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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP ENGENHARIA ELÉTRICA COM ÊNFASE EM ELETRÔNICA TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II JOSUÉ MIRANDA DA SILVA RA: 45262 OHMÍMETRO MICROCONTROLADO PARA BAIXAS RESISTÊNCIAS Campo Grande – MS 2010

Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

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TFG de um ohmímetro digital microcontrolado para baixas resistências - Microohmímetro - TFG Engenharia Elétrica Josué Uniderp 2011.

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP

ENGENHARIA ELÉTRICA COM ÊNFASE EM ELETRÔNICA

TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO II

JOSUÉ MIRANDA DA SILVA RA: 45262

OHMÍMETRO MICROCONTROLADO PARA BAIXAS

RESISTÊNCIAS

Campo Grande – MS

2010

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP

ENGENHARIA ELÉTRICA COM ÊNFASE EM ELETRÔNICA

OHMÍMETRO MICROCONTROLADO PARA BAIXAS

RESISTÊNCIAS

Projeto final de TFG-II apresentado como

exigência parcial para obtenção do título de

Engenheiro Eletricista à Universidade

Anhanguera Uniderp, na área de

concentração de Eletrônica Digital sob a

orientação do Professor Mestre Marco

Antônio de Arruda Cortez.

JOSUÉ MIRANDA DA SILVA RA: 45262

Campo Grande – MS, Dezembro de 2010

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Monografia defendida e aprovada em 07 de Dezembro de 2010, pela banca

examinadora constituída pelos professores:

______________________________________

Me Marco Antônio de Arruda Cortez- Orientador

______________________________________

Me Irineu Cássio Gudin – Examinador

______________________________________

Me Daniela L. Catelan Carneiro – Examinadora

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DEDICATÓRIA

A minha querida mulher Renata, aos meus Pais e Irmãos.

.

“A qualidade do vencedor é

nunca desistir, pois na

determinação tudo passa a ser

possível”

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por tudo aquilo que eu tenho conquistado,

não por mim, mas pelo seu infinito amor e misericórdia.

Agradeço também a minha mulher Renata, por ter estado sempre ao meu

lado, aos meus pais Raimundo e Norimar, que me ensinaram a ser quem eu sou

hoje, a toda minha família e amigos por terem estado caminhando comigo nesta

jornada que foi a graduação.

Agradeço aos meus amigos da Universidade, por terem me proporcionado

experiências inesquecíveis.

Agradeço ao meu professor Me Marco Antônio por ter me apoiado e me

ajudado nesta conquista. Agradeço ao professor Jonas e ao Eliomar, por terem me

apresentado ao mundo dos microcontroladores Freescale.

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RESUMO

A princípio, a ponte de queda de tensão é um resumo da ponte de Kelvin,

mas o seu uso nem sempre é automatizado, por isso, utiliza-se multímetros para

realizar a medição e o calculo é feito manualmente para se obter a resistência a ser

medida.

Foi projetado um dispositivo capaz de realizar a medição das tensões que

envolvem a ponte de Kelvin, e realizar os cálculos automaticamente, possuindo

circuitos de amplificação e filtragem capaz de reduzir as interferências na medição, o

resultado do valor da resistência é mostrado em um display, juntamente com os

outros valores de tensões, mantendo a originalidade do circuito e do funcionamento.

Uma ponte de queda de tensão é um instrumento analógico, que

normalmente requer um multímetro para suas medições, uma ponte de queda de

tensão digital microcontrolada deve ter um circuito capaz de substituir o uso do

multímetro, realizando a medição e o calculo para se obter o valor da resistência que

se deseja medir.

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1

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Ponte de Queda de Tensão .............. ...................................................06

Figura 2 – Queda de tensão V1..................... .........................................................07

Figura 3 – Método medição 4 Wire Kelvin........... .................................................08

Figura 4 – Queda de tensão V2 .................... .........................................................08

Figura 5 – Diagrama de Blocos .................... .........................................................16

Figura 6 – Filtro ................................ .......................................................................19

Figura 7 – AOI.................................... ......................................................................22

Figura 8 – Sinal sem filtro....................... ................................................................25

Figura 9 – Filtro passa alta...................... .............................................................. 26

Figura 10–Sinal com filtro ........................ ...............................................................26

Figura 11 – AOI com 3 AO Single Supply............. ..................................................27

Figura 12 – Saturação do ruído .................... ..........................................................29

Figura 13 – Fluxograma ............................ ..............................................................33

Figura 14 – Diagrama eletrônico.................... .........................................................39

Figura 15 – Foto do conjunto completo de medição... .........................................40

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2

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ADC.....................ANALOG DIGITAL CONVERTER ( CONVERSOR ANALÓGICO DIGITAL)

IDE .................................INTEGRATED DEVELOPMENT ENVIRONMENT ( AMBIENTE DE DESENVOLVIMENTO INTEGRADO)

CISC.......................................................... COMPLEX INSTRUCTION SISTEM COMPUTER

RISC..........................................................REDUZIDE INSTRUCTION SISTEM COMPUTER

AOI ............................................ AMPLIFICADOR OPERACIONAL DE INSTRUMENTAÇÃO

AO ............................................ AMPLIFICADOR OPERACIONAL DE INSTRUMENTAÇÃO

RAM ........................................................................................ RANDOM ACCESS MEMORY

LCD ............................................................................................ LIQUID CRYSTAL DISPLAY

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3

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................4

1. OBJETIVOS ...........................................................................................................................................5

2. TEORIA DA PONTE DE QUEDA DE TENSÃO ..................................................................................6

2.1. PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DA PONTE............................................................................ 7 2.2. MÉTODO DE CALCULO .................................................................................................................. 10

3. O OHMÍMETRO DIGITAL PROPOSTO .............................................................................................12

4. DEFINIÇÃO MICROCONTROLADOR A SER UTILIZADO .............................................................13

4.1. COMPARAÇÃO ENTRE OS FABRICANTES ............................................................................... 13 4.2. FREESCALE HCS08 ........................................................................................................................ 14

5. DIAGRAMA DE BLOCOS ..................................................................................................................16

6. PRINCIPIO DE OPERAÇÃO DO FILTRO PASSIVO .......................................................................19

7. AMPLIFICAÇÃO DO SINAL ...............................................................................................................21

