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SISTEMAS AGROFLORESTAIS HELEN MONIQUE NASCIMENTO RAMOS GYSELLY DE CÁSSIA BASTOS DE MATOS BELÉM - PARÁ 2020

SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

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Page 1: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

SISTEMAS AGROFLORESTAIS

HELEN MONIQUE NASCIMENTO RAMOS

GYSELLY DE CÁSSIA BASTOS DE MATOS

BELÉM - PARÁ

2020

Page 2: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAFs)............................. 3

CAPITULO 1 - CONCEITOS E DEFINIÇÕES......................................................... 4

1 SISTEMAS AGROFLORESTAIS................................................................................... 4

1.1 Origem e Histórico dos SAFs......................................................................................... 5

1.2 Vantagens e Desvantagens dos SAFs............................................................................ 6

2 AGRICULTURA FAMILIAR......................................................................................... 7

3 ADAPTABILIDADE....................................................................................................... 8

4 CADEIA PRODUTIVA................................................................................................... 8

5 CONSORCIO................................................................................................................... 8

6 MANEJO.......................................................................................................................... 9

7 MITIGAÇÃO.................................................................................................................... 9

8 PRODUTIVIDADE.......................................................................................................... 9

9 RESILIÊNCIA.................................................................................................................. 10

10 SERVIÇOS AMBIENTAIS............................................................................................. 10

11 SISTEMA PRODUTIVO................................................................................................ 11

12 SUCESSÃO VEGETAL ou ECOLÓGICA..................................................................... 12

13 SUSTENTABILIDADE................................................................................................... 12

14 TIPOS DE USO DA TERRA........................................................................................... 13

CAPITULO 2 - TIPOLOGIAS DE SAFs..................................................................... 14

2 CLASSIFICAÇÃO E FUNÇÃO...................................................................................... 14

2.1 Exemplos de SAFs........................................................................................................... 16

2.2 Práticas Agroflorestais................................................................................................... 18

2.3 Práticas Silvipastoris...................................................................................................... 19

2.4 Práticas Agrossilvipastoris............................................................................................. 20

2.5 Práticas Agrossilviculturais........................................................................................... 21

2.6 Técnicas de Manejo em SAFs........................................................................................ 21

CAPITULO 3 - RESULTADOS DE PESQUISAS DE ROCHAGEM EM SAFS.... 23

CASO 1............................................................................................................................. 23

CASO 2............................................................................................................................. 25

CASO 3............................................................................................................................. 26

REFERÊNCIAS.............................................................................................................. 27

ANEXO............................................................................................................................ 32

Page 3: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

3

INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAFs)

No Brasil, a prática agroflorestal é centenária e na Amazônia, a agricultura familiar é

desenvolvida dentro dos sistemas agroflorestais (SAFs), que foram e são implantados por

comunidades indígenas, caboclas e ribeirinhas. Os SAFs, foram resgatados de culturas antigas e

atualizados para atender às necessidades de evolução no uso da terra, especialmente em regiões

tropicais. Hoje se expandem por praticamente todas as regiões onde sejam possíveis os cultivos

agrícolas e florestais (DANIEL et al, 1999). Podem representar uma resposta ao desafio da

conciliação entre a sustentabilidade na produção de alimentos e a sustentabilidade ambiental.

Os SAFs envolvem princípios de uso da terra com o objetivo de otimizar tanto a produção

agrícola quanto a florestal por meio da garantia de rendimento sustentado, baseado em práticas

agroflorestais que envolvem a presença de árvores, interação positiva entre os componentes

(florestais, frutíferas, culturas anuais, animais etc.), consideração dos processos de sucessão

ecológica, eficiência na ciclagem de nutrientes e no uso dos recursos naturais, presença de espécies

fixadoras de nitrogênio, cobertura de solo e da biodiversidade (ALVES et al, 2015).

Característica importante dos SAFs é a utilização de uma determinada diversidade de plantas,

que se mostram correlacionados à função da espécie no sistema, manejadas para atender às

necessidades vitais da comunidade, isto é, alimentação, saúde (plantas medicinais), confecção de

vestuário, assim como manufatura de diversos objetos de uso comum (BENTES-GAMA, 2003).

Os SAFs são parte de uma estratégia de uso da terra que visa a manutenção do meio ambiente,

especialmente em áreas onde a conversão de terras em sistemas agrícolas e ou pastagens provoca

liberações substanciais de dióxido de carbono (CO2) como na Amazônia. Além de evitar a

degradação e melhorar as condições físicas e químicas do solo através do aumento na quantidade de

matéria orgânica, os SAFs constituem um uso da terra economicamente eficaz, pois a produção por

unidade de área é alto (NOBRE, SAMPAIO, SALAZAR, 2007; MATTOS, 2010; BOLFE, 2020).

As tecnologias agroflorestais são ferramentas potenciais de construção da segurança e

soberania alimentar no Brasil, de melhoria do bem-estar da população e conservação dos recursos

naturais, possibilitando a ampliação das áreas com conservação ambiental, manutenção da

biodiversidade, garantindo a integridade das bacias hidrográficas e a estabilidade do clima (NOBRE,

SAMPAIO, SALAZAR, 2007; MATTOS, 2010; BOLFE, 2020).

Os SAFs apresentam ainda, um grande potencial de manter os serviços prestados pelos

ecossistemas; podem ser uma forma de sustento de famílias ou auxiliar no aumento de renda,

mantendo o agricultor no contexto rural (NOBRE, SAMPAIO, SALAZAR, 2007; MATTOS, 2010;

BOLFE, 2020).

Page 4: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

4

CONCEITOS E DEFINIÇÕES

1 SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAFs)

O termo “agrofloresta” surgiu a partir das recomendações de pesquisas feitas em 1977 pelo

Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal – International Center for Research in Agroforestry

(ICRAF), que sugeriam a ampliação do estudo agrícola e florestal em propriedades rurais (YOUNG,

2003). Mais recentemente, também tem sido desenvolvida como uma ciência que se compromete a

ajudar os agricultores a incrementar a produtividade, rentabilidade e sustentabilidade da produção

em sua terra (ROCHA, 2006).

King e Chandler (1978) conceituaram os sistemas agroflorestais - SAF’s (ou Agroflorestas)

como sistemas sustentáveis de uso da terra que combinam a produção de cultivos agrícolas com

plantações de árvores frutíferas ou florestais e/ou animais, utilizando a mesma unidade de terra e

aplicando técnicas de manejo que são compatíveis com as práticas culturais da população local.

Várias definições podem ser utilizadas para descrever e qualificar os SAFs, contudo a mais

aceita e difundida atualmente é a proposta e adotada pelo ICRAF:

“Sistema agroflorestal é o nome coletivo para sistemas de uso da terra e tecnologias em que

plantas lenhosas perenes (árvores, arbustos, palmeiras, bambus, etc.) são intensionalmente usadas

na mesma unidade de manejo de culturas agrícolas e/ou animais, ambas na forma de arranjos

especiais ou sequências temporais. Nos sistemas agroflorestais existem interações ecológicas e

econômicas entre os diferentes componentes” Nair (1984).

Essa definição, de modo simplificado, implica que o SAF, normalmente, envolve duas ou mais

espécies de plantas (ou animais), sendo pelo menos uma perene lenhosa (de ciclo de vida

longo/capaz de produzir madeira); sempre possui duas ou mais saídas (N produtos) e o ciclo dos

SAFs sempre são maiores do que um ano e mais complexos, ecológica e economicamente, do que

os sistemas monoculturais (sistemas de exploração do solo com especialização em um só produto).

SAFs são sistemas de uso da terra em que árvores interagem com os cultivos agrícolas e/ou

animais, simultânea ou sequencialmente, de modo a aumentar a produtividade total de plantas e

animais de forma sustentável por unidade de área (NAIR, 1989). Arco-Verde (2008) descreve os

SAFs como uma opção viável entre os sistemas de produção sustentáveis existentes, contribuindo

para a conservação dos recursos naturais, segurança alimentar e o bem-estar social e econômico dos

produtores rurais, particularmente aqueles de baixa renda.

