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Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 89
Sistema visual magnocelular e dislexia : um
experimento de psicofisiologia
Maria Inez Ocanã De Luca - ABD – Associação Brasileira de Dislexia
Resumo: Dislexia é uma condição neurológica associada a déficits na aquisição e
processamento da linguagem. Variando em graus de gravidade, se manifesta por
dificuldades na linguagem receptiva e expressiva, incluindo processamento fonológico,
na leitura, escrita, ortografia, caligrafia, e por vezes em aritmética. Dislexia é uma
condição hereditária associada a diversas anormalidades neurológicas em áreas
corticais visuais e auditivas. Uma das mais influentes teorias para explicar os sintomas
disléxicos é a chamada hipótese magnocelular. Segundo esta hipótese, a dislexia
resulta de processamento de informações visuais anormais, devido principalmente a
disfunção no sistema magnocelular. Este trabalho explora esta hipótese comparando
quinze indivíduos com dislexia e quinze controles, com idades compreendidas entre os
18 e 30 anos através de dois testes visuais de atenção. Ambos os experimentos
avaliam tempo de reação a estímulos que apareciam na tela do computador, enquanto
os indivíduos permaneciam instalados, com a cabeça apoiada e com os olhos fixos
em um alvo central. O experimento I consistiu de estímulos brancos apresentados em
um fundo preto. No experimento II, a mesma metodologia foi utilizada, agora com
estímulos verdes sobre um fundo vermelho. Considerando todos os quadrantes,
disléxicos tiveram tempo de reação mais lento no experimento I, onde, segundo
material teórico, estes estímulos seriam processados pelo sistema visual magnocelular,
mas apresentaram tempos de reação semelhantes aos controles no experimento II,
onde a cor foi utilizada e, também segundo a teoria, os estímulos seriam processados
predominantemente pelo sistema visual parvocelular, inibindo o sistema visual
magnocelular. Os resultados obtidos são compatíveis com anormalidades no sistema
magnocelular entre disléxicos. As implicações destes achados para a fisiopatologia e
também para a intervenção na dislexia merecem mais discussão e estudos.
Palavras-chave: Dislexia; Sistema Visual Magnocelular; Atenção; Psicofisiologia.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 90
Análise cognitivo-linguística na avaliação de leitura
de escolares do 2º ao 5º ano do ensino fundamental público
Vera Lucia Orlandi Cunha; Cláudia da Silva; Maria Nobre Sampaio; Simone Aparecida Capellini
UNESP-Marília - Apoio: CAPES/CNPq
Resumo: Objetivo: Analisar o desempenho de escolares do 2º ao 5º ano do ensino
fundamental em provas de leitura segundo critérios cognitivo-linguísticos. Referencial
Teórico: A rapidez na identificação da palavra ocorre devido à formação do léxico
mental, no qual as palavras de alta frequência são reconhecidas visualmente, enquanto
que a identificação de palavras de baixa frequência depende de estratégias
fonológicas, na qual o leitor faz a associações de letras aos sons. Procedimentos
metodológicos: Participaram 120 escolares do 2º ao 5º ano do ensino municipal,
divididos em 4 grupos de 30 escolares de cada série. Os escolares foram submetidos
à aplicação de provas de habilidades de leitura de palavras reais e pseudopalavras do
Protocolo de avaliação das habilidades metalinguísticas e de leitura-PROHMELE.
Resultados e discussão: Houve diferença estatisticamente significante em palavras reais
e em pseudopalavras entre os níveis de escolaridade. Os escolares de todos os níveis
apresentaram médias superiores para os erros referente às tentativas de som mal
sucedidas seguido de falhas na aplicação de regras ortográficas na leitura de palavras
reais e pseudopalavras. Os resultados apresentados permitiram concluir que os
escolares apresentaram maior frequência de erros relacionados ao processamento da
informação fonológica e na utilização das regras ortográficas, sugerindo que estes
escolares apresentaram dificuldade na aplicação das regras ortográficas. A adoção de
critérios cognitivo-linguísticos na avaliação da leitura de palavras e pseudopalavras
fornece subsídio para a compreensão de como o escolar vem processando os
complexos princípios do sistema de escrita do português do Brasil, além de dar o
suporte necessário à compreensão das dificuldades específicas apresentadas pelos
escolares, orientando o profissional fonoaudiólogo em relação aos objetivos precisos
no seu atendimento.
Palavras-chave: Leitura; Avaliação; Aprendizagem; Linguística; Educação.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 91
Correlação entre habilidades de leitura em escolares do 2º
AO 5º ano com e sem dificuldade de aprendizagem
Vera Lucia Orlandi Cunha-UNESP-Marília; Cláudia da Silva-UNESP-Marília; Maria Nobre Sampaio-
UNESP-Marília; Simone Aparecida Capellini-UNESP-Marília; Apoio: CAPES/CNPq
Resumo:Objetivos: Verificar correlação entre tempo total de leitura (TTL), velocidade de
leitura (VL), precisão (PLI) e compreensão de leitura (CL) em escolares do 2º ao 5º
ano do ensino fundamental. Referencial Teórico: a leitura é uma atividade complexa,
composta por múltiplos processos interdependentes, dos quais os fundamentais seriam
o reconhecimento de palavras e a compreensão da mensagem escrita. Procedimentos
Metodológicos: Participaram 80 escolares divididos em 8 grupos, sendo GI a GIV
composto de 10 escolares sem dificuldades de aprendizagem e GV a GVIII com 10
escolares com dificuldades de aprendizagem. Os escolares leram um texto oralmente
para medir o tempo, a exatidão e a velocidade de leitura; a compreensão de leitura
foi avaliada por meio das respostas a perguntas abertas do texto lido. Resultados e
discussão: Houve diferença estatisticamente significativa entre VL e TTL em todos os
grupos. Somente em GVI houve diferença estatisticamente significativa entre VL e PLI.
Apenas o GVII apresentou diferença estatisticamente significativa entre CL e TTL, PLI e
VL. A correlação entre tempo e velocidade de leitura, sugeriu que escolares com
melhores habilidades de leitura de palavras foram os que leram o texto com maior
velocidade. Esse dado indica que o acesso preciso e rápido ao léxico mental
influencia no tempo gasto na leitura de um texto. Para o GVI houve correlação entre
VL e PLI, indicando que quanto mais precisa é a leitura de palavras, menor é o tempo
gasto para ler um texto, sugerindo uma relação entre precisão na leitura de palavras
isoladas e velocidade de leitura textual. Apenas no GVII (3º ano com dificuldade de
aprendizagem) o tempo, a velocidade e a exatidão da habilidade de reconhecimento
de palavras correlacionaram-se significativamente com habilidade de compreensão de
leitura textual, indicando que a leitura automatizada de palavras foi um importante
fator na leitura com compreensão.
Palavras-chave: aprendizagem; avaliação; leitura
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 92
Instrumentalização pedagógica para a identificação precoce
de escolares com risco de dislexia
Olga Valéria C. A. Andrade: Paulo Sérgio Teixeira do Prado; Simone Aparecida Capellini:
Faculdade de Filosofia e Ciências- FFC/UNESP- Marília- SP
Resumo: Introdução: Grande parte dos escolares do ensino fundamental têm sido
conduzidos a serviços especializados com queixa de dificuldades de aprendizagem sem
apresentar qualquer distúrbio, indicando uma lacuna no conhecimento científico sobre
distúrbios de aprendizagem por parte dos responsáveis por tais encaminhamentos e
ausência de critérios bem definidos para a adoção dessa medida. Objetivos: Visando
auxiliar os educadores na identificação mais segura de escolares com provável risco
de transtornos da leitura e escrita, este estudo testou uma série de atividades
pedagógicas coletivas para salas de aula, baseadas nas tarefas linguísticas do
protocolo de Capellini e Smythe (2008) e denominadas de Ferramentas Alternativs do
Educador (FAE). Método: As FAE consistem na de rimas e aliterações entre figuras a
partir da nomeação silenciosa. Foram testados 45 escolares de ambos os gêneros,
todos no início do processo de alfabetização, com idade média de 7 anos e 4 meses.
Resultados: As tarefas fonológicas e metafonológicas do protocolo Capellini e Smythe
(2008) se correlacionaram fortemente com o desempenho na leitura e escrita
consistentemente com a noção de que dificuldades na consciência fonêmica,
nomeação rápida e memória verbal de curto prazo constituem-se na principal causa
subjacente aos distúrbios de leitura e escrita. Boa parte das tarefas FAE apresentou
correlações estatisticamente significantes com as tarefas metalinguísticas e de leitura-
escrita do protocolo citado. Conclusão: Escolares em risco de dislexia podem ser
eficazmente identificados por meio de ferramentas pedagógicas cientificamente
desenvolvidas, testadas e adaptadas para a realidade educacional brasileira, um
promissor campo de pesquisa que ajudará a evitar a “síndrome do encaminhamento”
bem como indicar as tendências teórico-empíricas mais adequadas para orientar nossa
educação.
Palavras-chave: Processamento fonológico; Dislexia; Rastreamento
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 93
A música como ferramenta diagnóstica na identificação
precoce de escolares com risco de dislexia
Paulo Estêvão Andrade: Colégio Criativo - Marília- SP; Jennifer Zuk: Harvard Graduate School of
Education, Cambridge – USA; Olga Valéria Campana dos Anjos Andrade: Faculdade de Filosofia e
Ciências-- Marília- SP ; Martin Gardiner: Center for the Study of Human Development, Brown
University – Providence- USA; Nadine Gaab: Harvard Medical School, Children’s Hospital Boston;
Developmental Medicine Center; Laboratories of Cognitive Neuroscience, Boston, USA
Resumo: Introdução: Muitos estudos têm mostrado uma relação positiva entre o
treinamento musical e a habilidade de leitura. Além disso, demonstrou-se uma relação
positiva entre o grau de treinamento musical em crianças e precursores do
desenvolvimento da leitura-escrita, especificamente o processamento fonológico e
habilidades iniciais de leitura. Objetivos: Este estudo investigou a relação entre o
desempenho em uma nova tarefa musical e uma variedade de avaliações cognitivo-
linguísticas em quarenta e três escolares falantes do Português de uma escola
brasileira de ensino fundamental. Enquanto estudos prévios que investigaram esta
relação apresentaram como estímulos musicais tons individuais ou acordes gravados
em softwares, a tarefa musical aqui implementada preserva uma experiência musical
autêntica através de uma apresentação ao vivo usando o violão. Método: A tarefa
musical envolve a discriminação entre dois sons, um no registro agudo e outro no
registro grave do violão. Pediu-se aos escolares codificarem as sequências de quatro
sons no violão usando uma resposta chave para identificar o “som mais grosso” e o
“som mais fino. Nós hipotetizamos uma relação significante entre a tarefa musical e
as tarefas que mensuram os precursores da leitura e da habilidade de leitura.
Resultados: Encontramos uma forte relação entre o desempenho na tarefa musical e
uma série de variáveis linguísticas, especificamente tarefas envolvendo o
processamento fonológico. Adicionalmente, várias crianças (n=22) registaram respostas
para mais do que quatro sons na tarefa musical, o que foi classificado como
Reverberação. Ao dividir-se a amostra em dois grupos, aqueles com ocorrências de
Reverberação e aqueles sem Reverberação, todas as relações significantes entre a
tarefa musical e as medidas linguísticas puderam ser explicadas pela Reverberação.
Conclusão: Estes achados produzem implicações para o uso de rastreamentos
baseados na música como uma ferramenta diagnóstica para a identificação de
dificuldades de aquisição de leitura.
Palavras-chave: música; processamento fonológico; dislexia; rastreamento
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 94
Desempenho de escolares com dislexia e TDAH na avaliação
dos processos de leitura – PROLEC
Adriana Marques de Oliveira, Fonoaudióloga, Pós-graduanda² (Mestrado) em Educação do
Programa de Pós Graduação¹ -Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico - CNPq; Monique Herrera Cardoso, Fonoaudióloga do Laboratório de Investigação
dos Desvios da Aprendizagem do Departamento de Fonoaudiologia¹ ³; Fábio Henrique Pinheiro.
Mestre em Educação. Doutorando do Programa de Pós Graduação¹ ³ -Bolsita da Coordenação
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES; Giseli Donadon Germano.
Fonoaudióloga. Doutora em Educação pela Faculdade de Filosofia e Ciências¹; Simone Aparecida
Capellini, Fonoaudióloga. Livre – Docente em Linguagem Escrita. Docente do Departamento de
Fonoaudiologia e Programa de Pós-Graduação² - 1-UNESP – Marilia (SP), Brasil. 2 Educação da
Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista. 3 em Educação da
Faculdade de Filosofia e Ciências
Resumo:O desenvolvimento da leitura requer a organização dinâmica de várias
habilidades. A relação entre linguagem, atenção, identificação de palavras, vocabulário,
compreensão, fonologia e fluência, entre outras habilidades, tem demonstrado forte
impacto no desenvolvimento da leitura. Este estudo teve por objetivo caracterizar e
comparar o desempenho de escolares com diagnóstico interdisciplinar de dislexia e
TDAH com escolares com bom desempenho acadêmico nos processos de leitura.
Participaram 60 escolares na faixa etária de oito anos e dois meses a dez anos e
onze meses de idade, de ambos os gêneros, de 2ª a 4ª série do ensino fundamental
da cidade de Marília – SP, divididos em: GI - 20 escolares com diagnóstico
interdisciplinar de dislexia; GII - 20 escolares com diagnóstico interdisciplinar de TDAH
e GIII: 20 escolares com bom desempenho acadêmico. Os escolares foram submetidos
à aplicação das provas de Avaliação dos Processos de Leitura – PROLEC, composto
por quatro processos: identificação de letras, léxico, sintático e semântico. Os
resultados evidenciaram que os escolares do GIII apresentaram desempenho superior
em relação ao GI e GII. Os escolares do GI e GII apresentaram diferença
estatisticamente significante apenas nas provas de leitura de palavras não freqüentes e
leitura de não palavras do processo léxico, com desempenho semelhante nas demais
provas. A dificuldade apresentada pelo GI e GII nas provas do PROLEC pode ser
justificada pela dificuldade de codificação e decodificação de símbolos. Nos escolares
com TDAH essa alteração se deve ao comprometimento da interação entre o
processamento visual, lingüístico, atencional e auditivo e nos escolares com dislexia é
em decorrência de falha no processo de mediação fonológica, que depende da
utilização do conhecimento das regras de conversão grafema-fonema para a
construção da leitura da palavra. Essas alterações comprometem a realização da
leitura e a compreensão do material lido.
Palavras-Chaves: Avaliação. Leitura. Dislexia. TDAH
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 95
Desempenho de escolares com dislexia e distúrbio de
aprendizagem na avaliação dos processos de leitura –
PROLEC
Adriana Marques de Oliveira, Fonoaudióloga, Pós-graduanda (Mestrado) em Educação do
Programa de Pós Graduação em Educação² -Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico – CNPq¹ ; Monique Herrera Cardoso, Fonoaudióloga do Laboratório de
Investigação dos Desvios da Aprendizagem do Departamento de Fonoaudiologia da¹ ²; Fábio
Henrique Pinheiro. Mestre em Educação. Doutorando do Programa de Pós Graduação em
Educação¹ ²; Bolsita da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES;
Giseli Donadon Germano. Fonoaudióloga. Doutora em educação¹ ²; Simone Aparecida Capellini,
Fonoaudióloga. Livre – Docente em Linguagem Escrita. Docente do Departamento de
Fonoaudiologia e Programa de Pós-Graduação em Educação¹ ² 1- UNESP – Marilia
(SP), Brasil. 2- Faculdade de Filosofia e Ciências
Resumo: Este estudo teve por objetivo caracterizar e comparar o desempenho de
escolares com diagnósticos de dislexia e distúrbio de aprendizagem com escolares
com bom desempenho acadêmico nos processos de leitura. Participaram 60 escolares
na faixa etária de oito anos e dois meses a dez anos e onze meses de idade, ambos
os gêneros, de 2ª a 4ª série do ensino fundamental da cidade de Marília–SP, divididos
em: GI: 20 escolares com diagnóstico interdisciplinar de dislexia; GII: 20 escolares com
diagnóstico interdisciplinar de distúrbio de aprendizagem e GIII: 20 escolares com bom
desempenho acadêmico. Os escolares foram submetidos à aplicação da avaliação dos
processos de leitura - PROLEC, composto por quatro processos: identificação de letras,
léxico, sintático e semântico. Os resultados evidenciaram que os escolares do GIII
apresentaram desempenho superior nas provas do PROLEC em relação aos escolares
do GI e GII. Os escolares do GI apresentaram dificuldade na realização das provas dos
processos léxico, sintático e semântico, enquanto os escolares do GII apresentaram
desempenho inferior nas provas dos processos de identificação de letras, léxico,
sintático e semântico. Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes nas
provas: sinais de pontuação (processo sintático) e compreensão de orações e textos
(processo semântico), nas quais foi evidenciado desempenho inferior do GII em relação
aos escolares do GI. Quanto à classificação dos resultados, o GI apresentou maioria
dos escolares com desempenho normal no processo de identificação de letras e
dificuldade grande no processo léxico, apresentando dificuldades nas tarefas que
exigem o uso das habilidades fonológicas comprometendo os demais processos; o GII
apresentou dificuldade grande em todos os processos em decorrência da habilidade
de identificação visual alterada que interfere, juntamente com as alterações nas
demais habilidades, no processo de aprendizagem.