7.1. TIPOS DE AJUSTE DE GANHO ..................................................................................................... 22 7.2. ALIMENTAÇÃO ................................................................................................................................. 23

8. ENSAIOS EXPERIMENTAIS ..............................................................................................................25

8.1. FILTRO PASSA BAIXA .................................................................................................................... 25 8.2. AMPLIFICADOR OPERACIONAL DE INSTUMENTAÇÃO SINGLE SUPPLY ........................ 27 8.3. CONVERSOR A/D DO MICROCONTROLADOR ........................................................................ 28

9. CIRCUITO CONDICIONADOR DE SINAIS ...........................................................................................29

9.1. FILTRAGEM DO SINAL ......................................................................................................................... 29 9.2. AMPLIFICAÇÃO E ATENUAÇÃO DO SINAL ..................................................................................... 30 9.3. CIRCUITO CONDICIONADOR DE SINAIS EM PARALELO............................................................ 31

10. FLUXOGRAMA ......................................................................................................................................33

11 CONCLUSÃO ..........................................................................................................................................36

12. BIBLIOGRAFIA BÁSICA ......................................................................................................................37

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................................................38

14. APÊNDICES ...........................................................................................................................................39

14.1 DIAGRAMA ESQUEMÁTICO. ............................................................................................................. 39 14.2 FOTO DO FUNCIONAMENTO DO CIRCUITO. ................................................................................ 40 14.3 CÓDIGO DE PROGRAMAÇÃO C ANSI............................................................................................. 41

15. ANEXOS .................................................................................................................................................45

15.1 DATASHEET MICROCONTROLADOR MC9S08JM60 ................................................................... 45 15.2 DATASHEET AMPLIFICADOR INA327 ............................................................................................. 50

16 . INDICAÇÕES DE RESPONSABILIDADE ......................................................................................52

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INTRODUÇÃO

Um ohmímetro é um equipamento muito versátil na área de manutenção de

equipamentos elétricos, com ele é possível realizar a medição de resistências de

contato, isolação, malha de aterramento, enrolamento, etc., dependendo das

escalas que o instrumento possui.

Para medição de isolação, um instrumento deve possuir escalas superiores a

500 MΩ, para medição de resistência de contato, deve medir valores abaixo de

100mΩ, para medir resistência de enrolamento o instrumento deve estar na faixa de

100mΩ a 2kΩ, assim, para cada finalidade, existe um instrumento com

características específicas.

Como o funcionamento de cada instrumento é diferente, dependendo seu sua

aplicação, é atualmente inviável agregar todas as características em um único

instrumento, por exemplo, um ohmímetro destinado a medição de resistência de

aterramento chamado Terrômetro, utiliza tensões alternadas da faixa de 30 a

600VAC a aproximadamente 1.400 Hz, já um ohmímetro destinado a resistência de

enrolamento, deve obrigatoriamente utilizar tensões continuas abaixo de 24VDC

dependendo da resistência a ser testada.

Uma ponte de queda de tensão é um instrumento analógico, que

normalmente requer um multímetro para suas medições, uma ponte de queda de

tensão digital microcontrolada, deve ter um circuito capaz de substituir o uso do

multímetro, realizando a medição e o calculo para se obter o valor da resistência que

se deseja medir.

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5

1. OBJETIVOS

Projeto e implementação de um instrumento eletrônico, capaz de realizar a

medição de resistência ôhmica em enrolamentos de transformadores, contatos de

disjuntores e chaves, malhas de aterramento e outros, através do circuito da ponte

de queda de tensão, tendo como base a medição de queda de tensão na resistência

e queda de tensão em Shunt Padrão.

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6

2. TEORIA DA PONTE DE QUEDA DE TENSÃO

A Ponte de queda de tensão é um circuito de medição simples e elementar,

assim como outros tipos de pontes como a Ponte de Wetstone e Ponte de Kelvin,

mas seu funcionamento é muito mais simples, porém, requer duas medições, uma

da queda de tensão da resistência padrão, e outra da queda de tensão na

resistência a ser medida, isso pode ser observado na Figura 1.

Figura 1 – Ponte de Queda de Tensão.

Como este ohmímetro é utilizado normalmente para medição de baixas

resistências, incluindo a resistência de enrolamentos de transformadores, o mesmo

utiliza corrente continua para o funcionamento , para que não seja considerada a

parte complexa da impedância, sendo medida apenas a parte real, correspondendo

à resistência de enrolamento.

Grampo sargento +

Grampo sargento -

R1

1.2RResistor Limitador Corrente

B112VBateria 12V para Ensaio

R2

1mRShunt

SW1

Chave Liga/Desliga

+88.8Volts

SW2

Chave seleçao voltímetro

Page 14: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

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2.1. PRINCIPIO DE FUNCIONAMENTO DA PONTE

Seu funcionamento é muito simples, e deriva da 1ª lei de Ohm onde:

A queda de tensão de uma resistência é proporcional ao produto da sua

resistência pela corrente elétrica que a percorre, conforme mostra a equação 1.

Sendo assim, conhecendo a queda de tensão, e a corrente elétrica, é possível se

calcular a resistência elétrica de um dispositivo. Tal procedimento pode ser realizado

conforme a figura 2.

Equação 1.

Figura 2 – Queda de Tensão V1.

A queda de tensão da resistência pode ser obtida com a medição direta da

tensão na resistência, desconsiderando assim qualquer influencia da queda de

tensão dos cabos que levam a corrente até a resistência, isso é muito útil,

principalmente quando se realiza medições de resistências muito baixas, onde se

utilizam correntes acima de 1A. Este método é comumente chamado de método de

4 cabos (no inglês 4 wire Kelvin) e pode ser observado através da figura 3.

B212VBateria de teste R3

100RResistor de teste

+88.8Amps

+88.8Volts

IRV .=

Page 15: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

8

+88.

8V

olts

R4

100RResistor de teste

Figura 3 – Método medição 4 Wire Kelvin.