Em uma perspectiva agroecológica os sistemas agroflorestais são entendidos como arranjos

sequenciais de espécies ou de consórcios de espécies herbáceas, arbustivas e arbóreas, por meio dos

quais se busca, ao longo do tempo, reproduzir uma dinâmica sucessional natural, visando a atender

demandas humanas de modo sustentável (BOLFE, 2010). De acordo com Righi (2013) os SAFs são

CAPITULO 1

Page 5: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

5

sistemas baseados em interações, em que as condições climáticas, ambientais e fisiológicas são

determinantes para o crescimento e o desenvolvimento de culturas .

1.1 Origem e Histórico dos SAFs

A prática agroflorestal já era utilizada por povos antigos em todo o mundo. Os sistemas de

integração das práticas agrícolas, pecuárias e florestais já eram conhecidos na Europa desde o século

I d.C. (depois de Cristo), onde escritores romanos fazem referência a sistemas de integração entre

pastagens e árvores. Considerados atualmente como inovadores, esses sistemas foram atualizando-se

com o intuito de atender as demandas atuais em relação a novas formas de utilização do solo e de

estratégias de produção para atender as necessidades humanas (BALBINO et al, 2011).

Na Índia, em torno de 1806, estabeleceu-se um método de plantio florestal juntamente com

culturas anuais denominado taungya, que se popularizou devido a um programa de reflorestamento

com parceria entre governo e produtores, onde era permitido aos agricultores o plantio de culturas de

subsistência entre as árvores e a produção era destinada para alimentação ou para a venda no

comércio local (NAIR, 1987; BRYANT, 1994).

Na Ásia e na América Latina a agrossilvicultura é uma prática milenar, porém, como ciência,

desenvolveu-se a partir da década de 1970, quando as principais hipóteses do papel das árvores

sobre os solos tropicais foram desenvolvidas, e principalmente com a criação de instituições

internacionais voltadas à pesquisa agroflorestal, como o ICRAF (1977, Nairobi/Kenya), com o

objetivo de auxiliar na geração e difusão de tecnologias agroflorestais apropriadas para os

agricultores, buscando reduzir o desmatamento, degradação da terra e a pobreza rural.

No Brasil, o debate sobre “agrículturas alternativas”, contrapondo-se a revolução verde, cujo

modelo baseava-se na agricultura convencional, teve um desenvolvimento mais intenso somente a

partir da década de 1980, impulsionado por estudantes e profissionais das ciências agrárias

(Federação e Estudantes de Agronomia do Brasil e Federação das Associações dos Engenheiros

Agrônomos do Brasil) e por movimentos sociais do campo como o Movimento dos Trabalhadores

Rurais sem Terra (MST) e Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) (SARAGOSO,

MACHADO, GARCIA, 2018).

Miller e Nair (2006) destacam que a introdução dos quintais agroflorestais no Brasil ocorreu a

partir de 1740 através dos imigrantes vindos dos Açores, que reproduziram a estrutura e manejo dos

sistemas já implantados na Indonésia. Historicamente, os SAFs são usados no Brasil para algumas

culturas como o cacau e o café. No caso do café, a aplicação do sombreamento era usada desde o final

do século XIX como forma de proteção contra os fatores climáticos (MACIEL, 2014).

O cacaueiro tem a sua mais representativa experiência de cultivo no Brasil sob o sistema

“cabruca”, implementado há mais de 200 anos em meio à Mata Atlântica no sul baiano, considerado

Page 6: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

6

um exemplo de conciliação entre produção e conservação (LOBÃO, 2012). Nativo da Amazônia, o

cacau ocorre naturalmente junto de outras espécies em ambiente sombreado e pode ser cultivado com

outras árvores em sistemas agroflorestais (SAF-cacau) (MULLER & GAMA-RODRIGUES, 2012).

1.2 Vantagens e Desvantagens dos SAFs

A Agrofloresta é um sistema que oferece grandes vantagens relacionadas ao meio ambiente,

com destaque para a contribuição para a diversidade de espécies locais (SCHROTH et al, 2011), a

recuperação de áreas degradadas (FAVERO et al, 2008), e por proporcionar viabilidade econômica

e obtenção de renda a partir de diferentes espécies cultivadas e consequentemente de produtos

diversificados durante todos os meses do ano (VIEIRA et al, 2007).

Hoffmann (2013) afirma que apesar do consenso de que os SAFs apresentam vantagens

ecológicas e que podem reduzir os riscos de investimento em uma só cultura, constatase que se

constituem em sistemas complexos que apresentam riscos e incertezas, assim como outros negócios

em atividades agrícolas e florestais.

Os SAFs são reconhecidos como uma prática agrícola que contribui para o desenvolvimento

sustentável, mas que, de acordo com vários autores, apresentam vantagens (Quadro 1) e

desvantagens (Quadro 2), também descritas como limitações, que variam de importância segundo o

contexto socioeconômico e cultural (DANTAS, 1994).

Quadro 1. Principais vantagens dos Sistemas Agroflorestais

VANTAGENS BIOLÓGICAS, FÍSICAS e

AMBIENTAIS VANTAGENS ECONÔMICAS e SOCIAIS

Melhoria das propriedades químicas, físicas e

biológicas do solo

da renda do produtor rural

Controle da erosão do solo Diversificação de produtos e/ou serviços

da produtividade

Melhoria na distribuição de mão-de-obra rural

de variáveis microclimáticas

de riscos de insucesso

do risco de perda de produção

dos custos de plantio

Uso adequado do sombreamento Melhoria da nutrição humana

Conservação de água Redução de gastos com insumos comerciais

Eficiência na ocupação do espaço Resultados econômicos já no primeiro ano de

implantação

Aumento da biodiversidade Manejo da produção para autoconsumo e para fins

comerciais

Sequestro de carbono e Ciclagem de nutrientes

Melhora a segurança alimentar

VANTAGENS BIOLÓGICAS, FÍSICAS e

AMBIENTAIS VANTAGENS ECONÔMICAS e SOCIAIS

Page 7: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

7

Quadro 2. Desvantagens ou limitações dos Sistemas agroflorestais

*Alelopatia: capacidade de plantas produzirem substâncias químicas que, liberadas no ambiente de outras, influenciam

de forma favorável ou desfavorável o seu desenvolvimento.

2 AGRICULTURA FAMILIAR

No Brasil, a Lei nº. 11.326/2006, estabelece as diretrizes para a formulação da Política

Nacional da Agricultura Familiar e Empreendimentos Familiares Rurais. Esta lei conceitua como

agricultor familiar e empreendedor familiar rural aquele que desempenha suas atividades no meio

rural, e atenda ao mesmo tempo as seguintes condições: Não possua área maior do que quatro

módulos fiscais (unidade de medida agrária usada no Brasil, expressa em hectares (ha) e variável -

de 5 a 110 hectares, fixada para cada município; no Pará um módulo fiscal varia de 5 ha em Belém

até 75 ha em vários municípios, como São Félix do Xingu); Utilize em suas atividades econômicas

a mão-de-obra da própria família; Que a origem da renda familiar seja resultante de atividades

econômicas vinculadas ao próprio estabelecimento ou empreendimento e que este seja administrado

pela família (BRASIL, 2006).

