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SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL - SPED: A NOVA
REALIDADE DAS EMPRESAS 1
Waléria Pereira Poloni2
Adriano Camiloto da Silva3
RESUMO: O Sistema Público de Escrituração Digital – SPED é uma revolução que marca a etapa de transmissão digital,
tem o objetivo de informatizar a relação entre o fisco e os contribuintes, facilitando assim a entrega e o
processamento de relatórios através de fluxo único de informações, trazendo benefícios à sociedade e ao
governo. O objetivo desse estudo é descrever as principais mudanças ocorridas nas empresas do setor
supermercadista no regime de apuração do Lucro Real com a implantação do SPED, explicando o que é o SPED,
seus principais projetos, as vantagens e desvantagens, o que mudou nas rotinas das empresas e a importância do
setor supermercadista para a economia de Pimenta Bueno. Para isso, foi apresentada uma base teórica que relata
a opinião dos empresários do setor. A metodologia teve uma abordagem qualitativa se enquadrando como
descritiva com método dedutivo. A pesquisa foi realizada nos meses de março/2014 a novembro/2014 onde
foram entrevistados 3 (três) empresários do setor supermercadista. Como resultados observou-se que o SPED
trouxe para as organizações a necessidade de reestruturação das empresas e profissionalização dos gestores a fim
de atender ao fisco. Verificou-se que a preocupação em atender ao SPED é constante e desafiadora, onde os
gestores concluem que o SPED veio transformar as rotinas das organizações e que os objetivos esperados do
projeto são a redução da sonegação fiscal é a consequentemente diminuição da concorrência desleal Como
sugestão para pesquisas futuras temos uma nova pesquisa de campo mais abrangente, pesquisas direcionadas a
outros segmentos e também a outro regime de enquadramento, como o lucro presumido.
PALAVRAS-CHAVE: SPED. Escrituração Digital. Sistema de Informação Contábil.
INTRODUÇÃO
Com o advento da era digital, abordar temas que envolvam o aperfeiçoamento das
informações apresentadas torna-se pertinente. No cenário atual é notável o processo de
transformações na área de informação e tecnologia. Nesse contexto, o Sistema Público de
Escrituração Digital – SPED vem transformar a rotina das organizações e, de uma forma
geral, alterar as apresentações das obrigações fiscais e contábeis das empresas, resultando em
1 Artigo de Conclusão de Curso apresentado a Fundação Universidade Federal de Rondônia, Câmpus Professor
Francisco Gonçalves Quiles como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Administração, sob
orientação do Prof. Ms. Adriano Camiloto da Silva. 2Acadêmica do VIII Período de Administração. Graduada em Ciências Contábeis. E-mail:
[email protected] 3 Professor da Fundação Universidade Federal de Rondônia. Graduado em Administração. Pós-Graduado em
Gestão de Recursos Humanos. Mestre em Administração.
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um novo comportamento, novas políticas e procedimentos a serem adotados.
As autoridades fiscais, em todas as esferas de governo, passam a ter acesso em tempo
real às informações fiscais e contábeis das empresas, tendo em vista que os contribuintes
transmitem as informações para cada um dos governos por meio de mídias digitais on-line,
que ficam armazenadas em bancos de dados na Receita Federal do Brasil e são,
posteriormente, disponibilizadas para cada ente federativo.
Através do SPED, os departamentos gerenciais e contábeis têm sofrido grande
impacto em virtude da necessidade de uma rápida adequação a novos métodos de trabalho,
bem como a implantação de novas tecnologias nas empresas o que no geral causa um cenário
de muitas dificuldades e limitações em fase de implantação, mas que, por outro lado
estabelece um novo tipo de relação entre governo e empresas, trazendo reflexos positivos para
todos os envolvidos.
As empresas veem se deparando com inúmeras transformações. Tem-se notado
mudanças expressivas por parte das entregas das informações e no cotidiano das grandes e
pequenas empresas. O grande vetor dessas alterações tem o nome SPED, onde as empresas
apesar das dificuldades encontradas para adaptação as novas exigências, vem tentando
cumprir as novas obrigações fiscais e contábeis e de outros departamentos impostas por este
sistema.
O projeto do SPED foi uma iniciativa integrada entre os governos estaduais e do
Distrito Federal, onde a meta principal foi promover a integração fiscal entre União, Estados e
Municípios. A obrigatoriedade da implantação desde projeto trouxe mudanças de paradigmas
dentro das empresas, as quais tiveram que adotar novos padrões de gestão.
O grande desafio existente neste projeto é se deparar com a realidade de que grande
parte das empresas envolvidas está despreparada para a geração correta das informações, seja
por inadequação dos seus sistemas, seja deficiência de mão-de-obra, seja pela falta de
integração dos membros envolvidos, tais como, contadores, administradores, analista de
sistema de informação e outros, os quais, anteriormente a implantação do SPED, trabalhavam
de forma individualizada, levando em consideração ainda que as exigências estabelecidas pelo
SPED ocorreram dentro de um prazo mínimo para adequação, dificultando todo o processo.
5
Neste contexto, levanta-se o seguinte questionamento: Quais são as principais
alterações que sofreram as empresas do setor supermercadista, no regime de Tributação
Lucro Real, com a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital - SPED?
Assim, a presente pesquisa busca abordar a implantação do projeto SPED no
cotidiano das empresas do setor supermercadista optantes pelo Regime de Tributação do
Lucro Real estabelecidas no município de Pimenta Bueno/RO, que, por se tratar de um
assunto em pleno desenvolvimento, desperta o interesse por apresentar maiores informações
sobre o tema.
A pesquisa tem como objetivo geral descrever as principais mudanças ocorridas nas
empresas do setor supermercadista, no regime de Tributação Lucro Real com a implantação
do SPED. Como objetivos específicos: a) descrever o processo de implantação SPED no setor
supermercadista; b) descrever as vantagens e desvantagens para o setor com esse novo
sistema; c) verificar o que mudou nas rotinas das empresas com a implantação do SPED.
Com a implantação do SPED a relação fisco e contribuinte sofreu uma alteração
drástica, o processo de disponibilização das informações tornou-se muito mais rápido e
transparente. O SPED exigiu uma série de adaptações no controle das operações realizadas
pelas empresas, a fim de obter os dados da forma mais detalhada possível.
A importância deste estudo está diretamente ligada a grande necessidade de obter um
conhecimento mais aprofundado sobre o que é o SPED, que tem sido tema de destaque no
meio empresarial. No contexto atual, este assunto tem modificado a realidade dos empresários
e demais envolvidos, entre eles, contadores, administradores, programadores de software,
analistas de sistemas e tecnologia de informação, entre outros, os quais têm corrido numa
busca incessante em adquirir o conhecimento necessário para a implantação deste projeto
dentro das organizações, que por sua vez tem aproveitado o momento para aperfeiçoarem a
gestão de seus negócios, não tão somente com o intuito de atenderem as exigências
estabelecidas pelos governos, como também obterem uma melhor organização, planejamento
e controle nos processos gerenciais.
Neste contexto, a presente pesquisa tende a justificar sua validade ao procurar
informações sobre as principais mudanças que as empresas estão atravessando nesta fase de
6
implantação, as quais refletem em quase todos os seus departamentos: financeiro, gerencial,
contábil, recursos humanos, entre outros. O sucesso deste projeto está diretamente ligado à
integração de todos os setores, onde em um primeiro momento ocorre uma série de
dificuldades, consideradas normais em qualquer projeto em fase de implantação, porém, a
longo prazo, o estabelecimento do SPED pode acarretar em resultados satisfatórios para a
empresa.