Assim, para continuar a medição, precisa-se do valor da corrente elétrica,

exposto na figura 2, o amperímetro esta ligado em série no circuito, isso gera vários

de fatores negativos, como a necessidade de um amperímetro de baixa impedância,

a fragilidade destes amperímetros em relação a sobrecargas, e principalmente, ao

fato de que normalmente os amperímetros não trabalham automaticamente entre

escalas de 1ma e 10A.

Baseado nisso, pode-se optar pela solução mais simples, que é a utilização

da própria lei de Ohm para medição de corrente, sendo:

A corrente elétrica que circula em um dispositivo ôhmico, é obtida através da

queda de tensão desta resistência dividida pelo valor da resistência elétrica. Este

efeito é observado na Figura 4.

Figura 4 – Queda de Tensão V2.

Page 16: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

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A resistência de referência neste caso deve ser uma resistência de precisão,

com baixa variação em relação à temperatura, e baixa impedância, tal dispositivo é

chamado de shunt, e pode ser adquirido comercialmente pela especificação do valor

resistivo, ou pela especificação dos valores de relação entre a corrente máxima

suportada, e a queda de tensão nominal.

A queda de tensão no shunt é proporcional a corrente que a percorre. Como o

valor da resistência é fixa, podemos determinar a corrente apenas realizando a

medição da queda de tensão, sabendo os valores de corrente e tensão nominal.

Pode-se obter a corrente através da formula a seguir, utilizando a resistência

do shunt.

Equação 2.

A resistência do shunt pode ser obtida através dos seus valores padrões de

fabrica, sendo a sua corrente nominal e queda de tensão nominal.

Equação 3.

Substituindo Rs na equação 2, tem-se a seguinte equação característica de

medição de corrente através de shunt.

Equação 4.

Rs

VI =

Is

EsRs =

Vs

IsVI

.=

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10

2.2. MÉTODO DE CALCULO

Com o calculo da corrente, agora é analisado novamente o circuito elementar

da Ponte descrito na figura 1, observando que o circuito é na verdade a junção do

circuito da figura 4 e o circuito da figura 2, onde se pode realizar a medição da

queda de tensão na resistência, e a queda de tensão no shunt, há também uma

resistência limitadora de corrente, para o caso da medição em resistência abaixo de

1,2Ω, onde poderia haver uma corrente acima de 10A, esta resistência limita a

corrente do circuito a 10A.

Manipulando as formulas anteriores, obtêm-se:

Equação 5.

Equação da resistência a ser obtida.

Equação 6.

Equaçao da corrente baseada na queda de tensão do shunt.

Equação 7.

Equaçao 6 substituida na equação 5 resulta na resistencia a ser obtida.

Equação 8.

Equação 7 pode ser reescrita isolando os fatores do shunt.

Equação 9.

Resultando na equação geral para obtenção da resistencia eletrica baseada na queda de tensao na resistencia e no Shunt, onde há uma cosntante K.

Es

IsVI

.2=

).2

(

1

Es

IsVV

R =

I

VR 1=

Is

Es

V

VR .

2

1=

KV

VR .

2

1=

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11

Equação 10.

Equação caracteristica do shunt obtida atraves da sua resistencia eletrica.

R = Resistência a ser medida e calculada.

V1 = Queda de tensão na resistencia.

V2 = Queda de Tensão no Shunt.

Is = Corrente nominal do Shunt.

Es = Tensao Nominal do Shunt.

K = Constante caracteristica do Shunt.

Is

EsK =

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3. O OHMÍMETRO DIGITAL PROPOSTO

O ohmímetro digital proposto substituirá o sistema de medição das quedas de

tensão no shunt e na resistência, preservando as características de funcionamento

do dispositivo atual.

O dispositivo deve contemplar uma etapa de filtragem dos sinais de entrada,

atenuando ondulações nas freqüências a partir de 25 Hz, tendo em vista que o

ohmímetro é utilizado em regiões de alta interferência eletromagnética, como

subestações com linhas de transmissão de 138 kV.

Os valores de tensão medidos na resistência podem variar da casa de 1mV

com resolução de 0,01mV, até 12V com resolução de 0,01V. Para tais medições

será necessário uma pré amplificação do sinal de entrada. Para isso será feito um

estudo do amplificador operacional indicado para este tipo de circuito.

A conversão destes sinais analógicos para sinais digitais será feito por um

microcontrolador, que devera possuir resolução mínima de 12 Bits, pertencente à

família TTL com alimentação de 5V.

O calculo da resistência será efetuada no microcontrolador, e será exibido em

um display alfanumérico, também deverão ser exibidos todos os outros valores das

medições como V1 e V2 para que o operador possa efetuar os cálculos

manualmente e averiguar o funcionamento, não descaracterizando a robustez da

Ponte.

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4. DEFINIÇÃO MICROCONTROLADOR A SER UTILIZADO

O Microcontrolador utilizado na ponte realizara cálculos simples, de baixa

velocidade de aquisição de dados e de baixa velocidade de comunicação. A entrada

do ADC deverá ter resolução de 12 Bits e baixa velocidade de amostragem. Não

será necessária grande quantidade de memória RAM e Flash.

Por todas as características necessárias, observou-se que os

microcontroladores de 8 bits atenderiam satisfatoriamente a aplicação, uma vez que

outros microcontroladores de 16 ou 32 bits também atenderiam com folga à

aplicação, mas com custo muito elevado em relação aos de 8 Bits.

Considerando a existência de vários fabricantes de microcontroladores no

mercado, foi realizado um estudo das características envolvendo os 3 principais

fabricantes.

4.1. COMPARAÇÃO ENTRE OS FABRICANTES

Foram analisados 3 fabricantes, sendo a Microchip, a ATMEL, e a Freescale.

Todos os fabricantes possuem microcontroladores disponíveis no mercado há

vários anos, possuem ferramenta de gravação de fácil acesso, softwares IDE

gratuitos, compiladores C, ferramentas de depuração, e vários modelos de

microontroladores diversificados para atender a varias necessidades específicas.

A tabela 1 mostra os resultados comparativos.

