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Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 89 Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de psicofisiologia Maria Inez Ocanã De Luca - ABD – Associação Brasileira de Dislexia Resumo: Dislexia é uma condição neurológica associada a déficits na aquisição e processamento da linguagem. Variando em graus de gravidade, se manifesta por dificuldades na linguagem receptiva e expressiva, incluindo processamento fonológico, na leitura, escrita, ortografia, caligrafia, e por vezes em aritmética. Dislexia é uma condição hereditária associada a diversas anormalidades neurológicas em áreas corticais visuais e auditivas. Uma das mais influentes teorias para explicar os sintomas disléxicos é a chamada hipótese magnocelular. Segundo esta hipótese, a dislexia resulta de processamento de informações visuais anormais, devido principalmente a disfunção no sistema magnocelular. Este trabalho explora esta hipótese comparando quinze indivíduos com dislexia e quinze controles, com idades compreendidas entre os 18 e 30 anos através de dois testes visuais de atenção. Ambos os experimentos avaliam tempo de reação a estímulos que apareciam na tela do computador, enquanto os indivíduos permaneciam instalados, com a cabeça apoiada e com os olhos fixos em um alvo central. O experimento I consistiu de estímulos brancos apresentados em um fundo preto. No experimento II, a mesma metodologia foi utilizada, agora com estímulos verdes sobre um fundo vermelho. Considerando todos os quadrantes, disléxicos tiveram tempo de reação mais lento no experimento I, onde, segundo material teórico, estes estímulos seriam processados pelo sistema visual magnocelular, mas apresentaram tempos de reação semelhantes aos controles no experimento II, onde a cor foi utilizada e, também segundo a teoria, os estímulos seriam processados predominantemente pelo sistema visual parvocelular, inibindo o sistema visual magnocelular. Os resultados obtidos são compatíveis com anormalidades no sistema magnocelular entre disléxicos. As implicações destes achados para a fisiopatologia e também para a intervenção na dislexia merecem mais discussão e estudos. Palavras-chave: Dislexia; Sistema Visual Magnocelular; Atenção; Psicofisiologia.

Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

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Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 89

Sistema visual magnocelular e dislexia : um

experimento de psicofisiologia

Maria Inez Ocanã De Luca - ABD – Associação Brasileira de Dislexia

Resumo: Dislexia é uma condição neurológica associada a déficits na aquisição e

processamento da linguagem. Variando em graus de gravidade, se manifesta por

dificuldades na linguagem receptiva e expressiva, incluindo processamento fonológico,

na leitura, escrita, ortografia, caligrafia, e por vezes em aritmética. Dislexia é uma

condição hereditária associada a diversas anormalidades neurológicas em áreas

corticais visuais e auditivas. Uma das mais influentes teorias para explicar os sintomas

disléxicos é a chamada hipótese magnocelular. Segundo esta hipótese, a dislexia

resulta de processamento de informações visuais anormais, devido principalmente a

disfunção no sistema magnocelular. Este trabalho explora esta hipótese comparando

quinze indivíduos com dislexia e quinze controles, com idades compreendidas entre os

18 e 30 anos através de dois testes visuais de atenção. Ambos os experimentos

avaliam tempo de reação a estímulos que apareciam na tela do computador, enquanto

os indivíduos permaneciam instalados, com a cabeça apoiada e com os olhos fixos

em um alvo central. O experimento I consistiu de estímulos brancos apresentados em

um fundo preto. No experimento II, a mesma metodologia foi utilizada, agora com

estímulos verdes sobre um fundo vermelho. Considerando todos os quadrantes,

disléxicos tiveram tempo de reação mais lento no experimento I, onde, segundo

material teórico, estes estímulos seriam processados pelo sistema visual magnocelular,

mas apresentaram tempos de reação semelhantes aos controles no experimento II,

onde a cor foi utilizada e, também segundo a teoria, os estímulos seriam processados

predominantemente pelo sistema visual parvocelular, inibindo o sistema visual

magnocelular. Os resultados obtidos são compatíveis com anormalidades no sistema

magnocelular entre disléxicos. As implicações destes achados para a fisiopatologia e

também para a intervenção na dislexia merecem mais discussão e estudos.

Palavras-chave: Dislexia; Sistema Visual Magnocelular; Atenção; Psicofisiologia.

Page 2: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 90

Análise cognitivo-linguística na avaliação de leitura

de escolares do 2º ao 5º ano do ensino fundamental público

Vera Lucia Orlandi Cunha; Cláudia da Silva; Maria Nobre Sampaio; Simone Aparecida Capellini

UNESP-Marília - Apoio: CAPES/CNPq

Resumo: Objetivo: Analisar o desempenho de escolares do 2º ao 5º ano do ensino

fundamental em provas de leitura segundo critérios cognitivo-linguísticos. Referencial

Teórico: A rapidez na identificação da palavra ocorre devido à formação do léxico

mental, no qual as palavras de alta frequência são reconhecidas visualmente, enquanto

que a identificação de palavras de baixa frequência depende de estratégias

fonológicas, na qual o leitor faz a associações de letras aos sons. Procedimentos

metodológicos: Participaram 120 escolares do 2º ao 5º ano do ensino municipal,

divididos em 4 grupos de 30 escolares de cada série. Os escolares foram submetidos

à aplicação de provas de habilidades de leitura de palavras reais e pseudopalavras do

Protocolo de avaliação das habilidades metalinguísticas e de leitura-PROHMELE.

Resultados e discussão: Houve diferença estatisticamente significante em palavras reais

e em pseudopalavras entre os níveis de escolaridade. Os escolares de todos os níveis

apresentaram médias superiores para os erros referente às tentativas de som mal

sucedidas seguido de falhas na aplicação de regras ortográficas na leitura de palavras

reais e pseudopalavras. Os resultados apresentados permitiram concluir que os

escolares apresentaram maior frequência de erros relacionados ao processamento da

informação fonológica e na utilização das regras ortográficas, sugerindo que estes

escolares apresentaram dificuldade na aplicação das regras ortográficas. A adoção de

critérios cognitivo-linguísticos na avaliação da leitura de palavras e pseudopalavras

fornece subsídio para a compreensão de como o escolar vem processando os

complexos princípios do sistema de escrita do português do Brasil, além de dar o

suporte necessário à compreensão das dificuldades específicas apresentadas pelos

escolares, orientando o profissional fonoaudiólogo em relação aos objetivos precisos

no seu atendimento.

Palavras-chave: Leitura; Avaliação; Aprendizagem; Linguística; Educação.

Page 3: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 91

Correlação entre habilidades de leitura em escolares do 2º

AO 5º ano com e sem dificuldade de aprendizagem

Vera Lucia Orlandi Cunha-UNESP-Marília; Cláudia da Silva-UNESP-Marília; Maria Nobre Sampaio-

UNESP-Marília; Simone Aparecida Capellini-UNESP-Marília; Apoio: CAPES/CNPq

Resumo:Objetivos: Verificar correlação entre tempo total de leitura (TTL), velocidade de

leitura (VL), precisão (PLI) e compreensão de leitura (CL) em escolares do 2º ao 5º

ano do ensino fundamental. Referencial Teórico: a leitura é uma atividade complexa,

composta por múltiplos processos interdependentes, dos quais os fundamentais seriam

o reconhecimento de palavras e a compreensão da mensagem escrita. Procedimentos

Metodológicos: Participaram 80 escolares divididos em 8 grupos, sendo GI a GIV

composto de 10 escolares sem dificuldades de aprendizagem e GV a GVIII com 10

escolares com dificuldades de aprendizagem. Os escolares leram um texto oralmente

para medir o tempo, a exatidão e a velocidade de leitura; a compreensão de leitura

foi avaliada por meio das respostas a perguntas abertas do texto lido. Resultados e

discussão: Houve diferença estatisticamente significativa entre VL e TTL em todos os

grupos. Somente em GVI houve diferença estatisticamente significativa entre VL e PLI.

Apenas o GVII apresentou diferença estatisticamente significativa entre CL e TTL, PLI e

VL. A correlação entre tempo e velocidade de leitura, sugeriu que escolares com

melhores habilidades de leitura de palavras foram os que leram o texto com maior

velocidade. Esse dado indica que o acesso preciso e rápido ao léxico mental

influencia no tempo gasto na leitura de um texto. Para o GVI houve correlação entre

VL e PLI, indicando que quanto mais precisa é a leitura de palavras, menor é o tempo

gasto para ler um texto, sugerindo uma relação entre precisão na leitura de palavras

isoladas e velocidade de leitura textual. Apenas no GVII (3º ano com dificuldade de

aprendizagem) o tempo, a velocidade e a exatidão da habilidade de reconhecimento

de palavras correlacionaram-se significativamente com habilidade de compreensão de

leitura textual, indicando que a leitura automatizada de palavras foi um importante

fator na leitura com compreensão.

Palavras-chave: aprendizagem; avaliação; leitura

Page 4: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 92

Instrumentalização pedagógica para a identificação precoce

de escolares com risco de dislexia

Olga Valéria C. A. Andrade: Paulo Sérgio Teixeira do Prado; Simone Aparecida Capellini:

Faculdade de Filosofia e Ciências- FFC/UNESP- Marília- SP

Resumo: Introdução: Grande parte dos escolares do ensino fundamental têm sido

conduzidos a serviços especializados com queixa de dificuldades de aprendizagem sem

apresentar qualquer distúrbio, indicando uma lacuna no conhecimento científico sobre

distúrbios de aprendizagem por parte dos responsáveis por tais encaminhamentos e

ausência de critérios bem definidos para a adoção dessa medida. Objetivos: Visando

auxiliar os educadores na identificação mais segura de escolares com provável risco

de transtornos da leitura e escrita, este estudo testou uma série de atividades

pedagógicas coletivas para salas de aula, baseadas nas tarefas linguísticas do

protocolo de Capellini e Smythe (2008) e denominadas de Ferramentas Alternativs do

Educador (FAE). Método: As FAE consistem na de rimas e aliterações entre figuras a

partir da nomeação silenciosa. Foram testados 45 escolares de ambos os gêneros,

todos no início do processo de alfabetização, com idade média de 7 anos e 4 meses.

Resultados: As tarefas fonológicas e metafonológicas do protocolo Capellini e Smythe

(2008) se correlacionaram fortemente com o desempenho na leitura e escrita

consistentemente com a noção de que dificuldades na consciência fonêmica,

nomeação rápida e memória verbal de curto prazo constituem-se na principal causa

subjacente aos distúrbios de leitura e escrita. Boa parte das tarefas FAE apresentou

correlações estatisticamente significantes com as tarefas metalinguísticas e de leitura-

escrita do protocolo citado. Conclusão: Escolares em risco de dislexia podem ser

eficazmente identificados por meio de ferramentas pedagógicas cientificamente

desenvolvidas, testadas e adaptadas para a realidade educacional brasileira, um

promissor campo de pesquisa que ajudará a evitar a “síndrome do encaminhamento”

bem como indicar as tendências teórico-empíricas mais adequadas para orientar nossa

educação.

Palavras-chave: Processamento fonológico; Dislexia; Rastreamento

Page 5: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 93

A música como ferramenta diagnóstica na identificação

precoce de escolares com risco de dislexia

Paulo Estêvão Andrade: Colégio Criativo - Marília- SP; Jennifer Zuk: Harvard Graduate School of

Education, Cambridge – USA; Olga Valéria Campana dos Anjos Andrade: Faculdade de Filosofia e

Ciências-- Marília- SP ; Martin Gardiner: Center for the Study of Human Development, Brown

University – Providence- USA; Nadine Gaab: Harvard Medical School, Children’s Hospital Boston;

Developmental Medicine Center; Laboratories of Cognitive Neuroscience, Boston, USA

Resumo: Introdução: Muitos estudos têm mostrado uma relação positiva entre o

treinamento musical e a habilidade de leitura. Além disso, demonstrou-se uma relação

positiva entre o grau de treinamento musical em crianças e precursores do

desenvolvimento da leitura-escrita, especificamente o processamento fonológico e

habilidades iniciais de leitura. Objetivos: Este estudo investigou a relação entre o

desempenho em uma nova tarefa musical e uma variedade de avaliações cognitivo-

linguísticas em quarenta e três escolares falantes do Português de uma escola

brasileira de ensino fundamental. Enquanto estudos prévios que investigaram esta

relação apresentaram como estímulos musicais tons individuais ou acordes gravados

em softwares, a tarefa musical aqui implementada preserva uma experiência musical

autêntica através de uma apresentação ao vivo usando o violão. Método: A tarefa

musical envolve a discriminação entre dois sons, um no registro agudo e outro no

registro grave do violão. Pediu-se aos escolares codificarem as sequências de quatro

sons no violão usando uma resposta chave para identificar o “som mais grosso” e o

“som mais fino. Nós hipotetizamos uma relação significante entre a tarefa musical e

as tarefas que mensuram os precursores da leitura e da habilidade de leitura.

Resultados: Encontramos uma forte relação entre o desempenho na tarefa musical e

uma série de variáveis linguísticas, especificamente tarefas envolvendo o

processamento fonológico. Adicionalmente, várias crianças (n=22) registaram respostas

para mais do que quatro sons na tarefa musical, o que foi classificado como

Reverberação. Ao dividir-se a amostra em dois grupos, aqueles com ocorrências de

Reverberação e aqueles sem Reverberação, todas as relações significantes entre a

tarefa musical e as medidas linguísticas puderam ser explicadas pela Reverberação.

Conclusão: Estes achados produzem implicações para o uso de rastreamentos

baseados na música como uma ferramenta diagnóstica para a identificação de

dificuldades de aquisição de leitura.

Palavras-chave: música; processamento fonológico; dislexia; rastreamento

Page 6: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 94

Desempenho de escolares com dislexia e TDAH na avaliação

dos processos de leitura – PROLEC

Adriana Marques de Oliveira, Fonoaudióloga, Pós-graduanda² (Mestrado) em Educação do

Programa de Pós Graduação¹ -Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e

Tecnológico - CNPq; Monique Herrera Cardoso, Fonoaudióloga do Laboratório de Investigação

dos Desvios da Aprendizagem do Departamento de Fonoaudiologia¹ ³; Fábio Henrique Pinheiro.

Mestre em Educação. Doutorando do Programa de Pós Graduação¹ ³ -Bolsita da Coordenação

de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES; Giseli Donadon Germano.

Fonoaudióloga. Doutora em Educação pela Faculdade de Filosofia e Ciências¹; Simone Aparecida

Capellini, Fonoaudióloga. Livre – Docente em Linguagem Escrita. Docente do Departamento de

Fonoaudiologia e Programa de Pós-Graduação² - 1-UNESP – Marilia (SP), Brasil. 2 Educação da

Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista. 3 em Educação da

Faculdade de Filosofia e Ciências

Resumo:O desenvolvimento da leitura requer a organização dinâmica de várias

habilidades. A relação entre linguagem, atenção, identificação de palavras, vocabulário,

compreensão, fonologia e fluência, entre outras habilidades, tem demonstrado forte

impacto no desenvolvimento da leitura. Este estudo teve por objetivo caracterizar e

comparar o desempenho de escolares com diagnóstico interdisciplinar de dislexia e

TDAH com escolares com bom desempenho acadêmico nos processos de leitura.

Participaram 60 escolares na faixa etária de oito anos e dois meses a dez anos e

onze meses de idade, de ambos os gêneros, de 2ª a 4ª série do ensino fundamental

da cidade de Marília – SP, divididos em: GI - 20 escolares com diagnóstico

interdisciplinar de dislexia; GII - 20 escolares com diagnóstico interdisciplinar de TDAH

e GIII: 20 escolares com bom desempenho acadêmico. Os escolares foram submetidos

à aplicação das provas de Avaliação dos Processos de Leitura – PROLEC, composto

por quatro processos: identificação de letras, léxico, sintático e semântico. Os

resultados evidenciaram que os escolares do GIII apresentaram desempenho superior

em relação ao GI e GII. Os escolares do GI e GII apresentaram diferença

estatisticamente significante apenas nas provas de leitura de palavras não freqüentes e

leitura de não palavras do processo léxico, com desempenho semelhante nas demais

provas. A dificuldade apresentada pelo GI e GII nas provas do PROLEC pode ser

justificada pela dificuldade de codificação e decodificação de símbolos. Nos escolares

com TDAH essa alteração se deve ao comprometimento da interação entre o

processamento visual, lingüístico, atencional e auditivo e nos escolares com dislexia é

em decorrência de falha no processo de mediação fonológica, que depende da

utilização do conhecimento das regras de conversão grafema-fonema para a

construção da leitura da palavra. Essas alterações comprometem a realização da

leitura e a compreensão do material lido.