A relevância social está no fato que um dos objetivos do SPED é aumentar a
arrecadação e diminuir a sonegação fiscal, beneficiando a sociedade. Deste modo, espera-se
uma ampliação dos investimentos públicos, angariando maior qualidade de vida a população.
Num cenário de tamanhas mudanças em um pequeno espaço de tempo, é
fundamental que as empresas procurem avançar na adequação de seus processos, em busca de
conhecimento, bem como de recursos tecnológicos e capital humano dentro de suas
organizações, haja vista a grande dificuldade em aplicar as exigências do fisco atribuídas pelo
SPED, dentro de suas rotinas diárias.
No setor supermercadista, as mudanças originadas pelo SPED são ainda mais
delicadas, pois além de todas as dificuldades de adequação existentes no processo, ainda há
vasta quantidade de informações acerca da parte tributária que este setor apresenta.
Assim, acredita-se na viabilidade desta pesquisa, uma vez que a mesma poderá
contribuir no sentido de suprir informações acerca do tema SPED, a quem possa interessar,
seja do meio acadêmico, empresarial, contábil, administrativo, entre tantos outros, sendo este
um assunto novo e que tem sido buscado como fonte de estudos e conhecimentos por todas
estas classes.
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O presente capítulo tem o objetivo de apresentar o estudo de conceitos, objetivos,
vantagens e desvantagens a respeito dos projetos do SPED, segundo a visão de diversos
autores. São expostas as mudanças nas organizações e as etapas do processo de implantação.
A pesquisa demonstra, também, a importância do setor supermercadista para a economia.
7
1.1 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL – SPED
Os avanços tecnológicos efetivados pelo SPED consistem basicamente na
modernização da sistemática atual do cumprimento das obrigações fiscais e contábeis,
transmitidas pelos contribuintes às administrações tributárias.
Um problema que está presente há muito tempo na sociedade e que o governo busca
soluções para inibir é a sonegação fiscal. Através da implantação do SPED dentro das
organizações, os governos têm como objetivo tornar mais eficaz a identificação de ilícitos
tributários, buscando a melhoria no controle dos processos, a rapidez no acesso às
informações e a fiscalização mais efetiva das operações com o cruzamento de dados e
auditoria eletrônica (SASSO et al., 2011, p. 5-6).
O projeto do SPED foi instituído pelo Decreto n° 6.022 de 22 de Janeiro de 2007, o
mesmo faz parte do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal (PAC
2007-2010) e constitui-se em mais um avanço na informatização da relação entre o fisco e os
contribuintes, que têm como objetivo promover a aceleração do crescimento econômico no
país, o aumento de emprego e melhorias das condições de vida da população brasileira
(BRASIL, 2014a).
Segundo Sebold et al. (2012, p. 28) o SPED pode ser definido como um mecanismo
que integra as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e
documentos integrantes da escrituração fiscal e comercial das empresas, mediante fluxo único
e computadorizado de dados.
Esse sistema prevê alteração na forma do cumprimento das principais obrigações
fiscais e contábeis, onde substitui todo o processo efetuado em papel por documentos
eletrônicos. Neste projeto, além de mudar a forma de escrituração fiscal e contábil das
empresas, colocou todos definitivamente na era digital.
Duarte (2009, p. 2) afirma que:
o SPED é a inserção das autoridades fiscais na Era do Conhecimento; e esse
movimento conduz toda a sociedade no mesmo caminho.
A nova Era é marcada pela enorme influência das habilidades humanas no que diz
8
respeito ao uso da tecnologia para se obter informações, analisá-las, sintetizá-las,
interpretá-las e comunicá-las, tanto no processo de geração de riqueza quanto de sua
mensuração.
Assim o SPED se faz na modernização do cumprimento das obrigações fiscais e
contábeis que os contribuintes transmitem as administrações tributárias e aos órgãos
fiscalizadores, empregando-se do certificado digital para fins de assinatura dos documentos
eletrônicos, garantindo assim a validade jurídica do mesmo (RODRIGUES et al., 2012, p.
22).
Desse modo, o SPED iniciou-se com três projetos independentes, que são ligados no
final de todo o processo para o envio das informações, são eles: Nota Fiscal Eletrônica –
Ambiente Nacional (NF-e), Escrituração Fiscal Digital (EFD), e a Escrituração Contábil
Digital (ECD). Com a implantação do SPED, o fisco recebe as informações sobre as
transações comerciais, em tempo real (BITTENCOURT, 2013, p. 9).
De acordo com Brasil (2014b) além desses projetos, existem ainda:
a) Controle Fiscal Contábil de Transição (FCONT);
b) Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep, da Contribuição
para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição
Previdenciária sobre a Receita (EFD – Contribuições);
c) Conhecimento de Transporte Eletrônico – Ambiente Nacional (CT-e);
d) Nota Fiscal de Serviço Eletrônica (NFS-e);
e) Escrituração Contábil Fiscal (ECF),
f) Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e
Trabalhistas (e-Social).
O SPED foi idealizado com alguns objetivos básicos, onde serão destacados no
quadro 1, as principais características de cada um dos projetos.
Quadro 1: Projetos do SPED. Projeto Definição Porte da Empresa
Nota Fiscal
Eletrônica –
Ambiente Nacional
(NF-e)
O projeto da NF-e tem como objetivo a
padronização de um modelo fiscal eletrônico
com o intuito de substituir a emissão do
documento de papel, com validade jurídica
assegurada pela assinatura digital do remetente
(BRASIL, 2014c).
Na implantação o ingresso foi
estabelecido pelo ramo de atividade
da empresa, através de protocolos
disponibilizados pelo fisco.
Continua...
9
Continuação...
Escrituração
Contábil Digital –
(ECD)
É a obrigatoriedade de transmitir em versão
digital, os seguintes livros:
I - livro Diário e seus auxiliares, se houver;
II - livro Razão e seus auxiliares, se houver;
III - livro Balancetes, Diários, Balanços e fichas
de lançamento comprobatórias dos
assentamentos neles transcritos (BRASIL,
2014d).
Obrigatório: Lucro Real
Facultativo: Outras sociedades
empresarias.
Dispensada: sociedades simples e
as microempresas e empresas de
pequeno porte optantes pelo
Simples Nacional.
Escrituração Fiscal
Digital (EFD)
A EFD é um arquivo digital, que se constitui de
um conjunto de escriturações de documentos
fiscais e de outras informações de interesse dos
fiscos das unidades federadas e da Secretaria da
Receita Federal do Brasil, bem como de
registros de apuração de impostos referentes às
operações e prestações praticadas pelo
contribuinte. Este arquivo deverá ser assinado
digitalmente e transmitido, via Internet, ao
ambiente SPED (BRASIL, 2014e).
Obrigatório: Lucro Real e Lucro
Presumido e empresas enquadradas
no Simples Nacional conforme
critério estabelecido de cada ente
federação.
Controle Fiscal
Contábil de
Transição
(FCONT)
É a escrituração das contas patrimoniais e de
resultado, em partidas dobradas, que considera
os métodos e critérios contábeis vigentes em
31/12/2007 (BRASIL, 2014f).