Page 21: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

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Tabela 1 – Comparação dos Microcontroladores

fabricante Microchip ATMEL Freescale

família PIC18 AVR HCS08

CPU 8 bits 8 bits 8 bits

Pipeline sim sim não

Set de instruções RISC RISC CISC

Arquitetura Barramento Havard Harvard Von Neuman

ADC 12 Bits sim sim sim

Alimentação 5V sim sim sim

Divisão do Clock 2 1 2

4.2. FREESCALE HCS08

O Microcontrolador escolhido para o projeto foi o Freescale HCS08, este

fabricante de microcontroladores vem do consagrado fabricante MOTOROLA, que

separou a divisão de semicondutores em outra empresa.

A Freescale é consagrada no mundo todo, sendo um dos maiores fabricantes

de microcontroladores com aplicação industrial e principalmente automotiva.

A grande maioria dos microcontroladores utilizados em instrumentos e

equipamentos voltados a distribuição e transmissão de energia elétrica são da

Freescale, sendo a grande maioria da família de microcontroladores de 16 e 32 bits.

Este comportamento do mercado não é local como no Brasil, que tende a

utilizar os Microcontroladores da Microchip, e sim global, sendo observado o uso em

equipamentos do mundo todo, como Canadá, Inglaterra, Austrália, Alemanha,

Suécia, Estados Unidos da América e outros.

Os microcontroladores HCS08 são evolução da Família HC08, e a principal

diferença ente os outros fabricantes, é possuir um set de instruções do tipo CISC

Page 22: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

15

(Complex Instruction Set Computer), ou seja, ele é capaz de realizar instruções

complexas, como divisão de 16 bits, o que facilita e otimiza códigos gerados para

cálculos matemáticos, e esta foi a principal característica que levou ao seu emprego

na ponte de queda de tensão.

O modelo utilizado ira realizar a conversão e amostragem dos sinais

analógicos, e posterior cálculos e exibição em um display alfanumérico.

Page 23: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

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5. DIAGRAMA DE BLOCOS

O funcionamento do circuito e o modo com que os diferentes módulos se

interagem podem ser vistos no diagrama de blocos, o diagrama mostra a

direcionalidade com que os módulos se interagem, conforme figura 5.

Figura 5 – Diagrama de Blocos.

A tensão V1 proveniente da queda de tensão na resistência é submetida ao

circuito seccionador, responsável pelo seccionamento da tensão V1 durante os

períodos de controle dos amplificadores, impedindo que haja tensão na entrada

deles durante a comutação da amplificação e a habilitação.

O modulo atenuador é responsável pela atenuação 4:1 do sinal de V1,

utilizando para isso um divisor resistivo de três resistores semi balanceados.

Circuito Atenuador

Microcontrolador

MC9S08JM60CLD

ADC 12 bits

V1

Seccionador

Atenuador

4:1

Amplificador

isolador de

impedância

Display

V2

Módulo

amplificador

Controle da

amplificação

Controle de

amplificação e

Habilitação

Limitador

5,1Vdc

Amplificador

isolador de

impedância

Filtro

Circuito Amplificador

Filtro

Page 24: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

17

De maneira contraria, o modulo limitador de 5,1Vdc é responsável pela

limitação da tensão de entrada, evitando que em estágios onde a tensão seja maior

do que 5 v possa danificar a entrada do amplificador.

Os módulos amplificadores isoladores de impedância são responsáveis pela

amplificação do sinal de entrada, e pela isolação de impedância. Eles são formados

por dois amplificadores de instrumentação INA327 com pinos de habilitação e com

ganhos selecionados por resistores.

O módulo de controle de amplificação e habilitação executa a tarefa de

selecionar e habilitar o amplificador que devera ser utilizado, seja pelo circuito de

amplificação ou pelo circuito de atenuação, ambos os circuitos estão com suas

saídas ligadas ao mesmo filtro, por isso, apenas um circuito pode ser habilitado por

vez. Alem da habilitação, o circuito também possui três reles que chaveiam 4

conjuntos de resistores de seleção de ganho para garantir a divisão das escalas de

amplificação do modulo amplificador.

O circuito de filtragem é formado por um filtro passa-baixa passivo com uma

entrada e uma saída.

A tensão V2 proveniente da queda de tensão no Shunt é submetida ao

circuito amplificador formado pelo amplificador INA327, responsável pela

amplificação, esta amplificação é dividida em 2 escalas, selecionadas pelo modulo

de controle de amplificação, formado por um rele e 2 conjuntos de resistores.

Após a amplificação, o sinal de V2 é submetido à filtragem.

O display é responsável pela exibição dos valores de V1, V2 e V3, formado

por um display de 20 colunas por 2 Linhas com interface de 8 bits.

Page 25: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

18

O microcontrolador é responsável pelo controle dos módulos seccionador,

controlador de amplificação, controle de amplificação e habilitação, e display, e

responsável pela conversão A/D de V1 e V2 previamente condicionados.

Além disso, o microcontrolador é responsável pelos cálculos do valor da

resistência.

Page 26: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

19

6. PRINCÍPIO DE OPERAÇÃO DO FILTRO PASSIVO

As primeiras experiências com filtros foras feitas baseadas em filtros

passivos, uma vez que se deseja reduzir o numero de componentes na placa, os

custos e aumentar a robustez do instrumento.

Na primeira experiência se definiu a freqüência de filtragem, observando que

o instrumento ira trabalhar sobre indução eletromagnética na freqüência de 60 ou

50Hz e suas harmônicas, então foi dimensionado um filtro passa baixa para 25 Hz. A

configuração do filtro obedece à figura 6.

Figura 6 - filtro

Equação 11.

A freqüência de corte é definida como a freqüência em que o filtro ira

garantir uma atenuação de 3dB ao sinal de entrada, isso significa que os sinais na

freqüência de corte não são totalmente eliminados, e sim atenuados, por isso há a

necessidade de se ampliar, em determinados casos, a faixa da freqüência de corte

para garantir uma atenuação mais efetiva dentro da freqüência desejada.

CRFc

...2

1

π=

Page 27: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

20

Para se determinar o valor do capacitor, primeiramente foi determinado

o valor do resistor baseado na impedância do circuito, o valor do capacitor poderá

ser obtido pela equação 12.

Equação 12.

O valor do capacitor e do resistor também devera ser analisado para

não gerar atraso na resposta da saída em relação à entrada, pois o capacitor estará

sujeito ao tempo de carga determinado pela combinação da resistência elétrica e a

capacitância.

