23
1 Ministério da Justiça Comissão Nacional de Política Indigenista Síntese 23ª Reunião Ordinária Comissão Nacional de Política Indigenista - CNPI Data:8 e 9 de maio de 2014. Local: Salão Negro do Ministério da Justiça. Brasília/DF

Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

1

Ministério da Justiça

Comissão Nacional de Política Indigenista

Síntese

23ª Reunião Ordinária

Comissão Nacional de Política Indigenista - CNPI

Data:8 e 9 de maio de 2014.

Local: Salão Negro do Ministério da Justiça.

Brasília/DF

Page 2: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

2

SÍNTESE 23ª REUNIÃOORDINÁRIA

COMISSÃO NACIONAL DE POLÍTICA INDIGENISTA-CNPI

Esclarecimentos iniciais

A 23ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Política Indigenista -

CNPI foi antecedida por reuniões, em separado, da bancada indígena e indigenista, bem

como da bancada governamental. A plenária se iniciou no dia 08 de maio de 2014 se

estendendo até as 19h do dia 09 de maio/14.

Estiveram presentes na 23ª Reunião Ordinária da CNPI:

- Representantes de governo:

José Eduardo Cardozo–Ministro da Justiça; Maria Augusta B. Assirati–Presidente da CNPI;

Francisco Gaetani-Ministro de Estado Interino do Meio Ambiente; Marcelo Veiga e Marcelo

Chilvarquer–MJ; Thiago Almeida Garcia–Secretária-Geral da PR; Juliano Pimentel Duarte–

CC/PR; Frederico Raphael C. D. Britto–Gabinete Institucional da PR; Cel. Rodrigo Prates e

Cel. Jean J. A. Martins–Ministério da Defesa; Antonio Alves e Bianca Coelho Moura–

Ministério da Saúde/SESAI; Luiz Fernando Machado de Souza–Ministério do

Desenvolvimento Agrário; Larisa Ho Bech Gaivizzo–Ministério do Meio Ambiente; Olga

Novion-Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; Macaé M. Evaristo e Carlos Rafael

da Silva-MEC; .

- Representantes indígenas:

Simone Vidal da Silva–Karipuna/AP; Rosa da Silva Sousa–Pitaguary/CE; Francisca

Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de

Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz Vieira Titiah–Pataxó

HãHãHãe/BA; José Ciríaco Sobrinho–Capitão Potiguara/PB; Sandro Emanuel Cruz dos

Santos–Tuxá/BA; Brasílio Priprá– Xokleng/SC; Manoel Fernandes Moura–

Tukano/AM;Ak”Jabor Kayapó/PA; Manoel Messias da Silva-Xukurú-Kariri/PE; Anastácio

Peralta-Guarani Kaiová/MS; Helinton Gavião/RO; .......

- Representantes da sociedade civil/ONGs Indigenistas:

Saulo Ferreira Feitosa e Daniel Pierri/CTI;

- Assessor da Bancada Indígena: Paulino Montejo – APIB/DF; Marcos Sabaru-APOINME,

Francisco Avelino-COIAB e Rosane de Mattos – ARPINSUL;

- Demais Pessoas Presentes –

Page 3: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

3

Guilherme de Lacerda -Diretor de Infraestrutura Social, Meio Ambiente e Agropecuária

e Inclusão Social do BNDES; Maximiliano Correa-Coordenador da COIAB; Ministra

Sissel-Conselheira da Embaixada da Noruega; Cristian-Oficial de Programa para Povos

Indígenas da Embaixada da Noruega; Katrin Margraff-Gerente Sênior de Projetos da

KFW; Dr. Cezar Baldi-Assessor Jurídico da 6ª Câmara do MPF; Janio-MMA; Rita

Potiguara, Núbia Batista da Silva e José Carlos B. Magalhães-MEC; Gabriel

Domingues-MMA; Rivelino P. de Souza-Ministério do Esporte; Paulo Santos, Edson

Androdi Junior e Mª Souza Pereira-MJ; Graciana Mª da Silva e Tanielson Rodrigues–

estudantes da UNB e Renato Santana/CIMI

Funai:

Marco A. F. Peres–Diretor da DAGES; Luciana Nóbrega– Chefe de Gabinete; Maria

Janete A. de Carvalho – Diretora Substituta DPDS; Solange Alves-Assessoria

Parlamentar; Erika Yamada-Coordenação Geral de Promoção da Cidadania/CGPC;

Jaime Siqueira – Coordenação Geral de Gestão Ambiental/CGGAM; José Augusto L.

Pereira; Gustavo Vieira; Lúcia Alberta Andrade de Oliveira; Mário Vilela; Orlando

Barbosa; Fernando L. B. Viana; Brenda; Patricia C. Neves; Madeleyne; Orlando

Barbosa; Marina Carvalho

- Secretaria-Executiva:

Teresinha Gasparin Maglia, Gracioneide Maria Rodrigues e Samira S. Carvalho Sousa.

- Relatoria– FUNAI:

Kaio Kepler de Araújo e Léia Bezerra.

Page 4: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

4

Dia 08 de maio de 2014 - matutino

Secretária-Executiva, Teresinha G. Maglia – Inicia a 23ª Reunião Ordinária da

Comissão Nacional de Política Indigenista-CNPI solicitando a todos os presentes para

ocuparem os seus devidos lugares. Pede desculpas pelo atraso de algumas pessoas.

Consulta a bancada sobre a possibilidade de, na ausência do Titular e do Suplente do

MEC, um representante do MEC, Senhor Rafael, poder sentar-se à mesa. A bancada

concorda. Comunica que a Senhora Natália, Assessora do Senhor Marcelo Veiga, não

está mais atuando no Ministério da Justiça e em seu lugar entra o Senhor Marcelo,

suplente do Senhor Marcelo Veiga. Inicia os trabalhos com a aprovação da pauta

referente à programação dos dois dias.