Obrigatório: Lucro Real
Escrituração Fiscal
Digital da
Contribuição para o
PIS/PASEP, da
Contribuição para o
Financiamento da
Seguridade Social
(COFINS) e da
Contribuição
Previdenciária
sobre a Receita
(EFD –
Contribuições)
É um arquivo digital instituído no SPED,
utilizado pelas pessoas jurídicas de direito
privado na escrituração da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins, nos regimes de apuração
não-cumulativo e/ou cumulativo, com base no
conjunto de documentos e operações
representativos das receitas auferidas, bem
como dos custos, despesas, encargos e
aquisições geradores de créditos da não-
cumulatividade. Contemplar também a
escrituração digital da Contribuição
Previdenciária sobre a Receita Bruta, incidente
nos setores de serviços e indústrias, no
auferimento de receitas referentes aos serviços e
produtos nela relacionados (BRASIL, 2014g).
Obrigatório: Lucro Real e Lucro
Presumido.
Conhecimento de
Transportes
Eletrônico –
Ambiente Nacional
(CT-e)
É um documento de existência exclusivamente
digital, emitido e armazenado eletronicamente,
com o intuito de documentar uma prestação de
serviços de transportes, cuja validade jurídica é
garantida pela assinatura digital do emitente e a
autorização de uso fornecida pela administração
tributária do domicílio do contribuinte
(BRASIL, 2014h).
Obrigatório: Lucro Real, Lucro
Presumido e sociedades simples e
as microempresas e empresas de
pequeno porte optantes pelo
Simples Nacional.
Nota Fiscal de
Serviço Eletrônica
(NFS-e)
A NFS-e é um documento de existência digital,
gerado e armazenado eletronicamente em
Ambiente Nacional pela Receita Federal do
Brasil- RFB, pela prefeitura ou por outra
entidade conveniada, para documentar as
operações de prestação de serviços (BRASIL,
2014i).
Obrigatório: Todas as empresas
prestadoras de serviços, conforme
disponibilidade de cada município.
Escrituração
Contábil Fiscal
(ECF)
Através da Instrução Normativa nº 1.422, de 19
de dezembro de 2013 da Receita Federal do
Brasil, foi instituída a ECF, conforme Art. 1º a
partir do ano-calendário de 2014, todas as
pessoas jurídicas, inclusive as equiparadas,
deverão apresentar ECF de forma centralizada
pela matriz (BRASIL, 2014j).
Obrigatório: Lucro Real
Continua...
10
Continuação...
Sistema de
Escrituração Fiscal
Digital das
Obrigações Fiscais,
Previdenciárias e
Trabalhistas
(e-Social).
O e-Social tem por objeto estabelecer a forma
única com que passam a ser prestadas as
informações trabalhistas, previdenciárias,
tributárias e fiscais relativas à contratação e
utilização de mão de obra onerosa, com ou sem
vínculo empregatício e também de outras
informações previdenciárias previstas na lei n°
8.212, de 24 de julho de 1991, e de rendimentos
pagos por si sujeitos à retenção na fonte.
Objetivos do e-Social são:
•Viabilizar a garantia de direitos previdenciários
e trabalhistas aos trabalhadores brasileiros;
•Simplificar o cumprimento de obrigações; e
•Aprimorar a qualidade de informações das
relações de trabalho, previdenciárias e fiscais
(BRASIL, 2014l).
a) até 30/04/14 para produtor rural,
pessoa física e segurado especial;
b) até 30/06/14 para as empresas
tributadas pelo Lucro Real;
c) até 30/11/14 para as empresas
tributadas pelo Lucro Presumido,
Entidades Imunes e Isentas e
optantes pelo Simples Nacional e
MEI, contribuinte individual
equiparado à empresa e outros
equiparados a empresa ou a
empregador; e
d) até 31/01/15 para os órgãos da
administração direta da União,
Estados, DF e Municípios, bem
como suas autarquias e fundações
(BRASIL, 2014m).
Fonte: adaptado pela autora (2014)4.
Deste modo, o SPED está promovendo a transição dos controles fiscais e contábeis
gradativamente para o padrão digital, conforme disponibilidade de implantação do governo
federal.
1.2 OBJETIVOS DO SPED
O projeto do SPED tem como objetivo inicial a integração das informações por
compartilhamento de dados entre as administrações tributárias. Através deste, os demais
surgem como reflexo desta sistemática.
Conforme Portal do SPED (Brasil, 2014n), o projeto tem como objetivos:
Promover a integração dos fiscos, mediante a padronização e compartilhamento
das informações contábeis e fiscais, respeitadas as restrições legais.
Racionalizar e uniformizar as obrigações acessórias para os contribuintes, com o estabelecimento de transmissão única de distintas obrigações acessórias de
diferentes órgãos fiscalizadores.
Tornar mais célere a identificação de ilícitos tributários, com a melhoria do
controle dos processos, a rapidez no acesso às informações e a fiscalização mais
efetiva das operações com o cruzamento de dados e auditoria eletrônica.
A integração entre os contribuintes e o fisco, a uniformização e padronização das
declarações acessórias que os contribuintes têm que enviar torna mais fácil a descoberta de
fraudes e sonegação que possam vir a acontecer. Assim o contribuinte deve tomar mais
4 Diversas Fontes Citadas na Referência.
11
cuidado nas informações prestadas, visto que o controle do fisco com a implantação do SPED
ficou mais rigoroso e inteligente.
O SPED contemplou algumas melhorias entre o contribuinte e o fisco, a apresentação
das obrigações fiscais e contábeis permitiu que ambas as partes aperfeiçoarem um modelo de
tecnologia que atende o pleiteado, a fim de acatar as expectativas tanto das organizações
como também do próprio governo. Com a implantação do SPED algumas obrigações fiscais e
contábeis como Sistema Integrado de Informações sobre Operações Interestaduais com
Mercadorias e Serviços (SINTEGRA) e a emissão de livros estão sendo substituídos, fazendo
com que essas declarações sejam unificadas tornando assim mais fácil a fiscalização no que
diz respeito ao cruzamento entre as declarações. O SPED tem como premissas básicas
(BRASIL, 2014o).
Propiciar melhor ambiente de negócios para as empresas no País;
Eliminar a concorrência desleal com o aumento da competitividade entre as
empresas;
O documento oficial é o documento eletrônico com validade jurídica para todos os
fins;
Utilizar a Certificação Digital padrão ICP Brasil;
Promover o compartilhamento de informações;
Criar na legislação comercial e fiscal a figura jurídica da Escrituração Digital e da
Nota Fiscal Eletrônica;
Manutenção da responsabilidade legal pela guarda dos arquivos eletrônicos da
Escrituração Digital pelo contribuinte;
Redução de custos para o contribuinte;
Mínima interferência no ambiente do contribuinte;
Disponibilizar aplicativos para emissão e transmissão da Escrituração Digital e da
NF-e para uso opcional pelo contribuinte.
Este sistema permite que as autoridades fiscais possam atuar de forma integrada com
maior visibilidade e capacidade de analisar dados e informações fornecidas pelas empresas. O
SPED viabiliza a redução da concorrência desleal, trazendo assim um beneficio para o
mercado concorrente, em decorrência da maior facilidade na fiscalização por parte das
administrações tributárias, de forma a evitar, a sonegação fiscal.