FcRC

...2

1

π=

Page 28: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

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7. AMPLIFICAÇÃO DO SINAL

Os amplificadores operacionais disponíveis no mercado permitem diversas

configurações para amplificação, atenuação, e filtragem, com varias características

diferentes, para cada aplicação.

Observou-se que a amplificação no circuito não poderia depender da

impedância de entrada, pois o sinal de entrada é obtido diretamente da resistência, e

em muitas situações, a distância entre o equipamento de medição e a resistência é

considerável, podendo interferir no ganho do circuito amplificador, por isso, foi

determinado à utilização de amplificadores operacionais de Instrumentação.

O AOI é um amplificador capaz de obter amostras de sinais com impedâncias

variáveis, pois sua impedância de entrada tende ao infinito, para que isso seja

possível, ele é formado por 3 outros amplificadores, num arranjo capaz de interagir e

garantir a impedância de entrada fixa.

Assim, o ganho do AOI não envolve mais a resistência de entrada do

amplificador, mas sim através de outras resistências ligadas a pinos especiais do

AOI. Um esquema do arranjo pode ser observado na figura 7.

Page 29: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

22

Figura 7 - AOI.

7.1. TIPOS DE AJUSTE DE GANHO

Para o projeto, levou-se em consideração o uso de amplificadores

operacionais de ganho programável, capaz de interagir via software, assim, o

microcontrolador poderia controlar o ganho digitalmente, minimizando os erros

gerados pela variação de resistências em função da temperatura e pela própria

imprecisão dos resistores.

Foi levado em consideração também o uso de AOI ajustados por pinos,

nestes modelos, os ganhos são predefinidos, e selecionados através de pinos, onde

são feitos fechamentos ao positivo comum de alimentação, este tipo de amplificador

foi descartado, pois possuem poucas combinações, sendo no máximo 4.

Page 30: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

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Outro tipo especial utiliza pinos com combinações lógicas binárias, que

possibilitam o ajuste do ganho do AOI, este tipo de AOI foi descartado no uso do

projeto, em virtude de seus ganhos serem pequenos, não atendendo a necessidade

do projeto.

Os dois tipos mais indicados ao uso no projeto são os de ganho ajustável por

resistores, e o de ganho ajustado por software.

7.2. ALIMENTAÇÃO

Os amplificadores operacionais poder ter 3 tipos de alimentações.

Single Supply: AO’s que não requerem alimentação por fonte simétrica, sua

alimentação pode ser dada por uma fonte linear, geralmente da família TTL com

tensões máximas de 5,5Vdc.

Dual: AO’s que requerem alimentações por fonte simétrica, geralmente

possuem tensões de alimentação máxima acima de 15V, sendo muito aplicados

para amplificação de sinais ondulatórios e alternados.

Existem também AO‘s híbridos, que possuem as duas formas de alimentação.

Para o projeto, o mais indicado é a utilização de amplificadores do tipo Single

Supply pois não necessitam de ajuste da tensão de referencia no ADC.

Outro fator importante é a relação de ponta a ponta na saída com a fonte,

este aspecto é comumente chamado de Rail-to-Rail, onde o amplificador Rail-to-Rail

possui a capacidade de apresentar em sua saída, tensões bem próximas das

Page 31: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

24

tensões de sua alimentação, o que já não acontece com amplificadores comuns que

possuem limitações de até alguns volts.

Os amplificadores Rail-to-Rail, alimentados em fontes simples, podem chegar

a tensões na ordem de mv de diferença entre a tensão da fonte e sua tensão de

saída, a margem de alimentação positiva ou negativa de um amplificador é chamado

de Rail, daí a expressão Rail-to-Rail,que significa ponta a ponta.

Page 32: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

25

8. ENSAIOS EXPERIMENTAIS

Foram realizados três experimentos ao longo do projeto, para determinação

das características de funcionamento de filtros, amplificadores e conversor analógico

digital do microcontrolador, os experimentos são vistos a seguir.

8.1. FILTRO PASSA BAIXA

Foi montado um circuito simples para filtragem de um sinal alternado de 60Hz

somado a um Off set de corrente contínua. Pode-se observar na figura 8.

Figura 8 – Sinal sem Filtro.

O circuito montado para filtrado segue na figura 9, e os resultados da

filtragem na figura 10.

Page 33: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

26

Figura 9 – Filtro Passa Alta

Figura 10 – Sinal com Filtro.

Para garantir uma atenuação eficaz nas freqüências de 60 Hz, foi calculado

um filtro para freqüências até 120 vezes menor, ou seja, 0,5Hz, resultando em

resistor de 20kΩ, e capacitor de 15µf.

10V

20kR

15uF

AMP=2VFREQ=60Hz

+88.8

Volts

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27

8.2. AMPLIFICADOR OPERACIONAL DE INSTUMENTAÇÃO SINGLE SUPPLY

Foram realizados testes com 3 amplificadores operacionais LM358 da ON

Semiconductor, configurando um arranjo de um amplificador operacional de

Instrumentação, na figura 11 é mostrado um esquema de ligação do amplificador

operacional de instrumentação.

Figura 11 – AOI com 3 AO Single Supply.

Após vários testes no protoboard e simulações no Eletronics Workbench 4.1,

verificou-se que o esquema de ligação não é valido para amplificadores operacionais

single supply, pois o amplificador operacional da entrada e2 não é capaz de gerar

sinais invertidos a sua fonte, impossibilitando o funcionamento do circuito, fato

constatado também no simulador, que uma vez trocado o tipo de amplificador

operacional para um dual, logo funcionou nas mesmas características de um

Page 35: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

28

amplificador de Instrumentação, possuindo ganho independente da impedância

ligada a sua entrada.

8.3. CONVERSOR A/D DO MICROCONTROLADOR

Foram realizados testes envolvendo o microcontrolador Freescale

MC9S08JM60, usando uma rotina para aquisição de amostras do ADC,

fragmentação do valor lido em caracteres e envio para o LCD.

A princípio, o ADC apresentou uma variação de aproximadamente 30 degraus

quando realizava medições de 12 bits de aproximadamente 3800, isso acontecia

mesmo com os pinos de referência da entrada analógica devidamente conectados.