Apresentação das Informações pelo Dr. César Baldi-MPF das PCs e Pls em

tramitação no Congresso Nacional, em especial a PEC 230 que cria vagas

especiais de Deputado Federal para as comunidades indígenas;

Discussão sobre a preparação da Conferência Nacional de Política Indigenista;

Lançamento da Chamada Pública para Projetos de Elaboração e de

Implementação de Planos de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas;

Apresentação pelo Ministério da Educação/MEC, sobre o plano de trabalho

referente a Educação Escolar Indígena;

Turismo em Terra Indígena;

Informações sobre o andamento das PEC e PLs no Congresso Nacional

(Assessoria Parlamentar da FUNAI).

Pergunta se há alguma inclusão ou alteração da pauta. O Senhor Rafael solicita que seja

acrescida na pauta um momento para que seja fornecidas informações, seja pelo

Ministério Público Federal ou pela Assessoria Parlamentar da FUNAI, sobre a

tramitação da Portaria n° 303. O Ministério Público Federal abordará o assunto.

Saulo – Faz uma proposta para que, após a aprovação da pauta e aprovação da ata da 9ª

Reunião Extraordinária da CNPI, a equipe que está trabalhando a preparação da Portaria

possa fazer uma memória breve para começar a discutir a PEC 320.

Page 5: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

5

Secretária-Executiva, Teresinha G. Maglia – Esclarece que com relação à ata da 9ª

Reunião Extraordinária da CNPI, todos os membros já receberam a síntese. Entretanto,

considerando que não houve tempo hábil para a contratação da empresa responsável

pela degravação, somente será possível aprová-la na próxima reunião, juntamente com a

ata dessa reunião. Aprova a programação de pauta. Pede para que o grupo executivo da

CNPI juntamente com a Câmara Técnica da PNGATI possa fazer um relato sobre como

foi a reunião, quais os encaminhamentos dados e como será o trabalho da Conferência

Nacional de Política Indigenista.

Daniel Pierri/CTI – O primeiro ponto discutido foi acerca da possibilidade da união da

Conferência Nacional de Política Indigenista com a Conferência da PNGATI e durante

a discussão, o Comitê Executivo da PNGATI tinham decidido não juntar as

Conferências. Propuseram que a Conferência da PNGATI ficasse para o ano de 2016 e

antes disso ocorresse a Conferência Nacional de Política Indigenista. Houve um acordo

entre as partes envolvidas, indígenas e Governo. Em outro momento, discutiu-se o

conteúdo da Conferência e relembra uma fala da Chiquinha que a Conferência deve ser

o momento para consolidação dos Direitos estabelecidos pela Constituição Federal. Foi

proposta uma agenda de trabalho iniciando com o Seminário Nacional de Mobilização

para formação e capacitação um grupo maior de Lideranças Indígenas para que mais

pessoas pudessem estarem mais aptos a repassarem informações às bases. Em torno de

100 indígenas participando. Teve uma discussão sobre a operacionalização da

Conferência, quais procedimentos necessários para que ela ocorra. Houve a informação

de que por meio de uma Portaria Ministerial e ficou definido de que faríamos um

documento para o Ministério da Justiça e para a Secretaria-Geral da Presidência para

um posicionamento do Ministério sobre se fazer essa Portaria e qual o prazo. Foi

marcada a próxima reunião do grupo executivo, de 01 a 04 de junho com a Pauta

principal de se trabalhar o texto base da Conferência Nacional, dependendo dos

posicionamentos do Governo hoje.

Chiquinha – Como complementação, é importante ficar claro que esta Conferência é

completamente diferente das demais. Uma Conferência retardatária. A Conferência não

é só para o Governo e sim para todo o país. É um avanço para a sociedade. Outra

questão ressaltada é a qualidade necessária para a Conferência. E as mais importantes

serão aquelas realizadas na base, na comunidade e nas aldeias onde os índios poderão se

manifestar. Se garantirmos um número grande de participantes nas locais, estaremos

Page 6: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

6

muito satisfeitos e será um ponto positivo para o avanço da Política. Outro ponto

importante é a necessidade de saber sobre o que a bancada governamental está pensando

a respeito. Qual a sua posição sobre essa Conferência, já que ela precisa ser trabalhada

de corpo e alma.

Bianca/SESAI – Quer saber qual o momento que a SESAI irá contribuir com a

discussão sobre a Conferência.

Secretária-Executiva, Teresinha G. Maglia – Informa que será após os informes do

Ministério Público Federal durante a discussão de fato sobre a Conferência. Quanto ao

documento elaborado na Comissão do grupo executivo e da Conferência para o Senhor

Ministro de Estado da Justiça, José Eduardo Cardozo e para o Senhor Ministro, Gilberto

Carvalho, informa que Ofício já foi encaminhado para agilidade de tempo. No momento

lê a minuta de Proposta para a realização da Conferência Nacional para aprovação da

bancada. Sem objeções, passa a condução dos trabalhos a Senhora Presidenta da

Comissão Nacional de Política Indigenista, Maria Augusta Assirati.

Presidenta Maria Augusta Assirati – Pede desculpas pelo atraso em virtude de

algumas questões que precisavam ser resolvidas mais cedo. Deseja um bom dia a todos

e informa que o Dr. César, do Ministério Público Federal, já está presente e convida-o

para sentar-se à mesa. Consulta a plenária se já pode iniciar a apresentação do Dr.

César.

Dr. César – Aproveita o momento para informar que não é do Ministério Público e sim

Assessor Jurídico da 6ª Câmara. Como fez o Parecer da PEC 320, foi convidado para

fazer essa apresentação.

Capitão Potiguara – Pede mais esclarecimentos sobre como se trabalhar com as

Assembleias Gerais e se há vagas para Deputados Estaduais?

Dr. César – Faz uma apresentação com informações sobre o Parecer Jurídico nº

01/2014, da 6ª Câmara de Coordenação e Revisão da Procuradoria Geral da República,

referente a Proposta de Emenda Constitucional nº 320/2013, que altera o art. 45 da CF,

para prever vagas especiais de Deputado Federal para comunidades indígenas.

Page 7: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

7

Saulo – Agradece o momento e de fato a PEC 320 representa uma reivindicação dos

povos indígenas. E nesse contexto de conjuntura bastante crítico, o surgimento da

proposta e a apresentação do Parecer é importante para fortalecer o debate. O

importante é que já há dois instrumentos prontos, Parecer da 6ª Câmara e Nota Técnica

da FUNAI e a CNPI abrindo espaço para esse debate. As questões em linhas gerais

apresentadas pelo Parecer são bem positivas, mas que é preciso fortalecer um debate

para fortalecer uma lei específica e que esse assunto também pode ser abordado na

Conferência Nacional. Discutir a PEC 320 também e discutir o que a Constituição

representa para todos e para os indígenas.

