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SISTEMA INTELIGÊNCIA ESTADOS UNIDOS 1947-1960
Marco CepikProfessor Associado da UFRGS
Pesquisador CEGOV
CEGOV
PÓLIS E ESTRUTURA POLÍTICA INTERNACIONAL
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10
CA
PAC
IDA
DE
ESTA
TAL
DEMOCRACIA
Zonas de autoritarismo
Zona de cidadania
Zona de tiraniafragmentada
Fonte: TILLY (2003).
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MIX DE IMPLEMENTAÇÃO DEPOLÍTICAS PÚBLICAS
Estado Burocracia
Sociedade CivilRedes
MercadoEmpresas
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INTELIGÊNCIA
• Designa um tipo de conflito antagônico entre atores que lidapredominantemente com obtenção/negação de informações
• Propositadamente vago, o termo refere-se ao que serviços de Inteligência"fazem" concretamente em contextos político-organizacionais específicos(níveis e ciclos)
• Inteligência descreve melhor o arco operacional contemporâneo dessa funçãoestatal do que outras noções muito restritivas (espionagem) ou excessivamenteamplas (informação)
• Inteligência também é comumente concebida como um nível de tratamento eagregação de valor em uma pirâmide informacional, que tem na base dadosbrutos, no meio tecnologias de processamento, armazenamento, comunicaçãoe análise e, no topo, conhecimento consciente ou descentrado, cumprindouma função crucial em processos de tomada de decisão
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Importância em cinco ações principais:
(i) “apoio no desenvolvimento de políticas e estratégias nacionais”
(ii) “monitoramento da situação global ou internacional”
(iii) “apoio no desenvolvimento de planos militares”
(iv) “apoio nos requerimentos relacionados à estruturação da força militar e nadeterminação dos principais sistemas de armas”
(v) “suporte na condução de operações estratégicas”
(UNITED STATES, 2013, p. I-24, tradução livre)
INTELIGÊNCIA ESTRATÉGICA
São funções relacionadas ao provimento de informações paraa alta esfera política e militar de decisão, tanto em tempos deguerra, quanto em tempos de paz
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SEGURANÇA é uma condição relativa de proteção na qual se é capaz de neutralizar ameaças discerníveis. Em termos organizacionais, segurança é obtida através de
padrões e medidas de proteção para conjuntos definidos de informações, instalações, comunicações,
pessoal, equipamentos ou operações. Nas organizações civis e militares, o provimento de segurança é uma
responsabilidade gerencial ou de comando, não uma função típica de Inteligência.
SEGURANÇA
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INFOSEC
MEDIDASDEFENSIVAS
NEUTRALIZAÇÃOATAQUES
ENGANO ATIVO(DECEPTION)
Segurança de documentos, pessoale instalações;
Segurança de Comunicações (COMSEC);Camuflagem e Redução de Assinatura;
Medidas contra Interceptação Eletrônica;Contra-Interrogação;
Educação para a Segurança PNPC
Eliminação Física dos Coletores;Contra-Espionagem;Contra-Inteligência
Uso de Agentes Duplos;Desinformação
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CONTRA-INTELIGÊNCIA é toda Inteligência sobre as capacidades, intenções e operações dos Serviços de Inteligência adversários. Contra-Inteligência tende a
constituir um inteiro subciclo das operações de Inteligência, especialmente por causa da diversidade de fontes
tecnológicas e humanas utilizadas na obtenção de um escopo variado de informações.
CONTRA-INTELIGÊNCIA
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Nível Principal:Inteligência x Segurança
Obter Inteligência
Contra-InteligênciaInfiltrar
Serviço de Inteligência
Contra-Contra-inteligência
InfiltrarServiços de Contra-Inteligência
Fonte: HERMAN (1996: 179)
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VARIÁVEL DEPENDENTEExplanandum
Sistemas de Inteligência enquanto soluções nacionais caracterizadas por semelhanças
funcionais e distintas capacidades em cada Estado (país), bem como descontinuidades históricas
entre as primeiras matrizes históricas e os sistemas nacionais de inteligência hoje. Como explicar a
evolução em diferentes contextos?
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TRÊS EXPLICAÇÕES CUMULATIVAS
Poder â Tilly/Giddens + Waltz/Mearsheimer
REALISTA
Informação â Zegart + Segal-Horne
INSTITUCIONALISTA
Burst â Barabási + Jones/Baumgartner
EVOLUCIONÁRIA
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SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA
TRÊS MATRIZES HISTÓRICAS:
Diplomacia Secreta séc. XVI-XVII â Inteligência Externa
Inteligência Militar séc. XVIII-XIX â Inteligência Defesa
Policiamento Político séc. XIX-XX â Inteligência Policial
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SISTEMAS DE INTELIGÊNCIA
Soluções nacionais diferenciadas, distintas capacidades de cada Estado e descontinuidades históricas explicam a diferença entre as primeiras
matrizes históricas e os sistemas nacionais de inteligência hoje.
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HORIZONTAL: especialização ao longo do continuum coleta (humint, sigint, imint) – análise (múltiplas fontes) + gestão (fluxos diretos e mediados).
