Sinestesia TNR

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Escola Secundria com 3 ciclo do E.B. de Sever do Vouga rea de Projecto (Biologia) 2009/2010

SINESTESIAGrupo I Professora coordenadora do projecto: Rosa Bastos

At que um dia, eu disse para o meu pai, eu percebi que para fazer um R tudo que eu tinha que fazer era escrever um P e depois fazer uma perninha a descer. E fiquei surpresa ao descobrir que podia transformar uma letra roxa em vermelha apenas adicionando um risco.Patricia Lynne Duffy, sinestsica e autora do livro Blue Cats and Chartreuse Kittens

SINESTESIArea de Projecto (Biologia) 2009/2010 (2 perodo) Grupo I Escola Secundria com 3 ciclo do Ensino Bsico de Sever do Vouga (trabalho corrigido segundo os critrios da professora coordenadora do mesmo projecto)

AgradecimentosA realizao deste trabalho, no apenas mrito do grupo I de rea de Projecto de Biologia, mas resultado da contribuio de vrias pessoas que participaram directa ou indirectamente para o seu desenvolvimento. Agradecemos a todas elas e, de forma particular: Santuza Mendona, por todo o apoio prestado e pela disponibilizao de informao via e-mail; professora Rosa Bastos, coordenadora do mesmo projecto. E por ltimo, um agradecimento a todos os alunos que se interessaram no tema e que com a sua vontade e disponibilidade visitaram o nosso site para visualizar tanto o projecto deste perodo como os resultados do projecto do perodo anterior.Grupo I, rea de Projecto (Biologia), 2009/2010 Escola Secundria com 3 ciclo do E.B. de Sever do Vouga

Resumo/Palavras-chave

Neste trabalho de pesquisa vamos falar de uma condio neurolgica, a qual no considerada uma doena e tem como nome sinestesia. A partir desta condio neurolgica quem tem sinestesia interpreta de diferentes formas os sinais vindos dos rgos sensoriais. Pode-se dizer, portanto, que estas pessoas tm sensaes mistas, quando os estmulos sobre o que vem, ouvem, cheiram e saboreiam misturam-se. Devido a este fenmeno, uma pessoa pode, por exemplo, ouvir msica e ver as cores dos respectivos sons, pode cheirar cores, ou at mesmo saborear palavras. Assim, conclui-se que a sinestesia no tem tratamento, mas tambm no apresenta qualquer incmodo vida dos sinestsicos.Palavras - chave: Sinestesia; Sentidos; Condio neurolgica; Teorias neurolgicas.

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SinestesiandiceIntroduo Pgina 9

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CAPTULO I: O QUE A SINESTESIA?o O que a sinestesia? o O que causa sinestesia? o Introduo histrica o Tipos de sinestesia Pgina 12 Pgina 12 Pgina 13 Pgina 14

CAPTULO II: SINESTESIA DENTRO DA NEUROLOGIA E PSICOLOGIAo Sinestesia dentro da neurologia e psicologia o Teorias da sinestesia Crianas sinestsicas Teoria da modularidade das funes perceptivas do crtex Teoria de Cytowic Teoria do cruzamento Cross-Modal Teoria da percepo moldada pelo meio ambiente Teoria das associaes aprendidas Teoria da falta de bainha de mielina Teoria gentica Teoria da hiperactividade cerebral Pgina 21 Pgina 21 Pgina 21 Pgina 22 Pgina 22 Pgina 22 Pgina 22 Pgina 22 Pgina 23 Pgina 18

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SinestesiaCAPTULO III: CASOS REAIS DE SINESTESIAo Casos reais de sinestesia Tori Amos Rollo Armstrong Steve Aylett Stephanie Carswell

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CAPTULO IV: OS SENTIDOSo Os sentidos Receptores sensoriais Modalidade da sensao: O princpio da Linha Rotulada Viso Audio Paladar Tacto Olfacto Importncia do olfacto no paladar Pgina 28 Pgina 29 Pgina 30 Pgina 32 Pgina 34 Pgina 35 Pgina 36 Pgina 37 Pgina 38

Concluso Bibliografia Anexos Apndices

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Sinestesiandice de figurasFIGURA Figura 1. Pr-do-sol Figura 2. Anatomia dos sentidos Figura 3. Quadro do Teste de Genuidade Figura 4. Figura 5. John Locke Figura 6. Sean Day Figura 7. Sinestesia Espelho-Toque Figura 8. Sinestesia Cor-Grafema Figura 9. Possvel viso sobre o efeito de LSDs Figura 10. LSD (caricatura) Figura 11. Figura 12. Localizao do tlamo Figura 13. Quadro representativo da sinestesia Figura 14. Figura 15. Kerchkove Figura 16. Cytowic Figura 17. Teoria gentica da sinestesia Figura 18. Teoria da hiperactividade cerebral Figura 19. Tori Amos Figura 20. Rollo Armstrong Figura 21. Steve Aylett Figura 22. Stephanie Carswell Figura 23. Os sentidos I Figura 24. Os sentidos II Figura 25. Localizao das reas sensoriais no crebro Figura 26. rgos dos sentidos Figura 27. Anatomia do olho Figura 28. Localizao dos msculos do olho Figura 29. Anatomia do interior do olho Figura 30. Constituio do interior do ouvido Figura 31. Constituio do interior da boca Figura 32. Constituio das camadas derme e epiderme Figura 33. Constituio do interior do nariz Figura 34. Localizao da regio olfactria no crebro Figura 35. Esquema representativo da aco do olfacto no paladar Figura 36. PGINA Pgina 9 Pgina 10 Pgina 12 Pgina 13 Pgina 13 Pgina 14 Pgina 16 Pgina 16 Pgina 18 Pgina 18 Pgina 19 Pgina 19 Pgina 20 Pgina 20 Pgina 21 Pgina 21 Pgina 22 Pgina 23 Pgina 25 Pgina 25 Pgina 26 Pgina 26 Pgina 28 Pgina 29 Pgina 29 Pgina 31 Pgina 32 Pgina 33 Pgina 33 Pgina 34 Pgina 35 Pgina 36 Pgina 37 Pgina 37 Pgina 38 Pgina 39

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SinestesiaIntroduo

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Imaginem ler este texto e cada letra dele assumir uma cor diferente diante dos seus olhos.u ento ao olhar um belo pr-do-sol com os seus tons de alaranjado e vermelho e de repente sentir o sabor de um doce. Estas so s algumas das manifestaes da sinestesia, uma condio neurolgica especial do crebro que interpreta de forma diversa os sinais vindos de nossos rgos sensoriais, notadamente a viso. No considerada uma doena ou defeito mental, apenas uma forma diferente do crebro interpretar os sinais. No passado era considerada apenas o fruto de mentes muito criativas e imaginativas, ou ento pura loucura mesmo. Actualmente so objecto de muito estudo para ajudar-nos a compreender o funcionamento de nossos sentidos e a sua interpretao no crebro.

