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Fernando Pessoa – Ortónimo No ortónimo, coexistem 2 vertentes: a tradicional, na continuidade do lirismo português, e a modernista, q se manifesta cm processo de ruptura. Na 1ª, observa-se a influência lírica de Garrett ou do sebastianismo ou saudosismo, apresentando suavidade rítmica e musical, em versos geralm/ curtos, na 2ª, encontramos experimentações modernistas c a procura da intelectualização das sensações e dos sentimentos. - Sinceridade/ Fingimento : A unidade destes opostos n é mais do q 1 concretização do processo criativo, q é vital p/ ser humano e q só é possível ao afastar-se da realidade, da qual parte, p/ percepcionar e produzir 1 nova realidade. Ligam-se à dialéctica do sentir/ pensar e consciência/ inconsciência, que leva Pessoa a afirmar que “fingir é conhecer-se”. É através destas dicotomias que o ortónimo procura responder às inquietações da vida e produzir a emoção estética através do poema, q “simula a vida”, como afirma. A consciência da efemeridade, pq o tempo é 1 fator de desagregação, cria o desejo de ser criança de novo, a nostalgia da infância cm bem perdido e, 1 vez mais, leva-o à desilusão perante a vida real e o sonho. Cancioneiro : poema marcado pelo desencanto e melancolia; Impressões do Crepúsculo : Põe em destaque o vago, a subtileza e a complexidade; Mensagem : que é marcada pelo ocultismo. “Autopsicografia - Uma temática da sinceridade poética, ou seja, do fingimento poético é introduzida qd, na 1ª quadra, o poeta explicita a afirmação inicial (“o poeta é um fingidor”), privilegiando a razão no acto da criação poética e subalternizando o “coração”. - Neste poema, a dor surge em 3 níveis: - a dor real (“q deveras sente”), a dor fingida e a “dor lida”. A produção poética parte da realidade da dor sentida, mas distancia-se criando uma dor fingida, graças à interacção entre a razão e a sensibilidade, q permite a elaboração mental da obra de arte. A elaboração - Consciência/ inconsciência - Sentir/ Pensar

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Fernando Pessoa – OrtónimoNo ortónimo, coexistem 2 vertentes: a tradicional, na continuidade do lirismo português, e a modernista, q se manifesta cm processo de ruptura. Na 1ª, observa-se a influência lírica de Garrett ou do sebastianismo ou saudosismo, apresentando suavidade rítmica e musical, em versos geralm/ curtos, na 2ª, encontramos experimentações modernistas c a procura da intelectualização das sensações e dos sentimentos.

- Sinceridade/ Fingimento: A unidade destes opostos n é mais do q 1 concretização do processo criativo, q é vital p/ ser humano e q só é possível ao afastar-se da realidade, da qual parte, p/ percepcionar e produzir 1 nova realidade. Ligam-se à dialéctica do sentir/ pensar e consciência/ inconsciência, que leva Pessoa a afirmar que “fingir é conhecer-se”.

É através destas dicotomias que o ortónimo procura responder às inquietações da vida e produzir a emoção estética através do poema, q “simula a vida”, como afirma. A consciência da efemeridade, pq o tempo é 1 fator de desagregação, cria o desejo de ser criança de novo, a nostalgia da infância cm bem perdido e, 1 vez mais, leva-o à desilusão perante a vida real e o sonho.

Cancioneiro : poema marcado pelo desencanto e melancolia; Impressões do Crepúsculo : Põe em destaque o vago, a subtileza e a

complexidade; Mensagem : que é marcada pelo ocultismo.

“Autopsicografia”- Uma temática da sinceridade poética, ou seja, do fingimento poético é introduzida qd, na 1ª quadra, o poeta explicita a afirmação inicial (“o poeta é um fingidor”), privilegiando a razão no acto da criação poética e subalternizando o “coração”.

- Neste poema, a dor surge em 3 níveis: - a dor real (“q deveras sente”), a dor fingida e a “dor lida”. A produção poética parte da realidade da dor sentida, mas distancia-se criando uma dor fingida, graças à interacção entre a razão e a sensibilidade, q permite a elaboração mental da obra de arte. A elaboração estética acaba por se construir pela conciliação da oposição razão/ sentimento.

“Isto”- Completa esta teoria do fingimento poético, afirmando o sujeito poético q, apesar de sentir c a imaginação, a sua poesia n é 1 mentira, visto q a intelectualização das emoções a reveste de sinceridade intelectual.

- A dialéctica sinceridade/ fingimento, consciência/ inconsciência, sentir/ pensar percebe-se tb c nitidez ao recorrer ao interseccionismo cm tentativa p/ encontrar a unidade entre a experiência sensível e a inteligência. A “Chuva oblíqua” é um dos poemas onde é nítido o interseccionismo impressionista.

- Consciência/ inconsciência

- Sentir/ Pensar

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- A dor de Pensar: Fernando Pessoa gostava de ter a inconsciência das coisas ou seres comuns q agem cm uma “Pobre Ceifeira” (o poeta inveja a ingenuidade da ceifeira q, sendo infeliz, n tem disso consciência e, paradoxalm/é feliz) ou que cumprem apenas as leis do instinto cm o “ Gato q brinca na rua”. O “eu” lírico tanto aceita a consciência cm sente 1 verdadeira dor de pensar, q traduz insatisfação e dúvida sobre a utilidade do pensamento. Impedido de ser feliz, devido à lucidez, procura a realização do paradoxo de ter uma consciência inconsciente.

- A nostalgia da infância: Face à incapacidade de viver a vida, o sujeito poético refugia-se numa infância mítica, 1 idade de inocência, 1 idade onde ainda n se pensa e, p isso, onde ainda tudo é possível. Pessoa sente a nostalgia da criança q passou ao lado das alegrias e da ternura. Chora, p isso, 1 felicidade passada, p/ lá da infância.Ex.: “ Quando as crianças brincam” ou “ Não sei, ama, onde era” – contos infantis, reis e princesas, o azul do céu ou “ O menino da sua mãe” – pelo lenço branco e a cigarreira

A Fragmentação do eu: A constante fragmentação e divisão do “eu”, a angústia do auto desconhecimento e a consequente racionalização do sentir levam o ortónimo a ser incapaz de viver a vida e a mergulhar no tédio e na angústia existenciais, no desalento e no cepticismo mais profundos. Perante a vida, ao sujeito poético nada mais lhe resta q abdicar e pedir à noite eterna q o tome nos braços – “Abdicação”.

Fernando Pessoa – HeterónimosOs poemas de cada heterónimo são só do autor Pessoa por 1 duplo processo de criação p/ conseguir representar a diversidade q virtualm/ possui. Os sentimentos dos heterónimos nada podem ter a ver com os sentimentos de Fernando Pessoa, até pq a maioria deles exprimem ideias que n aceita, sentimentos q n teve.

Alberto Caeiro- É um sensacionista, q vive aderindo espontaneam/ às coisas, tais cm são, e procura gozá-las c/ despreocupada e alegre sensualidade. Ele vive de impressões, fundamentalm/ visuais.

- Caeiro, mestre de todos os outros, dá especial importância ao acto de ver, ele vê c os olhos, n c a mente, m é sobretudo inteligência q decorre sobre as sensações, num discurso em verso livre, em estilo coloquial e espontâneo.

“ Pensar é estar doente dos olhos” : Poeta do olhar, procura ver as coisas tal cm elas são, s/ lhes atribuir significados ou sentimentos humanos. As pessoas são cm são. Prefere a objectividade (aceitação gostosa do mundo tal cm ele é) – Anti-metafísico

- Recorre ao verso livre e à métrica irregular. Os seus poemas revelam 1 pontuação lógica, predomínio de coordenação e do presente do indicativo ou frases simples, marcadas pela pobreza lexical e poucos recursos estilísticos.

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- A poesia das sensações: Só lhe interessam as sensações; recusa o pensamento metafísico “ pensar é n compreender”. P/ Caeiro ver é conhecer e compreender o mundo. (Poema da pág. 25)

“ Guardador dos Rebanhos” : Apenas se importa em ver de forma objectiva e natural a realidade com a qual contacta a todo o momento. Mostra cm recusar o pensamento se reduz a 1 “sentir” c os sentidos: “ Penso c os olhos e c os ouvidos”. O pensamento passa a identificar-se c 1 complexidade de sensações: “Pensar 1 flor é vê-la e cheirá-la. A felicidade do “guardador” reduz-se ao saber a verdade do pensamento feito em sensações. E alguma tristeza q aparece resulta do excesso de sensações, por gozar “tanto” “ 1 dia de calor”.