1.3 VANTAGENS PARA AS EMPRESA COM A IMPLANTAÇÃO DO SPED
Os benefícios com a implantação do SPED favorecem o governo e empresas em
vários sentidos, sobretudo na eliminação de prestação de várias informações e na unificação
das mesmas. Segundo Esperandío et al. (2012, p. 10), “o SPED irá contribuir para a redução
12
dos custos com armazenamento de documentos e também para minimizar os encargos com o
cumprimento das obrigações acessórias, além de possibilitar uma maior segurança”.
Cabe ressaltar que a emissão de livros e registros impressos poderá ser extintos e
substituídos pelos arquivos eletrônicos, fato que acarretará na redução de despesas e custos
com papéis e disposição de espaço físico para acomodação dos mesmos. Para o governo o
benefício é imediato, pois o controle das informações coíbe as ações fraudulentas e sonegação
fiscal por parte das empresas.
De acordo com Dutra (2009, p. 07)
são benefícios para o contribuinte vendedor: a redução de custos de impressão,
aquisição de papel, envio do documento fiscal e armazenagem, além da
simplificação das obrigações acessórias, redução do tempo de parada de caminhões
em postos fiscais de fronteira e incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com
clientes. Enquanto que para o contribuinte comprador, existem benefícios tais como:
eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias; planejamento
de logística de entrega pela recepção antecipada da informação da NF-e; redução
dos erros de escrituração devido a erros de digitação de notas fiscais e incentivo ao
uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores.
Entre as vantagens que o SPED apresenta para as empresas, pode-se destacar um
maior controle de suas operações fiscais e financeiras, já que, com este sistema, as
informações chegam em tempo real ao fisco, onde se faz necessário que os cuidados sejam
redobrados nos cálculos e pagamento de impostos, evitando desta forma transtornos com a
fiscalização.
Já para o fisco a grande vantagem na implantação do SPED está no envio das
obrigações fiscais e contábeis, que a partir daí passaram a acontecer de forma totalmente
eletrônica, desta forma o armazenamento de dados é digital, fato que facilita a consulta de
documento sempre que necessário.
Para a implantação do SPED, foram analisados os possíveis benefícios, dentre eles o
destaca-se como os principais BRASIL (2014p):
Redução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento de documentos
em papel;
Eliminação do papel;
Redução de custos com a racionalização e simplificação das obrigações acessórias;
Uniformização das informações que o contribuinte presta às diversas unidades
13
federadas;
Redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas;
Redução do tempo despendido com a presença de auditores fiscais nas instalações
do contribuinte;
Simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao controle da
administração tributária (comércio exterior, regimes especiais e trânsito entre
unidades da federação);
Fortalecimento do controle e da fiscalização por meio de intercâmbio de
informações entre as administrações tributárias;
Rapidez no acesso às informações;
Aumento da produtividade do auditor através da eliminação dos passos para coleta
dos arquivos;
Possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes a partir de
um leiaute padrão;
Redução de custos administrativos;
Melhoria da qualidade da informação;
Possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fiscais;
Disponibilidade de cópias autênticas e válidas da escrituração para usos distintos e
concomitantes;
Redução do “Custo Brasil”;
Aperfeiçoamento do combate à sonegação;
Preservação do meio ambiente pela redução do consumo de papel.
O SPED contemplou algumas melhorias entre o contribuinte e o fisco, a apresentação
das obrigações fiscais e contábeis fez ambas as partes aperfeiçoarem um modelo de tecnologia
que atende-se o pleiteado, afim de acatar as expectativas tanto das organizações como
também do próprio governo.
Entre as melhorias apresentadas pelo SPED, pode se dizer que as organizações têm
ganhado em tempo e em aspectos financeiros com sua implantação, porém, de mais vantagens
ainda tem se beneficiado o fisco, pois o mesmo, através do SPED, dispõe das informações das
empresas em tempo real e de forma detalhada, para consultar sempre que julgar necessário,
facilitando desta forma os processos fiscalizatórios.
1.4 DESVANTAGENS PARA AS EMPRESA COM A IMPLANTAÇÃO DO SPED
Apesar deste projeto trazer resultados positivos para o fisco, apresenta algumas
desvantagens para a classe empresarial, para a classe contábil e também para o fisco.
Segundo Souza (2013, p. 74), as dificuldades encontradas em torno do SPED se dão
quanto os gastos demasiados na sua implantação com estudos, aperfeiçoamento dos sistemas
e adaptação para sua correta geração, como também, capacitação profissional quanto a
legislação para que as informações sejam transmitidas de maneira corretas. Devido ao grande
14
número de informações fiscais e contábeis nas rotinas de trabalho, houve uma piora na
agilidade, fazendo com que o contribuinte entregue os dados sem a mesma agilidade ao fisco.
Para as empresas houve uma mudança de registro das informações fiscais na rotina
diária. Antes da implantação do SPED, as empresas não possuíam uma metodologia única de
registro, ocasionando erros e problemas com o fisco e a legislação vigente. A partir da
implantação do SPED os empresários tiveram que aumentar sua eficiência e produtividade a
fim de manter suas margens de lucros sem acarretar prejuízo ao erário. Também há os custos
não planejados para a empresa, tais como a compra de sistemas para se adequar as regras do
SPED, como também os custos com a qualificação das pessoas envolvidas no processo.
Para a classe contábil houve a necessidade de adequação dos sistemas de informação
e da infraestrutura de equipamentos, acarretando maiores investimentos financeiros sem um
retorno a altura. Também o SPED está acarretando uma maior exposição fiscal, uma vez que a
quantidade e qualidade das informações exigidas são muito maiores que antigamente.
Atualmente os profissionais da área contábil não tem mais como corrigir as informações no
momento que antecede o envio para o fisco, pois devido essas ferramentas eletrônicas a
informação já vem trabalhada na base, inviabilizando um tratamento fiscal.
Já para o fisco, em virtude da crescente quantidade de informações recebidas e
processamentos realizados, o mesmo teve a necessidade de aumentar o quantitativo de
recursos humanos para operacionalização do sistema e expandir o sistema da tecnologia de
informação do governo federal para atender a demanda dos arquivos apresentados ao longo
dos anos em seu banco de dados.
1.5 MUDANÇAS NAS ORGANIZAÇÕES COM O SISTEMA SPED
O projeto SPED deveria ser apresentado e acompanhado por toda a sociedade, pois
trata-se de uma forma de controle liderada pelo governo federal com vantagens e
desvantagens que atinge todos os cidadãos, pois auxilia no combate a sonegação e a
informalidade. (DUARTE, 2009).
A implantação do SPED gerou grandes transformações da gestão empresarial. Os
impactos sofridos com o SPED remetem a toda gestão da empresa, desde processos de
15
controle interno, como a adequação a nova forma de trabalho para atender o fisco.
Santos (2014, p. 01) destaca que:
a sonegação de impostos, a informalidade das empresas e a corrupção são alguns
“gargalos” da economia brasileira. Não dá para falar que a implantação do Sistema
Público de Escrituração Digital (SPED) vai acabar, num passe de mágica, com todos
estes problemas, mas tem forte potencial de auxiliar na redução da incidência de
ações que afetam diretamente os cofres públicos e a concorrência entre as empresas.
Isso porque a fiscalização on-line diminui a ida do fiscal até a empresa e os casos de
“vistas grossas” para irregularidades já não serão mais possíveis. Será também mais
difícil burlar o sistema para pagar menos impostos, com a emissão de nota fiscal
falsa ou omissão de faturamento. E, por fim, o sistema fará automaticamente todo
cruzamento de informações – trabalhistas, fiscais, previdenciárias, tributárias, entre
outras –, o que também desestimulará a economia informal.