Palavras-chave: Avaliação. Leitura. Dislexia. Transtornos de Aprendizagem.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 96
Comparação do desempenho de escolares de ensino
particular e público em provas ortográficas
Andrea Oliveira Batista¹ ; Simone Aparecida Capellini¹ – 1 Faculdade de Filosofia e Ciências da
Universidade Estadual Paulista
Resumo: A verificação do desempenho ortográfico nos diferentes estágios da
escolaridade, nas distintas redes de ensino, pode trazer informações do processo
ensino-aprendizagem e, conforme a literatura as pesquisas direcionadas para esta
comparação ainda são modestas, normalmente, com resultados apontando uma
superioridade para o ensino particular. Sendo assim, este estudo teve como objetivo
comparar o desempenho de escolares de ensino particular e público em provas
ortográficas. Para a realização deste estudo foram elaboradas provas específicas, com
base nas regras de codificação de Scliar-Cabral (2003), seguindo os princípios
alfabéticos da língua portuguesa do Brasil. Foram avaliados 240 escolares do 2º ao 5º
ano, 120 de uma instituição particular e 120 de uma instituição pública, da cidade de
Londrina/PR, sendo 60 escolares de cada ano divididos em oito grupos,
respectivamente GI, GII, GIII, GIV, GV, GVI, GVII e GVIII. As provas elaboradas e aplicadas
foram divididas em versão coletiva: escrita das letras do alfabeto, ditado randomizado
das letras do alfabeto, ditado de palavras, ditado de pseudopalavras, ditado com
figuras e escrita temática induzida por figura e, em versão individual: ditado de frases,
erro proposital, ditado soletrado e memória lexical ortográfica. Os resultados foram
analisados estatisticamente revelando que escolares de ensino particular e público,
apresentam o desempenho ortográfico semelhante e próximo em todas as provas da
versão coletiva e individual, com vantagem evidente para a escola particular somente na
prova de ditado de palavras. Além disso, houve o aumento da média de acertos em
todas as provas das versões coletiva e individual com o aumento da seriação escolar.
Palavras-Chave: Avaliação. Aprendizagem. Escolaridade. Escrita Manual.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 97
Classificação dos erros ortográficos de escolares
de ensino público e particular
Andrea Oliveira Batista¹; Simone Aparecida Capellini¹ 1 Faculdade de Filosofia e Ciências da
Universidade Estadual Paulista
Resumo: A verificação do conhecimento ortográfico nos diferentes estágios da
escolaridade pode trazer informações importantes acerca do processo ensino-
aprendizagem e, conforme mostra a literatura as pesquisas direcionadas para a
aquisição e o desenvolvimento ortográfico ainda são modestas. Com isto, este estudo
teve como objetivo a classificação dos erros ortográficos de escolares de ensino
público e particular segundo a semiologia dos erros. Foram avaliados 240 escolares
do 2º ao 5º ano, sendo 120 de uma instituição de ensino particular e 120 de uma
instituição de ensino pública, da cidade de Londrina/PR, sendo 60 escolares de cada
ano divididos em oito grupos, respectivamente GI, GII, GIII, GIV, GV, GVI, GVII e GVIII. As
provas do protocolo Pró-Ortografia que foram aplicadas na versão coletiva foram o
ditado de palavras, o ditado de pseudopalavras, o ditado com figuras e a escrita
temática induzida por figura e na versão individual o ditado de frases. Os resultados
foram analisados por meio de análise estatística, revelando a ocorrência em maior
frequência de erros de Ortografia Natural (correspondência fonema-grafema unívoca,
omissão e adição de segmentos, alteração da ordem dos segmentos, junção e
separação indevida de palavras) em detrimento dos erros de Ortografia Arbitrária
(correspondência fonema-grafema dependente do contexto, correspondência fonema-
grafema independente de regras, ausência ou presença inadequada de acentuação),
com diminuição do número de erros com o aumento da seriação escolar. Estes
resultados sugerem que são necessárias novas metodologias de ensino que
considerem a ortografia como um objeto de estudo, promovendo a reflexão pelos
escolares em sala de aula.
Palavras-Chave: Avaliação. Aprendizagem. Escolaridade. Escrita Manual.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 98
Perfil das crianças diagnosticadas pelo centro de referência
em dislexia e distúrbios de aprendizagem
Autores: Priscila Caetano¹; Renata Mousinho ¹; Edilene Argollo – CPII; Luciana Mendes¹ 1-
ELO/UFRJ
Resumo: Hoje no Brasil há uma grande dificuldade na obtenção do diagnóstico e na
atuação em nível primário dos distúrbios de aprendizagem, principalmente dislexia.
Aumentar a produção do conhecimento científico através de um perfil permite a
obtenção dados que poderão auxiliar na criação de ações prevenção e diagnóstico
mais efetivas e na capacitação dos professores com relação aos transtornos.
Metodologia: Com objetivo de montar esse perfil, foram analisados os dados obtidos
pela equipe ELO nas anamneses das 50 crianças assistidas pelo Centro de
Referência em Dislexia e Distúrbios de Aprendizagem da Graduação em Fonoaudiologia
da Faculdade de Medicina da UFRJ entre agosto e dezembro de 2010, em parceria
com o Colégio Pedro II. Resultados: São oferecidas vagas para crianças entre 6 e 14
anos, todavia as maiores demandas foram entre 8 e 11 anos (14,2% e 22,4%,
respectivamente), sendo 42% são da escola municipal, 71,4% são do sexo masculino;.
67,3% foram encaminhados pela escola, 26,5% pelos profissionais especializados, 4,1%
pela família. Delas, 55% moram na área programática 2.1 do Município do Rio de
Janeiro, enquanto 45% estão distribuídos pelas outras áreas. Discussão: Ao analisar os
dados conclui-se que: a procura de uma faixa etária elevada reflete a necessidade de
um trabalho mais efetivo de sensibilização e prevenção, principalmente no ambiente
escolar (que é o que mais encaminha) para que o diagnóstico seja feito
precocemente. A presença de crianças oriundas de todas as áreas programáticas do
Município do Rio de Janeiro e o alto índice da demanda oriunda da escola municipal
refletem a necessidade de mais pólos de assistência ao disléxico (com respeito ao
principio de regionalização). Esse conhecimento da população assistida permite um
maior sucesso na elaboração das atividades, e consequentemente aumenta a
possibilidade de êxito na atuação dos três níveis de atenção propostos pelo SUS.
Palavras chave: diagnóstico; perfil; prevenção.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 99
Manifestações motoras, sensoriais e perceptivas no quadro do
transtorno do déficit de atenção e hiperatividade
Paola Matiko Martins Okuda (Terapeuta Ocupacional do Ambulatório de Neurologia Infantil –
Desvios da aprendizagem do Hospital das Clínicas- HC/FM/UNESP - Botucatu e do Laboratório
de Investigação dos Desvios da Aprendizagem¹); Fábio Henrique Pinheiro (Mestre e doutorando
do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências da
Universidade Estadual Paulista); Simone Aparecida Capellini (Livre Docente do Departamento de
Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e
Ciências da Universidade Estadual Paulista¹) 1-FFC-UNESP, Marília-SP)
Resumo: O objetivo deste estudo foi caracterizar e comparar as funções motoras fina,
sensorial e perceptiva de escolares com Transtorno do Déficit de Atenção com
Hiperatividade com escolares com bom desempenho acadêmico. Participaram deste
estudo 22 escolares do ensino fundamental de escolas públicas do município de
Marília-SP, com nível socioeconômico médio, do gênero masculino, na faixa etária
entre 6 anos e 3 meses e 11 anos de idade, distribuídos em dois grupos: GI: 11
escolares com diagnóstico interdisciplinar de Transtorno do Déficit de Atenção com
Hiperatividade e GII: 11 escolares com bom desempenho acadêmico em dois bimestres
seguidos, com nota maior que cinco em português e matemática, pareados com o GI
em idade, escolaridade e gênero. Após a assinatura do termo de consentimento pelos
pais ou responsáveis, os escolares de ambos os grupos foram submetidos à aplicação
do Protocolo de Avaliação da Função Motora Fina, Sensorial e Perceptiva e da Escala
de Disgrafia. Os resultados evidenciaram diferença estatisticamente significante no
desempenho das tarefas de função motora fina, função sensorial e função perceptiva
(p < 0,001) entre o GI e o GII, demonstrando que o desempenho do GI foi inferior ao
do GII. Esses achados indicam que todos os escolares do GI apresentaram alterações
motoras significativas em atividades que exigem destreza e coordenação motora, o
que tem impacto direto sobre a aquisição das habilidades motoras necessárias para a
escrita. Assim, essas alterações podem influenciar significativamente o desempenho
acadêmico dos escolares com TDAH, sendo, portanto, necessária atenção por parte
dos profissionais da educação e áreas correlatas, às funções alteradas, a fim de
minimizar seus efeitos negativos na vida acadêmica e social destes escolares.
Palavras-chave: Disgrafia, Transtorno do déficit da atenção com hiperatividade,
Habilidade motora fina, Aprendizagem, Escrita Manual.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 100
Investigação das habilidades de memória e nomeação rápida
em escolares com e sem queixa de dificuldade
de aprendizagem
Marta Castilho Pereira¹; Cintia Roberta Dias Bicalho¹; Vanessa Ferreira Mariz¹–; Luciana
Mendonça Alves¹ – LETRA-HC-UFMG 1-Metodista de Minas
Resumo: Objetivos: o estudo objetivou averiguar a memória visual e nomeação rápida
em escolares com e sem queixas de aprendizagem de uma escola pública de Belo
Horizonte, correlacionando o desempenho entre os gêneros, idade e escolaridade.
Métodos: a amostra foi composta por 107 escolares dos gêneros masculino e
feminino, com faixa etária entre 05 a 12 anos, matriculados entre o 1º ao 5º ano do
ensino fundamental. Os alunos foram divididos em escolares com e sem queixa de
dificuldade de aprendizagem, por idade e por escolaridade. Foram aplicados os testes
de Memória Visual e Nomeação Rápida, que avaliam respectivamente a capacidade de
relembrar um conhecimento recém adquirido e o tempo gasto para nomear uma série
de estímulos visuais familiares: objetos e dígitos. Resultados: 82 alunos da amostra
não apresentavam dificuldade de aprendizagem e 25 apresentavam. O desempenho
dos estudantes nas tarefas de memória visual e nomeação rápida melhorou com o
aumento da idade e escolaridade. Averiguou-se que o desempenho em ambas as
tarefas dos alunos sem queixa de dificuldade escolar é melhor dos que os dos alunos
com queixa. A análise revelou um resultado estatisticamente significativo, visto q o que
o valor de P no teste de memória visual foi 0,001 e no teste de nomeação rápida foi
de 0,000. O número de meninas com dificuldade de aprendizagem revelou-se inferior
ao dos meninos, sendo a porcentagem de meninas com queixas 3,74% e a de
meninos 18,69%. Conclusão: a análise sugere que alterações nos processos de
memória visual e nomeação rápida constituem um indicador de dificuldade de
aprendizagem, demonstrando a importância de investimento em pesquisas que
favoreçam a compreensão da relação destas habilidades, com a leitura e escrita,
favorecendo um maior entendimento sobre a influência destas habilidades na
aprendizagem escolar.
Palavras chaves: Aprendizagem, Criança, Leitura, Memória de Curto Prazo.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 101
Caracterização do desempenho de estratégias realizadas em
tarefas de compreensão leitora em crianças com dislexia do
desenvolvimento
Andréa Carla Machado – UFSCar – Universidade Federal de São Carlos – SP.; Dra. Simone
Aparecida Capellini – UNESP - Universidade Estadual Paulista – SP.
Resumo: A compreensão da leitura depende da ativação de relevantes conhecimentos
que estão fortemente relacionados com habilidades lingüísticas, habilidades de
memória, capacidade de realizar inferências e da experiência do indivíduo, os quais
são defasados em indivíduos com dislexia do desenvolvimento. Objetivo: caracterizar
do desempenho na leitura de textos por crianças com dislexia do desenvolvimento.
Método: Participaram deste estudo seis crianças com dislexia do desenvolvimento de
ambos os gêneros de 3º ao 7º ano de escolas públicas de uma cidade do interior do
Estado de São Paulo, com idades de 8 a 13 anos em tarefas de compreensão de
leitura: textos de perguntas e respostas e reconto de histórias. Os dados foram
coletados no CEES – Centro de Estudos de Educação e Saúde da UNESP – campus de
Marília- SP, onde os participantes foram diagnosticados por uma equipe interdisciplinar
O diagnóstico de dislexia do desenvolvimento dessas crianças foi realizado por equipe
ao apresentarem durante a avaliação multidisciplinar dificuldades significativas na
aquisição da leitura, escrita, compreensão, apresentando, dessa forma, desempenho
substancialmente abaixo do esperado para a idade e escolaridade Resultados: os
resultados foram analisados de forma descritiva, os quais evidenciaram que as
crianças com dislexia do desenvolvimento apresentaram alterações em relação à:
reconhecimento de palavras, tipo de abordagem da palavra, previsão lingüística,
velocidade, entonação ocasionando dificuldades globais na compreensão devido a
defasagem na memória que parece estar intervindo no entendimento impedido que as
informações se processem, comprometendo também as inferências, reduzindo a
habilidade de compreensão. Conclusão: crianças com queixas escolares devem ter a
oportunidade de participar de avaliações específicas referentes às tarefas de leitura de
textos, pois investigações futuras, com amostras maiores podem ajudar a desenhar
uma visão mais completa na compreensão de textos para crianças com dislexia do
desenvolvimento.
Palavras-chave: dislexia, compreensão, leitura, estratégias, textos.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 102
Dislexia: o coordenador pedagógico e a inclusão de disléxicos
no ensino regular fundamental 1º ao 5º ano
Lia Silva de Almeida- Faculdade Michelangelo – Brasília, DF; Alexandra Cristina Caetano
Mídia_Lab - UnB
Resumo: Este trabalho trata da inclusão dos alunos disléxicos no ensino fundamental
regular e mais especificamente da contribuição do coordenador pedagógico neste
processo. Tem como objetivo geral: Investigar as atividades do professor e do
coordenador frente à dificuldade de aprendizagem, abordando vários aspectos
relacionados com a dislexia frente a inclusão destes alunos no contexto do ensino
regular fundamental. Está norteada pelo questionamento: Qual a contribuição do
Coordenador Pedagógico no processo de inclusão dos alunos disléxicos no ensino
fundamental regular? O ponto de partida para esta investigação foi a leitura de
produções teóricas na área de dislexia como Frank (2003), Davis (2004), Massi
(2007), Constituição Federal - CF, de 1988, Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (1996), Diretrizes nacionais para a Educação Especial (2001), Mantoan (2006),
Almeida e Placco (2005). Durante o trabalho são abordados aspectos conceituais da
dislexia, realizando um mapeamento de estudos antes realizados e traçando uma
ponte entre estes estudos e a contribuição do Coordenador Pedagógico no ensino
fundamental regular de 1º ao 5º ano, dando suporte a educação continuada dos
professores. Discorre-se, desta forma, sobre as principais questões diagnosticadas nos
aspectos da mediação pedagógica foram: formação docente, afetividade, inclusão do
aluno disléxico, relação professor-aluno, Coordenador-professor, comunicação,
diagnóstico adequado e motivação. O presente artigo aponta que é na escola que a
dislexia aparece e é inicialmente diagnosticada, que sempre houve disléxicos na
escola. Aponta ainda para a importância do processo de inclusão e do papel do
Coordenador Pedagógico, auxiliando o professor, para que este possa melhor atender
a todos os seus alunos.