VERTICAL: formação de subsistemas de inteligência externa, defesa, segurança, crime, financeira etc.
DUPLA LÓGICA DE EXPANSÃO
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Presidente
Secretário de Estado
Procurador Geral
Secretário de Energia
Secretário do Tesouro
Secretário de
Comércio
Secretário de
Segurança Interna
Secretário de Defesa
NSC
Diretor de Inteligência
Nacional (DNI)
EXCOM
Equipe do DNI DCIA
DODAirborne NRO
NGAAirborneDIA/DX
Mil Servs
DIA
Quatro serviços de Inteligência das Forças Armadas
CIA DS&T
CIA/NCS
CIA/DINCTCNIC
INR
Embaixadas
Diretório de Inteligência
FBI
DEA
Inteligência
Adidos Comerciais
Guarda Costeira;
Inteligência e Análise
Terrorismo e
Inteligência Financeira
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SERVIÇOS DE INTELIGÊNCIA
Fonte: Segal-Horn (2006, 478;491)
ECONOMIA DE ESCOPO, mais do que de escala: custo de produzirdois produtos (outputs) conjuntamente é menor do que produzi-losseparadamente:
a) Os dois produtos dependem do mesmo tipo de conhecimento“proprietário”
b) Um ativo especializado indivisível constitui um input comum paradois ou mais produtos.
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PRODUTOS SERVIÇOS IMPLICAÇÕES
Tangíveis Intangíveis Serviços são difíceis de descrever, exibir ou comunicar
Fáceis de padronizar
Heterogêneos,difíceis de padronizar
Garantir uma experiência padrão para o consumidor é problemático. A implementação final da estratégia depende dos trabalhadores. A qualidade do serviço é sempre parcialmente dependente da personalidade
Produção e consumo ocorrem separadamente
Produção e consumo simultâneos
Consumidores não podem fazer um “testdrive” do serviço. Serviços apresentam um maior risco aos consumidores. Tanto consumidores quanto trabalhadores participam e afetam o resultado do serviço.
Duráveis Não duráveis Serviços não podem ser guardados em estoque, devolvidos ou revendidos.
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ECONOMIAS DE ESCOPO
ECO
NO
MIA
S D
E ES
CA
LA
Serviços de Inteligência
Aluguel de carros
SegurosHotéis
Bancos
MecânicosCabeleireirosEncanadores
Agências de informação
Serviços financeiros e de viagemFast foodVarejista
Empresas profissionais de serviço
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DILEMAS AGENTE-PRINCIPALNA ÁREA DE INTELIGÊNCIA
Conhecimento Técnico x GovernançaSegurança Estatal x Segurança Individual
Segredo Governamental x Direito à Informação
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TRIPLO RISCO
1. Manipulação dos serviços por parte dos governantes buscando maximizar poder
3. Falhas de segurança com alto impacto sobre a capacidade estatal e a democracia
2. Autonomização dos próprios serviços, criando poder paralelo dentro do Estado
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Desenvolvimento Serviços Inteligência explica-se, com peso DECRESCENTE, por:
1. Desenho Institucional Inicial2. Interesses dos Burocratas
3. Eventos e Estruturas Externas
HIPÓTESE DE ZEGART
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SETE TIPOS DE MECANISMOS DE CONTROLE EXTERNO
1. Eleições2. Opinião pública informada pela mídia3. Mandatos legais delimitando funções e
missões4. Autorização judicial prévia e garantias5. Inspetorias e corregedorias6. Coordenação e supervisão no Poder
Executivo.7. Controle pelo Poder Legislativo
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ÓRGÃOS DE POLÍTICA SOCIAL
AGÊNCIAS REGULADORAS E
ÓRGÃOS FINANCEIROS
AGÊNCIAS DE SEGURANÇA NACIONAL
• Grupos de Interesse Fortes• Informação Pública• Domínio do Legislativo• Burocracias Separadas
• Grupos de Interesse Fracos • Segredo Governamental• Domínio do executivo• Burocracias Interconectadas
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• TEP (Teoria do Equilíbrio Pontuado): explicardescontinuidade/crise considerando que a flechado tempo é irreversível, a realidade é complexa e acognição limitada.
• BURSTS: milissegundos/horas nas células,minutos/semanas no cotidiano, dias/anos nasdoenças, milênios/milhões na evolução da vida edos planetas. BARABASI (2010).
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• CRISES: realidade complexa â inevitáveis
• LEI de POTÊNCIA: eventos cuja frequência variade acordo com um atributo como tamanho (guerra,riqueza, comunicação etc)
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• RAIZ do BURST: limitação cognitiva paraprocessamento paralelo â necessidade deestabelecer prioridades â tempo de respostadesigual.