3 ADAPTABILIDADE

Consorciação de espécies

Participação mais frequente de mulheres no manejo

Mantém e melhoram a capacidade produtiva da

terra

Autonomia produtiva

Produção sem uso de adubos químicos Diminui a penosidade no trabalho

Melhoria de controle fitossanitário Proporciona bem estar e qualidade de vida

DESVANTAGENS ou LIMITAÇÕES

BIOLÓGICAS, FÍSICAS e AMBIENTAIS

DESVANTAGENS ou LIMITAÇÕES

ECONÔMICAS e SOCIAIS

na competição entre os componentes vegetais se

mal dimensionado

Conhecimento limitado de agricultores e técnicos

Potencial para perda de nutrientes se erroneamente

manejado

Manejo mais complexo do que de culturas anuais ou

de ciclo curto

Dificuldade de mecanização e Danos mecânicos

durante a colheita se não planejado para esse

objetivo

Custo de implantação e monitoramento mais elevado

se comparado ao monocultivo

Habitat ou hospedeiros para pragas e doenças Muitos produtos têm mercados limitados

Prejuízos eventuais provocados pelo componente

animal

Cadeias produtivas sem agregação de valor de

produto

Equipamentos e maquinários limitados no

mercado, geralmente importado ou adaptado de

pré-existentes

Baixo acesso ou existência de linhas de creditos e

politicas publicas especificas para esse tipo de

Sistema produtivo

Alelopatia*

Geralmente as despesas são maiores que as receitas

nos primeiros meses de estabelecimento do sistema

Page 8: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

8

Aptidão, inerente a numerosas espécies, de viver em condições de ambiente diferentes daquelas

de sua ocorrência natural. É a capacidade de encontrar novos níveis de equilíbrio diante de

alterações no ambiente (ROCHA et al, 2016).

4 CADEIA PRODUTIVA

Cadeia produtiva é o “conjunto de atividades que se articulam progressivamente desde os

insumos básicos até o produto final, incluindo distribuição e comercialização, constituindo-se em

elos de uma corrente” (BRASIL, 2010). De forma simplificada, cadeia produtiva ou cadeia de valor,

pode ser definida como um conjunto de elementos (empresas ou sistemas), organizados em

subsistemas, que interagem em um processo produtivo para oferta de produtos ou serviços ao

mercado consumidor (SILVA, 2005). Veja exemplo de elos (segmentos) de uma cadeia produtiva

como ilustrado abaixo (Figura 1).

Figura 1. Representação de cadeia produtiva genérica do agronegócio no Brasil. Fonte: Autores (2020).

5 CONSORCIO

O consórcio de culturas é caracterizado pela maximização de espaço mediante o cultivo

simultâneo, num mesmo local, de duas ou mais espécies com diferentes características quanto à sua

arquitetura vegetal, hábitos de crescimento e fisiologia, mas que compartilham dos mesmos

recursos ambientais durante grande parte de seus ciclos de vida, fato que leva a forte interatividade

entre as espécies consorciadas e entre elas e o ambiente (IASB, 2009).

Para Oliveira et al (2010) os SAFs podem ser compreendidos, sob o ponto de vista estritamente

agronômico, como sistemas de consórcio entre dois ou mais componentes, em que pelo menos um

deles seja uma planta lenhosa e perene. De acordo com outros autores, os SAFs comerciais, também

conhecidos como consórcios agroflorestais, multiestratos ou multiestratificados, são uma mistura de

um número limitado de espécies (menos de dez) anuais, perenes e semiperenes, de reconhecido

valor comercial, tendo como propósito a exploração agronômica e econômica, formando e

aproveitando diversos estratos verticais (altura da planta em relação às espécies do mesmo

consórcio). Distinguem-se das agroflorestas, pois estas apresentam uma composição muito mais

diversificada (OLIVEIRA et al, 2005; DUBOIS et al, 1996).

6 MANEJO

Page 9: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

9

O manejo dos SAFs compreende o controle das plantas daninhas, pragas e doenças, a

ministração da adubação, a realização das podas e desbastes e outras atividades necessárias à boa

condução dos diferentes tipos de sistema (IASB, 2009).

O controle das plantas daninhas nos SAFs pode ser cultural, físico e químico. O controle

cultural pode ser preventivo, por meio de consórcio com lavouras anuais ou pelo pastejo. É a forma

mais barata de evitar a competição das plantas daninhas com as espécies plantadas nos SAFs. O

controle físico pode ser realizado pelo arranquio manual, coroamento das mudas, capina manual ou

mecânica, uso da cobertura morta, bem como por roçagem, aragem, gradagem ou subsolagem. O

controle químico é realizado por meio de herbicidas, em geral utilizados em áreas maiores ou

naquelas com carência de mão de obra (SENAR, 2017).

Em alguns SAFs são possíveis boas colheitas sem o uso de insumos externos, ou seja, apenas

com um bom manejo dos recursos naturais. Determinados SAFs mais intensivos, como com café

sombreado ou cacau, podem necessitar de adubação externa. Os tipos de adubação mais utilizadas

em SAFs são a de cobertura, adubação verde e adubação mecânica (SENAR, 2017).

As plantas dos SAFs podem ser atacadas por pragas e doenças, mas quanto maior a diversidade

de espécies no sistema, menor o nível de ocorrência. As formigas são as principais pragas em SAFs,

uma vez que atacam constantemente as plantas em qualquer fase de desenvolvimento,

representando a maior parte dos custos com esse tipo de controle (SENAR, 2017).

7 MITIGAÇÃO

Entre os diversos sistemas agropecuários de uso da terra, os silviagrícolas são aqueles que

acumulam o maior ativo de biomassa, além de elevar os estoques de carbono (OSTERROHT, 2002;

ROSHETKO et al, 2005). Em um estudo conduzido por Silva et al (2016), no município de

Tomé-Açu/Pa com SAFs integrados com dendezeiros foi demonstrada alta capacidade de

armazenar carbono e aumentar a quantidade de nutrientes no solo, o que contribui na mitigação dos

impactos das mudanças climáticas.

Em meio-ambiente, mitigação consiste em intervenções visando reduzir ou remediar os

impactos ambientais nocivos da atividade humana. A mitigação refere-se aos esforços para limitar a

emissão de gases de efeito estufa, e difere da adaptação às mudanças climáticas, pois esta refere-se

as ações tomadas para diminuir as consequencias negativas das mudanças no clima.

8 PRODUTIVIDADE

A produtividade é um indicador econômico que relaciona valores de produção com quantidades

dos fatores de produção utilizados, sendo, portanto, um indicador importante para a análise

comparativa do desempenho e perspectivas de empresas e setores produtivos. De modo geral a

produtividade do setor agrícola é indicada pelo rendimento do fator terra.

Page 10: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

10

O termo Produtividade Verde foi criado e usado pela Organização Asiática de Produtividade

(Asian Productivity Organization [APO]), trata-se de uma estratégia para melhorar a produtividade

e o desempenho ambiental visando ao desenvolvimento socioeconômico global. É a aplicação de

sistemas de gestão, tecnologias e técnicas adequadas para produzir serviços e produtos

ambientalmente responsáveis. Para tanto, tal conceito partiu do pressuposto da integração de

melhoria da produtividade ao desenvolvimento e à proteção ambiental, no qual a produtividade

fornece a estrutura para melhoria contínua, enquanto a proteção ambiental fornece o fundamento ao

desenvolvimento sustentável (MACIEL & FREITAS, 2019). Por meio do Índice de Produtividade

Verde (IPV) foi demonstrada a relação inversamente proporcional existente entre produtividade e

impacto ambiental, ou seja, quanto maior a produtividade de um processo e menor o impacto

ambiental por este gerado, melhor será a sua Produtividade Verde (KIM & HUR, 2003).

9 RESILIÊNCIA

Resiliência é um conceito fortemente associado aos de diversidade, estabilidade e

sustentabilidade e, do ponto de vista ecológico, diz respeito à capacidade de um sistema em

restabelecer seu equilíbrio após a ação de um distúrbio, ou seja, é a capacidade do sistema de se

recuperar, de voltar ao estado anterior (HOLLING, 1973).

Os SAFs são considerados sistemas altamente resilientes às mudanças climáticas, pois suas

práticas estendem a época de colheita, amenizam os efeitos de eventos extremos como secas

prolongadas e enchentes, modificam temperaturas (microclima), proporcionam sombra e abrigo, e

agem como fontes alternativas de alimentos durante os períodos de cheias e secas (LASCO,

DELFINO, ESPALDON, 2014).