Palavras–chave: Professor, dislexia, educação, Coordenador, inclusão.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 103
Estudo investigativo sobre o conhecimento da dislexia em
educadores da rede pública e privada dos municípios
de Belo Horizonte e de Nova Lima Letícia Viana Pereira – CEFAC BH, UFMG, FM; Profa. Dra. PhD Luciana Mendonça Alves – CUMIH,
UFMG, FALE; Marina Gabriela Simões – CEFAC – BH; Ms. Cláudia Machado Siqueira – UFMG, FM
Resumo: Objetivo: investigar o conhecimento prático-teórico sobre a dislexia em
educadores das redes pública e privada dos Municípios de Belo Horizonte e de Nova
Lima. Busca-se agregar valores à literatura a partir da investigação da realidade dos
municípios estudados. Métodos: foi realizada uma pesquisa quantitativa de corte
transversal descritiva, com uma amostra de 103 professores vinculados a 14
instituições das redes pública e privada dos municípios escolhidos. A informação foi
coletada no período de maio a setembro de 2009, por meio da aplicação de um
questionário individual fechado, com o objetivo de obter informações sobre o conceito
da dislexia. Resultados/discussão: Quanto à definição e classificação da dislexia,
obteve-se uma proporção de 50% de acertos dos professores, contrariando alguns
resultados da literatura. Encontrou-se ainda que 98% dos pesquisados identificaram os
principais fatores causais da dislexia, e não o relacionaram com limitações
socioculturais, demonstrando que está havendo uma diferenciação na escola
permitindo uma intervenção mais apropriada. No tocante as principais características
de uma criança disléxica, grande parcela dos entrevistados identificaram essas
características. Foi feita a correlação entre o fato dos professores terem cursado
alguma disciplina na sua formação profissional com as outras variáveis do estudo.
Com os resultados concluiu-se que, embora eles não tenham cursado alguma
disciplina na graduação com tema, eles adquiriram um conhecimento sobre a dislexia.
Conclusão: os educadores das redes pública e privada dos Municípios selecionados
possuem algum conhecimento formativo sobre o tema da dislexia,não obstante,buscam
frequentemente aprimorar esses conhecimentos,por meio de fontes diversificadas de
informações.Estes resultados reforçam a necessidade da continuidade dos programas
de orientações nas escolas,incentivos a formação continuada de professores e a
divulgação de pesquisas sobre a dislexia no meio educacional.
Palavras Chave: Dislexia, educação, conhecimento, linguagem, leitura
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 104
Dificuldades de leitura no transtorno do déficit de
atenção e hiperatividade (TDAH)
Guiomar Albuquerque¹; Marcus Maia¹; Aniela Improta França¹; 1- Universidade Federal do Rio de
Janeiro
Resumo: Este trabalho é parte da tese de doutoramento da primeira autora na qual
foi estudado um grupo de crianças e adolescentes com diagnóstico de Transtorno do
Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) comparativamente a um grupo controle da
mesma faixa etária, de escolaridade e sociocultural. Sabe-se que indivíduos com TDAH
apresentam mais chances de terem problemas acadêmicos do que indivíduos que não
tem TDAH, além da alta incidência de outros transtornos em comorbidade, sobretudo
a Dislexia, que comprometem ainda mais seu rendimento acadêmico. De acordo com
este tipo de dado decidimos investigar o processamento da leitura desta população.
Portanto, ao longo deste trabalho investiga-se, através da avaliação online do
processamento da leitura de palavras e frases nos portadores de TDAH, a existência
de dificuldades subclínicas em algum módulo linguístico ou na sua interface com a
memória operacional. Objetivo: Caracterizar o processamento da leitura de crianças e
adolescentes portadores de TDAH. Métodos: Os participantes realizaram cinco
experimentos a fim de verificar as semelhanças e diferenças no desempenho entre os
grupos. A amostra foi constituída de voluntários do ensino fundamental e médio do
Colégio de Aplicação (CAp/UFRJ). Resultados: Os resultados dos cinco testes
apontaram diferenças no processamento da leitura dos portadores de TDAH
estudados, comparativamente ao grupo controle. Conclusão: O trabalho demonstra que
a afirmação da literatura de que os portadores de TDAH não possuem problemas
intrínsecos de leitura não parece adequada, pois observamos que os portadores de
TDAH apresentam falhas na velocidade do reconhecimento de palavras (isoladas e em
frases) e no processamento da correferência intersentencial, revelando características
subclínicas do processamento da leitura. Os resultados foram encontrados em todos
os experimentos aplicados, com metodologias diferentes entre si, o que confere mais
robustez aos achados. Mostramos, também, que os portadores de TDAH apresentam
interferência de falhas da memória operacional no processamento linguístico.
Palavras-chave: Leitura, TDAH, processamento linguístico.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 105
Caracterização do desempenho de escolares com distúrbio de
aprendizagem no teste de desempenho cognitivo-linguístico
Cláudia da Silva (Mestre e doutoranda em Educação ¹); Maria Nobre Sampaio (Mestranda do
Programa de Pós¹); Fábio Henrique Pinheiro (Mestre e doutorando em educação)¹; Giseli
Donadon Germano (Doutora em educação¹); Vera Lúcia Orlandi Cunha (Mestre e doutoranda¹),;
Simone Aparecida Capellini (Docente do Departamento de Fonoaudiologia e do Programa de
Pós-Graduação em Educação¹) 1 Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual
Paulista, FFC/UNESP-Marília, SP)
Resumo: Este estudo teve como objetivo caracterizar e comparar o desempenho
cognitivo-linguístico de escolares com distúrbio de aprendizagem e com escolares sem
dificuldade de aprendizagem. Participaram deste estudo 40 escolares, de 2ª a 4ª
séries do Ensino Fundamental municipal da cidade de Marília-SP, divididos em GI:
composto por 20 escolares sem dificuldade de aprendizagem e GII: composto por 20
escolares com distúrbio de aprendizagem. Como procedimento foi utilizado o Teste de
Desempenho Cognitivo-Linguístico, na versão coletiva e individual, sendo a versão
coletiva composta pelos subtestes de reconhecimento do alfabeto em seqüência, cópia
de formas, ditado e memória de curta duração, e a versão individual composta pelos
subtestes de leitura de palavras, leitura de não-palavras, consciência fonológica,
processamento auditivo, processamento visual e velocidade de processamento. Os
resultados foram analisados estatisticamente utilizando o programa SPSS (Statistical
Package for Social Sciences), em sua versão 17.0, e evidenciaram diferença
estatisticamente significante, sugerindo desempenho superior do GI em relação ao GII
nas habilidades de leitura, escrita, processamento auditivo, processamento visual e
velocidade de processamento. Não ocorreu diferença estatisticamente significante na
habilidade de consciência fonológica do Teste de Desempenho Cognitivo- Linguístico
entre os grupos. Desta forma foi possível concluir que o desempenho cognitivo-
linguístico de escolares com distúrbio de aprendizagem nas habilidades de leitura,
escrita, processamento auditivo, processamento visual e velocidade de processamento,
apresentam-se alterados, apontando para uma limitação no desempenho lingüístico
desses escolares em comparação com os escolares sem dificuldade de aprendizagem.
No que se refere à habilidade de consciência fonológica, os escolares com distúrbio
de aprendizagem apresentaram dificuldades semelhantes ao grupo de escolares sem
dificuldade de aprendizagem, o que sugere que essa dificuldade não seja específica de
escolares com distúrbio de aprendizagem.
Palavras - chave: Aprendizagem; avaliação; leitura
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 106
Correlação entre as variáveis: tempo, erro, velocidade
e compreensão de leitura em escolares com distúrbio
de aprendizagem
Cláudia da Silva (Mestre e doutoranda¹); Maria Nobre Sampaio (Mestranda¹),; Fábio Henrique
Pinheiro (Mestre e doutorando¹) ;Giseli Donadon Germano (Doutora¹); Vera Lúcia Orlandi Cunha
(Mestre e doutoranda¹),; Simone Aparecida Capellini (Docente do Departamento de
Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação¹) 1-Educação da Faculdade de Filosofia e
Ciências da Universidade Estadual Paulista – FFC/UNESP-Marília – SP
Resumo: Este estudo teve por objetivo correlacionar às variáveis: tempo, erros,
velocidade e compreensão de leitura de escolares com distúrbios de aprendizagem e
escolares sem dificuldade de aprendizagem. Participaram deste estudo 40 escolares de
8 a 12 anos de idade, de ambos os gêneros, de 2ª a 4ª série do Ensino Fundamental
municipal da cidade de Marília-SP, divididos em GI: composto por 20 escolares sem
dificuldade de aprendizagem e GII: composto por 20 escolares com distúrbio de
aprendizagem. Como procedimento foi utilizado textos selecionados a partir da
indicação de professores da 2ª à 4ª série da Rede Municipal de Ensino, para a
realização de leitura oral. A análise da leitura dos textos foi realizada por meio de
gravação para a contagem dos erros das palavras lidas (exatidão de leitura), tempo
total de leitura e velocidade de leitura (expressa em palavras por minuto). A
velocidade de leitura foi calculada multiplicando o número de palavras do texto por
60 segundos e esse valor foi dividido pelo tempo total da leitura do texto em
segundos. A compreensão do texto foi realizada por meio de quatro perguntas
apresentadas sequencialmente ao texto onde os escolares deveriam responder
oralmente. Os resultados foram analisados estatisticamente e evidenciaram que para
os escolares do grupo GI houve diferença estatisticamente significante com correlação
positiva entre as variáveis de tempo total de leitura e erros cometidos durante a
leitura, e correlação negativa entre as variáveis tempo total de leitura e velocidade de
leitura. Para os escolares do grupo GII, houve diferença estatisticamente significante
com correlação negativa entre as variáveis de tempo total de leitura e velocidade de
leitura. Desta forma, foi possível concluir que para os escolares com distúrbio de
aprendizagem, o desempenho nas variáveis que foram correlacionadas, encontra-se
alterado interferindo no desenvolvimento em leitura e consequentemente, na
compreensão do texto lido.
Palavras-chave: Aprendizagem; Leitura; Compreensão
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 107
Desempenho de escolares com dislexia do desenvolvimento
em um programa de remediação fonológica
Maria Nobre Sampaio (Mestranda do Programa de Pós-Graduação¹); Cláudia da Silva (Mestre e
doutoranda em Educação do programa de Pós-graduação¹); Vera Lúcia Orlandi Cunha (Mestre e
doutoranda do Programa de Pós-Graduação¹); Simone Aparecida Capellini (Docente do
Departamento de Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação¹) 1 Educação da
Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista – FFC/UNESP-Marília – SP)
Resumo: Objetivos: Verificar a eficácia terapêutica do programa de remediação
fonológica em escolares com dislexia do desenvolvimento. Métodos: Participaram deste
estudo 40 escolares de 2º a 5º ano do ensino público de Marília-SP, de ambos os
sexos, na faixa etária de 7 a 12 anos, distribuídos em: GI: composto de 20 escolares
com diagnóstico interdisciplinar de dislexia do desenvolvimento submetidos ao
programa de intervenção fonológica, GII: composto de 20 escolares sem dificuldade de
aprendizagem da rede municipal de ensino público, pareados segundo sexo, faixa
ataria e escolaridade com os escolares do GI que não foram submetidos ao programa
de remediação. Em situação de pré e pós-testagem, todos os escolares foram
submetidos á aplicação do Teste de Desempenho Cognitivo-Linguístico nas versões
coletiva e individual, seguido de leitura oral e compreensão de textos. Resultados:
foram evidenciadas diferenças estatisticamente significantes, indicando que os
escolares do GI e GII submetidos ao programa de remediação fonológica apresentaram
desempenho superior em situação de pós-testagem em comparação com a situação
de pré-testagem para a maioria das habilidades cognitivo-linguísticas avaliadas,
incluindo a leitura e compreensão de texto. Conclusão: A realização do programa de
remediação fonológica foi eficaz tanto para os escolares disléxicos como para os
escolares sem dificuldades de aprendizagem, devido à melhora das habilidades de
leitura de palavras, pseudopalavras, memória de trabalho e nomeação rápida
evidenciada nas duas populações de escolares. Os resultados da eficácia do programa
de remediação fonológica para escolares com e sem dislexia sugerem que a
habilidade de relação letra-som deve ser utilizada em contexto de sala de aula
favorecendo a leitura desses escolares em processos de alfabetização.
Palavras-chave: Dislexia; Leitura; Estudos de Intervenção
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 108
Identificação precoce dos problemas de leitura
em escolares do 1º ano
Maria Nobre Sampaio (Mestranda do Programa de Pós-Graduação¹),; Cláudia da Silva (Mestre e
doutoranda em Educação do programa de Pós-graduação¹); Maíra Anelli Martins (Mestranda do
Programa de Pós-Graduação¹); Maryse Tomoko Matsuzawa Fukuda (Fonoaudióloga); Adriana
Marques de Oliveira (Mestranda¹); Simone Aparecida Capellini (Docente do Departamento de
Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação¹) 1- Educação da Faculdade de Filosofia e
Ciências da Universidade Estadual Paulista – FFC/UNESP-Marília – SP
Resumo: Objetivos: Elaboração de um protocolo de identificação precoce dos
problemas de leitura e caracterização do desempenho dos escolares do 1º ano no
procedimento elaborado. Métodos: Participaram deste estudo 83 alunos de 6 a 7 anos
e 11 meses de idade do 1º ano do Ensino Fundamental Municipal na cidade de
Marilia-SP, de ambos os gêneros, de nível socioeconômico médio-inferior. Como
procedimento, foi elaborado Protocolo de Identificação precoce dos problemas de
leitura, composto por sete habilidades cognitivo-linguísticas: conhecimento do alfabeto;
consciência fonológica; memória de trabalho; nomeação automática rápida; atenção
visual; leitura de palavras e não palavras e compreensão de frases a partir de figuras.
Os resultados foram analisados estatisticamente utilizando o Teste dos Postos
Sinalizados-Wilcoxon. Resultados: Os resultados revelaram diferenças estatisticamente
significantes, evidenciando que todos os escolares apresentaram desempenho obtido
inferior ao desempenho esperado para as habilidades propostas no protocolo.
Conclusão: Os resultados nos permitiram concluir que os escolares do 1º ano do
ensino fundamental avaliados neste estudo apresentaram desempenho inferior em
habilidades que são consideradas nas literaturas nacionais e internacionais como
preditoras para a alfabetização, o que demonstra que os escolares de escola pública
municipal, deste estudo, em início de alfabetização não apresentam domínio de
habilidades cognitivo-linguísticas necessárias para aprender o sistema de escrita do
português brasileiro. Esses resultados apontam para a necessidade de continuidade do
presente estudo, pois quanto menos conhecermos o perfil de escolares de séries
iniciais de alfabetização quanto ao domínio de habilidades metafonológicas e leitura,
menor será a condição do professor para realizar a detecção precoce do escolar de
risco para o aprendizado da leitura e escrita.
Palavras-chave: leitura; alfabetização; aprendizagem
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 109
Dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita:
pesquisas da última década
Manoella Schlindwein – UDESC/FAED; Dalva Godoy – UDESC/FAED
Resumo: A consciência fonológica (CF) constitui-se de um conjunto de habilidades que
decorre da capacidade de o sujeito refletir conscientemente sobre a própria
linguagem, ou seja, sobre os sons que compõem a fala. A CF pode ser observada em
diferentes níveis. Alguns, como as habilidades com rimas e a consciência silábica,
decorrem da maturação lingüística enquanto a consciência fonêmica está condicionada
ao ensino alfabético. As pesquisas na área têm confirmado a consciência fonêmica
como o mais forte fator preditivo de sucesso, ou de fracasso, da aprendizagem
alfabética. As pesquisas têm investigado a contribuição específica da CF nas diferentes
ortografias (opacas e transparentes), dado que o tipo de ortografia que se aprende é
uma variável importante nesse processo. O presente trabalho teve como objetivo traçar
um panorama das pesquisas brasileiras na última década que investigaram essa
temática em relação aos distúrbios de aprendizagem da leitura e da escrita, mais
especificamente a dislexia. A maioria dos trabalhos encontrados relaciona os conceitos
de CF e dislexia ao compararem grupos de crianças disléxicas e não disléxicas por
meio de diferentes avaliações e hipóteses explicativas da causa das dislexias. Alguns
desses trabalhos incluem a audição como fator de influência no déficit da CF, outros
investigam a contribuição do processamento fonológico como um todo e há ainda os
que testam métodos inovadores no intuito de desenvolver as habilidades fonológicas
em crianças disléxicas. Chama a atenção, no entanto, o número exíguo de pesquisas
que se dedicaram a compreender o papel específico da CF, especialmente o nível
fonêmico, como causa das dificuldades de aprendizagem. Ressalta-se assim a
importância de futuras pesquisas, sobretudo na área da Educação, como forma de
melhor compreender essas dificuldades considerando-se as características da
ortografia do português do Brasil.