“ Eu nunca guardei rebanhos”, “Sou um guardador de rebanhos” ou “ O meu olhar é nítido como um girassol”: Poemas q advogam (patrocinam) uma síntese de calma e de movimento num presente q se actualiza e objectiva o desacordo entre o q pensa e a vida q acontece.

- A poesia da natureza: Viver, para Caeiro, implica a adesão espontânea às coisas e ao mundo. N se importa em saber o q é a natureza, m em amá-la p ela mesma. Identifica-se c a natureza e vive de acordo c as suas leis. Interessa-lhe o presente, o concreto, o imediato, 1 vez q é ai q as coisas se apresentam cm são.- Pela crença na natureza, o Mestre revela-se um poeta pagão, q sabe ver o mundo dos sentidos, ou melhor, sabe ver o mundo sensível onde se revela o divino, q n precisa de pensar.

“ Argonauta das sensações Verdadeiras” : A poesia das sensações é 1 poesia da natureza.

- Mestre dos outros: Recusa a metafísica, o misticismo e o sentimentalismo social e individual. Caeiro representa 1 regresso às origens, ao paganismo primitivo, à sinceridade plena. Caeiro ensinou a ortónimo e aos restantes heterónimos, a filosofia de n filosofar. Caeiro vê o mundo s/ necessidade de explicações, s/ princípio nem fim, e confessa q existir é 1 facto maravilhoso. Ricardo Reis - Aceita c calma e lucidez, a relatividade e a fugacidade de todas as coisas.

“ Vem sentar-te Lídia, à beira do Rio” : Demonstra: a fugacidade e precariedade a vida; a infância cm idade ideal, a dos puros de espírito; a recusa de 1 amor sensual; ausência das ideias dogmáticas, filosóficas, especulativas cm meio de se manter puro e sossegado – “n cremos em nada”; a necessidade do predomínio da razão sobre a emoção cm defesa contra o sofrimento, procura 1 estado de ataraxia (tranquilidade); aceitação calma da morte, consequência da demissão do eu perante a vida; a filosofia de vida enfermada pelo epicurismo e estoicismo.

“Prefiro rosas, meu amor à pátria : Demonstra o egoísmo epicurista: o

tom de desabafo poético – “meu amor”; defesa da ataraxia cm ideal

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de vida a seguir da aceitação serena da fugacidade da vida “ (…) confiança mole/ Na hora fugitiva”; da sintaxe alatinada – presença de hipérbato.

Estes poemas demonstram q Ricardo Reis aceita a antiga crença nos deuses, mas defende a busca de 1 felicidade relativa alcançada pela indiferença à perturbação.

O epicurismo e o estoicismo: - A filosofia de vida de Ricardo Reis é a de 1 epicurismo triste, pois defende o prazer do momento, o carpe diem (aproveitai o dia), cm caminho da felicidade, m s/ ceder aos impulsos do instinto (estoicismo).

- Considera q nunca se consegue a verdadeira calma e tranquilidade, ou seja, a ataraxia (a tranquilidade s/ qq perturbação). Sente q tem de viver em conformidade c as leis do destino, indiferente à dor e ao desprazer, numa verdadeira ilusão à felicidade, conseguida pelo esforço estóico lúcido e disciplinado. - Ricardo Reis recorre à ode e a 1 ordenação estética marcadam/ clássica. Nos seus poemas há a apatia face ao mistério da vida m também se encontra o mundo de angústias q afecta Pessoa. Ricardo Reis procura a serenidade livre de afectos e de tudo o q possa perturbar seu espírito. P/ ele é necessário saber apreciar, conscientem/ e tranquilam/, o prazer das coisas, s/ qq esforço ou preocupação. É preciso viver a vida em conformidade c as leis do destino.- Existe na sua poesia, a áurea mediocritas, o sossego do campo, o fascínio pela natureza onde busca a felicidade relativa.

- Usando a ode, as estrofes apresentam-se regulares, c predominância dos versos decassílabos e hexassílabos. Uso frequente do hipérbato, recorre, frequentem/ ao gerúndio, imperativo e à subordinação. A nível estilístico, sobressaem as metáforas, os eufemismos e as comparações.

- A sabedoria epicurista consiste no aceitar o destino inelutável (q n se pode evitar), desfrutando os prazeres e sofrendo a inevitável dor, pois nada é duradouro. Apesar de todo o sentido trágico do fatum (fado), cabe ao homem viver a vida c lucidez os “grandes indiferentes”

- Aceita o destino c naturalidade (“ Segue o teu destino”), considerando q os deuses estão acima do homem p 1 questão de grau, m q acima dos deuses, no sistema pagão, se encontra o Fado, q tudo submete. - Segue o ideal ético da apatia q permite a ausência da paixão e a liberdade (sobre esta apenas pesa o fado).

Neopaganismo: - Crença nos deuses – Crença na civilização da Grécia – Sente-se um “estrangeiro” fora da sua pátria, a Grécia – Aceita o destino c naturalidade, considerando q os deuses estão acima do homem, m q acima dos deuses, no sistema pagão, se encontra o Fado, q tudo submete.

Epicurismo: Defense o prazer cm caminho da felicidade. P/ q a satisfação dos desejos seja estável, s/ desprazer ou dor, é necessário 1 estado de ataraxia, ou seja, de tranquilidade e s/ qq perturbação. Considera o carpe diem como necessário à felicidade.

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- Busca da felicidade relativa – Moderação nos prazeres devido à crença de q o homem só vive o presente – Fuga á dor – Ataraxia (tranquilidade capaz de evitar a perturbação)

Estoicismo: Considera ser possível encontrar a felicidade desde q se viva em conformidade c as leis do destino q regem o mundo, permanecendo indiferente aos males e às paixões, q são perturbações da razão. O ideal ético é a apatia, q se define cm ausência de paixão e permite a liberdade, mm se sendo escravo. - Aceitação das leis do destino (Fado) – Indiferença face às paixões e à dor – Abdicação de lutar – Autodisciplina

Horacionismo: - Carpe Diem Vive o momento – Áurea mediocritas: a felicidade possível no sossego do campo (proximidade de Caeiro)

Classicismo (intelectual e erudito): *- Ricardo Reis faz dos gregos o modelo da sabedoria, pois souberam aceitar o destino e fruir o bem da vida.

Álvaro de Campos- É quem melhor procura a totalização das sensações, m sobretudo das percepções conforme as sente, ou cm ele próprio afirma “sentir tudo de todas as maneiras”. Considera a sensação captada pelos sentidos como a única realidade, m rejeita o pensamento.

- Numa atitude unanimista, procura unir em si toda a complexidade das sensações. Passada a fase eufórica, o desassossego de Campos leva-o a revelar 1 fase disfórica, a ponto de desejar a sua própria destruição. Há aí a abulia e a experiência do tédio, a decepção, o caminho do absurdo. A poesia de Campos revela um pessimismo agónico, a dissolução do “eu”. A angústia existencial e a nostalgia da infância irremediavelm/ perdida.

- A obra de Campos passa por 3 fases: - A Decadentista: q exprime o tédio, o cansaço e a necessidade de novas sensações, q está presente no Poema “ Opiário”, q exibe 1 alma doente, inadaptada: o desencanto face à inutilidade da vida; o “ realismo satírico” de alguns versos, denunciador de 1 fatalismo tipicam/ português; sede das novas sensações; - A Futurista e a Sensacionalista: q se caracteriza pela exaltação da energia, de “todas as dinâmicas” e da velocidade e da força até situações de paroxismo, q está presente na “Ode Triunfal” e no “Manifesto Anti Dantas” e – Intimista ou da abulia: q, perante a incapacidade das realizações, traz de volta o abatimento, presente no “ Aniversário” (A nostalgia da infância, daquele tempo mítico q se perdeu).

- Exclamações, interjeições e pontuação emotiva. S versos livres, longos, surgem cheios de assonâncias, onomatopeias, aliterações, enumerações excessivas e recursos variados cm metáforas ousadas, oximoros, personificações e hipérboles.