10 SERVIÇOS AMBIENTAIS

A natureza tem a capacidade de proporcionar a vida e as comodidades precisas para garanti-la

(ar puro, água limpa, solos férteis, biodiversidade de espécies, alimentos nutritivos e diversos, etc.),

ou seja, a natureza “presta serviços” para a manutenção da vida e seus processos, os quais são

conhecidos como serviços ambientais (RODRIGUEZ, 2015).

Segundo a Avaliação Ecossistêmica do Milênio (AEM, 2005), os serviços ecossistêmicos ou

ambientais são os benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas. A AEM os classifica de forma

similar às funções ecossistêmicas que realizam, em quatro categorias (Figura 2).

Page 11: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

11

A produção sustentável de alimentos e outros materiais para a sobrevivência humana

baseiam-se largamente na integridade dos ecossistemas e na provisão adequada de outros serviços,

notadamente os de regulação e de suporte, como controle biológico, polinização, ciclagem de

nutrientes e formação do solo (ANDRADE, 2010).

Um SAF pode oferecer serviços ambientais como a modificação do microclima, melhorando as

condições para o bom desempenho da cultura; redução do dano causado por ventos e chuvas fortes;

infiltração de água; aumento da matéria orgânica e elevação da biodiversidade. Constituindo-se

ainda, como importantes fixadores de carbono na biomassa e no solo, em razão da capacidade dos

vegetais em utilizar o CO2 atmosférico no processo fotossintético (BOLFE, 2010).

11 SISTEMA PRODUTIVO

De acordo com a Teoria Geral dos Sistemas (TGS), um sistema é definido como a combinação

de partes interligadas formando um todo organizado ou complexo. No cenário agropecuário

padronizou-se o seguinte: i) Sistemas de cultivo, ii) Sistemas de produção, iii) Sistema agrícola e iv)

Bioma. O sistema de produção (SP) é composto pelo conjunto de sistemas de cultivo e/ou de

criação no âmbito de uma propriedade rural, definidos a partir dos fatores de produção (terra,

capital e mão-de-obra) e interligados por um processo de gestão, sendo classificados pela

complexidade e pelo grau de interação entre os sistemas de cultivo e/ou de criação (HIRAKURI et

al, 2012).

Em relação a sua complexidade podem ser classificados como: a) Sistema em monocultura ou

produção isolada; b) Sistema em sucessão de culturas; c) Sistema em rotação de culturas; d)

Sistema em consorciação de culturas ou policultivo; e) Sistema em integração. Um sistema agrícola

De provisão ou de abastecimento:

Relacionados com a capacidade dos

ecossistemas em prover

bens (alimentos, fibras, fitofármacos, etc.)

De regulação:

Purificação do ar, controle de enchentes e de

erosão, tratamento de

resíduos, desintoxicação e controle de pragas

e doenças

Culturais:

Oferecem benefícios

recreacionais, educacionais, estéticos,

espirituais

De suporte:

Ciclagem de nutrientes, a produção primária,

a formação de solos, a polinização e a

dispersão de sementes

SERVIÇOS

ECOSSISTÊMICOS

Figura 2. Classificação dos serviços ambientais de acordo com as funções ecossistêmicas (AEM, 2005).

Page 12: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

12

refere-se à organização regional dos diversos sistemas de produção vegetal e/ou animal, que

considera as peculiaridades e similaridades desses diferentes sistemas. Essa organização deve

permitir a construção de modelos e arranjos produtivos que descrevam da forma mais acurada

possível, os sistemas de produção regionais predominantes (HIRAKURI et al, 2012).

12 SUCESSÃO VEGETAL ou ECOLÓGICA

A sucessão vegetal é a sequência de desenvolvimento natural dos seres vivos num ecossistema

florestal. Uma espécie prepara o terreno para o desenvolvimento de outra, e assim por diante, até o

ambiente atingir o clímax e se estabilizar. Cada planta possui um ciclo de vida com ritmos de

crescimento diferentes influenciados pelas características do local. A sucessão natural é o processo

de regeneração natural, que pressupõe mudança da fisionomia e das populações vegetais no espaço

e no tempo, no sentido do aumento de qualidade e quantidade de vida (GÖTSCH, 1997).

Os SAFs orientados pela sucessão ecológica (Figura 3) potencializam os processos da

regeneração florestal devido ao incremento no processo natural de decomposição da matéria

orgânica, acúmulo de serrapilheira e troncos de árvores, abertura de clareiras e demais componentes.

Dessa forma, os SAFs se constituem de um processo sucessional, ou seja, com o passar do tempo

sofrem transformações em sua estrutura, composição e diversidade de espécies, determinadas

principalmente pelas ações de manejo e das próprias condições ambientais locais (ACRE, 2019).

Figura 3. Organização temporal de sucessão ecológica com alguns grupos sucessionais.

Fonte: Lotufo Jr e Trevelin (2019).

13 SUSTENTABILIDADE

O desenvolvimento sustentável, como promotor da sustentabilidade, é definido como o

desenvolvimento que satisfaz as necessidades das gerações presentes sem comprometer a

capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades. A sustentabilidade

Page 13: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

13

encontra-se definida de diversas formas na literatura, pelo fato de, em geral, os autores a

relacionarem diretamente com o objeto de seus estudos. Uma definição simples e genérica, por isto

mesmo adaptável a diversas situações expressa que: "Sustentabilidade é a habilidade de um sistema

em manter sua produtividade quando esta encontra-se sujeita a intenso esforço ou alterações"

(CONWAY, 1986).

Os SAFs contemplam princípios básicos e preenchem muitos requisitos da sustentabilidade,

incluem árvores no sistema de produção, utilizam recursos existentes e práticas de manejo que

otimizam a produção combinada e geram numerosos serviços ambientais (TORQUEBIAU, 1989).

Os SAFs são sistemas produtivos baseados em princípios e processos que satisfazem requisitos

ambientais, combinando tanto elementos do conhecimento tradicional, quanto da ciência moderna

(ALTIERI, 1991), além de possibilitar renda ao longo do ano, por meio da comercialização dos

diferentes produtos obtidos escalonadamente (GLIESSMAN, 2001).

14 TIPOS DE USO DA TERRA

O uso da terra, dentre as várias definições existentes, geralmente associadas às atividades

conduzidas pelo homem relacionadas com uma extensão de terra ou a um ecossistema, foi

considerado como uma série de operações desenvolvidas pelos homens, com a intenção de obter

produtos e benefícios, através do uso dos recursos da terra, ou seja, a atividade do homem que se

acha diretamente relacionada com a terra (BIE; LEEUWEN; ZUIDEMA, 1996).

A cobertura da terra foi definida como os elementos da natureza como a vegetação (natural e

plantada), água, gelo, rocha nua, areia e superfícies similares, além das construções artificiais

criadas pelo homem, que recobrem a superfície da terra (BIE; LEEUWEN; ZUIDEMA, 1996).

A nomenclatura do Uso e da Cobertura da Terra (Figura 4) foi concebida a partir do esquema

teórico da cobertura terrestre, voltado para os recursos socioeconômicos e ambientais (IBGE, 2013).

Figura 4. Sistema básico de classificação da cobertura e do uso da terra. Fonte: Adaptado de IBGE (2013).

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TIPOLOGIAS DOS SAFs

2 CLASSIFICAÇÃO E FUNÇÃO

Há uma variedade de arranjos de SAFs, desde sistemas simplificados, com baixa intensidade de

manejo, que utilizam a combinação de espécies para melhor aproveitamento de fatores de produção,

insumos e mão de obra, até sistemas extremamente complexos, com alta biodiversidade e alta

intensidade de manejo (SAFs biodiversos), e entre esses, vários tipos intermediários. Para cada um

deles, existem denominações distintas que variam de acordo com os principais produtos gerados

(MICCOLIS et al., 2016; PADOVAN e CARDOSO, 2013).