Palavras-Chaves: Avaliação. Leitura. Dislexia. TDAH

Page 7: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 95

Desempenho de escolares com dislexia e distúrbio de

aprendizagem na avaliação dos processos de leitura –

PROLEC

Adriana Marques de Oliveira, Fonoaudióloga, Pós-graduanda (Mestrado) em Educação do

Programa de Pós Graduação em Educação² -Bolsista do Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico – CNPq¹ ; Monique Herrera Cardoso, Fonoaudióloga do Laboratório de

Investigação dos Desvios da Aprendizagem do Departamento de Fonoaudiologia da¹ ²; Fábio

Henrique Pinheiro. Mestre em Educação. Doutorando do Programa de Pós Graduação em

Educação¹ ²; Bolsita da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES;

Giseli Donadon Germano. Fonoaudióloga. Doutora em educação¹ ²; Simone Aparecida Capellini,

Fonoaudióloga. Livre – Docente em Linguagem Escrita. Docente do Departamento de

Fonoaudiologia e Programa de Pós-Graduação em Educação¹ ² 1- UNESP – Marilia

(SP), Brasil. 2- Faculdade de Filosofia e Ciências

Resumo: Este estudo teve por objetivo caracterizar e comparar o desempenho de

escolares com diagnósticos de dislexia e distúrbio de aprendizagem com escolares

com bom desempenho acadêmico nos processos de leitura. Participaram 60 escolares

na faixa etária de oito anos e dois meses a dez anos e onze meses de idade, ambos

os gêneros, de 2ª a 4ª série do ensino fundamental da cidade de Marília–SP, divididos

em: GI: 20 escolares com diagnóstico interdisciplinar de dislexia; GII: 20 escolares com

diagnóstico interdisciplinar de distúrbio de aprendizagem e GIII: 20 escolares com bom

desempenho acadêmico. Os escolares foram submetidos à aplicação da avaliação dos

processos de leitura - PROLEC, composto por quatro processos: identificação de letras,

léxico, sintático e semântico. Os resultados evidenciaram que os escolares do GIII

apresentaram desempenho superior nas provas do PROLEC em relação aos escolares

do GI e GII. Os escolares do GI apresentaram dificuldade na realização das provas dos

processos léxico, sintático e semântico, enquanto os escolares do GII apresentaram

desempenho inferior nas provas dos processos de identificação de letras, léxico,

sintático e semântico. Foram encontradas diferenças estatisticamente significantes nas

provas: sinais de pontuação (processo sintático) e compreensão de orações e textos

(processo semântico), nas quais foi evidenciado desempenho inferior do GII em relação

aos escolares do GI. Quanto à classificação dos resultados, o GI apresentou maioria

dos escolares com desempenho normal no processo de identificação de letras e

dificuldade grande no processo léxico, apresentando dificuldades nas tarefas que

exigem o uso das habilidades fonológicas comprometendo os demais processos; o GII

apresentou dificuldade grande em todos os processos em decorrência da habilidade

de identificação visual alterada que interfere, juntamente com as alterações nas

demais habilidades, no processo de aprendizagem.

Palavras-chave: Avaliação. Leitura. Dislexia. Transtornos de Aprendizagem.

Page 8: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 96

Comparação do desempenho de escolares de ensino

particular e público em provas ortográficas

Andrea Oliveira Batista¹ ; Simone Aparecida Capellini¹ – 1 Faculdade de Filosofia e Ciências da

Universidade Estadual Paulista

Resumo: A verificação do desempenho ortográfico nos diferentes estágios da

escolaridade, nas distintas redes de ensino, pode trazer informações do processo

ensino-aprendizagem e, conforme a literatura as pesquisas direcionadas para esta

comparação ainda são modestas, normalmente, com resultados apontando uma

superioridade para o ensino particular. Sendo assim, este estudo teve como objetivo

comparar o desempenho de escolares de ensino particular e público em provas

ortográficas. Para a realização deste estudo foram elaboradas provas específicas, com

base nas regras de codificação de Scliar-Cabral (2003), seguindo os princípios

alfabéticos da língua portuguesa do Brasil. Foram avaliados 240 escolares do 2º ao 5º

ano, 120 de uma instituição particular e 120 de uma instituição pública, da cidade de

Londrina/PR, sendo 60 escolares de cada ano divididos em oito grupos,

respectivamente GI, GII, GIII, GIV, GV, GVI, GVII e GVIII. As provas elaboradas e aplicadas

foram divididas em versão coletiva: escrita das letras do alfabeto, ditado randomizado

das letras do alfabeto, ditado de palavras, ditado de pseudopalavras, ditado com

figuras e escrita temática induzida por figura e, em versão individual: ditado de frases,

erro proposital, ditado soletrado e memória lexical ortográfica. Os resultados foram

analisados estatisticamente revelando que escolares de ensino particular e público,

apresentam o desempenho ortográfico semelhante e próximo em todas as provas da

versão coletiva e individual, com vantagem evidente para a escola particular somente na

prova de ditado de palavras. Além disso, houve o aumento da média de acertos em

todas as provas das versões coletiva e individual com o aumento da seriação escolar.

Palavras-Chave: Avaliação. Aprendizagem. Escolaridade. Escrita Manual.

Page 9: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 97

Classificação dos erros ortográficos de escolares

de ensino público e particular

Andrea Oliveira Batista¹; Simone Aparecida Capellini¹ 1 Faculdade de Filosofia e Ciências da

Universidade Estadual Paulista

Resumo: A verificação do conhecimento ortográfico nos diferentes estágios da

escolaridade pode trazer informações importantes acerca do processo ensino-

aprendizagem e, conforme mostra a literatura as pesquisas direcionadas para a

aquisição e o desenvolvimento ortográfico ainda são modestas. Com isto, este estudo

teve como objetivo a classificação dos erros ortográficos de escolares de ensino

público e particular segundo a semiologia dos erros. Foram avaliados 240 escolares

do 2º ao 5º ano, sendo 120 de uma instituição de ensino particular e 120 de uma

instituição de ensino pública, da cidade de Londrina/PR, sendo 60 escolares de cada

ano divididos em oito grupos, respectivamente GI, GII, GIII, GIV, GV, GVI, GVII e GVIII. As

provas do protocolo Pró-Ortografia que foram aplicadas na versão coletiva foram o

ditado de palavras, o ditado de pseudopalavras, o ditado com figuras e a escrita

temática induzida por figura e na versão individual o ditado de frases. Os resultados

foram analisados por meio de análise estatística, revelando a ocorrência em maior

frequência de erros de Ortografia Natural (correspondência fonema-grafema unívoca,

omissão e adição de segmentos, alteração da ordem dos segmentos, junção e

separação indevida de palavras) em detrimento dos erros de Ortografia Arbitrária

(correspondência fonema-grafema dependente do contexto, correspondência fonema-

grafema independente de regras, ausência ou presença inadequada de acentuação),

com diminuição do número de erros com o aumento da seriação escolar. Estes

resultados sugerem que são necessárias novas metodologias de ensino que

considerem a ortografia como um objeto de estudo, promovendo a reflexão pelos

escolares em sala de aula.

Palavras-Chave: Avaliação. Aprendizagem. Escolaridade. Escrita Manual.

Page 10: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 98

Perfil das crianças diagnosticadas pelo centro de referência

em dislexia e distúrbios de aprendizagem

Autores: Priscila Caetano¹; Renata Mousinho ¹; Edilene Argollo – CPII; Luciana Mendes¹ 1-

ELO/UFRJ

Resumo: Hoje no Brasil há uma grande dificuldade na obtenção do diagnóstico e na

atuação em nível primário dos distúrbios de aprendizagem, principalmente dislexia.

Aumentar a produção do conhecimento científico através de um perfil permite a

obtenção dados que poderão auxiliar na criação de ações prevenção e diagnóstico

mais efetivas e na capacitação dos professores com relação aos transtornos.

Metodologia: Com objetivo de montar esse perfil, foram analisados os dados obtidos

pela equipe ELO nas anamneses das 50 crianças assistidas pelo Centro de

Referência em Dislexia e Distúrbios de Aprendizagem da Graduação em Fonoaudiologia

da Faculdade de Medicina da UFRJ entre agosto e dezembro de 2010, em parceria

com o Colégio Pedro II. Resultados: São oferecidas vagas para crianças entre 6 e 14

anos, todavia as maiores demandas foram entre 8 e 11 anos (14,2% e 22,4%,

respectivamente), sendo 42% são da escola municipal, 71,4% são do sexo masculino;.

67,3% foram encaminhados pela escola, 26,5% pelos profissionais especializados, 4,1%

pela família. Delas, 55% moram na área programática 2.1 do Município do Rio de

Janeiro, enquanto 45% estão distribuídos pelas outras áreas. Discussão: Ao analisar os

dados conclui-se que: a procura de uma faixa etária elevada reflete a necessidade de

um trabalho mais efetivo de sensibilização e prevenção, principalmente no ambiente

escolar (que é o que mais encaminha) para que o diagnóstico seja feito

precocemente. A presença de crianças oriundas de todas as áreas programáticas do

Município do Rio de Janeiro e o alto índice da demanda oriunda da escola municipal

refletem a necessidade de mais pólos de assistência ao disléxico (com respeito ao

principio de regionalização). Esse conhecimento da população assistida permite um

maior sucesso na elaboração das atividades, e consequentemente aumenta a

possibilidade de êxito na atuação dos três níveis de atenção propostos pelo SUS.

Palavras chave: diagnóstico; perfil; prevenção.

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Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 99

Manifestações motoras, sensoriais e perceptivas no quadro do

transtorno do déficit de atenção e hiperatividade

Paola Matiko Martins Okuda (Terapeuta Ocupacional do Ambulatório de Neurologia Infantil –

Desvios da aprendizagem do Hospital das Clínicas- HC/FM/UNESP - Botucatu e do Laboratório

de Investigação dos Desvios da Aprendizagem¹); Fábio Henrique Pinheiro (Mestre e doutorando

do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências da

Universidade Estadual Paulista); Simone Aparecida Capellini (Livre Docente do Departamento de

Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e

Ciências da Universidade Estadual Paulista¹) 1-FFC-UNESP, Marília-SP)

Resumo: O objetivo deste estudo foi caracterizar e comparar as funções motoras fina,

sensorial e perceptiva de escolares com Transtorno do Déficit de Atenção com

Hiperatividade com escolares com bom desempenho acadêmico. Participaram deste

estudo 22 escolares do ensino fundamental de escolas públicas do município de

Marília-SP, com nível socioeconômico médio, do gênero masculino, na faixa etária

entre 6 anos e 3 meses e 11 anos de idade, distribuídos em dois grupos: GI: 11

escolares com diagnóstico interdisciplinar de Transtorno do Déficit de Atenção com

Hiperatividade e GII: 11 escolares com bom desempenho acadêmico em dois bimestres

seguidos, com nota maior que cinco em português e matemática, pareados com o GI

em idade, escolaridade e gênero. Após a assinatura do termo de consentimento pelos

pais ou responsáveis, os escolares de ambos os grupos foram submetidos à aplicação

do Protocolo de Avaliação da Função Motora Fina, Sensorial e Perceptiva e da Escala

de Disgrafia. Os resultados evidenciaram diferença estatisticamente significante no

desempenho das tarefas de função motora fina, função sensorial e função perceptiva

(p < 0,001) entre o GI e o GII, demonstrando que o desempenho do GI foi inferior ao

do GII. Esses achados indicam que todos os escolares do GI apresentaram alterações

motoras significativas em atividades que exigem destreza e coordenação motora, o

que tem impacto direto sobre a aquisição das habilidades motoras necessárias para a

escrita. Assim, essas alterações podem influenciar significativamente o desempenho

acadêmico dos escolares com TDAH, sendo, portanto, necessária atenção por parte

dos profissionais da educação e áreas correlatas, às funções alteradas, a fim de

minimizar seus efeitos negativos na vida acadêmica e social destes escolares.

Palavras-chave: Disgrafia, Transtorno do déficit da atenção com hiperatividade,

Habilidade motora fina, Aprendizagem, Escrita Manual.

Page 12: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 100

Investigação das habilidades de memória e nomeação rápida

em escolares com e sem queixa de dificuldade

de aprendizagem

Marta Castilho Pereira¹; Cintia Roberta Dias Bicalho¹; Vanessa Ferreira Mariz¹–; Luciana

Mendonça Alves¹ – LETRA-HC-UFMG 1-Metodista de Minas

Resumo: Objetivos: o estudo objetivou averiguar a memória visual e nomeação rápida

em escolares com e sem queixas de aprendizagem de uma escola pública de Belo

Horizonte, correlacionando o desempenho entre os gêneros, idade e escolaridade.

Métodos: a amostra foi composta por 107 escolares dos gêneros masculino e

feminino, com faixa etária entre 05 a 12 anos, matriculados entre o 1º ao 5º ano do

ensino fundamental. Os alunos foram divididos em escolares com e sem queixa de

dificuldade de aprendizagem, por idade e por escolaridade. Foram aplicados os testes

de Memória Visual e Nomeação Rápida, que avaliam respectivamente a capacidade de

relembrar um conhecimento recém adquirido e o tempo gasto para nomear uma série

de estímulos visuais familiares: objetos e dígitos. Resultados: 82 alunos da amostra

não apresentavam dificuldade de aprendizagem e 25 apresentavam. O desempenho

dos estudantes nas tarefas de memória visual e nomeação rápida melhorou com o

aumento da idade e escolaridade. Averiguou-se que o desempenho em ambas as

tarefas dos alunos sem queixa de dificuldade escolar é melhor dos que os dos alunos

com queixa. A análise revelou um resultado estatisticamente significativo, visto q o que

o valor de P no teste de memória visual foi 0,001 e no teste de nomeação rápida foi

de 0,000. O número de meninas com dificuldade de aprendizagem revelou-se inferior

ao dos meninos, sendo a porcentagem de meninas com queixas 3,74% e a de

meninos 18,69%. Conclusão: a análise sugere que alterações nos processos de

memória visual e nomeação rápida constituem um indicador de dificuldade de

aprendizagem, demonstrando a importância de investimento em pesquisas que

favoreçam a compreensão da relação destas habilidades, com a leitura e escrita,

favorecendo um maior entendimento sobre a influência destas habilidades na

aprendizagem escolar.

Palavras chaves: Aprendizagem, Criança, Leitura, Memória de Curto Prazo.

Page 13: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 101

Caracterização do desempenho de estratégias realizadas em

tarefas de compreensão leitora em crianças com dislexia do

desenvolvimento

Andréa Carla Machado – UFSCar – Universidade Federal de São Carlos – SP.; Dra. Simone

Aparecida Capellini – UNESP - Universidade Estadual Paulista – SP.

Resumo: A compreensão da leitura depende da ativação de relevantes conhecimentos

que estão fortemente relacionados com habilidades lingüísticas, habilidades de

memória, capacidade de realizar inferências e da experiência do indivíduo, os quais

são defasados em indivíduos com dislexia do desenvolvimento. Objetivo: caracterizar

do desempenho na leitura de textos por crianças com dislexia do desenvolvimento.

Método: Participaram deste estudo seis crianças com dislexia do desenvolvimento de

ambos os gêneros de 3º ao 7º ano de escolas públicas de uma cidade do interior do

Estado de São Paulo, com idades de 8 a 13 anos em tarefas de compreensão de

leitura: textos de perguntas e respostas e reconto de histórias. Os dados foram

coletados no CEES – Centro de Estudos de Educação e Saúde da UNESP – campus de

Marília- SP, onde os participantes foram diagnosticados por uma equipe interdisciplinar

O diagnóstico de dislexia do desenvolvimento dessas crianças foi realizado por equipe

ao apresentarem durante a avaliação multidisciplinar dificuldades significativas na

aquisição da leitura, escrita, compreensão, apresentando, dessa forma, desempenho

substancialmente abaixo do esperado para a idade e escolaridade Resultados: os

resultados foram analisados de forma descritiva, os quais evidenciaram que as

crianças com dislexia do desenvolvimento apresentaram alterações em relação à:

reconhecimento de palavras, tipo de abordagem da palavra, previsão lingüística,

velocidade, entonação ocasionando dificuldades globais na compreensão devido a

defasagem na memória que parece estar intervindo no entendimento impedido que as

informações se processem, comprometendo também as inferências, reduzindo a

habilidade de compreensão. Conclusão: crianças com queixas escolares devem ter a

oportunidade de participar de avaliações específicas referentes às tarefas de leitura de

textos, pois investigações futuras, com amostras maiores podem ajudar a desenhar

uma visão mais completa na compreensão de textos para crianças com dislexia do

desenvolvimento.

Palavras-chave: dislexia, compreensão, leitura, estratégias, textos.