Palavras-chave: Consciência fonológica; Dislexia; Dificuldades de aprendizagem.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 110
Ah! Ele é normal! Percepção de mães sobre o desempenho cotidiano de
crianças com o transtorno do desenvolvimento da coordenação
Beatriz de Arruda Pereira Galvão¹ ; Lívia de Castro Magalhães¹ ; Márcia Bastos Rezende¹ ; Kátia
Maria Penido Bueno²; Mariana Pereira Veloso¹ ; Lívia de Paula Freitas Carvalho¹ 1-Universidade
Federal de Minas Gerais– 2- Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais
Resumo: Crianças que têm dificuldades na realização de tarefas rotineiras que
requerem habilidades motoras, como escrever ou jogar bola, podem não ser
simplesmente “desajeitadas”. Elas podem ter problemas específicos de coordenação
motora que interferem negativamente no desempenho funcional, relacionamento com
os colegas e senso de competência, com impacto no cotidiano familiar e escolar. Tais
problemas, denominados Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC),
geralmente são percebidos primeiro pelos pais. Embora a discussão sobre o impacto
funcional do TDC esteja sendo ampliada em alguns países, no Brasil, a situação é
crítica, uma vez que o transtorno e suas manifestações continuam sendo fenômenos
pouco explorados. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar a percepção de mães
brasileiras sobre o desempenho cotidiano de crianças com o transtorno da
coordenação motora. Este estudo, de metodologia qualitativa e caráter exploratório,
integra um projeto de pesquisa maior, no qual foram identificadas 34 crianças com
desempenho indicativo de TDC. Destas, foram localizados os contatos de nove
famílias, as quais foram convidadas a participar do estudo. Foram realizadas oito
entrevistas, sendo que, apenas cinco seguiram para análise. Os dados foram tratados
com base na análise de conteúdo. Todas as informantes percebem dificuldade de seus
filhos na realização de atividades cotidianas e relação com os colegas. Tais
dificuldades, no entanto, somente passaram a ser percebidas como problema após o
ingresso na escola. Observou-se variação no modo como as informantes lidam com as
dificuldades, com destaque para comportamentos normalizadores e superprotetores,
que revelam a preocupação de que as dificuldades sejam percebidas como diferenças
que possam conduzir à rejeição e estigmatização das crianças. Tais achados
evidenciam desconhecimento sobre os problemas de coordenação motora e
possibilidades de auxílio existentes, assim como reforçam a necessidade de que as
percepções maternas sejam valorizadas pelos profissionais que lidam com essas
crianças, seja em casa ou na escola.
Palavras-chave: Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação; Percepção das mães;
Crianças; Atividades Diárias.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 111
A influência da oralidade na escrita
Marisa S Viana Jesus; Regina dos Santos Almeida; Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix
– Belo Horizonte (MG)
Resumo: O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da oralidade na escrita de
crianças no período de alfabetização. O processo de aprendizagerm da escrita é
complexo e neste período a criança apresenta grande número de erros ortográficos.
Alguns destes são motivados pela influência da oralidade na escrita, a partir da
concepção inicial do aprendiz de que as palavras são escritas da maneira que são
pronunciadas. Metodologia: Foram avaliadas 30 crianças, de 8 e 9 anos, de uma
escola da rede estadual de ensino de Minas Gerais. As variações linguísticas
presentes na fala, foram verificadas por meio de elaboração de história a partir de
desenhos e na escrita, por meio de ditado balanceado de palavras. Foram
considerados os seguintes aspectos: Pronúncia das vogais /e/ como [i] e /o/ como
[u]; omissão do /r/ nos infinitivos verbais; redução dos ditongos /ei/ e /ou/ para [e]
e [o] respectivamente; substituição de /l/ por [r] e expansão de monotongos em
ditongos. Verificou-se a relação entre variantes presentes na fala e que se
manifestaram na escrita, constatando-se em ordem decrescente: redução do ditongo
[ei] como [e]; expansão do ditongo; escrita de [e] como [i]; omissão de [r] nos
infinitivos verbais; substituição [l] por [r] e com uma freqüência mínima, redução do
ditongo [ou] por [o]. Desta forma, vê-se que a maioria dos alunos, refletiu na escrita
as variantes lingüísticas presentes na sua fala, valorizando a necessidade de que o
professor, durante a alfabetização, mostre aos alunos semelhanças e diferenças entre
escrita e fala. Verificar peculiaridades próprias ao processo de aprendizagem da
escrita, permite melhor planejamento de ações voltadas para este período escolar,
justificando este trabalho.
Palavras Chave: Ensino Fundamental, Linguagem infantil, escrita
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 112
Alteração dos processos fonológicos na fala e na escrita
de escolares com dislexia
Monique Herrera Cardoso (Aluna Especial do Mestrado em Educação¹); Ana Carla Leite Romero
(Voluntária do Laboratório de Avaliação e Intervenção dos Desvios da Linguagem, Fluência e
Aprendizagem do Centro de Estudos da Educação e Saúde¹); Cláudia Silva. (Mestre e
Doutoranda em Educação do Programa de Pós-Graduação¹); Simone Aparecida Capellini. (Livre -
Docente do Departamento de Fonoaudiologia e Programa de Pós-Graduação em Educação¹) 1
Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista – FFC – UNESP – Marilia
(SP), Brasil)
Resumo: Este estudo teve por objetivos verificar a ocorrência de processos fonológicos
alterados em uma amostra de fala e escrita de escolares com dislexia; comparar a
ocorrência de processos fonológicos alterados em uma amostra de fala e escrita entre
escolares com bom desempenho acadêmico; comparar os processos fonológicos
alterados e o índice de gravidade PCC e PCC-R da amostra de fala e de escrita dos
escolares com dislexia (GI) e com bom desempenho acadêmico (GII). Participaram 17
escolares em cada grupo, distribuídos entre 2º ao 5º ano escolar, na faixa etária de 8
anos a 11 anos e 11 meses de idade, de ambos os gêneros, de escola municipal da
cidade de Marília- SP. Para a aplicação das provas de fonologia do Teste de
Linguagem Infantil ABFW, foram utilizadas as Provas de Imitação e Nomeação,
compostas respectivamente de 39 figuras e 34 vocábulos, além da elaboração de
Redação Temática a partir de uma sequência de figuras. Os resultados foram
analisados estatisticamente utilizando os testes Exato de Fisher, Qui-quadrado e Razão
de Verossimilhança para verificar possíveis diferenças entre a seriação escolar. Com
base nos resultados, podemos concluir que os dislexicos, deste estudo, apresentaram
alterações nos processos fonológicos e alterações em escrita, com rendimento inferior
aos escolares com bom desempenho acadêmico no processo fonológico de
Simplificação de Encontro Consonantal (na prova de imitação), traçado da cursiva sem
alteração, ausência de disgrafia funcional, hiposegmentação, ortografia correta e
transposição da linguagem oral para a escrita, e índice de gravidade PCC e PCC-R da
amostra de fala e de escrita de grau leve nos dois grupos. A dificuldade em
codificação e decodificação de grafemas, mecanismo de conversão grafema-fonema e
alterações na consciência fonológica podem ter contribuído para os achados deste
estudo, prejudicando o desenvolvimento da habilidade fonológica e escrita das
crianças com dislexia.
Palavras-chave: Fala, escrita e dislexia
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 113
Desempenho de escolares com dislexia em programas
de intervenção metalinguístico e de leitura
Giseli Donadon Germano (Doutora em Educação¹, Fonoaudióloga do Ambulatório de Neurologia
Infantil², e do Laboratório de Investigação dos Desvios da Aprendizagem³); Fábio Henrique
Pinheiro (Mestre e doutorando do Programa de Pós-Graduação¹); Adriana Marques de Oliveira
(Mestranda do Programa de Pós-Graduação¹); Cláudia da Silva (Mestre e doutoranda do
Programa de Pós-Graduação¹); Paola Matiko Martins Okuda (Terapeuta Ocupacional do
Ambulatório de Neurologia Infantil² e do Laboratório de Investigação dos Desvios da
Aprendizagem³ Simone Aparecida Capellini (Livre -docente em linguagem escrita. Docente do
Departamento de Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação¹) 1-Educação da Faculdade
de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista, FFC-UNESP, Marília-SP. 2 Desvios da
aprendizagem do Hospital das Clínicas - HC/FM/UNESP – Botucatu. 3FFC/UNESP – Marília);
Resumo: O objetivo deste estudo foi verificar o desempenho de escolares com dislexia
do desenvolvimento em um programa de intervenção fonológica, programa de leitura e
programa de intervenção fonológica e leitura em escolares com dislexia. Participaram
deste estudo 60 escolares com diagnóstico interdisciplinar de dislexia do
desenvolvimento distribuídos em: GI (10 escolares com dislexia do desenvolvimento,
submetidos ao programa de intervenção fonológica e 10 escolares com dislexia do
desenvolvimento não submetidos ao programa de intervenção fonológica), GII (10
escolares com dislexia do desenvolvimento submetidos ao programa de leitura e 10
escolares com dislexia não submetidos ao programa de leitura), GIII (10 escolares com
dislexia do desenvolvimento submetidos ao programa de intervenção fonológica e
leitura e 10 escolares com dislexia do desenvolvimento não submetidos ao programa
de intervenção fonológica e leitura). Foram realizados os programas de intervenção
fonológica, programa de leitura e o programa de intervenção fonológica e leitura. O
desenvolvimento do trabalho ocorreu em três etapas: pré-testagem, treino, pós-
testagem. Os resultados foram analisados estatisticamente, utilizados o Teste T de
Student e Análise de Variância, sendo que adotamos o nível de significância de 5%
( = 0,050). Para análise dos dados foi utilizado o programa SPSS (Statistical Package
for Social Sciences), em sua versão 17.0. Os resultados revelaram diferenças
estatisticamente significantes entre os dois momentos de avaliação, revelando melhora
nas habilidades cognitivo-linguísticas em situação de pós-testagem comparando-se a
pré-testagem, demonstrando a eficácia dos três programas para escolares com
dislexia. Concluiu-se que houve uma melhora do desempenho dos escolares com
dislexia submetidos aos programas de intervenção, evidenciando a necessidade da
instrução fonológica no contexto da alfabetização, pois isso auxiliaria os escolares a
desenvolverem habilidades cognitivo-linguísticas para a aprendizagem da base
alfabética do sistema de escrita do português brasileiro.
Apoio: FAPESP
Palavras-chave: Estudos de Intervenção; Dislexia; Aprendizagem; Leitura.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 114
Inclusão social nas escolas regulares: principais dificuldades
enfrentadas pela equipe escolar
Melina Dutra Esteves Pires¹; Lucila Maria de Andrade Vital ¹;Luciana Mendonça Alves¹ e,
Metodista de Minas. 1 CEFAC-BH
Resumo: Objetivo: verificar como acontecem as práticas de inclusão no sistema de
ensino fundamental nas escolas regulares públicas e particulares de Belo Horizonte e
Araxá - Minas Gerais. A integração dos escolares com necessidades educativas
especiais tem sido a proposta norteadora e dominante na educação especial e na
educação em geral, sendo direcionados programas e políticas educacionais e de
reabilitação em vários países, incluindo-se o Brasil. Diante deste cenário, torna-se
importante conhecer a realidade de cada região do país para a proposição de
estratégias e ações educativas. Procedimentos metodológicos: a pesquisa realizada foi
quali-quantitativa de corte transversal descritivo, com a participação de 137
profissionais da educação (professores, pedagogos e supervisores) do ensino
fundamental, de 10 escolas públicas e 10 escolas particulares. As informações
concernentes à inclusão foram colhidas por meio de um questionário contendo 12
questões objetivas e dissertativas. Resultados e discussão: verificou-se que há um
grande número de instituições inclusivas, mas são insuficientes para garantir educação
de qualidade para os alunos especiais. Observou-se que falta nas escolas capacitação
por meio de cursos e profissionais especializados para auxiliarem no processo de
inclusão. As escolas pesquisadas mostraram-se deficientes quanto à adequação para
acessibilidade, principalmente, nas escolas particulares de Belo Horizonte. A maioria
das escolas, ao se tornarem inclusivas, realizaram modificações apenas na
infraestrutura física, faltando capacitação dos professores e projetos específicos para
atender esses alunos. As maiores dificuldades relatadas, tanto na rede pública quanto
na privada das regiões pesquisadas, são a falta de capacitação dos educadores.
Conclusão: o estudo nos mostra que o processo de inclusão na rede pública e
particular tem ocorrido com pouca preparação do ambiente escolar. Quando ocorre
alguma modificação, essa se dá apenas na estruturação física, faltando preparação
dos recursos humanos, metodológicos e recursos materiais.
Palavras chave: Educação Especial; Docentes; Educação Infantil
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 115
Evidências sobre os benefícios da fonoaudiologia educacional
Edilene Argollo Vieira – CPII; Evelin Schmid¹ ; Lia Pinheiro¹; Priscila Caetano¹ Renata Mousinho –
1-ELO/UFRJ
RESUMO:Diversos trabalhos têm descrito a atuação do fonoaudiólogo no âmbito
escolar. No ano de 2010 a fonoaudiologia escolar, através da resolução 387 do CFF,
passou à especialidade de Fonoaudiologia Educacional. Com isso, a discussão sobre o
papel do fonoaudiólogo volta à tona, buscando evidências sobre a importância deste
na esfera educacional. Tendo em vista a brevidade desse assunto, a presente pesquisa
tem como finalidade expor a necessidade e os benefícios da participação do
fonoaudiólogo inserido na equipe escolar.
Para isso, lançou-se mão dos dados de 46 participantes do programa do Centro de
Referência em Dislexia e Distúrbios de Aprendizagem da Universidade Federal do Rio
de Janeiro / ELO – escrita, leitura e oralidade (2010-2). Para atingir os objetivos,
propôs-se comparação entre crianças encaminhadas para avaliação interdisciplinar por
escolas de todas as esferas e sem fonoaudiólogos em sua equipe (Grupo1), e de
crianças oriundas do Colégio Pedro II, onde há um serviço de fonoaudiologia escolar
(Grupo2).
Para análise, foi utilizado o teste-t para amostras independentes do pacote estatístico
SPSS, em que foi constatada grande significância na variável diagnóstico das crianças
do Grupo1 em relação ao Grupo2 (,002*). A discrepância apresentada entre os grupos
considerou parâmetros que envolvem desde o nível acadêmico da equipe escolar,
serviços oferecidos pelas escolas, até a pontualidade e assiduidade dos
participantes. Foi encontrado no Grupo1 diagnósticos que variam desde um problema
comportamental até de ensinagem, enquanto no Grupo2 apenas dois tipos de
diagnósticos, o Distúrbio de Aprendizagem e a Dislexia. Pôde-se concluir que em uma
escola com o serviço de fonoaudiologia, as queixas dos alunos são precocemente
detectadas, sendo direcionados a atendimentos especializados e pertinentes,
propiciando diagnósticos mais precisos e intervenções precoces.
Palavras chave: fonoaudiologia educacional; prevenção; diagnóstico.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 116
Correlação entre produção e compreensão de narrativa oral
e escrita em crianças com queixas de dificuldade
na aprendizagem
Lia Pinheiro¹; Evelin Schmid¹; Edilene Argollo¹; Fernanda Mesquita¹; Juliana Pereira¹; Luciana
Richter – HUPE/UERJ; Renata Mousinho¹ Renata Sholl¹; Stella Varizo¹. 1- ELO/UFRJ
Resumo: Objetivo: Recentes estudos mostram relação entre compreensão e produção
de narrativa em nos níveis oral e escrito em escolares. A presente pesquisa visa
analisar a influência das variáveis: idade, diagnóstico, compreensão; recontagem e
estruturação da narrativa oral e estruturação da narrativa escrita. Foram avaliadas 40
crianças de idade, escolaridade e meio sociocultural variados, inscritas no processo de
diagnóstico interdisciplinar do Centro de Referência em Dislexia ELO-UFRJ, com queixas
específicas de dificuldade na aprendizagem. Como tarefa de estruturação da narrativa,
apresentamos figuras distintas com elementos desencadeadores da ação, incitando a
construção de abordagem narrativa. Avaliamos a compreensão através da recontagem
de texto ouvido e de cinco perguntas eliciadoras, com respostas precisas abordando o
conteúdo principal do texto. Assim, obtivemos as variáveis de recontagem e resposta
às perguntas eliciadoras. Os dados foram tratados no pacote estatístico SPSS, sob
análise de correlação. Observamos significância estatística entre idade e compreensão
das perguntas eliciadoras (,004*), sugerindo que esta habilidade é desenvolvida com
o avanço da idade, corroborando dados de pesquisas anteriores. A correlação com
compreensão total também se mostrou significativa sob o ponto de vista estatístico
(,001*) e a recontagem apresentou grande relevância (,000**). A produção de narrativa
escrita mostrou correlação significativa com a narrativa oral (,004*), que evidenciou
correlação relevante com a compreensão, no momento em que foi sugerida a
recontagem da mesma (,000**). Quando a compreensão foi testada através das
perguntas, não houve correlação com a estruturação de narrativa, o que sugere que
crianças com dificuldade em estruturar possuem maior facilidade em expressar a
compreensão do texto ouvido quando mediadas, de forma a organizar o conteúdo
abordado. Não houve significância entre os diagnósticos analisados, que abrangiam
diversos transtornos de aprendizagem.
