

acontecesse, levando-se em consideração tanto o contexto político que se vive

hoje, assim como a natureza do setor, parte constitutiva da economia

informacional.

Por outro lado, os sinais captados na pesquisa indicam que não estão

consolidadas posições anti-sindicais, politicamente retrógradas, sustentadas em

uma religiosidade conservadora.

Por diversos caminhos, foi possível constatar que há, sim, um segmento dotado

de posições liberal-conservadoras. Mas extremo oposto, com posições

claramente progressistas/de esquerda, há um segmento remanescente do período

anterior. Contudo, há ainda um terceiro segmento, composto por posições

intermediárias, mistas, contraditórias, muitas vezes marcado pela desinformação.

Page 52: SINDPD-PE · Web viewlugares fechados), com vantagem para o primeiro (lugares abertos) ou com vantagem para o segundo (meio virtual). Interessante notar que no tema vida social e

São três partes, sem contudo representarem porções iguais. É possível dizer que

a segunda é minoritária e esta última, majoritária.