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Sintagma Sintagma é um segmento lingüístico que expressa uma relação de dependência. Nessa relação de dependência, diz-se que existe um elemento determinado e outro determinante(ou subordinado), estabelecendo um elo de subordinação entre ambos. Cada um desses elementos constitui um sintagma. Na concepção original de sintagma, essa noção era utilizada para se referir a qualquer segmento lingüístico: a palavra, a sentença e o período . Mais recentemente, o temo sintagma é comumente empregado para se referir às partes da sentença. Dessa forma, o sintagma se caracteriza conforme o tipo gramatical dos seus elementos nucleares: sintagma nominal (SN): quando o núcleo do sintagma é um nome sintagma adjetival (SAdj): quando o núcleo do sintagma é um adjetivo sintagma verbal (SV): quando o núcleo do sintagma é um verbo sintagma preposicional (SP): quando o núcleo do sintagma é uma preposição sintagma adverbial (SAdv): quando o núcleo do sintagma é um advérbio Numa análise sintática , a identificação dos sintagmas e seus tipos é bastante importante. Isso facilita a compreensão do papel sintático exercido pelas palavras na sentença que está em análise. Vejamos um exemplo: Todos silenciosamente acompanhavam a romaria pela cidade. ...[todos: SN] ...[silenciosamente: SAdv]

Sintagma

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Page 1: Sintagma

Sintagma

Sintagma é um segmento lingüístico que expressa uma relação de dependência.

Nessa relação de dependência, diz-se que existe um elemento determinado e outro determinante(ou subordinado), estabelecendo um elo de subordinação entre ambos. Cada um desses elementos constitui um sintagma.

Na concepção original de sintagma, essa noção era utilizada para se referir a qualquer segmento lingüístico: a palavra, a sentença e o período. Mais recentemente, o temo sintagma é comumente empregado para se referir às partes da sentença. Dessa forma, o sintagma se caracteriza conforme o tipo gramatical dos seus elementos nucleares:

sintagma nominal (SN): quando o núcleo do sintagma é um nome

sintagma adjetival (SAdj): quando o núcleo do sintagma é um adjetivo

sintagma verbal (SV): quando o núcleo do sintagma é um verbo

sintagma preposicional (SP): quando o núcleo do sintagma é uma preposição

sintagma adverbial (SAdv): quando o núcleo do sintagma é um advérbio

Numa análise sintática, a identificação dos sintagmas e seus tipos é bastante importante. Isso facilita a compreensão do papel sintático exercido pelas palavras na sentença que está em análise. Vejamos um exemplo:

Todos silenciosamente acompanhavam a romaria pela cidade.

...[todos: SN]

...[silenciosamente: SAdv]

...[acompanhavam: SV]

...[a romaria: SN]

...[pela cidade: SP]

Note que um sintagma pode ser formado por uma ou mais palavras. Por isso buscamos pelo elemento núcleo e classificamos o sintagma segundo a categoria sintática deste núcleo (ex.: pela cidade: núcleo: pela = preposição [por + ela]).

Além disso, numa sentença pode existir mais de um sintagma do mesmo tipo. Quando isso ocorre é preciso verificar qual a função sintática que os sintagmas desempenham. No nosso exemplo, o SN aparece duas vezes: uma desempenhando a função de sujeito (todos) e outra, a função de objeto direto (a romaria).

Page 2: Sintagma

Chama-se sintagma a uma sequência de palavras que

constituem uma unidade ( sintagma vem de uma palavra grega

que comporta o prefixo sin, que significa com, que

encontramos, por exemplo, em simpatia e sincronia). Um

sintagma é uma associação de elementos compostos num

conjunto, organizados num todo, funcionando conjuntamente.

(...) sintagma significa, por definição, organização e relações

de dependência e de ordem à volta de um elemento essencial.

(Dubois-Charlier. Bases de Análise linguística)

 

Diferentes vocábulos que pertencem a um mesmo sintagma desempenham,

dentro dele, funções distintas: no sintagma nominal, por exemplo, o nome

substantivo que funciona como núcleo pode ser determinado por artigos,

pronomes e numerais e modificado por adjectivos, locuções adjectivas e/ou

orações subordinadas adjectivas. Desta maneira, é evidente que existe, dentro

do sintagma, uma organização em que os vocábulos, dependendo da sua

posição e da relação que estabelecem entre si, desempenham diferentes

funções.