O SPED deverá contribuir para uma fiscalização mais atuante, para que haja menos
concorrência desleal e propiciará uma auditoria digital, deixando as empresas mais
transparentes. As exigências do fisco com o contribuinte em manter atualizado sobre suas
atividades fiscais e contábeis faz com que as empresas procurem organizar rotinas, processos
e buscar ferramentas de auxílio para cumprir a entrega de suas obrigações acessórias dentro
dos prazos legais, sem informações incompletas, omissas e inexatas. Entre as preocupações do
contribuinte, está a necessidade de manter de forma digital a escrituração da empresa, bem
como outras documentações para atender a legislação pertinente.
Duarte (2011, p. 45) explica que:
o segundo fator acelerador de mudanças, que nos impulsiona rumo à Era do
Conhecimento, é o Big Brother Fiscal, termo utilizado por ele para denominar o
conjunto de ações das autoridades fiscais brasileiras para obter informações sobre
todas as operações empresariais em formato eletrônico. Ou seja, a vigilância em
tempo real por parte do fisco.
Diante das mudanças ocorridas através da implantação do SPED, é necessário
destacar a importância da visão empresarial sobre este processo, onde os líderes devem estar
conscientizados sobre os cuidados necessários com a gestão fiscal, pessoal e tributária, pois
todas essas mudanças afetam o modo de condução de uma empresa. Essas informações, se
bem trabalhadas, podem ser transformadas em vantagem competitiva para as mesmas no
mercado.
Os efeitos da implantação do projeto SPED vão muito além dos departamentos fiscal
16
e contábil de uma empresa, como é comum acontecer nas diversas alterações legais que o
fisco promove frequentemente. Neste caso quase toda a empresa será atingida e aquela pessoa
ou aquela equipe que ficou responsável pela implantação do projeto necessita contar com todo
apoio da alta direção da empresa comprometendo-se também com o sucesso da empreitada.
Sem este respaldo torna-se muito mais complicado contar com a colaboração de todos os
departamentos na busca do objetivo comum, que é atender ao fisco em mais esta obrigação
acessória.
1.6 ETAPAS DO PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO SPED NAS EMPRESAS
Num mundo coorporativo, mudanças nem sempre são fáceis de implantar, um dos
maiores transtornos causado com a implantação do SPED é a capacitação dos colaboradores,
pois a grande inovação a fim da apresentação desses arquivos era que a responsabilidade de
alimentar as informações partiria da origem, ou seja, das sociedades empresarias, além dessa
dificuldade encontrada, tem-se ainda a complexidade da legislação fiscal e contábil acerca do
assunto que não facilita o trabalho a ser desenvolvido.
Segundo Oliveira (2011, p. 18) alguns pontos merecem atenção pelas empresas como
um todo, lembrando que para cada empresa o impacto é diferente. No quadro 2 segue os
principais pontos que as empresas devem seguir.
Quadro 2: Sete Etapas para as Empresas
Etapa 1 - Conhecer a
Lei
Todos os participantes envolvidos no projeto devem conhecer a lei, como o fisco
chegou a esta lei, quais os objetivos, quais os pontos principais, onde o fisco quer
chegar e onde sua empresa quer chegar.
Etapa 2 – Fazer do
Limão uma Limonada
Já que o ingresso nesta sistemática é inevitável, que a empresa faça desde o
momento de realizar o trabalho com maior eficiência, maior profissionalismo,
automatizando o processo no que for possível.
Etapa 3 – Identificar os
Atingidos
Posterior ao conhecimento da lei é de suma importância identificar na empresa os
departamentos que serão impactados pela implantação do SPED.
Departamento Fiscal: Junto ao faturamento será o setor que devera sofrer os
maiores impactos já que dependera de dados e ações de diversos outros
departamentos para cumprir a obrigação fiscal. Falhas no cadastro de clientes,
fornecedores, produtos podem afetar a entrega dos arquivos.
Departamento de Contabilidade: Os procedimentos contábeis foram automatizados
pela importação do arquivo NF-e, necessário assim a adequação do plano de contas
para prestar as informações ao fisco.
Departamento de Compras e Departamento de Vendas: Nestes dois departamentos,
encontramos um dos pontos fundamentais, pois é onde se originam os cadastros de
fornecedores e clientes, fundamentais para alguns projetos. Etapa 3 – Identificar os
Atingidos
Departamento de Informática – TI: É a peça chave do desenvolvimento e no
sucesso do projeto. São os recursos tecnológicos que deverão promover o fluxo e a
Continua...
17
Continuação...
Departamento de Informática – TI: É a peça chave do desenvolvimento e no
sucesso do projeto. São os recursos tecnológicos que deverão promover o fluxo e a
interligação das informações dos diversos departamentos de forma que os
programas possam ser devidamente interligados.
Departamento de Logística: O impacto será na questão do recebimento das
mercadorias, onde há a necessidade da conferencia do documento representativo da
NF-e, a DANFE, para checagem da validade, conferencia esta que é realizada na
internet. Nas saídas também há modificações, a cada nota emitida a necessidade de
solicitar autorização do fisco, ou seja, apenas depois que a nota é autorizada o
caminhão pode sair com as mercadorias.
Departamento de Faturamento: Tem grande importância, pois nela se faz toda a
adequação do cadastro de clientes, materiais, classificações fiscais, tributação,
planos de contingência.
Departamento Financeiro: É de onde surgira os efeitos monetários do SPED,
através da aquisição ou desenvolvimentos de sistemas para geração dos projetos,
como também a participação dos funcionários em cursos, eventos etc. para o
desenvolvimento, a adequação também da infraestrutura, como: hardware, sistemas
de integração etc. Tudo isso elevam os custos da empresa e precisam ser
planejados.
Etapa 4 – Prepara a
Saída de Emergência
É importante a definição de esquemas de emergências já que por estarmos tratando
com a tecnologia torna-se imperioso prever a ocorrência de falhas. Outras ações
que pode amenizar esta situação, seria dispor um estoque de formulário de
segurança na empresa, de meio de conexão de em banda larga alternativo etc.
Etapa 5 – Começar o
Quanto Antes
A inserção nos projetos é inevitável, percebesse que a implantação é tarefa de
médio e longo prazo, desse modo, buscando menos exposição das empresas a risco
de erros, quanto antes a empresa buscar adequar seus processos melhor.
Etapa 6 –
Comprometer a Alta
Administração com o
Projeto
No SPED, além dos departamentos fiscal e contábil da empresa os demais setores
também serão atingidos, assim, para o sucesso da implantação se faz necessários
contar com todo o apoio da alta direção da empresa, como a colaboração de todos
os departamentos na busca do objetivo comum.
Etapa 7 – Reveja e
Retransmita as Dicas
Constantemente a legislação sofre alguma alteração, nesse sentido a busca de
conhecimento e a transmissão do mesmo faz-se necessário para o bom andamento
dos processos.
Fonte: adaptado de Oliveira (2011, p. 18 a 23).
A busca pelo melhor desempenho dos fluxos operacionais tornou-se importante na
organização. Para isso a mensuração e avaliação dos processos tornou-se um pré-requisito
para um gerenciamento eficiente.