O

Fig. 1 Viso de um belo pr-do-sol que, para ns (sendo no Etimologicamente, a palavra sinestesia composta pelo prefixo grego syn, sinestsicos), no nos significando junto, e aisthesis, sentido, sensao, percepo, sendo suscita qualquer sabor compreendida como fuso, interseco ou dilogo entre duas ou mais modalidades sensoriais. A sinestesia constitui-se como par antittico de anestesia - tambm do prefixo grego de negao an + a raiz aisthesis, com o mesmo significado acima anotado, denotando, em seu conjunto, a ideia de ausncia de sentidos, percepo ou sensaes . Com o desenvolvimento da mente humana e os consequentes artificialismos e seccionamentos do cultural, o homem especializou algumas modalidades sensoriais, priorizando, principalmente a viso, enquanto os demais sentidos, como dormentes, recostaramse sob as camadas e os recortes que recobrem o mundo ontolgico, o ser em si. Assim sendo, o homem, ser de percepo e comunicao sinestsicas, desde sua gnese, resgata, de modo instintivo, essa interseco vivente das potencialidades de seus rgos sensoriais e abandona o estado anestsico a que vem submetendo-se numa civilizao que lhe impe modos de ver e lhe pe em obstculo o dilogo do sentir. No crebro de um sinestsico as cores tm propriedades que no podemos imaginar, por exemplo o vermelho pode ser slido, o amarelo brilhante, uma barra de chocolate pode ter aroma de azul - escuro. Em alguns casos o tacto pode ser associado, como uma pancada no canto da mesa que remete cor castanha ou o laranja confuso. Isto no so conceitos culturais como dizer que vermelho quente e branco paz. So percepes fisiolgicas com respostas qumicas cerebrais, so realmente percebidas desta forma e de uma maneira particular a cada caso.

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Sinestesia

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No h certeza tambm quanto incidncia, pois muitas pessoas mantm segredo sobre a sua condio neurolgica. Em princpio, atinge mais mulheres e canhotos. A sinestesia pode acontecer desde o nascimento ou ser adquirida pelo uso de alguns medicamentos e drogas ou de leses no crebro. Muitas pessoas que j nasceram sinestticas no chegam a perceber que tm uma situao diferente da maioria das pessoas, pois para eles essa confuso de sentidos normal. Sendo que, para ns ver o mundo da maneira como o vemos perfeitamente normal, o que ns acabamos por mostrar neste trabalho exactamente o contrrio, existem pessoas no mundo que o vem e o sentem de maneira diferente e para essas pessoas o normal como elas o sentem, mas nem por isso so doentes (pelo menos no so doentes devido sinestesia)

Fig. 2

Tratando-se deste tema de todo o interesse e de toda a lgica definir cada um dos sentidos que possumos e descrever resumidamente como a que se processa essa informao recebida dos rgos sensoriais at ser transmitida e interpretada pelo crebro. Resta-nos dizer que com este trabalho tnhamos como um dos objectivos demonstrar comunidade escolar que esta condio neurolgica apesar de parecer bastante limitadora e incapacitadora, na realidade no o , e a prova disso que existem imensos artistas que usaram a sua sinestesia na arte. Alm disso, estas pessoas conseguem ter uma capacidade de aprendizagem e memria muito superior de quem no tem sinestesia. Ser diferente no sinnimo de doena ou de limitao, como se pode perceber com este trabalho existem diferenas que, por vezes, tornam as pessoas felizes de as terem e a sinestesia um excelente exemplo disso.

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Captulo I

O que a sinestesia?Escola Secundria com 3 ciclo do E.B. de Sever do Vouga | Grupo I Pgina 11

SinestesiaO que a sinestesia?

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D-se o nome de sinestesia ao fenmeno de troca dos sentidos, ou seja, a confuso neurolgica que provoca a percepo de mais de um sentido de uma s vez, a qual pode ser visual, olfactiva, tctil, auditiva ou gustativa. Embora muitos acreditem que a sinestesia trata-se de uma doena, esta no apresenta traos patolgicos e, segundo alguns estudiosos no tema, pode ocorrer a qualquer instante e em qualquer pessoa. Com isto, possvel que ao ler uma passagem num certo texto uma pessoa consiga sentir o cheiro de um perfume, ou at ao escrever uma frase e subitamente ouvir uma msica a que tenha associado. Curiosamente a maioria dos sinestsicos canhota e tem problemas em distinguir lado direito com lado esquerdo. A sinestesia pode ser diagnosticada por meio do Teste da Genuidade, TG, que avalia periodicamente a relao entre os estmulos recebidos e a reaco para tais. O teste feito com um grande quadro branco e preto com vrios nmeros iguais e espalhados, porm coloca-se poucos nmeros diferentes sobre o mesmo. Tais nmeros diferentes so facilmente percebidos pelos sinestsicos, pois os mesmos detectam esses por meio da diferena entre a colorao. Cada nmero possui sua colorao especfica podendo ser identificado rapidamente.

Fig. 3 Comparao entre como uma pessoa sem sinestesia v o quadro do TG ( esquerda), e como uma pessoa com sinestesia possivelmente o v ( direita).

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SinestesiaAs consequncias da sinestesia para a vida de uma pessoa variam bastante:

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Para algumas facilita a aprendizagem e a memria; Para outras, no interfere em nada; E ainda, em alguns casos (muito raro), pode causar incmodo pela grande quantidade de estmulos sensoriais recebidos ao mesmo tempo.

O que causa sinestesia?Este fenmeno igualmente associado a estados neurolgicos no patolgicos, provenientes de condies de excitao da mente ou de doses elevadas de criatividade. Uma sensao nasce na mesma fonte de que, normalmente, outra percepo teria procedncia, ou seja, um estmulo se origina do local de onde outro impulso sensorial teria seu ponto de partida. Da viso e olfacto, por exemplo, se confundirem em determinado momento. No entanto, as suas causas no so conhecidas, havendo variadas teorias.

Introduo histrica da SinestesiaA primeira pessoa a falar sobre sinestesia foi John Locke em 1690, quando relatou sobre um intelectual cego que reflectiu sobre coisas visveis e percebeu o que era a cor vermelha por meio do som de uma trompa. Porm, ointeresse cientfico pela sinestesia surgiu apenas no sc.XIX, desmitificando um pouco do culto que se fazia aos sinestsicos. Esta admirao era de tal ordem, que era comum, artistas fazerem-se passar de sinestsicos, ficando assim, mais prximo do invulgar, do excntrico e at da perfeio humana. O prprio Kandinsky, famoso artista plstico russo, chegou a admitir, o fascnio que sentia pelos sinestsicos, "essas pessoas com enorme sensibilidade" e levou-o a pegar neste conceito e apliclo como inspirao nas suas obras. O primeiro caso registado na medicina foi em 1922 com uma criana de quase quatro anos. Trata-se de um campo de estudos Fig. 5 John Locke relativamente jovem no qual o avanar das pesquisas poder dar-nos reflexos mais claros destas dimenses, proporcionando uma melhor compreenso acerca da unicidade do ser humano.