Os SAFs simples utilizam pouca variedade de espécies. Geralmente as culturas são plantadas

em faixas ou em linhas. O SAF sucessional (biodiverso ou complexo) apresenta alta diversidade de

espécies, nativas e/ou exóticas, com dinâmica de manejo sucessional e produção escalonada ao

longo do tempo. É mais complexo e exigente em manejo e mão de obra, visando criar abundância

no sistema e otimização da produção agroflorestal (MICCOLIS et al, 2016).

Alguns SAFs são voltados para a criação animal por meio da associação entre pastagens e

árvores, denominados sistemas silvipastoris. Quando há presença de espécies agrícolas e florestais

simultânea ou sequencialmente à criação dos animais, os sistemas são denominados de sistemas

agrossilvipastoris. Já sistemas agrossilviculturais se referem a consórcios em que culturas agrícolas

anuais se associam a espécies florestais (MICCOLIS et al, 2016).

A classificação dos SAFs é complexa e existem várias, de acordo com a proposta e os critérios

considerados. Os principais critérios utilizados para a classificação estão descritos no quadro 3.

Quadro 3. Critérios de classificação dos SAFs (NAIR, 1998).

CRITÉRIO

ESTRUTURAL

CRITÉRIO

FUNCIONAL

CRITÉRIO

ECOLÓGICO

CRITÉRIO

SOCIOECONÔMICO

Refere-se à natureza

dos componentes do

sistema, incluindo o

arranjo espacial do

componente arbóreo,

a estratificação

vertical e o arranjo

temporal dos

diferentes

componentes do

sistema.

Refere-se ao principal

papel ou função do

componente arbóreo

do sistema (proteção

da natureza, por

exemplo,

quebra-vento, faixa

de proteção,

conservação do solo).

Refere-se às condições

ambientais e à

adequação ecológica dos

sistemas: certos tipos

são mais apropriados

para certas condições

ecológicas, SAFs para

terras áridas e

semiáridas, tropicais,

trópicos úmidos, de

planície, etc.

Refere-se ao nível de

dependência de

insumos externos

(input) ou à

intensidade ou à escala

de manejo e à

destinação dos

produtos (subsistência,

comercial,

intermediário).

Dentre os critérios descritos no quadro 3, a forma de classificação mais utilizada é a estrutural,

que agrupa os SAFs em quatro grandes subdivisões de acordo com seus elementos: 1)

Agrossilvicultural; 2) Silvipastoril; 3) Agrossilvipastoril: 4) Outros sistemas (NAIR, 1993;

CAPITULO 2

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ENGELS, 1999; BALBINO, et al, 2011). Outros sistemas são aqueles como plantios de árvores de

diversas espécies na mesma área, apicultura e aquicultura com árvores, etc. (RIGHI, 2013). Ver

figura 5.

Em qualquer um dos sistemas, a integração de seus componentes ao longo do tempo poderá se

dar em SAFs simultâneos ou concomitantes, onde todos os componentes são associados no mesmo

período de tempo, durante todo o ciclo das culturas existentes; e SAFs sequenciais, onde há uma

relação cronológica entre os componentes do sistema, se sucedendo no tempo.

Figura 5. Classificação dos SAFs segundo os tipos de componentes. Fonte: Adaptado de Nair (1985).

A estrutura do sistema pode ser definida em termos de seus componentes e da função esperada

de cada um manifestada por seus resultados. No entanto, é importante considerar a disposição e os

tipos dos componentes. Em SAFs, existem três conjuntos básicos de elementos que são gerenciados

pelo usuário da terra: a árvore ou lenhosa perene, a erva (culturas agrícolas incluindo espécies de

pastagens) e o animal. Como já mencionado, para que um sistema de uso da terra seja designado

como um SAF, deve ter sempre um lenhoso perene. Na maioria dos SAFs, as espécies herbáceas

também estão envolvidas, já os animais estão presentes apenas em alguns.

A disposição dos componentes refere-se as plantas do sistema. Arranjos espaciais de plantas em

agroflorestas variam de mistos densos (como nos quintais) a pouco mistos (como na maioria dos

sistemas silvipastoris). Além disso, as espécies podem estar em zonas ou faixas de larguras variadas

(aléias). Pode haver várias escalas zonais, variando de arranjos microzonais (como linhas alternadas)

em arranjos macrozonais.

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Quanto à estrutura espacial e temporal dos SAFs, pode-se classifica-los em: (i) Consórcios

Florestais (poucas espécies de árvores, geralmente em linhas, em meio a pastos ou a cultivos de

espécies agrícolas anuais); (ii) Quintais Agroflorestais ou Quintais Produtivos (árvores, geralmente

fruteiras para fornecimento de alimentos, plantadas nas proximidades das residências de maneira

mais densa ou mais espaçadas, como nos pomares); (iii) Cercas Vivas (uso de árvores para delimitar

áreas, geralmente linhas adensadas de espécies com densa folhagem ou com espinhos); (iv)

Quebra-Ventos (parecido com as cercas vivas, porém com propósito específico de diminuir a força

e velocidade do vento); (v), Curvas de Contenção (linhas de árvores plantadas em curvas de nível,

com propósito de conter erosão do solo) e (vi) Agrofloresta (plantio mais denso de espécies

cultivadas anuais e florestais junto com espécies silvestres, seguindo um padrão que imita a

sucessão natural das florestas nativas do lugar) (PENEIREIRO et al, 2002).

Critérios socioeconômicos como escala de produção e nível de tecnologia e gestão, também

têm sido usados como base para classificar SAFs. Lundgren (1982), por exemplo, agrupou em

sistemas comerciais, intermediários e de subsistência. Um SAF comercial diz respeito a

mão-de-obra contratada, onde um produto para venda representa o principal ganho econômico, e

que a escala operacional é de média a grande. Por sua vez, o termo subsistência refere-se a um

sistema em que o objetivo maior é a satisfação das necessidades básicas e a mão-de-obra envolvida

é familiar. Obviamente, existem os sistemas intermediários em termos de produção e manejo, entre

os dois citados (MEDRADO, 2000).

Considerando aspectos econômicos, os SAFs podem ser classificados de acordo com a relação

entre os fatores de produção: i) Complementar quando a produção de um componente beneficia a

produção de outro (agricultura itnerante); ii) Suplementar, quando o aumento da produção de um

componente não influencia na produção de outro; iii) Competitivo, quando os cultivos competem

entre si pelos inumeros recursos (água, luz, nutrientes, etc.).

Cada um dos critérios comumente usados para classificar os SAFs tem méritos e

aplicabilidades em situações específicas, mas também têm limitações, ou seja, nenhum esquema de

classificação pode ser aceito como universalmente aplicável. Portanto, a classificação dos SAFs tem

de ser orientada para um propósito.

2.1 Exemplos de SAFs

Quintais agroflorestais, quintais caseiros ou pomares domésticos (Figura 6).

Constituem-se no mais antigo exemplo de SAF, formados empiricamente, de forma casual, sem

arranjo definido e, ou delineamento, visando o suprimento da família, sobretudo em frutas, durante

o ano, sem nenhuma preocupação de fundo econômico ou ecológico. No entanto, claramente,

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observa-se uma combinação de espécies perenes, com espécies temporárias e animais domésticos

(DANTAS, 1994).

Figura 6. Quintal agroflorestal. Fonte: disponível em https://assecom.ufersa.edu.br/2017.

Árvores em associação com culturas anuais.

Sistema de Cultivo em Faixas "Aléias": há uma associação de árvores ou arbustos intercalados

em faixas com culturas anuais (Figura 7). As culturas anuais ou de ciclo curto (Ex.: soja, feijão,

milho), finalizam seu ciclo produtivo em um ano ou em até menos tempo, e após a colheita, há a

necessidade de se realizar todas as etapas do plantio novamente (preparo do solo, adubação,

semeadura, etc). Diferem das culturas perenes ou de ciclo longo, que duram vários anos, ou seja,

após plantadas e com o ciclo produtivo concluído, não necessitam serem replantadas.

