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SÍNDROME DE GUILLAIN BARRÉ EM PACIENTE SUBMETIDO AO TCTH ALOGÊNICO: INTERVENÇÃO
FISIOTERAPÊUTICA PRECOCEFerrari, A.B; Paixão, A.A.; Souza, M. V; Bouzas, L. F. Instituto Nacional do Câncer INCA/CEMO - RJ - Brasil
INTRODUÇÃOA Síndrome de Guillain Barré (GBS) é uma complicação rara no
TCTH Alogênico. Trata-se de uma polineuropatia desmielinizante
inflamatória aguda, de caráter auto-imune. A fraqueza muscular,
principal característica da SGB, requer uma intervenção
fisioterapêutica precoce direcionada para a rápida e plena
restauração da função osteomioarticular.
OBJETIVODescrever um caso de GBS no D +28 de um TCTH alogênico
aparentado e apresentar um plano de tratamento
fisioterapêutico progressivo e bem sucedido adjuvante ao
tratamento clínico.
METODOLOGIAO atendimento foi realizado no CEMO/ Inca no período de março
a junho de 2010. Paciente W.M.S, 52 anos, sexo masculino,
pedreiro, diagnosticado com AAS em janeiro de 2009 e
encaminhado para este Centro em dezembro de 2009. Foi
submetido ao TCTH alogênico com recuperação neutrofílica no D
+ 23. No D + 28 iniciou sintomas de fraqueza muscular e
hipoestesia distal progressiva, simétrica e ascendente
apresentando diagnóstico cinético-funcional de tetraparesia com
predomínio em membros inferiores e parestesia em
extremidades. O aumento da proteína no líquor (59 mg/dl), o
exame clinico e complementar confirmou a GBS. Foi tratado com
2 cursos de imunoglobulina endovenosa (IgEV) por 5 dias
obtendo a recuperação parcial dos movimentos na terceira
semana após IgEV (D+ 45). Ao exame de força muscular
apresentava para membros inferiores grau 1 (dedos e
tornozelos), grau 2 (joelhos e quadris) e grau 3 para membros
superiores. A força muscular respiratória manteve-se
preservada (PImáx= - 100 cm H2O e PEmáx= + 80 cm H2O).
RESULTADOApós o diagnóstico clínico foram iniciados exercícios passivos e
ativos assistidos e alongamentos, técnicas de propriocepção
articular e exercícios respiratórios. Com a recuperação gradual
de força muscular iniciou-se exercícios ativos livres e resistidos,
treino de equilíbrio e ortostatismo com auxílio. Após 20 dias de
intervenção houve melhora na força muscular, o que garantiu a
postura de ortostatismo com auxílio do andador e maior
independência. Atualmente o paciente realiza marcha sem
auxílio e apresenta prova de força muscular com grau 5 (MSIS e
MSSS).
CONCLUSÃOO prognóstico da GBS após TCTH alogênico é particularmente
desfavorável. Existem apenas 26 casos reportados na literatura e
destes 25% dos pacientes necessitaram de suporte ventilatório
invasivo e 15% foram a óbito. Neste caso foi imprescindível o
rápido diagnóstico e tratamento interdisciplinar. O plano de
tratamento fisioterapêutico proposto, adjuvante ao tratamento
clínico possibilitou a recuperação progressiva da força muscular,
do equilíbrio, da marcha e principalmente a recuperação da
autoestima e independência funcional.
Auxílio Financeiro: Ministério da Saúde - INCA, FAPERJ, UFF