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1 PUCMINAS – Curso de Engenharia Eletrônica e de Telecomunicação Resumo – Neste projeto foram aplicados os conhecimentos em linguagem C, circuitos elétricos e eletrônica digital para programar um microcontrolador da família PIC que realiza um controle de 3 sensores que deverão indicar o estado da luminosidade, temperatura e vazamento de gás de um ambiente, e dependendo da situação o microcontrolador age ligando um ventilador, uma lâmpada e um exaustor. Foram explorados conceitos como o funcionamento de um conversor analógico/digital para a leitura dos sensores e o divisor de tensão como um método de condicionamento de sinais de sensores que variam a sua resistência em função de uma variável ambiental como a luminosidade por exemplo. Palavras-chave: Automação. Domótica. Sensores. Sistema de controle. I. INTRODUÇÃO Este artigo tem como objetivo mostrar o funcionamento de um sistema microcontrolado para monitoramento II. DESENVOLVIMENTO A. O microcontrolador Figura 1 – O microcontrolador PIC16F877A Um microcontrolador é um computador em um chip . Contendo além dos componentes lógicos e aritméticos usuais Sistema microcontrolado para monitoramento residencial Cláudio Manoel Paloma de Oliveira Leandro Marcelo Jean Lucas Henrique Miranda Diogo Veras

Sistema Microcontrolado Para Monitoramento Residencial

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Resumo – Neste projeto foram aplicados os

conhecimentos em linguagem C, circuitos elétricos e

eletrônica digital para programar um microcontrolador

da família PIC que realiza um controle de 3 sensores que

deverão indicar o estado da luminosidade, temperatura e

vazamento de gás de um ambiente, e dependendo da

situação o microcontrolador age ligando um ventilador,

uma lâmpada e um exaustor. Foram explorados conceitos

como o funcionamento de um conversor analógico/digital

para a leitura dos sensores e o divisor de tensão como um

método de condicionamento de sinais de sensores que

variam a sua resistência em função de uma variável

ambiental como a luminosidade por exemplo.

Palavras-chave: Automação. Domótica. Sensores.

Sistema de controle.

I. INTRODUÇÃO

Este artigo tem como objetivo mostrar o funcionamento

de um sistema microcontrolado para monitoramento

residencial onde um microcontrolador da família PIC deverá

receber informações vindas de 3 sensores e converte-las

usando seu conversor analógico/digital interno e a partir dos

dados coletados, deverá atuar de maneiras diferentes de

acordo com o estado atual dos sensores.

II. DESENVOLVIMENTO

A. O microcontrolador

Figura 1 – O microcontrolador PIC16F877A

Um microcontrolador é um computador em um chip.

Contendo além dos componentes lógicos e aritméticos

usuais de um microprocessador de uso geral, o

microcontrolador integra elementos adicionais em sua

estrutura interna, como memória de leitura e escrita para

armazenamento de dados, memória somente de leitura para

armazenamento de programas, EEPROM para

armazenamento permanente de dados, dispositivos

periféricos como conversores analógico/digitais (ADC) e

interfaces de entrada e saída de dados.

No modelo de microcontrolador escolhido

(PIC16F877A), estaremos utilizando o conversor

analógico/digital e seus pinos de entrada e para ler o estado

dos sensores e ativar alguns equipamentos quando

necessário.

B. O sensor de gás MQ-6

O sensor é composto por um micro tubo cerâmico de

AL2O3(oxido de alumínio) e uma camada sensível de SnO2

(dióxido de estanho). Ao ser ligada a sua alimentação, uma

bobina de aquecimento é acionada para facilitar a reação

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Paloma de Oliveira

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Jean Lucas

Henrique Miranda

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entre o gás e os elementos sensíveis. Ele funciona fazendo

com que uma variação do nível de gás no ambiente gere

uma diferença na condutância elétrica do mesmo, que é dada

pela equação: G=1/R, sendo medido em Siemens [S]. Se

aplicarmos a função inversa, podemos transformar

condutância elétrica em resistência elétrica e para

transformarmos uma variação de resistência em uma

variação de tensão, podemos ligar o sensor em um divisor de

tensão para que a variação de tensão que será gerada pelo

sensor consiga ser lida pelo microcontrolador.

Figura 2 - O sensor de gás MQ-6

C. O sensor LM35

O sensor LM35 é um sensor de precisão, que

apresenta uma saída de tensão linear relativa à temperatura

em que ele se encontrar no momento em que for alimentado

por uma tensão de 4-20Vdc e GND, tendo em sua saída um

sinal de 10mV para cada Grau Celsius de temperatura.

O LM35 não necessita de qualquer calibração externa

para fornecer com exatidão, valores de temperatura entre –

55ºC à 150ºC. Sua interface de leitura é simples, podendo

ser ligado direto ao microcontrolador, tornando o sistema

bem menor em função disso.