Anastácio – Agradece a proposta apresentada e informa que a PEC 320 representa um

caminho para a democracia quando há o início de valorização do povo que faz parte

desse país, que é a comunidade indígena. Temos vários direitos garantidos pela

Constituição, mas que na prática isso se torna muito difícil. Os indígenas não são

problemas para o Estado brasileiro. Na verdade somos a solução. Acho que essa

proposta é uma diretriz para o próprio país.

Dr. César – Salienta que a Constituição da Bolívia tem direitos específicos sobre os

Guarani.

Presidenta Maria Augusta Assirati – Informa que o próximo ponto de pauta seria a

discussão da Conferência Nacional. Acontece que recebemos a informação de que será

preciso alterar algumas ordens da pauta, pois tínhamos previsto a apresentação do MEC

hoje às 11h30, mas a Secretária Macaé foi convocada pelo Ministro para uma reunião às

11h e solicita inverter a pauta para a tarde do próximo dia. Pergunto se ao invés de

entrarmos sobre a Conferência, podemos passar para as aprovações das recomendações

sobre Turismo em Terras Indígenas, principalmente sobre as oficinas. Como não há

objeções, faz um relato sobre o que aconteceu. A FUNAI havia se comprometido na

última reunião de apresentar uma proposta sobre uma metodologia informativa sobre a

Normatização interna sobre Turismo em Terras Indígenas e apresentamos ontem na

subcomissão de etnodesenvolvimento com a proposta de realização de 5ofícinas

regionais para a discussão dos termos da instrução normativa e depois um último

momento num encontro nacional em Brasília – DF. Foi colocado que é preciso

fortalecer as etapas locais. Todos entraram em acordo por acreditamos ser muito

Page 8: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

8

importante o fortalecimento das pontas. Talvez seja preciso diminuir o momento

previsto para o encontro Nacional em virtude de poucos recursos.

Titiah – Com relação às Oficinas Locais, foi proposto a presença de 25 representantes.

Mas achamos muito pouco e por isso achamos que cada oficina precisa participar 100

representantes e na Oficina Nacional diminuir o número de representantes. Queríamos

também pedir uma capacitação e conteúdos para que possamos passar para as bases.

Presidenta Maria Augusta Assirati – A pedido do Coronel Rodrigo, vamos ampliar

essa discussão sobre Turismo em Terras Indígenas amanhã.

Simone – Consulta a bancada da possibilidade da CGETNO fazer uma apresentação

amanhã sobre essa discussão, pois necessita de um tempo maior.

Presidenta Maria Augusta Assirati – Informa que, como esse assunto sobre o

Turismo em Terras Indígenas está sendo bastante demandado, sugere o retorno da

discussão sobre a Conferência Nacional e transferir para o dia seguinte a continuação

desse debate sobre o turismo.

Saulo – Outro tema que poderia ser colocado nesse momento são os informes pela

Assessoria Parlamentar da FUNAI sobre os atos administrativos que estão tramitando.

Manoel – Essa questão de Turismo precisa ser muito bem discutida.

Lourenço – Dois encaminhamentos da subcomissão: Primeiro é a discussão sobre a

seguridade especial na previdência para os não indígenas e indígenas. Precisamos de um

esclarecimento melhor sobre isso. Queremos propor para que na próxima reunião seja

apresentado isso para a Comissão ou Subcomissão. A outra questão é uma Nota Técnica

do Conselho Nacional de Secretaria de Saúde, apresentada verbalmente em Manaus,

sobre a transferência de recursos da saúde indígena. Estamos tentando organizar a

Saúde dentro da SESAI. Sugerimos uma moção contra essa Nota Técnica da Secretaria

Nacional de Secretaria de Saúde.

Page 9: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

9

Encaminhamentos:

Discussão sobre a seguridade especial na previdência para os não indígenas e

indígenas;

Moção contra essa Nota Técnica do Conselho Nacional de Secretaria de Saúde.

Rosa – Solicita que a Assessoria Parlamentar faça a apresentação dos trâmites.

Gustavo e Solange ASPAR/FUNAI–Fazem uma fala sobre o andamento das PECs e

Pls no Congresso Nacional. Informa que enviará as informações sobre os projetos nos e-

mails da bancada.

Dia 08 de maio de 2014 – vespertino

Presidenta Maria Augusta Assirati – Retomando os trabalhos durante essa tarde, a

Simone propôs que alguns representantes do Comitê Gestor da PNGATI possa falar

sobre as últimas reuniões do Comitê Gestor.

Simone – Fazemos parte do Grupo que discute a questão inicial da Conferência

Nacional e gostaria de passar a palavra ao Marcos Sabaru.

Marcos Sabaru – Ficou definido as questões da Conferência e da PNGATI e

entendemos o momento de fortalecer a Conferência da CNPI e que o tema de uma

Política de Gestão nas Terras Indígenas seria muito importante ser discutido

separadamente para que nenhuma se sobreponha a outra.

Jaime Siqueira – Informa que a chamada pública que o lançamento será daqui a pouco,

foi um longo processo do MMA, FUNAI e BNDES e submetido ao COUFA e

provavelmente estará disponível no site hoje à tarde no site do BNDES. No lançamento

logo a mais, alguns detalhes do edital serão citados, mas ele é basicamente direcionado

para elaboração de planos regionais de Gestão Ambiental na Amazônia. O projeto prevê

um orçamento de R$ 70 milhões. Com essa chamada pública temos uma mudança de

escala bastante significativa. Acho um avanço bastante importante. Os representantes já

receberam cópia impressa do edital junto com orientações gerais para planos de gestão.