A vanguarda e o sensacionismo: Campos é o poeta vanguardista, celebra o triunfo da máquina e da civilização moderna, da força mecânica e da velocidade. A “ Ode Triunfal” ou a “ Ode Marítima” são bem o ex. desta intensidade e totalização das sensações. São 1 epopeia do mundo

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mecânico, do mundo futuro q caminha p/ o absurdo. É através da máquina, irracional e exterior, q se projectam os sonhos e desejos do poeta.- Campos aproxima-se muito de Pessoa ao recusar as verdades definitivas. Procura um corte ou mesmo o aniquilam/ do passado p/ exaltar a necessidade de 1 nova vida futura, onde se tenha a consciência da sensação do poder e do triunfo. Álvaro de Campos adere ao futurismo ao negar a arte aristotélica ou ao procurar de forma vigorosa a inovação estética e ideológica da arte.- Campos busca na linguagem poética, exprimir a energia ou a força q se manifesta na vida, Daí o surgimento de versos livres, vigorosos, submetidos à expressão da sensibilidade, dos impulsos, das emoções.- É um sensacionista p/ quem a sensação é tudo, m ao mesmo tempo, 1 unanimista ao afastar a sua individualidade p/ encontra 1 coincidência c todo o ser humano. É também unanimista qd exprime a angústia do homem moderno, q n encontra 1 solução p as suas inquietações, aproximando-se d pessoa ortónimo p/ quem o pensar é doloroso, p impedir o homem de ser feliz.

A abulia e o tédio: Na fase decadentista, a nostalgia e a expressão do tédio, do cansaço e da saturação da civilização provocam a necessidade de novas sensações, muitas vezes tentadas na embriaguez do ópio. Os estupefacientes são 1 escape à monotonia e a 1 certo horror à vida.

A nostalgia da infância (as saudades do tempo de menino) aparece n apenas no ortónimo, m, frequentem/, em Campos, apesar de este se voltar p/ o presente e p/ o futuro.

- O poeta recusa as normas, os princípios, os valores, tudo o q dava sentido à existência. Tem a consciência de q tudo e toda a ordem social se tornaram s/ sentido e q é necessário 1 mundo novo.

(Ver Glossário)

“Os Lusíadas”, de Camões - Esta obra conta p fragmentos a história grandiosa de Portugal e os seus acontecimentos futuros, cuja visão são os deuses, são capazes de antecipar. Constitui 1 epopeia (narrativa em verso c características clássicas a nível da estrutura e do estilo), q traduz as façanhas e o espírito português.

Os Lusíadas revelam a inspiração humanista ao afirmar as capacidades humanas:- A vitória sobre a natureza adversa;- O alargamento indefinido dos limites do saber;- O direito a aspirar p 1 amor plenam/ feliz – sensual, espiritual e s/ pecado;- A afirmação de q o homem pode construir o seu destino e libertar-se do jugo (opressão) da fortuna.

Mitologia: N se deve censurar a Camões a mistura de maravilhoso pagão e cristão. Camões n acreditava na existência das ninfas nem dos Deuses de Gregos e de Romanos. Fê-los figurar nos Lusíadas.1.º: Pq lhe serviam de personagens sobre as quais poderia inventar muito belas coisas;

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2.º: Pq imitava os escritores da Antiguidade, o q estava de acordo c as modas literárias da época (O Renascimento).

Estrutura Interna:- Proposição (apresentação do assunto), q contém indícios dos 4 planos estruturais da narração: Camões propõe-se a cantar:

- Os navegadores ergueiros lusitanos q fundaram 1 vasto império no além-mar;- Os reis q alargaram o território e espalharam a fé cristã;- Todos aqueles q pelo seu valor mereceram a imortalidade.

- Invocação (Súplica da inspiração p/ escrever o Poema): Existem várias invocações:

- 1ª (Canto I) – súplica às ninfas do Tejo (às tágides) p/ q o ajudem na organização do poema, q reforça o carácter nacionalista do poema;- 2ª (Canto III) – súplicas a Calíope, pk estão em causa os mais importantes feitos lusíadas;- 3ª (Canto VII) – Súplica às ninfas do Tejo e do Mondego, queixando-se dos seus infortúnios;- 4ª (Canto X) – Nova invocação a Calíope.

- Dedicatória (oferecimento da obra a S. Sebastião): Na dedicatória:- Oferecimento do poema a S. Sebastião, q reflecte a esperança do povo português no novo monarca e, sobretudo, na possibilidade de retomar a expansão no Norte de África.

- Narração (Desenvolvimento do assunto, já a meio da acção – in media res): Na narração:

- Começa in media res, ou seja, qd a frota se encontra no Canal de Moçambique em rota p/ Melinde (Canto I e II). Os acontecimentos anteriores surgem em analepse no discurso do Gama ao rei de Melinde (Canto III e IV).

Estrutura externa: (Narrativa épica)- Forma narrativa; - Versos decassílabos (geralm/ heróicos, c o acento rítmico na 6ª e 10ª sílabas);- Rimas c esquema abababcc (rima cruzada nos 1os 6 versos e emparelhada nos 2 últimos); - Estâncias - oitavas; - Poema dividido em 10 cantos (1102 estâncias, sendo o canto mais longo o X c 156 estrofes e o mais pequeno o VII c 87 estrofes).

Seus planos:- Plano de Viagem: Acontecimentos ocorridos entre Lisboa e Calecut (Índia); partida, peripécias da viagem, paragem em Melinde, chegada a Calecut; Regresso e chegada a Lisboa.- Plano da História de Portugal: Factos marcantes de Portugal - Plano da Mitologia: q permite e favorece a evolução da acção (os deuses assumem-se, uns cm adjuvantes, outros cm oponentes dos Portugueses), p isso se constitui a intriga da obra. Os deuses apoiam os portugueses – Consílio dos deuses no Olimpo…- Plano do Poeta: Considerações e opiniões do autor expressas no início e no fim dos cantos.

- Narrador principal: Cabe o relato da viagem de Vasco da Gama desde Moçambique até à Índia e toda a viagem de regresso.- Vasco da gama (herói individual) representa o povo português (o herói colectivo). Este herói individual é quem narra a história de Portugal.

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- Os Lusíadas n cantam apenas a viagem marítima e a História Portuguesa, mas revela, tb, o espírito do homem da renascença q acredita na experiência e na razão. A “ Ilha dos amores”, no fim da obra, é bem o símbolo da capacidade dos portugueses na exploração dos mares, graças às experiências marítimas e ao seu espírito de aventura. A “ Ilha dos Amores” cm prémio simbólico da heroicidade conquistada.

- Mitificação do Herói: A intenção em exaltar os heróis q construíram e alargaram o Império levou Camões a torná-los verdadeiros símbolos da capacidade de ultrapassar “a força humana” e de merecerem 1 lugar entre os seres imortais. Os navegantes são símbolo do heroísmo lusíada, do seu espírito de aventura e da capacidade de vivência cosmopolita. A viagem, mais do q a exploração aos mares, exprime a passagem do desconhecido p o conhecimento, da realidade do velho Continente e dos seus mitos indefinidos ou s/ explicação p novas realidades de 1 planeta a descobrir. Os navegantes, q chegaram à Índia, e todos os heróis lusíadas merecem realmente a mitificação.

- Reflexões do poeta: Críticas e conselhos aos Portugueses: Manifesta o seu patriotismo e exorta D. Sebastião a dar continuidade à obra grandiosa do povo português. Lamenta, p ex. q os portugueses nem sp saibam aliar a força e a coragem ao saber e à eloquência. N deixa de queixar-se de todos aqueles q pretendem atingir a imortalidade, dizendo-lhes q a cobiça, a ambição e a tirania são honras vãs (inúteis) q n dão verdadeiro valor ao homem. Daí, tb, lamentar a importância atribuída ao dinheiro, fonte de corrupções e dinheiro.

“A mensagem”, de Fernando Pessoa

Estrutura tripartida:- Nascimento: trata-se de os construtores do império português, são os heróis lendários os histéricos (invocados pelo poeta ou definindo-se a si próprios);- Vida: é dedicada à expansão marítima, trata-se de poemas inspirados na ânsia do desconhecido e no espaço heróico da luta c o amor;- Morte/ Renascimento: o império material está moribundo, o império espiritual (Quinto império) está emergente.

Os 44 poemas encontram-se agrupados em 3 partes:

1ª Parte: Brasão: Corresponde ao nascimento, com referência aos mitos e figuras históricas, até S. Sebastião, identificadas nos elementos dos brasões. Dá-nos conta do Portugal erguido pelo esforço dos heróis e destinado a grandes feitos.

2ª Parte: Mar Português: Surge a realização da vida; refere personalidades e acontecimentos dos Descobrimentos q exigiram 1 luta contra o desconhecido e os elementos naturais. M, porque “tudo vale a pena”, a missão foi cumprida.

