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Sinta o Cruzamos Portugal de uma ponta a outra navegando por um dos mais belos rios do mundo, em um roteiro que une navegação, história, vinhos e ótima comida. E o que é melhor: cabe no seu bolso! Por Rafael Kassapian Douro

Sinta o Douro · cadernos turísticos dos grandes jornais mundiais tem um espaço cada vez maior. Toda essa fama se entende quando se percorrem suas ruas,

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Sinta o Cruzamos Portugal de uma ponta a outra navegando por um dos mais belos rios do mundo, em um roteiro que une navegação, história, vinhos e ótima comida. E o que é melhor: cabe no seu bolso!Por Rafael Kassapian

Douro

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Navegar Portugal, desde o Atlântico até a Espanha, em uma viagem de cinco dias e 210 km por um dos

rios mais cênicos da Terra, perfeito para a prática de esportes aquáticos, percorrendo regiões consideradas Patrimônio da Humanidade, provando uma gastronomia rica e variada, em meio ao local de produção de alguns dos melhores vinhos que existem neste planeta.

Ficou interessado pelo roteiro descrito acima? Foi exatamente isso que tive a oportunidade de vivenciar no mês de outubro, durante um charter de cinco dias pelo Rio Douro. O segundo maior rio da Península Ibérica nasce na Espanha, mas é em Portugal que ele ganha fama e beleza, até desaguar no Oceano Atlântico, já na cidade do Porto.

A história de Portugal está intrinsecamente ligada à navegação, foi por meio dela que dominou o mundo no século XV e chegou ao Brasil. Hoje, o turismo dita um fluxo inverso, com milhares de brasileiros visitando a Terrinha todos os anos. Já somos o terceiro maior emissor de turistas para o país; em 2013, 250 mil brasileiros estiveram lá, mas ainda são poucos os que o desbravam pela água. Por isso, quando recebemos o convite da FeelDouro para testar sua operação, embarcamos, a fim de

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Cenas clássicas: igrejas, painéis de azulejos portugueses, barcos-rabelo e a Ponte Dom Luís, que conecta a região da Ribeira, no Porto, a Vila Nova de Gaia. À esquerda, a Eclusa do Carapatelo, maior da Europa.

mostrar o que você vai encontrar. Mesmo com o euro alto, na casa de R$ 4, Portugal ainda oferece um dos melhores custos-benefícios da Europa, é possível comer bem, em restaurantes de primeira, com até 20 euros. Tá esperando o quê? Arrume as malas e embarque nessa, ó pá.

PortoTudo começa na cidade do Porto,

a segunda maior de Portugal e conectada por voos diretos com São Paulo. Mas o que é que o Porto tem? O vinho provavelmente você já conhece, mas saiba que a cidade foi eleita por sites especializados o melhor destino turístico europeu em 2012 e 2014; nas páginas dos cadernos turísticos dos grandes jornais mundiais tem um espaço cada vez maior.

Toda essa fama se entende quando se percorrem suas ruas, repletas de construções antigas bem preservadas, muitas igrejas e história por todos os lados. A sensação é de se estar em um lugar vibrante, onde a história está acontecendo, cheio de novas e variadas opções gastronômicas, ao mesmo tempo em que a tradição é preservada.

Tudo na cidade está em perfeita sinergia com o rio que a margeia, o qual, para se ter acesso a outro lado, precisa-se apenas cruzar pela Ponte Dom Luís, construída por um

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de um lado e as caves do vinho do outro. À sua frente, o rio que se descortina, ainda tímido e em um perímetro urbano.

Passada a Eclusa de Crestuma, a paisagem perde a aparência urbana e torna-se mais rural. Para um almoço saboroso e com uma vista deslumbrante, paramos no Restaurante Mirante do Douro (rest-miradouro.com). Escolha entre peixe ou carne, mas não deixe de provar o leite creme, um dos melhores que saboreei em Portugal.