É uma síntese de questões e metodologias já utilizadas na Amazônia em planos de

Page 10: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

10

gestão. Também há a perspectiva de fazer uma oficina em julho, em Brasília-DF, para

divulgação do Edital e definir oficinas regionais para difundir melhor os objetivos do

Edital. Essa agenda seria definida nessa Oficina em Julho, se possível, antes da Copa. É

provável que a GIZ nos auxilie nessa Oficina. Há a perspectiva de recebermos muitos

projetos. Destaco ainda que a maioria dos recursos será destinadaaos planos de Gestão

já elaborados. Pelo menos 2/3 dos recursos serão utilizados para tal finalidade.

Chefe de Cerimônia do MJ – Boa tarde. Damos início ao lançamento da Chamada

Pública para Projetos de Elaboração e Implementação de Planos de Gestão Territorial e

Ambiental de Terras Indígenas. Convida para compor a mesa o Senhor Ministro de

Estado da Justiça, José Eduardo Cardozo, o Senhor Ministro de Estado Interino do Meio

Ambiente, Francisco, a senhora Presidenta Interina da Funai, Maria Augusta Assirati, o

Senhor Diretor de Infraestrutura social, meio ambiente e agropecuária e inclusão social

do BNDES, Guilherme de Lacerda e o Senhor Coordenador da COIAB, Maximiliano

Correa. A Senhora Ministra Conselheira da Embaixada da Noruega, Sissel. O Senhor

Oficial de Programa para Povos Indígenas da Embaixada da Noruega, Cristian. O

Senhor Gerente Sênior de Projetos da KfW e a Senhora Diretora, KatrinMargraff.

Convidamos para a assinatura da Chamada a Senhora Presidenta Interina da Funai,

Maria Augusta Assirati e o Senhor Diretor de Infraestrutura social, meio ambiente e

agropecuária e inclusão social do BNDES, Guilherme de Lacerda.

Presidenta Maria Augusta Assirati – Agradece a presença de todos e informa da

satisfação desse momento de lançamento da chamada pública. Reforça a importância da

ação de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável aos Povos Indígenas que cada vez

mais vem tendo que se fortalecer com fomento e subsídios. Ressalta que essa chamada

pública foi construída em estreita parceria com a FUNAI, pelo MMA, pelo BNDS e

pela COIAB. Essa articulação é fundamental para uma Política Indigenista efetiva. Essa

chamada elenca a importância das Terras Indígenas no processo de conservação da

biodiversidade do Brasil. As Terras Indígenas compõem o patrimônio da União e esses

planos reforçam os processos de proteção e fiscalização. O lançamento de hoje é uma

ação exitosa e de sucesso e parabenizo todos que se envolveram em todas as etapas.

Esse é um momento de comemoração que deve ao compromisso aos Direitos dos Povos

Indígenas.

Page 11: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

11

Maximiliano/COIAB – Agradece a todos os presentes. Destaca que esse é um

momento importante. E que durante esse período, é importante fortalecer o fato dos

indígenas serem importantes e capazes de gerirem suas próprias terras.

Diretor de Infraestrutura social, meio ambiente e agropecuária e inclusão social do

BNDES, Guilherme de Lacerda – Agradece a todos os presentes. O registro será

breve, mas relevante. A celebração foi feita em um momento não tão longo e não tão

curto. Estamos fazendo um esforço para a celeridade dos processos. Cumprimenta todos

os representantes da Noruega, KFW e GIZ, parceiros e atores que contribuem

fortemente para essa ação. O edital vai se somar a mais 18 processos já existentes para

que chegue realmente para quem precisa, nas áreas dos territórios indígenas. O Fundo

Amazônico é reconhecido internacionalmente. Valoriza a articulação com o MMA e a

FUNAI, com diálogos muito produtivos.Informa que o BNDES está disponível para

esclarecimentos e que o BNDES preza pela transparência.

Ministro de Estado Interino do Meio Ambiente, Francisco Gaetani – Cumprimenta

todos os presentes no evento. Esse é um dia de muita alegria, pois é o começo de fazer

justiça às grandes contribuições que os povos indígenas tem dado para a preservação

das florestas brasileiras. O Brasil é referência Global sobre a redução de gás na

atmosfera e os indígenas são naturalmente responsáveis por contribuir com essa

questão. Estamos falando de mundos diferentes e isso exige de nós uma sensibilidade e

capacidade de contribuir com essa questão tão diferenciada. O processo de

fortalecimento da Administração Pública ainda é muito recente e ainda estamos vivendo

esse processo de desenvolvimento das instituições. Os problemas indígenas não são

novos e o enfrentamento agora é assumido pelo Governo de uma forma ativa. Não são

desafios simples. Mas estamos muito contentes de estar aqui celebrando esse momento

e esperamos que essa parceria aumente e se fortaleça.

Ministro de Estado da Justiça, José Eduardo Cardozo – Cumprimenta todos os

presentes. Quando em junho de 2012 tínhamos baixado o Decreto que instituía a

PNGATI, uma pergunta me foi feita: Temos o decreto, mas e daí? Vai sair do papel?

Não posso negar que um Decreto como esse é realmente um desafio. Sabemos das

tensões e disputas e por isso esse desafio se colocou para nós como algo fundamental a

ser enfrentado. Hoje estamos dando um passo significante. São R$ 70 milhões de reais

destinados a gestão com sustentabilidade. Por um lado o respeito a natureza e do outro o

Page 12: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

12

respeito dos valores históricos e culturais dos Povos Indígenas, com o Estado Brasileiro

se empenhando para que isso seja concretizado. É uma conquista histórica. PNGATI foi

um grande avanço e hoje estamos dando um novo passo. Passos acordados, discutidos e

debatidos no campo que enseja a valorização e respeito aos Povos Indígenas e ao Meio

Ambiente. Parabenizo a todos que participaram desse processo.

Intervalo para o café.

Secretária-Executiva, Teresinha G. Maglia – Retoma os trabalhos da CNPI. Informa

sobre a continuação da discussão sobre a Conferência Nacional. Informa que em breve a

Presidenta da Comissão retornará para a mesa.

Chiquinha – Gostaria de conversar sobre um evento que está na rede social que vai ser

realizado no País inteiro envolvendo o nome das mulheres indígenas. Muitas pessoas

me questionaram sobre esse evento do qual não tenho conhecimento, que é o Miss

Indígena 2014, envolvendo muito preconceito contra as mulheres. Nós mulheres não

concordamos com esse evento e gostaria de saber qual é o entendimento disso por parte

da bancada e quais providências serão tomadas. Solicito ao Senhor Maximiliano que

pudesse manifestar sobre essa situação pois de fato é uma situação constrangedora.