3ª Parte: O Encoberto (a imagem do Império moribundo, a fé de q a morte contenha em si o gérmen da ressurreição, capaz de provocar o nascimento

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do império espiritual, moral e civilizacional na diáspora lusíada. A esperança do quinto Império) – Aparece a desintegração, havendo, p isso, 1 presente de sofrimento e de mágoa, pois “falta cumprir-se Portugal”. É preciso acontecer a regeneração q será anunciada p avisos e símbolos.

- A “Mensagem” recorre ao ocultismo p/ criar o herói, O Encoberto, q se apresenta cm D. Sebastião. O ocultismo remete p/ 1 sentimento de mistério, indecifrável p/ a maioria dos mortais. Daí q só o detentor do privilégio esotérico (= oculto/ secreto) se encontra legitimado p/ realizar o sonho do Quinto Império.

O Ocultismo:- Três espaços: o histórico, o mítico e o místico;- “ A ordem espiritual no homem, no Universo e em Deus”;- Poder, inteligência e amor na figura de S. Sebastião.

O Sebastianismo e o Mito do Quinto Império

- Exprime o drama de 1 país moribundo “à beira mágoa”, a necessitar de acreditar de novo nas suas capacidades e nos valores q antigam/ lhe permitira a conquista dos mares e a sua afirmação no mundo. - O Sebastianismo é o mito gerado à volta da figura do rei D. Sebastião. O povo acreditava no seu regresso, após a derrota de Alcácer Quibir, cm salvador da Pátria. Este mito tem inspirado poetas e prosadores cm Fernando Pessoa, os quais, entregando-se a 1 intuição “profética”, afirmam q Portugal tem 1 elevado desígnio a cumprir e visionavam a hegemonia portuguesa no mundo.

Outros Mitos:- As Ilhas afortunadas: q fazem parte da tradição clássica. Já em autores gregos aparecem cm paraísos, local de repouso dos deuses e dos heróis míticos. É aí, nesse lugar, cuja presença só se capta no sono através de sinais auditivos e pelo som das ondas, q se encontra O Desejado.

Reavivando o Mito Sebastianista, anunciando o Quinto Império, Pessoa procurou, tal cm Camões, ser voz da consciência de identidade de q Portugal necessitava e necessita.

Mensagem: relação intertextual c Os Lusíadas- Os Lusíadas são 1 alegoria, c a intriga dos deuses mitológicos a darem unidade à acção e a favorecerem o seu desenvolvimento. Eles exprimem as forças e dificuldades q se apresentavam ao espírito humano na aventura marítima, m n são mais do q seres efabulados p/ o poeta mostrar q são os nautas e todos os heróis dos Lusíadas q merecem a mitificação. Camões procura mostrar a capacidade dos Portugueses q, ao construírem e alargarem o Império, permitiram o encontro entre o Ocidente e o Oriente.

- A Mensagem é mítica e é simbólica. Surge tripartida, dividida acima.

- Fernando Pessoa recolheu em Camões alguns mitos, símbolos e factos, m percebeu q era necessária 1 outra +proposta p reinventar a Pátria:

- Camões vê Portugal cm cabeça da Europa; Fernando Pessoa, valoriza o seu papel na civilização ocidental, ao colocá-lo cm o rosto “c q fita” o mundo (“O dos castelos”);

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- O épico fala dos heróis q construíram e alargaram o Império Português, p q a sua memória n seja esquecida, enquanto Pessoa escolhe aquelas figuras históricas predestinadas a essa construção imperial, procura simbolizar a essência do ser português q acredita no sonho e se mostra capaz da utopia p a realização de grandes feitos;- Nos Lusíadas há a viagem à Índia; na Mensagem temos a avaliação do esforço, considerando q a glória advém da grandeza da alma humana, apesar das vidas perdidas e toda a espécie de sacrifícios dos nautas m tb das mães, filhos e noivas;- A fantasmagoria de Adamastor mostra q o homem tem de superar-se p ultrapassar os problemas c q depara, enquanto o Mostrengo permite contrapor o medo c a coragem q permite q o homem ultrapasse os limites;- Camões fala de Ulisses e de outros mitos, m Pessoa mostra a importância do mito cm 1 nada capaz de gerar impulsos necessários à construção da realidade (“Ulisses”); os mitos permitem a Pessoa fazer a apologia da sua missão profética (Mitos do sebastianismo, do Quinto Império). Pessoa considera-se investido no cargo de anunciador do Quinto Império.

O Discurso na Mensagem- Lírica, expressa a visão e as emoções do “eu” face o acontecer histórico, muitas vezes num tom profético. Os poemas, em geral breves, apresentam 1 linguagem metafórica e musical.- Frases curtas, apelativas e aforísticas, od abundam a pontuação expressiva e as perguntas retóricas.

- No Brasão, “Os campos”, “Os castelos”, “As Quinas”, “A coroa” e “O Timbre”, são marcas de afirmação do passado, de mágoa do presente e de antevisão do q há-de vir. Em Mar Português, há 1 presente de glórias, q já n existe, m q faz parte da memória-alma portuguesa, capaz de fazer renascer 1 nova luz, de permitir o advento do Quinto Império. E Em O Encoberto, dp de manifestar a crença num regresso messiânico, considera q, após a tempestade actual, a chama há-de voltar e a luz permitirá o caminho certo. P/ isso, acredita q “É a hora” de traçar novos rumos e caminhar na construção de 1 Portugal novo.

Simbologia dos númerosN.º 1: Simboliza o ser, a revelação. Ele concentra igualm/ a ideia harmónica entre o consciente e o inconsciente, realizando a união dos contrários, pelo q se liga à perfeição.N.º 2: Símbolo da divisão, pressupõe a dualidade. Assume o paradoxo da existência: a vida e a morte. N.º 3: Remete p a união entre Deus, Universo e o Homem. Representa a totalidade.N.º 5: N.º da ordem, do equilíbrio e harmonia. Significa tb a perfeição.N.º 7: Representa a semana q tem 7 dias. Representa a totalidade das energias, após a completude de 1 ciclo. É 1 n.º mágico, associado ao poder e ao acto de criação. N.º 12: Reme para a unidade – 1 ano tem 12 meses. Marca o final de 1 ciclo involutivo, ao qual se sucede a morte, q dá lugar ao renascimento.

Símbolos Unificantes

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O Mar: O vaivém do mar conduz à imagem da vida e da morte (pela visualização da partida e chegada das ondas). O mar contém, p outro lado, o reflexo do céu – e, p Pessoa, espelha-se nele a vontade divina.As Ondas: Representam a inércia, visto q são movimentadas p 1 força q está p além delas.A Terra: Funciona cm receptáculo da vontade de Deus. É tb 1 espaço de recompensa – é o porto q espera os portugueses, após 1 longo período de viagem marítima.A Ilha: A ilha está associada à terra. Significa a promessa da felicidade da terra. É necessário sabedoria e passar p algumas provações p a alcançar.O Campo: Está associado à fecundidade e ao alimento.As Quinas: Símbolo das chagas de Cristo. Cristo é a imagem de sofrimento p marcar redenção dos pecados humanos.O Castelo: Refúgio onde se realizam os desejos humanos. São 1 espaço de intimidade e de espiritualidade.O Timbre: Símbolo de poder e da posse legítima. É 1 sinal dado p Deus q assegura ao ser humano a ascensão a mundos superiores, através do conhecimento.O Grifo: Simboliza a união das naturezas: a humana e a divina. É 1 animal c/ forma de leão, símbolo da condição de herói. A Nau: Simboliza a viagem interior, as provações, o caminho a percorrer em direcção ao heroísmo.A Noite: Símbolo da morte, da ausência de manifestações.Manhã: Harmonia entre os seres humanos. Tempo de luz, de vida, de promessa e de felicidade.Nevoeiro (O Encoberto): Associado à esperança e a regeneração.Graal: Simboliza o dom da vida e a espiritualidade. Mensagem – 1 percurso possível (Livro Exames)

(Ver Glossário)

Felizmente há Luar, de Sttau Monteiro, composto p 2 actos - A história é passada no ano de 1817.- É 1 obra intemporal q nos remete p a luta do ser humano contra a tirania, a injustiça e todas as formas de perseguição.- O título significa: p os opressores (nas palavras de D. Miguel), o efeito dissuasor das execuções; p os oprimidos (na fala de Matilde), a coragem e o estímulo p a revolta popular contra a tirania. - As personagens psicologicam/ densas e vivas, os comentários irónicos e mordazes, a denúncia da hipocrisia da sociedade e a defesa intransigente da justiça social são características marcantes da sua obra.