Sistema Taungya (Figura 7) tem como objetivo final a produção de madeira, adotando-se, para

tanto, o consórcio de culturas agrícolas de ciclo curto com a espécie florestal por tempo limitado

(em geral, até o fechamento de copas e início de sombreamento).

Figura 7. Sistema Taungya e Cultura em faixas ou Aléias. Fonte: SENAR, 2017.

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Árvores e Arbustos em Pastagens (Figura 8).

Visam fornecer sombra aos animais nas horas mais quentes do dia, além de constituírem-se em

uma maneira de conservação da vegetação arbórea (MEDRADO, 2000). Como exemplo dessa

prática tem-se o uso de árvores de crescimento rápido para cercas e barreiras contra vento.

Figura 8. Pastagem com arborização em linhas simples. Fonte:

2.2 Práticas Agroflorestais

Práticas agroflorestais são formas de uso e manejo de árvores nos agroecossistemas que

permitem a melhoria das condições de fertilidade e preservação do solo, a geração de autonomia e a

maior segurança alimentar das famílias de agricultores, ou seja, prática é a forma como se maneja o

sistema, exemplos: adubação verde, plantio direto, cercas e moirões vivos.

A escolha das espécies que compõem o SAF deve ser estratégica porque apresentam

características que melhoram as condições do solo, geram produtos, favorecem a disponibilidade de

água e potencializam a instalação de outras espécies. O ideal é que as espécies apresentem usos

múltiplos, ou seja, que possam servir tanto para alimentação humana, quanto para alimentar animais,

produção de biomassa, etc. (MICCOLIS et al, 2016).

As plantas de crescimento rápido, por exemplo, são importantes, pois aceleram a produção de

biomassa a ser incorporada no sistema, enquanto as árvores de crescimento lento são sumidouros

constantes de CO2 atmosférico por possuírem ciclos de crescimento de longo prazo, estendendo o

processo de captura e armazenamento de CO2.

Nos sistemas, as espécies podem desempenhar várias funções:

Adubação verde: promovem cobertura vegetal do solo; aumentam os teores de matéria

orgânica; reduzem a erosão; etc. Ex: Leguminosas.

Herbáceas/arbustivas: crotalária, mucuna-preta, mucuna-cinza, feijão guandu, feijão-de-porco,

calopogônio, puerária, amendoim, tefrósia.

Page 19: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

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Arbóreas: glicirídia, Eritrina, leucena, ingá, flemingia, albízia, leucena, samanéia, urucum.

Não leguminosas: milho, sorgo, girassol, capim-elefante, braquiária, margaridão, mandioca.

Plantas medicinais e aromáticas: andiroba, copaíba, alecrim, alfavaca, anis, arnica, arruda,

manjericão, mastruz, boldo, sabugueiro, alfazema, calêndula, hortelã, babosa, etc.

Hortícolas: agrião, alface, batatas, berinjela, beterraba, caruru, cebolinha, cenoura, chicória,

coentro, couve, inhame, pimenta, repolho, rúcula, salsa, taioba, tomate, vagem, etc.

Arbóreas madeira, sementes e produtos: ipê, paricá, acácia, andiroba, cedro, cerejeira,

copaíba, embaúba, eucalipto, figueira, mogno, palmeiras (açai, pupunha, dendê), teca, sabugueiro,

pimenta-do-reino, etc.

Arbóreas frutíferas: cacau, café, cupuaçú, abacate, acerola, amora, araçá, caju, caqui,

carambola, cupuaçu, goiaba, graviola, jabuticaba, jaca, jambo, manga, pitanga, sapoti, siriguela,

tamarindo, tangerina, romã,, etc.

2.3 Práticas Silvipastoris

Sistema silvipastoril (SSP) é a combinação intencional de árvores, pastagem e gado numa

mesma área e ao mesmo tempo e manejada de forma integrada. Pode ser uma alternativa para

incorporar a produção de madeira ao empreendimento pecuário, reunindo as vantagens econômicas

que cada um tem em separado, ou seja, o rápido retorno da atividade pecuária e as características

favoráveis do mercado de produtos florestais madeireiros (PORFÍRIO-DA-SILVA et al, 2010).

Segundo Radomski (2009), o SSP, que também pode constituir uma modalidade de integração

lavoura-pecuária-floresta (ILPF), tem sido visualizado como importante estratégia de uso

sustentado da terra, principalmente em áreas potencialmente sujeitas à degradação e, como uma

nova fonte de agregação de valor econômico à propriedade rural por meio da exploração de madeira.

Dentro desta ampla categoria, vários tipos de sistemas e práticas podem ser identificados

dependendo da função da árvore/arbusto (Quadro 4).

Quadro 4. Práticas agroflorestais - Sistemas Silvipastoris (SSPs).

PRÁTICA

AGROFLORESTAL DESCRIÇÃO COMPONENTES FUNÇÃO

Árvores em pastagens

naturais ou plantadas

Regeneração artificial

ou natural de árvores

em áreas de pastagens

artificiais ou naturais

Arbóreo: uso multiplo e

forrageiro

Agrícola: gramíneas e

leguminosas

Animal: bovino, ovino, suíno

Produtos: madeira,

sementes, forragem,

produtos de origem

animal

Pastejo em áreas

florestadas

Pastejos em

povoamentos

florestais comerciais

Arbóreo: espécies

madeireiras

Agrícola: gramíneas,

leguminosas herbáceas

Animal: bovino, ovino, suíno

Produtos: madeira,

forragem,

produtos de origem

animal

Proteção: melhoria e

manutenção da qualidade

do solo

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PRÁTICA

AGROFLORESTAL DESCRIÇÃO COMPONENTES FUNÇÃO

Banco de proteína

Plantio de árvores em

área de produção de

proteína p/ corte ou

pastejo direto

Arbóreo: leguminosas

forrageiras

Agrícola: gramíneas

Animal: bovino, caprino,

ovino

Produtos: forragem,

produtos de origem

animal

Proteção: fixação N2

atm, proteção do solo

Pastejo em áreas de

cultivo arbóreo

Áreas de cultivo

arbóreo sob pastejo

Arbóreo: espécies

madeireiras

Agrícola: gramíneas,

leguminosas herbáceas

Animal: bovino, ovino e/ou

suíno

Produtos:madeira,

produtos de origem

animal

Proteção:

sombreamento

Árvores p/ produção

de forragem para

peixes (aquifloresta)

Plantio de árvores nos

taludes de tanques p/

produção de forragem

p/ peixes

Arbóreo: forragem

Animal: peixes

Produto: forragem

Proteção: estabilidade

do talude

2.4 Práticas Agrossilvipastoris

Sistemas agrosilvipastoris (SASP) são associações de espécies florestais produtoras de madeira

ou frutíferas com animais e culturas agrícolas anuais. São praticados em diferentes níveis (Quadro

5), desde as grandes plantações de árvores para fins comerciais e industriais com a inclusão de gado,

até o pastoreio de animais como complemento à agricultura de subsistência (DANIEL et al, 2000).

Exemplos: cercas vivas, cujas principais funções são: delimitação de terras para diferentes usos,

delimitação de propriedade, dificultar a entrada e saída de animais e pessoass e produção de

madeira; quebra ventos são estreitas faixas de árvores e arbustos plantados para proteger campos

de produção agrícola/animal, construções, entre outros, diminuindo a velocidade e modificando a

direção dos ventos, além da função protetora, os quebra ventos podem prover madeira, frutos,

forragem, fibra e mel (MEDRADO, 2000; MACEDO, 2000).

Quadro 5. Práticas agroflorestais - Sistemas Agrossilvipastoris (SASP).