Anastácio – Não tenho muito conhecimento, mas sei que no meu Estado muitos

municípios fazem esse tipo de evento. Não sou a favor desse evento porque não existe

gente feia nem bonita. Depende do olhar de cada um. Eles exigem até o tamanho das

pessoas. Isso para mim é uma atitude discriminatória. Acho boa essa discussão sobre

esse assunto que causa discriminação. A beleza está no olhar de cada um. O que é uma

beleza indígena? É o que está no olhar, na alma. Eu acho que a FUNAI precisa tomar

providências sobre isso porque nem são os indígenas que estão promovendo esse

evento.

Simone – Isso é uma questão muito preocupante. A gente sabe da beleza da mulher

indígena por meio de sua cultura e que precisa ser valorizada. Valorização não é

exposição. Atualmente esses eventos estão acontecendo em eventos locais, mas está

caminhando para nível nacional. Eu não participei na íntegra na subcomissão de gênero,

mas entendo que houve uma discussão sobre essa questão que é preocupante. Gostaria

Page 13: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

13

de registrar o repúdio sobre esse assunto e pedir apoio a todos os homens e mulheres

presentes para que tomarmos providências sobre essa questão.

Brasílio – Ressalto a nossa preocupação sobre esses eventos. As indígenas indo para as

metrópoles para esses eventos não é coisa boa. É um desastre total. Todas as mulheres

são bonitas e tem o seu valor, mas depende do olhar. Eu acho que não procede esse tipo

de evento. Estudo é mais importante do que esses eventos. Repudio essa ação. Tem

tantas coisas boas para se fazer à comunidade indígena e perde-se tempo com esses

eventos.

Ak’ Jabour – Eu não concordo com esse evento e não apoio. Sou contra Miss Indígena.

Maximiliano – Cada cultura é uma cultura. Não precisamos acatar o que é imposto.

Isso nunca aconteceu na nossa sociedade. A mulher indígena é ligada à espiritualidade e

mitologia. Não existe a questão de marxismo na comunidade indígena. A mulher é

como uma casa que defende o esposo e os filhos. O esposo precisa cuidar muito bem de

sua esposa. A mulher precisa ser valorizada. Nesse sentido, não podemos permitir que

as nossas jovens se inserem nesse meio de Miss Indígena.

Lourenço – Alguns lugares já estão acontecendo esses eventos. Querem utilizar desse

evento, aproveitando a copa, para mostrar as nossas jovens indígenas ao mundo.

Precisamos respeitar as nossas jovens. Qualquer questão tem que passar pela nossa

comunidade. Será que a nossa comunidade está concordando e sabendo desse fato? Eu

quero dizer que nós como representantes não somos a favor desse evento e temos que

preservar a nossa imagem e fazer um documento de repúdio a esse evento. Essa pessoa

que está promovendo isso precisa responder pelos atos.

Presidenta Maria Augusta Assirati – Informamos que a FUNAI em nenhum momento

apoio ou apoiou eventos dessa natureza. Soubemos que um servidor estava divulgando

esse evento e ele já foi convocado para responder administrativamente pelos seus atos.

Publicamos no nosso meio de comunicação uma Nota repudiando esse evento. Nós

repudiamos esse fato e a Direção da FUNAI não apoia esses eventos. Esse tipo de

evento vai contrário a toda a luta das mulheres indígenas e brasileiras que merecem ser

valorizadas.

Page 14: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

14

Sandro Tuxá – A princípio, quando a coisa iniciou, era interessante quando mostrava a

cultura. Mas atualmente as fotos são provocantes, vulgarizando o que nós temos de

melhor que é a sua essência de índia. Falei com a Chiquinha alertando que as mulheres

indígenas precisam se manifestar sobre essa problemática. Talvez o que temos de

melhor poderá ser rotulado como algo vulgar e preconceituosa.

Rivelino/Ministério do Esporte – De fato há um servidor da FUNAI envolvido nessa

questões e também tem um pleito junto ao Ministério do Esporte em levar uma equipe

de futebol indígena para a Colômbia representar Brasil. Faço uma sugestão, uma vez

que ele é servidor federal que ele não acesse nenhum tipo de financiamento ou qualquer

outro evento, para servir de exemplo. Tínhamos um interesse dessa equipe de ir para a

Colômbia, mas como essas questões eu me envergonho de apoiar qualquer evento. Não

apoio mais esse evento por estar estragando a minha imagem.

Titiah – Acho que o material dessas preocupações sobre esse evento deveria estar sendo

debatida na Organização da Juventude Indígena, pois lá há a participação de muitos

jovens e eles debatem sobre o futuro dos jovens indígenas. Precisamos também discutir

o futuro dos jogos indígenas e a participação dos indígenas nesses eventos.

Presidenta Maria Augusta Assirati – Encerra o primeiro dia de reunião.

Page 15: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

15

Dia 09 de maio de 2014 – matutino

Presidenta Maria Augusta Assirati – Abre a reunião com a discussão sobre a

Conferência e propõe que se faça hoje uma proposta para a Conferência. Solicita à

SESAI para abrir as discursões.

Secretário Antônio Alves, SESAI – Deseja um bom dia a todos e informa que a

Conferência de Saúde segue um modelo tradicional. A nossa Conferência foi chamada

de setorial, por temas. Geralmente que convoca é o Governo, mas regimentalmente

falando a Comissão pode convocar. Nosso conselho é paritário e a Comissão tem essa

característica paritária. Informa sobre as questões logísticas do evento. Informa que o

ministério da saúde tem uma empresa que cuida de toda a logística.

Bianca SESAI – Complementando o que o Senhor Antônio disse, a convocatória já

informa sobre toda a estrutura da Comissão e o tema central abordado. Na parte

operacional, trouxemos uma proposta de sugestão de número de Comissão que seria de

16 membros, 8 do Movimento e 8 do Governo. Dessa maneira cada região estaria

contemplada e a bancada governamental também. Isso não impede de ter outros

convidados permanentes também. E aí já precisamos sair com algumas decisões, já que

tem a questão de recursos. Isso precisa estar previsto na Lei de Orçamento.