Palavras-chave: compreensão, narrativa, linguagem
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 117
Avaliação da habilidade de reconhecimento de palavras em
escolares com e sem queixa de dificuldades de aprendizagem
Marta Castilho Pereira – Metodista de Minas; Luciana Mendonça Alves – Metodista de Minas /
LETRA-HC-UFMG; Vanessa Ferreira Mariz – Metodista de Minas
Resumo: Objetivo: verificar o desempenho de escolares do 1º ao 5º ano com e sem
queixa de dificuldade de aprendizagem na habilidade de reconhecimento visual de
palavras. Métodos: foram avaliados 87 escolares sendo 44,83% do sexo feminino e
55,17% do sexo masculino, na habilidade de reconhecimento visual de palavras,
incluída no Protocolo de Avaliação de Habilidades Cognitivo-Linguísticas. Testes de
leitura de palavras e pseudopalavras foram conduzidos em 2 grupos: com e sem
queixa de dificuldades de aprendizagem. Resultados: com relação ao desempenho
escolar, 5,8% das meninas e 21,84% dos meninos apresentaram queixa quanto ao
aprendizado. Na verificação de palavras lidas corretamente em 1 minuto a média de
acertos pelo grupo sem queixa foi de 31,4 e no grupo com queixa 32,58 (entre estes
grupos, p-valor=0,08). Já a análise de acertos na leitura correta de pseudopalavras
pelo grupo sem queixa foi de 8,85 e com queixa 9,29 (entre estes grupos, p-valor=
0,036). Numa análise para verificar a interferência da presença ou não de queixa entre
os alunos e as variáveis, foi apresentado p-valor: palavras lidas corretamente em um
minuto (P=0,088), palavras lidas corretamente (P=0,0571), tempo de leitura de palavras
(P=0,149), estes sem resultados significativos. Já nas pseudopalavras lidas
corretamente (P=0,036), tempo de leitura de pseudopalavras (P=0,012), gênero
(P=0,005), escolaridade (P=0,000) foram apresentados resultados com significância
estatística na comparação dos grupos. O desempenho na habilidade de
reconhecimento visual de palavras de escolares com queixa de dificuldades de
aprendizagem foi inferior em acertos/tempo na leitura de palavras e tempo na leitura
de pseudopalavras, porém, em acertos da leitura de pseudopalavras foi superior aos
escolares sem queixa. Conclusão: a habilidade de reconhecimento visual de palavras
está relacionada ao desempenho de leitura, porém, deve haver uma abordagem mais
ampla relacionada a outras habilidades afins para que se possa precisar esta relação.
Palavras chave: leitura, aprendizagem, criança, estudante, avaliação
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 118
Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM):
crianças sem diagnóstico?
Lílian de Fátima Dornelas - Departamento de Terapia Ocupacional/EEFFTO-UFMG; Lívia de Castro
Magalhães - Departamento de Terapia Ocupacional/EEFFTO-UFMG
Resumo: Introdução: O atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM) é um
diagnóstico inespecífico, porém, é comumente utilizado na área de reabilitação quando
a criança apresenta algum atraso nos primeiros anos de vida, decorrente de fatores
pré, peri ou pós natal. Muitas dessas crianças evoluem de maneira aparentemente
“normal”, estão inseridas na rede escolar regular e não apresentam sinais evidentes
de deficiência física ou mental. Observa-se, no entanto, que transtornos mais leves do
desenvolvimento, como dificuldade de aprendizagem, Transtorno da Coordenação
Motora (TDC) e do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), podem passar
despercebidos e não ser corretamente diagnosticados. Tais transtornos, se não
identificados corretamente, podem levar a prejuízo tanto social como acadêmico.
Objetivo: Descrever o comportamento motor e o atencional na fase escolar de
crianças com história de ADNPM. Material e Método: 20 crianças cadastradas na
Associação de Assistência à Criança Deficiente de Minas Gerais (AACD/MG), com
história de ADNPM avaliadas entre 7 e 8 anos de idade. O teste Moviment-ABC II foi
utilizado para avaliar a coordenação motora e os pais das crianças responderam ao
questionário SNAP-IV, para triagem de sintomas de TDAH. Resultados: 15 (75%)
crianças apresentaram sinais de déficit motor definitivo (percentil < 5%) e 11 (55%)
mostraram sintomas de desatenção e hiperatividade. Das 15 crianças com sinais de
TDC, nove se enquadraram nos critérios de TDAH. Conclusão: A presença de sinais de
TDC e TDAH é comum em crianças com história de ADNPM avaliadas na idade
escolar. O termo ADNPM é genérico e, como não sinaliza as comorbidades observadas
na idade escolar, os pais não são alertados para os possíveis desfechos do
desenvolvimento infantil. Questiona-se: o que esses achados sugerem? O que significa
ter ADNPM? Essas crianças, na idade escolar, têm vários diagnósticos ou uma
condição geral comum, com apresentações variadas?
Palavras-chave: Atraso do desenvolvimento; Déficit de atenção; Hiperatividade;
Diagnóstico.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 119
Avaliação das habilidades metalinguísticas em crianças
com e sem queixa de dificuldade de aprendizagem
Magda Rosa Soares Reis Givisiez – Metodista de Minas; Vanessa Ferreira Mariz– Metodista de
Minas; Luciana Mendonça Alves – Metodista de Minas / LETRA
Resumo: Objetivos: o presente estudo teve como objetivo verificar o desempenho de
crianças com e sem queixa de dificuldade de aprendizagem em testes baseados em
habilidades da consciência fonológica. Métodos: participaram do estudo 97 crianças
sendo 6,18% do gênero feminino e 21,64% do gênero masculino, com idade entre
seis e onze anos, da cidade de Belo Horizonte, matriculadas no ensino fundamental,
entre o 1º e o 5º ano. Foi aplicado o teste baseado no Protocolo de Avaliação de
Habilidades Cognitivo Lingüísticas que avaliou aliteração e rima escolhidas entre três
palavras e segmentação silábica. Resultados: os resultados deste estudo evidenciaram
que 27,8% das crianças apresenta algum tipo de tipo de queixa em relação à
aprendizagem. Com relação ao teste aplicado, o desempenho de alunos com queixa e
sem queixa de dificuldades de aprendizagem não foi estatisticamente significante.
Utilizando-se da análise de variância do Teste F de Fisher-Snedecor (nível de
significância de 5% (p< 0,05), pois pelos resultados, no teste de aliteração p = 0,717,
rima p = 0,351 e segmentação silábica p = 0,865, sendo este último o teste
considerado o de menor eficácia para predizer a dificuldade de aprendizagem.
Conclusão: o presente estudo sinaliza que as habilidades da consciência fonológica,
embora sejam de grande importância para um bom desempenho escolar, nesta
pesquisa não se demonstraram preditoras de dificuldades de aprendizagem. Assim, há
necessidade de continuidade de pesquisas que estabeleçam a relação dessas
habilidades com outras habilidades de leitura e escrita para verificação do impacto
direto na aprendizagem da linguagem escrita.
Palavras Chave: Consciência Fonológica – Aprendizagem – Criança – Leitura – Avaliação
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 120
Habilidade de compreensão de leitura de texto em escolares
do 2º ao 5º ano do ensino fundamental de instituições
públicas de Belo Horizonte
Marina Gervasio de Brito; Juliana França Drumond Aguiar ; Luciana Mendonça Alves; Jerusa
Fumagalli de Salles
Resumo: objetivos: verificar o desempenho na compreensão do texto escrito em
escolares do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental em escolas da rede pública de
ensino de Belo Horizonte. métodos: participaram da pesquisa 241 escolares de 2
escolas públicas de Belo Horizonte, de ambos os sexos, regularmente matriculados no
2º ao 5º ano/9 do ensino fundamental. Foi entregue o texto “A Coisa” para que as
crianças lessem silenciosamente e posteriormente respondessem ao questionário
contendo 10 questões objetivas, sendo 5 delas inferenciais. resultados: foram
evidenciadas diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito a quantidade
de acertos totais e inferenciais por série. Notou-se desempenho médio crescente da
2ª série para a 5ª série, considerando-se o número de acertos. A média dos grupos
apresentou-se estatisticamente significativa e os resultados do 4º e 5º ano foram
estatisticamente iguais entre si e superiores aos do 2º e 3º ano, que também foram
iguais entre si. Em relação a acertos inferenciais a conclusão é análoga à anterior. No
4º ano, os resultados mostraram-se significativamente superiores, enquanto que no 2º
ano, o desempenho não foi superior a 60% em nenhuma das questões. Não houve
diferença estatisticamente significativa entre os sexos, apesar das meninas terem
melhor desempenho nas questões não inferenciais e os meninos melhor desempenho
nas inferenciais. conclusão: a compreensão de texto evolui gradativamente e está
intimamente relacionada à experiência adquirida com o passar dos anos escolares e a
maturação cerebral e neuropsicológica. O instrumento de avaliação mostrou-se efetivo
para a verificação de progressão na capacidade de compreensão leitora de textos
pelos escolares pesquisados.
Palavras chave: Leitura; Compreensão; Aprendizagem, Questionário.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 121
Processamento fonológico e habilidades iniciais de leitura
e escrita de crianças sem e com distúrbios fonológicos
RENATA MAIA VITOR (UFMG); CLÁUDIA CARDOSO-MARTINS (UFMG)
Resumo: O presente estudo teve como objetivo comparar as habilidades de
processamento fonológico e as habilidades iniciais de leitura e escrita entre pré-
escolares de acordo com o seu desenvolvimento fonológico da fala.O estudo das
conexões entre o desenvolvimento do componente fonológico da linguagem oral, o
processamento fonológico, e as habilidades iniciais de leitura e escrita contribui para
responder questões sobre as causas dos distúrbios de leitura e escrita. Participaram
da pesquisa 95 crianças com idade entre 4 anos e 9 meses e 6 anos e 9 meses.
Todas foram submetidas a várias tarefas de processamento fonológico (consciência
fonológica, nomeação seriada rápida e memória fonológica) e habilidades de leitura e
escrita (conhecimento do nome, da escrita e do som das letras, leitura e ditado de
palavras freqüentemente encontradas em livros de crianças). As crianças foram
divididas em subgrupos de acordo como o seu desenvolvimento fonológico da fala
(número e tipo de processos fonológicos realizados). O desempenho desses subgrupos
foi então comparado através de várias análises estatísticas. As crianças com
dificuldades no desenvolvimento da linguagem oral na pré-escola apresentaram um
desempenho inferior ao das crianças sem alterações de fala nas tarefas avaliadas. Na
maioria das análises realizadas, as diferenças encontradas foram estatisticamente
significativas. Por outro lado, as crianças com e sem alterações de fala não diferiram
em relação ao seu desempenho em um teste não-verbal de inteligência. Sendo assim,
os resultados encontrados sugerem que atrasos no desenvolvimento da fala na idade
pré-escolar constituem um fator de risco para o desenvolvimento de dificuldades na
aprendizagem da leitura e escrita.
Palavras-chave: Desenvolvimento fonológico, Processamento Fonológico, Leitura e
escrita.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 122
Avaliação do desempenho escolar, ambiente familiar e
habilidades relacionadas em escolares de 7 a 10 anos
Isabel Cristina de Miranda Pacheco - Universidade Federal de Minas; Stela Maris Aguiar
Lemos - Universidade Federal de Minas
Resumo: Objetivo: descrever o desempenho de crianças de 7 a 10 anos,
alunos de uma escola pública, nas avaliações de consciência fonológica,
consciência sintática, desempenho escolar e na avaliação do
processamento auditivo e caracterizar os recursos do ambiente familiar,
buscando a prevenção dos transtornos de aprendizagem. Métodos: Trata-
se de estudo descritivo transversal com amostra de conveniência.
Participaram da pesquisa 60 escolares, na faixa etária de 7 a 10 anos,
regularmente matriculados da primeira a quarta séries do ensino
fundamental de uma escola da rede pública municipal de Belo Horizonte
(MG) e entrevistados seus pais ou responsáveis, no período de abril a
setembro de 2010. Os participantes foram submetidos à Prova de
Consciência Fonológica, Prova de Consciência Sintática, ao Teste de
Desempenho Escolar, à Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo e
os pais complementaram a avaliação respondendo ao Inventário de
Recursos do Ambiente Familiar e ao Questionário de caracterização da
família e identificação da criança. Resultados: as famílias das crianças avaliadas
possuem características sócioeconômicas-ambientais homogêneas, os recursos
disponíveis no ambiente e a dinâmica familiar oferecida aos escolares são
semelhantes. A 3ª série obteve o pior desempenho, com escores inferiores ao
esperado na PCS e PCF. Na ASPA, o mecanismo fisiológico em que se observou
maior número de alterações foi o de discriminação de sons verbais em sequência. A
2ª, 3ª e 4ª séries foram classificadas segundo o desempenho médio no TDE, e a 1ª
série, classificada com desempenho médio superior. Discussão: As avaliações
utilizadas revelaram-se válidas e mostraram ser bastante promissoras no campo, visto
que discriminaram as séries, apresentando de forma geral respostas condizentes.
Conclusão: fatores ligados à qualidade do ambiente influem no desenvolvimento da
linguagem e da audição e consequentemente a associação entre essas áreas
determinaram o desempenho escolar da criança que pode ser preditivo de
transtornos de aprendizagem.
Palavras chave: meio ambiente, linguagem, percepção auditiva,
aprendizagem, desenvolvimento infantil
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 123
Percepção visual de escolares com transtorno do déficit
de atenção e hperatividade Paola Matiko Martins Okuda (Terapeuta Ocupacional do Ambulatório de Neurologia Infantil –
Desvios da aprendizagem do Hospital das Clínicas - HC/FM/UNESP - Botucatu e do Laboratório
de Investigação dos Desvios da Aprendizagem –FFC/UNESP – Marília); Natália Fusco.
(Fonoaudióloga. Bolsista de treinamento técnico – FAPESP. Membro do Grupo de pesquisa CNPq
“Linguagem, Aprendizagem e Escolaridade”- FFC/UNESP – Marília; Giseli Donadon Germano
(Fonoaudióloga. Doutora em Educação pela da Faculdade de Filosofia e Ciências da
Universidade Estadual Paulista – FFC/UNESP – Marília- SP. Fonoaudióloga do Ambulatório de
Neurologia Infantil – Desvios da aprendizagem do Hospital das Clínicas - HC/FM/UNESP -
Botucatu e do Laboratório de Investigação dos Desvios da Aprendizagem –FFC/UNESP – Marília);
Simone Aparecida Capellini, Fonoaudióloga. Livre Docente do Departamento de Fonoaudiologia e
do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências da
Universidade Estadual Paulista – FFC/UNESP – Marília- SP)
Resumo: O objetivo deste estudo foi caracterizar e comparar as habilidades de
percepção visual (componentes visuais e viso-motores) de escolares com Transtorno
do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) com a de escolares com bom
desempenho acadêmico. Participaram deste estudo 40 escolares do ensino
fundamental de escolas públicas do município de Marília-SP, do gênero masculino, com
nível socioeconômico médio, na faixa etária de 7 anos a 10 anos e 8 meses, divididos
em dois grupos: GI: 20 escolares com diagnóstico interdisciplinar de Transtorno do
déficit de atenção e hiperatividade e GII: com 20 escolares com bom desempenho
acadêmico em dois bimestres consecutivos com nota maior que cinco em português e
matemática, pareados com o GI em idade, escolaridade e gênero. Após a assinatura
do termo de consentimento pelos pais ou responsáveis, os escolares foram
submetidos à aplicação do Teste Evolutivo de Percepção Visual, segunda edição. Os
resultados evidenciaram que houve diferença estatisticamente significante no
desempenho e na classificação das funções de percepção visual, tanto as habilidades
sem componente motor (visuais) como as habilidades com componentes motores
integrados (viso-motoras), entre os escolares do GI e GII, demonstrando que os
escolares do GI apresentaram desempenho em percepção visual inferior ao GII. Dessa
forma, os escolares com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade
apresentam alterações percepto-viso-motoras que influenciam seu desempenho na
aquisição de habilidades acadêmicas básicas como a leitura e a escrita. Assim, um
aspecto importante a ser destacado é a necessidade de oferecer atividades percepto-
viso-motoras em ambiente acadêmico a fim de minimizar os impactos negativos deste
problema na aprendizagem da leitura e da escrita em escolares com Transtorno do
Déficit de Atenção com Hiperatividade.