Page 14: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 102

Dislexia: o coordenador pedagógico e a inclusão de disléxicos

no ensino regular fundamental 1º ao 5º ano

Lia Silva de Almeida- Faculdade Michelangelo – Brasília, DF; Alexandra Cristina Caetano

Mídia_Lab - UnB

Resumo: Este trabalho trata da inclusão dos alunos disléxicos no ensino fundamental

regular e mais especificamente da contribuição do coordenador pedagógico neste

processo. Tem como objetivo geral: Investigar as atividades do professor e do

coordenador frente à dificuldade de aprendizagem, abordando vários aspectos

relacionados com a dislexia frente a inclusão destes alunos no contexto do ensino

regular fundamental. Está norteada pelo questionamento: Qual a contribuição do

Coordenador Pedagógico no processo de inclusão dos alunos disléxicos no ensino

fundamental regular? O ponto de partida para esta investigação foi a leitura de

produções teóricas na área de dislexia como Frank (2003), Davis (2004), Massi

(2007), Constituição Federal - CF, de 1988, Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (1996), Diretrizes nacionais para a Educação Especial (2001), Mantoan (2006),

Almeida e Placco (2005). Durante o trabalho são abordados aspectos conceituais da

dislexia, realizando um mapeamento de estudos antes realizados e traçando uma

ponte entre estes estudos e a contribuição do Coordenador Pedagógico no ensino

fundamental regular de 1º ao 5º ano, dando suporte a educação continuada dos

professores. Discorre-se, desta forma, sobre as principais questões diagnosticadas nos

aspectos da mediação pedagógica foram: formação docente, afetividade, inclusão do

aluno disléxico, relação professor-aluno, Coordenador-professor, comunicação,

diagnóstico adequado e motivação. O presente artigo aponta que é na escola que a

dislexia aparece e é inicialmente diagnosticada, que sempre houve disléxicos na

escola. Aponta ainda para a importância do processo de inclusão e do papel do

Coordenador Pedagógico, auxiliando o professor, para que este possa melhor atender

a todos os seus alunos.

Palavras–chave: Professor, dislexia, educação, Coordenador, inclusão.

Page 15: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 103

Estudo investigativo sobre o conhecimento da dislexia em

educadores da rede pública e privada dos municípios

de Belo Horizonte e de Nova Lima Letícia Viana Pereira – CEFAC BH, UFMG, FM; Profa. Dra. PhD Luciana Mendonça Alves – CUMIH,

UFMG, FALE; Marina Gabriela Simões – CEFAC – BH; Ms. Cláudia Machado Siqueira – UFMG, FM

Resumo: Objetivo: investigar o conhecimento prático-teórico sobre a dislexia em

educadores das redes pública e privada dos Municípios de Belo Horizonte e de Nova

Lima. Busca-se agregar valores à literatura a partir da investigação da realidade dos

municípios estudados. Métodos: foi realizada uma pesquisa quantitativa de corte

transversal descritiva, com uma amostra de 103 professores vinculados a 14

instituições das redes pública e privada dos municípios escolhidos. A informação foi

coletada no período de maio a setembro de 2009, por meio da aplicação de um

questionário individual fechado, com o objetivo de obter informações sobre o conceito

da dislexia. Resultados/discussão: Quanto à definição e classificação da dislexia,

obteve-se uma proporção de 50% de acertos dos professores, contrariando alguns

resultados da literatura. Encontrou-se ainda que 98% dos pesquisados identificaram os

principais fatores causais da dislexia, e não o relacionaram com limitações

socioculturais, demonstrando que está havendo uma diferenciação na escola

permitindo uma intervenção mais apropriada. No tocante as principais características

de uma criança disléxica, grande parcela dos entrevistados identificaram essas

características. Foi feita a correlação entre o fato dos professores terem cursado

alguma disciplina na sua formação profissional com as outras variáveis do estudo.

Com os resultados concluiu-se que, embora eles não tenham cursado alguma

disciplina na graduação com tema, eles adquiriram um conhecimento sobre a dislexia.

Conclusão: os educadores das redes pública e privada dos Municípios selecionados

possuem algum conhecimento formativo sobre o tema da dislexia,não obstante,buscam

frequentemente aprimorar esses conhecimentos,por meio de fontes diversificadas de

informações.Estes resultados reforçam a necessidade da continuidade dos programas

de orientações nas escolas,incentivos a formação continuada de professores e a

divulgação de pesquisas sobre a dislexia no meio educacional.

Palavras Chave: Dislexia, educação, conhecimento, linguagem, leitura

Page 16: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 104

Dificuldades de leitura no transtorno do déficit de

atenção e hiperatividade (TDAH)

Guiomar Albuquerque¹; Marcus Maia¹; Aniela Improta França¹; 1- Universidade Federal do Rio de

Janeiro

Resumo: Este trabalho é parte da tese de doutoramento da primeira autora na qual

foi estudado um grupo de crianças e adolescentes com diagnóstico de Transtorno do

Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) comparativamente a um grupo controle da

mesma faixa etária, de escolaridade e sociocultural. Sabe-se que indivíduos com TDAH

apresentam mais chances de terem problemas acadêmicos do que indivíduos que não

tem TDAH, além da alta incidência de outros transtornos em comorbidade, sobretudo

a Dislexia, que comprometem ainda mais seu rendimento acadêmico. De acordo com

este tipo de dado decidimos investigar o processamento da leitura desta população.

Portanto, ao longo deste trabalho investiga-se, através da avaliação online do

processamento da leitura de palavras e frases nos portadores de TDAH, a existência

de dificuldades subclínicas em algum módulo linguístico ou na sua interface com a

memória operacional. Objetivo: Caracterizar o processamento da leitura de crianças e

adolescentes portadores de TDAH. Métodos: Os participantes realizaram cinco

experimentos a fim de verificar as semelhanças e diferenças no desempenho entre os

grupos. A amostra foi constituída de voluntários do ensino fundamental e médio do

Colégio de Aplicação (CAp/UFRJ). Resultados: Os resultados dos cinco testes

apontaram diferenças no processamento da leitura dos portadores de TDAH

estudados, comparativamente ao grupo controle. Conclusão: O trabalho demonstra que

a afirmação da literatura de que os portadores de TDAH não possuem problemas

intrínsecos de leitura não parece adequada, pois observamos que os portadores de

TDAH apresentam falhas na velocidade do reconhecimento de palavras (isoladas e em

frases) e no processamento da correferência intersentencial, revelando características

subclínicas do processamento da leitura. Os resultados foram encontrados em todos

os experimentos aplicados, com metodologias diferentes entre si, o que confere mais

robustez aos achados. Mostramos, também, que os portadores de TDAH apresentam

interferência de falhas da memória operacional no processamento linguístico.

Palavras-chave: Leitura, TDAH, processamento linguístico.

Page 17: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 105

Caracterização do desempenho de escolares com distúrbio de

aprendizagem no teste de desempenho cognitivo-linguístico

Cláudia da Silva (Mestre e doutoranda em Educação ¹); Maria Nobre Sampaio (Mestranda do

Programa de Pós¹); Fábio Henrique Pinheiro (Mestre e doutorando em educação)¹; Giseli

Donadon Germano (Doutora em educação¹); Vera Lúcia Orlandi Cunha (Mestre e doutoranda¹),;

Simone Aparecida Capellini (Docente do Departamento de Fonoaudiologia e do Programa de

Pós-Graduação em Educação¹) 1 Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual

Paulista, FFC/UNESP-Marília, SP)

Resumo: Este estudo teve como objetivo caracterizar e comparar o desempenho

cognitivo-linguístico de escolares com distúrbio de aprendizagem e com escolares sem

dificuldade de aprendizagem. Participaram deste estudo 40 escolares, de 2ª a 4ª

séries do Ensino Fundamental municipal da cidade de Marília-SP, divididos em GI:

composto por 20 escolares sem dificuldade de aprendizagem e GII: composto por 20

escolares com distúrbio de aprendizagem. Como procedimento foi utilizado o Teste de

Desempenho Cognitivo-Linguístico, na versão coletiva e individual, sendo a versão

coletiva composta pelos subtestes de reconhecimento do alfabeto em seqüência, cópia

de formas, ditado e memória de curta duração, e a versão individual composta pelos

subtestes de leitura de palavras, leitura de não-palavras, consciência fonológica,

processamento auditivo, processamento visual e velocidade de processamento. Os

resultados foram analisados estatisticamente utilizando o programa SPSS (Statistical

Package for Social Sciences), em sua versão 17.0, e evidenciaram diferença

estatisticamente significante, sugerindo desempenho superior do GI em relação ao GII

nas habilidades de leitura, escrita, processamento auditivo, processamento visual e

velocidade de processamento. Não ocorreu diferença estatisticamente significante na

habilidade de consciência fonológica do Teste de Desempenho Cognitivo- Linguístico

entre os grupos. Desta forma foi possível concluir que o desempenho cognitivo-

linguístico de escolares com distúrbio de aprendizagem nas habilidades de leitura,

escrita, processamento auditivo, processamento visual e velocidade de processamento,

apresentam-se alterados, apontando para uma limitação no desempenho lingüístico

desses escolares em comparação com os escolares sem dificuldade de aprendizagem.

No que se refere à habilidade de consciência fonológica, os escolares com distúrbio

de aprendizagem apresentaram dificuldades semelhantes ao grupo de escolares sem

dificuldade de aprendizagem, o que sugere que essa dificuldade não seja específica de

escolares com distúrbio de aprendizagem.

Palavras - chave: Aprendizagem; avaliação; leitura

Page 18: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 106

Correlação entre as variáveis: tempo, erro, velocidade

e compreensão de leitura em escolares com distúrbio

de aprendizagem

Cláudia da Silva (Mestre e doutoranda¹); Maria Nobre Sampaio (Mestranda¹),; Fábio Henrique

Pinheiro (Mestre e doutorando¹) ;Giseli Donadon Germano (Doutora¹); Vera Lúcia Orlandi Cunha

(Mestre e doutoranda¹),; Simone Aparecida Capellini (Docente do Departamento de

Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação¹) 1-Educação da Faculdade de Filosofia e

Ciências da Universidade Estadual Paulista – FFC/UNESP-Marília – SP

Resumo: Este estudo teve por objetivo correlacionar às variáveis: tempo, erros,

velocidade e compreensão de leitura de escolares com distúrbios de aprendizagem e

escolares sem dificuldade de aprendizagem. Participaram deste estudo 40 escolares de

8 a 12 anos de idade, de ambos os gêneros, de 2ª a 4ª série do Ensino Fundamental

municipal da cidade de Marília-SP, divididos em GI: composto por 20 escolares sem

dificuldade de aprendizagem e GII: composto por 20 escolares com distúrbio de

aprendizagem. Como procedimento foi utilizado textos selecionados a partir da

indicação de professores da 2ª à 4ª série da Rede Municipal de Ensino, para a

realização de leitura oral. A análise da leitura dos textos foi realizada por meio de

gravação para a contagem dos erros das palavras lidas (exatidão de leitura), tempo

total de leitura e velocidade de leitura (expressa em palavras por minuto). A

velocidade de leitura foi calculada multiplicando o número de palavras do texto por

60 segundos e esse valor foi dividido pelo tempo total da leitura do texto em

segundos. A compreensão do texto foi realizada por meio de quatro perguntas

apresentadas sequencialmente ao texto onde os escolares deveriam responder

oralmente. Os resultados foram analisados estatisticamente e evidenciaram que para

os escolares do grupo GI houve diferença estatisticamente significante com correlação

positiva entre as variáveis de tempo total de leitura e erros cometidos durante a

leitura, e correlação negativa entre as variáveis tempo total de leitura e velocidade de

leitura. Para os escolares do grupo GII, houve diferença estatisticamente significante

com correlação negativa entre as variáveis de tempo total de leitura e velocidade de

leitura. Desta forma, foi possível concluir que para os escolares com distúrbio de

aprendizagem, o desempenho nas variáveis que foram correlacionadas, encontra-se

alterado interferindo no desenvolvimento em leitura e consequentemente, na

compreensão do texto lido.

Palavras-chave: Aprendizagem; Leitura; Compreensão

Page 19: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 107

Desempenho de escolares com dislexia do desenvolvimento

em um programa de remediação fonológica

Maria Nobre Sampaio (Mestranda do Programa de Pós-Graduação¹); Cláudia da Silva (Mestre e

doutoranda em Educação do programa de Pós-graduação¹); Vera Lúcia Orlandi Cunha (Mestre e

doutoranda do Programa de Pós-Graduação¹); Simone Aparecida Capellini (Docente do

Departamento de Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação¹) 1 Educação da

Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista – FFC/UNESP-Marília – SP)

Resumo: Objetivos: Verificar a eficácia terapêutica do programa de remediação

fonológica em escolares com dislexia do desenvolvimento. Métodos: Participaram deste

estudo 40 escolares de 2º a 5º ano do ensino público de Marília-SP, de ambos os

sexos, na faixa etária de 7 a 12 anos, distribuídos em: GI: composto de 20 escolares

com diagnóstico interdisciplinar de dislexia do desenvolvimento submetidos ao

programa de intervenção fonológica, GII: composto de 20 escolares sem dificuldade de

aprendizagem da rede municipal de ensino público, pareados segundo sexo, faixa

ataria e escolaridade com os escolares do GI que não foram submetidos ao programa

de remediação. Em situação de pré e pós-testagem, todos os escolares foram

submetidos á aplicação do Teste de Desempenho Cognitivo-Linguístico nas versões

coletiva e individual, seguido de leitura oral e compreensão de textos. Resultados:

foram evidenciadas diferenças estatisticamente significantes, indicando que os

escolares do GI e GII submetidos ao programa de remediação fonológica apresentaram

desempenho superior em situação de pós-testagem em comparação com a situação

de pré-testagem para a maioria das habilidades cognitivo-linguísticas avaliadas,

incluindo a leitura e compreensão de texto. Conclusão: A realização do programa de

remediação fonológica foi eficaz tanto para os escolares disléxicos como para os

escolares sem dificuldades de aprendizagem, devido à melhora das habilidades de

leitura de palavras, pseudopalavras, memória de trabalho e nomeação rápida

evidenciada nas duas populações de escolares. Os resultados da eficácia do programa

de remediação fonológica para escolares com e sem dislexia sugerem que a

habilidade de relação letra-som deve ser utilizada em contexto de sala de aula

favorecendo a leitura desses escolares em processos de alfabetização.

Palavras-chave: Dislexia; Leitura; Estudos de Intervenção

Page 20: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 108

Identificação precoce dos problemas de leitura

em escolares do 1º ano

Maria Nobre Sampaio (Mestranda do Programa de Pós-Graduação¹),; Cláudia da Silva (Mestre e

doutoranda em Educação do programa de Pós-graduação¹); Maíra Anelli Martins (Mestranda do

Programa de Pós-Graduação¹); Maryse Tomoko Matsuzawa Fukuda (Fonoaudióloga); Adriana

Marques de Oliveira (Mestranda¹); Simone Aparecida Capellini (Docente do Departamento de

Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação¹) 1- Educação da Faculdade de Filosofia e

Ciências da Universidade Estadual Paulista – FFC/UNESP-Marília – SP

Resumo: Objetivos: Elaboração de um protocolo de identificação precoce dos

problemas de leitura e caracterização do desempenho dos escolares do 1º ano no

procedimento elaborado. Métodos: Participaram deste estudo 83 alunos de 6 a 7 anos

e 11 meses de idade do 1º ano do Ensino Fundamental Municipal na cidade de

Marilia-SP, de ambos os gêneros, de nível socioeconômico médio-inferior. Como

procedimento, foi elaborado Protocolo de Identificação precoce dos problemas de

leitura, composto por sete habilidades cognitivo-linguísticas: conhecimento do alfabeto;

consciência fonológica; memória de trabalho; nomeação automática rápida; atenção

visual; leitura de palavras e não palavras e compreensão de frases a partir de figuras.

Os resultados foram analisados estatisticamente utilizando o Teste dos Postos

Sinalizados-Wilcoxon. Resultados: Os resultados revelaram diferenças estatisticamente

significantes, evidenciando que todos os escolares apresentaram desempenho obtido

inferior ao desempenho esperado para as habilidades propostas no protocolo.

Conclusão: Os resultados nos permitiram concluir que os escolares do 1º ano do

ensino fundamental avaliados neste estudo apresentaram desempenho inferior em

habilidades que são consideradas nas literaturas nacionais e internacionais como

preditoras para a alfabetização, o que demonstra que os escolares de escola pública

municipal, deste estudo, em início de alfabetização não apresentam domínio de

habilidades cognitivo-linguísticas necessárias para aprender o sistema de escrita do

português brasileiro. Esses resultados apontam para a necessidade de continuidade do

presente estudo, pois quanto menos conhecermos o perfil de escolares de séries

iniciais de alfabetização quanto ao domínio de habilidades metafonológicas e leitura,

menor será a condição do professor para realizar a detecção precoce do escolar de

risco para o aprendizado da leitura e escrita.

Palavras-chave: leitura; alfabetização; aprendizagem

Page 21: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 109

Dificuldades de aprendizagem da leitura e da escrita:

pesquisas da última década

Manoella Schlindwein – UDESC/FAED; Dalva Godoy – UDESC/FAED

Resumo: A consciência fonológica (CF) constitui-se de um conjunto de habilidades que

decorre da capacidade de o sujeito refletir conscientemente sobre a própria

linguagem, ou seja, sobre os sons que compõem a fala. A CF pode ser observada em

diferentes níveis. Alguns, como as habilidades com rimas e a consciência silábica,

decorrem da maturação lingüística enquanto a consciência fonêmica está condicionada

ao ensino alfabético. As pesquisas na área têm confirmado a consciência fonêmica

como o mais forte fator preditivo de sucesso, ou de fracasso, da aprendizagem

alfabética. As pesquisas têm investigado a contribuição específica da CF nas diferentes

ortografias (opacas e transparentes), dado que o tipo de ortografia que se aprende é

uma variável importante nesse processo. O presente trabalho teve como objetivo traçar

um panorama das pesquisas brasileiras na última década que investigaram essa

temática em relação aos distúrbios de aprendizagem da leitura e da escrita, mais

especificamente a dislexia. A maioria dos trabalhos encontrados relaciona os conceitos

de CF e dislexia ao compararem grupos de crianças disléxicas e não disléxicas por

meio de diferentes avaliações e hipóteses explicativas da causa das dislexias. Alguns

desses trabalhos incluem a audição como fator de influência no déficit da CF, outros

investigam a contribuição do processamento fonológico como um todo e há ainda os

que testam métodos inovadores no intuito de desenvolver as habilidades fonológicas

em crianças disléxicas. Chama a atenção, no entanto, o número exíguo de pesquisas

que se dedicaram a compreender o papel específico da CF, especialmente o nível

fonêmico, como causa das dificuldades de aprendizagem. Ressalta-se assim a

importância de futuras pesquisas, sobretudo na área da Educação, como forma de

melhor compreender essas dificuldades considerando-se as características da

ortografia do português do Brasil.