Figura 3 - O sensor de temperatura LM35

D. O LDR

Sensor dependente de luz. É um componente no qual uma

variação de luz sobre ele resulta na variação de sua

resistência. O LDR não tem pinagem, com isso seus

terminais podem ser ligados de qualquer forma.

São compostos por sulfeto de cádmio (CdS) , um material

semicondutor que é disposto num traçado onduloso na

superfície do componente . Esse material tem a propriedade

de diminuir sua resistência à passagem de corrente elétrica.

Num ambiente escuro a resistência do LDR é alta ,

podendo chegar a valores próximos ou superiores a 1 MΩ.

Se a intensidade da luz incidida sobre ele for aumentada

gradativamente sua resistência diminui, com seus valores

podendo chegar próximos de 1kΩ. Devemos ressaltar que os

valores dependem de vários fatores , como componente

utilizado , a quantidade de luz como já foi citado.

Para se fazer a medida da luminosidade do ambiente

através do LDR , é preciso fazer com que a variação da

resistência do componente , seja convertida numa variação

de tensão, para este fim é utilizado o divisor de tensão.

Figura 4 - O sensor LDR

E. O divisor de tensão

Um divisor de tensão consiste em dois resistores

associados em série num circuito elétrico,

dimensionados para se obter uma dada fração da tensão

fornecida pela

bateria ou fonte de tensão aos terminais de um deles, sabend

o que a tensão aos terminais de cada um

dos resistores é diretamente proporcional à sua resistência

elétrica.Se a tensão de entrada for Ventrada e os resistores tiver

em resistências elétricas R1 e R2, então atensão de saída Vsaída

, medida aos terminais do resistor R2, é dada pela seguinte e

quação:

Vsaída =Ventrada*R2 / (R1 + R2).

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Figura 5 - O divisor de tensão

Quando um resistor variável, ou potenciômetro, é utilizado

num divisor de tensão, a tensão de saída

pode variar continuamente entre zero e valor da tensão de

entrada.Dispositivos deste tipo são utilizados em equipame

nto eletrônico para controlar funções como o

volume, a tonalidade ou o brilho.

F. O funcionamento do conversor analógico/digital

Os fenômenos do mundo real normalmente são

analógicos. Em contradição, a tecnologia de

processamento digital está cada vez mais presente no

nosso dia a dia. Assim, são necessárias interfaces que

convertem informações analógicas para dados digitais

que são processados, e em seguida convertidas para

forma analógica. Um dos exemplos mais comuns nos

dias de hoje são os aparelhos que tocam musicas em

formato MP3, convertendo informações digitais ( a

música codificada digitalmente) para a forma

analógica (o som gerado em alto-falantes). Os sensores

utilizados nesse projeto não são diferente, pois eles

geram sinais analógicos (de 0v a 5v), mas o

microcontrolador necessita de sinais digitais, para isso,

o mesmo possui um conversor analógico/digital de 10

bits, podendo então transformar um sinal analógico de

0v a 5v para um sinal digital de 0 a 1023 bits, que

consegue ser manipulado facilmente por um programa

em linguagem C.

G. O relé

O relé é uma chave operada eletricamente. A Figura 6

mostra como funciona um relé simples. A Figura 6-a mostra

que o relé do tipo batente possui uma bobina enrolada sobre

um núcleo de aço-doce magnético. Quando a corrente flui

na bobina, o núcleo torna-se imantado e atrai a armadura. A

armadura desloca os contatos elétricos ligando os contatos.

Os contatos são localizados numa placa isolada. Quando a

corrente não flui na bobina, uma mola volta à armadura para

a posição dez energizada, na Figura 6-a. Os símbolos dos

contatos do relé são também indicados na Figura 6- a.

Quando o relé não for energizado, há contato entre A e C e

não há contato entre A e B. O relé é energizado fechando o

interruptor; isto está indicado na Figura 6-b.

Figura 6 - O relé

O núcleo magnetizado atrai a armadura, a armadura desloca

os contatos e o diagrama mostra que há contato elétrico

entre os terminais A e B. Neste momento, não há contato

entre os terminais A e C. Os contatos A e C são chamados

normalmente fechados porque na posição normal do relé dez

energizadas eles fazem contato. Os terminais A e B são

chamados normalmente abertos, porque quando o relé está

na posição dez energizada não existe contato entre eles.

Você pode pensar que nada é realizado usando o relé. Você

poderia simplesmente ter ligado os terminais A, B e C

diretamente ao invés de usar uma chave para controlar um

relé. Porém, existem várias vantagens com o sistema de

relés. Uma delas é que a corrente da bobina do relé pode ser

bastante pequena de modo que uma chave pequena possa ser

usada no circuito da bobina. Porém, os contatos do relé

podem ser ligados em circuitos de alta corrente ou alta

tensão que requerem grandes contatos de ligação. Assim,

usando um relé você pode operar uma chave pequena e

fechar um circuito de alta potência, neste projeto os

equipamentos de maior potência que serão ligados são uma

lâmpada e um ventilador.

