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Síntese do Victor Papanek – Arquitectura e Design. Ecologia e Ética. O poder do design Nesta introdução Papanek faz abordagem ao design em geral, ele diz que há no design uma sensação de maravilha, um sentimento de conclusão que falta em muitos outros campos. Os designers têm a oportunidade de criar algo de novo, ou de refazer algo para que fique melhor. Explicita o repertório das capacidades e talentos de um designer. No entanto diz que os designers devem ser cuidadosos com o que criam, devido às mudanças ambientais, que são consequência do que fazemos. Acrescenta ainda que se essas mudanças são tão grandes e tão ameaçadoras, é imperativo que os designers e arquitectos dêem o seu contributo na busca de soluções. Examina pontos do design e da arquitectura não esquecendo os factores ambientais, dando consciência dos problemas e as consequências de tudo isso. Sobre o Espiritual do Design Neste capitulo Papanek diz que são necessários responsabilidade, ética e valores espirituais no design e na arquitectura que nos ajudam a encontrar um modo de vida sustentável e harmonioso. Ele explica a função da beleza questionando a convicção da Bauhaus de “Se funciona bem, será belo”. Faz referência àquilo que tem de ser a intenção do designer, e ainda que o que pode conferir o valor espiritual, tanto é a intenção do designer como o uso do objecto criado. Depois disto fala-nos do design para desmontar, ou seja, não esquecendo o ambiente, ao criar um novo objecto de modo a que possa ser desmontado, reciclado depois de terminada a sua vida útil. Criar objectos desmontáveis é então tão importante como projecta-los bem, desde o inicio. Para além disso no fabrico de objectos, é importante desperdiçar o menos possível e aproveitar o que se desperdiça, ele dá-nos exemplos simples para a

Síntese do Victor Papanek – Arquitectura e Design. Ecologia e Ética

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Arquitectura; Design; Ecologia e Ética

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Page 1: Síntese do Victor Papanek – Arquitectura e Design. Ecologia e Ética

Síntese do Victor Papanek – Arquitectura e Design. Ecologia e Ética.O poder do design

Nesta introdução Papanek faz abordagem ao design em geral, ele diz que há no design uma sensação de maravilha, um sentimento de conclusão que falta em muitos outros campos. Os designers têm a oportunidade de criar algo de novo, ou de refazer algo para que fique melhor. Explicita o repertório das capacidades e talentos de um designer. No entanto diz que os designers devem ser cuidadosos com o que criam, devido às mudanças ambientais, que são consequência do que fazemos. Acrescenta ainda que se essas mudanças são tão grandes e tão ameaçadoras, é imperativo que os designers e arquitectos dêem o seu contributo na busca de soluções. Examina pontos do design e da arquitectura não esquecendo os factores ambientais, dando consciência dos problemas e as consequências de tudo isso.

Sobre o Espiritual do Design

Neste capitulo Papanek diz que são necessários responsabilidade, ética e valores espirituais no design e na arquitectura que nos ajudam a encontrar um modo de vida sustentável e harmonioso. Ele explica a função da beleza questionando a convicção da Bauhaus de “Se funciona bem, será belo”. Faz referência àquilo que tem de ser a intenção do designer, e ainda que o que pode conferir o valor espiritual, tanto é a intenção do designer como o uso do objecto criado. Depois disto fala-nos do design para desmontar, ou seja, não esquecendo o ambiente, ao criar um novo objecto de modo a que possa ser desmontado, reciclado depois de terminada a sua vida útil. Criar objectos desmontáveis é então tão importante como projecta-los bem, desde o inicio. Para além disso no fabrico de objectos, é importante desperdiçar o menos possível e aproveitar o que se desperdiça, ele dá-nos exemplos simples para a compreensão disso mesmo. Já que existe uma preocupação com todos os factores anteriormente referidos, a participação das pessoas nas opções que os designers apresentam é outro factor importante. Papanek apresenta os grupos de pessoas (idosos e crianças) que mais precisam do design e o design dessas pessoas, tendo assim neste campo o design de se unir a outras áreas para se conseguir um design apropriado. Muitos utensílios e dispositivos que apresenta ao longo do livro só existem apenas como protótipos. O autor diz que o risco e o baixo lucro desincentivam empresas a produzi-los. Apresenta então, como solução, a criação de pequenas fabricas descentralizadas. Ele acha que o design precisa de apoio tanto a nível empresarial como ao nível de incentivos governamentais que apoiem novas empresas. As novas tecnologias, é algo que se liga ao design e segundo o autor estão a ser mal aproveitadas, pois os resultados destas se tornam incómodos em vez de auxiliares. Depois do que tem vindo a abordar, subsiste ainda a questão da ética, e Papanek coloca algumas questões que ajudam a entender se as regras éticas de grupos são realmente mais do que um plano de autoprotecção

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dos membros dos grupos, da investigação e criticas públicas. Transformar a encomenda, é o último passo neste capítulo, aqui ele põe-nos como plateia do seu trabalho, para que se entenda cada passo, cada requisito, cada problema e cada dilema com que se depara na criação, no exemplo dele, de um invólucro para uma tablete de chocolate.