Após vários testes, verificou-se a necessidade de se efetuar várias aquisições

de amostras e realizar medias. Primeiramente foi realizada a media de 16 valores

lidos pelo ADC, e constatado a variação de apenas 3 degraus após a media.

Depois foi efetuado o teste operando 256 valores para efetuar a média, após

isso, constatou que os valores lidos estavam variando apenas 1 degrau a cada 5

segundos, o que é aceitável.

Todos estes valores podem ser observados na tabela 2.

Tabela 2 – Valores Lidos no ADC.

ADC Min ADC Max amostras variação

3860 3890 1 30

3873 3876 16 3

3874 3875 256 1*

* Variação não seqüencial.

Page 36: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

29

9. Circuito condicionador de sinais

A princípio, o circuito condicionador de sinais é um estágio da aquisição de

dados, onde se realiza a preparação e o tratamento do sinal, a fim de que ele possa

ser o mais próximo possível das características esperadas e suportadas, assim,

podemos dizer que basicamente, um condicionador pode se resumir a três funções,

sendo a filtragem, a amplificação e a atenuação.

9.1. FILTRAGEM DO SINAL

O tipo de filtro escolhido será o passivo, de primeira ordem, formado por

capacitores e resistores, o mesmo será posicionado estrategicamente dentro dos

módulos de atenuação e amplificação, em virtude disso será necessário garantir

uma faixa de segurança, para que o amplificador não sature a borda superior do

ruído. Este efeito pode ser observado através da Figura 12.

Figura 12. Saturação do ruído.

Este efeito de saturação poderá ocorrer caso o valor de pico do ruído for

superior ao valor de rail positivo do amplificador, sendo assim, a troca das escalas

serão efetuadas abaixo do valor do rail, sendo efetuadas a 115mv do rail de 5V.

Page 37: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

30

Para garantir uma faixa de filtragem de ruídos acima de 115mV de pico e

garantir o funcionamento da troca de escalas, será incrementado o rail utilizando

uma fonte acima da tensão fundo de escala do ADC, sendo essa tensão de 5,1V

obtida através de um circuito de alimentação com diodo Zener.

9.2. AMPLIFICAÇÃO E ATENUAÇÃO DO SINAL

A princípio, o modulo de amplificação foi associado ao modulo de atenuação

de forma cascateada, sendo que o modulo de atenuação era composto de um

divisor resistivo de relação 4:1 para impedir valores de tensão maiores do que 5 V

na entrada do amplificador, um modulo isolador de referencia e impedância formado

por um amplificador de instrumentação com ganho unitário, e um modulo de

amplificação com ganhos variáveis e selecionáveis através de reles.

Os testes mostraram que o arranjo insere muitos erros a medição,

principalmente por offset, pois o amplificador trabalha com ganho unitário, e um sinal

de baixa amplitude em sua entrada. Este efeito é comum a este tipo de

configuração.

Para solução deste problema, foram realizados testes com diodos zener na

entrada do circuito, para determinar a variação que o mesmo exercia na medição, e

foi constatado que o diodo praticamente não insere carga em impedâncias menores

do que 100kΩ, estando trabalhando longe da sua tensão de zener.

Assim, foi possível iniciar o uso do circuito de aquisição e condicionamento

dos sinais trabalhando com amplificadores operacionais em paralelo, utilizando

circuito de atenuação e circuito de amplificação.

Page 38: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

31

9.3. CIRCUITO CONDICIONADOR DE SINAIS EM PARALELO

O circuito utilizado, foi dividido em atenuação e amplificação, o amplificador

utilizado INA337 possui tensão máxima de entrada de 5,6V , sendo assim, o modulo

de atenuação ira ser responsável pelo condicionamento dos sinais pertinentes a

tensões acima de 4V. Os sinais menores do que 4 V serão amplificados.

Para amplificação, foram definidas 4 escalas de funcionamento, onde, cada

escala é selecionada por um rele, que chaveia resistores, foram utilizados 3 reles

para chavear 4 combinações.

Utilizando este arranjo, e selecionando o amplificador através do enable do

próprio amplificador operacional, é possível se trabalhar com 5 escalas, comutadas

automaticamente. Alem destes reles, foi adotado mais um rele que trabalha

juntamente a alimentação dos enables, para chavear o sinal de entrada, assim, o

sinal de entrada so estará disponível nas terminais do amplificador depois da sua

respectiva habilitação, impedindo assim travamentos do amplificador.

Todo este funcionamento descreve apenas o voltímetro dedicado ao V1, que

pode variar de mV até 12V. A Tabela 3 descreve as escalas de V1.

Tabela 3 – Escalas de V1.

Escalas resolução

V

Fundo escala

V

Mudança Escala V

Folga da escala V

Folga escala Bits

Folga abaixo

bits

Folga abaixo

V Ganho

4 mv 0,000001 0,004095 0,004 0,000095 95 0 0 1221,001 40 mv 0,00001 0,04095 0,04 0,000950 95 400 0,488 122,1001 400 mv

0,0001 0,4095 0,4 0,009500 95 400 0,488 12,21001

4 V 0,001 4,095 4 0,095000 95 400 0,488 1,221001 20V 0,005 20 20 0,000000 0 800 0,976 0,244200

Page 39: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

32

Para amplificação dos sinais de V2 foi adotado apenas 2 escalas, pois a

tensão vinda do Shunt não ultrapassara 15mV, sendo o amplificador operacional

INA327 utilizado, com seu ganho selecionado pelo rele que chaveia resistores.

O uso do sinal do enable foi dispensado em função da tensão de entrada ser

muito baixa, e por se tratar de apenas 2 escalas de alto ganho. A tabela 4 mostra as

escalas de V2.

Tabela 4 – Escalas de V2.

Escalas resolução

V

Fundo escala

V

Mudança Escala V

Folga da escala V

Folga escala Bits

Folga abaixo

bits

Folga abaixo

V Ganho

4 mv 0,000001 0,004095 0,004 0,000095 95 0 0 1221,001 40 mv 0,00001 0,04095 0,04 0,000950 95 400 0,488 122,1001

A utilização dos reles trouxe robustez e extremo automatismo ao circuito, que

é capaz de comutar automaticamente as escalas para achar o valor das tensões de

V1 e V2, para posterior calculo.