PRÁTICA

AGROFLORESTAL DESCRIÇÃO COMPONENTES FUNÇÃO

Quintais

agroflorestais

Combinação

multiestratificada de

árvore e culturas de ciclo

curto e animais em torno

da casa

Arbóreo: uso multiplo e

frutíferas

Agrícola: espécies de

ciclo curto

Animal: pequeno porte

Produtos:madeira,

sementes, frutos,

proteína animal, etc.

Proteção: conservação

do solo

SASP em áreas de

plantio florestal

Método Taungya seguido

de pastejo durante a fase

de manutenção da floresta

Arbóreo: espécie

comercial madeireira

Agrícola: gramíneas,

leguminosas forrageiras

Animal: bovino, ovino ou

suíno

Produtos: madeira,

diversos

Proteção:

sombreamento

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2.5 Práticas Agrossilviculturais

Os sistemas de agrosilviculturas se caracterizam por consórcios entre espécies florestais e

agrícolas. Podem ser divididos em baixa, média e alta complexidade biológica.

Quadro 6. Práticas Agrosilviculturais.

PRÁTICA

AGROFLORESTAL DESCRIÇÃO COMPONENTES FUNÇÃO

Pousio

melhorado/enriquecido

Plantio de árvore no

pousio (capoeira)

Arbóreo: leguminosas de

crescimento rápido

Agrícola: cultura de ciclo

curto

Produtos:madeira,

frutos, lenha, etc.

Proteção: melhoria da

qualidade do solo

Taungya

Plantio de espécies

agrícolas (ciclo curto)

nos primeiros anos de

estabelecimento do

povoamento florestal

Arbóreo: espécies

comerciais

Agrícola: cultura de ciclo

curto

Produtos: madeira,

Proteção: conservação

do solo

Aléias (Alley

Cropping)

Plantio de árvores em

fileiras ou faixas e

cultivo agrícola em

fileiras ou faixas

Arbóreo: leguminosas de

crescimento rápido

Agrícola: cultura de ciclo

curto

Produtos: lenha

Proteção: conservação

do solo

Queima/corte e

trituração de capoeira

Queima ou trituração de

árvores

Arbóreo: leguminosas de

crescimento rápido

Agrícola: cultura de ciclo

curto

Proteção: melhoria da

qualidade do solo

Árvores de uso

múltiplo

Árvores plantadas

dispersas aleatoriamente

ou em padrão em bordas,

terraços ou faixas

Arbóreo: uso múltiplo e

frutífero

Agrícola: cultura de ciclo

curto

Produtos: madeira,

frutos, etc.

Proteção: sombreamento,

fixação de N2 atm,

conservação do solo

Culturas perenes

(côco, café, cacau,

etc.)

Plantio multiestratificado

com árvores p/

sombreamento de

culturas arbóreas

Arbóreo: uso múltiplo e

frutífero

Agrícola: cultura perene

Produtos: madeira,

frutos, etc.

Jardins domésticos

Combinação

multiestratificada de

árvores e cultura

agrícolas em torno da

propriedade

Arbóreo: uso múltiplo e

frutífero

Agrícola: culturas

comuns de ciclo curto

Produtos: vários

produtos de árvores

Proteção: conservação

do solo

Plantio de árvores p/

melhoria da qualidade

e conservação do solo

Plantio em faixas ou

terraços

Arbóreo: leguminosas de

crescimento rápido

Agrícola: culturas

comuns de ciclo curto

Produtos: vários

produtos de árvores

Proteção: fixação de N2

atm, conservação do solo

2.6 Técnicas de Manejo em SAFs

As principais práticas de manejo em SAFs estão descritas abaixo:

Roçagem: é feita por meio de corte de plantas adubadeiras como capins e margaridão. Pode ser

efetuada por máquinas (roçadeira ou motoserra) ou manualmente com facão, alfanje, serra, tesoura

de poda ou ainda com um machado (MICCOLIS et al, 2016).

Capina seletiva: é a prática do arranquio ou corte de plantas herbáceas como capins e outras

que se desenvolvem próximas às mudas de árvores, de maneira seletiva, deixando as plantas que

Page 22: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

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permanecerão na área. Ela pode ser feita arrancando as plantas com as mãos, ou ainda cortando com

facão ou tesoura de poda (MICCOLIS et al, 2016).

Desbaste ou raleio: é feito quando o plantio ocorreu de maneira adensada e as plantas passam

por um processo de seleção dos indivíduos, deixando-se os mais vigorosos e saudáveis, enquanto

que os menos desenvolvidos são cortados rente ao chão. O desbaste geralmente é realizado quando

as copas das árvores que ocupam o mesmo estrato estão sobrepostas e há concorrência por luz

(MICCOLIS et al, 2016).

Poda: auxilia na manutenção da produtividade e de funções ecológicas importantes para a

conservação ambiental. Permitem entrada de luz e, portanto, o desenvolvimento de plantas em

diferentes estratos, promove aporte de nutrientes e melhora a estrutura do solo (melhora da

fertilidade e qualidade), e aumenta a capacidade do sistema de se adaptar a eventos climáticos

extremos, como secas e chuvas torrenciais (MICCOLIS et al, 2016).

As podas podem ser de formação e de estratificação, quando são suprimidos os galhos laterais

e inferiores visando à estruturação da copa da planta, direcionamento do caule e formação da copa;

de limpeza, para retirar as partes secas e velhas da planta, folhas amareladas e galhos doentes; de

renovação, que são intervenções no sistema como um todo e visa produzir grande quantidade de

biomassa (MICCOLIS et al, 2016).

O material podado é picado/triturado e disposto de forma a facilitar o processo de

decomposição (Figura 9), garantir a cobertura do solo, ampliando a concentração de biomassa e

reduzir a regeneração de espécies inadequadas, considerando-se a adaptação ou não delas aos

diferentes estágios de sucessão da agrofloresta (STEENBOCK et al, 2013).

Figura 9 . Prática de poda e trituração de biomassa. Fonte: Soares (2018).

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3 ESTUDOS DE CASOS - SAFs e ROCHAGEM

CASO 1: SAFS ALIADOS À ROCHAGEM PARA RECUPERAÇÃO DE ÁREAS

DEGRADADAS. MEDEIROS, F. P. (DF, 2014)

OBJETIVO: avaliar a eficácia de tecnologias de fertilização nos processos de revegetação de áreas

degradadas na Estação Ecológica Pirapitinga (EEP), localizada no reservatório da Usina

Hidrelétrica de Três Marias, Morada Nova, Minas Gerais.

METODOLOGIA:

1) Características da área: EEP localizada em uma ilha do cerrado; vegetação de densidade variável;

solo do tipo Latossolo Vermelho distrófico, textura muito argilosa, com relevo suave ondulado.

2) Material para fertilização do solo: pó de rochas (6,48% de CaO, 8,50% de K2O e 2,14% de

K2O5), sedimentos acumulados no reservatório e composto orgânico (esterco bovino).

3) Delineamneto experimental: o SAF foi implantado em local com acúmulo de sedimento na área

do resesrvatório; aplicou-se 07 tratamentos com 03 repetições (Quadro 7), totalizando 21 parcelas

(Figura 10); foram semeadas 03 hortaliças (cenoura/salsa/rúcula), 02 culturas agrícolas

(milho/quiabo), 02 leguminosas (feijão guandú/feijão de porco) e 06 espécies florestais

(cedro/jatobá/copaíba/Gonçalo Alves/mutamba/baru) (Figura 11); variáveis avaliadas: taxa de

germinação e de crescimento das mudas, mudas sobreviventes, fertilidade do solo.

Quadro 7. Tratamentos (T) utilizados em cada uma das parcelas do experimento.

TRATAMENTOS PARCELAS TRATAMENTOS PARCELAS

T1: composto orgânico (C) P1, P11, P17 T5: sedimento + composto orgânico (SC) P5, P13, P15

T2: pó de rocha (R) P2, P12, P20 T6: sedimento + composto orgânico +

rocha (SCR) P6, P8, P19

T3: sedimento (S) P3, P14, P16

T4: sedimento + rocha (SR) P4, P10, P21 T7: somente solo da área - testemunha (T) P7, P9, P18

Figura 10. Croqui esquemático do delineamento da área do experimento.