Seguindo a navegação, logo é hora de vencer a Eclusa do Carapatelo, a maior da Europa, com 35 metros de altura. Depois dela, o rio está cada vez mais manso e convidativo. Na altura do Rio Bestança fui para a água praticar stand-up paddle e remei até nosso destino: Caldas de Aregos. O povoado é bem pequeno, com alguns hotéis, poucos restaurantes e um bar. Boa dica é o Restaurante das Caldas (facebook.com/restaurantedascaldas), onde jantamos um delicioso bacalhau à lagareiro.

Dia 2Depois do pequeno-almoço -

como é chamado nosso café da manhã por lá - a bordo, já é hora de partir. Cerca de 25 km navegados e estamos na Régua, um dos principais centros urbanos do Douro, com 17 mil habitantes. É lá que fica o Museu do Douro (museudodouro.pt), uma visita quase obrigatória para entender o que você verá a seguir, afinal, o Douro Vinhateiro está logo à nossa frente.

Existem diversas quintas para se visitar na região; nós almoçamos na Calços do Tanha (facebook.com/calcosdotanha), que oferece provas de vinhos nos lagares - rodeados por enormes painéis de azulejos de 1921, pintados à mão -, almoços e jantares gastronômicos. Fomos recebidos pela família proprietária da quinta, que nos tratou de maneira extremamente simpática

Dia 1 Depois de ter explorado devidamente o Porto, é hora de ter uma outra

visão da cidade. Nesse primeiro dia, deixamos a Douro Marina, que fica no estuário do Rio e fomos até Caldas de Aregos. Os primeiros momentos da viagem, quando se cruzam as seis pontes, é o ponto alto. Na altura da Ponte Dom Luís, a segunda, observe a arquitetura dos prédios da Ribeira

Atenção: a temporada no Douro começa em março; por isso agora é a hora para conseguir bons preços

discípulo de Eiffel, sim, o mesmo da torre francesa. Ali está Vila Nova de Gaia, com os armazéns centenários das grandes companhias produtoras de Vinho do Porto.

Reserve ao menos dois dias para explorar o Porto e percorrer cartões-postais como a Torre dos Clérigos, a Livraria Lello, os azulejos da Igreja do Carmo, o Palácio da Bolsa, a Igreja de São Francisco e seus quilos de ouro, entre outros. O bairro da Ribeira e seu casario antigo e colorido, com roupas no varal, são uma atração - portuguesa, com certeza - que não pode faltar em um roteiro clássico. Tudo é relativamente perto, podendo ser percorrido a pé.

O DouroDepois de ser apresentado aos

encantos da cidade, é hora de zarpar e desbravar o rio. O Douro Vinhateiro é uma maravilha da natureza moldada pela ação dos homens que há milhares de anos começaram a produzir por lá a mais

roteiro

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clássica das bebidas: o vinho. Nas encostas íngremes permeadas por rochas de xisto as mãos humanas esculpiram os socalcos, os terraços que aproveitam a geografia local para cultivar ali as vinhas.

Esta é a mais antiga região vinícola demarcada e regulada do mundo, pois foi criada em 1756 pelo Marquês de Pombal, para garantir a origem e a qualidade da bebida produzida por ali. Desde 2001 é declarada também Patrimônio da Humanidade pela Unesco, que lhe concedeu a distinção por ser uma paisagem viva, evolutiva e cultural.

O Douro Vinhateiro começa na altura da cidade de Régua e vai até a Eclusa do Pocinho; a partir do Pinhão as paisagens são de tirar o fôlego, montanhas esculpidas de vinhas dos dois lados e o rio verde, refletindo o sol, à sua frente. É realmente mágico.

Miguel Torga, um dos grandes escritores portugueses, definiu-o assim: “O Douro... é, no mapa da pequenez que nos coube, a única evidência incomensurável com que podemos assombrar o mundo”.