Fig. 4

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SinestesiaTipos de sinestesiaSean Day (ele prprio sinestsico), professor de ingls na Taiwan National Central University, depois de analisar 175 casos, conseguiu identificar 19 tipos de sinestesia mais comuns. O caso mais raro de sinestesia que se deparou foi o de pessoas que sentiam texturas, pressionando a pele, enquanto olhavam para os objectos. Portanto, existem vrios tipos de sinestesia, que podem acontecer isoladamente ou em conjunto: Fig. 6 Sean Day

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Tipos de sinestesiaCor grafema (unidade fundamental ou mnima de um sistema de escrita) Dor sabor Dor som Dor cor

DescrioAs cores so associadas a nmeros, palavras ou letras; Associar dores a paladares; Associar dores a sons; Dores so associados a fenmenos visuais de cor; Sentimentos so associados a fenmenos visuais de cor; Sentimentos so associados a cheiros; Sentimentos so associados a dores; Sentimentos so associados a sabores; Sentimentos so associados a diferentes temperaturas; Sentimentos so associados a diferentes texturas; Sentimentos so associados a flavores;

Emoo cor Emoo odor Emoo dor Emoo sabor Emoo temperatura Emoo toque Emoo flavor (sensao fisiolgica da interaco do paladar e olfacto) Espelho toque

Quando uma pessoa tem as mesmas sensaes fsicas que outras, inclusive a dor. (exemplo: ao ver algum a levar um belisco, a pessoa tem a mesma sensao); Possibilidade de associao de uma slaba ou outra forma de escrita a uma cor;

Grafema (unidade fundamental ou mnima de um sistema de escrita) cor

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SinestesiaOdor cor Odor sabores Odor sons Odor temperatura Odor sabores Orgasmo/Clmax cor Cheiros so associados a fenmenos visuais de cor; Associar cheiros a diferentes sabores; Associar cheiros a diferentes sons; Associar cheiros a temperaturas diferentes; Associar cheiros a paladares;

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A concluso do ciclo de resposta sexual associado a fenmenos visuais de cor; As palavras so associadas a sabores; Associao de uma personalidade de uma pessoa a um cheiro; Associao de uma personalidade de uma pessoa a uma textura; Associao de uma personalidade de uma pessoa a uma cor envolvente da mesma; Os sabores so associados a sensaes fsicas/texturas; Os sabores so associados a sons; Os sabores so associados a diferentes temperaturas; Os sabores so associados a diferentes texturas; Associar sons a paladares; Associar sons a movimento; Aos sons so associados sabores diferentes; Os sons so associados a cores; Associar temperaturas a diferentes paladares; Associar temperaturas a diferentes sons; Diferentes temperaturas so associados a fenmenos visuais de cor; Associar uma textura a um sentimento; Associar uma textura a um paladar; Associar uma textura a um cheiro; Associar uma textura a um som;

Palavra sabor Personalidades odor Personalidades toque Personalidades cores de auras

Sabor toque Sabor som Sabor temperatura Sabor toque

Som sabor Som cintica (movimento) Som paladar Som cor Temperatura sabor Temperatura som Temperatura cor

Toque emoo Toque sabor Toque odor Toque som

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SinestesiaToque temperatura Toque cor

A.P. (Biologia)Associar uma textura a uma temperatura; Texturas so associadas a fenmenos visuais de cor; Cores diferentes so associadas a unidades de tempo; Associar imagens visuais a movimento; Associar imagens visuais a cheiros; Associar imagens visuais a sons; Associar imagens visuais a temperaturas; Associar imagens visuais a texturas;

Unidades de tempo cor

Viso cintica (movimento) Viso odor Viso som Viso temperatura Viso toque

Fig. 7 Exemplo da sinestesia espelho-toque.

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Fig. 8 Uma pessoa com sinestesia cor-grafema pode associar uma cor a cada letra do alfabeto.

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Captulo II

Sinestesia dentro da neurologia e psicologia

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Fig. 9

Sinestesia dentro da neurologia e psicologiaDrogas do tipo alucinognios (LSD*) permitem que pessoas comuns possam experimentar estados neurolgicos alterados levando ao estado de sinestesia, isso por sua vez comprova que (tanto ao nvel psquico, como a fsico) o indivduo sinestsico tem capacidades de reteno comuns por parte dos sistemas sensoriais, mas a nveis de interpretao cerebral distinto de outros indivduos.

*LSD Tambm conhecido pela gria popular por cido, pills uma droga com aco alucinognia ou psicadlica, no tem dependncia fsica mas pode ter psicolgica.

Fig. 10 Como se pode verificar, o uso de LSD provoca uma desregulao qumica do tlamo (pela libertao de serotonina e dopamina), o que acarreta um efeito sinestsico.

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SinestesiaSinestesia dentro da neurologia e psicologiaNo crebro onde as sensaes se realizam. Os impulsos chegam ao crebro por meio dos neurnios sensoriais, os quais so todos iguais, no importando, portanto, de onde partam. composto por uma vasta rede de comunicaes, neurnios, que fazem a transmisso de informao atravs de sinapses. Normalmente as pessoas nascem com mais ligaes entre os neurnios do que as necessrias e vo sofrendo cortes durante o amadurecimento do crebro que leva aproximadamente 20 anos. Estes cortes so reconhecidos por poda cerebral que vai permitir ao crebro estabelecer ligaes mais rpidas e mais eficientes. Quando o crebro salta uma fase de corte pode alterar a interpretao sensorial por parte do crebro, levando ao estado de sinestesia. As variaes nos tipos de sinestesia que os sinestsicos possuem, derivam deste facto. Logo, a poda cerebral no realizada num sinestsico pode ser diferente da poda cerebral realizada noutro sinestsico, criando vrios tipos de sinestesia.

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Fig. 11

O tlamo, constituinte do sistema lmbico, decide para onde enviar os dados sensoriais recebidos (os olhos, dos ouvidos, da pele, ou da boca), para a respectiva rea do crtex cerebral, de onde o tlamo deixa passar as informaes para o cerebelo e o bolbo raquidiano. Provoca, ainda sensaes como a presso (aperto), temperaturas extremas e at dor. Juntamente com outras reas do crebro responsvel pela memria e aprendizagem.