Carácter épico da peça:Exprime a revolta contra o poder e a convicção de q é necessário mostrar o mundo e o homem em constante devir. Defende as capacidades do ser humano q tem o direito e o dever de transformar o mundo em q vive. P isso, oferece-nos 1 análise crítica da sociedade, procurando mostrar a realidade em vez de a representar, p levar o espectador a reagir criticam/ e a tomar posição.A sua intemporalidade remete-nos p a luta do ser humano contra a tirania, a opressão, a traição, a injustiça e todas as formas de perseguição.Felizmente há Luar! Destaca a preocupação c o homem e o seu destino; realça a luta contra a miséria e alienação; denuncia a ausência de moral;

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alerta p a necessidade de 1 superação c o surgimento de 1 sociedade solitária q permita a verdadeira realização do Homem.

“Trágica Apoteose” da história do movimento liberal oitocentistaInterpreta as condições da sociedade portuguesa no início do séc. XIX e a revolta dos mais esclarecidos, muitas vezes organizados em sociedades secretas, contra o poder absolutista e tirânico dos governadores e do generalíssimo Beresford. P q o movimento liberal se concretize 17 anos dp, é necessária a morte de Gomes Freire de Andrade e dos seus companheiros, m tb de muitos outros portugueses q em nome dos seus ideais são sacrificados pela pátria. Conspiradores e traidores p o poder e p as classes dominantes, q sentem os seus privilégios ameaçados, são os grandes heróis de q o povo necessita p reclamar justiça, dignidade e pão. P isso, as suas mortes, em vez de amedrontar, tornam-se estímulo. A fogueira acesa na noite p queimar Gomes Freire de Andrade, q os governadores querem q seja dissuasora, torna-se farol ou luz p q os outros lutem pela liberdade

Distanciação histórica (técnica realista – influência de Brecht)- Graças à distanciação histórica, denuncia 1 ambiente político regressivo dos inícios do séc. XIX, p provocar a reflexão sobre 1 tempo de opressão e de censura q se repete no séc. XX.- Brecht propõe 1 afastamento entre o actor e a personagem e entre o espectador e a história narrada, p q, de 1 forma mais real e autêntica, possam fazer juízos de valor sobre o q está a ser representado. O actor deve, lucidam/, saber utilizar o “gesto social”, examinando as contradições da personagem e as suas possíveis mudanças, q lhe permitem acentuar o desfasamento entre o seu comportamento e o q representa. Isto permite ao público espectador 1 correspondente distanciação à história narrada e, 1 possível tomada de consciência crítica, aprendendo o prazer da compreensão do real, a sua situação na sociedade e as tarefas q pode realizar p ser ele próprio.

Paralelismo passado/ Condições históricas dos anos 60: denúncia da violência

Tempo da história – Séc. XIX Tempo da escrita – Séc. XX- Agitação social q levou à revolta liberal de 1820 – conspirações internas, revolta contra a presença da corte no Brasil e a influência do exército britânico;

- Agitação social dos anos 60 – conspirações internas; principal irrupção da guerra colonial;

- Regime absolutista e tirânico; - Regime ditatorial de Salazar; - Classes sociais fortem/ hierarquizadas;- Classes dominantes c medo de perder privilégios;

- Maior desigualdade entre abastados e pobres;-Classes exploradoras, c reforço do seu poder;

- Povo oprimido e resignado;- A miséria, o medo e a ignorância;- Obscurantismo, mas “Felizmente

- Povo reprimido e explorado;- Miséria, medo e analfabetismo;- Obscurantismo, mas crença nas

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há Luar”; mudanças;- Luta contra a opressão do regime absolutista;- Manuel, “o mais consciente dos populares”, denuncia à opressão e a miséria;

- Luta contra o regime totalitário e ditatorial;- Agitação social e política c militantes antifascistas a protestarem;

- Perseguições dos agentes de Beresford;- As denúncias de Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento q, hipócritas e s/ escrúpulos, denunciam;- Censura à imprensa;

- Perseguições da PIDE;- Denúncias dos chamados “bufos”, q surgem na sombra e se disfarçam, p/ colher informações e denunciar;- Censura;

- Severa repressão dos conspiradores;- Processos sumários e pena de morte;

- Prisão e duras medidas de repressão e de tortura;- Condenação em processos s/ provas;

- Execução do general Gomes Freire, em 1817.

- Posterior a “Felizmente há Luar” – Execução do general Humberto Delgado, em 1965.

A acção- Centra-se na figura do general Gomes Freire de Andrade e da sua execução: da prisão à fogueira, c descrições da perseguição dos governadores do Reino, da revolta desesperada e impotente da sua esposa e da resignação do povo q a “miséria, o medo e a ignorância” dominam. Gomes Freire de Andrade “está sp presente embora nunca apareça” (didascália inicial) e, mm ausente, condiciona a estrutura interna da peça e o comportamento de todas as outras personagens.A defesa da liberdade e da justiça, atitude de rebeldia, constitui a hybris (desafio) desta tragédia. Cm consequência, a prisão dos conspiradores provocará o sofrimento (páthos) das personagens e despertará a compaixão do espectador.O crescendo trágico, representado pelas várias tentativas desesperadas p/ obter o perdão, acabará em clímax, c a execução publicado general Gomes Freire e dos restantes presos.Este desfecho trágico conduz a 1 reflexão purificadora (cathársis) q os opressores pretendiam dissuasora, m q despertou os oprimidos p/ os valores da liberdade e da justiça.

As personalidades (a ficção)Gomes Freire: figura carismática, q preocupa os poderosos, acredita na justiça e luta pela liberdade e arrasta os pequenos. Considerando 1 estrangeirado, revela-se simpatizante das novas ideias liberais tornando-se p os governantes 1 elemento perigoso. O povo elege-o cm símbolo de luta pela liberdade, o q é incómodo p os “reis do rossio”. Daí a decisão dos governantes pelo enforcamento, seguido da queima, p servir de ex. a todos aqueles q tentem afrontar o poder político.

D. Miguel Forjaz: primo de Gomes Freire, prepotente, assustado c transformações q n deseja, corrompido pelo poder, vingativo, frio, desumano, calculista.

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Principal Sousa: Vive atormentado c a ideia de q é cada vez maior o n.º de pessoas q queriam aprender a ler, apostando, portanto, na ignorância do poço p mais facilm/ o moldar. Preocupam-no tb as ideias revolucionárias, oriundas de França, 1 vez q a sua divulgação poria em causa o poder eclesiástico.

Beresford: Personagem q pretende acabar c a possível conspiração de Gomes Freire de Andrade, n p razões nacionais ou militares m sim pessoais, nomeadam/ a manutenção do seu posto e a sua renda anual.

Vicente: Movido pelo interesse da recompensa material, hipócrita, despreza a sua origem e o seu passado, capaz de recorrer à traição p ser promovido socialm/.

Manuel: Dá início aos 2 actos, intensam/ iluminado. Denuncia a opressão a q o povo tem estado sujeito e a incapacidade de conseguir a libertação e de sair da miséria em q se encontra.

Sousa Falcão: “ o inseparável amigo” sofre junto de Matilde perante a condenação do general; assume as mm ideias de justiça e de liberdade, m n teve a coragem do general.

Matilde de Melo: Exprime romanticam/ o amor, reage violentam/ perante o ódio e as injustiças; afirma o valor da sinceridade; desmascara o interesse, a hipocrisia; ora desanima, ora se enfurece, ora se revolta, m luta sp. Os Símbolos1 – A saia verdeEm vida: - A felicidade – A esperança – A liberdadeNa morte: - A alegria do reencontro – A tranquilidade

2 – O título/ A luz/ A noite/ O luarA luz: está associada à vida, à saúde, a felicidade, enquanto a noite e as trevas se associam ao mal, à infelicidade, ao castigo, à perdição e à morte.A lua: P estar privada de luz própria, na dependência do sol, e p atravessar fases, mudando de forma, representa a dependência, a periodicidade e a renovação. A lua é, pois, símbolo de transformação e de crescimento.

A expressão Felizmente há Luar, pode indiciar:- As forças das trevas, do obscurantismo, do anti – humanismo utilizam, paradoxalm/, o lume (fonte de luz e de calor) p/ “purificar a sociedade” (a Inquisição considerava a fogueira cm fonte e forma de purificação);- Se a luz é redentora, o luar poderá simbolizar a caminhada da sociedade em direcção à redenção, em busca da luz e da liberdade…

Visto q o luar permite q as pessoas possam sair de suas casas (ajudando a vencer o medo e a insegurança na noite na cidade), qt maior for a assistência, isso significará:- P/ uns, q mais pessoas ficarão “avisadas” e o efeito dissuasor será maior…- P/ outros, q mais pessoas poderão 1 dia seguir essa luz e lutar pela liberdade…

3 – A Fogueira/ O lumeRepresenta o máximo da repressão e do terror.