NavegandoÉ possível explorar a região de

carro, por estradinhas sinuosas que vão percorrendo sua margem, perdendo-se em meio a incontáveis aldeias; de trem também pode-se fazer, uma vez que a linha férrea margeia quase sempre o rio. Mas é navegando que você pode ter uma experiência mais íntima e não só admirar, mas sentir o Douro.

No passado, o rio costumava ser muito bravo, vencer suas corredeiras era um feito realizado apenas por homens destemidos. Levavam-se dias para chegar até a Foz, a bordo dos barcos-rabelo

e nos ofereceu um verdadeiro banquete. Eles trabalham também com sistema de acomodação e realizam visitas ao processo de produção do vinho.

Ali perto e imperdível é a visita ao Miradouro de São Leonardo de Galafura, que oferece uma das melhores vistas do Douro (nele foi tirada a foto da abertura da matéria), e era o local preferido do escritor Miguel Torga, que disse “se avista o rio ao fundo a serpentear entre as montanhas”, sobre o local.

De volta à navegação, ela fica cada vez mais incrível, com paredões de vinhas dos dois lados; é até difícil saber para onde olhar. Nosso destino de ancoragem foi o Pinhão, um povoado no coração da região mais bonita do Douro Vinhateiro.

Nos últimos tempos, com o boom do turismo, têm surgido ótimos restaurantes por lá. Vale jantar no Veladouro (facebook.com/BarRestauranteVeladouro), com clima intimista e atendimento superatencioso; tem pratos fantásticos e bem-servidos. O bacalhau com natas que comi ali ficará na memória por um bom tempo; é imperdível!

Dia 3Deixando o Pinhão, e seguindo

rumo ao limite navegável do rio, vamos entendendo por que o Douro é a estrela da vez no turismo mundial. Agora estamos no Alto Douro Vinhateiro, a parte de excelência de toda a região. Depois de passar a Barragem da Valeira você será surpreendido com paisagens cada vez mais espetaculares.

Há um trecho depois do Rio Tua, até chegar a Barragem, que apresenta muitas pedras e requer atenção à navegação, mas não chega a ser um problema.

Boa opção para almoço é o Restaurante Senhora da Ribeira, simples (não tem site), porém tradicional e com uma linda vista. Prove pratos típicos de Trás-os-Montes, como os rojões e a feijoada trasmontana.

Depois de se refestelar, continue subindo o rio para cruzar a eclusa do

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Que tal almoçar com esta vista do Restaurante Miradouro, logo no primeiro dia?

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Fique tranquilo: a navegação é bastante agradável e segura, mesmo

que você não tenha experiência

O clássico bairro da Ribeira é o cenário

no Porto, enquanto no Douro as

vinhas dominam a paisagem. Você

tem diversos píeres para ancorar ao

longo do trajeto.

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que faziam o transporte do vinho, isso se a viagem terminasse bem. Felizmente, hoje em dia, já não é mais assim. Ao longo do rio existem cinco eclusas que domaram essa fera e o transformaram em um espelho navegável.

A navegação no Douro é muito tranquila, no geral as margens são largas e há pouco fluxo; ela é proibida só durante a noite, por isso o pôr do sol é o sinal para encerrar as atividades. Mesmo pessoas com experiência reduzida, depois de passarem pelo briefing da companhia de charter, conseguem conduzir a embarcação sem maiores percalços. Lembre-se que para isso é necessário ter o arrais amador, ou outra Prepare-se: a comida e os vinhos

são de primeira; além do Porto, prove também os tintos locais

Gaia

Porto

Eclusa de Crestuma

Eclusa do Carapatelo

Eclusa da RéguaOceano Atlântico

Régua

Douro Vinhateiro

Caldas de Aregos

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Portugal

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Bacalhau com broas do Côa Museu, um dos muitos jeitos que você irá comer o peixe em Portugal.