O sistema Lmbico:

Fig. 12 Constituintes do sistema lmbico

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A sinestesia uma confuso no processamento dos dados dos sentidos e pode aparecer nas mais variadas formas. Trata-se de uma disfuno cerebral, na parte mais primitiva do crebro, o sistema lmbico, que mistura sensaes e a mediao das emoes.

Segundo Baron-Cohen e Harrison existem dois nveis diferentes de sinestesia:A sinestesia propriamente dita pode ser constitutiva (neurolgica, de nascena); adquirida por disfuno neurolgica (atravs de leses, acidentes, cirurgias); ou consequncia do uso de drogas psico activas (LSD, haxixe, mescalina, etc). A pseudo-sinestesia, por sua vez, d conta das metforas (incluindo trabalhos artsticos) e de associaes mnemnicas, aprendidas pelo hbito e uso cultural.

Fig. 13 Quadro representativo desta condio neurolgica (interpretao da sinestesia por um pintor).

A sinestesia constitutiva caracteriza-se por ser vivida no espao que circunda o corpo (peri - personal) de forma projectada. Apesar de ser automtica e involuntria, a sua intensidade afectada pela ateno dedicada. As percepes so duradouras (a sua forma no se altera com o tempo) e genricas (no - elaboradas: bolas, linhas, espirais, etc). Tambm no pode ser aprendida e nem se assemelha ao resultado de drogas.

Fig. 14

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SinestesiaTeorias da sinestesia:

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Mas, afinal, porqu que pouqussimas pessoas desenvolvem sinestesia, enquanto a imensa maioria no sequer capaz de entend-la? No h consenso no meio cientfico e existem bastantes teorias. Crianas sinestsicas: Kerckhove (1997) expe, que bebs, recm-nascidos, tendem a perceber uma enorme diversidade de sons e que essa faculdade parece diminuir muito, medida que se instala no seu ambiente lingustico familiar. Basbaum (2002), por sua vez, explicita que os recm-nascidos formam esquemas primrios de percepo, sem distino de modalidades, com intercruzamentos modais, o que os torna sinestsicos, pelo menos at aos trs meses de idade.Fig. 15 Kerckhove

Teoria da modularidade das funes perceptivas do crtex: Segundo a qual a percepo sinestsica ocorre quando h um rompimento da modularidade1 pela qual o crebro distingue diferentes inseres perceptivas. A base dessa teoria o modelo fodoriano, da mente, no qual diferentes funes so desempenhadas por uma hierarquia de mdulos corticais que processam cada qual um tipo especfico de informao, como se fossem computadores. Os mdulos so insensveis aos objectos cognitivos ltimos (isto , representao completa da realidade).Modularidade1 o termo para o projecto de um sistema que composto de vrias partes que podem ser trocadas.

Teoria de Cytowic: Cytowic prope que a sinestesia no uma funo do crtex no sentido convencional, depende somente do hemisfrio esquerdo do crebro, e acompanhada por mudanas no metabolismo fora do neocrtex que resultam em intensificao da expresso lmbica (Cytowic, 1997). A sinestesia ocorre quando processos normais do sistema lmbico (e gerais percepo) seriam libertados noutros percursos neurais (pela queda do metabolismo cortical), havendo como que um desvio de informao.Fig. 16 Cytowic

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Sinestesia

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Teoria do cruzamento Cross modal: Marks procura caracterizar dimenses comuns entre as percepes visual e auditiva, e inicia localizando uma relao directa entre a frequncia dos sons audveis e a dimenso visual de brilho, comum aos sinestsicos e aos no sinestsicos. Marks aponta para dimenses comuns a todas as modalidades perceptivas, que se reflectem na relao som-cor, mas so propriedades de todos os sentidos. Teoria da percepo moldada pelo meio ambiente: O desenvolvimento de reas do crtex em certa medida funo do uso ou do estmulo mais intenso a estas reas durante o perodo de maturao das estruturas cerebrais. Assim sendo, todos poderiam tornar-se sinestsicos, se submetidos aos mesmos estmulos no perodo adequado.

Teoria das associaes aprendidas: A sinestesia constitutiva ocorreria em funo de associaes aprendidas no decorrer da educao, como por exemplo, o uso de alfabetos com letras coloridas para facilitar a alfabetizao. Teoria da falta da banha de Mielina: Hiptese em que um estmulo provoca o rearranjo qumico funcional que induz o crebro a interpret-lo tambm como outra forma perceptiva.

Teoria gentica: Apesar das diversas dificuldades para a colheita de dados e pesquisa, estudos afirmam que origens genticas esto profundamente ligadas s causas da sinestesia. Padres observados em pesquisas, ainda em fases preparatrias, indicam uma hereditariedade ligada ao cromossoma X. Estudos apontam que mesmo em famlias sinestsicas, as experincias so diversas, levando a crer que o gene (ou genes) envolvidos no so responsveis pelo tipo de sinestesia. Factores como a expresso do gene e as influncias ambientais parecem participar nessas manifestaes.

Fig. 17

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Sinestesia Hiperactividade cerebral: Sendo a teoria que a comunidade cientfica melhor aceita, segundo esta teoria a sinestesia seria causada por falhas num mecanismo conhecido como poda neural, que atinge seu pico na puberdade e leva perda de uma enorme quantidade de sinapses. Um descarte selectivo, em que o crebro elimina conexes neurais de pouca relevncia. No adulto com sinestesia, esse fenmeno no teria ocorrido plenamente, e entre as sinapses que deveriam ter sido extintas esto aquelas que agora provocam o cruzamento e a contaminao dos sentidos. Nos ltimos anos, algumas evidncias obtidas em pesquisas com filhos de macacos mostram que uma srie de conexes entre distintas reas sensoriais do crebro, como os crtex visual e auditivo, no resiste poda neural da juventude. A consequncia mais intrigante deste raciocnio, caso esteja correcto, a de que toda criana sinestsica. Devido a bvias limitaes de experincias com seres humanos, no ser fcil comprovar que a sinestesia causada por falhas na poda neural. Em compensao, verificar a possvel sinestesia natural das crianas talvez seja um pouco menos complicado.

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Fig. 18

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Captulo III

Casos reais de sinestesiaEscola Secundria com 3 ciclo do E.B. de Sever do Vouga | Grupo I Pgina 24

SinestesiaPessoas com sinestesia

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Tori Amos: Cantora / compositora / pianista (nascida em 22 de agosto de 1963) Msica cor "A msica aparece-me como filamentos de luz. Eu tenho visto desta maneira por mais de 35 anos, e eu nunca vi uma estrutura de uma cano repetida e tambem nunca vi uma combinao de luz repetida em estruturas harmnicas ao longo da minha vida, basta imaginar olhar pelo melhor caleidoscpio de sempre."

Calidoscpio um aparelho ptico formado por um pequeno tubo que, atravs do reflexo da luz apresenta combinaes diversas e agradveis a nivel ocular.