Os princípios sintácticos da língua (sistema de unidades hierarquizadas)

apresentam-se sob a forma de palavras, sintagmas, orações e são relacionadas

por um conjunto de mecanismos formais. Conforme Azeredo (1990), "A

estrutura gramatical do português comporta vários níveis. O morfema é a

menor unidade dessa estrutura; e o período , a maior. Acima do nível dos

morfemas encontra-se o dos vocábulos; acima deste, o dos sintagmas, a que se

sobrepõe o das orações. Esquematicamente, temos:

 

PERÍODO ORAÇÃO SINTAGMA VOCÁBULO MORFEMA

Vamos ler o poema de Cecília Meireles e observar os níveis de estruturação do

enunciado:

 

Page 3: Sintagma

Texto

 Colar de Carolina

Com seu colar de coral,

Carolina corre por entre as colunas

da colina.

O colar de Carolina

colore o colo de cal,

torna corada a menina. E o sol, vendo aquela cor

do colar de Carolina,

põe coroas de coral

nas colunas da colina. 

(Cecília Meireles)

Comentário do texto

Neste poema, a autora faz um jogo de palavras, tirando proveito principalmente

do aspecto sonoro. Os diversos níveis a que nos referimos acima podem ser

apontados no texto:

nível do período:

 

 

O colar de Carolina

colore o colo de cal,

torna corada a menina.

nível da oração:

 

 

O colar de Carolina

colore o colo de cal /

torna corada a menina.

nível dos sintagmas:

 

 

 

 

O colar de Carolina/

SN colore o colo de cal,

SV torna corada a menina.

SV

Page 4: Sintagma

 

nível dos vocábulos:

 

Com/ seu/ colar/ de/ coral / Carolina / corre /

por/ entre/ as/ colunas / de/ a /colina.

nível dos morfemas:

 

 

O / colar / de / Carolina /

color/e / o / col/o /de/ cal/,

torn/a / corad/a /a/ menin/a.

As gramáticas descrevem os níveis da oração e do período dentro da sintaxe e

os níveis do morfema e do vocábulo, dentro da morfologia. No entanto,

geralmente não tomam conhecimento do nível do sintagma - intermediário

entre vocábulos e oração. E...

 "... os vocábulos não se unem para formar a oração do mesmo

modo que os gomos se unem para formar uma laranja. Os

vocábulos não formam a oração senão indiretamente. Eles

associam-se em grupos, os sintagmas, que são os verdadeiros

constituintes da oração."

Com o poema "Colar de Carolina" , podemos exemplificar as palavras citadas

acima; temos diversos vocábulos que se organizam em blocos, os sintagmas,

para então formarem orações.

O que nos interessa mais de perto é exactamente esse nível intermediário, o

sintagma, essa espécie de ponte entre os vocábulos e a oração. Surgem então

algumas perguntas:

Como podemos reconhecer um sintagma? Basta haver mais de um vocábulo

para existir sintagma? Como são formados os sintagmas? Há mais de um tipo de

sintagma ou apenas um? Todas as classes podem formar sintagmas?

Outras perguntas podem aparecer, mas, por enquanto, vamos tentar responder

a essas que nos parecem mais prováveis de ocorrer. Vejamos.

Em primeiro lugar, encontramos também no livro Iniciação à sintaxe (Azeredo:

1990), uma boa resposta para a primeira questão: Como podemos reconhecer

Page 5: Sintagma

um sintagma? Segundo o autor, três são as maneiras de isolar as unidades que

constituem a oração, ou seja, os sintagmas: o deslocamento, a substituição e a

coordenação.

 

Lemos logo no início do livro A hora dos ruminantes, de José J. Veiga:

 "A noite chegava cedo em Manarairema. Mal o sol se afundava

atrás da serra - quase que de repente, como caindo - já era

hora de acender candeeiros, de recolher bezerros, de se

enrolar em xales. A friagem até então contida nos remansos do

rio, em fundos de grotas, em porões escuros, ia se espalhando,

entrando nas casas, cachorro de nariz suado farejando."

A primeira frase serve-nos para explicar com clareza a questão levantada.

A noite chegava cedo em Manarairema.

Qualquer um de nós rejeitaria ou perceberia como estranhas as sequências

formadas pelos mesmos vocábulos, porém agrupados assim:

*Noite a chegava cedo em Manarairema.