Através da implantação dos projetos do SPED, há uma sensível melhora do controle
tributário, pelo cruzamento de dados contábeis e fiscais com a auditoria eletrônica,
eliminando informações redundantes dos contribuintes às autoridades tributárias.
1.7 A IMPORTÂNCIA DO SETOR SUPERMERCADISTA PARA A ECONOMIA
Dos pequenos e simples até os mais modernos e sofisticados, os supermercados são
estabelecimentos comerciais presentes em praticamente todos os lugares, e ainda são
considerados de extrema importância para a sociedade em se tratando da disposição de
18
produtos básicos essenciais e também pela economia comercial que geram (FOLHA DO
OESTE, 2012).
Em constante evolução, o setor supermercadista progrediu ao longo dos anos em
todo o país. Na busca pela qualidade, inovação e pelo dinamismo, os investimentos feitos no
setor são sempre para melhor atender ao consumidor e lhe garantir satisfação. Porém, dentro
do processo evolutivo deste setor não se perderam dois fatores importantes para a
organização, que são: a aproximação junto ao consumidor e o desenvolvimento econômico e
produtivo (FOLHA DO OESTE, 2012).
Segundo Ricarte (2005, p. 18):
o setor supermercadista consiste hoje num dos mais importantes do país, pois além
de ser responsável por uma parcela significativa do PIB brasileiro, este setor
desempenha um importante papel social, uma vez que é responsável por abastecer os
itens básicos para boa parte da população do país.
O setor supermercadista é de extrema importância para a sociedade e a economia
comercial. Seus reflexos são notados nos diversos setores, desde a geração de empregos,
capital, tecnologia até a inovação nos produtos, como também a criação de filiais em locais
diferentes são alguns dos fatores característicos no processo de evolução desse segmento.
Nos últimos anos segundo Boletim Econômico da ABRAS (2011) tem-se aumentado
significativamente o consumo de produtos nos supermercados, isso consequentemente vem
exigindo maior eficiência na gestão em empresas desse setor. Neste contexto, a busca pelo
melhor desempenho dos fluxos operacionais tornou-se importante na organização.
2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A fim de atingir o objetivo proposto para esta pesquisa, foram utilizados alguns
métodos para correta abordagem e análise do assunto. Gil (2008, p. 27) define “método como
caminho para se chegar a determinado fim e método científico como o conjunto de
procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir conhecimento”.
A pesquisa é descritiva com método dedutivo, utilizando a abordagem qualitativa.
19
Segundo Gil (2002, p.42) a pesquisa é descritiva por buscar analisar e interpretar mais afundo
os fatos. O método adotado para a pesquisa foi o dedutivo, pois Gil (2008, p. 28) cita que,
trata de um raciocínio em que, os fatos parte do geral e a seguir declina para ao particular,
objetivando a implantação do SPED nas empresas do setor supermercadista enquadradas no
regime de tributação do Lucro Real.
A presente pesquisa tem uma abordagem qualitativa, pois busca analisar e interpretar
mais a fundo os fatos; considera que há uma relação entre o mundo real e o subjetivo não
pode se manifestada por números (KAUARK, 2010, p. 26).
Para coleta de dados foi utilizada a técnica de entrevista semiestruturada. Segundo
Marconi, Lakatos (2007, p. 279) nesse tipo de técnica o entrevistador tem a liberdade para
desenvolver cada situação em qualquer direção que considere adequada. É uma forma de
poder explorar mais amplamente a questão. Para a validação da entrevista foi aplicado um
pré-teste com empresas do mesmo regime de enquadramento. Após a validação da entrevista
foi agendada as entrevistas com os empresários. Como meio facilitador da coleta de dados, foi
utilizado o gravador.
De acordo com o relatório da Prefeitura Municipal de Pimenta Bueno (anexo D), o
município conta com 35 empresas do ramo supermercadista. Para o cálculo da amostragem,
foi solicitada junto ao delegado do Conselho Regional de Contabilidade de Pimenta Bueno
(anexo E) a relação de escritórios de contabilidade, que totalizou 13 escritórios (anexo C). Foi
feita uma pesquisa individual nos escritórios e verificou-se que o universo da pesquisa são 05
empresas no enquadramento do Lucro Real no setor supermercadista, das quais 03
concordaram em participar livremente da pesquisa. O sujeito da pesquisa são os proprietários
das empresas do setor supermercadista optantes pelo regime de tributação Lucro Real no
município de Pimenta Bueno.
A análise dos dados foi realizada através de análise do discurso que foram gravados
em entrevistas no período de 30 de setembro de 2014 a 04 de outubro de 2014, as entrevistas
foram aplicadas aos proprietários do setor supermercadista onde foram analisadas e transcritas
no Word com o intuito de melhor analisar as respostas dos objetivos. Foi aplicado o
formulário de entrevista (apêndice A) contendo 18 (dezoito) perguntas semiabertas. As
perguntas foram separadas em tópicos abordando: o processo de implantação do SPED nas
20
empresas, as vantagens e desvantagens para o setor e as mudanças ocasionadas pela
implantação do SPED.
A pesquisa foi elaborada por meio de pesquisa científica e a autora seguiu os
aspectos éticos estabelecidos em lei. Desta forma foi garantido ao entrevistado a sua não
identificação por meio da denominação dos participantes de E1, E2 e E3 e também através da
assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (anexo A), onde foram adotados
os aspectos éticos da pesquisa e a pesquisadora garantiu a relevância dos dados para
responder o problema em questão. Segundo Prodanov e Freitas (2013, p. 45), “ética é a
ciência da conduta humana; é o princípio sistemático da conduta moralmente correta”. A
pesquisadora está ciente das responsabilidades, conforme Termo de Isenção de
Responsabilidades (anexo B).
Esse artigo foi estruturado conforme Manual de Elaboração do Artigo Científico do
Curso de Administração da Universidade Federal de Rondônia – Câmpus Professor Francisco
Gonçalves Quiles elaborado conforme Silva, Torres Neto e Quintino (2010) trazendo dessa
forma padronização à pesquisa.
3 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS
A rede supermercadista do município de Pimenta Bueno vem sofrendo grandes
mudanças ao longo dos últimos anos. A necessidade de uma maior diversificação de produtos
levou vários empresários locais e da região a investir no setor, surgindo assim novos
estabelecimentos de pequeno e médio porte.
Segundo dados do Ministério de Trabalho e Emprego (BRASIL, 2014q) em
setembro/2014 a micro região de Pimenta Bueno contava com 543 estabelecimentos
comerciais, sendo que de acordo com a Secretaria Municipal de Administração no município
existem atualmente 35 estabelecimentos comerciais do ramo supermercadista (Pimenta
Bueno, 2014).
Fizeram parte da pesquisa os supermercados devidamente cadastrados na Secretaria
Municipal de Administração, que estão enquadrados no regime de apuração do Lucro Real,
21
totalizando um número de 5 supermercados, sendo que 3 aceitaram participar da pesquisa.
Os dados coletados são organizados, interpretados e apresentados por meio de
evidências resgatadas a partir da aplicação das entrevistas semiestruturadas, relacionando-os
com a fundamentação teórica e complementando-os com a análise da pesquisadora,
adquirindo dessa forma grande relevância à pesquisa.