Fig. 19 Tori Amos

Rollo Armstrong: Produtor / mixer / membro do banda Faithless (nascido em 1967). Msica cor "Ele segue com os grandes traos, texturas e cores - assim que ele ouve msica. Ele tem sinestesia (fenmeno onde os sons tm cor). Ele diz: "tornam-se muito tristes, como um dia de chuva, eu quero escutar o som do trovo e continuar com todos os bits at ao final." Fig. 20 Rollo Armstrong

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SinestesiaSteve Aylett: Escritor britnico (nascido em 1967). Msica cor

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"No to estranho ou incomum como feita para ser - apenas um pouco de mistura de sentidos diferentes. Por isso eu vejo a msica, provo algumas cores etc. Acho que a coisa da msica muito comum, mas as pessoas dizem para elas mesmas que, no verdade o que est surgindo."

Steve Aylett Fig. 21 Steve Aylett

Stephanie Carswell: Actriz australiana / soprano (pera) (nascida em 1985). Grafema cor "Segunda-feira amarelo, tera-feira um vermelho muito profundo; quarta-feira uma espcie de erva-verde; quintafeira um verde mais escuro, mas ainda muito brilhante; sextafeira sempre me confundiu, muito escuro, azul ou cinza; e sbado branco, e domingo uma espcie de cor de pssego claro. Para quem no entende o que est acontecendo aqui, eu tenho uma condio neurolgica chamada sinestesia, o que significa que eu "observo" as palavras com cores. Fig. 22 Stephanie Carswell

Stephanie Carswell

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Captulo IV

Os sentidosEscola Secundria com 3 ciclo do E.B. de Sever do Vouga | Grupo I Pgina 27

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Os sentidos(Viso, audio, paladar, olfacto e tacto)

Os sentidos fundamentais do corpo humano - viso, audio, tacto, paladar e olfacto - constituem as funes que proporcionam o nosso relacionamento com o ambiente. Por meio dos sentidos, o nosso corpo pode perceber muita coisa do que nos rodeia; contribuindo para a nossa sobrevivncia e integrao com o ambiente em que vivemos. Existem determinados receptores, altamente especializados, capazes de captar estmulos diversos. Tais receptores, chamados receptores sensoriais, so formados por clulas nervosas capazes de traduzir ou converter esses estmulos em impulsos elctricos ou nervosos que sero processados e analisados em centros especficos do sistema nervoso central (SNC). A estrutura e o modo de funcionamento destes receptores nervosos especializados diverso. Fig. 23

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SinestesiaTipos de receptores sensoriais:

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Fig. 24

A entrada de informao para o sistema nervoso feita atravs de receptores sensoriais, que detectam estmulos sensoriais como o tacto, som, luz, dor, frio e calor. H cinco tipos bsicos de receptores sensoriais: Os mecanoreceptores: que detectam a compresso ou o estiramento mecnico do receptor ou dos tecidos adjacentes ao receptor; Os termoreceptores: que detectam alteraes da temperatura, alguns receptores detectando frio e outros o calor; Os nocireceptores: (receptores de dor) que detectam leses a ocorrer nos tecidos, quer leses fsicas como qumicas; Os receptores electromagnticos: que detectam a luz na retina do olho; Os quimioreceptores: que detectam o sabor na boca, os odores no nariz, o nvel de oxignio no sangue arterial, a osmolalidade dos lquidos corporais, a concentrao de dixido de carbono e talvez outros factores que constituem a parte qumica do corpo.

Em geral, os receptores sensoriais podem ser simples, como uma ramificao nervosa; mais complexos, formados por elementos nervosos interconectados ou rgos complexos, providos de sofisticados sistemas funcionais.

Fig. 25 Representao das reas sensoriais no crebro.

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SinestesiaModalidade da sensao: O princpio da Linha RotuladaCada um dos principais tipos de sensao que podemos experimentar: dor, tacto, viso, som, e assim por diante - chamada de modalidade da sensao. No entanto, apesar do facto de experimentarmos essas diferentes modalidades da sensao, as fibras nervosas transmitem apenas impulsos. Portanto, como que diferentes fibras nervosas transmitem diferentes modalidades da sensao? Cada feixe termina num ponto especfico no sistema nervoso central, e o tipo de sensao percebida quando uma fibra nervosa estimulada determinado pelo ponto no sistema nervoso ao qual a fibra conduz. Por exemplo, se uma fibra da dor for estimulada, a pessoa percebe dor, qualquer que tenha sido o tipo de estmulo que excita a fibra. O estmulo pode ser electricidade, o hiper-aquecimento da fibra, o esmagamento da fibra ou a estimulao das terminaes nervosas da dor, por leso das clulas do tecido. Em todas essas situaes, a pessoa percebe dor. Do mesmo modo, se uma fibra do tacto for estimulada pela excitao de um receptor tctil, electricamente ou de qualquer outra maneira, a pessoa percebe tacto, porque as fibras tcteis levam a reas tcteis especficas no crebro. De modo semelhante, as fibras provenientes da retina do olho terminam nas reas da viso do crebro, as fibras do ouvido terminam nas reas auditivas do crebro e as fibras da temperatura terminam nas reas da temperatura. Esta especificidade de fibras nervosas para a transmisso de apenas uma modalidade de sensao chamada de princpio da linha rotulada.

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Fig. 26 rgos dos sentidos

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Viso

Fig. 27 Anatomia do olho. Embora o olho seja o rgo sensorial da viso, a viso inclui no s a habilidade de detectar a luz (as ondas electromagnticas no espectro visvel) e as imagens mas tambm a de as interpretar (ou seja, ver). Por isso, no sentido mais amplo da palavra viso (de percepo visual), esta requer a interveno de zonas especializadas do crebro (o crtex visual) que analisam e sintetizam a informao recolhida em termos de forma, cor, textura, relevo, etc. A viso por isso a percepo das radiaes luminosas, compreendendo todo o conjunto de mecanismos fisiolgicos e psicolgicos pelos quais estas radiaes determinam impresses sensoriais de natureza variada, como as cores, as formas, o movimento, a distncia e o relevo.

O olho nico no sentido de que capaz de se movimentar em vrias direces para maximizar o campo de viso e, alm disso, protegido de ferimentos por uma cavidade ssea chamada cavidade orbital. O olho fica embutido em gordura, que lhe fornece amortecimento. As plpebras protegem o olho por meio do ato de piscar. E isso tambm mantm a superfcie do olho hmida ao espalhar as lgrimas sobre os olhos. Os clios e sobrancelhas protegem o olho de partculas que podem feri-lo. H seis msculos ligados esclera para controlar os movimentos do olho.