*Em chegava noite a cedo Manarairema.

No entanto, podemos trocar a posição de alguns grupos de vocábulos da frase

inicial, sem prejuízo da compreensão:

Chegava cedo em Manarairema a noite.

Em Manarairema a noite chegava cedo.

Essa inversão da ordem é possível porque nós mantivemos os grupos (A noite,

em Manarairema), apenas mudámos sua posição. Essa possibilidade de

deslocamento prova que cada grupo é um sintagma. Além disso, podemos fazer

substituição de sequência por unidade simples:

A noite chegava cedo em Manarairema. Ela chegava cedo em Manarairema.

Page 6: Sintagma

A noite chegava cedo em Manarairema. A noite chegava cedo lá.

Aqui também estamos diante de sintagmas: a possibilidade de substituição por

unidades simples.

Finalmente, podemos usar um elo coordenativo e que vai mostrar a união de

duas unidades do mesmo nível. (Como professor e aluno, serra e mar...)

Teremos então:

A noite e a escuridão chegavam cedo em Manarairema.

em que "a escuridão" é equivalente a "a noite" e por isso pode substituí-la:

A escuridão chegava cedo em Manarairema.

Assim, reconhecemos um sintagma através do deslocamento ou mobilidade, da

substituição por unidades simples e da coordenação. Por outro lado, apesar de

nos referirmos a "grupo de vocábulos", o sintagma pode também ser formado

de um só vocábulo, como em:

Manarairema vai sofrer a noite. Manarairema esperou impaciente.

Portanto não basta haver um vocábulo para existir sintagma, nem é necessário

mais de um vocábulo para haver sintagma.

Como são formados os sintagmas? Há mais de um tipo de sintagma ou apenas

um? Todas as classes podem formar sintagmas?

As três perguntas acima estão intimamente relacionadas, por exemplo, se

alguém pergunta: "Como são formados os sintagmas?" - a resposta

provavelmente será: - Depende do tipo de sintagma. Daí concluímos que há

mais de um tipo. Ou então, se a pergunta é: "Todas as classes podem formar

sintagmas?" - responderíamos que as classes de vocábulos entram na formação

dos sintagmas, mas a participação não é igual; há classes que são núcleo,

outras determinantes, outras modificadores, depende do tipo... e assim por

diante.

Por tudo o que foi dito até agora, é possível afirmar que: · podemos reconhecer

a classe dos sintagmas; · há procedimentos para provar a sua existência; · há

Page 7: Sintagma

mais de um tipo de sintagma; · os vocábulos unem-se  para formar sintagmas; ·

os sintagmas formam a oração.

Convém lembrar que a natureza do sintagma depende do seu núcleo. Assim,

temos, em português, duas classes de sintagmas: o sintagma nominal (SN) -

que tem o nome como núcleo - e o sintagma verbal (SV) - que tem o verbo como

núcleo. Funcionando como modificador de um ou de outro, temos o sintagma

preposicionado.

 

2. O SINTAGMA VERBAL

 Sintagma verbal (SV) é o conjunto de elementos que se

organizam em torno de um verbo.

O SN e o SV são os elementos básicos, obrigatórios de uma oração. Enquanto o

SN, como vimos, pode desempenhar funções diferentes (sujeito, complemento

directo, complemento indirecto, por exemplo) o SV desempenha sempre a

função de predicado.

 

Texto

 Meninos carvoeiros  Os meninos carvoeiros Passam a caminho da

cidade. - Eh, carvoero! E vão tocando os animais com um relho enorme.

Os burros são magrinhos e velhos. Cada um leva seis sacos de carvão

de lenha. A aniagem é toda remendada. Os carvões caem. (Pela boca

da noite vem uma velhina que os recolhe, dobrando-se com um

gemido.) - Eh, carvoero! Só mesmo estas crianças raquíticas Vão bem

com estes burrinhos descadeirados. A madrugada ingênua parece feita

para eles ... Pequenina, ingênua miséria! Adoráveis carvoeirinhos que

trabalhais como se brincásseis! - Eh, carvoero! Quando voltam , vêm

mordendo num pão encarvoado, Encarapitados nas alimárias,

Apostando corrida,

Page 8: Sintagma

Dançando, bamboleando nas cangalhas como espantalhos

desamparados!