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4 – A moeda de cinco réisSímbolo de desrespeito (dos mais poderosos em relação aos mais desfavorecidos) apresenta-se cm represália, quase vingança, qd Manuel manda Rita dar a moeda a Matilde.

5 – Os TamboresSímbolo de repressão, provocam o medo e prenunciam a ambiência (espaço) trágica da acção.

Elementos cénicos q contribuem p aumento da tensão dramática:- A iluminação (o jogo de luzes): evidencia personagens, situações, reacções…- Os sons de tambores: prenunciam o ambiente de tragédia;- Os gestos e movimentações: sublinham emoções, atitudes…

Linguagem:- Natural, viva e maleável; - Uso de frases em latim, c conotação irónica, p aparecerem aquando da condenação e da execução; - Frases incompletas p hesitação ou interrupção; - Marcas características do discurso oral; - Recurso frequente à ironia ou ao sarcasmo.

A didascália:Ou indicações cénicas, constituem, no seu conjunto, 1 texto secundário q serve de suporte do texto dramático. Elas servem n apenas p definir a posição, movimentação ou gestos das personagens em cena, m tb explicitar os sentimentos, as emoções ou as atitudes q devem transparecer no seu comportamento e p marcar 1 alteração no tom de foz da personagem.

Canções de resistência:As canções de resistência ou canções de protesto permitem a denúncia dos regimes opressores e da falta de liberdade ou a reclamação contra práticas de violência. Surgem como luta por um mundo melhor. A música e a literatura, em Portugal e no mundo, são, c frequência, artes interventoras e de protesto, q provocam a consciência p/ aceitar a mudança.

Felizmente há Luar! Narra a luta pela liberdade no início do séc. XIX e serve de pretexto p 1 reflexão sobre a ditadura em Portugal no séc. XX. Todos os regimes opressivos, e concretam/ o regime salazarista, entre o início dos anos trinta e 1974, foram denunciados e contestados pelos artistas. A literatura, a música e outras artes foram o “veículo de protesto” contra a censura, contra a miséria, contra “1 realidade iníqua q urgia denunciar e resgatar”. Durante a ditadura do Estado Novo, ao longo do séc. XX até ao 25 de Abril de 1974:- A informação e as formas de expressão culturais eram controladas;- Existia a censura prévia à imprensa, ao cinema, às artes plásticas e ao teatro, à música e à escrita;- A actividade política estava condicionada e as actividades associativas e sindicais eram quase nulas e controladas pela polícia política (PIDE/ DGS);- As manifestações eram proibidas;

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- Os opositores do regime eram perseguidos e presos, acusados de pensarem e agirem contra a ideologia e práticas do Estado, ou fugiam p o exílio;- A pobreza e a falta de liberdade contribuíram p q 1 enorme surto de emigração acontecesse;- A Constituição n garantia o direito à educação, à saúde, ao trabalho e à habitação. Nas escolas havia salas e recreios p rapazes e raparigas; muitos livros e músicas eram proibidos.

(Ver Glossário)

Memorial do Convento, de José Saramago- Memorial do Convento tem início por volta de 1711, cerca de 3 anos dp do casamento de D. João V c D. Maria Ana Josefa de Áustria e termina 28 anos dp (1739), aquando da realização do auto-de-fé q determina a morte de António José da Silva e de Baltasar Sete Sois.- É na 1ª metade do séc. XVIII q a acção relatada se desenrola, período em q D. João V dirigia os destinos da nação. O reinado de D. João V constitui 1 continuidade da política absolutista q era alimentada pelas enormes remessas de ouro do Brasil, local q depositava toda a atenção do monarca. É neste reinado q as condições da economia portuguesa melhoraram, embora ocorram alguns problemas políticos em Espanha, c a Guerra da Sucessão. Vive-se em Portugal 1 clima de iluminismo, movimento filosófico q visou difundir o racionalismo cartesiano e o experimentalismo de Bacon, no romance pela construção da passarola.P travar estas novas ideologias, a Inquisição reforça, nesta época, o seu poder q estende a todos os sectores da sociedade. Ao Tribunal do Santo Ofício cabe o julgamento de vários tipos de crime, e os autos-de-fé constituíam a melhor forma de exibir o poder inquisitorial.

- Memorial do Convento é 1 narrativa histórica. No reinado de D. João V, entrelaça personagens e acontecimentos verídicos c seres conseguidos pela ficção. Saramago fundamenta-se na realidade histórica da Inquisição, da família real, do Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão (inventor da passarola voadora) e de muitas das figuras da intelectualidade e da política portuguesas, embora ficcionasse a sua acção.

Tipo de romance:- Romance histórico, que oferece uma minuciosa descrição da sociedade portuguesa do início do séc. XVIII, marcada pela sumptuosidade da corte, associada à Inquisição, e pela exploração dos operários, metaforicamente apreciados cm se de tijolos se tratasse p a obra do convento de Mafra. A referência à guerra da sucessão, em q Baltasar se vê amputado da mão esquerda, a imponência bárbara dos autos de fé a q n falta a “alegria devota”, a construção do convento, os esponsais da infanta Maria Bárbara, a construção da passarola voadora pelo Padre Bartolomeu de Gusmão e tantos outros acontecimentos confirmam a correspondência aproximada ao q nessa época ocorre e conferem à obra a designação de romance histórico.- Memorial do Convento á tb 1 romance social, ao ser crónica de costumes de 1 época, reinterpretada p servir os objectivos do autor empírico.- Em Memorial do Convento há 1 tentativa de encontrar 1 sentido p a história de 1 época q permita compreender o tempo presente e recolher ensinamentos p o futuro.

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- Memorial do Convento poderá tb ser considerado um romance de espaço ao representar 1 época, interessando-se p traduzir n apenas o ambiente histórico, m tb p apresentar vários quadros sociais q permitem 1 melhor conhecimento do ser humano.

Categorias do texto narrativo:Acção: O rei D. João V, Baltasar e Blimunda e Bartolomeu Lourenço protagonizam as diversas acções q se entretecem em Memorial do Convento. A acção principal é a construção do convento de Mafra.Conhece-se a situação económica e social do país, os autos-de-fé praticados pela Inquisição, o sonho e a construção da passarola voadora pelo padre Bartolomeu de Gusmão, as críticas ao comportamento do clero, os casamentos de Infanta Maria Bárbara e do príncipe D. José.Paralelam/ à acção principal sesta Baltasar Sete sóis e Blimunda Sete luas. São estas personagens q estabelecem o fio condutor da intriga e q lhe conferem fragmentos de espiritualidade, de ternura, de misticismo e de magia.

Espaço: Lisboa e Mafra. São referidos c frequência Terreiro do Paço, Rossio, S. Sebastião da Pedreira, Odivelas, Xabregas, Azeitão… Nas referências a Mafra encontramos a Vela, od se constrói o convento, serra do Barragudo, no Monte Junto, Torres Vedras… Espaços de menor relevo: Jerez de los Caballeros, od Baltasar perde a mão, Olivença, Montemor, Aldegalega, Morelena, Pegões, Vendas Novas, Évora, Elvas, Caia, Coimbra, Holanda ou Áustria.Sobre Mafra, encontramos constantes referências a q dava trabalho a muita gente, m socialm/ destruiu famílias e criou marginalização. Através do Alentejo conhecemos a miséria q então o povo passava, “por ser a fome muita nesta província”. Tempo:As referências temporais são escassas ou apresentam-se por dedução. As analepses são pouco significativas, apenas surgem a justificar projectos anteriores. O pendor (vertente/ tendência) oral ou de monólogo mental e as digressões favorecem diversas prolepses q conferem ao narrador o estatuto de omnisciência e transformam o discurso num todo compreensível, apesar de toda a fragmentação.1711: Início da acção

Estrutura:Apresenta duas linhas de acção: - Construção do convento de Mafra e relações entre Baltasar e Blimunda – q se entrelaçam c acontecimentos diversos recolhidos na história ou fantasiados.

Cap. 1- Relação Rei/ Rainha e a Promessa da construção do convento franciscano em Mafra;- Narração satírica das motivações desta intenção: promessa do rei D. João V de construir 1 convento, caso a esposa D. Maria Ana Josefa, lhe desse um herdeiro;

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- Sonhos de D. Maria Ana e D. João V c futuro descendente.