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SinestesiaAqui esto eles:Msculo Recto medial Recto lateral Recto superior Recto inferior Oblquo superior Oblquo inferior

A.P. (Biologia)Funo Principal Move o olho em direco ao nariz Move o olho na direco contrria ao nariz Eleva o olho Abaixa o olho Faz a rotao do olho Faz a rotao do olho

Fig. 28 Localizao dos msculos do olho.

A viso das cores:Diferentes cones so sensveis s diferentes cores da luz. Todas as teorias acerca da viso das cores baseiam-se na observao de que o olho humano capaz de detectar quase todas as gradaes de cor, quando as luzes monocromticas: vermelha, verde e azul so apropriadamente misturadas em diferentes combinaes.

Fig. 29 Anatomia do interior do olho.

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Audio

Fig. 30 Estrutura do ouvido.

O som uma onda mecnica produzida pela compresso e descompresso do ar, captado pelo nosso ouvido - o qual formado pelo ouvido externo, ouvido mdio e o ouvido interno descodificado e interpretado por uma regio denominada crtex auditivo. Como que as pessoas percebem o som? As ondas sonoras aps atingir a orelha so encaminhadas para o interior do canal auditivo, local onde est localizada uma fina membrana que chamada de tmpano. O tmpano muito delicado e sensvel, de modo que pequenas variaes de presso so capazes de coloc-lo em estado de vibrao. Essas vibraes so transmitidas a um conjunto de trs pequenos ossos denominados de martelo, bigorna e estribo. As vibraes passam primeiro pelo martelo, que ao entrar em vibrao acciona a bigorna e este finalmente faz o estribo vibrar. Durante esse processo as vibraes so ampliadas de forma que o ouvido passa a ter capacidade de perceber sons de intensidades muito baixas. Aps serem ampliadas, as vibraes alcanam o ouvido interno, o qual possui forma de um caracol. Dentro dessa pequena estrutura existem pequenos plos e um lquido que facilita a propagao do som. Aps passar por essa estrutura, as ondas sonoras estimulam clulas nervosas que enviam, atravs de um nervo auditivo, os sinais ao crebro humano. J no crebro esses sinais sofrem inmeras modificaes, que no final fazem com que o ser humano tenha a percepo do som.

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PaladarO paladar uma capacidade que nos permite reconhecer os gostos de substncias colocadas sobre a lngua. Na lngua, existem as papilas gustativas que reconhecem substncias do gosto e enviam a informao ao crebro, embora o palato tambm seja sensvel ao gosto. Existem 4 gostos bsicos: o amargo, o cido, o salgado e o doce. A lngua tambm possui terminaes nervosas livres que, quando em contacto com substncias como a capsaicina, percebem os compostos qumicos. Ao conjunto das sensaes de gosto e aroma d-se o nome de sabor. por isso que, quando estamos com frio, a comida parece-nos sem sabor, embora o seu paladar continue presente. As papilas gustativas so estruturas compostas por clulas sensoriais que transmitem ao crebro informaes que o permitem identificar os gostos bsicos: o amargo, o cido, o salgado e o doce. As substncias do sabor ligam-se (aminocidos e adoantes) ou penetram (io hidrognio e io sdio) na clula sensorial desencadeando um processo que resulta na libertao de neurotransmissores. Os padres de sinais gerados e transmitidos at ao crebro a partir da libertao desses neurotransmissores permitem a identificao do tipo de gosto. Embora existam vrios tipos de papilas, e elas se concentrem em determinadas regies da lngua, as clulas sensoriais so capazes de transmitir informaes sobre todos os tipos de gostos. Quando determinada substncia no provoca reaces sensitivas nos rgos do paladar, diz-se que inspida.Fig. 31 Constituio do interior da boca.

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Tacto

Fig. 32 Constituio das camadas epiderme e derme. Existem corpsculos sensitivos espalhados largamente pela pele, os quais so responsveis pela sensao do tacto. um sentido essencial que nos permite saber qual o tamanho, a forma, a textura e a temperatura do que nos rodeia. Tambm nos permite sentir a dor. Sem este sentido, a vida quotidiana seria praticamente impossvel. Este sentido encontra-se na pele e proporcionado por uma variedade de estruturas nervosas que enviam mensagens ao crebro sempre que sentimos qualquer coisa.

Localizao dos mecanoreceptores LocalizaoCorpsculos de MeissnerSuperfcies palmares, nos dedos, nos lbios, nas margens e nas plpebras, nos mamilos e na genitlia externa. Tecido subcutneo Tecido subcutneo Toda e epiderme glabra e pilosa Derme da conjuntiva, na mucosa da lngua e na genitlia externa

FunoTacto; presso - vibratria

Corpsculos de Paccini Corpsculos de Ruffini Corpsculos de Merkel Bulbos de Krause

Presso vibratria Calor Tacto; presso esttica Frio

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OlfactoO olfacto a capacidade que nos permite detectar certos tipos de odor. O epitlio olfactivo humano contm cerca de 20 milhes de clulas sensoriais, cada qual com 6 plos sensoriais. Os receptores olfactivos so neurnios genunos, com receptores prprios que penetram no Sistema Nervoso Central.

Fig. 33 Constituio do interior do nariz.

Aceita-se a hiptese de que existem alguns tipos bsicos de clulas do olfacto, cada uma com receptores para um tipo de odor. Os milhares de tipos diferentes de cheiros que uma pessoa consegue distinguir resultariam da integrao de impulsos gerados por cerca de cinquenta estmulos bsicos, no mximo. A integrao desses estmulos seria feita numa regio localizada em reas laterais do crtex cerebral, que constituem o centro olfactivo.

Fig. 34 Localizao da regio olfactria.

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SinestesiaImportncia do olfacto no paladar

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Os sentidos gustativo e olfactivo so chamados sentidos qumicos, porque seus receptores so excitados por estimulantes qumicos. Os receptores gustativos so excitados por substncias qumicas existentes nos alimentos, enquanto que os receptores olfactivos so excitados por substncias qumicas do ar. Esses sentidos trabalham conjuntamente na percepo dos sabores. O centro do olfacto e do gosto no crebro combina a informao sensorial da lngua e do nariz.

Fig. 35 Esquema representativo da aco do olfacto no paladar. Muito do que chamamos gosto , na verdade, olfacto, pois os alimentos, ao penetrarem na boca, libertam odores que se espalham pelo nariz. Normalmente, a pessoa que est com frio afirma no sentir gosto, mas, ao testar as suas quatro sensaes gustativas primrias, verifica-se que esto normais. As sensaes olfactivas funcionam ao lado das sensaes gustativas, auxiliando no controlo do apetite e da quantidade de alimentos que so ingeridos.