Palavras-chave: Consciência fonológica; Dislexia; Dificuldades de aprendizagem.

Page 22: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 110

Ah! Ele é normal! Percepção de mães sobre o desempenho cotidiano de

crianças com o transtorno do desenvolvimento da coordenação

Beatriz de Arruda Pereira Galvão¹ ; Lívia de Castro Magalhães¹ ; Márcia Bastos Rezende¹ ; Kátia

Maria Penido Bueno²; Mariana Pereira Veloso¹ ; Lívia de Paula Freitas Carvalho¹ 1-Universidade

Federal de Minas Gerais– 2- Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais

Resumo: Crianças que têm dificuldades na realização de tarefas rotineiras que

requerem habilidades motoras, como escrever ou jogar bola, podem não ser

simplesmente “desajeitadas”. Elas podem ter problemas específicos de coordenação

motora que interferem negativamente no desempenho funcional, relacionamento com

os colegas e senso de competência, com impacto no cotidiano familiar e escolar. Tais

problemas, denominados Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (TDC),

geralmente são percebidos primeiro pelos pais. Embora a discussão sobre o impacto

funcional do TDC esteja sendo ampliada em alguns países, no Brasil, a situação é

crítica, uma vez que o transtorno e suas manifestações continuam sendo fenômenos

pouco explorados. Assim, o objetivo deste estudo foi investigar a percepção de mães

brasileiras sobre o desempenho cotidiano de crianças com o transtorno da

coordenação motora. Este estudo, de metodologia qualitativa e caráter exploratório,

integra um projeto de pesquisa maior, no qual foram identificadas 34 crianças com

desempenho indicativo de TDC. Destas, foram localizados os contatos de nove

famílias, as quais foram convidadas a participar do estudo. Foram realizadas oito

entrevistas, sendo que, apenas cinco seguiram para análise. Os dados foram tratados

com base na análise de conteúdo. Todas as informantes percebem dificuldade de seus

filhos na realização de atividades cotidianas e relação com os colegas. Tais

dificuldades, no entanto, somente passaram a ser percebidas como problema após o

ingresso na escola. Observou-se variação no modo como as informantes lidam com as

dificuldades, com destaque para comportamentos normalizadores e superprotetores,

que revelam a preocupação de que as dificuldades sejam percebidas como diferenças

que possam conduzir à rejeição e estigmatização das crianças. Tais achados

evidenciam desconhecimento sobre os problemas de coordenação motora e

possibilidades de auxílio existentes, assim como reforçam a necessidade de que as

percepções maternas sejam valorizadas pelos profissionais que lidam com essas

crianças, seja em casa ou na escola.

Palavras-chave: Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação; Percepção das mães;

Crianças; Atividades Diárias.

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Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 111

A influência da oralidade na escrita

Marisa S Viana Jesus; Regina dos Santos Almeida; Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix

– Belo Horizonte (MG)

Resumo: O objetivo deste trabalho foi verificar a influência da oralidade na escrita de

crianças no período de alfabetização. O processo de aprendizagerm da escrita é

complexo e neste período a criança apresenta grande número de erros ortográficos.

Alguns destes são motivados pela influência da oralidade na escrita, a partir da

concepção inicial do aprendiz de que as palavras são escritas da maneira que são

pronunciadas. Metodologia: Foram avaliadas 30 crianças, de 8 e 9 anos, de uma

escola da rede estadual de ensino de Minas Gerais. As variações linguísticas

presentes na fala, foram verificadas por meio de elaboração de história a partir de

desenhos e na escrita, por meio de ditado balanceado de palavras. Foram

considerados os seguintes aspectos: Pronúncia das vogais /e/ como [i] e /o/ como

[u]; omissão do /r/ nos infinitivos verbais; redução dos ditongos /ei/ e /ou/ para [e]

e [o] respectivamente; substituição de /l/ por [r] e expansão de monotongos em

ditongos. Verificou-se a relação entre variantes presentes na fala e que se

manifestaram na escrita, constatando-se em ordem decrescente: redução do ditongo

[ei] como [e]; expansão do ditongo; escrita de [e] como [i]; omissão de [r] nos

infinitivos verbais; substituição [l] por [r] e com uma freqüência mínima, redução do

ditongo [ou] por [o]. Desta forma, vê-se que a maioria dos alunos, refletiu na escrita

as variantes lingüísticas presentes na sua fala, valorizando a necessidade de que o

professor, durante a alfabetização, mostre aos alunos semelhanças e diferenças entre

escrita e fala. Verificar peculiaridades próprias ao processo de aprendizagem da

escrita, permite melhor planejamento de ações voltadas para este período escolar,

justificando este trabalho.

Palavras Chave: Ensino Fundamental, Linguagem infantil, escrita

Page 24: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 112

Alteração dos processos fonológicos na fala e na escrita

de escolares com dislexia

Monique Herrera Cardoso (Aluna Especial do Mestrado em Educação¹); Ana Carla Leite Romero

(Voluntária do Laboratório de Avaliação e Intervenção dos Desvios da Linguagem, Fluência e

Aprendizagem do Centro de Estudos da Educação e Saúde¹); Cláudia Silva. (Mestre e

Doutoranda em Educação do Programa de Pós-Graduação¹); Simone Aparecida Capellini. (Livre -

Docente do Departamento de Fonoaudiologia e Programa de Pós-Graduação em Educação¹) 1

Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista – FFC – UNESP – Marilia

(SP), Brasil)

Resumo: Este estudo teve por objetivos verificar a ocorrência de processos fonológicos

alterados em uma amostra de fala e escrita de escolares com dislexia; comparar a

ocorrência de processos fonológicos alterados em uma amostra de fala e escrita entre

escolares com bom desempenho acadêmico; comparar os processos fonológicos

alterados e o índice de gravidade PCC e PCC-R da amostra de fala e de escrita dos

escolares com dislexia (GI) e com bom desempenho acadêmico (GII). Participaram 17

escolares em cada grupo, distribuídos entre 2º ao 5º ano escolar, na faixa etária de 8

anos a 11 anos e 11 meses de idade, de ambos os gêneros, de escola municipal da

cidade de Marília- SP. Para a aplicação das provas de fonologia do Teste de

Linguagem Infantil ABFW, foram utilizadas as Provas de Imitação e Nomeação,

compostas respectivamente de 39 figuras e 34 vocábulos, além da elaboração de

Redação Temática a partir de uma sequência de figuras. Os resultados foram

analisados estatisticamente utilizando os testes Exato de Fisher, Qui-quadrado e Razão

de Verossimilhança para verificar possíveis diferenças entre a seriação escolar. Com

base nos resultados, podemos concluir que os dislexicos, deste estudo, apresentaram

alterações nos processos fonológicos e alterações em escrita, com rendimento inferior

aos escolares com bom desempenho acadêmico no processo fonológico de

Simplificação de Encontro Consonantal (na prova de imitação), traçado da cursiva sem

alteração, ausência de disgrafia funcional, hiposegmentação, ortografia correta e

transposição da linguagem oral para a escrita, e índice de gravidade PCC e PCC-R da

amostra de fala e de escrita de grau leve nos dois grupos. A dificuldade em

codificação e decodificação de grafemas, mecanismo de conversão grafema-fonema e

alterações na consciência fonológica podem ter contribuído para os achados deste

estudo, prejudicando o desenvolvimento da habilidade fonológica e escrita das

crianças com dislexia.

Palavras-chave: Fala, escrita e dislexia

Page 25: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 113

Desempenho de escolares com dislexia em programas

de intervenção metalinguístico e de leitura

Giseli Donadon Germano (Doutora em Educação¹, Fonoaudióloga do Ambulatório de Neurologia

Infantil², e do Laboratório de Investigação dos Desvios da Aprendizagem³); Fábio Henrique

Pinheiro (Mestre e doutorando do Programa de Pós-Graduação¹); Adriana Marques de Oliveira

(Mestranda do Programa de Pós-Graduação¹); Cláudia da Silva (Mestre e doutoranda do

Programa de Pós-Graduação¹); Paola Matiko Martins Okuda (Terapeuta Ocupacional do

Ambulatório de Neurologia Infantil² e do Laboratório de Investigação dos Desvios da

Aprendizagem³ Simone Aparecida Capellini (Livre -docente em linguagem escrita. Docente do

Departamento de Fonoaudiologia e do Programa de Pós-Graduação¹) 1-Educação da Faculdade

de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista, FFC-UNESP, Marília-SP. 2 Desvios da

aprendizagem do Hospital das Clínicas - HC/FM/UNESP – Botucatu. 3FFC/UNESP – Marília);

Resumo: O objetivo deste estudo foi verificar o desempenho de escolares com dislexia

do desenvolvimento em um programa de intervenção fonológica, programa de leitura e

programa de intervenção fonológica e leitura em escolares com dislexia. Participaram

deste estudo 60 escolares com diagnóstico interdisciplinar de dislexia do

desenvolvimento distribuídos em: GI (10 escolares com dislexia do desenvolvimento,

submetidos ao programa de intervenção fonológica e 10 escolares com dislexia do

desenvolvimento não submetidos ao programa de intervenção fonológica), GII (10

escolares com dislexia do desenvolvimento submetidos ao programa de leitura e 10

escolares com dislexia não submetidos ao programa de leitura), GIII (10 escolares com

dislexia do desenvolvimento submetidos ao programa de intervenção fonológica e

leitura e 10 escolares com dislexia do desenvolvimento não submetidos ao programa

de intervenção fonológica e leitura). Foram realizados os programas de intervenção

fonológica, programa de leitura e o programa de intervenção fonológica e leitura. O

desenvolvimento do trabalho ocorreu em três etapas: pré-testagem, treino, pós-

testagem. Os resultados foram analisados estatisticamente, utilizados o Teste T de

Student e Análise de Variância, sendo que adotamos o nível de significância de 5%

( = 0,050). Para análise dos dados foi utilizado o programa SPSS (Statistical Package

for Social Sciences), em sua versão 17.0. Os resultados revelaram diferenças

estatisticamente significantes entre os dois momentos de avaliação, revelando melhora

nas habilidades cognitivo-linguísticas em situação de pós-testagem comparando-se a

pré-testagem, demonstrando a eficácia dos três programas para escolares com

dislexia. Concluiu-se que houve uma melhora do desempenho dos escolares com

dislexia submetidos aos programas de intervenção, evidenciando a necessidade da

instrução fonológica no contexto da alfabetização, pois isso auxiliaria os escolares a

desenvolverem habilidades cognitivo-linguísticas para a aprendizagem da base

alfabética do sistema de escrita do português brasileiro.

Apoio: FAPESP

Palavras-chave: Estudos de Intervenção; Dislexia; Aprendizagem; Leitura.

Page 26: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 114

Inclusão social nas escolas regulares: principais dificuldades

enfrentadas pela equipe escolar

Melina Dutra Esteves Pires¹; Lucila Maria de Andrade Vital ¹;Luciana Mendonça Alves¹ e,

Metodista de Minas. 1 CEFAC-BH

Resumo: Objetivo: verificar como acontecem as práticas de inclusão no sistema de

ensino fundamental nas escolas regulares públicas e particulares de Belo Horizonte e

Araxá - Minas Gerais. A integração dos escolares com necessidades educativas

especiais tem sido a proposta norteadora e dominante na educação especial e na

educação em geral, sendo direcionados programas e políticas educacionais e de

reabilitação em vários países, incluindo-se o Brasil. Diante deste cenário, torna-se

importante conhecer a realidade de cada região do país para a proposição de

estratégias e ações educativas. Procedimentos metodológicos: a pesquisa realizada foi

quali-quantitativa de corte transversal descritivo, com a participação de 137

profissionais da educação (professores, pedagogos e supervisores) do ensino

fundamental, de 10 escolas públicas e 10 escolas particulares. As informações

concernentes à inclusão foram colhidas por meio de um questionário contendo 12

questões objetivas e dissertativas. Resultados e discussão: verificou-se que há um

grande número de instituições inclusivas, mas são insuficientes para garantir educação

de qualidade para os alunos especiais. Observou-se que falta nas escolas capacitação

por meio de cursos e profissionais especializados para auxiliarem no processo de

inclusão. As escolas pesquisadas mostraram-se deficientes quanto à adequação para

acessibilidade, principalmente, nas escolas particulares de Belo Horizonte. A maioria

das escolas, ao se tornarem inclusivas, realizaram modificações apenas na

infraestrutura física, faltando capacitação dos professores e projetos específicos para

atender esses alunos. As maiores dificuldades relatadas, tanto na rede pública quanto

na privada das regiões pesquisadas, são a falta de capacitação dos educadores.

Conclusão: o estudo nos mostra que o processo de inclusão na rede pública e

particular tem ocorrido com pouca preparação do ambiente escolar. Quando ocorre

alguma modificação, essa se dá apenas na estruturação física, faltando preparação

dos recursos humanos, metodológicos e recursos materiais.

Palavras chave: Educação Especial; Docentes; Educação Infantil

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Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 115

Evidências sobre os benefícios da fonoaudiologia educacional

Edilene Argollo Vieira – CPII; Evelin Schmid¹ ; Lia Pinheiro¹; Priscila Caetano¹ Renata Mousinho –

1-ELO/UFRJ

RESUMO:Diversos trabalhos têm descrito a atuação do fonoaudiólogo no âmbito

escolar. No ano de 2010 a fonoaudiologia escolar, através da resolução 387 do CFF,

passou à especialidade de Fonoaudiologia Educacional. Com isso, a discussão sobre o

papel do fonoaudiólogo volta à tona, buscando evidências sobre a importância deste

na esfera educacional. Tendo em vista a brevidade desse assunto, a presente pesquisa

tem como finalidade expor a necessidade e os benefícios da participação do

fonoaudiólogo inserido na equipe escolar.

Para isso, lançou-se mão dos dados de 46 participantes do programa do Centro de

Referência em Dislexia e Distúrbios de Aprendizagem da Universidade Federal do Rio

de Janeiro / ELO – escrita, leitura e oralidade (2010-2). Para atingir os objetivos,

propôs-se comparação entre crianças encaminhadas para avaliação interdisciplinar por

escolas de todas as esferas e sem fonoaudiólogos em sua equipe (Grupo1), e de

crianças oriundas do Colégio Pedro II, onde há um serviço de fonoaudiologia escolar

(Grupo2).

Para análise, foi utilizado o teste-t para amostras independentes do pacote estatístico

SPSS, em que foi constatada grande significância na variável diagnóstico das crianças

do Grupo1 em relação ao Grupo2 (,002*). A discrepância apresentada entre os grupos

considerou parâmetros que envolvem desde o nível acadêmico da equipe escolar,

serviços oferecidos pelas escolas, até a pontualidade e assiduidade dos

participantes. Foi encontrado no Grupo1 diagnósticos que variam desde um problema

comportamental até de ensinagem, enquanto no Grupo2 apenas dois tipos de

diagnósticos, o Distúrbio de Aprendizagem e a Dislexia. Pôde-se concluir que em uma

escola com o serviço de fonoaudiologia, as queixas dos alunos são precocemente

detectadas, sendo direcionados a atendimentos especializados e pertinentes,

propiciando diagnósticos mais precisos e intervenções precoces.

Palavras chave: fonoaudiologia educacional; prevenção; diagnóstico.