Page 40: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

33

10. FLUXOGRAMA

O funcionamento do algoritmo pode ser descrito através de um fluxograma.

Na figura 13 é exposto o fluxograma, onde é realizada a média de 65535 valores do

ADC e calculado o valor da resistência.

Figura 13– Fluxograma

Inicio

Inicializa Variáveis

Configura Clock

Configura Portas

Configura LCD

Leitura ADC1

Leitura ADC2

Media ADC1

Media ADC2

OK

Converte ADC em

Volts.

Escala OK

Desfragmenta

caracteres.

Ajusta caracteres

ASCII.

Envia caracteres de

V1 e V2 para

display.

Exibição Valores

no Display

Calcula valor da

Resistência.

Desfragmenta

caracteres.

Ajusta caracteres

ASCII.

Envia caracteres de

Resistência para

display.

Exibição Valores

no Display

Atraso

Prepara sistema

para LOOP

Ajusta

escala

Ajusta

escala Escala OK

Page 41: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

34

O sistema é inicializado, onde há o POR do microcontrolador, e o oscilador

chega a estabilidade. As portas são configuradas e é carregado o endereço de inicio

do programa na Flash.

As variáveis Globais são inicializadas, o clock é configurado, LCD é

inicializado, configurado e limpo, é escolhido o cursor e o modo de comunicação do

display.

É realizada a leitura de V1 e V2 pelo conversor A/D.

É realizada a bufferização do valor em variáveis para posterior divisão,

realizando assim uma media de vários valores diminuindo a variação dos valores de

V1 e V2, assim é realizado o teste condicional para verificação da media de V1 e V2,

esta média é de 65535 amostras de cada tensão.

Os valores de V1 e V2 são obtidos e são calculados em Volts, mV e µV.

Através de um teste condicional, é verificado se há necessidade de mudar de escala

para aumentar ou diminuir a amplificação, obtendo um valor que se encaixe na

respectiva escala . Caso não encontre o valor que se enquadre na escala, o sistema

volta a realizar a aquisição dos novos valores de tensão, mas agora com outra

escala. Esse processo é repetido até ser encontrado o valor que se enquadre na

respectiva escala, estas escalas podem ser observadas na tabela 5.

Tabela 5 – Escalas de resistência.

Escalas resolução Fundo escala

100 µΩ 0,01 µΩ 99,99 µΩ

1000 µΩ 0,1 µΩ 999,9 µΩ

10 mΩ 1 µΩ 9,999 mΩ

100 mΩ 0,01 mΩ 99,99 mΩ

1000 mΩ 0,1 mΩ 999,9 mΩ

10 Ω 1 mΩ 9,999 Ω

100 Ω 10 mΩ 9,999 mΩ

Page 42: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

35

Os valores de V1 e V2 são desfragmentados de decimal para BCD em forma

de matriz de caracteres, posteriormente os caracteres são ajustados para ASCII.

Os valores de V1 e V2 são enviados para o display, bem como suas unidades

de medidas, estes valores são exibidos pelo display para o usuário.

O sistema sofre então um atraso intencional, este atraso tem função de criar

suavização na exibição dos valores.

O sistema se prepara para o Loop, apagando as variáveis necessárias, e

reposicionando o vetor program Counter para uma o estagio de novas aquisições do

conversor A/D.

Page 43: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

36

11 CONCLUSÃO

O projeto de um instrumento de medição analógica pode ser mais complexo

do que se esperado, em virtude de vários fatores que aparecem no decorrer do

projeto, esses fatores podem levar a total mudança do projeto, mesmo ele estando

em fase final, pois como observado o fator de filtragem é um ponto critico que deve

estar em perfeito funcionamento com a amplificação.

No projeto da ponte, se pretende substituir o voltímetro, mas na digitalização,

isso vai muito além de apenas um voltímetro, trata-se da combinação de vários

circuitos capazes de juntos realizarem esta função, e sobretudo, um algoritmo eficaz,

capaz de realizar as medições sem inserir atrasos, ou perdas por aproximação dos

resultados.

Mesmo estes fatores descobertos serem críticos, ainda sim, o produto final é

de grande importância, e facilitara em muito a utilização da ponte de queda de

tensão, e ira garantir um perfeito aprendizado acadêmico.

O estagio condicionador de sinais deverá garantir o isolamento da referencia

do sinal de entrada proporcionando ao mesmo tempo uma alta impedância de

entrada, e garantindo em sua saída uma filtragem eficaz, para isso, a opção de se

atenuar sinais com o circuito em serie se mostrou inapropriado, e o método de

proteção contra sobre tensão na entrada se mostrou a melhor escolha.

A utilização de reles para selecionar a escala se mostrou eficaz e simples,

garantindo precisão e possibilidade de ajustes de calibração.

Page 44: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

37

12. BIBLIOGRAFIA BÁSICA

PEREIRA, Fábio. Microcontroladores HCS08 :Teoria e Pratica. São Paulo:

Érica, 2005.

PEREIRA, Fábio. Microcontroladores HC908Q :Teoria e Pratica. São Paulo:

Érica, 2004.

PERTENCE Júnior, Antônio. Amplificadores operacionais e filtros ativos:

teoria, projetos, aplicações e laboratório 5. Ed. São Paulo: Makron Books, 1996

BRAGA, C Newton. Fontes de alimentação. São Paulo: Saber,2005

ASCENIO, Ana Fernanda Gomes. Fundamentos da programação de

Computadores. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

Sites

http://pt.wikipedia.org/wiki/Filtro_passa-baixo - Acessado em 16/02/2010.

http://www.analog.com/en/amplifiers-and-comparators/instrumentation-

amplifiers/products/index.html - Acessado em 17/02/2010.

http://www.microchip.com/ParamChartSearch/chart.aspx?branchID=1004&mid

=10&lang=en&pageId=74 – Acessado 17/02/2010.

http://www.analog.com/en/amplifiers-and-comparators/instrumentation-

amplifiers/ist/103/pst.html - Acessado em 01/03/2010.

http://pdf1.alldatasheet.com/datasheet-

pdf/view/3067/MOTOROLA/LM358.html - Acessado em 02/03/2010

Page 45: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

38

13. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PEREIRA, Fábio. Microcontroladores HCS08 :Teoria e Pratica. São Paulo:

Érica, 2005.