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Sinestesia ConclusoSentir a msica como uma presso, uma picadela no corpo, ver letras e nmeros que evocam cores diferentes, ou paladares com cores, algo que partida pode parecer estranho. Estas pessoas no so alucinadas, sofrem de sinestesia que as faz ver sons, sentir cores, ou o paladar das formas. E assim que as pessoas que sofrem de sinestesia, vem o mundo. Por norma, as pessoas com sinestesia no esto descontentes com a sua percepo do mundo, pelo contrrio, muitas no trocariam a sua percepo, pela da maioria que segundo os sinestsicos, representa um mundo a preto e branco. Porm, a este sentimento, prevalece momentos de grande angstia e tristeza, motivados por dvidas acerca desta condio neurolgica e pela prpria diferena. Se as letras, ou as notas musicais, vistas pelos sinestsicos, tm cores, estas so bem especficas, no se trata apenas de uma letra ou um som ter uma cor muito especfica, na variadssima paleta de cores existentes. No fenmeno sensorial denominado sinestesia os sentidos cruzam-se e o resultado fascinante intriga vrios neurocientistas espalhados pelo mundo inteiro. Estudos de investigadores dos EUA, Esccia, Inglaterra, Canad, Austrlia, Frana, Alemanha, Israel e Finlndia, centraram-se na invulgaridade dos sinestsicos e chegaram a pensar que eram como que uma janela aberta para um dos ltimos mistrios da mente humana: a conscincia e percepo humana do mundo. Apesar de se tratar de um campo de estudos relativamente recente e que ainda d origem a alguma confuso, trata-se de estudos que no s vo ajudar a comunidade cientfica a perceber esta condio neurolgica, como tambm vo ajudar a perceber melhor qual o mecanismo cerebral atravs do qual nos faz sentir o mundo nossa volta.

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Fig. 36

Portanto, a experincia sinestsica de difcil apreenso para os no-sinestsicos. As pessoas podem entender a sinestesia racionalmente. Porm, ironicamente, trata-se exactamente do oposto: uma sensao absolutamente subjectiva. O prprio John Harrison, um dos maiores especialistas do mundo no assunto, humilde quando afirma que no capaz de sentir como um sinestsico. "Seria como descrever a viso para um cego de nascena. Ele pode entender racionalmente como funciona a viso e at mesmo como o crebro produz imagens na retina, mas jamais ter a sensao de observar o mundo", nas palavras de John Harrison.

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Sinestesia

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Uma maior pesquisa sobre a sinestesia poderia ser um instrumento a mais para o entendimento de temas como empatia, altrusmo, esquizofrenia, perverso, sndrome de Asperger e autismo. Por exemplo, um sintoma do autismo a dificuldade de compreender as emoes de outras pessoas. Saber o porqu de algumas pessoas serem altamente sensveis s emoes de outras poderia nos ensinar mais sobre aquelas que no o so. De qualquer forma, a ningum possvel saber como os outros realmente percebem o mundo. Antes do aparecimento da linguagem, a cor do cu ou o saber de uma fruta eram simples percepes que o nosso crebro deveria assimilar para que nos adaptssemos ao mundo. Contudo, a linguagem, dentre outras coisas, permitiu-nos transmitir as nossas ideias, os nossos pensamentos, a nossa subjectividade. Porm, para que as coisas funcionassem como as vemos hoje, foi preciso que houvesse a padronizao e a conveno de muitas outras. Sendo assim, aprendemos que azul a cor do cu e do mar e que verde a cor das plantas, que doce um sabor agradvel para a maioria e azedo e amargo no so. Ento, se a sinestesia um estado neurolgico, no podemos desconsiderar a influncia da aprendizagem, da linguagem e da cultura na forma de perceber de cada um. Enfim, no podemos desta forma duvidar da enorme potencialidade sensorial que ns possumos e o quanto a cultura influncia no condicionamento dos nossos sentidos.

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Sinestesia BibliografiaInternet:o o o o o o o o o o o o o o o

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http://super.abril.com.br/superarquivo/2003/conteudo_270386.shtml (14-01-2010 17:24) http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG78439-8055-481,00.html (14-012010 17:34) http://www.afh.bio.br/sentidos/Sentidos9.asp (19-01-2010 16:05) http://www.afh.bio.br/sentidos/Sentidos7.asp (19-01-2010 16:09) http://www.afh.bio.br/sentidos/sentidos10.asp (19-01-2010 16:15) http://www.afh.bio.br/sentidos/Sentidos6.asp (19-01-2010 16:17) http://www.afh.bio.br/sentidos/sentidos1.asp#olho (19-01-2010 16:26) http://ciencia.hsw.uol.com.br/sinestesia.htm (19-01-2010 16:43) http://www.mulherportuguesa.com/saude-a-bem-estar/90/1757 (19-01-2010 16:50) http://super.abril.com.br/superarquivo/2003/conteudo_270386.shtml (26-01-2010 17:00) http://www.hsw.uol.com.br/framed.htm?parent=sinestesia.htm&url=http://www.nature. com/neuro/journal/vaop/ncurrent/abs/nn1926.html (19-01-2010 17:30) http://www.tiosam.net/enciclopedia/?q=Tato (13-02-2010 16:37) http://mente-humana.blogspot.com/2007/06/embora-o-olho-seja-o-rgo-sensorialda.html (13-02-2010 16:49) http://www.psicologado.com/site/noticias/diversas/novas-hipoteses-para-a-origem-dasinestesia (15-02-2010 18:05) http://www.orbita.starmedia.com/~psicodelicos/sinestesia.htm (16-02-2010 19:23)

Livros: Basbaum, S. R. (2002).Sinestesia, arte e tecnologia: fundamentos de cromossonia. So Paulo: Annablume. Guyton & Hall (2002). Tratado de Fisiologia Mdica. Philadelphia: W.B. Saunders Company.

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Anexos

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Anexo 1: Artigo do jornal Vida: Sade & Cincia do dia 13 de Janeiro de 2008

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Apndices

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Apndice 1: Conversaes via e-mailDurante este tempo da realizao do trabalho conversmos via e-mail com uma senhora que muito nos ajudou na realizao deste trabalho. Chama-se Santuza Mendona e ela mesma sinestsica.

Projecto da escola sobre SinestesiaDe: Davi Oliveira ([email protected]) Enviada:segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2010 11:58:49 Para: [email protected] Ol! Somos um grupo de alunos do 12ano da Escola Secundria de Sever do Vouga (Aveiro, Portugal), e temos uma disciplina que rea de Projecto, para este novo perodo que se inicia decidimos que o nosso tema para o projecto "Sinestesia". Ao pesquisar na internet encontrmos um blog em que voc deixou um post. Gostaria de nos ajudar no projecto? Desde j, obrigado pela sua disponibilidade, o grupo de rea de Projecto (Biologia) 12ano De: [email protected] ([email protected]) Enviada: segunda-feira, 1 de Fevereiro de 2010 15:26:54 Para: Davi Oliveira ([email protected]) Cc: Dario Reis ([email protected]) Boa tarde, Estarei a sua disposio , se precisar. Fique a vontade, pergunte ...e se estiver ao meu alcance ajud-los, ser um prazer. Um abrao, Santuza

De:

Davi Oliveira ([email protected]) Enviada:segunda-feira, 8 de Fevereiro de 2010 10:40:09 Para: [email protected] Bom dia Santuza! Gostaramos que voc nos escrevesse, se possvel, um relato do seu dia-a-dia onde esteja presente a sua maneira de ver e sentir o mundo. Desde j, obrigado pela disponibilidade, o grupo de rea de Projecto (Biologia) 12ano.