Marcos Sabarú – Lembro que são 34 Distritos da SESAI e 37 Coordenações Regionais

da FUNAI. Então precisamos nos adequar a essa realidade. Se a gente tiver vaga por

cada Coordenação Regional, ficaremos prejudicados por contermos apenas 3

Coordenações Regionais em uma área bem grande. Acredito que a Comissão

Organizadora irá se debruçar mais sobre essa questão.

Chiquinha –Acha interessante e bem distribuído esse modelo proposto pela saúde. É

importante que aconteça as Conferências Locais, onde estão concentradas as aldeias. Ali

que tem que concentrar o maior número de participantes. A FUNAI tem 37

Coordenações Regionais e acho que é preciso concentrar o maior número de

mobilização dos servidores da FUNAI na ponta, com atribuições e tarefas. Isso é

fundamental. Outra questão é a importância da capacitação desse pessoal. Muita gente

tem dificuldade de entender o processo que é histórico. Uma pessoa tem que ter

Page 16: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

16

capacidade de saber distinguir e conceituar as coisas. Mesmo que tenhamos as 37 e

sabemos dos problemas na ponta, eu acho que é um momento oportuno de fazer

realmente a verdadeira reestrutura da FUNAI. A própria Conferência vai forçar o órgão

a se fortalecer. É preciso uma formação para os membros da CNPI.

Lourenço - Quero contribuir um pouco com relação à Conferência. Observei um pouco

das falhas e que isso não venha acontecer novamente. Fortalecendo a fala da Chiquinha,

é preciso uma capacitação para engrandecer os conhecimentos e qualificar a base,

principalmente que está na ponta para fazer uma Conferência de qualidade.

Chico Apurinã – Acredita que o modelo proposto pela SESAI é muito bom com

relação à participação. As Conferências locais precisam incluir as CTLS também.

Simone – Fortalece a necessidade de capacitação e enriquecer o conhecimento da

CNPI. Quero provocar a necessidade de como iremos levar as informações para a base.

Embora tenhamos os parceiros para a realização dessa Conferência, os protagonistas

somos nós indígenas. Quero parabenizar a Conferência Nacional de Saúde porque os

indígenas participaram de todo o processo. As discussões foram muito proveitosas nas

reuniões locais. É importante trabalhar a informação. Gostaria de propor para que

pudéssemos pensar na construção e no passo a passo da Conferência.

Lindomar – O processo da saúde deu-se mais facilmente, pois já existia uma linha a se

seguir. O que me preocupa a Conferência é que ela vai abordar infinitos assuntos e

precisamos estar afiados para a realização dela. Fortalece a necessidade de capacitação

dos membros da CNPI.

Manoel Moura – As coisas escritas na mesa todo mundo faz, mas na prática é que

vemos o que acontece. Precisamos sim capacitar os membros da CNPI, mas precisam

ser capacitados os secretários que emitem passagem. Temos um grande problema com

relação às passagens tiradas para os indígenas. Capacitar as pessoas que emitem

passagens.

Presidenta Maria Augusta – Todo mundo destacou a importância da capacitação das

pessoas. Nós havíamos discutido a realização de um seminário nacional para

disseminação de informações e mobilização. Talvez possamos fazer esse encontro

Page 17: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

17

objetivando a capacitação das pessoas para que isso possa ser replicado às comissões

regionais. Gostei dessa ideia de adotar o modelo da Saúde e ter Comissões

Organizadoras em cada Coordenação Regional, por estarem mais próximas aos

problemas locais.

Propostas de encaminhamento:

Trabalhar a Comissão Organizadora a partir da representação da CNPI. Nós

temos 12 membros de Governo + 1 Presidente e temos 10 membros indígenas

com voto e 2 da bancada indigenista. Acho que tem que ser paritário e poderia

ter 12 representantes do Governo da CNPI e 12 representantes da bancada

indígena e indigenista;

Definir que as etapas regionais serão 37 e poderão contar com as suas próprias

comissões organizadoras locais sendo também paritárias.

Definição do tema central da Conferência.

Chiquinha – Essa será uma Conferência diferente das todas, porque a Política

Indigenista ultrapassa todos os olhares temáticos. Lembro que na Constituinte essa

questão já tinha sido colocada. Houve uma mudança muito grande. O grande gargalo

que vejo é o Estatuto dos Povos Indígenas. Como iremos lidar com essa questão. O

ponto chave foi essa mudança do Estatuto do Índio. É nesse foco que precisamos

trabalhar e ainda tenho a esperança que o Estatuto dos Povos Indígenas será aprovado.

Acho que podemos avançar em discussões mais práticas e essas questões serem

discutidas no âmbito das Comissões.

Presidenta Maria Augusta Assirati – Informa que a Conferência tem que ser

convocada por um ato formal de algum representante do Governo, podendo ser o

Ministro, dois Ministros em conjunto ou a própria Presidenta Dilma. O que precisamos

nos preocupar é ter a Portaria assinada e a Conferência convocada e depois o Governo

irá se organizar com relação ao recurso. A Portaria e a Convocação nos dá a garantia e

um respaldo para a realização da Conferência. Proponho agora que se formem um grupo

para redigir uma minuta de Portaria para a convocação da Conferência e tirar daqui o

número de pessoas da Comissão Organizadora que também precisa ser chamada por

meio de uma Portaria que convoca a Conferência.

Page 18: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

18

Brasílio – Informa que o Ministro Gilberto Carvalho já garantiu o recurso e não

precisamos nos preocupar muito com isso. É preciso fortalecer a maneira de se pensar a

Conferência.

Coronel Jean – Informa que o Ministério da Defesa acompanha os focos de tensão na

questão indígena. Todas elas a atribuição é garantir a lei e a ordem e mantendo a paz. O

tema questão indígena é acompanhado de uma questão especial por envolver muitos

conflitos. Acho que a Conferência pode ser um instrumento muito importante para

refletir sobre essa questão indígena. O objetivo comum é ter os direitos garantidos e a

paz presente em todos os territórios.