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Ah, o vinho...Poucos sabem, mas o vinho

do Porto é fruto de um acaso. A versão mais popular para sua “descoberta” remonta ao século XVII, quando os mercadores britânicos adicionaram brandy ao vinho da região do Douro para evitar que ele azedasse durante o trajeto até a Inglaterra. O sabor, com alto teor alcoólico, agradou em cheio e o transformou no mais famoso “vinho fortificado”. Basicamente consideram-se três tipos de vinhos do Porto: Branco, Ruby e Tawny. Todos devem conter um selo que ateste a origem, garantida pelo órgão regulador: o Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto (ivdp.pt).

habilitação equivalente à do local.Nossa embarcação era um

Greenline 40 pés, com dois motores Volkswagen de centro, com 75 hp cada. O casco, deslocante, garante uma navegação macia e econômica; o consumo médio ficou em torno de 5 litros de gasolina por hora.

Um grande diferencial que ainda não encontramos no Brasil é a estrutura. Há diversos pontos de ancoragem bem demarcados ao longo do rio, onde você encontra energia elétrica, água e combustível para reabastecer. Nós dormimos a bordo com segurança todos os dias. É importante realizar, ou pedir à companhia de charter, um pré-agendamento das eclusas e marinas.

Eclusa de Valeira

Eclusa do PocinhoEspanha

Douro Vinhateiro

Pinhão

Parque Arqueológico do Vale do Côa

Limite Navegável

Pocinho

Moncorvo

Barca de Alva

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de ter realizado algo que não será apagado da memória.

Volte para ancorar no Pocinho, que tem um cais bem-estruturado. Uma boa opção para fechar o dia é visitar Torre de Moncorvo; pegue um táxi da estação ferroviária do Pocinho e conheça essa pequena, porém interessante, vila medieval. Vale conhecer a imponente igreja e, logo em frente, provar as típicas e deliciosas amêndoas produzidas por lá (artesaboredouro.pt/moncorvo).

Para jantar, não pense duas vezes, vá ao Restaurante Lagar (restaurantelagar.pt), em Moncorvo, e desfrute de um atendimento caloroso e comida farta, merecendo destaque a posta de vitela.

Pocinho, última no sentido Espanha. Dali até Barca de Alva são cerca de 30 km, nos quais você pode praticar todo tipo de esportes aquáticos. Vá até o limite navegável, onde se encontra o fim do Douro português e juntamente com o Rio Águeda forma-se a barreira natural entre Portugal e Espanha. A sensação é algo perto da de um desbravador, de ter deixado para trás muitas histórias e percorrido inúmeras belezas. Não há prêmios físicos, mas sim uma sensação indescritível

Dia 4Quem disse que o Douro é só

vinho? Tem também muita história, e bem próximo ao Pocinho está o Parque Arqueológico do Vale do Côa. Durante as obras para construção de uma barragem nos anos 1990 foram descobertas ali pinturas rupestres, com destaque para gravuras paleolíticas.

Nem precisa dizer que as obras foram interrompidas e todo o local virou um parque, aberto à visitação. Combine com algum guia local (dourototal.pt) e faça um visita para se sentir um verdadeiro “Indiana Jones”, caminhando por entre as rochas.

Continue o mergulho histórico com uma visita ao Côa Museu, que tem catalogado todo o acervo encontrado na região. A visita se completa com um almoço no sensacional e disputado restaurante

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Diversão para todosSe você gosta de SUP, pode

praticar sem medo; nadar também é altamente recomendável, especialmente se você vier nos meses de verão, junho a setembro, época em que a temperatura passa fácil dos 30 graus. Os locais costumam dizer que o clima no Douro se resume a “nove meses de inverno e três de inferno”. Exageros a parte, a temporada

do museu (restaurantecoamuseu.com). Além da comida excelente, a vista que se tem do encontro dos rios Côa com o Douro é de se gravar na retina.

Existem inúmeras opções de quintas no Douro - 256 no total - e muitas oferecem hospedagem, refeições e visitas. Nós optamos por jantar na Quinta da Ferradosa (facebook.com/Quinta-da-Ferradosa). Antiga, foi totalmente reformulada nos últimos anos depois que um membro de uma das mais

tradicionais famílias do vinho em Portugal a herdou. Seu tinto 2011 ficou entre os melhores do ano produzidos em terras lusitanas, segundo uma revista local.