Palavras-chaves: Percepção visual, Habilidades viso-motoras, Integração viso-
motora,Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 124
Memória de trabalho e a compreensão de leitura oral
e silenciosa em crianças de terceiro ano e quarto ano
do ensino fundamental
Renata Sholl Vernet-ELO/UFRJ; Evelin Schmid- ELO/UFRJ; Fernanda; Mesquita- ELO/UFRJ;
Juliana Pereira-ELO/UFRJ; Lia Pinheiro-ELO/UFRJ; Stella Varizo-ELO/UFRJ
Resumo: objetivos: Observar se há correlação significativa entre memória de trabalho
fonológica, a velocidade de leitura oral e silenciosa bem como de compreensão da
leitura oral e silenciosa, em crianças do terceiro e quarto anos do ensino
fundamental. REFERENCIAL TEÓRICO: A habilidade de leitura requer competências
múltiplas, relacionadas à linguagem oral e escrita bem como da atividade cognitiva.
São consideradas habilidades relevantes do processamento fonológico: consciência
fonológica, memória de trabalho e nomeação automatizada rápida (Mousinho &
Correa 2010). método: Trata-se de um estudo em que foram avaliadas dez crianças
de terceiro e quarto anos do ensino fundamental. As avaliações foram realizadas
através da leitura e compreensão de textos narrativos. Para a investigação da
habilidade de memória de trabalho fonológica foi utilizado o protocolo de repetição
de não-palavras de Kessler (1997). resultado e discussão: Nem as médias de
velocidade de leitura oral nem as de silenciosa apresentaram relação significativa com
o desempenho das crianças avaliadas na atividade de memória fonológica. Ambas,
compreensão de leitura oral e silenciosa não apresentaram relação significativa com o
desempenho das crianças avaliadas na atividade de memória de trabalho fonológica.
As crianças do quarto ano apresentaram desempenho significativamente melhor do
que as crianças de terceiro na tarefa de memória de trabalho fonológica, mostrando
que é uma habilidade que continua a desenvolver-se no fim da primeira etapa do
ensino fundamental. Portanto, não foi observada correlação estatística entre memória
de trabalho fonológica com compreensão de leitura oral e silenciosa, bem como de
velocidade de leitura oral e silenciosa. Isso pode ser atribuído ao fato da análise ter
sido realizada com crianças de terceiro e quarto anos, que já lançam mão de outros
recursos para a leitura e compreensão, ficando menos dependentes da memória de
trabalho. Para tanto são necessárias mais pesquisas.
Palavras chave: memória de trabalho fonológica, velocidade de leitura oral e
silenciosa, compreensão de leitura.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 125
Eficácia de três programas de treinamento
para escolares de risco para a dislexia
Maryse Tomoko Matsuzawa Fukuda – Fonoaudióloga - Faculdade de Filosofia e Ciências da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - FFC/UNESP-Marília-SP-Brasil.; Maíra
Anelli Martins – Fonoaudióloga - Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- FFC/UNESP-Marília – SP- Brasil; Cíntia Cristina Fadini –
Fonoaudióloga - Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de
Mesquita Filho”- FFC/UNESP-Marília – SP- Brasil; Daniele de Campos Refundini – Fonoaudióloga -
Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”-
FFC/UNESP-Marília – SP- Brasil; Simone Aparecida Capellini – Fonoaudióloga. Doutora e Pós-
Doutora em Ciências Médicas pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de
Campinas, FCM/UNICAMP-Campinas – SP. Livre Docente do Departamento de Fonoaudiologia e
do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências da
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - FFC/UNESP - Marília - SP-Brasil.
Resumo: Objetivo: Verificar a eficácia do programa de treinamento fonológico,
programa de treinamento da correspondência grafema-fonema e programa de
treinamento fonológico associado à correspondência grafema-fonema em escolares de
risco para a dislexia. Referencial teórico: Estudos têm demonstrado que escolares em
situação de risco para a dislexia apresentam falha de processamentos auditivo e visual
e que em decorrência dessas falhas o acionamento de mecanismos cognitivos para
analisar, sintetizar, manipular, estocar e evocar informações linguísticas encontra-se
alterado, prejudicando, assim, a aprendizagem do princípio alfabético de sistemas de
escrita. Procedimentos metodológicos: Participaram deste estudo 180 escolares da 1a
série do ensino público fundamental municipal, de ambos os gêneros e na faixa etária
entre 6 anos e 11 meses a 7 anos e 3 meses de idade. Em situação de pré e pós-
testagem, todos os escolares foram submetidos à aplicação do teste para
identificação precoce dos problemas de leitura. Os escolares que apresentaram
desempenho inferior a 51% em 4 provas foram submetidos aos programas de
treinamento e distribuídos aleatoriamente. Resultados e discussão: Comparando os dois
momentos de avaliação na pré e pós testagem, com a aplicação do Teste dos Postos
Sinalizados de Wilcoxon, os resultados do programa de treinamento das habilidades
fonológicas e o programa de treinamento das habilidades fonológicas associado à
correspondência grafema-fonema revelaram diferença estatisticamente significante,
evidenciando a eficácia para as habilidades fonológicas e de leitura. Entretanto, o
programa de treinamento da correspondência grafema-fonema não foi eficaz, não
devendo ser indicado para os escolares com dificuldades de aprendizagem em início
de alfabetização para a identificação dos escolares com sinais da dislexia. Os
resultados significativos do presente estudo evidenciam que a instrução explícita da
consciência fonológica combinada à instrução da correspondência grafema-fonema
acelera a aquisição da leitura.
Palavras-chave: dislexia, avaliação, intervenção.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 126
Comparação da NAR entre crianças com e sem dificuldades
de leitura e escrita
Fernanda Mesquita, ELO/UFRJ; Renata Mousinho, ELO/UFRJ; Evelin Schmid, ELO/UFRJ; Juliana
Pereira, ELO/UFRJ; Lia Pinheiro, ELO/UFRJ; Renata Sholl, ELO/UFRJ; Stella Varizo, ELO/UFRJ
Resumo: objetivo: Comparar a evolução da NAR (Nomeação Automatizada Rápida)
entre crianças sem dificuldades de leitura e escrita e com dificuldades em terapia
fonoaudiológica no 2º e 3º ano do Ensino Fundamental (E.F). referencial teórico:
Existem na literatura dados comprovando significativa relação entre dificuldade de
leitura e velocidade de resposta a estímulos visuais. Déficits na nomeação
automatizada rápida (NAR) são apresentados por diversos trabalhos como possível
precursor de dificuldades de leitura, mesmo antes do aprendizado formal da língua
escrita. No entanto, escassas são as pesquisas que mostram como é a evolução
dessa habilidade em crianças com dificuldades que se encontram em terapia.
procedimento metodológico: Foram avaliadas 32 crianças do Cap-UFRJ quando
cursavam o 2ºano do EF, sendo que estas foram reavaliadas novamente no 3ºano EF.
Os alunos foram divididos em dois grupos G1 (n=29) sem dificuldade; G2 (n=3) com
dificuldades de leitura e escrita em acompanhamento desde o diagnóstico. Para
mensurar a tal habilidade, foi utilizando protocolo de NAR (Denkla 1974, normatizado
no Brasil por Ferreira e col 2002; Capellini, 2007). resultado e discussões: Os grupos
diferiram significativamente em todas as modalidades no 2ºano: G1= objetos (M=68);
cores (M=55); números (M=38); letras (M=36). G2= Objeto (M=100); cores (M=93);
números (M=55); letras (M=55). No entanto, no 3ºano a discrepância se manteve
significativa somente em objetos, onde G1 (M=55); G2 (M=79) e cores G1(M=46); G2
(M=63), não ocorrendo mais uma diferença significativa em números G1 (M=32); G2
(M=39) e letras G1 (M=30) e G2 (M=38). Estes dados sugerem que a intervenção
precoce pode ter favorecido o automatismo destes signos (número e letra), que
podem melhorar o desempenho nas habilidades de leitura e escrita.
Palavras-chave: nomeação automatizada rápida, leitura, escrita.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 127
Perfil da velocidade de leitura oral e silenciosa dos pacientes
do centro de referência em dislexia da UFRJ / ELO
Evelin Schmid, ELO/UFRJ; Vanessa Nóbrega, ELO/UFRJ; Fernanda Mesquita, ELO/UFRJ Juliana
Pereira, ELO/UFRJ; Lia Pinheiro, ELO/UFRJ; Renata Mousinho, ELO/UFRJ; Renata Sholl, ELO/UFRJ;
Stella Zarizo, ELO/UFRJ; Edilene Argollo, ELO/UFRJ
Resumo: O objetivo desse estudo foi estabelecer o perfil da velocidade de leitura oral
e silenciosa nas crianças avaliadas pelo Centro de Referência em Dislexia da UFRJ -
ELO, no 2º semestre de 2010. A amostra inicial tinha 50 crianças, de 7 a 14 anos,
entre o 1º e 4º ano do ensino fundamental, com queixa de dificuldades escolares e
diagnósticos de distúrbios da aprendizagem e dislexia. Excluímos 22 crianças, sendo 18
não leitores e 4 desistências, totalizando 28 participantes divididos em grupos. O
grupo 1 (G1) com crianças entre 7 e 10 anos e média de idade de 8 anos e, o grupo
2 (G2) com crianças entre 11 e 14 anos e média de 12 anos. Utilizamos a leitura de
um texto na modalidade oral e outro na silenciosa. Após a leitura, fizemos perguntas
para verificar a compreensão. Como resultado, obtivemos para o G1, média de
velocidade de leitura oral (VLO) em 59,5 palavras por minuto (PPM) e leitura silenciosa
(VLS) em 92,1 PPM. Para o G2, as médias foram 77,9 PPM para a LO e 91,7 PPM para
a LS. Observamos que a LO apresenta evolução com o aumento da idade, mesmo em
crianças não submetidas à intervenção, o que não ocorreu com a LS. Concluímos que,
em ambos os grupos, as médias de VLO estão abaixo do esperado para a idade
(CAPELLINI & CAVALHEIRO, 2000). Na LS do G1, apesar da velocidade estar acima do
padrão da idade, não houve compreensão de maneira eficiente, sugerindo uma
simulação de leitura. A velocidade na LS do G2 se encontra aquém dos padrões.
Esses resultados mostram que a velocidade e a compreensão de leitura são
marcadores importantes nas queixas escolares.
Palavras chave: leitura, compreensão, intervenção.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 128
Influência da memória de trabalho em atividades
de consciência fonológica
Lia Pinheiro – ELO/UFRJ; Evelin Schmid – ELO/UFRJ; Edilene Argollo – CPII / ELO/UFRJ;
Fernanda Mesquita – ELO/UFRJ; Renata Mousinho – ELO/UFRJ
Resumo: Pesquisas recentes relacionam memória de trabalho com habilidades
fonológicas. O presente estudo tem como objetivo analisar quais tarefas demandam
maior uso da memória, a fim de compreender a relação entre memória de trabalho e
consciência fonológica e sua influência nas tarefas escolares.
Foram avaliadas 45 crianças com idade, escolaridade e meio sociocultural variados,
inscritas no processo de diagnóstico interdisciplinar do programa de diagnóstico do
Centro de Referência em Dislexia ELO-UFRJ. Todas apresentaram queixas específicas
de dificuldade na aprendizagem. Para avaliação de consciência fonológica, utilizou-se o
protocolo de Cielo (2002) e para memória de trabalho fonológica, a lista de
pseudopalavras de Kessler (1997), composta por palavras de 1, 2, 3, 4 e 5 sílabas. Os
dados foram tratados no pacote estatístico SPSS, sob análise de correlação.
Observamos que a influência da memória de trabalho é estatisticamente significativa
quando correlacionada com determinadas tarefas silábicas. Verificou-se relevância
estatística entre repetição de pseudopalavras dissílabas e subtração silábica (,004*). A
tarefa de segmentação silábica mostrou importante significância quando relacionada à
tarefa de repetição de palavras com três sílabas (,000**). O mesmo se repetiu na
correlação com o total de memória de trabalho (,000**). A repetição de palavras com
cinco sílabas também mostrou interdependência com a segmentação silábica (,001*).
Tais achados evidenciam inter-relação direta entre memória de trabalho fonológica e
consciência fonológica a nível silábico, o que poderia justificar baixos resultados
observados em tarefas escolares que envolvem tais habilidades.
Palavras chave: memória de trabalho; consciência fonológica; aprendizagem
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 129
Comparativo entre a demanda do Ambulatório de
Fonoaudiologia do HUPE e do Centro de Referência
em Dislexia
Edilene Argollo – CPII / ELO/UFRJ;Ana Paula Córdova HUPE/UERJ Fernanda Mesquita ELO/FRJ;
Lia Pinheiro ELO/UFRJ; Luciana Richter HUPE/UERJ; Renata Mousinho ELO/UFRJ
Resumo: O presente trabalho foi realizado no ambulatório de Fonoaudiologia do
Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ, cuja demanda é encaminhada pelo serviço
de Pediatria Geral e no Centro de Referência em Dislexia ELO - UFRJ, onde a
demanda varia entre escolas, profissionais especialistas e demanda espontânea. A
pesquisa objetiva o levantamento e a comparação da demanda de ambas as
instituições. Trata-se de estudo retrospectivo onde obtivemos, através da análise de
prontuários, dados relativos à queixa, idade, escolaridade e tipo de escola, relatados
na anamnese durante o ano de 2010. Foram selecionadas apenas as queixas relativas
à leitura e escrita, variados níveis de escolaridade e idade, oriundas de escolas
públicas e particulares. Dentre as escolas públicas, estão as Municipais do Rio de
Janeiro, os Colégios de Aplicação (UERJ e UFRJ) e o Colégio Pedro II de esfera
Federal.. Os dados foram analisados através do Teste t Student para amostras
independentes e os resultados demonstraram diferença estatisticamente significante no
que se refere à idade (0,001*) e escolaridade (0,002*). Observa-se que na instituição
ELO - UFRJ (Grupo 1) a demanda apresentou maior média de idade e escolaridade
quando comparadas à instituição HUPE - UERJ (Grupo 2). Tais achados podem ser
justificados por esta se tratar de instituição com ambulatório de seguimento em
Pediatria Geral, com proposta de follow up, no qual fonoaudiólogo é sempre
requisitado nas equipes multiprofissionais (Grupo 2). No caso da instituição ELO - UFRJ
(Grupo 1), a demanda constitui-se de encaminhamentos diversos, incluindo parcerias
com escolas, mas a maioria é de demanda espontânea.
Palavras chave: aprendizagem; demanda; escolaridade
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 130
Fluência de leitura em escolares do 3º ao 5º ano do ensino
fundamental de escolas municipais, federais e privadas
do Rio de Janeiro
Stella Varizo – ELO/UFRJ; Evelin Schmid – ELO/UFRJ; Fernanda Mesquita – ELO/UFRJ
Juliana Pereira – ELO/UFRJ; Lia Pinheiro – ELO/UFRJ; Renata Mousinho – ELO/UFRJ
Renata Sholl – ELO/UFRJ
Resumo: introdução: Sabe-se que na educação atual, o número de crianças que
apresentam queixas escolares é crescente, demonstrando dificuldade no aprendizado
da leitura e escrita. Este trabalho teve por objetivo caracterizar as queixas escolares
apresentadas por pais e responsáveis de alunos de escolas municipais, federais e
privada, a fim de estabelecer correlação entre estas e os diagnósticos obtidos.
método: Os dados foram extraídos a partir dos registros de avaliações realizadas no
Centro de Referência em Dislexia Universidade Federal do Rio de Janeiro – ELO/UFRJ,
em 22 escolares de ambos os sexos, com idade cronológica média de 10 anos e 4
meses, que frequentam do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental. A amostra foi
dividida por idade, tipo de escola, encaminhamento, queixa, diagnóstico e índice de
atraso na leitura. Cronometrou-se a leitura dos textos até os primeiros 5 minutos, com
o objetivo de obter o número de palavras lidas por minuto (PPM). Obteve-se a variável
índice de atraso na leitura através do cálculo utilizando o padrão de leitura para cada
escolaridade estudada comparando com o PPM de cada escolar. Os dados foram
tratados no pacote estatístico SPSS, sob análise de correlação. resultados e discussão:
O presente estudo demonstrou correlação estatística (Pearson) de alta significância
(,000**) entre os índices de atraso de velocidade de leitura oral e silenciosa, o que
permite concluir que o atraso na fluência da leitura oral é um indicativo de possível
atraso na leitura silenciosa. Sabe-se, de acordo com estudos anteriores, que o baixo
rendimento na fluência de leitura pode acarretar dificuldade na compreensão, o
objetivo final da mesma. Tal fato pode proporcionar importantes reflexos negativos ao
longo do processo escolar.