Saulo – Nós temos dois desafios. Não temos como fugir das questões temáticas. Temos

que pensar na antecipação dos conflitos. Como essa política vai ser pensada? E aí

demanda uma questão anterior que é a questão da descolonização. Essa Conferência

precisa ser um marco descolonial. Precisamos descolonizar as nossas vidas.

Brasílio – Tenho certeza de que se o Governo Brasileiro tivesse uma política de

demarcação de terra, não haveria mortes de índios e não índios. Não é justo que os

indígenas, donos principais das terras, fiquem com uma pequena parcela de terra de

qualidade ruim. Nós somos brasileiros e indígenas como modo diferente de tratar a

terra. Nós sabemos cuidar do meio ambiente, da água, dos peixes. Índio não coloca

veneno nos rios. O que precisamos é uma política de Governo e pede para a Presidenta

da Funai olhar com carinho para região sul. Estou muito preocupado com essa situação

e com o nosso companheiro, Senhor Deoclides. Nós temos quase 40 mil Kaingang no

Rio Grande do Sul.

Dr. Antônio/SESAI - Informa que a Conferência não aprova Políticas. A Conferência

aprova diretrizes para fazer uma Política. É importante aprovar diretrizes que reafirma

as políticas apontamento de direções. As terras indígenas, embora pertencentes à União,

está localizada nos Estados e Municípios. Então, torna-se impossível fazer uma

Conferência sem a presença desses entes Federativos. Nós temos este ano mais um

período importante que é o eleitoral, onde se definirão os dirigentes. Acho que talvez,

como exercício para a Comissão Organizadora, tentar fazer um debate em cada unidade

da federação com os candidatos de seu Estado e tentar compreender quem de fato

Page 19: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

19

assumirá a política indígena. Muitos conflitos ocorrem também pela falta de clareza

sobre a temática indígena por parte de alguns políticos.

Capitão Potiguara-Nordeste/Leste – Informa que os Postos da SESAI estão quase

todos fechados na região. De 15 em 15 dias aparece um médico.

Presidenta Maria Augusta Assirati – Informa da necessidade de se definir o número

de vagas na Comissão Organizadora, quanto membro de cada bancada, indigenista e

Governamental. Nesse período teríamos a convocação da Conferência e estando

convocada, já publicaríamos a Portaria da Comissão Organizadora. Encerra a manhã.

Encaminhamentos:

Número de vagas (representantes) na Comissão Organizadora;

O texto da Portaria;

A temática central e mais ampla possível;

Dia 09 de maio de 2014 - vespertino

Secretária-Executiva, Teresinha G. Maglia – Inicia a reunião e informa que a

Presidenta Maria Augusta está finalizando a minuta de Portaria para apresentação aos

Ministros. Tão logo ela conclua a minuta, retornará à mesa para a condução dos

trabalhos. Passa a palavra para a Senhora Macaé, do Ministério da Educação para

apresentação do Plano de trabalho referente a Educação Escolar Indígena.

Macaé – Deseja um boa tarde a todos e diz sempre ser um prazer fazer parte desses

momentos com a questão indígena. Informa que fará um diagnóstico acerca dos

trabalhos desenvolvidos no âmbito do Ministério da Educação referente à Educação

Escolar Indígena. A SECADIR trabalha com políticas voltadas para populações

diferenciadas e temos uma agenda grande. Informa sobre dados gerais da política

referente à Educação Escolar Indígena.

Wellington Gavião – Direciona a fala da Macaé referentes aos programas que são

muito importante. Para atingir ao beneficiário, eu não vejo implantado para atender as

comunidades, pois no Estado de Rondônia ficamos preocupados referente a formação

Page 20: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

20

continuada e também ao recurso oferecido e a produção do material didático. Eu acho

que nesse momento, precisamos instrumentalizar os povos indígenas para ser um futuro

profissional. O que falta é o MEC acompanhar ativamente a aplicação de recurso em

cada Estado. O MEC tem que ter uma equipe específica para isso. Não adianta enviar

recursos e não ter acompanhamento do que está sendo feito com esse recurso. Outra

questão é a pactuação de 23 territórios educacionais. No Estado de Rondônia temos 05.

Pactuação pra mim é criar, instalar e ter recursos próprios.

Manoel Moura – Agradece a exposição da Macaé. No meu ponto de vista, nós

precisamos entender ainda mais esses processos. Antes não existia dentro das

universidades os indígenas. Um desses que lutou foi eu. Se o índio está reclamando é

porque algo precisa ser melhor. Solicita apoio para os estudantes indígenas. Sou a favor

de cotas indígenas para quem precisa. Eu não precisei de cotas. Precisamos é de recurso,

casa e segurança para estudar.

Chiquinha – É preciso inserir a linguagem de sinais tradicionais e que é preciso

fortalecer essa prática indígena.

Brasílio – Todas as coisas que o Governo apresenta é lindo, no papel. O que me

estranha é que na prática não é bem assim. Avançou um pouco, mas é preciso de mais

cuidado com as pessoas na ponta. Por isso muitas vezes o indígena da ponta acaba

desistindo em virtude da grande burocracia.

Selmo – Chama atenção para as dificuldades de construções e reformas das escolas de

que no Estado. Os projetos não estão sendo discutidos pela comunidade. Os projetos

feitos pelo MEC não considera as peculiaridades das aldeias indígenas. É preciso

atenção para essas questões.

Macaé – Primeiro fala sobre os Territórios Etnoeducacionais. As nossa dificuldade é a

reunião do Comitê Gestor. Precisamos garantir que essas reuniões aconteçam.

Precisamos de uma empresa específica para fazer eventos em áreas rurais. Precisamos

ter bastante transparência entre nós para dizer que estamos empreendendo esforços mas

que é uma luta. Concorda com a fala da Chiquinha e que precisamos avançar nessa

discussão de política linguística.

Page 21: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

21

Simone – Na subcomissão de etnodesenvolvimento, tivemos uma discussão de vários

pontos como: Turismo em Terras Indígenas, Selo indígena de agricultura familiar e

Fundo Amazônia. Convida o José Augusto da CGETNO/FUNAI para fazer um relato

sobre o que discutiram sobre Turismo em Terras Indígenas.