A casa principal é extremamente agradável e de bom gosto, já as vinhas foram construídas em uma encosta de granito, caso muito raro no Douro, e que criou uma cena de rara beleza. Por enquanto são oferecidos almoços, jantares, provas de vinho e visitas, mas em março já deve estar operando no sistema de acomodação, com pouquíssimos quartos, para preservar o ar de exclusividade.

Dia 5O dia de se despedir do Douro não

poderia ser melhor. Voltamos à base da companhia no Pinhão, onde atracamos a embarcação. Se no dia anterior havíamos visitado uma “nova” quinta, agora iríamos para a Quinta Nova (quintanova.com), que tem nova no nome mas possui uma das mais consolidadas estruturas de turismo no Douro.

Para chegar, é necessário ir de carro e subir, subir... pela estradinha sinuosa. Vale a pena, pois chegando lá você irá se deparar com um ambiente belíssimo: tem igreja, paisagismo refinado e uma piscina com vista para o Douro que faz qualquer um sentir vontade de largar tudo e ficar por ali mesmo.

O Conceitus, restaurante da Quinta, que pode ser visitado também por quem não está hospedado, é refinado, com pratos gourmet preparados pelo chef José Pinto. O preço é um pouco acima da média de outros lugares, mas essa experiência vale cada centavo desembolsado.

Depois de todos esses dias de experiências inesquecíveis e comida de primeira, só me restava voltar para casa. Na mala, alguns quilos a mais, garrafas de vinho, é claro, e a certeza de ter realizado uma viagem que faz tudo valer a pena. Parafraseando o grande poeta português Fernando Pessoa, “boa é a vida, mas melhor é o vinho”. Acrescento: no Douro é ainda melhor.

começa na segunda quinzena de março e vai até outubro. A partir de novembro, até o fim do inverno, em fevereiro, a probabilidade de chuva é maior. Toda a sorte de esportes aquáticos encontra espaço por lá, pude ver gente remando, pescando e fazendo wakeboard.

Ao longo do texto você acompanha o dia a dia do nosso roteiro, com as dicas de onde ancorar, o que comer e visitar ao longo do passeio. Você pode combinar outras opções e montar seu próprio itinerário; as sugestões aqui são apenas de lugares que visitamos e testamos de fato. Acompanhou-me nesse cruzeiro o skipper Luís Miguel, um grande conhecedor da navegação e tremendo boa-praça.

Relaxe: esta é uma viagem de experiências; vá no seu ritmo

e aproveite cada minuto

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A base da empresa é a Douro Marina, segura e bem estruturada com restaurantes e vestiários.

A vida que você pediu a Deus: na piscina da Quinta Nova o tempo passa sem pressa em meio a tanta beleza; no rio pessoas de todas as idades podem mergulhar e dar suas remadas.

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FeelDouroCom uma estrutura única, a altura das

grandes companhias mundiais, a FeelDouro, criada há três anos, oferece serviços de charter, onde você aluga o barco e fica livre para fazer o que preferir; e de Cruising, que consiste num programa exclusivo feito à medida, mas com tripulação (skipper + assistente de bordo)

O cliente pode escolher o barco, onde quer atracar e os lugares a visitar. Para quem preferir, a empresa pode fazer todas as sugestões e inclusive reservar restaurantes, passeios, marinas e qualquer outro trâmite.

A frota tem seis barcos, cinco Greenlines, de 33 e 40 pés, e um catamarã Lagoon, com capacidade para 12, 14 e 16 passageiros, respectivamente; os programas possuem diferentes durações.

A empresa oferece ainda serviços de transfer desde o aeroporto, city tour pelo Porto, para Guimarães, Fátima, e passeios de um dia pelo Douro. A equipe é bastante simpática e presta um serviço sob medida para agradar o cliente.

Para saber mais, acesse: feeldouro.com

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