Palavras-Chave: Fluência; Ensino Fundamental; Diagnóstico.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 131
Co-operando para a aquisição de habilidade motora: análise de cartilha
educativa para pais de crianças com TDC
Autora: Pollyanne Maria de Lima Alcântara- Academical¹– Bolsista do PIBIC/CNPq; Orientadora¹:
Lívia de Castro Magalhães- Professora Titular¹; Co-orientadora: Clarice Ribeiro Araújo Soares-
Terapeuta Ocupacional, Mestre em Ciências da Reabilitação¹ 1- Terapia
Ocupacional UFMG
Resumo: INTRODUÇÃO: Crianças com Transtorno de Desenvolvimento da Coordenação
(TDC) apresentam problemas de desempenho em tarefas que exigem habilidades
motoras, o que repercute negativamente nas atividades diárias, escolares e de brincar.
Uma das abordagens usadas pela terapia ocupacional na intervenção destas crianças é
a terapia motora cognitiva. Nessa abordagem o terapeuta conduz a criança a aprender
estratégias cognitivas voltadas para a identificação e solução de problemas no
desempenho funcional. A participação dos pais é essencial durante e após a
intervenção, para dar suporte à criança em diferentes contextos e tarefas. Para facilitar
o processo de ensino-aprendizado dos pais e auxiliar no desempenho das crianças, foi
elaborada cartilha contendo explicações sobre o TDC e informações específicas sobre
o programa de intervenção. OBJETIVO: Verificar, segundo a percepção dos pais, se a
cartilha educativa está adequada no que se refere à organização, ao estilo do texto,
ao conteúdo, à clareza dos itens e a forma de apresentação do material. MÉTODO:
Oito pais foram convidados a participar de uma reunião na qual o terapeuta ofereceu
orientações verbais sobre o programa e, ao final, receberam a cartilha educativa. Após
15 dias os pais avaliaram a cartilha por meio de questionário estruturado, baseado na
Suitability Assessment of Materials (SAM). RESULTADOS: Os dados obtidos mostram que
a frequência de consultas à cartilha foi de mais do que duas vezes (67%) durante o
período para apreciação de duas semanas. A cartilha obteve avaliação
satisfatória em relação à organização e sequênciamento da informação; à
configuração convidativa e clareza do texto; ao layout, utilização de exemplos
e imagens; e a adequação da linguagem. CONCLUSÃO: O uso da cartilha
configurou-se como suporte ao aprendizado do programa de intervenção e o material
educativo teve alta aceitabilidade como guia de orientações básicas e recurso
reforçador de informações orais ao longo da intervenção.
Palavras chave: transtorno do desenvolvimento da coordenação, cartilha educativa,
terapia ocupacional, pais.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 132
Relação entre baixo peso e o desenvolvimento motor de
crianças pré-termo na idade escolar
Autora: Pollyanne Maria de Lima Alcântara - Academica ¹ ²– Bolsista do PIBIC/CNPq; Co-autora:
Lívia Paula de Freitas Carvalho- Academica¹ ²– Bolsista do PIBIC/CNPq; Orientadora: Lívia de
Castro Magalhães- Professora Titular¹; Co-orientadora: Lilian de Fátima Dornelas- Fisioterapeuta,
Doutoranda em Ciências da Reabilitação². 1Terapia Ocupacional. 2 UFMG.
Resumo: Introdução: O baixo peso ao nascer (PN) e a baixa idade gestacional (IG)
aumentam a ocorrência de problemas que afetam o desenvolvimento do recém
nascido. Criado em 1988, o Ambulatório da Criança de Risco (ACRIAR) visa
acompanhar o crescimento e desenvolvimento de crianças de risco nascidas no
Hospital das Clínicas/UFMG. Uma equipe interdisciplinar atende crianças com IG ≤ 34
semanas e ou peso ≤ 1500g, desde o momento da alta hospitalar até os 7 anos de
idade. Objetivos: nvestigar a relação entre desempenho motor e baixo peso, em
crianças avaliadas aos 7 anos, que participaram do projeto ACRIAR no período de
1994 a 2003. Métodos: 165 crianças, registradas no banco de dados eletrônico do
ACRIAR. Utilizou-se os instrumentos: Moviment Assessement Battery for Children (MABC),
para avaliar a coordenação motora fina e grossa; Test of Visual Motor Integration
(VMI), para examinar a integração visomotora e a percepção visual; e o Teste do
Desenho da Figura Humana, para estimar a inteligência. O teste Mann-Whitney foi
usado para verificar a diferença entre os grupos e a correlação de Spearman para
investigar a relação entre as variáveis. RESULTADOS: A amostra foi distribuída em
grupos conforme a classificação do PN: grupo 1, Extremo Baixo Peso (20.6%); grupo 2,
Muito Baixo Peso (41,8%); grupo 3, Baixo Peso ao Nascer (37,6%). Houve diferenças
significativas entre as variáveis IG e PN nos três grupos; e no teste MABC, entre os
grupos 1 e 2. Todos os grupos mostraram prevalência de dificuldades motoras. Existe
correlação fraca, mas significativa, entre MABC e PN; e correlação fraca entre MABC e
os outros testes. Conclusão: Considerando as demandas típicas da idade escolar,
torna-se imprescindível que maiores esforços sejam direcionados ao acompanhamento
do desenvolvimento da criança de risco, possibilitando o diagnóstico e intervenção
precoce.
Palavras chave: Desenvolvimento infantil, coordenação motora, avaliação,
prematuridade, terapia ocupacional.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 133
Caracterização das trocas ortográficas em pacientes com
transtorno do déficit de atenção com hiperatividade
Débora Fraga Lodi1; Cláudia Machado Siqueira1,2; Juliana Flores1; Karina Avelar Ribeiro1
Luciana Maria Rocha1,2; Maria do Carmo Mangelli Ferreira Araújo1; Juliana Gurgel-Giannetti1,2;
Raquel Ferreira Araújo1; Luciana Mendonça Alves1,3; Equipe de Neuropediatria1, e do Laboratório
dos Estudos dos Transtornos de Aprendizagem (LETRA)2 do HC-UFMG, Metodista de Minas3.
Resumo: Vários estudos demonstram que o transtorno do déficit de atenção e
hiperatividade pode provocar prejuízos escolares. A verificação do desempenho
ortográfico nestes pacientes pode fornecer informações importantes sobre seu
processo de aprendizagem e favorecer um diagnóstico diferencial. Objetivo: descrever
as trocas ortográficas frequentes encontradas em escolares com Transtorno do Déficit
de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Métodos: participaram deste estudo 35 escolares
entre 7 e 15 anos que realizaram avaliação multidisciplinar no Laboratório de Estudos
dos Transtornos da Aprendizagem (LETRA) do Hospital das Clínicas da Universidade
Federal de Minas Gerais entre os anos de 2008 e 2010 e que receberam o
diagnóstico clínico de TDAH. Para efetivação deste estudo foi realizado um ditado
contendo 35 palavras e 10 pseudopalavras. As trocas ortográficas foram analisadas de
acordo com os critérios de classificação de Zorzi. Resultados e discussão: os
resultados revelaram que a maioria das trocas encontradas foram caracterizadas com
erros decorrentes de possibilidades de representações múltiplas (representando 40%
das trocas realizadas), seguidos de omissões (22%), trocas decorrentes de confusão
entre as terminações “ão/am” (6%) e traços de vozeamento (6%). As possibilidades
de representações múltiplas e confusões entre “ão” e “am” são claramente trocas
pedagógicas, que envolvem a internalização de regras e estão também ligadas ao nível
de letramento. As omissões refletem o comportamento desatento destes pacientes. Já
as trocas envolvendo grafemas que representam fonemas vozeados e não-vozeados
estão relacionadas às dificuldades no processamento fonológico e merecem avaliação
cuidadosa de outros elementos do processamento cognitivo e verificação de possível
comorbidade. Houve ainda variação da proporção e tipologia dos erros de acordo
com a idade/escolaridade. Conclusão: a produção ortográfica é importante indicador
do desenvolvimento da aprendizagem escolar e deve ser atentamente investigada com
vistas a identificação de possíveis transtornos do desenvolvimento das habilidades
escolares em sujeitos com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.
Palavras chaves: Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade; Avaliação
Educacional; Transtornos de Aprendizagem; Estudantes
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 134
Levantamento dos membros de categorias semânticas para
itens verbais produzidos de forma escrita por crianças do 2º
ao 5º ano do ensino fundamental
Sérgio Luiz Evangelista Santos – Unipac-Ipatinga; Ângela Maria Vieira Pinheiro – UFMG
Resumo: O presente trabalho apresenta um banco de dados composto por treze
categorias semânticas escolhidas a partir do clássico artigo Battig e Motague (1969).
Foram coletados dados de crianças do 2º. ao 5º. ano do Ensino Fundamental de uma
amostra de escolas estaduais, municipais e particulares de Belo Horizonte no ano de
2004. O instrumento de coleta de dados foi um caderno composto por uma
categoria por folha e um espaço para que a criança citasse de forma escrita todos
os itens que conhecia dentro da categoria proposta no tempo de 01 minuto. Todo o
trabalho foi aplicado em sala de aula pelo professor e a amostra contou com a
participação de 627 crianças. O banco de dados resultante apresenta a freqüência
absoluta e relativa dos itens produzidos e cita a quantidade de vezes que um item foi
citado em primeiro lugar, ou seja, a sua tipicidade dentro da categoria. Esse índice
indica a prototipicidade de um conceito dentro de uma categoria de acordo com a
concepção prototípica ou probabilística dos conceitos. Dentre os resultados
encontrados, observamos a crescente produção de itens dentro das categorias
concomitantemente ao avanço de série escolar. Também há aumento da produção de
itens quando considerados o tipo de escola estudada, nesse caso, os alunos de
escolas particulares parecem produzir mais itens do que alunos de ambas as redes
das escolas públicas. Conclui-se que o banco de dados resultante desse trabalho
poderá servir de subsídio para a elaboração, dentre outras tarefas, às de
categorização semântica para a referida população e que propiciará a análise de
outras características pertinentes ao desenvolvimento humano, principalmente quanto
ao aspecto do desenvolvimento da escrita e dos processos e estratégias subjacentes
a essa habilidade.
Palavras-chave: categorização semântica, prototipicidade, banco de dados
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 135
O conhecimento dos professores do ensino infantil quanto
ao desenvolvimento da fala
Rita de Cássia Duarte Leite – Fead; Josiane Mônica Ramos Silveira - CEFAC-BH; Maria Cândida
Magalhães Caetano - CEFAC-BH; Luciana Mendonça Alves - CEFAC-BH / Metodista de Minas
Resumo: Objetivo: verificar o conhecimento dos professores do ensino infantil quanto
às etapas de desenvolvimento da fala. A fala é a representação motora da linguagem.
Para que ocorra o seu desenvolvimento normal, é necessário que existam bases
orgânicas íntegras e integração da cognição com os sistemas neuromuscular e
músculo-esqueletal. É necessário que os pais sejam conscientizados juntamente com
os professores sobre a importância do conhecimento das etapas de desenvolvimento
da fala para poderem colaborar com a identificação precoce de alterações
relacionadas ao atraso do desenvolvimento. Métodos: a pesquisa foi desenvolvida em
12 escolas de educação infantil. Participaram do estudo 59 professores do ensino
infantil que responderam a um questionário composto por 16 questões, sendo 15
questões objetivas e 1 questão expositiva, referentes à identificação do perfil do
professor, além de dados que permitiram observar o conhecimento dos mesmos a
respeito do desenvolvimento e identificação de alterações na fala dos educandos.
Resultados: a partir da analise dos resultados, observou-se que 73% dos professores
receberam informações sobre a atuação da fonoaudiologia, porém notamos que 64%
das educadoras têm dúvidas quanto ao conhecimento das etapas de desenvolvimento
da fala das crianças. Quanto a definição das alterações de fala, 80% das professoras
relatam ser trocas, omissões e distorções dos sons, sendo que 52% acham que o
fator que pode interferir é a alteração na musculatura orofacial. Com relação a
alteração fonoaudiológica mais conhecida no âmbito escolar foram as trocas na fala
com 47% seguida da gagueira com 23% das entrevistadas. Conclusão: de acordo com
os resultados obtidos no presente estudo, foi possível confirmar a necessidade de
reforçar a atuação fonoaudiológica na escola com a finalidade de esclarecer as
dúvidas mais frequentes dos professores quanto ao processo de desenvolvimento da
linguagem, permitindo facilitar o encaminhamento e atuação precoce nos casos de
desvio dos padrões de normalidade.
Palavras Chave: Educação infantil; Prevenção primária; Fala, Desenvolvimento Infantil.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 136
Perfil cognitivo das crianças com diagnóstico de transtorno
de déficit de atenção com hiperatividades (TDAH) atendidas
no laboratório de estudos de transtorno
de aprendizagem (LETRA)
Maria do Carmo Mangelli Ferreira de Araujo*; Cláudia Machado Siqueira*; Débora Fraga Lodi*;
Juliana Flores*; Juliana Gurgel-Giannetti*; Karina Avelar*; Luciana Maria Rocha*
Luciana Mendonça Alves*; Raquel Ferreira Araujo*.
*Colaboradoras do LETRA
Resumo: Objetivo: Traçar o perfil cognitivo de crianças com TDAH, atendidas no
LETRA, através da Escala de Inteligência Wechsler para crianças (WISC-III). Referencial
teórico: A avaliação neuropsicológica infantil analisa quantitativa e qualitativamente,
através de técnicas e instrumentos dirigidos, os sistemas cerebrais em
desenvolvimento. O WISC-III consta de 12 subtestes que são agrupados em 4 índices
fatoriais (Compreensão Verbal ICV, Organização Perceptual IOP, Velocidade de
Processamento IVP e Resistência a Distração IRD) e são resumidos em 3 medidas: QIT
(Quociente de Inteligência Total), QIV (Quociente de Inteligência Verbal) e QIE
(Quociente de Inteligência de Execução) Metodologia: Foram avaliadas 45 crianças com
queixa de mau desempenho escolar e TDA/H. Foram excluídas as crianças com
comorbidades como Retardo Mental, Transtornos de Aprendizagem, Epilepsia e
síndromes genéticas. Os pacientes foram submetidos à avaliação neuropsicológica que
constou da aplicação da Escala de inteligência Wechsler para crianças (WISC-IIIe do
questionário semi-estruturado com os critérios diagnósticos do DSM-IV para TDAH
respondido pelos responsáveis e professores. Resultados e discussão: A média de
idade dos pacientes à avaliação foi de 10 anos (entre seis e 16 anos), sendo 35 do
sexo masculino (76.1%) e 10 do sexo feminino (21.7%). A média do QIT foi 89,20; QIV
foi 90 e do QIE 90.49. Em relação aos índices fatoriais, as médias encontradas foram:
ICV: 91.36; IOP: 89.33; IVP: 88; IRD foi 77.6. Os valores médios de QIT estão na
categoria médio-inferior para a população de crianças brasileiras. O IRD está abaixo
do esperado, refletindo as dificuldades de atenção e memória de trabalho. Conclusão:
A partir do resultado da avaliação pode-se verificar que as crianças encaminhadas
com queixa de mau desempenho escolar e que tiveram diagnóstico de TDAH,
apresentaram IRD abaixo do esperado para crianças sua faixa etária, sendo
classificado na categoria limítrofe.
Palavras chaves: Neuropsicologia, Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade,
Cognição.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 137
O desenho da figura humana das crianças com TDAH
diagnosticadas no ambulatório de estudos de transtorno de
aprendizagem (LETRA) do hospital das clínicas da UFMG
Maria do Carmo Mangelli Ferreira de Araujo*; Cláudia Machado Siqueira*; Juliana Gurgel
Giannetti*; Débora Fraga Lodi*; Juliana Flores*; Karina Avelar*; Luciana Maria Rocha*; Luciana
Mendonça Alves*; Raquel Ferreira Araujo*.