CAPITULO 3

Page 24: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

24

Figura 11. Localização de cada espécie plantada dentro da parcela. A: Gonçalo Alves; B: Baru; C: Jatobá; D:

Mutamba; E: Copaíba; F: Cedro.

RESULTADOS: os principais resultados estão descritos no quadro 8.

Quadro 8. Variáveis estudadas e resultados obtidos de acordo com o tratamento empregado.

Taxa de germinação

Mudas sobreviventes Taxa de crescimento de

mudas

Fertilidade do solo*

Maior no T3 (S) Do inicio do

experimento até a última

medição, o tratamento

que obteve maior

número de individuos

vivos entre as espécies

florestais foi o de SR,

seguido pelo SRC, com

16 e 13 mudas

sobreviventes

Maior crescimento do

jatobá no T3 (S)

pH em água subiu de

4,9 para 6,3 no T2 (R)

Menor no T2 (R) Maior crescimento da

copaíba no T6 (SCR)

Maiores valores de

cálcio no T3 (S)

A espécie florestal

que melhor germinou

em todos os

tratamentos foi

Gonçalo Alves

Maior crescimento da

mutamba e Gonçalo Alves

no T4 (SR)

A acidez potencial

diminuiu até 6x em R, S,

SR, SC e T

Maior crescimento do baru

no T1

do fósforo (P) de 3,2

p/ 30mg/dm3 no T1 (C)

Maior crescimento do

cedro no T7

do potássio (K) no T6

(SRC)

*Comparação entre os resultados na análise do solo da EEP, do sedimento, do composto orgânico, do pó de

rocha e das misturas de substratos utilizados no inicio do experimento com aquela realizada aos 26 meses.

CONCLUSÕES: Gonçalo Alves foi a espécie que mais germinou; o tratamento T6

(sedimento+composto+rocha) se mostrou mais eficiente para a germinação de sementes em campo,

dentro dos parâmetros analisados; o tratamento T4 sedimento+rocha se mostrou mais eficiente para

o crescimento de mudas, com maior quantidade de individuos vivos até a última medição; o uso de

sedimentos misturados com pó de rochas mostrou ser uma tecnologia alternativa e sustentável como

insumo agrícola, notando-se sua otimização nos processos de revegetação de áreas degradadas.

Page 25: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

25

CASO 2: INFLUÊNCIA DA ROCHAGEM NO DESENVOLVIMENTO DE SISTEMAS

AGROFLORESTAIS E NA CAPTURA DE DIÓXIDO DE CARBONO ATMOSFÉRICO.

SORES,G. J. (DF, 2018)

OBJETIVOS: comparar os dados físico-químicos do solo considerando o uso ou a ausência dos

remineralizadores e estimar a retenção de CO2 em espécies chaves em SAFs.

METODOLOGIA:

1) Àrea de estudo: quatro SAFs no Distrito Federal. O tipo de solo e o remineralizador utilizado em

cada SAF estão descritos no quadro 9.

Quadro 9. Identificação do sistema, tipo de solo e remineralizador utilizado.

SAF LOCAL Tipo de solo Remineralizador

SAF1 - Sítio Pinheiro Brazlândia Latossolo vermelho amarelo Não aplicado

SAF2 - Sítio Raiz Lago Oeste Latossolo vermelho Remix*

SAF3 - Sítio Semente Lago Oeste Latossolo vermelho Remix - calcário

SAF4 - Fazenda Inkora Planaltina Latossolo vermelho MB-4* - calcário

*Remix: pó de rocha derivado de um xisto carbonático (MISTEL), com composição básica de CaO, K2O,

MgO, Si 2 , Al2O3 ,FeO (total), TiO2 , CO2 e H2O.

**MB-4: farinha de rocha composta por Biotitaxisto e o Serpentinito, com traços de silica, alumínio, ferro,

cálcio, magnésio e outros 24 elementos.

2) Delineamneto do estudo: Foram realizadas duas amostragens para acompanhar as alterações no

solo (01/2017 e 10/2017); Para cada SAF analisado havia uma área testemunha; Foram monitoradas

06 espécies vegetais (abacate, baru, café, eucalipto, jaca e jatobá) para acompanhamento do DAP,

acúmulo de biomassa e de carbono e a fixação de CO2.

RESULTADOS PRINCIPAIS: descritos no quadro 10.

Quadro 10. Resultados obtidos no experimento comparados com os verificados nas testemunhas

pH do solo Carbono Fertilidade do solo Micronutrientes Crescimento da planta

Superiores nos SAFs

adubados com

remineralizadores

Aumento no teor de P e de

K e dos nutrientes Ca e Mg

nos SAFs remineralizadores

Aumento no teor de Zn, B,

Cu, Mn, F com aplicação

do pós de rocha

DAPs no SAF2

(71,74%; abacate) e

SAF3 (78,29%; café)

CONCLUSÕES: SAFs que utilizaram remineralizadores na sua implantação mostraram plantas

com maiores taxas de crescimento, quando comparados com um Sistema que não fez uso deste tipo

de adubação; O uso de remineralizadores favorece o desenvolvimento das árvores, o que contribui

no processo de sequestro de CO2.

Page 26: SISTEMAS AGROFLORESTAIS - UFPA

26

CASO 3: Stonemeal of amazon soils with sediments from reservoirs: a case study of

remineralization of the tucuruí degraded land for agroforest reclamation. THEODORO et al, 2013.

An Acad Bras Cienc (2013) 85 (1).

OBJETIVO: Estudar o potencial de uso dos sedimentos acumulados no reservatório da Hidrelétrica

de Tucuruí como fertilizante.

METODOLOGIA:

1) Área de estudo: Reservatório de Tucuruí localizado dentro de uma àrea de proteção ambiental

(APA) no estado do Pará

2) Delineamento do estudo: Foi realizada amostragem do solo e sedimento ao redor do reservatório

em abril e novembro; Utilizou-se uma mistura de sedimentos, rochas trituradas e esterco em

diferentes proporções para avaliar seu efeito no desenvolvimento da planta e da fertilidade do solo.

O SAF foi dividido em 12 parcelas, que receberam 3 tratamentos em 03 repetições (Quadro 10).

Quadro 10. Tratamentos utilizados no SAF, densidade de plantas e espécies plantadas.

TRATAMENTOS DENSIDADE DE PLANTAS ESPÉCIES PLANTADAS (n= 104)

T1: sedimento + pó de rocha B1 (maior) Copaíba, jenipapo, mogno, ingá,

andiroba, cupuaçú, paricá; Feijão

guandu, feijão-de-porco, leucena e

crotália; Milho; Quiabo e abóbora

T2: sedimento + pó de rocha + NPK B2 (intermediária)

T3: sedimento + pó de rocha + estrume

T0: solo natural B3 ( menor)

RESULTADOS:

- Os solos das parcelas T3 revelaram maior aumento de macronutrientes (K, Ca e Mg), melhorando

as condições de pH

- O bloco 1 (B1), apresentou uma taxa de resistência média de 60% das espécies

- As espécies arbóreas apresentaram melhor desempenho e taxa de crescimento mais rápida nos

blocos de maior densidade

- Paricá, uma das espécies com melhor índice de crescimento, apresentou as maiores taxas nos

blocos que receberam organominerais na fertilização (B1-T3, B2-T3, B3-T3), independente da

densidade.

CONCLUSÕES: as quantidades de macronutrientes na amostras de sedimento do reservatório

foram maiores do que nos solos; a análise de fertilidade mostrou que as misturas formadas pelos

sedimentos, rochas trfituradas e esterco tiveram a melhor resposta para remineralizar os solos locais;

nas parcelas com tratamentos as espécies agrícolas, leguminosas e florestais apresentaram um

desenvolvimento muito mais rápido e robusto quando comparado com as parcelas de controle.

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27

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