Page 28: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 116

Correlação entre produção e compreensão de narrativa oral

e escrita em crianças com queixas de dificuldade

na aprendizagem

Lia Pinheiro¹; Evelin Schmid¹; Edilene Argollo¹; Fernanda Mesquita¹; Juliana Pereira¹; Luciana

Richter – HUPE/UERJ; Renata Mousinho¹ Renata Sholl¹; Stella Varizo¹. 1- ELO/UFRJ

Resumo: Objetivo: Recentes estudos mostram relação entre compreensão e produção

de narrativa em nos níveis oral e escrito em escolares. A presente pesquisa visa

analisar a influência das variáveis: idade, diagnóstico, compreensão; recontagem e

estruturação da narrativa oral e estruturação da narrativa escrita. Foram avaliadas 40

crianças de idade, escolaridade e meio sociocultural variados, inscritas no processo de

diagnóstico interdisciplinar do Centro de Referência em Dislexia ELO-UFRJ, com queixas

específicas de dificuldade na aprendizagem. Como tarefa de estruturação da narrativa,

apresentamos figuras distintas com elementos desencadeadores da ação, incitando a

construção de abordagem narrativa. Avaliamos a compreensão através da recontagem

de texto ouvido e de cinco perguntas eliciadoras, com respostas precisas abordando o

conteúdo principal do texto. Assim, obtivemos as variáveis de recontagem e resposta

às perguntas eliciadoras. Os dados foram tratados no pacote estatístico SPSS, sob

análise de correlação. Observamos significância estatística entre idade e compreensão

das perguntas eliciadoras (,004*), sugerindo que esta habilidade é desenvolvida com

o avanço da idade, corroborando dados de pesquisas anteriores. A correlação com

compreensão total também se mostrou significativa sob o ponto de vista estatístico

(,001*) e a recontagem apresentou grande relevância (,000**). A produção de narrativa

escrita mostrou correlação significativa com a narrativa oral (,004*), que evidenciou

correlação relevante com a compreensão, no momento em que foi sugerida a

recontagem da mesma (,000**). Quando a compreensão foi testada através das

perguntas, não houve correlação com a estruturação de narrativa, o que sugere que

crianças com dificuldade em estruturar possuem maior facilidade em expressar a

compreensão do texto ouvido quando mediadas, de forma a organizar o conteúdo

abordado. Não houve significância entre os diagnósticos analisados, que abrangiam

diversos transtornos de aprendizagem.

Palavras-chave: compreensão, narrativa, linguagem

Page 29: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 117

Avaliação da habilidade de reconhecimento de palavras em

escolares com e sem queixa de dificuldades de aprendizagem

Marta Castilho Pereira – Metodista de Minas; Luciana Mendonça Alves – Metodista de Minas /

LETRA-HC-UFMG; Vanessa Ferreira Mariz – Metodista de Minas

Resumo: Objetivo: verificar o desempenho de escolares do 1º ao 5º ano com e sem

queixa de dificuldade de aprendizagem na habilidade de reconhecimento visual de

palavras. Métodos: foram avaliados 87 escolares sendo 44,83% do sexo feminino e

55,17% do sexo masculino, na habilidade de reconhecimento visual de palavras,

incluída no Protocolo de Avaliação de Habilidades Cognitivo-Linguísticas. Testes de

leitura de palavras e pseudopalavras foram conduzidos em 2 grupos: com e sem

queixa de dificuldades de aprendizagem. Resultados: com relação ao desempenho

escolar, 5,8% das meninas e 21,84% dos meninos apresentaram queixa quanto ao

aprendizado. Na verificação de palavras lidas corretamente em 1 minuto a média de

acertos pelo grupo sem queixa foi de 31,4 e no grupo com queixa 32,58 (entre estes

grupos, p-valor=0,08). Já a análise de acertos na leitura correta de pseudopalavras

pelo grupo sem queixa foi de 8,85 e com queixa 9,29 (entre estes grupos, p-valor=

0,036). Numa análise para verificar a interferência da presença ou não de queixa entre

os alunos e as variáveis, foi apresentado p-valor: palavras lidas corretamente em um

minuto (P=0,088), palavras lidas corretamente (P=0,0571), tempo de leitura de palavras

(P=0,149), estes sem resultados significativos. Já nas pseudopalavras lidas

corretamente (P=0,036), tempo de leitura de pseudopalavras (P=0,012), gênero

(P=0,005), escolaridade (P=0,000) foram apresentados resultados com significância

estatística na comparação dos grupos. O desempenho na habilidade de

reconhecimento visual de palavras de escolares com queixa de dificuldades de

aprendizagem foi inferior em acertos/tempo na leitura de palavras e tempo na leitura

de pseudopalavras, porém, em acertos da leitura de pseudopalavras foi superior aos

escolares sem queixa. Conclusão: a habilidade de reconhecimento visual de palavras

está relacionada ao desempenho de leitura, porém, deve haver uma abordagem mais

ampla relacionada a outras habilidades afins para que se possa precisar esta relação.

Palavras chave: leitura, aprendizagem, criança, estudante, avaliação

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Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 118

Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM):

crianças sem diagnóstico?

Lílian de Fátima Dornelas - Departamento de Terapia Ocupacional/EEFFTO-UFMG; Lívia de Castro

Magalhães - Departamento de Terapia Ocupacional/EEFFTO-UFMG

Resumo: Introdução: O atraso do desenvolvimento neuropsicomotor (ADNPM) é um

diagnóstico inespecífico, porém, é comumente utilizado na área de reabilitação quando

a criança apresenta algum atraso nos primeiros anos de vida, decorrente de fatores

pré, peri ou pós natal. Muitas dessas crianças evoluem de maneira aparentemente

“normal”, estão inseridas na rede escolar regular e não apresentam sinais evidentes

de deficiência física ou mental. Observa-se, no entanto, que transtornos mais leves do

desenvolvimento, como dificuldade de aprendizagem, Transtorno da Coordenação

Motora (TDC) e do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), podem passar

despercebidos e não ser corretamente diagnosticados. Tais transtornos, se não

identificados corretamente, podem levar a prejuízo tanto social como acadêmico.

Objetivo: Descrever o comportamento motor e o atencional na fase escolar de

crianças com história de ADNPM. Material e Método: 20 crianças cadastradas na

Associação de Assistência à Criança Deficiente de Minas Gerais (AACD/MG), com

história de ADNPM avaliadas entre 7 e 8 anos de idade. O teste Moviment-ABC II foi

utilizado para avaliar a coordenação motora e os pais das crianças responderam ao

questionário SNAP-IV, para triagem de sintomas de TDAH. Resultados: 15 (75%)

crianças apresentaram sinais de déficit motor definitivo (percentil < 5%) e 11 (55%)

mostraram sintomas de desatenção e hiperatividade. Das 15 crianças com sinais de

TDC, nove se enquadraram nos critérios de TDAH. Conclusão: A presença de sinais de

TDC e TDAH é comum em crianças com história de ADNPM avaliadas na idade

escolar. O termo ADNPM é genérico e, como não sinaliza as comorbidades observadas

na idade escolar, os pais não são alertados para os possíveis desfechos do

desenvolvimento infantil. Questiona-se: o que esses achados sugerem? O que significa

ter ADNPM? Essas crianças, na idade escolar, têm vários diagnósticos ou uma

condição geral comum, com apresentações variadas?

Palavras-chave: Atraso do desenvolvimento; Déficit de atenção; Hiperatividade;

Diagnóstico.

Page 31: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 119

Avaliação das habilidades metalinguísticas em crianças

com e sem queixa de dificuldade de aprendizagem

Magda Rosa Soares Reis Givisiez – Metodista de Minas; Vanessa Ferreira Mariz– Metodista de

Minas; Luciana Mendonça Alves – Metodista de Minas / LETRA

Resumo: Objetivos: o presente estudo teve como objetivo verificar o desempenho de

crianças com e sem queixa de dificuldade de aprendizagem em testes baseados em

habilidades da consciência fonológica. Métodos: participaram do estudo 97 crianças

sendo 6,18% do gênero feminino e 21,64% do gênero masculino, com idade entre

seis e onze anos, da cidade de Belo Horizonte, matriculadas no ensino fundamental,

entre o 1º e o 5º ano. Foi aplicado o teste baseado no Protocolo de Avaliação de

Habilidades Cognitivo Lingüísticas que avaliou aliteração e rima escolhidas entre três

palavras e segmentação silábica. Resultados: os resultados deste estudo evidenciaram

que 27,8% das crianças apresenta algum tipo de tipo de queixa em relação à

aprendizagem. Com relação ao teste aplicado, o desempenho de alunos com queixa e

sem queixa de dificuldades de aprendizagem não foi estatisticamente significante.

Utilizando-se da análise de variância do Teste F de Fisher-Snedecor (nível de

significância de 5% (p< 0,05), pois pelos resultados, no teste de aliteração p = 0,717,

rima p = 0,351 e segmentação silábica p = 0,865, sendo este último o teste

considerado o de menor eficácia para predizer a dificuldade de aprendizagem.

Conclusão: o presente estudo sinaliza que as habilidades da consciência fonológica,

embora sejam de grande importância para um bom desempenho escolar, nesta

pesquisa não se demonstraram preditoras de dificuldades de aprendizagem. Assim, há

necessidade de continuidade de pesquisas que estabeleçam a relação dessas

habilidades com outras habilidades de leitura e escrita para verificação do impacto

direto na aprendizagem da linguagem escrita.

Palavras Chave: Consciência Fonológica – Aprendizagem – Criança – Leitura – Avaliação

Page 32: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 120

Habilidade de compreensão de leitura de texto em escolares

do 2º ao 5º ano do ensino fundamental de instituições

públicas de Belo Horizonte

Marina Gervasio de Brito; Juliana França Drumond Aguiar ; Luciana Mendonça Alves; Jerusa

Fumagalli de Salles

Resumo: objetivos: verificar o desempenho na compreensão do texto escrito em

escolares do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental em escolas da rede pública de

ensino de Belo Horizonte. métodos: participaram da pesquisa 241 escolares de 2

escolas públicas de Belo Horizonte, de ambos os sexos, regularmente matriculados no

2º ao 5º ano/9 do ensino fundamental. Foi entregue o texto “A Coisa” para que as

crianças lessem silenciosamente e posteriormente respondessem ao questionário

contendo 10 questões objetivas, sendo 5 delas inferenciais. resultados: foram

evidenciadas diferenças estatisticamente significativas no que diz respeito a quantidade

de acertos totais e inferenciais por série. Notou-se desempenho médio crescente da

2ª série para a 5ª série, considerando-se o número de acertos. A média dos grupos

apresentou-se estatisticamente significativa e os resultados do 4º e 5º ano foram

estatisticamente iguais entre si e superiores aos do 2º e 3º ano, que também foram

iguais entre si. Em relação a acertos inferenciais a conclusão é análoga à anterior. No

4º ano, os resultados mostraram-se significativamente superiores, enquanto que no 2º

ano, o desempenho não foi superior a 60% em nenhuma das questões. Não houve

diferença estatisticamente significativa entre os sexos, apesar das meninas terem

melhor desempenho nas questões não inferenciais e os meninos melhor desempenho

nas inferenciais. conclusão: a compreensão de texto evolui gradativamente e está

intimamente relacionada à experiência adquirida com o passar dos anos escolares e a

maturação cerebral e neuropsicológica. O instrumento de avaliação mostrou-se efetivo

para a verificação de progressão na capacidade de compreensão leitora de textos

pelos escolares pesquisados.

Palavras chave: Leitura; Compreensão; Aprendizagem, Questionário.

Page 33: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 121

Processamento fonológico e habilidades iniciais de leitura

e escrita de crianças sem e com distúrbios fonológicos

RENATA MAIA VITOR (UFMG); CLÁUDIA CARDOSO-MARTINS (UFMG)

Resumo: O presente estudo teve como objetivo comparar as habilidades de

processamento fonológico e as habilidades iniciais de leitura e escrita entre pré-

escolares de acordo com o seu desenvolvimento fonológico da fala.O estudo das

conexões entre o desenvolvimento do componente fonológico da linguagem oral, o

processamento fonológico, e as habilidades iniciais de leitura e escrita contribui para

responder questões sobre as causas dos distúrbios de leitura e escrita. Participaram

da pesquisa 95 crianças com idade entre 4 anos e 9 meses e 6 anos e 9 meses.

Todas foram submetidas a várias tarefas de processamento fonológico (consciência

fonológica, nomeação seriada rápida e memória fonológica) e habilidades de leitura e

escrita (conhecimento do nome, da escrita e do som das letras, leitura e ditado de

palavras freqüentemente encontradas em livros de crianças). As crianças foram

divididas em subgrupos de acordo como o seu desenvolvimento fonológico da fala

(número e tipo de processos fonológicos realizados). O desempenho desses subgrupos

foi então comparado através de várias análises estatísticas. As crianças com

dificuldades no desenvolvimento da linguagem oral na pré-escola apresentaram um

desempenho inferior ao das crianças sem alterações de fala nas tarefas avaliadas. Na

maioria das análises realizadas, as diferenças encontradas foram estatisticamente

significativas. Por outro lado, as crianças com e sem alterações de fala não diferiram

em relação ao seu desempenho em um teste não-verbal de inteligência. Sendo assim,

os resultados encontrados sugerem que atrasos no desenvolvimento da fala na idade

pré-escolar constituem um fator de risco para o desenvolvimento de dificuldades na

aprendizagem da leitura e escrita.

Palavras-chave: Desenvolvimento fonológico, Processamento Fonológico, Leitura e

escrita.

Page 34: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 122

Avaliação do desempenho escolar, ambiente familiar e

habilidades relacionadas em escolares de 7 a 10 anos

Isabel Cristina de Miranda Pacheco - Universidade Federal de Minas; Stela Maris Aguiar

Lemos - Universidade Federal de Minas

Resumo: Objetivo: descrever o desempenho de crianças de 7 a 10 anos,

alunos de uma escola pública, nas avaliações de consciência fonológica,

consciência sintática, desempenho escolar e na avaliação do

processamento auditivo e caracterizar os recursos do ambiente familiar,

buscando a prevenção dos transtornos de aprendizagem. Métodos: Trata-

se de estudo descritivo transversal com amostra de conveniência.

Participaram da pesquisa 60 escolares, na faixa etária de 7 a 10 anos,

regularmente matriculados da primeira a quarta séries do ensino

fundamental de uma escola da rede pública municipal de Belo Horizonte

(MG) e entrevistados seus pais ou responsáveis, no período de abril a

setembro de 2010. Os participantes foram submetidos à Prova de

Consciência Fonológica, Prova de Consciência Sintática, ao Teste de

Desempenho Escolar, à Avaliação Simplificada do Processamento Auditivo e

os pais complementaram a avaliação respondendo ao Inventário de

Recursos do Ambiente Familiar e ao Questionário de caracterização da

família e identificação da criança. Resultados: as famílias das crianças avaliadas

possuem características sócioeconômicas-ambientais homogêneas, os recursos

disponíveis no ambiente e a dinâmica familiar oferecida aos escolares são

semelhantes. A 3ª série obteve o pior desempenho, com escores inferiores ao

esperado na PCS e PCF. Na ASPA, o mecanismo fisiológico em que se observou

maior número de alterações foi o de discriminação de sons verbais em sequência. A

2ª, 3ª e 4ª séries foram classificadas segundo o desempenho médio no TDE, e a 1ª

série, classificada com desempenho médio superior. Discussão: As avaliações

utilizadas revelaram-se válidas e mostraram ser bastante promissoras no campo, visto

que discriminaram as séries, apresentando de forma geral respostas condizentes.

Conclusão: fatores ligados à qualidade do ambiente influem no desenvolvimento da

linguagem e da audição e consequentemente a associação entre essas áreas

determinaram o desempenho escolar da criança que pode ser preditivo de

transtornos de aprendizagem.

Palavras chave: meio ambiente, linguagem, percepção auditiva,

aprendizagem, desenvolvimento infantil

Page 35: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 123

Percepção visual de escolares com transtorno do déficit

de atenção e hperatividade Paola Matiko Martins Okuda (Terapeuta Ocupacional do Ambulatório de Neurologia Infantil –

Desvios da aprendizagem do Hospital das Clínicas - HC/FM/UNESP - Botucatu e do Laboratório

de Investigação dos Desvios da Aprendizagem –FFC/UNESP – Marília); Natália Fusco.

(Fonoaudióloga. Bolsista de treinamento técnico – FAPESP. Membro do Grupo de pesquisa CNPq

“Linguagem, Aprendizagem e Escolaridade”- FFC/UNESP – Marília; Giseli Donadon Germano

(Fonoaudióloga. Doutora em Educação pela da Faculdade de Filosofia e Ciências da

Universidade Estadual Paulista – FFC/UNESP – Marília- SP. Fonoaudióloga do Ambulatório de

Neurologia Infantil – Desvios da aprendizagem do Hospital das Clínicas - HC/FM/UNESP -

Botucatu e do Laboratório de Investigação dos Desvios da Aprendizagem –FFC/UNESP – Marília);

Simone Aparecida Capellini, Fonoaudióloga. Livre Docente do Departamento de Fonoaudiologia e

do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências da

Universidade Estadual Paulista – FFC/UNESP – Marília- SP)

Resumo: O objetivo deste estudo foi caracterizar e comparar as habilidades de

percepção visual (componentes visuais e viso-motores) de escolares com Transtorno

do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) com a de escolares com bom

desempenho acadêmico. Participaram deste estudo 40 escolares do ensino

fundamental de escolas públicas do município de Marília-SP, do gênero masculino, com

nível socioeconômico médio, na faixa etária de 7 anos a 10 anos e 8 meses, divididos

em dois grupos: GI: 20 escolares com diagnóstico interdisciplinar de Transtorno do

déficit de atenção e hiperatividade e GII: com 20 escolares com bom desempenho

acadêmico em dois bimestres consecutivos com nota maior que cinco em português e

matemática, pareados com o GI em idade, escolaridade e gênero. Após a assinatura

do termo de consentimento pelos pais ou responsáveis, os escolares foram

submetidos à aplicação do Teste Evolutivo de Percepção Visual, segunda edição. Os

resultados evidenciaram que houve diferença estatisticamente significante no

desempenho e na classificação das funções de percepção visual, tanto as habilidades

sem componente motor (visuais) como as habilidades com componentes motores

integrados (viso-motoras), entre os escolares do GI e GII, demonstrando que os

escolares do GI apresentaram desempenho em percepção visual inferior ao GII. Dessa

forma, os escolares com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade

apresentam alterações percepto-viso-motoras que influenciam seu desempenho na

aquisição de habilidades acadêmicas básicas como a leitura e a escrita. Assim, um

aspecto importante a ser destacado é a necessidade de oferecer atividades percepto-

viso-motoras em ambiente acadêmico a fim de minimizar os impactos negativos deste

problema na aprendizagem da leitura e da escrita em escolares com Transtorno do

Déficit de Atenção com Hiperatividade.