• EVENTOS RAROS: problemas mais difíceistendem a ser adiados â tensões se acumulam âpunctuations
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GOVERNOS:
déficit atenção + racionalidade delimitada + custos institucionais â agenda/decisão/implementação
pontuada
CUSTOS INSTITUCIONAIS:Decisão + Transação + Informação + Cognitivos â
cumulativos no ciclo de políticas públicas e na tensão vertical entre macro sistema (urgente) e subsistemas
(seriais)
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SUBSISTEMAS POLÍTICOSCompetem por atenção+ recursos + jurisdição â
poder de agenda e disputas entre diferentes atores â fricção e ruptura não-linear
FRICÇÃOLink entre input e output desproporcional âunderresponse e overresponse para pressões
exógenas e endógenas â intensidade do burst e instabilidade dos vários equilibria
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INTELIGÊNCIA: Subsistema fechado â limiar de tensão mais alto âcrises mais recorrentes e relativamente mais intensas
EVOLUÇÃO:Crises afetam a evolução dos sistemas de inteligência
aumentando a demanda por mais efetividade e legitimidade para melhorar a capacidade de adaptação,
a diferenciação funcional e o aprendizado organizacional â Sistemas de Inteligência resultam de:
1) Eventos e Estruturas Externas. 2) Interesses dos Burocratas. 3) Desenho Institucional Inicial
(contrario sensu do que afirma Zegart)
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1775 – Washington comanda o exército Continental1776 – Captura e enforcamento de Nathan Hale1788 – Culper Spy Ring (Major Benjamin Tallmade)1790 – Congresso cria fundo secreto para ações no exterior1812 – Guerra com a Grã-Bretanha até janeiro de 18151823 – Doutrina Monroe1846 – Guerra com o México (Mexican Spy Company)1861 – Guerra Civil até 1865 (Bureau of Military Intelligence)1865 – Serviço Secreto (USSS) do Departamento do Tesouro1882 – Office of Naval Intelligence (ONI)1883 – Civil Service Act (Pendleton Act)1885 – Military Intelligence Division (MID)1898 – Guerra contra a Espanha
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1902 – Bureau of Census1908 – Bureau of Investigations (BOI)1917 – Cypher Bureau (Yardley)1919 – National Security Division (BOI)1929 – Signal Intelligence Service (Friedman)1935 – BOI torna-se Federal Bureau of Investigations (FBI)1941 – Office of Coordination of Information (COI)1941 – Ataque japonês a Pearl Harbor (Oahu)1942 – COI torna-se Office of Strategic Services (OSS)1943 – Fim da Batalha de Stalingrado1942 – Batalha de Midway1944 – Invasão Normandia1945 – Bombas Nucleares Hiroshima e Nagasaki1945 – Conferencia de Potsdam
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1946 – National Intelligence (NIA/CIG/DCI)1946 – Estabelecido o Daily Brief1947 - Doutrina Truman1947 – National Security Act (NSC/DoD/USAF/CIA/JCS)1948 – Operações Encobertas Itália/França/Iugoslávia etc.1948 – Criação da OTAN e da OEA1948 – Macarthismo e HUAC até 19541949 – Central Intelligence Agency Act1950 – Guerra da Coréia até 19531951 – Office of National estimates (ONE)1952 – Diretório de Planos CIA (covert actions / espionage)1952 – National Security Agency (NSA)1955 – Entrada em serviço dos aviões espionagem U-21960 – National Recconaissance Office (NRO)1961 – Defense Intelligence Agency (DIA)
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BRUNEAU, Thomas C.; BORAZ, Steven C. Reforming intelligence: obstacles to democratic control and effectiveness.Austin-TX, University of Texas Press, 2007.
CEPIK, Marco. Segurança Nacional e Controle Público: Limites dos Mecanismos Institucionais. Contexto Internacional,Rio de Janeiro, v. 23, n. 2, p.295-358, jul-dez. 2001.
CEPIK, Marco. Sistemas Nacionais de Inteligência: Origens, Lógica de Expansão e Configuração Atual. Dados: Revistade Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v. 46, n. 1, p.75-127, 2003. Trimestral.
CEPIK, Marco; AMBROS, Christiano. Intelligence, Crisis, and Democracy: Institutional Punctuations in Brazil, Colombia,South Africa, and India. Intelligence and National Security, Londres, v. 29, n. 4, p.523-551, 2014.
ECHEVARRIA II, A. J. Clausewitz and Contemporary War. New York: Oxford University Press, 2007.
FAULKNER, David O.; CAMPBELL, Andrew. The Oxford Handbook of Strategy. Nova York: Oxford University, 2006
HERMAN, Michael. Intelligence Power in peace and war. Cambridge, Cambridge Univesity Press, 1996.
HERMAN, Michael. Intelligence services in the information age. Londres, FrankCass, 2001.
JOHNSON, Loch K. (Ed.). The Oxford Handbook of National Security Intelligence. Nova York: Oxford University Press,2010.
JOHNSON, Loch K. (Ed.). Handbook of Intelligence Studies. Nova York: Routledge, 2007.
GILL, Peter; MARRIN, Stephen; PHYTIAN, Mark. Intelligence Theory: key questions and debates. Nova York: Routledge,2009. p. 33-52
LOWENTHAL, Mark M. Intelligence: From Secrets to Policy. 6th Edition. Washington-DC, CQ Press, 2015
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UNITED STATES - U.S. Joint and National Intelligence Support to Military Operations. Washington-DC. Joint Chiefs ofStaff Publication. 2013.