Cap. 2- Os milagres conseguidos pelos franciscanos e seu desejo, desde 1624 na construção do convento;- “O célebre caso da morte de Frei Miguel da Anunciação”, q conservara o corpo intacto; a locomoção da imagem de santo António, numa janela, q assustou os ladrões; a recuperação das lâmpadas do convento de S. Francisco de Xabregas, q tinham sido roubadas…- A gravidez da rainha;

Cap. 3- A Situação socio-económica: excesso de riqueza/ extrema pobreza;- Os excessos do Entrudo e a penitência da Quaresma;- A impostura de alguns penitentes “q têm os seus amores à janela e vão na procissão menos p causa da salvação da alma do q p passados os prometidos gostos do corpo”;- A devoção das mulheres q, c a liberdade de percorrerem as igrejas sozinhas, aproveitavam, muitas vezes, p encontros c amantes secretos;- A situação da rainha, q grávida, só podia sonhar c o cunhado D. Francisco;- A sátira a “mais uns tantos maridos cucos”…

Cap. 4- O passado heróico de Baltasar Mateus, o Sete Sois, q perde a mão nas lutas de Olivença;- A viagem até Lisboa, p Évora, Montemor, Pegões e Aldegalega, matando 1 ladrão q havia tentado assaltá-lo;- Em Lisboa, anda pela ribeira, pelo Terreiro do Paço, pelo Rossio, por bairros e praças, juntando-se a outros mendigos;- Com João Elvas vai passar a noite num “telheiro abandonado” onde “… falaram de crimes acontecidos…”

Cap. 5- O auto-de-fé no Rossio e o conhecimento travado entre Baltasar, Blimunda e o padre Bartolomeu;- A rainha D. Maria Ana, no 5.º mês de gravidez, n pode assistir ao auto-de-fé;- Descrição de 1 auto-de-fé e os condenados pelo Santo ofício;- A mãe de Blimunda, Sebastiana Maria de Jesus, acusada de ser feiticeira e cristã nova, “condenada a ser açoitada em público e a 8 anos de degredo (exílio) no reino de Angola”;- O encontro c padre Bartolomeu Lourenço e Baltasar Mateus, o Sete Sois;- O convite de Blimunda para Baltasar permanecer em sua casa até voltar a Mafra;- O ritual do casamento e a consumação do amor entre Baltasar e Blimunda.

Cap. 6- O padre Bartolomeu Lourenço e a “máquina voadora”;- O trigo holandês p saciar Lisboa;- As experiências da “máquina de voar” em s. Sebastião da Pedreira, numa Quinta ao Duque de Aveiro;- A aceitação de Baltasar p ser ajudante do padre Bartolomeu.

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Cap. 7 - Nascimento da filha de D. João V. Maria Bárbara- Apesar de alguma decepção do rei, p n ser 1 menino, mantém a promessa de construir 1 convento.

Cap. 8- O mistério de Blimunda q come o pão de olhos fechados e possui o poder de olhar p dentro das pessoas;- A prova do poder de Blimunda q, ainda em jejum, sai à rua c Baltasar;- Nascimento do 2.º filho de D. João V, o Infante D. Pedro;- Escolha do alto da Vela em Mafra para edificar o convento.

Cap. 9 - Mudança de Baltasar e Blimunda p a abegoaria na quinta do duque de Aveiro, em S. Sebastião da Pedreira;- Continuação da construção da passarola voadora pelo padre Bartolomeu Lourenço, p Blimunda e Baltasar;- O padre Bartolomeu Lourenço parte p a Holanda, enquanto Sete Sois regressa a Mafra, a casa dos pais, acompanhado de Blimunda;- Tourada no terreiro do Paço com Baltasar e Blimunda na assistência, antes de partirem p Mafra;- Partida p Mafra de Blimunda e Baltasar.

Cap. 10- Ao chegar a casa da família em Mafra, Baltasar, acompanhado de Blimunda, é recebido p sua mãe, Marta Faria; o pai, João Francisco, encontrava-se a trabalhar no campo;- Baltasar fica a saber q o pai vendeu a el-rei uma terra q tinha na Vela p a construção de 1 convento;- A única irmã de Baltasar, Inês Antónia, e o marido, Álvaro Diogo, conhecem “a nova parenta”;- Morte do Infante D. Pedro, q vai a enterrar em s. Vicente de Fora;- Baltasar vai visitar as obras ao convento e passa a ajudar o pai no campo;- Nascimento do infante D. José, 3.º filho da rainha;- Doença do rei, enquanto o seu irmão D. Francisco tenta a cunhada, revelando à rainha o interesse em tornar-se seu marido;- Ida de D. João V p Azeitão “curar os seus achaques”;- Apesar da recuperação da saúde do rei, D, Maria Ana continua os sonhos c o cunhado.

Cap. 11- Bartolomeu é recebido em casa do pároco de Mafra, Francisco Gonçalves, perto da casa de Sete Sois;- Em conversa c Blimunda e Baltasar, fala-lhes da descoberta na Holanda, de q o éter se encontrava na “vontade” de cada 1;- O padre pede a Blimunda q olhe dentro das pessoas e encontre essa “vontade”, q é cm 1 nuvem fechada.

Cap. 12- Em Mafra, Blimunda comunga em jejum, pela 1ª vez; e vê na hóstia “1 nuvem fechada”;- O padre Bartolomeu pede, p carta, a Baltasar e a Blimunda q regressem a Lisboa;

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- 1 Tempestade, comparável ao “sopro de Adamastor”, destruiu a igreja de madeira, construída especialm/ p a cerimónia da inauguração dos alicerces, m foi reerguida em 2dias, o q passou a ser visto cm milagre;- Inauguração da 1ª pedra do convento, a 17 de Novembro de 1717;- Regresso de Baltasar e Blimunda a Lisboa, onde começam a trabalhar na passarola;- Reflexão do narrador sobre o amor “das almas, dos corpos e das vontades”.

Cap. 13- Baltasar e Blimunda constroem a forja;- O padre Bartolomeu diz a Blimunda q são necessárias pelo menos 2 mil “vontades”;- 8 de Junho de 1719: A procissão do Corpo de Deus;- Enumeração dos participantes e descrição c comentários irónicos;- Monólogos cheios de sarcasmo do patriarca e de el-rei.

Cap. 14- O padre Bartolomeu, regressa de Coimbra, “doutor em cânones”;- O músico Scarlatti, napolitano de 35 anos, q ensina a Infanta D. Maria Bárbara, toma conhecimento do projecto da passarola;- Diálogo entre Bartolomeu e Scarlatti sobre o poder extraordinário da música e a essência da verdade;- O padre revela o seu segredo ao músico e apresenta-lhe a “trindade terrestre”: ele, Sete Sois e Sete-Luas;- O padre Bartolomeu Lourenço prepara 1 sermão p/ a festa do Corpo de Deus questionando os fundamentos da Trindade Divina.

Cap. 15- A epidemia da cólera e da febre-amarela e a recolha das “vontades” p Blimunda;- O padre Bartolomeu pede a Blimunda q aproveite a ocasião p recolher as vontades q se libertam nos peitos dos moribundos;- Depois de cumprida a tarefa, Blimunda fica doente;- Ao toque do cravo de Scarlatti, Blimunda recupera a sua saúde;- C as vontades recolhidas e a máquina de voar pronta, o padre Bartolomeu precisa de avisar el-rei.

Cap. 16- O duque de Aveiro recupera a Quinta de S. Sebastião da Pedreira, pois ganha a demanda c a coroa;- A concretização da viagem d passarola voadora, c o padre Bartolomeu, Baltasar e Blimunda;- O padre Bartolomeu descobre q o Santo ofício já estava à sua procura;- Scarlatti, q chegara a tempo de ver máquina a subir, senta-se ao cravo e toca 1 música, antes de atirar o instrumento p dentro do poço;- Os três sobrevoam a vila de Mafra; m, c dificuldades de navegação p falta de vento, têm de aterra;- O padre Bartolomeu, p emoção ou medo, tenta incendiar a máquina, sendo impedido p/ Baltasar e Blimunda;- O padre parte sozinho mais adentro;- Blimunda e Baltasar escondem a máquina sob a ramagem e partem na mm direcção: “ Isto aqui é a Serra do Barregudo, lhes disse 1 pastor, e aquele monte além… é Monte Junto.”

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- Chega a Mafra dias dp, qd 1 procissão celebra o milagre q julgavam ser 1 aparição do Espírito Santo, e q mais n fora do q a máquina voadora.