3.1 PROCESSO DE IMPLANTAÇÃO DO SPED NAS EMPRESAS
De acordo com as informações coletadas, antes da implantação do SPED, as
empresas atendiam as exigências do fisco de maneira simplificada, o trabalho realizado nas
empresas se resumia em lançar as notas no sistema gerencial e quando findava o mês a
movimentação da empresa era encaminhada ao escritório de contabilidade, o qual ficava
responsável em concluir todo o processo burocrático, tais como geração dos impostos,
elaboração de livros fiscais e contábeis e apresentação de relatórios fiscais para atender os
fiscos, entre outros.
De acordo com Rodrigues et al. (2012, p. 22) o SPED se faz na modernização do
cumprimento das obrigações fiscais e contábeis que os contribuintes transmitem as
administrações tributárias e aos órgãos fiscalizadores, empregando-se do certificado digital
para fins de assinatura dos documentos eletrônicos, garantindo assim a validade jurídica do
mesmo.
De forma geral, o processo de implantação do SPED nas empresas exigiu várias
adaptações, desde troca do sistema de informação gerencial a qualificação de mão-de-obra.
Segundo o entrevistado E3: “esse processo se deu com bastante dificuldade, devido a
adaptações de software principalmente, onde dependemos de outra plataforma para poder
fazer esse gerenciamento”.
As dificuldades encontradas no atendimento ao fisco ficam ressaltadas com a fala do
entrevistado E2, que diz: “já estamos a cinco anos trabalhando nesse projeto e ainda não
conseguimos implantar o SPED em decorrências das dificuldades encontradas”.
Por ser um processo novo, os entrevistados afirmaram que não havia mão-de-obra
22
disponível no mercado de trabalho, onde um dos gestores ressalta que teve que contratar mão-
de-obra especializada para se qualificar, e assim poder preparar os colaboradores que iriam
prestar serviço na sua empresa.
É relevante também ressaltar a necessidade do preparo dos gestores.
Tradicionalmente, a preocupação dos mesmos sempre esteve ligada a parte comercial,
financeira, e atendimento aos clientes. A gestão contábil, por ser geralmente terceirizada, não
tinha tanta importância dentro das rotinas das organizações. Com o SPED essa realidade
mudou. Como os gestores não estavam preparados para atender a demanda do fisco, houve a
necessidade de mudança na percepção do processo, conforme citado pelo entrevistado E1:
nós não estávamos preparados, na verdade, nós como proprietário, como
empreendedor, o nosso objetivo é compra, vender e ganhar dinheiro, não queremos
saber o que o governo quer, o porquê tem que ser assim, o empreendedor em si não
quer saber disso, então assim, não tínhamos preparação nenhuma para poder fazer, e
como a gente tem intenção de continuar no mercado de trabalho, continuar
competindo, tivemos que aprender não teve outra solução, é onde que a gente
aprende.
Durante a fase de adaptação e implantação os entrevistados afirmaram que nesse
processo, os mesmos tiveram auxilio e orientação tanto da equipe de contadores do escritório
terceirizado como também da equipe do sistema gerencial da empresa.
3.2 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O SETOR
O SPED é uma revolução que marca a etapa de transmissão das informações fiscais e
contábeis, em arquivos digitais (Duarte, 2009). A grande vantagem para o setor citada pelos
entrevistados, foi o controle das informações. O entrevistado E3 cita que: “esse projeto facilita
na geração e apuração dos impostos dentro da empresa”. O SPED trouxe ao setor uma nova
visão empresarial, onde a gestão é muito mais consciente e responsável, os gestores estão
muito mais atentos a todo processo contábil da empresa com o SPED.
Conforme cita Esperandío et al. (2012, p. 10), “o SPED irá contribuir para a redução
dos custos com armazenamento de documentos e também para minimizar os encargos com o
cumprimento das obrigações acessórias, além de possibilitar uma maior segurança”.
Já no que tange as vantagens para a empresa, os entrevistados analisaram que o
23
controle gerencial ficou mais eficiente a partir do SPED, onde as empresas estão a cada dia se
organizando mais. O entrevistado E3 analisa que: “vantagem, só na questão de atender ao
fisco, não apresenta nenhuma vantagem em relação ao aumento de faturamento”. O SPED é o
grande vetor das transformações gerenciais que esta revolucionando as rotinas das
organizações.
Segundo Souza (2013, p. 74), as dificuldades encontradas em torno do SPED se dão
tanto aos demasiados gastos na sua implantação com estudos, aperfeiçoamento dos sistemas e
adaptação para sua correta geração, como também a capacitação profissional para que as
informações sejam transmitidas de maneira corretas. Devido ao grande número de
informações fiscais e contábeis nas rotinas de trabalho, houve uma piora na agilidade, fazendo
com que o contribuinte entregue as informações sem a mesma agilidade ao fisco.
Esta afirmativa é confirmada pelos entrevistados, que citam o alto custo de
implantação e qualificação de mão de obra como desvantagens do SPED. Outro fator
importante que traz desvantagens para as empresas que estão inseridas neste projeto é que o
SPED ainda não alcança todas as empresas do setor, onde as empresas com tratamento
tributário diferenciado são beneficiadas neste sentido. Desta forma, em decorrência dos
elevados custos para a implantação do SPED, as empresas que fazem parte deste projeto
acabam tornando-se menos competitiva.
De forma geral, os empresários analisam que o SPED vai trazer algumas vantagens
para a sociedade no futuro, pois a partir do momento em que o projeto do SPED se tornar uma
obrigatoriedade para todas as empresas do setor, a grande vantagem apresentada será o fim da
concorrência desleal, pois todas terão basicamente os mesmos custos oriundos do projeto,
destacando-se as empresas que tiver maior capacidade gerencial.
3.3 MUDANÇAS OCASIONADAS PELA IMPLANTAÇÃO DO SPED.
A implantação do SPED mudou toda a rotina das empresas atingidas. O controle das
informações passou a ser diário, conforme cita o entrevistado E3: “em decorrências do SPED,
está sendo criado um setor de cadastro na minha empresa”. Reafirmando a preocupação com
os gargalos existentes as empresas estão cada vez mais empenhadas em se organizar.
24
No que se refere à facilidade de adaptação ao SPED, os entrevistados frisam que os
anos de maiores turbulências foram os de 2012 e 2013, e que em decorrência do excesso de
informação, como também a falta de conhecimento em torno do assunto, os mesmos tinham
muita dificuldade em torno do projeto, mas embora ainda não estejam com seus processos
todos adequados para o SPED atualmente os gestores já conseguem delimitar as falhas e as
soluções com mais agilidade que exige o projeto.
Em relação à transmissão das informações através do SPED, os entrevistados
afirmam que melhorou bastante a rotina de trabalho, em decorrência da verificação dos
processos nas empresas e ao realinhamento dentro das mesmas.
É relevante também ressaltar que as dificuldades encontradas pelas empresas não
ficaram restritas somente a mão-de-obra. Outro fator preocupante foi a adaptação dos sistemas
gerenciais utilizado pelas empresas ao layout padronizado da Receita Federal. Em alguns
casos as empresas tiveram que fazer um estudo de mercado para analisar a compra de outro
software para ser utilizado na empresa, para assim tentar atender as exigências impostas pelo
SPED. Em outros casos as empresas tiveram que fazer todo um realinhamento da sua
classificação fiscal e contábil, desta forma, observa-se os grandes transtornos sofridos pelas
empresas para enfim, se adaptar as regras de implantação do SPED. Diante das colocações
expostas, o entrevistado E3 menciona o seguinte:
encontramos várias dificuldades, estamos fazendo um realinhamento, podemos citar
como exemplo: Quando você começa uma casa do alicerce é diferente, você constrói
a sua casa pelo seu projeto, mas quando você reforma uma casa é muito mais
complicado do que você começar do alicerce, então numa reforma existem várias
situações que acaba tendo problemas, na questão de software é bem similar, estamos
tentando reformar, readaptar-se dentro do software que temos hoje, esta sendo uma
fase bem complicada, mas já teve períodos mais difíceis, mas agora em 2014
conseguimos chegar a um resultado mais positivo, hoje a nossa integração, nossa
apuração junto ao escritório de contabilidade, onde o mesmo utiliza outro software é
melhor, nós fazemos um comparativo com o deles e já estamos dentro de uma faixa
de erro bem menor.