Palavras-chaves: Percepção visual, Habilidades viso-motoras, Integração viso-

motora,Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.

Page 36: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 124

Memória de trabalho e a compreensão de leitura oral

e silenciosa em crianças de terceiro ano e quarto ano

do ensino fundamental

Renata Sholl Vernet-ELO/UFRJ; Evelin Schmid- ELO/UFRJ; Fernanda; Mesquita- ELO/UFRJ;

Juliana Pereira-ELO/UFRJ; Lia Pinheiro-ELO/UFRJ; Stella Varizo-ELO/UFRJ

Resumo: objetivos: Observar se há correlação significativa entre memória de trabalho

fonológica, a velocidade de leitura oral e silenciosa bem como de compreensão da

leitura oral e silenciosa, em crianças do terceiro e quarto anos do ensino

fundamental. REFERENCIAL TEÓRICO: A habilidade de leitura requer competências

múltiplas, relacionadas à linguagem oral e escrita bem como da atividade cognitiva.

São consideradas habilidades relevantes do processamento fonológico: consciência

fonológica, memória de trabalho e nomeação automatizada rápida (Mousinho &

Correa 2010). método: Trata-se de um estudo em que foram avaliadas dez crianças

de terceiro e quarto anos do ensino fundamental. As avaliações foram realizadas

através da leitura e compreensão de textos narrativos. Para a investigação da

habilidade de memória de trabalho fonológica foi utilizado o protocolo de repetição

de não-palavras de Kessler (1997). resultado e discussão: Nem as médias de

velocidade de leitura oral nem as de silenciosa apresentaram relação significativa com

o desempenho das crianças avaliadas na atividade de memória fonológica. Ambas,

compreensão de leitura oral e silenciosa não apresentaram relação significativa com o

desempenho das crianças avaliadas na atividade de memória de trabalho fonológica.

As crianças do quarto ano apresentaram desempenho significativamente melhor do

que as crianças de terceiro na tarefa de memória de trabalho fonológica, mostrando

que é uma habilidade que continua a desenvolver-se no fim da primeira etapa do

ensino fundamental. Portanto, não foi observada correlação estatística entre memória

de trabalho fonológica com compreensão de leitura oral e silenciosa, bem como de

velocidade de leitura oral e silenciosa. Isso pode ser atribuído ao fato da análise ter

sido realizada com crianças de terceiro e quarto anos, que já lançam mão de outros

recursos para a leitura e compreensão, ficando menos dependentes da memória de

trabalho. Para tanto são necessárias mais pesquisas.

Palavras chave: memória de trabalho fonológica, velocidade de leitura oral e

silenciosa, compreensão de leitura.

Page 37: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 125

Eficácia de três programas de treinamento

para escolares de risco para a dislexia

Maryse Tomoko Matsuzawa Fukuda – Fonoaudióloga - Faculdade de Filosofia e Ciências da

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - FFC/UNESP-Marília-SP-Brasil.; Maíra

Anelli Martins – Fonoaudióloga - Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual

Paulista “Júlio de Mesquita Filho”- FFC/UNESP-Marília – SP- Brasil; Cíntia Cristina Fadini –

Fonoaudióloga - Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de

Mesquita Filho”- FFC/UNESP-Marília – SP- Brasil; Daniele de Campos Refundini – Fonoaudióloga -

Faculdade de Filosofia e Ciências da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”-

FFC/UNESP-Marília – SP- Brasil; Simone Aparecida Capellini – Fonoaudióloga. Doutora e Pós-

Doutora em Ciências Médicas pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de

Campinas, FCM/UNICAMP-Campinas – SP. Livre Docente do Departamento de Fonoaudiologia e

do Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Filosofia e Ciências da

Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - FFC/UNESP - Marília - SP-Brasil.

Resumo: Objetivo: Verificar a eficácia do programa de treinamento fonológico,

programa de treinamento da correspondência grafema-fonema e programa de

treinamento fonológico associado à correspondência grafema-fonema em escolares de

risco para a dislexia. Referencial teórico: Estudos têm demonstrado que escolares em

situação de risco para a dislexia apresentam falha de processamentos auditivo e visual

e que em decorrência dessas falhas o acionamento de mecanismos cognitivos para

analisar, sintetizar, manipular, estocar e evocar informações linguísticas encontra-se

alterado, prejudicando, assim, a aprendizagem do princípio alfabético de sistemas de

escrita. Procedimentos metodológicos: Participaram deste estudo 180 escolares da 1a

série do ensino público fundamental municipal, de ambos os gêneros e na faixa etária

entre 6 anos e 11 meses a 7 anos e 3 meses de idade. Em situação de pré e pós-

testagem, todos os escolares foram submetidos à aplicação do teste para

identificação precoce dos problemas de leitura. Os escolares que apresentaram

desempenho inferior a 51% em 4 provas foram submetidos aos programas de

treinamento e distribuídos aleatoriamente. Resultados e discussão: Comparando os dois

momentos de avaliação na pré e pós testagem, com a aplicação do Teste dos Postos

Sinalizados de Wilcoxon, os resultados do programa de treinamento das habilidades

fonológicas e o programa de treinamento das habilidades fonológicas associado à

correspondência grafema-fonema revelaram diferença estatisticamente significante,

evidenciando a eficácia para as habilidades fonológicas e de leitura. Entretanto, o

programa de treinamento da correspondência grafema-fonema não foi eficaz, não

devendo ser indicado para os escolares com dificuldades de aprendizagem em início

de alfabetização para a identificação dos escolares com sinais da dislexia. Os

resultados significativos do presente estudo evidenciam que a instrução explícita da

consciência fonológica combinada à instrução da correspondência grafema-fonema

acelera a aquisição da leitura.

Palavras-chave: dislexia, avaliação, intervenção.

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Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 126

Comparação da NAR entre crianças com e sem dificuldades

de leitura e escrita

Fernanda Mesquita, ELO/UFRJ; Renata Mousinho, ELO/UFRJ; Evelin Schmid, ELO/UFRJ; Juliana

Pereira, ELO/UFRJ; Lia Pinheiro, ELO/UFRJ; Renata Sholl, ELO/UFRJ; Stella Varizo, ELO/UFRJ

Resumo: objetivo: Comparar a evolução da NAR (Nomeação Automatizada Rápida)

entre crianças sem dificuldades de leitura e escrita e com dificuldades em terapia

fonoaudiológica no 2º e 3º ano do Ensino Fundamental (E.F). referencial teórico:

Existem na literatura dados comprovando significativa relação entre dificuldade de

leitura e velocidade de resposta a estímulos visuais. Déficits na nomeação

automatizada rápida (NAR) são apresentados por diversos trabalhos como possível

precursor de dificuldades de leitura, mesmo antes do aprendizado formal da língua

escrita. No entanto, escassas são as pesquisas que mostram como é a evolução

dessa habilidade em crianças com dificuldades que se encontram em terapia.

procedimento metodológico: Foram avaliadas 32 crianças do Cap-UFRJ quando

cursavam o 2ºano do EF, sendo que estas foram reavaliadas novamente no 3ºano EF.

Os alunos foram divididos em dois grupos G1 (n=29) sem dificuldade; G2 (n=3) com

dificuldades de leitura e escrita em acompanhamento desde o diagnóstico. Para

mensurar a tal habilidade, foi utilizando protocolo de NAR (Denkla 1974, normatizado

no Brasil por Ferreira e col 2002; Capellini, 2007). resultado e discussões: Os grupos

diferiram significativamente em todas as modalidades no 2ºano: G1= objetos (M=68);

cores (M=55); números (M=38); letras (M=36). G2= Objeto (M=100); cores (M=93);

números (M=55); letras (M=55). No entanto, no 3ºano a discrepância se manteve

significativa somente em objetos, onde G1 (M=55); G2 (M=79) e cores G1(M=46); G2

(M=63), não ocorrendo mais uma diferença significativa em números G1 (M=32); G2

(M=39) e letras G1 (M=30) e G2 (M=38). Estes dados sugerem que a intervenção

precoce pode ter favorecido o automatismo destes signos (número e letra), que

podem melhorar o desempenho nas habilidades de leitura e escrita.

Palavras-chave: nomeação automatizada rápida, leitura, escrita.

Page 39: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 127

Perfil da velocidade de leitura oral e silenciosa dos pacientes

do centro de referência em dislexia da UFRJ / ELO

Evelin Schmid, ELO/UFRJ; Vanessa Nóbrega, ELO/UFRJ; Fernanda Mesquita, ELO/UFRJ Juliana

Pereira, ELO/UFRJ; Lia Pinheiro, ELO/UFRJ; Renata Mousinho, ELO/UFRJ; Renata Sholl, ELO/UFRJ;

Stella Zarizo, ELO/UFRJ; Edilene Argollo, ELO/UFRJ

Resumo: O objetivo desse estudo foi estabelecer o perfil da velocidade de leitura oral

e silenciosa nas crianças avaliadas pelo Centro de Referência em Dislexia da UFRJ -

ELO, no 2º semestre de 2010. A amostra inicial tinha 50 crianças, de 7 a 14 anos,

entre o 1º e 4º ano do ensino fundamental, com queixa de dificuldades escolares e

diagnósticos de distúrbios da aprendizagem e dislexia. Excluímos 22 crianças, sendo 18

não leitores e 4 desistências, totalizando 28 participantes divididos em grupos. O

grupo 1 (G1) com crianças entre 7 e 10 anos e média de idade de 8 anos e, o grupo

2 (G2) com crianças entre 11 e 14 anos e média de 12 anos. Utilizamos a leitura de

um texto na modalidade oral e outro na silenciosa. Após a leitura, fizemos perguntas

para verificar a compreensão. Como resultado, obtivemos para o G1, média de

velocidade de leitura oral (VLO) em 59,5 palavras por minuto (PPM) e leitura silenciosa

(VLS) em 92,1 PPM. Para o G2, as médias foram 77,9 PPM para a LO e 91,7 PPM para

a LS. Observamos que a LO apresenta evolução com o aumento da idade, mesmo em

crianças não submetidas à intervenção, o que não ocorreu com a LS. Concluímos que,

em ambos os grupos, as médias de VLO estão abaixo do esperado para a idade

(CAPELLINI & CAVALHEIRO, 2000). Na LS do G1, apesar da velocidade estar acima do

padrão da idade, não houve compreensão de maneira eficiente, sugerindo uma

simulação de leitura. A velocidade na LS do G2 se encontra aquém dos padrões.

Esses resultados mostram que a velocidade e a compreensão de leitura são

marcadores importantes nas queixas escolares.

Palavras chave: leitura, compreensão, intervenção.

Page 40: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 128

Influência da memória de trabalho em atividades

de consciência fonológica

Lia Pinheiro – ELO/UFRJ; Evelin Schmid – ELO/UFRJ; Edilene Argollo – CPII / ELO/UFRJ;

Fernanda Mesquita – ELO/UFRJ; Renata Mousinho – ELO/UFRJ

Resumo: Pesquisas recentes relacionam memória de trabalho com habilidades

fonológicas. O presente estudo tem como objetivo analisar quais tarefas demandam

maior uso da memória, a fim de compreender a relação entre memória de trabalho e

consciência fonológica e sua influência nas tarefas escolares.

Foram avaliadas 45 crianças com idade, escolaridade e meio sociocultural variados,

inscritas no processo de diagnóstico interdisciplinar do programa de diagnóstico do

Centro de Referência em Dislexia ELO-UFRJ. Todas apresentaram queixas específicas

de dificuldade na aprendizagem. Para avaliação de consciência fonológica, utilizou-se o

protocolo de Cielo (2002) e para memória de trabalho fonológica, a lista de

pseudopalavras de Kessler (1997), composta por palavras de 1, 2, 3, 4 e 5 sílabas. Os

dados foram tratados no pacote estatístico SPSS, sob análise de correlação.

Observamos que a influência da memória de trabalho é estatisticamente significativa

quando correlacionada com determinadas tarefas silábicas. Verificou-se relevância

estatística entre repetição de pseudopalavras dissílabas e subtração silábica (,004*). A

tarefa de segmentação silábica mostrou importante significância quando relacionada à

tarefa de repetição de palavras com três sílabas (,000**). O mesmo se repetiu na

correlação com o total de memória de trabalho (,000**). A repetição de palavras com

cinco sílabas também mostrou interdependência com a segmentação silábica (,001*).

Tais achados evidenciam inter-relação direta entre memória de trabalho fonológica e

consciência fonológica a nível silábico, o que poderia justificar baixos resultados

observados em tarefas escolares que envolvem tais habilidades.

Palavras chave: memória de trabalho; consciência fonológica; aprendizagem

Page 41: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 129

Comparativo entre a demanda do Ambulatório de

Fonoaudiologia do HUPE e do Centro de Referência

em Dislexia

Edilene Argollo – CPII / ELO/UFRJ;Ana Paula Córdova HUPE/UERJ Fernanda Mesquita ELO/FRJ;

Lia Pinheiro ELO/UFRJ; Luciana Richter HUPE/UERJ; Renata Mousinho ELO/UFRJ

Resumo: O presente trabalho foi realizado no ambulatório de Fonoaudiologia do

Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ, cuja demanda é encaminhada pelo serviço

de Pediatria Geral e no Centro de Referência em Dislexia ELO - UFRJ, onde a

demanda varia entre escolas, profissionais especialistas e demanda espontânea. A

pesquisa objetiva o levantamento e a comparação da demanda de ambas as

instituições. Trata-se de estudo retrospectivo onde obtivemos, através da análise de

prontuários, dados relativos à queixa, idade, escolaridade e tipo de escola, relatados

na anamnese durante o ano de 2010. Foram selecionadas apenas as queixas relativas

à leitura e escrita, variados níveis de escolaridade e idade, oriundas de escolas

públicas e particulares. Dentre as escolas públicas, estão as Municipais do Rio de

Janeiro, os Colégios de Aplicação (UERJ e UFRJ) e o Colégio Pedro II de esfera

Federal.. Os dados foram analisados através do Teste t Student para amostras

independentes e os resultados demonstraram diferença estatisticamente significante no

que se refere à idade (0,001*) e escolaridade (0,002*). Observa-se que na instituição

ELO - UFRJ (Grupo 1) a demanda apresentou maior média de idade e escolaridade

quando comparadas à instituição HUPE - UERJ (Grupo 2). Tais achados podem ser

justificados por esta se tratar de instituição com ambulatório de seguimento em

Pediatria Geral, com proposta de follow up, no qual fonoaudiólogo é sempre

requisitado nas equipes multiprofissionais (Grupo 2). No caso da instituição ELO - UFRJ

(Grupo 1), a demanda constitui-se de encaminhamentos diversos, incluindo parcerias

com escolas, mas a maioria é de demanda espontânea.

Palavras chave: aprendizagem; demanda; escolaridade

Page 42: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 130

Fluência de leitura em escolares do 3º ao 5º ano do ensino

fundamental de escolas municipais, federais e privadas

do Rio de Janeiro

Stella Varizo – ELO/UFRJ; Evelin Schmid – ELO/UFRJ; Fernanda Mesquita – ELO/UFRJ

Juliana Pereira – ELO/UFRJ; Lia Pinheiro – ELO/UFRJ; Renata Mousinho – ELO/UFRJ

Renata Sholl – ELO/UFRJ

Resumo: introdução: Sabe-se que na educação atual, o número de crianças que

apresentam queixas escolares é crescente, demonstrando dificuldade no aprendizado

da leitura e escrita. Este trabalho teve por objetivo caracterizar as queixas escolares

apresentadas por pais e responsáveis de alunos de escolas municipais, federais e

privada, a fim de estabelecer correlação entre estas e os diagnósticos obtidos.

método: Os dados foram extraídos a partir dos registros de avaliações realizadas no

Centro de Referência em Dislexia Universidade Federal do Rio de Janeiro – ELO/UFRJ,

em 22 escolares de ambos os sexos, com idade cronológica média de 10 anos e 4

meses, que frequentam do 3º ao 5º ano do Ensino Fundamental. A amostra foi

dividida por idade, tipo de escola, encaminhamento, queixa, diagnóstico e índice de

atraso na leitura. Cronometrou-se a leitura dos textos até os primeiros 5 minutos, com

o objetivo de obter o número de palavras lidas por minuto (PPM). Obteve-se a variável

índice de atraso na leitura através do cálculo utilizando o padrão de leitura para cada

escolaridade estudada comparando com o PPM de cada escolar. Os dados foram

tratados no pacote estatístico SPSS, sob análise de correlação. resultados e discussão:

O presente estudo demonstrou correlação estatística (Pearson) de alta significância

(,000**) entre os índices de atraso de velocidade de leitura oral e silenciosa, o que

permite concluir que o atraso na fluência da leitura oral é um indicativo de possível

atraso na leitura silenciosa. Sabe-se, de acordo com estudos anteriores, que o baixo

rendimento na fluência de leitura pode acarretar dificuldade na compreensão, o

objetivo final da mesma. Tal fato pode proporcionar importantes reflexos negativos ao

longo do processo escolar.