PEREIRA, Fábio. Microcontroladores HC908Q :Teoria e Pratica. São Paulo:

Érica, 2004.

PERTENCE Júnior, Antônio. Amplificadores operacionais e filtros ativos:

teoria, projetos, aplicações e laboratório 5. Ed. São Paulo: Makron Books, 1996

BRAGA, C Newton. Fontes de alimentação. São Paulo: Saber,2005

ASCENIO, Ana Fernandes Gomes. Fundamentos da programação de

Computadores. São Paulo: Prentice Hall, 2002.

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http://www.analog.com/en/amplifiers-and-comparators/instrumentation-

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http://www.microchip.com/ParamChartSearch/chart.aspx?branchID=1004&mid

=10&lang=en&pageId=74 – Acessado 17/02/2010.

http://www.analog.com/en/amplifiers-and-comparators/instrumentation-

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http://pdf1.alldatasheet.com/datasheet-

pdf/view/3067/MOTOROLA/LM358.html - Acessado em 02/03/2010

Page 46: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

39

14. APÊNDICES

14.1 DIAGRAMA ESQUEMÁTICO.

O diagrama esquemática demonstra as ligações funcionais do circuito, os

pinos utilizados pelo amplificador e pelo microcontrolador, as ligações dos reles,

resistores, display, potenciômetros etc.Diagrama pode ser visto na figura14.

Figura 14 – Diagrama eletrônico.

Pino 1

Pino 11

Pino 33

Pino 23

Pin

o 44

Pin

o 34

Pin

o 12

Pin

o 22

Microcontrolador

Freescale 8 bits

MC9S08JM60CLD

ADC 12 Bits

1 2 3 4 5

10 9 8 7 6

U1 INA 327

1 2 3 4 5

10 9 8 7 6

U2 INA 327

1 2 3 4 5

10 9 8 7 6

U3 INA 327

VI1 VO 3

GN

D2

REGULADOR7805

RL1 RL2 RL3

RL4OMI-SH-205D

RL5OMI-SH-205D

123456

TERMINAL

D7

14D

613

D5

12D

411

D3

10D

29

D1

8D

07

E6

RW

5R

S4

VS

S1

VD

D2

VE

E3

LCD1LM032L

Q4

BC546BP

Q3

BC546BP

Q2

BC546BP

R18510R R19

510RR20510R

18K

4,7K

R017.4K

R0282K

R0610k

R0710k

D1

5,1V

R04100K

R05100K

PT8

10k

R1210k

R1310k

Q1

BC546BP

R15510

PT7

10k

PT6

10k

PT4

50k

PT5

10k

R09

330K

PT1

100K

R08

120K

R10

220K

R21

1200k

R11

15k

C215000UF

R14

15k

C315000UF

PT3

10k

PT2

10k

R16

220k

R17

1200k

12Vdc (+)12Vdc (-)+ V1- V1+ V2- V2

C01

1000uF

U4

D2

led

D2

led

Q5BC546BP

R22

510

Page 47: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

40

14.2 FOTO DO FUNCIONAMENTO DO CIRCUITO.

Todo o circuito de controle, digital e analógico foi colocado no protoboard, e

toda a parte de potencia foi colocado em uma pequena maquete de madeira, a

ligação pode ser observada na figura15.

Figura 15 – Foto do conjunto completo de medição.

Page 48: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

41

14.3 CÓDIGO DE PROGRAMAÇÃO C ANSI.

O firmware do microcontrolador foi gerado através do compilador codewarrior

6,3 da Metroworks, empresa parceira da Freescale, escrito em linguagem C padrão

C ANSI, e gerando o seguinte código.

#include <hidef.h> /* for EnableInterrupts macro */

#include "derivative.h" /* include peripheral declarations */

//#include "float.h"

//Declaração das Variaveis globais

unsigned int a,b,b1,b2,b3,temp1,c,temp;

long double v,v2,r;

unsigned int temp8a;

unsigned char d,i,i2,i3,esc ,ponto,escant,escr,escv2;

unsigned int x;

unsigned long int n;

unsigned char x1;

char numero[]="josue+++";

char numeror[8]="";

/*****************************************************************

******************************************************************

Page 49: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

42

******************************************************************

******************************************************************

******************************************************************

******************************************************************

******************************************************************

******************************************************************

*****************************************************************/

/*Função principal do programa, ela é responsavel pela chamada de cada

função individualmente, e pelo laço de repetição do sistema

alem disso, ela realiza a configuração od clock, watch dog, e da porta do display

*/

void main (void)

unsigned int temp2;

//EnableInterrupts; /* enable interrupts */

SOPT1_COPT=0; //desabilita watch dog

//MCGC2=0B00110110; //Habilita clock e desabilita divisao

//MCGC3=0B01000101;

//MCGC1=0B00100000; //Habilita referencia clock externo

PTEDD=0B11111111; //porta E

Page 50: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

43

inilcd();

ponto=9;

enviamatchar();

esc=0;

escant=1;

for(temp2=2000;temp2;temp2--)

tempo15();

while(1)

ligarele();

ligarelev2();

for(temp2=0;temp2;temp2--)

tempo15();

mediaadc(&leADC0);

escala();

mediaadc(&leADC1);

v2=b;

Page 51: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

44

desfra(v);

ajustacrc();

enviamatchar();

escalav2();

desfra(v2);

ajustacrc();

enviamatcharv2();

calcular();

desfrar(r);

ajustacrcr();

enviamatcharr();

Page 52: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

45

15. ANEXOS

15.1 DATASHEET MICROCONTROLADOR MC9S08JM60

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50

15.2 DATASHEET AMPLIFICADOR INA327

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51

Page 59: Ohmímetro Digital para baixas resistencias microcontrolado - microohmímetro - TFG Josué Final

52

16 . INDICAÇÕES DE RESPONSABILIDADE

____________________________________

JOSUÉ MIRANDA DA SILVA

Acadêmico

____________________________________

Me MARCO ANTÔNIO DE ARRUDA CORTEZ

Orientador