A Forma segue a diversão

Este foi o próximo capitulo a analisar de Papanek. Aqui ele mostra o comportamento dos designers que inventam e criam produtos, com o seguinte dilema: a contradição entre o efémero e o permanente. Inventam coisas para que funcionem com eficácia e durante muito tempo. No entanto, muitas criações têm uma vida curta e muitas são virtualmente efémeras. A indústria satisfaz a procura de lucros, fabricando utensílios que serão frequentemente substituídos pelos utilizadores, o que os torna obsoletos. Mas do ponto de vista restrito do utilizador, nem tudo é mau, Papanek apresenta exemplos disso mesmo. Porém refere que, em termos ecológicos pagamos um elevado preço pelo “progresso” de estarmos constantemente à procura das trivialidades da moda. Segundo ele a cultura de um país molda as suas formas e que estas acabam por nos moldar. Em relação á afirmação “A forma segue a diversão”, diz que não é um mero trocadilho ou piada fácil, mas um possível diagnóstico da situação actual dos produtos do design e da arquitectura. Perante isto, habituamo-nos aos bens e edifícios que desempenhas funções de uso e método, as verdadeiras necessidades são postas de lado e são substituídas por desejos induzidos artificialmente. As consequências do que fazemos resultam na diminuição de recursos, e o tédio visual é criado por um clima que influencia as nossas expectativas de estéticas e associativas. Deste modo pelo desinteresse cultural, viramo-nos para a diversão. A aparente contradição inicial não deve existir, excepto em frágeis interpretações semânticas. Sabemos, ou pensamos saber, que quando projectamos algo, é para durar, então a precisão e o cuidado é importante. Mas quando o nosso trabalho é efémero, sentimo-nos menos empenhados. Papanek a partir do princípio “A forma segue a diversão” questiona os designers, que como criadores de formas, podem intervir de maneira a que a forma que a diversão assume esteja à altura das nossas expectativas e do aspecto humano. Acrescenta que, certas formas têm uma atracção inerente e algumas têm sido repetidas em diferentes variações ao longo da história. Ele faz referência da evolução da forma com a moda, dando exemplos de diferentes épocas. E neste seguimento surge o “Antidesign”, em que são conhecidas correntes que violaram as regras de design, existindo até lojas de “non-design”, ligado a isto surgiu uma reacção estética formal contra o “bom gosto” estabelecido, impulsionado pelo desejo de extrair objectos feitos por camponeses sem instrução. Mas muito daquilo que é útil e belo foi preservado pelo pequeno comércio no mundo. Até agora, as artes folclóricas permanecem imóveis e não foram desenvolvidas pelos seus criadores nem pela sua clientela sequiosa. Ele sente-se fascinado com a mudança do significado dos objectos,

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para ele existem duas fontes, uma é a maneira como a sociedade aceita os novos utensílios e artefactos e a forma como estes se desenvolvem, a outra fonte é a maneira como as coisas são feitas. Ele conclui este capítulo dizendo que se a diversão significa desfrutar da alegria lúdica, então estamos todos a necessitar de recuperar a harmonia perdida.

A utilidade é o inimigo?

Neste capitulo é feita uma abordagem maior á utilidade, do que nos outros. E o autor começa por fazer um apanhado daquilo que vulgarmente fazemos, ou seja, compramos coisas porque esperamos que estas reflictam o nosso gosto mas também o gosto do nosso tempo. Posteriormente a isto, fala-nos do desejo e da insatisfação mostrando uma realidade bem presente nos dias de hoje, em que as pessoas estão mais conscientes da insatisfação implantada nos bens de consumo e tornam-se menos dispostas a gastar dinheiro que custou a ganhar, um exemplo é que mantêm os carros por muito mais tempo do que no passado. Neste ponto da utilidade, surgem as dez armadilhas, analisadas uma a uma. Depois disto dá-nos a noção de conteúdo semiótico no design. Desde que o design e os seus produtos se tornam uma parte ideologicamente sacrossanta do marketing, esta situação transformou-se. Ao contrário de outras artes, o design tem tendência a incorporar aspectos sociais, ou serve para que estes aspectos sejam aceites. Ele fala-nos da cadeira como gesto de design, começa por fazer referencia as mais caras que, sendo um terço delas anticadeiras, ou seja, cadeiras desenhadas para que sentar-se nelas seja uma tarefa difícil ou até impossível, aquilo que parece a Papanek é que quem desenha estas cadeiras baseia-se no desejo egocêntrico dos seus designers que quiseram marcar posição mais do que dar conforto e bem-estar. Para além dos factores importantes que se têm vindo a abordar falta ainda a elegância, estilo, tendência e moda, estratégias que fazem com que as pessoas se sintam insatisfeitas com o que têm e comprem mais. A base económica da moda, é mesmo esta, comprar o que não se necessita. Existe também a sindroma do “giro”, que é outro meio de fazer o consumidor adquirir algo. A exploração do “giro”, utilidade ou moda manipula sem escrúpulos as reacções e emoções das pessoas; representa a engenharia do desejo.

A nova estética: pensar no futuro.

Neste ultimo capitulo, faz referencia as ideias exploradas da arquitectura e do design e tenta entrelaça-las numa nova estética onde deverá emergir das diversas necessidades, soluções e conceitos: a preocupação ambiental, o design que requer ajuda de governos, industria empresários e leis, e ainda apoio das pessoas em geral. Os utensílios e objectos criados devem funcionar suprimindo as necessidades do utilizador. Em tudo que vai abordando, faz referencia ao que foi falado anteriormente como o DPD, às tarefas importantes do design, oferecendo mais opções ao utilizador, o que já começa a acontecer nos dias de hoje, diminuindo o afastamento entre o

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utensílio e o utilizador, o que permitirá uma improvisação do aperfeiçoamento no modo de funcionamento e estética. Papanek diz que ao reconhecer o lugar certo do que fazemos em termos do presente, bem como do futuro - ajuda a assegurar um futuro de episódios fugazes que formarão uma rica teia de permanência através da continuidade.