De: [email protected] ([email protected]) Enviada: Para: Davi Oliveira ([email protected]) Bom dia Davi, Seu pedido um tanto amplo...mas vou tentar te explicar minhas sensaes. Sim sensaes, pois no entendo o meu universo de forma diferente. Levei um tempo para descobrir porque tinha tanta facilidade em decorar nmeros, tipo telefone, carteira de identidade... Uma vez trabalhando em uma determinada empresa, todos os empregados dela eram identificados por nmeros, ramos em torno de 250 funcionrios, e eu trabalhava no departamento de pessoal, eu sabia identificar pelo menos 70% de todos os funcionrios por seu nmero de registro, muitos alm do nome.... por que? Por que os nmeros tem cores e as letras tambm....por exemplo Davi....D = Branco A= Azul V= Cinza e I = Preto , portanto quando escuto seu nome ele soa para mim D A V I, os

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nmeros de 1 a 0: 1 2 3 4 5 6 7 8 9.....Fao uma associao um tanto complexa, quando me falam um nmero....mas consigo grav-lo em cores dentro da minha mente, com grande facilidade, desde que eu os imagine na minha paleta de cores "particular". Outra coisa, trabalho com a mo esquerda e direita com certa facilidade. O mouse eu uso sistematicamente com a mo esquerda, embora escreva com a mo direita, mas pego o garfo com a mo esquerda dependendo do lugar que me sento mesa, ou com a mo direita dependendo do sabor ou da cor da comida. Tenho uma certa dificuldade de distinguir esquerda e direita...porque uso as duas, a resolvi que quando falam esquerda ( marrom avermelhado) quando direita ( verde escuro), para no errar quando estou dirigindo... Hoje trabalho com restaurante e vou descrever um prato que faz muito sucesso: chama-se Fettuccini Dona Prima : talharim feito a mo com textura aveludada, envolvido por um rico molho cremoso aromatizado com ervas , parmezo e creme de leite, acompanhado de um filet macio e suculento dourado na manteiga e perfumado por um bom vinho tinto. Deu para voc sentir o sabor dele? Pois se ele fosse descrito assim para mim, imediatamente eu saberia exatamente o sabor do prato, e a textura do alimentos. Por exemplo: usamos aqui muito o arroz branco refogado....quando ele est no ponto de cozimento , eu sei pelo barulho que vem da panela. Bom espero estar ajudando, se vc quiser saber alguma coisa , mais detalhada, por favor entre em contato. Terei prazer em ajud-lo. Um Abrao Santuza

De: Enviada: Para:

Davi Oliveira ([email protected]) tera-feira, 9 de Fevereiro de 2010 16:39:20 [email protected]

Ol! Desde j obrigado pela ajuda e disponibilidade em apoiar-nos na nossa pesquisa para o trabalho de rea de Projecto, no qual a sua colaborao essencial para a realizao do mesmo. No e-mail anteriormente recebido constatmos que algumas das nossas dvidas ainda no foram totalmente esclarecidas, mesmo o texto sendo vastamente enriquecido pelo seu testemunho, - em que momentos a que a sinestesia se pode tornar numa desvantagem ou uma limitao para a sua vida (na possibilidade de tal)? - em que circunstncias em que notou que a maneira como via o mundo em relao s outras pessoas era diferente? Mais uma vez, obrigado pela disbonibilidade, o grupo de rea de Projecto (Biologia) 12ano

De: Enviada: Para: Cc:

Santuza de Mendona Reis ([email protected]) tera-feira, 9 de Fevereiro de 2010 18:36:33 Davi Oliveira ([email protected]) Dario Reis ([email protected]) 1 anexo stampa_gi...gif (46,2 KB)

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Prezado Davi, boa tarde

Com relao a suas perguntas: - em que momentos a que a sinestesia se pode tornar numa desvantagem ou uma limitao para a sua vida (na possibilidade de tal)? - em que circunstncias em que notou que a maneira como via o mundo em relao s outras pessoas era diferente? - existe mais algum do seu conhecimento com a mesma condio neurolgica? Bom, devo te dizer que, at no muito tempo atrs, EU ACHAVA, que todos percebiam o mundo como eu, at que minha irm, psicloga, me disse: Voc sinestsica! Eu na verdade, nem sabia muito bem o que era isso, e sou sinestsica h 55 anos. Ento comecei a ler artigos sobre sinestesia na internet, deixei depoimento no Blog em que vc me encontrou, pois vi que a forma "diferente" de percepo, era um tanto comum a outras pessoas. No vejo nenhuma desvantagem em ser sinestsica, uma vez que nossa percepo de mundo pertence to somente a ns mesmos. Para mim os nmeros e letras sempre foram coloridos, e acho engraado, quando me falam que eles no tem cor, pois no consigo pensar em qualquer palavra escrita simplesmente em preto e branco. Como tambm no perceber a textura e sabores de sons, como sons macios, aveludados, cidos, doces.... Muitas pessoas j devem ter sofrido com estas percepes diferentes, at mesmos rotuladas como loucas e "excepcionais", apenas porque nossas funes cerebrais funcionam com mecanismos diferentes, no invalidando nosso equilbrio mental e emocional, como perfeitamente normais. Acho at que um privilgio ter nascido assim, somos sensoriais s cores, sons, odores, como se o universo real nos adentrasse pelos poros, produzindo um misto de sensaes diferenciadas e no, pelos sentidos comuns, olfato, audio, paladar, separadamente....Somos menos densos talvez... e por isso mesmo, menos limitados. As pessoas acham engraado e "diferente" a nossa maneira de expressar nossas impresses de mundo, mas felizmente existem muitos e muitos sinetsicos espalhados pelo mundo afora, ainda que eu no conhea nenhuma pessoa do meu crculo de amizade e famlia que tenha, como eu, a mesma forma de sentir o universo assim " to colorido".

Obrigada Um abrao a todos Santuza Mendona

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Grupo I: Davi Jos da Silva Oliveira 12B n5 Elosa Sofia Nogueira Mota 12B n7 Francisco Jos Campos Tavares 12B n9 Jos Mrio Bru Marques Mendes 12B n13 Jos Pedro Rodrigues da Costa12B n14 Rben Miguel Fernandes Lobo 12B n18

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