(Manuel Bandeira)

Comentário do texto

Este poema, que faz parte do livro "Ritmo dissoluto", escrito em 1924,

caracteriza- se pelo emprego de versos livres, isto é, versos em que o autor não

se prende a um número pré-estabelecido de sílabas, a um esquema conhecido.

Estão presentes no poema as cenas do quotidiano, descritas numa linguagem

simples e acessível. Manuel Bandeira, nesses versos livres, está mais próximo

do ritmo da prosa, evidenciando o carácter afectivo da linguagem.

As orações que compõem os versos do poema, sobretudo as da primeira

estrofe, são orações curtas, em que os elementos constituintes, o SN e o SV,

podem ser identificados com facilidade.

Sintagma nominal Sintagma verbal

Os meninos carvoeiros (Os

meninos carvoeiros) Os

burros Cada um A aniagem

Os carvões Uma velhinha

Estas crianças raquíticas A

madrugada ingénua

passam a caminho da cidade. vão

tocando os animais com um relho

enorme. são magrinhos e velhos. leva

seis sacos de carvão de lenha. é toda

remendada... caem. vem pela boca da

noite. vão bem com estes burrinhos

descadeirados. parece feita para eles.

Como podemos ver, os sintagmas verbais podem apresentar diferentes

constituições.Podem ter somente a forma verbal, como em

Os carvões caem.

ou serem formados de verbos combinados com outros elementos, como em

leva + seis sacos de carvões de lenha vão tocando + os animais com um relho

enorme vem + pela boca da noite passam + a caminho da cidade

Page 9: Sintagma

A presença ou não de outros termos no SV, termos que completam ou

modificam o sentido do verbo, vai depender do tipo de verbo que ocorrer. A

estas diferentes possibilidades de se constituir o sintagma verbal, em função do

verbo, damos o nome de predicação verbal.

Processos de ampliação do sintagma verbal

2.1 Constituintes do sintagma verbal

Como dissemos, a presença do verbo é o que caracteriza o sintagma verbal.

Além do verbo, outros termos podem fazer parte do SV, dependendo do verbo

que funciona como núcleo. Esses outros elementos são, por sua vez, sintagmas

- nominais ou preposicionados. Esses sintagmas desempenham diferentes

funções no SV: complementos directos, indirectos, adjuntos adverbiais, agentes

da passiva ...

 #top

Texto

 O anjo das pernas tortas  A um passe de Didi, Garrincha

avança Colado o couro aos pés, o olhar atento Dribla um, dribla

dois, depois descansa Como a medir o lance do momento.

Vem-lhe o pressentimento; ele se lança Mais rápido que o

próprio pensamento Dribla mais um, mais dois; a bola trança

Feliz, entre seus pés --- um pé-de-vento! Num só transporte a

multidão contrita Em ato de morte se levanta e grita Seu

uníssono canto de esperança. Garrincha, o anjo, escuta e

atende: --- Gooooool! É pura imagem: um G que chuta um O

Dentro da meta, um L. É pura dança!

(Vinícius de Morais)

Comentário ao texto

Este poema conta um pouco da arte de Garrincha, lendário jogador de futebol

brasileiro. Com as pernas tortas, Garrincha era considerado um génio do

futebol, driblando todos os seus adversários.

Page 10: Sintagma

O futebol é o desporto mais amado pelos portugueses. Para narrar os seus

jogos, os locutores desportivos usam diversas palavras estrangeiras, inventam

novas palavras, criam apelidos para os jogadores e para as jogadas. Tudo isso

para atrair a atenção do público e tornar a narração do jogo mais interessante.

No poema que acabou de ler, encontramos vários verbos que exigem a presença

de sintagmas nominais para completarem seu sentido.

Garrincha Garrincha

Garrincha A multidão

Garrincha

dribla mede faz

grita escuta

um jogador o lance um

golo um canto de o grito

driblar => quem? = um jogador

medir => o quê? = o lance

escutar => o quê? = o grito

fazer => o quê? = um golo

gritar => o quê? = um canto

A questão da transitividade

Todos os termos que serviram para responder as perguntas quem?, o quê?

vieram acrescentar uma informação aos verbos driblar, medir, escutar, fazer,

gritar, completando o sentido do verbo. Repare ainda que todos esses

complementos se ligaram directamente ao verbo, isto é, não foi usada nenhuma

preposição entre o verbo e seu complemento. São sintagmas nominais que

funcionam como complemento directo. E o verbo é transitivo directo.