H. O transistor

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O principio do transistor é poder controlar a corrente. Ele

é montado numa estrutura de cristais semicondutores, de

modo a formar duas camadas de cristais do mesmo tipo

intercaladas por uma camada de cristal do tipo oposto, que

controla a passagem de corrente entre as outras duas. Cada

uma dessas camadas recebe um nome em relação à sua

função na operação do transistor, As extremidades são

chamadas de emissor e coletor, e a camada central é

chamada de base, que é aonde é ligado o microcontrolador

para comandar o transistor.

Figura 7 - O transistor bipolar

I. Funcionamento do sistema

Utilizando a linguagem C, construímos um programa que

foi gravado em um microcontrolador, que recebe os valores

lidos pelos 3 sensores descritos acima (LDR,LM35 e MQ-6)

e atua ligando uma lâmpada, um exaustor ou um ventilador.

O estado do LDR deve indicar se está claro ou escuro,

caso esteja escuro o microcontrolador deverá enviar um

comando para ligar a lâmpada até que fique claro

novamente.

O estado do LM35 deverá indicar a temperatura, e caso

ela passe dos 30ºC um ventilador será acionado para resfriar

o ambiente.

O estado do MQ-6 indica se existe vazamento de gás no

local, e em caso positivo, um exaustor irá ser ligado para

retirar o gás do ambiente.

Todas as informações descritas acima serão mostradas

em tempo real em um display de LCD.

Foi projetada uma placa utilizando os conhecimentos

obtidos durante as aulas de projeto assistido por computador

para abrigar todos os componentes necessários para o

funcionamento do sistema e antes da placa ser montada,

todo o sistema foi simulado. Tanto para a simulação, quanto

para o projeto da placa, o software Proteus, versão 7.8 SP2

da empresa Labcenter Eletronics, (www. labcenter .com ) foi

utilizado.

Figura 8 - Vista dos componentes

Figura 9 - Vista das trilhas

J. Como os sinais são lidos pelo microcontrolador

O LDR está ligado em serie com outros 2 resistores,

formando um divisor de tensão, com isso, ao ser

variada a luminosidade em cima do LDR, ele irá variar

a sua resistência e como ele está em um divisor de

tensão, ele acabará variando a tensão sobre ele. Essa

variação de tensão é lida pelo conversor analógico/

digital do microcontrolador, fazendo com que esse

valor de tensão se torne uma variável do programa

gravado no microcontrolador.

O sensor MQ-6 assim como o LDR, necessita de um

divisor de tensão para que possamos ler o seu estado,

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para isso o sensor foi ligado em serie com um resistor,

para que quando gás for detectado, o sensor irá

responder como uma variação de tensão exatamente

como o sensor LDR que foi descrito acima.

O sensor LM35 não necessita de nenhuma ligação

especial como o divisor de tensão do LDR e do MQ-6,

pelo contrario ele foi ligado diretamente ao

microcontrolador,pois por se tratar de um sensor de

junção, consegue responder diretamente em tensão.

K. Como fazer o microcontrolador ligar equipamentos de

127 v

O microcontrolador é um componente que funciona em

5v, portanto não podemos liga-lo na mesma alimentação de

equipamentos como uma lâmpada ou um ventilador por

exemplo, pois ele se queimaria no mesmo instante que fosse

energizado. Sabendo disso, temos de isola-lo dos outros

equipamentos e deixar que outros componentes liguem

equipamentos que demandem uma maior correte e tensão, e

então fazer com que o microcontrolador comande esses

componentes.

Para este fim, estamos usando transistores que atuam

como chaves. Ao energizar a base do transistor com o nível

lógico alto, os terminais E (emissor) e C (coletor) se

“fecham” ,e ao ser conectado um relé entre esse terminais,

fazemos com que o transistor energize o relé e por

consequência acaba ligando o equipamento conectado ao

relé.

III. CONCLUSÃO

Ao finalizarmos o trabalho conseguimos na pratica ver de

que maneira as disciplinas teóricas nos ajudam a resolver

problemas e como devemos utiliza-las para entender o

funcionamento de um sistema de controle.

IV. REFERÊNCIAS

[1] SOUZA, David José; NICOLÁS, César

Lavínia. Conectando o PIC 16F877A: recursos

avançados. 3.ed. São Paulo: Érica, 2006.

[2] MALVINO, Albert Paul. Eletrônica. 4. ed. São Paulo:

Makron Books do Brasil, 1997.

[3] TOCCI, Ronald J.; WIDMER, Neal S.; MOSS,

Gregory L. Sistemas digitais: princípios e aplicações. 11.

ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.