Cap. 17- O regresso de Baltasar com Blimunda a Mafra, onde começa a trabalhar nas obras do convento cm carreiro, e anúncio da morte do padre Bartolomeu em Toledo, “ dizem q louco”;- Notícias do terramoto de Lisboa;- 2 Meses dp de ter chegado a Mafra, regresso de Baltasar a Monte Junto, os haviam deixado a máquina de voar; sua manutenção;- Domenico Scarlatti em casa do Visconde;- Conversa às escondidas de Scarlatti e Blimunda: “resolvi vir a Mafra ver se estavam vivos.” Cap. 18- Caracterização dos gastos reais e dos trabalhadores em Mafra;- Visão irónica e depreciativa de Portugal;- Esforços colossais e vítimas causadas pela construção do convento;- Outros relatos de histórias pessoais: Francisco Marques, José Pequeno, Joaquim de Rocha, Manuel Milho, João Anes e Julião Mau tempo.

Cap. 19- Baltasar torna-se boieiro (ajudado por José Pequeno) e participa no carregamento da pedra do altar (Benedictione), verificando-se, durante o transporte, o esmagamento de 1 trabalhador (Francisco Marques – esmagado sob 1 roda de 1 carro de bois).

Cap. 20- Blimunda acompanha Baltasar ao Monte Junto. Dp de lá passarem a noite, Blimunda, ainda em jejum, procura certificar-se de q as vontades ainda estavam guardadas dentro de Ada 1 das 2 esferas;- Renovação da máquina voadora em Monte Junto;- Viagem de regresso;- Morte de João Francisco, pai de Sete Sois.Cap. 21- Decisão de D. João V de q sagração do convento se fará em 22 de Outubro de 1730, data do seu aniversário, pois tem medo de morrer;- D. João V manifesta o desejo de construir em Portugal 1 basílica cm a de S. Pedro em Roma, chama então o arquitecto João Frederico Ludovice, este diz-lhe q o rei n viveria o suficiente p/ ver a obra concluída;- Decisão de D. João V: ampliar a dimensão do projecto do convento de 80 p/ 300 frades;- Recrutamento em todo o reino de operários p Mafra.

Cap. 22- Casamentos de Infanta Maria Bárbara c o Príncipe Fernando VI de Espanha e do Príncipe D. José c a Infanta espanhola Mariana Vitória com música de Scarlatti;- A “troca das princesas”, em 1729, une as famílias reais de Portugal e Espanha;- Viagem ao rio Caia p/ levar a Princesa Maria Bárbara e trazer Maria Vitória;- João Elvas acompanha, c 1 grupo de pedintes, a comitiva à fronteira.

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Cap. 23- Baltasar vai ao Monte Junto p/ verificar o estado da passarola, e qd Baltasar entra na passarola p a reparar, ela inesperdam/ levanta voo;- Transporte de várias estátuas de santos p Mafra;- A viagem de 30 noviços, do convento de S. José de Ribamar, em Algés, p Mafra. Cap. 24- Blimunda, inquieta e angustiada, procura Baltasar, enquanto em Mafra se faz a sagração do convento, em 22 de Outubro de 1730;- No cume do Monte Junto, usa o espigão de ferro de Baltasar p/ evitar ser violada p/ 1 frade. Cap. 25- Durante 9 anos Blimunda procura Baltasar;- Em 1739, 11 supliciados, entre eles António José da Silva, encontram-se a caminho da fogueira num auto-de-fé, na praça do Rossio; lá estava tb Baltasar e, quando está p/ morrer, a sua “vontade” desprende-se e é recolhida dentro do peito de Blimunda.

A relação titulo/ conteúdo- Apresenta 1 carga simbólica quer enquanto sugere as memórias – evocativas do passado – e pressuposições existenciais, quer ao remeter p/ o mundo místico e misterioso.O Convento de Mafra liga-se ao sonho dos frades q aproveitam a oportunidade de terem 1 convento, m reflecte, sobretudo, a magnificência da corte de D. João V e do poder absoluto, q se contrapõe ao sacrifício e à opressão do povo q nele trabalhou, muitas vezes aniquilado p servir o sonho de seu rei.

O nome das personagensD. João V: Desempenha o papel de monarca de setecentos q quer deixar cm marca do seu reinado 1 obra grandiosa e magnificente – o Convento de Mafra. Este é construído sob o pretexto de q cumpre 1 promessa feita ao clero, classe q justifica e “santifica” o seu poder. É símbolo de 1 monarca absoluto, vaidoso, egocêntrico e mantém c a rainha apenas 1 relação de “cumprimento de dever”. A sua amante preferida era Madre Paula do Convento de Odivelas.

Maria Ana Josefa: Austríaca, a rainha surge cm 1 pobre mulher cuja única missão era dar herdeiros p a glória do reino e alegria de todos. É símbolo da mulher da época: submissa, simples procriadora, objecto da vontade masculina.

Baltasar, Sete Sois: No fim da obra, c a morte do padre Gusmão, acaba por ser a personagem principal do romance, sendo quase “divinizado” pela construção da passarola. O simbolismo desta personagem é evidente, o sete é 1 n.º mágico, aponta p 1 totalidade (7 dias de criação do mundo, 7 pecados mortais, 7 virtudes); o sol é o símbolo da vida, da força, do poder do conhecimento, daí q a morte de Baltasar no fogo da Inquisição signifique, tb, o regresso às trevas, a negação do progresso.

Blimunda, Sete Luas: O nome da personagem acaba p funcionar cm 1 espécie de reverso do de Baltasar. P além da presença do sete, Sol e Lua

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completam-se, são a luz e a sombra q compõem o dia – Baltasar e Blimunda, são, pelo o amor q os une, um só.

Padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão: Vive c a obsessão de construir 1 máquina do tempo – a passarola. Ignora os fanatismos religiosos da época e questiona todos os princípios dogmáticos da igreja.Domenico Scarlatti: É ele q liberta Blimunda da sua estranha doença. É, tb cúmplice silencioso do projecto da passarola. A música deste simboliza o ultrapassar, p parte do homem, de 1 materialidade excessiva, e o atingir da plenitude da vida.

Povo: Personagem importante. O povo trabalhador construiu o Convento de Mafra `custa de sacrifícios e mm mortes. Conhecido pelo seu trabalho, miséria física e moral este povo humilde surge cm verdadeiro obreiro da realização do sonho de D. João V.

As personagens e os seus projectos- A relação entre Baltasar e Blimunda é 1 símbolo de transgressão dos códigos socais, m, ao mm tempo, é 1 símbolo d harmonia c o universo e as suas forças cósmicas.

- Saramago conseguir dotar esta personagem feminina de forças latentes e extraordinárias q permitem ao povo a sua sobrevivência, mm qd a repressão atinge requintes de sadismo. E qq época, há sp 1 Blimunda p contestar o poder e resistir.

O Destino HumanoHá sp 1 preocupação c o ser humano, a sua miséria e a sua luta, as injustiças e os seus anseios, a sua grandeza e os seus limites.

A Critica- Apresenta-se cm 1 crítica cheia de ironia e sarcasmo à opulência do Rei e de alguns nobres, p/ oposição à extrema pobreza do povo.- O adultério e a corrupção dos costumes são factores de sátira ao longo da obra.

O processo relativo- Ao misturar a história e a ficção, o real e o fantástico, consegue múltiplas formas de enunciação. Narrador c 1 polifonia ou pluralidade de vozes q reinventa mundos e os multiplica e q reinventa a própria linguagem.- O narrador revela-se quase sp omnisciente e assume a posição heterodiegética.A atitude do narrador principal p c o narrado aparentem/ contraditória: p 1 lado, temos 1 tentativa de aproximação à época retratada, ao reconstruir a cor local e epocal, m, p outro, dá-se 1 enorme distanciação, visível nas inúmeras prolepses e na ironia sarcástica utilizada p atacar alguns aspectos da História, fundamentalm/ os q se ligam às personagens socialm/ favorecidas.O narrador distancia-se do narrado pelas referências irónicas, m tb p 1 processo de afastamento temporal q o obriga a adaptar a linguagem e a distinguir entre vocabulário respeitante à época histórica retratada e outro q se reporta à actual.

Linguagem e Estilo

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- Ausência de pontuação;- Uso de maiúscula no interior da frase;- Exclamações e “apartes”;- Utilização predominantem/ do presente – marca do fluir constante do narrador entre o passado e o presente;- Mistura de discursos – q aponta p 1 reminiscência da tradição oral, em q contador e ouvintes interagem;- Intervenção frequente do narrador através de comentários;- O tom simultaneam/ cómico, trágico e épico;- Emprego de aforismos, provérbios e ditados populares.