Encaminhamentos:

Agenda do CTI com data para 16 a 19 de junho de 2014;

6 Oficinas regionais e 1 Nacional (Turismo em Terras Indígenas).

José Augusto/CGETNO – Informa sobre o tratamento de visitação e turismo em terras

indígenas. E que nessa nova Gestão, essa temática passou a estar diretamente ligada à

CGETNO.

Titiah – O que precisamos assegurar é o número de pessoas que vão participar das

Oficinas Regionais. Outra visão é que há comunidades avançadas com relação às visitas

em terras indígenas e outras que não aceitam. Precisamos fortalecer isso nas Oficinas

Regionais. Queria também registrar que temos um dever de casa: Sair daqui com a data

fechada da reunião preparatória e a outra é a FUNAI trabalhar nas Regionais.Os

membros da CNPI também precisa participar dessa preparação.

Saulo – No momento em que promovemos a discussão de Turismo, há comunidades

que não tem interesse. Qual é a consequência de Turismo em terras indígenas e um dos

aspectos é qual o perfil do visitante nessas terras. Precisamos ter cuidado para que essas

oficinas não sejam transformadas em propagandas pró-turismo e dependendo da

metodologia utilizada poderá ser interpretada de outra maneira. Outra questão

importante é quando falamos em consulta. O recurso pela internet precisa ser colocada

como sugestão para não ser confundida com a consulta da Convenção 169.

Sandro – Achamos que teríamos uma oportunidade de sentar-se com o Senhor Ministro

e com a agenda cheia, não foi possível transmitir toda a nossa fala intencional. Mais

uma vez é frustrante a situação que ocorre no Sul. Nós temos um representante de luta,

Senhor Deoclides, pedindo constantemente que a situação de sua região fosse resolvida.

Lideranças indígenas estão sendo ameaçadas. 10 de nossas lideranças estão presos. Até

quando iremos ver os nossos parentes vivendo nesses conflitos.

Page 22: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

22

Brasílio – Se emociona com a situação do senhor Deoclides e informa que tudo isso

está acontecendo em virtude de uma má administração do Governo e faz um apelo para

a segurança dos indígenas presos na região sul.

Saulo – Apenas para verificação e informação, a comunidade informa que a prisão foi

feita de uma forma traidora, já que eles foram convocados para uma reunião e essa se

tratava de uma emboscada em que foram presos.

Marcelo Veiga – Informa que está abalado com a situação e que o Deoclides é um

parceiro. Informa que sempre mantém um diálogo e que as lideranças têm demonstrado

uma abertura positiva para os nosso diálogos. Assim como cada um de vocês, eu vou

levar isso para o resto da minha vida. Informa que as prisões foram feitas em virtude de

um conflito na semana passada no município de Faxinazinho/RS. Essas prisões são

decorrentes das duas mortes ocorridas. Não temos ingerência nenhuma sobre decisões

judiciárias e a Polícia Federal tem obrigação de fazer essas prisões. O Ministério da

Justiça não tem acesso aos inquéritos. O Estado Democrático atua dessa forma. Não

temos ciência do que ocorre no Inquérito Policial. A Polícia Federal tem autonomia para

fazer essas prisões. Temos conhecimento de que foram presos: Nelson de Oliveira,

Daniel Fortes, Celinho de Oliveira, Deoclides de Paula e Romildo de Paula e peço para

vocês confirmarem esses nomes. A Presidência da FUNAI já está em contato com a sua

Procuradoria para apoio e atuação junto a esses casos. É um momento de busca da

segurança das pessoas. A Procuradoria da FUNAI está fazendo toda a análise e qual a

melhor forma e local para essas pessoas ficarem. Vamos tomar todas as medidas

necessárias para cuidar da integridade física e segurança deles.

Capitão Potiguara – Uma coisa que me surpreende é que o Ministério da Justiça não

tem acesso aos Inquéritos da Polícia Federal. Então a Polícia Federal é subordinada a

quem?

Marcelo Veiga – A própria legislação informa que os inquéritos policiais são sigilosos,

inclusive para o Ministro. A legislação é construída para apenas o delegado ter acesso

ao Inquérito Policial. Só somos informados sobre essas questões quando a legislação

autoriza isso.

Page 23: Síntese - Funai · Navantino-Pareci/MT; Lourenço Borges Milhomem–Krikati/MA; Marcos Luidson de Araújo–Xukuru/PE; Lindomar Santos Rodrigues–Xocó/AL; Luiz

23

Secretária Executiva Teresinha G. Maglia – Retoma os trabalhos, dá ciência e coloca

em discussão os seguintes documentos para aprovação:

- Resolução nº 001 de 09 de maio de 2014, que trata sobre a Convocação da I

Conferencia Nacional de Política Indigenista, com proposta de Minuta de Portaria.

Colocada em votação, aprovada por unanimidade;

- Resolução nº 002 de 09 de maio de 2014, que trata de Nota Técnica ao Conass,

colocada em votação, aprovada por unanimidade;

- Moção de Repúdio contra o evento denominado Miss Brasil Indígena 2014, colocada

em votação, aprovada por unanimidade.

- Manifestação da Plenária da CNPI, que trata da efetivação da Senhora Maria Augusta

B. Assirati no cargo de Presidenta da Funai e automaticamente da Presidenta da CNPI,

colocada em votação, aprovada por unanimidade.

Lembra que a próxima reunião está prevista para o final de julho de 2014.

Encaminhamentos:

Reunião do Grupo Executivo que irá tratar e discutir a Conferência, nos dias 08

e 09 de junho/14: Simone, Rosa, Deoclides, Chiquinha e Daniel/CTI.

Sandro – A Comissão Organizadora da Conferência Nacional estará sendo composta

por 12 integrantes do Governo + a Presidenta da Funai e 12 integrantes da bancada

indígena e indigenista + a representação da APIB, tendo o acompanhamento direto em

todas as instâncias dessa Conferência da Secretaria Executiva da CNPI. Os

componentes da Comissão Organizadora serão escolhidos na próxima reunião da CNPI.

Secretária Executiva Teresinha G. Maglia – Encerra a 23ª Reunião Ordinária da

Comissão Nacional de Política Indigenista.

**********************************************************************