Palavras-Chave: Fluência; Ensino Fundamental; Diagnóstico.

Page 43: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 131

Co-operando para a aquisição de habilidade motora: análise de cartilha

educativa para pais de crianças com TDC

Autora: Pollyanne Maria de Lima Alcântara- Academical¹– Bolsista do PIBIC/CNPq; Orientadora¹:

Lívia de Castro Magalhães- Professora Titular¹; Co-orientadora: Clarice Ribeiro Araújo Soares-

Terapeuta Ocupacional, Mestre em Ciências da Reabilitação¹ 1- Terapia

Ocupacional UFMG

Resumo: INTRODUÇÃO: Crianças com Transtorno de Desenvolvimento da Coordenação

(TDC) apresentam problemas de desempenho em tarefas que exigem habilidades

motoras, o que repercute negativamente nas atividades diárias, escolares e de brincar.

Uma das abordagens usadas pela terapia ocupacional na intervenção destas crianças é

a terapia motora cognitiva. Nessa abordagem o terapeuta conduz a criança a aprender

estratégias cognitivas voltadas para a identificação e solução de problemas no

desempenho funcional. A participação dos pais é essencial durante e após a

intervenção, para dar suporte à criança em diferentes contextos e tarefas. Para facilitar

o processo de ensino-aprendizado dos pais e auxiliar no desempenho das crianças, foi

elaborada cartilha contendo explicações sobre o TDC e informações específicas sobre

o programa de intervenção. OBJETIVO: Verificar, segundo a percepção dos pais, se a

cartilha educativa está adequada no que se refere à organização, ao estilo do texto,

ao conteúdo, à clareza dos itens e a forma de apresentação do material. MÉTODO:

Oito pais foram convidados a participar de uma reunião na qual o terapeuta ofereceu

orientações verbais sobre o programa e, ao final, receberam a cartilha educativa. Após

15 dias os pais avaliaram a cartilha por meio de questionário estruturado, baseado na

Suitability Assessment of Materials (SAM). RESULTADOS: Os dados obtidos mostram que

a frequência de consultas à cartilha foi de mais do que duas vezes (67%) durante o

período para apreciação de duas semanas. A cartilha obteve avaliação

satisfatória em relação à organização e sequênciamento da informação; à

configuração convidativa e clareza do texto; ao layout, utilização de exemplos

e imagens; e a adequação da linguagem. CONCLUSÃO: O uso da cartilha

configurou-se como suporte ao aprendizado do programa de intervenção e o material

educativo teve alta aceitabilidade como guia de orientações básicas e recurso

reforçador de informações orais ao longo da intervenção.

Palavras chave: transtorno do desenvolvimento da coordenação, cartilha educativa,

terapia ocupacional, pais.

Page 44: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 132

Relação entre baixo peso e o desenvolvimento motor de

crianças pré-termo na idade escolar

Autora: Pollyanne Maria de Lima Alcântara - Academica ¹ ²– Bolsista do PIBIC/CNPq; Co-autora:

Lívia Paula de Freitas Carvalho- Academica¹ ²– Bolsista do PIBIC/CNPq; Orientadora: Lívia de

Castro Magalhães- Professora Titular¹; Co-orientadora: Lilian de Fátima Dornelas- Fisioterapeuta,

Doutoranda em Ciências da Reabilitação². 1Terapia Ocupacional. 2 UFMG.

Resumo: Introdução: O baixo peso ao nascer (PN) e a baixa idade gestacional (IG)

aumentam a ocorrência de problemas que afetam o desenvolvimento do recém

nascido. Criado em 1988, o Ambulatório da Criança de Risco (ACRIAR) visa

acompanhar o crescimento e desenvolvimento de crianças de risco nascidas no

Hospital das Clínicas/UFMG. Uma equipe interdisciplinar atende crianças com IG ≤ 34

semanas e ou peso ≤ 1500g, desde o momento da alta hospitalar até os 7 anos de

idade. Objetivos: nvestigar a relação entre desempenho motor e baixo peso, em

crianças avaliadas aos 7 anos, que participaram do projeto ACRIAR no período de

1994 a 2003. Métodos: 165 crianças, registradas no banco de dados eletrônico do

ACRIAR. Utilizou-se os instrumentos: Moviment Assessement Battery for Children (MABC),

para avaliar a coordenação motora fina e grossa; Test of Visual Motor Integration

(VMI), para examinar a integração visomotora e a percepção visual; e o Teste do

Desenho da Figura Humana, para estimar a inteligência. O teste Mann-Whitney foi

usado para verificar a diferença entre os grupos e a correlação de Spearman para

investigar a relação entre as variáveis. RESULTADOS: A amostra foi distribuída em

grupos conforme a classificação do PN: grupo 1, Extremo Baixo Peso (20.6%); grupo 2,

Muito Baixo Peso (41,8%); grupo 3, Baixo Peso ao Nascer (37,6%). Houve diferenças

significativas entre as variáveis IG e PN nos três grupos; e no teste MABC, entre os

grupos 1 e 2. Todos os grupos mostraram prevalência de dificuldades motoras. Existe

correlação fraca, mas significativa, entre MABC e PN; e correlação fraca entre MABC e

os outros testes. Conclusão: Considerando as demandas típicas da idade escolar,

torna-se imprescindível que maiores esforços sejam direcionados ao acompanhamento

do desenvolvimento da criança de risco, possibilitando o diagnóstico e intervenção

precoce.

Palavras chave: Desenvolvimento infantil, coordenação motora, avaliação,

prematuridade, terapia ocupacional.

Page 45: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 133

Caracterização das trocas ortográficas em pacientes com

transtorno do déficit de atenção com hiperatividade

Débora Fraga Lodi1; Cláudia Machado Siqueira1,2; Juliana Flores1; Karina Avelar Ribeiro1

Luciana Maria Rocha1,2; Maria do Carmo Mangelli Ferreira Araújo1; Juliana Gurgel-Giannetti1,2;

Raquel Ferreira Araújo1; Luciana Mendonça Alves1,3; Equipe de Neuropediatria1, e do Laboratório

dos Estudos dos Transtornos de Aprendizagem (LETRA)2 do HC-UFMG, Metodista de Minas3.

Resumo: Vários estudos demonstram que o transtorno do déficit de atenção e

hiperatividade pode provocar prejuízos escolares. A verificação do desempenho

ortográfico nestes pacientes pode fornecer informações importantes sobre seu

processo de aprendizagem e favorecer um diagnóstico diferencial. Objetivo: descrever

as trocas ortográficas frequentes encontradas em escolares com Transtorno do Déficit

de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Métodos: participaram deste estudo 35 escolares

entre 7 e 15 anos que realizaram avaliação multidisciplinar no Laboratório de Estudos

dos Transtornos da Aprendizagem (LETRA) do Hospital das Clínicas da Universidade

Federal de Minas Gerais entre os anos de 2008 e 2010 e que receberam o

diagnóstico clínico de TDAH. Para efetivação deste estudo foi realizado um ditado

contendo 35 palavras e 10 pseudopalavras. As trocas ortográficas foram analisadas de

acordo com os critérios de classificação de Zorzi. Resultados e discussão: os

resultados revelaram que a maioria das trocas encontradas foram caracterizadas com

erros decorrentes de possibilidades de representações múltiplas (representando 40%

das trocas realizadas), seguidos de omissões (22%), trocas decorrentes de confusão

entre as terminações “ão/am” (6%) e traços de vozeamento (6%). As possibilidades

de representações múltiplas e confusões entre “ão” e “am” são claramente trocas

pedagógicas, que envolvem a internalização de regras e estão também ligadas ao nível

de letramento. As omissões refletem o comportamento desatento destes pacientes. Já

as trocas envolvendo grafemas que representam fonemas vozeados e não-vozeados

estão relacionadas às dificuldades no processamento fonológico e merecem avaliação

cuidadosa de outros elementos do processamento cognitivo e verificação de possível

comorbidade. Houve ainda variação da proporção e tipologia dos erros de acordo

com a idade/escolaridade. Conclusão: a produção ortográfica é importante indicador

do desenvolvimento da aprendizagem escolar e deve ser atentamente investigada com

vistas a identificação de possíveis transtornos do desenvolvimento das habilidades

escolares em sujeitos com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade.

Palavras chaves: Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade; Avaliação

Educacional; Transtornos de Aprendizagem; Estudantes

Page 46: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 134

Levantamento dos membros de categorias semânticas para

itens verbais produzidos de forma escrita por crianças do 2º

ao 5º ano do ensino fundamental

Sérgio Luiz Evangelista Santos – Unipac-Ipatinga; Ângela Maria Vieira Pinheiro – UFMG

Resumo: O presente trabalho apresenta um banco de dados composto por treze

categorias semânticas escolhidas a partir do clássico artigo Battig e Motague (1969).

Foram coletados dados de crianças do 2º. ao 5º. ano do Ensino Fundamental de uma

amostra de escolas estaduais, municipais e particulares de Belo Horizonte no ano de

2004. O instrumento de coleta de dados foi um caderno composto por uma

categoria por folha e um espaço para que a criança citasse de forma escrita todos

os itens que conhecia dentro da categoria proposta no tempo de 01 minuto. Todo o

trabalho foi aplicado em sala de aula pelo professor e a amostra contou com a

participação de 627 crianças. O banco de dados resultante apresenta a freqüência

absoluta e relativa dos itens produzidos e cita a quantidade de vezes que um item foi

citado em primeiro lugar, ou seja, a sua tipicidade dentro da categoria. Esse índice

indica a prototipicidade de um conceito dentro de uma categoria de acordo com a

concepção prototípica ou probabilística dos conceitos. Dentre os resultados

encontrados, observamos a crescente produção de itens dentro das categorias

concomitantemente ao avanço de série escolar. Também há aumento da produção de

itens quando considerados o tipo de escola estudada, nesse caso, os alunos de

escolas particulares parecem produzir mais itens do que alunos de ambas as redes

das escolas públicas. Conclui-se que o banco de dados resultante desse trabalho

poderá servir de subsídio para a elaboração, dentre outras tarefas, às de

categorização semântica para a referida população e que propiciará a análise de

outras características pertinentes ao desenvolvimento humano, principalmente quanto

ao aspecto do desenvolvimento da escrita e dos processos e estratégias subjacentes

a essa habilidade.

Palavras-chave: categorização semântica, prototipicidade, banco de dados

Page 47: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 135

O conhecimento dos professores do ensino infantil quanto

ao desenvolvimento da fala

Rita de Cássia Duarte Leite – Fead; Josiane Mônica Ramos Silveira - CEFAC-BH; Maria Cândida

Magalhães Caetano - CEFAC-BH; Luciana Mendonça Alves - CEFAC-BH / Metodista de Minas

Resumo: Objetivo: verificar o conhecimento dos professores do ensino infantil quanto

às etapas de desenvolvimento da fala. A fala é a representação motora da linguagem.

Para que ocorra o seu desenvolvimento normal, é necessário que existam bases

orgânicas íntegras e integração da cognição com os sistemas neuromuscular e

músculo-esqueletal. É necessário que os pais sejam conscientizados juntamente com

os professores sobre a importância do conhecimento das etapas de desenvolvimento

da fala para poderem colaborar com a identificação precoce de alterações

relacionadas ao atraso do desenvolvimento. Métodos: a pesquisa foi desenvolvida em

12 escolas de educação infantil. Participaram do estudo 59 professores do ensino

infantil que responderam a um questionário composto por 16 questões, sendo 15

questões objetivas e 1 questão expositiva, referentes à identificação do perfil do

professor, além de dados que permitiram observar o conhecimento dos mesmos a

respeito do desenvolvimento e identificação de alterações na fala dos educandos.

Resultados: a partir da analise dos resultados, observou-se que 73% dos professores

receberam informações sobre a atuação da fonoaudiologia, porém notamos que 64%

das educadoras têm dúvidas quanto ao conhecimento das etapas de desenvolvimento

da fala das crianças. Quanto a definição das alterações de fala, 80% das professoras

relatam ser trocas, omissões e distorções dos sons, sendo que 52% acham que o

fator que pode interferir é a alteração na musculatura orofacial. Com relação a

alteração fonoaudiológica mais conhecida no âmbito escolar foram as trocas na fala

com 47% seguida da gagueira com 23% das entrevistadas. Conclusão: de acordo com

os resultados obtidos no presente estudo, foi possível confirmar a necessidade de

reforçar a atuação fonoaudiológica na escola com a finalidade de esclarecer as

dúvidas mais frequentes dos professores quanto ao processo de desenvolvimento da

linguagem, permitindo facilitar o encaminhamento e atuação precoce nos casos de

desvio dos padrões de normalidade.

Palavras Chave: Educação infantil; Prevenção primária; Fala, Desenvolvimento Infantil.

Page 48: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 136

Perfil cognitivo das crianças com diagnóstico de transtorno

de déficit de atenção com hiperatividades (TDAH) atendidas

no laboratório de estudos de transtorno

de aprendizagem (LETRA)

Maria do Carmo Mangelli Ferreira de Araujo*; Cláudia Machado Siqueira*; Débora Fraga Lodi*;

Juliana Flores*; Juliana Gurgel-Giannetti*; Karina Avelar*; Luciana Maria Rocha*

Luciana Mendonça Alves*; Raquel Ferreira Araujo*.

*Colaboradoras do LETRA

Resumo: Objetivo: Traçar o perfil cognitivo de crianças com TDAH, atendidas no

LETRA, através da Escala de Inteligência Wechsler para crianças (WISC-III). Referencial

teórico: A avaliação neuropsicológica infantil analisa quantitativa e qualitativamente,

através de técnicas e instrumentos dirigidos, os sistemas cerebrais em

desenvolvimento. O WISC-III consta de 12 subtestes que são agrupados em 4 índices

fatoriais (Compreensão Verbal ICV, Organização Perceptual IOP, Velocidade de

Processamento IVP e Resistência a Distração IRD) e são resumidos em 3 medidas: QIT

(Quociente de Inteligência Total), QIV (Quociente de Inteligência Verbal) e QIE

(Quociente de Inteligência de Execução) Metodologia: Foram avaliadas 45 crianças com

queixa de mau desempenho escolar e TDA/H. Foram excluídas as crianças com

comorbidades como Retardo Mental, Transtornos de Aprendizagem, Epilepsia e

síndromes genéticas. Os pacientes foram submetidos à avaliação neuropsicológica que

constou da aplicação da Escala de inteligência Wechsler para crianças (WISC-IIIe do

questionário semi-estruturado com os critérios diagnósticos do DSM-IV para TDAH

respondido pelos responsáveis e professores. Resultados e discussão: A média de

idade dos pacientes à avaliação foi de 10 anos (entre seis e 16 anos), sendo 35 do

sexo masculino (76.1%) e 10 do sexo feminino (21.7%). A média do QIT foi 89,20; QIV

foi 90 e do QIE 90.49. Em relação aos índices fatoriais, as médias encontradas foram:

ICV: 91.36; IOP: 89.33; IVP: 88; IRD foi 77.6. Os valores médios de QIT estão na

categoria médio-inferior para a população de crianças brasileiras. O IRD está abaixo

do esperado, refletindo as dificuldades de atenção e memória de trabalho. Conclusão:

A partir do resultado da avaliação pode-se verificar que as crianças encaminhadas

com queixa de mau desempenho escolar e que tiveram diagnóstico de TDAH,

apresentaram IRD abaixo do esperado para crianças sua faixa etária, sendo

classificado na categoria limítrofe.

Palavras chaves: Neuropsicologia, Transtorno de déficit de atenção com hiperatividade,

Cognição.

Page 49: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 137

O desenho da figura humana das crianças com TDAH

diagnosticadas no ambulatório de estudos de transtorno de

aprendizagem (LETRA) do hospital das clínicas da UFMG

Maria do Carmo Mangelli Ferreira de Araujo*; Cláudia Machado Siqueira*; Juliana Gurgel

Giannetti*; Débora Fraga Lodi*; Juliana Flores*; Karina Avelar*; Luciana Maria Rocha*; Luciana

Mendonça Alves*; Raquel Ferreira Araujo*.