 #top

Há no poema vários verbos que não exigem qualquer sintagma para lhe

completar o sentido. Repare:

avançar Garrincha avança.

descansar Garrincha descansa.

Page 11: Sintagma

gritar A multidão grita.

Dizemos que os verbos que não precisam de nenhuma espécie de complemento

são os verbos intransitivos.

Texto

 Plantas Carnívoras  Uma joaninha aproxima-se inocentemente

da planta. Dá umas voltas e pousa. A planta é um tanto

peluda, e nos pêlos há gotas que parecem de orvalho,

brilhando à luz do sol. As cores são bonitas e a joaninha acha

lindos os pêlos. Mas o que a joaninha não sabe é que eles

soltam uma substância viscosa na qual ela vai ficar presa. A

joaninha pousou numa 'planta carnívora'. Diferentemente das

que aparecem no cinema, as plantas carnívoras de verdade são

pequenas e delicadas. Elas têm em média 15 centímetros. As

maiores podem chegar a medir dois metros de altura. Só têm

capacidade de capturar e digerir animais miúdos, em geral

insectos. Por isso, os pesquisadores preferem chamar a essas

plantas  insectívoras. As plantas carnívoras não dependem

somente dos insectos para se alimentar: elas também fabricam

o seu próprio alimento. Mas como vivem em locais húmidos,

em terrenos pantanosos, o alimento que produzem não é

suficiente para suprir as suas necessidades vitais. Os insectos

que elas capturam e digerem com auxílio de uma substância

viscosa são um complemento alimentar. Existem, no mundo,

450 espécies de plantas carnívoras, divididas em seis famílias

diferentes. No Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, existe uma

estufa de plantas insectívoras. Lá estão exemplares das seis

famílias dessas plantas que, na estufa, são cultivadas em

condições especiais para se adaptarem ao clima carioca. (por

Vera L.G.Klein e L.Massarani, Revista Ciência Hoje das

Crianças)

Comentário do texto

Page 12: Sintagma

Neste texto, as autoras procuram explicar, numa linguagem bastante acessível,

o que são plantas carnívoras, quais são suas características, por que podem ser

chamadas plantas insectívoras, quantas espécies existem de plantas carnívoras.

Agora vamos observar melhor a estrutura de algumas frases do texto.

Encontramos verbos que exigem a presença de um substantivo para completar

seu sentido. É uma relação diferente entre o verbo e o substantivo que funciona

como núcleo do SN.

As plantas carnívoras

As plantas carnívoras

As plantas carnívoras

As plantas maiores

O JardimBotânico

capturam

digerem

produzem

medem

colecciona

os insectos

insectos miúdos

uma substância viscosa

dois metros de altura

plantas carnívoras

capturar => quem? = os insectos

produzir => o quê? = uma substância viscosa

coleccionar => o quê? = plantas carnívoras

Estes verbos pertencem a um grupo de verbos que, como vimos anteriormente,

têm o seu sentido complementado por sintagmas nominais que funcionam como

complemento directo.

 #top

Vamos ler agora as seguintes frases:

Uma joaninha

 As plantas carnívoras As plantas

carnívoras

aproxima-se

 não

dependem

 se adaptam

da planta

 dos insectos

 ao clima

carioca

aproximar-se => de quem? = da planta

depender => de quem? = dos insectos

Page 13: Sintagma

adaptar-se => a quê? = ao clima

Esses verbos têm o seu sentido complementado por sintagmas preposicionados

(sintagmas nominais introduzidos por preposição) que funcionam como objecto

indirecto. Dizemos, neste caso, que o verbo é transitivo indirecto.

Vamos agora observar com cuidado estas outras frases retiradas do texto:

As plantas

 A planta As cores As plantas

carnívoras O alimento Os insectos

são

 é

são

são

 não 

é

são

insectívoras

 peluda

bonitas

 pequenas e delicadas

suficiente

 um complemento

alimentar

Estas frases têm a mesma estrutura:

substantivo

sujeito

verbo ser

cópula

adjectivo ou substantivo

predicativo do sujeito (descreve características

do sujeito)

    sintagma nominal

sintagma

nominal

sintagma

verbal