*Colaboradoras do LETRA –HC. UFMG
Resumo: Objetivo: Avaliar a representação conceitual através do desenho da figura
humana (DFH-Escala Sisto) de crianças com TDAH, atendidas no LETRA. Referencial
teórico: O DFH é uma técnica usada freqüentemente para medir o desenvolvimento
cognitivo não-verbal das crianças. É uma fonte de estimativa de desenvolvimento
cognitivo pouco influenciado por diferenças culturais e a língua utilizada. A
representação conceitual da figura humana está associada a medidas de inteligência,
a operacionalidade de Piaget e aprendizagem escolar. Em termos de escolaridade
mostrou-se relacionado à aquisição da escrita. Metodologia: Foram avaliadas 36
crianças, entre 6 a e 12 anos com queixa de mau desempenho escolar, sendo
aplicado o DFH e questionário semi-estruturado com os critérios diagnósticos do DSM-
IV para TDAH. Resultados e discussão: Segundo a análise em quartil, 29 crianças
(80.6%) situaram-se no quartil 25; uma no quartil 50 (2,8%), uma no quartil 75(2,8%)
e cinco no quartil 90(13,9). Considerando que o teste do desenho da figura humana
pontua os acertos, constatamos que a maioria das crianças situou-se no quartil 25,
indicando que em relação a crianças da mesma faixa, as avaliadas estão no quartil
inferior. As crianças diagnosticadas com TDAH e mau desempenho escolar apresentam,
menor controle inibitório e maiores emocionais, podendo influenciar na execução do
DFH. Conclusão: De acordo com os critérios de avaliação do DFH-Escala Sisto, as
crianças com TDAH e mau desempenho escolar apresentaram dificuldades na
representação conceitual e no desenvolvimento cognitivo não-verbal.
Palavras chaves: Neuropsicologia, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 138
O teste de BENDER sistema de pontuação gradual (B-SPG) em
crianças com diagnóstico de transtorno de déficit de atenção
hiperatividade (TDAH)
Maria do Carmo Mangelli Ferreira de Araujo*; Cláudia Machado Siqueira*; Juliana Gurgel
Giannetti*; Débora Fraga Lodi*; Juliana Flores*; Karina Avelar*; Luciana Maria Rocha*; Luciana
Mendonça Alves*; Raquel Ferreira Araujo*.
*Colaboradoras do LETRA –HC.UFMG
Resumo: Objetivo: Traçar o perfil visomotor através do teste de B-SPG, de crianças
com TDAH, atendidas no LETRA do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de
Minas Gerais. Referencial teórico: A avaliação do perfil visomotor das crianças com
diagnóstico de transtorno de TDAH, permite intervenções mais assertivas na
reabilitação destas crianças. É consenso que grande parte das crianças que
apresentam TDAH, também tem comprometimento das habilidades visomotoras, que
interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem. Metodologia: Foram
avaliadas 36 crianças com mau desempenho escolar, entre 6 a e 12 anos. Foram
excluídas crianças com mais de 12 anos, retardo mental, epilepsia e síndromes
genéticas. Foi respondido pelos pais e professores o questionário semi-estruturado
com os critérios diagnósticos do DSM-IV para TDAH, e aplicado o teste de Bender.
Resultados e discussão: A média de idade dos pacientes à avaliação foi de 9,4 anos,
sendo 26 do sexo masculino (72,2%) e 10 do sexo feminino (27,8%). Segundo a
análise em quartil, cinco crianças (13,9%) ficaram no quartil 50, sete no quartil 75
(19,4%) e 24 no quartil 90 (66,7%). Considerando que o teste de Bender pontua os
erros, constatamos que 66.7% apresentaram imaturidade percepto motora que são
evidenciadas na dificuldade de cópia e escrita. Estas crianças apresentam dificuldades
atencionais, que podem interferir no tempo e na qualidade de execução de tarefas
motoras. Conclusão: De acordo com os critérios de avaliação do B-SPG, as crianças
com diagnóstico de TDAH, apresentam com muita freqüência imaturidade visomotora.
Palavras chaves: Neuropsicologia, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade,
Teste de Bender-Gestalt.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 139
Perfil de crianças atendidas em ambulatório multidisciplinar de
avaliação dos transtornos de aprendizagem no período
de 2008 a 2009, em Belo Horizonte, MG
Rocha LM1,2, Siqueira CM1,2, Fraga DL2, Alves JFM2, Araújo MCMF2, Alves LM2,3, Ribeiro KA2, Araújo
RF2, Gurgel-Giannetti J1. Equipe de Neuropediatria1, Laboratório dos Estudos dos Transtornos de
Aprendizagem (LETRA)2 do HC-UFMG e Metodista de Minas3
Resumo: Objetivo: Traçar um perfil das crianças com mau desempenho escolar
encaminhadas ao LETRA. Neste ambulatório interdisciplinar, as crianças foram
investigadas por meio de anamnese, exame clínico-neurológico, bateria
neuropsicológica, avaliação fonaudiológica e testes psicométricos. Metodologia: o
estudo consta de 136 crianças entre 06 a 16 anos, estudantes do ensino regular
atendidas no LETRA no período de 2008 e 2009. Os encaminhamentos foram
realizados por profissionais da área da educação e saúde. Os pacientes foram
avaliados por equipe multidisciplinar, tendo como objetivo analisar as habilidades
cognitivas, mnemônicas, atencionais, (meta)lingüísticas, e práxicas e sua repercussão
sobre a leitura, escrita e aritmética. Resultados e discussão: Nesta amostra, 72,8%
eram do gênero masculino e 27,2% do feminino. De acordo com o senso
demográfico, o número de crianças do gênero masculino é maior que os de gênero
feminino3, além de MDE ter maior incidência em meninos. Observa-se que a maior
parte (58,8%) foi encaminhadas entre 6-10 anos de idade, período de início de
alfabetização, no qual realmente os problemas acadêmicos emergem. Entre as várias
condições identificadas, o Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDA/H)
foi a mais encontrada em 44,1% da amostra. Outra condição freqüente foi o retardo
mental (quociente de inteligência total inferior a 70) em 33,8% da amostra. No início
da educação formal, as crianças com retardo mental apresentam maiores dificuldades
que seus pares. A dificuldade escolar foi encontrada em 14,7% e os transtornos
específicos de aprendizagem em 2,2%. Conclusão: Ressalta-se a importância da equipe
multidisciplinar no diagnóstico etiológico e na condução das crianças com queixa de
mau desempenho escolar.
Palavras chave:Avaliação Educacional; Transtornos de Aprendizagem; Estudantes;
Pesquisa Interdisciplinar.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 140
Achados do exame neurológico evolutivo em amostra de
crianças com transtorno de défict de atenção/hiperatividade
Rocha LM1,2, Siqueira CM1,2, Fraga DL2, Alves JFM2, Araújo MCMF2, Alves LM2,3, Ribeiro KA2, Gurgel-
Giannetti J1, Araújo RF2. Equipe de Neuropediatria1, e do Laboratório dos Estudos dos
Transtornos de Aprendizagem (LETRA)2 do HC-UFMG, Metodista de Minas3
Resumo: Objetivos: Traçar um perfil dos achados do exame neurológico das crianças
encaminhadas com mau desempenho escolar e diagnosticadas com Transtorno de
Déficit de Atenção/Hiperatividade no LETRA. Identificar os sinais neurológicos sutis
mais frequentes neste grupo de crianças por meio do exame neurológico evolutivo
(ENE). Metodologia: Foram avaliadas 165 crianças entre 6 a 16 anos, com mau
desempenho escolar encaminhas para o LETRA no período de 2008 a 2010. Foram
selecionadas as crianças que preencheram os critérios diagnósticos pelo Manual
Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais- 4ª edição (DSM-IV), sendo excluído
retardo mental, transtornos específicos de aprendizagem, epilepsia e síndromes
genéticas. Foram selecionadas 45 crianças que foram submetidas ao exame
neurológico tradicional e evolutivo (ENE - provas para idade de 7 anos). Resultados e
discussão: Entre as 45 crianças selecionadas com mau desempenho escolar e TDA/H,
a média de idade foi de 10 anos, sendo 35 (76,1%) crianças do gênero masculino. As
crianças foram avaliadas por neuropediatra e submetidas a exame neurológico
tradicional e evolutivo. O exame neurológico não encontrou alterações, como é
descrito na literatura. No ENE apenas uma criança selecionada executou todas as 6
funções testadas (equilíbrio estático e dinâmico, coordenação apendicular e tronco-
membros, persistência motora e reconhecimento direito-esquerdo). Nas funções
específicas, 35 crianças (77,7%) tiveram dificuldade em reconhecimento direito-
esquerdo, 25 (55,5%) com dificuldades coordenação apendicular, 22 (48,8%)
dificuldade no equilíbrio dinâmico, 18 (40%) alteração na coordenação tronco-
membros, 17 (37,7%) alteração na persistência motora e 13 (28,8%) em equilíbrio
estático. Conclusão: O ENE mostrou-se eficaz em identificar sinais neurológicos sutis
em crianças com mau desempenho escolar e TDA/H. As maiores dificuldades
encontradas foram na integração sensorial (reconhecimento direito-esquerdo) seguida
de dificuldade de coordenação apendicular, equilíbrio dinâmico e coordenação tronco-
membros. Tais informações são essenciais para traçar as estratégias terapêuticas de
cada criança.
Palavras chave: Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade; Exame
Neurológico; Estudantes
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 141
Perfil da populaçao avaliada no centro de referencia
em diagnostico da UFRJ-RJ (ELO)
Juliana Pereira – ELO/UFRJ; Renata Mousinho – ELO/UFRJ; Lia Pinheiro – ELO/UFRJ; Evelin
Schmid – ELO/UFRJ; Fernanda Mesquita – ELO/UFRJ; Renata Sholl – ELO/UFRJ; Stella Varizo –
ELO/UFRJ
Resumo: Introdução: A disseminação de informação não tem uma relação direta com
a busca de diagnóstico precoce em crianças com dificuldades escolares. Persistem
crenças de que sinais de dificuldades escolares podem ser passageiros, o que retarda
a intervenção precoce. Objetivos: Verificar a associação idade e escolaridade de
crianças com queixas de dificuldades escolares, verificar se existe evolução das
habilidades cognitivas com o aumento da idade cronológica, mesmo antes de
submetidos à intervenção. Observar quais habilidades não acompanham esta evolução
e se há correlação entre o desenvolvimento de uma habilidade sobre a outra.
Metodologia: Selecionamos 43 crianças com idades entre 6 e 14 anos, com queixas
de dificuldades escolares. Todas foram submetidas à testes de compreensão e
desenvolvimento de narrativa (Brandão e Spinillo,2001), consciência fonológica
(PROHMELE,2009), avaliação do padrão de leitura oral e da compreensão do material
lido. Realizamos análises da correlação Pearson entre os parâmetros idade e
escolaridade com os resultados nos testes das habilidades específicas e correlações
entre o desenvolvimento dessas habilidades específicas, considerando significativo ¨p¨
menor que 0,05. Resultados e Discussão: Não houve correlação significativa entre
narrativa e memória operacional, com relação à idade e escolaridade. Tais dados se
mostraram independentes do padrão de leitura oral. Observamos uma correlação entre
o desempenho em consciência fonológica, e memória operacional. Essa correlação não
se manteve com relação ao padrão de leitura oral e de compreensão da leitura.
Significância estatística foi encontrada com relação ao padrão de leitura oral e
compreensão do material lido. Mesmo para crianças com queixas escolares não
submetidas à intervenção, quanto maior a idade e escolaridade, melhor foi o
desempenho na compreensão de narrativa, melhor padrão de leitura oral (pausado ou
fluente), melhor compreensão da leitura oral. Com relação à consciência fonológica,
esta não mostrou melhor desempenho com o aumento da idade e escolaridade.
Palavras Chave: leitura, escrita, consciência fonológica, memória.
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 142
Desempenho em processamento fonológico de escolares com
transtorno do déficit de atenção com hiperatividade
Débora Fraga Lodi - LETRA - HC/UFMG; Cláudia Machado Siqueira - LETRA - HC/UFMG; Juliana
Gurgel Giannett- LETRA - HC/UFMG; Juliana Flores - LETRA - HC/UFMG; Karina Avelar Ribeiro–
LETRA - LETRA - HC/UFMG; Luciana Mendonça Alves - LETRA - HC/UFMG; Luciana Rocha -
LETRA - HC/UFMG; Maria do Carmo Mangelli Ferreira Araújo - LETRA - HC/UFMG; Raquel Araújo
Ferreira - LETRA - HC/UFMG
Resumo: A aquisição da linguagem e da aprendizagem escolar podem estar
comprometidas em escolares com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade
(TDAH), visto que a base neurobiológica do TDAH ocasiona alterações em mecanismos
cognitivos como atenção sustentada e funções executivas. O processamento
fonológico compreende as operações mentais de processamento da informação
baseadas na estrutura fonológica da linguagem oral. Objetivo: descrever o desempenho
de em escolares com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade em provas
que avaliam o processamento fonológico. Métodos: participaram deste estudo 35
escolares entre 7 e 15 anos que realizaram avaliação multidisciplinar no Laboratório
de Estudos dos Transtornos da Aprendizagem (LETRA) do Hospital das Clínicas da
Universidade Federal de Minas Gerais entre os anos de 2008 e 2010 e que receberam
o diagnóstico clínico de TDAH. Foram realizadas as seguintes avaliações: consciência
fonológica, nomeação automática rápida (RAN) e memória auditiva seqüencial (de
palavras, não-palavras e dígitos). Resultados e discussão: os resultados revelaram que
a maioria dos erros observados na prova de consciência fonológica concentraram-se
nas tarefas de subtração e inversão fonêmica. Para a tarefa de memória foram
repetidas uma média de 3,69 palavras, 2,74 não-palavras e 5,41dígitos. O tempo
médio em segundos para a tarefa de nomeação rápida foi: para cores 0,64, letras
0,35, dígitos 0,40 e objetos1,3. As dificuldades nas provas de consciência fonológica e
memória auditiva seqüencial são decorrentes de déficits na memória de trabalho. Já a
lentidão na prova de nomeação automática rápida reflete a alteração na velocidade
de processamento da informação. Conclusão: sabe-se que existe considerável
incidência de dificuldades leitura no TDAH. Considerando que o processo de leitura
exige integridade de funcionamento das funções executivas (que, quando
comprometidas, interferem especialmente nas estratégias fonológicas, resultando em
falhas na automatização da decodificação fonológica), é importante investigar essas
habilidades em sujeitos com TDAH.
Palavras chave: Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade; Avaliação
Educacional; Transtornos de Aprendizagem; Estudantes
Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 143
Estudo da integração visuomotora por meio do teste de
integração visuomotora (VMI) em crianças com transtorno
de déficit de atenção e hiperatividade
Juliana Flores Mendonça1; Cláudia Machado Siqueira1,2;Débora Fraga Lodi1; Juliana Gurgel-
Giannetti2; Karina Avelar Ribeiro1; Luciana Mendonça Alves1,3 ; Luciana Maria Rocha1,2; Maria do
Carmo Mangelli Ferreira Araújo1; Raquel Ferreira Araújo1. 1Laboratório de Estudos dos Transtornos
de Aprendizagem (LETRA) do Hospital das Clínicas da UFMG, 2 Serviço de Neurologia Pediátrica
do HC/UFMG, 3 Metodista de Minas
Resumo: Estudos mostram a existência da dificuldade na escrita em crianças que
preenchem critérios para o TDAH. Essa dificuldade pode estar relacionada à pobre
integração visuomotora, ou seja, dificuldade em coordenação de movimentos olho-mão.
A integração visuomotora envolve cognição, discriminação tátil, processamento da
informação sensorial e a maturação da estrutura do sistema nervoso central. O
comprometimento desta habilidade interfere na identificação e execução de das formas
gráficas. Objetivo: identificar a dificuldade da integração visuomotora com crianças que
preenchem critérios de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).
Métodos: foi aplicado o teste de Integração visuomotora (VMI-Beery, 1997), em 10
escolares de 7 a 15 anos. Esses escolares realizaram avaliação multidisciplinar no
Laboratório de Estudos dos Transtornos da Aprendizagem (LETRA) do Hospital das
Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais no ano de 2010 e receberam o
diagnóstico clínico de TDAH. Foram excluídas as crianças com retardo mental,
epilepsia e síndromes genéticas. O VMI é um teste de cópias de desenhos, com
critérios de pontuação e escores, para identificar possíveis problemas de Integração
visuomotora. Resultados e discussão: os resultados revelam índice significativo de
baixa integração visuomotora em crianças que preenchem critérios para TDAH. 8
escolares (17,4%), apresentaram baixa integração visuomotora e apenas 2 (4,3%)
escolares apresentaram boa integração visuomotora. O resultado pode estar
relacionado à dificuldade nos traçados da escrita dos escolares com TDAH. O
presente estudo confirma dados descritos na literatura. Conclusão: As crianças
avaliadas demonstraram dificuldades na integração visomotora que é essencial na
expressão da escrita (grafia). Na literatura nacional e internacional ainda são escassas
pesquisas envolvendo o tema, necessitando de maior investigação.
Palavras chaves: Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade, Integração
Visuo- Motora, Escrita, Estudantes.