Considerando que os avanços tecnológicos é base inevitável no processo do SPED,
as empresas entrevistas evidenciam que é difícil mensurar ainda quais foram as principais
mudanças que as mesmas estão passando, pois ainda se encontram em processo de adaptação,
mas afirmam que o SPED é um grande avanço, conforme cita o entrevistado E03:
o SPED é um grande avanço, acho que a questão de hoje você implantar um sistema
e você se organizar é muito importante, você trabalhar com uma empresa totalmente
25
organizada e o SPED te força a fazer isso, é muito mais rentável e lucrativo do que
ficar na informalidade, na questão informal do negócio. Então quando você tem o
seu negócio, um único negócio, uma única contabilidade, um único resultado, fica
muito mais fácil de você gerenciar essa questão.
Na maioria das empresas entrevistadas o processo de implantação do SPED exigiu
uma reestruturação por parte destas empresas no sistema gerencial, qualificação de pessoal e
do gestor, porém, este processo tem ocorrido de forma lenta devido ao grande volume de
alterações ocorridas no layout estabelecido pela Receita Federal do Brasil, mas por fim todos
concluem que a sistemática será vantajosa para o setor, pois se espera o ingresso de toda a
classe no projeto.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente artigo abordou sobre a implantação do Sistema Público de Escrituração
Digital – SPED, dentro das organizações que atuam no setor supermercadista no município de
Pimenta Bueno. O SPED é um recurso tecnológico que oficializa os arquivos digitais das
escriturações fiscal e contábil dos sistemas gerenciais dentro de um formato específico e
padronizado estabelecido pela Secretaria da Receita Federal do Brasil. Esse projeto surgiu no
objetivo de integrar a relação entre os fiscos federal, estadual e municipal, como também
racionalizar e padronizar as obrigações acessórias para os contribuintes, tornando mais rápida
a identificação de ilícitos tributários.
O setor supermercadista desempenha um importante papel na economia local.
Atualmente as empresas que atendem neste segmento tem procurado investir no município de
Pimenta Bueno, tendo a certeza de sucesso no exercício de suas atividades neste mercado,
sendo assim há ganhos para todas as partes envolvidas desde o empresário, que obtém lucros
com o maior volume de vendas, o município na arrecadação de impostos e na geração de
empregos, e o consumidor que tem encontrado mais opções para realizar suas compras, não
sendo mais preciso se deslocar parar outras cidades em buscar de atender suas necessidades
de consumo, com isso, pode-se observar de forma clara o processo de aquecimento da
economia local.
A pesquisa realizada possibilitou evidenciar e analisar as dificuldades dos gestores na
implantação do SPED nas rotinas das empresas, ressaltando as lacunas existentes em vários
26
processos gerenciais, desde mão-de-obra qualificada inexistente no mercado de trabalho,
adaptações de softwares e em alguns casos a troca do sistema gerencial, como também
evidenciou a conscientização dos empresários na necessidade de preparo para o atendimento
das obrigações impostas pelo fisco. Esses fatores ficaram explícitos quando um dos
entrevistados cita que o projeto é uma realidade que começou a ser implantado na empresa há
cinco anos atrás, portanto em decorrência dos problemas internos a empresa ainda não
consegue atender as obrigações que contemplam este projeto em sua totalidade.
Os gestores evidenciam que em relação ao SPED que os frutos serão colhidos no
futuro, que ainda não conseguem mensurar todo o projeto em si devido o fato de não estarem
totalmente adaptado a todas as operações, mas corroboram que futuramente o SPED será uma
realidade de todas as empresas, consequentemente as empresas terão que competir com a
mesma base de dados, tornando isso uma grande vantagem, pois vai diminuir a concorrência
desleal em todos os setores.
O SPED veem transformar as rotinas das empresas; a sistemática atual nas empresas
que estão obrigadas a atender ao projeto é muito mais complexa que a anterior. Hoje as
mesmas estão condicionadas a uma rotina mais regrada e correta, onde todas as informações
devem ser alimentadas de maneira correta na base de dados das empresas para atender ao
fisco, pois com o SPED as obrigações são compridas a partir da base de dados que as
empresas fornecem aos escritórios de contabilidade, ou seja, a fonte de informação gerencial
para o fisco foi alterada, anteriormente os escritórios eram os responsáveis pelas informações,
na sistemática atual as empresas ficaram com essa carga a ser comprida. A partir disso a
classe empresarial compreendeu mais afundo a importância de uma estruturação mais
elaborada e harmoniosa na gestão dos processos.
As principais limitações encontradas para confecção do artigo foram: dificuldade no
agendamento com os empresários a fim de se fazer as entrevistas; a falta de dados confiáveis
na pesquisa, pois como as empresas alcançadas pelo artigo ainda estão se adequando para
atender ao SPED, os entrevistados assim não tinham todos os dados disponíveis, e por fim
verificou-se a limitação existente em torno das empresas atingidas.
Como sugestão para trabalhos futuros, poderá se realizar nova pesquisa de campo
com uma amostragem mais abrangente ou também fazer uma verificação detalhada de como
27
se dá o funcionamento e o envio dos dados gerados pelo SPED para a base de dados do
governo, como também pode-se fazer outras pesquisas direcionadas a outros setores como:
atacadista, postos de combustíveis ou também com outro regime de enquadramento, como o
lucro presumido.
REFERÊNCIAS
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11 Out. 2014.
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uma análise sobre a visão dos contadores e técnicos em contabilidade dos escritórios do Setor
Comercial Sul do DF. BRASILIA. 2013. Disponível em:
<http://repositorio.uniceub.br/bitstream/235/3989/1/21036091.pdf> Acesso em: 14 Fev. 2014.
3 BRASIL. Secretaria da Receita Federal. SPED-Conheça o Sped: Apresentação.
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5 _______. Secretaria da Receita Federal. SPED-Projetos – NF-e-Ambiente Nacional.
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10 _______. Secretaria da Receita Federal. SPED – Projetos Conhecimento de
Transportes Eletrônico. Disponível em:
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11 _______. Secretaria da Receita Federal. SPED – Projetos Nota Fiscal de Serviços
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12 _______. Instrução Normativa nº 1.422, de 19 de dezembro de 2013. Disponível em:
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13 _______. Secretaria da Receita Federal. SPED – E-Social – Manual de Orientação.
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14 _______. Secretaria da Receita Federal. e-SOCIAL – Manual de Orientação do e-
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15 _______. Secretaria da Receita Federal. SPED – Conheça o Sped: Objetivos. Disponível
em: <http://www1.receita.fazenda.gov.br/sobre-o-projeto/objetivos.htm> Acesso em: 14 Fev.
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