*Colaboradoras do LETRA –HC. UFMG

Resumo: Objetivo: Avaliar a representação conceitual através do desenho da figura

humana (DFH-Escala Sisto) de crianças com TDAH, atendidas no LETRA. Referencial

teórico: O DFH é uma técnica usada freqüentemente para medir o desenvolvimento

cognitivo não-verbal das crianças. É uma fonte de estimativa de desenvolvimento

cognitivo pouco influenciado por diferenças culturais e a língua utilizada. A

representação conceitual da figura humana está associada a medidas de inteligência,

a operacionalidade de Piaget e aprendizagem escolar. Em termos de escolaridade

mostrou-se relacionado à aquisição da escrita. Metodologia: Foram avaliadas 36

crianças, entre 6 a e 12 anos com queixa de mau desempenho escolar, sendo

aplicado o DFH e questionário semi-estruturado com os critérios diagnósticos do DSM-

IV para TDAH. Resultados e discussão: Segundo a análise em quartil, 29 crianças

(80.6%) situaram-se no quartil 25; uma no quartil 50 (2,8%), uma no quartil 75(2,8%)

e cinco no quartil 90(13,9). Considerando que o teste do desenho da figura humana

pontua os acertos, constatamos que a maioria das crianças situou-se no quartil 25,

indicando que em relação a crianças da mesma faixa, as avaliadas estão no quartil

inferior. As crianças diagnosticadas com TDAH e mau desempenho escolar apresentam,

menor controle inibitório e maiores emocionais, podendo influenciar na execução do

DFH. Conclusão: De acordo com os critérios de avaliação do DFH-Escala Sisto, as

crianças com TDAH e mau desempenho escolar apresentaram dificuldades na

representação conceitual e no desenvolvimento cognitivo não-verbal.

Palavras chaves: Neuropsicologia, transtorno de déficit de atenção com hiperatividade.

Page 50: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 138

O teste de BENDER sistema de pontuação gradual (B-SPG) em

crianças com diagnóstico de transtorno de déficit de atenção

hiperatividade (TDAH)

Maria do Carmo Mangelli Ferreira de Araujo*; Cláudia Machado Siqueira*; Juliana Gurgel

Giannetti*; Débora Fraga Lodi*; Juliana Flores*; Karina Avelar*; Luciana Maria Rocha*; Luciana

Mendonça Alves*; Raquel Ferreira Araujo*.

*Colaboradoras do LETRA –HC.UFMG

Resumo: Objetivo: Traçar o perfil visomotor através do teste de B-SPG, de crianças

com TDAH, atendidas no LETRA do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de

Minas Gerais. Referencial teórico: A avaliação do perfil visomotor das crianças com

diagnóstico de transtorno de TDAH, permite intervenções mais assertivas na

reabilitação destas crianças. É consenso que grande parte das crianças que

apresentam TDAH, também tem comprometimento das habilidades visomotoras, que

interferem de maneira significativa no processo de aprendizagem. Metodologia: Foram

avaliadas 36 crianças com mau desempenho escolar, entre 6 a e 12 anos. Foram

excluídas crianças com mais de 12 anos, retardo mental, epilepsia e síndromes

genéticas. Foi respondido pelos pais e professores o questionário semi-estruturado

com os critérios diagnósticos do DSM-IV para TDAH, e aplicado o teste de Bender.

Resultados e discussão: A média de idade dos pacientes à avaliação foi de 9,4 anos,

sendo 26 do sexo masculino (72,2%) e 10 do sexo feminino (27,8%). Segundo a

análise em quartil, cinco crianças (13,9%) ficaram no quartil 50, sete no quartil 75

(19,4%) e 24 no quartil 90 (66,7%). Considerando que o teste de Bender pontua os

erros, constatamos que 66.7% apresentaram imaturidade percepto motora que são

evidenciadas na dificuldade de cópia e escrita. Estas crianças apresentam dificuldades

atencionais, que podem interferir no tempo e na qualidade de execução de tarefas

motoras. Conclusão: De acordo com os critérios de avaliação do B-SPG, as crianças

com diagnóstico de TDAH, apresentam com muita freqüência imaturidade visomotora.

Palavras chaves: Neuropsicologia, Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade,

Teste de Bender-Gestalt.

Page 51: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 139

Perfil de crianças atendidas em ambulatório multidisciplinar de

avaliação dos transtornos de aprendizagem no período

de 2008 a 2009, em Belo Horizonte, MG

Rocha LM1,2, Siqueira CM1,2, Fraga DL2, Alves JFM2, Araújo MCMF2, Alves LM2,3, Ribeiro KA2, Araújo

RF2, Gurgel-Giannetti J1. Equipe de Neuropediatria1, Laboratório dos Estudos dos Transtornos de

Aprendizagem (LETRA)2 do HC-UFMG e Metodista de Minas3

Resumo: Objetivo: Traçar um perfil das crianças com mau desempenho escolar

encaminhadas ao LETRA. Neste ambulatório interdisciplinar, as crianças foram

investigadas por meio de anamnese, exame clínico-neurológico, bateria

neuropsicológica, avaliação fonaudiológica e testes psicométricos. Metodologia: o

estudo consta de 136 crianças entre 06 a 16 anos, estudantes do ensino regular

atendidas no LETRA no período de 2008 e 2009. Os encaminhamentos foram

realizados por profissionais da área da educação e saúde. Os pacientes foram

avaliados por equipe multidisciplinar, tendo como objetivo analisar as habilidades

cognitivas, mnemônicas, atencionais, (meta)lingüísticas, e práxicas e sua repercussão

sobre a leitura, escrita e aritmética. Resultados e discussão: Nesta amostra, 72,8%

eram do gênero masculino e 27,2% do feminino. De acordo com o senso

demográfico, o número de crianças do gênero masculino é maior que os de gênero

feminino3, além de MDE ter maior incidência em meninos. Observa-se que a maior

parte (58,8%) foi encaminhadas entre 6-10 anos de idade, período de início de

alfabetização, no qual realmente os problemas acadêmicos emergem. Entre as várias

condições identificadas, o Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade (TDA/H)

foi a mais encontrada em 44,1% da amostra. Outra condição freqüente foi o retardo

mental (quociente de inteligência total inferior a 70) em 33,8% da amostra. No início

da educação formal, as crianças com retardo mental apresentam maiores dificuldades

que seus pares. A dificuldade escolar foi encontrada em 14,7% e os transtornos

específicos de aprendizagem em 2,2%. Conclusão: Ressalta-se a importância da equipe

multidisciplinar no diagnóstico etiológico e na condução das crianças com queixa de

mau desempenho escolar.

Palavras chave:Avaliação Educacional; Transtornos de Aprendizagem; Estudantes;

Pesquisa Interdisciplinar.

Page 52: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 140

Achados do exame neurológico evolutivo em amostra de

crianças com transtorno de défict de atenção/hiperatividade

Rocha LM1,2, Siqueira CM1,2, Fraga DL2, Alves JFM2, Araújo MCMF2, Alves LM2,3, Ribeiro KA2, Gurgel-

Giannetti J1, Araújo RF2. Equipe de Neuropediatria1, e do Laboratório dos Estudos dos

Transtornos de Aprendizagem (LETRA)2 do HC-UFMG, Metodista de Minas3

Resumo: Objetivos: Traçar um perfil dos achados do exame neurológico das crianças

encaminhadas com mau desempenho escolar e diagnosticadas com Transtorno de

Déficit de Atenção/Hiperatividade no LETRA. Identificar os sinais neurológicos sutis

mais frequentes neste grupo de crianças por meio do exame neurológico evolutivo

(ENE). Metodologia: Foram avaliadas 165 crianças entre 6 a 16 anos, com mau

desempenho escolar encaminhas para o LETRA no período de 2008 a 2010. Foram

selecionadas as crianças que preencheram os critérios diagnósticos pelo Manual

Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais- 4ª edição (DSM-IV), sendo excluído

retardo mental, transtornos específicos de aprendizagem, epilepsia e síndromes

genéticas. Foram selecionadas 45 crianças que foram submetidas ao exame

neurológico tradicional e evolutivo (ENE - provas para idade de 7 anos). Resultados e

discussão: Entre as 45 crianças selecionadas com mau desempenho escolar e TDA/H,

a média de idade foi de 10 anos, sendo 35 (76,1%) crianças do gênero masculino. As

crianças foram avaliadas por neuropediatra e submetidas a exame neurológico

tradicional e evolutivo. O exame neurológico não encontrou alterações, como é

descrito na literatura. No ENE apenas uma criança selecionada executou todas as 6

funções testadas (equilíbrio estático e dinâmico, coordenação apendicular e tronco-

membros, persistência motora e reconhecimento direito-esquerdo). Nas funções

específicas, 35 crianças (77,7%) tiveram dificuldade em reconhecimento direito-

esquerdo, 25 (55,5%) com dificuldades coordenação apendicular, 22 (48,8%)

dificuldade no equilíbrio dinâmico, 18 (40%) alteração na coordenação tronco-

membros, 17 (37,7%) alteração na persistência motora e 13 (28,8%) em equilíbrio

estático. Conclusão: O ENE mostrou-se eficaz em identificar sinais neurológicos sutis

em crianças com mau desempenho escolar e TDA/H. As maiores dificuldades

encontradas foram na integração sensorial (reconhecimento direito-esquerdo) seguida

de dificuldade de coordenação apendicular, equilíbrio dinâmico e coordenação tronco-

membros. Tais informações são essenciais para traçar as estratégias terapêuticas de

cada criança.

Palavras chave: Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade; Exame

Neurológico; Estudantes

Page 53: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 141

Perfil da populaçao avaliada no centro de referencia

em diagnostico da UFRJ-RJ (ELO)

Juliana Pereira – ELO/UFRJ; Renata Mousinho – ELO/UFRJ; Lia Pinheiro – ELO/UFRJ; Evelin

Schmid – ELO/UFRJ; Fernanda Mesquita – ELO/UFRJ; Renata Sholl – ELO/UFRJ; Stella Varizo –

ELO/UFRJ

Resumo: Introdução: A disseminação de informação não tem uma relação direta com

a busca de diagnóstico precoce em crianças com dificuldades escolares. Persistem

crenças de que sinais de dificuldades escolares podem ser passageiros, o que retarda

a intervenção precoce. Objetivos: Verificar a associação idade e escolaridade de

crianças com queixas de dificuldades escolares, verificar se existe evolução das

habilidades cognitivas com o aumento da idade cronológica, mesmo antes de

submetidos à intervenção. Observar quais habilidades não acompanham esta evolução

e se há correlação entre o desenvolvimento de uma habilidade sobre a outra.

Metodologia: Selecionamos 43 crianças com idades entre 6 e 14 anos, com queixas

de dificuldades escolares. Todas foram submetidas à testes de compreensão e

desenvolvimento de narrativa (Brandão e Spinillo,2001), consciência fonológica

(PROHMELE,2009), avaliação do padrão de leitura oral e da compreensão do material

lido. Realizamos análises da correlação Pearson entre os parâmetros idade e

escolaridade com os resultados nos testes das habilidades específicas e correlações

entre o desenvolvimento dessas habilidades específicas, considerando significativo ¨p¨

menor que 0,05. Resultados e Discussão: Não houve correlação significativa entre

narrativa e memória operacional, com relação à idade e escolaridade. Tais dados se

mostraram independentes do padrão de leitura oral. Observamos uma correlação entre

o desempenho em consciência fonológica, e memória operacional. Essa correlação não

se manteve com relação ao padrão de leitura oral e de compreensão da leitura.

Significância estatística foi encontrada com relação ao padrão de leitura oral e

compreensão do material lido. Mesmo para crianças com queixas escolares não

submetidas à intervenção, quanto maior a idade e escolaridade, melhor foi o

desempenho na compreensão de narrativa, melhor padrão de leitura oral (pausado ou

fluente), melhor compreensão da leitura oral. Com relação à consciência fonológica,

esta não mostrou melhor desempenho com o aumento da idade e escolaridade.

Palavras Chave: leitura, escrita, consciência fonológica, memória.

Page 54: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 3, nº 4, maio 2011 | 142

Desempenho em processamento fonológico de escolares com

transtorno do déficit de atenção com hiperatividade

Débora Fraga Lodi - LETRA - HC/UFMG; Cláudia Machado Siqueira - LETRA - HC/UFMG; Juliana

Gurgel Giannett- LETRA - HC/UFMG; Juliana Flores - LETRA - HC/UFMG; Karina Avelar Ribeiro–

LETRA - LETRA - HC/UFMG; Luciana Mendonça Alves - LETRA - HC/UFMG; Luciana Rocha -

LETRA - HC/UFMG; Maria do Carmo Mangelli Ferreira Araújo - LETRA - HC/UFMG; Raquel Araújo

Ferreira - LETRA - HC/UFMG

Resumo: A aquisição da linguagem e da aprendizagem escolar podem estar

comprometidas em escolares com Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade

(TDAH), visto que a base neurobiológica do TDAH ocasiona alterações em mecanismos

cognitivos como atenção sustentada e funções executivas. O processamento

fonológico compreende as operações mentais de processamento da informação

baseadas na estrutura fonológica da linguagem oral. Objetivo: descrever o desempenho

de em escolares com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade em provas

que avaliam o processamento fonológico. Métodos: participaram deste estudo 35

escolares entre 7 e 15 anos que realizaram avaliação multidisciplinar no Laboratório

de Estudos dos Transtornos da Aprendizagem (LETRA) do Hospital das Clínicas da

Universidade Federal de Minas Gerais entre os anos de 2008 e 2010 e que receberam

o diagnóstico clínico de TDAH. Foram realizadas as seguintes avaliações: consciência

fonológica, nomeação automática rápida (RAN) e memória auditiva seqüencial (de

palavras, não-palavras e dígitos). Resultados e discussão: os resultados revelaram que

a maioria dos erros observados na prova de consciência fonológica concentraram-se

nas tarefas de subtração e inversão fonêmica. Para a tarefa de memória foram

repetidas uma média de 3,69 palavras, 2,74 não-palavras e 5,41dígitos. O tempo

médio em segundos para a tarefa de nomeação rápida foi: para cores 0,64, letras

0,35, dígitos 0,40 e objetos1,3. As dificuldades nas provas de consciência fonológica e

memória auditiva seqüencial são decorrentes de déficits na memória de trabalho. Já a

lentidão na prova de nomeação automática rápida reflete a alteração na velocidade

de processamento da informação. Conclusão: sabe-se que existe considerável

incidência de dificuldades leitura no TDAH. Considerando que o processo de leitura

exige integridade de funcionamento das funções executivas (que, quando

comprometidas, interferem especialmente nas estratégias fonológicas, resultando em

falhas na automatização da decodificação fonológica), é importante investigar essas

habilidades em sujeitos com TDAH.

Palavras chave: Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade; Avaliação

Educacional; Transtornos de Aprendizagem; Estudantes

Page 55: Sistema visual magnocelular e dislexia: um experimento de

Revista Tecer - Belo Horizonte – vol. 4, nº 6 maio 2011 | 143

Estudo da integração visuomotora por meio do teste de

integração visuomotora (VMI) em crianças com transtorno

de déficit de atenção e hiperatividade

Juliana Flores Mendonça1; Cláudia Machado Siqueira1,2;Débora Fraga Lodi1; Juliana Gurgel-

Giannetti2; Karina Avelar Ribeiro1; Luciana Mendonça Alves1,3 ; Luciana Maria Rocha1,2; Maria do

Carmo Mangelli Ferreira Araújo1; Raquel Ferreira Araújo1. 1Laboratório de Estudos dos Transtornos

de Aprendizagem (LETRA) do Hospital das Clínicas da UFMG, 2 Serviço de Neurologia Pediátrica

do HC/UFMG, 3 Metodista de Minas

Resumo: Estudos mostram a existência da dificuldade na escrita em crianças que

preenchem critérios para o TDAH. Essa dificuldade pode estar relacionada à pobre

integração visuomotora, ou seja, dificuldade em coordenação de movimentos olho-mão.

A integração visuomotora envolve cognição, discriminação tátil, processamento da

informação sensorial e a maturação da estrutura do sistema nervoso central. O

comprometimento desta habilidade interfere na identificação e execução de das formas

gráficas. Objetivo: identificar a dificuldade da integração visuomotora com crianças que

preenchem critérios de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH).

Métodos: foi aplicado o teste de Integração visuomotora (VMI-Beery, 1997), em 10

escolares de 7 a 15 anos. Esses escolares realizaram avaliação multidisciplinar no

Laboratório de Estudos dos Transtornos da Aprendizagem (LETRA) do Hospital das

Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais no ano de 2010 e receberam o

diagnóstico clínico de TDAH. Foram excluídas as crianças com retardo mental,

epilepsia e síndromes genéticas. O VMI é um teste de cópias de desenhos, com

critérios de pontuação e escores, para identificar possíveis problemas de Integração

visuomotora. Resultados e discussão: os resultados revelam índice significativo de

baixa integração visuomotora em crianças que preenchem critérios para TDAH. 8

escolares (17,4%), apresentaram baixa integração visuomotora e apenas 2 (4,3%)

escolares apresentaram boa integração visuomotora. O resultado pode estar

relacionado à dificuldade nos traçados da escrita dos escolares com TDAH. O

presente estudo confirma dados descritos na literatura. Conclusão: As crianças

avaliadas demonstraram dificuldades na integração visomotora que é essencial na

expressão da escrita (grafia). Na literatura nacional e internacional ainda são escassas

pesquisas envolvendo o tema, necessitando de maior investigação.

Palavras chaves: Transtorno do Deficit de Atenção com Hiperatividade, Integração

Visuo- Motora, Escrita, Estudantes.