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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais MIGUEL ÂNGELO LEMOS ESTEVES Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em ENGENHARIA CIVIL Júri Presidente: Prof. Francisco Loforte Ribeiro Orientador: Prof. Luís Manuel Alves Dias Co-orientador: Eng.º. Nuno Almeida Vogais: Prof. Manuel Fonseca (LNEC) Julho de 2008

Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

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Dissertação apresentada ao Instituto Superior Técnico para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia Civil, 2008.

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

MIGUEL ÂNGELO LEMOS ESTEVES

Dissertação para obtenção do Grau de Mestre em

ENGENHARIA CIVIL

Júri

Presidente: Prof. Francisco Loforte Ribeiro

Orientador: Prof. Luís Manuel Alves Dias

Co-orientador: Eng.º. Nuno Almeida

Vogais: Prof. Manuel Fonseca (LNEC)

Julho de 2008

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ii  

Resumo  

A qualidade afigura-se, cada vez mais, como um factor de distinção no sector da construção,

não só para os construtores e donos-de-obra mas também para todas as outras partes

interessadas ao longo do processo construtivo. Para os primeiros, porque a adopção de

processos que incutam a melhoria da qualidade permite aumentar o prestígio e confiança junto

dos clientes e parceiros profissionais e, para os segundos, pela maior garantia e segurança de

contratarem um serviço ou produto verificado por organismos competentes.

Actualmente, em Portugal, o sector da construção dispõe de um vasto leque de instrumentos e

procedimentos técnicos e científicos (de carácter obrigatório ou de carácter voluntário) que

incentivam a garantia da qualidade ao longo de todo o processo de construção, dos quais se

referem: a legislação de base que compreende os regulamentos e as directivas comunitárias; a

actividade de qualificação e certificação de empresas de projecto, de construção e de fabrico

de produtos/componentes; a actividade de homologação de produtos; a qualificação de

técnicos; a certificação de produtos; entre outras.

Muito embora se verifique o aparecimento de várias iniciativas de promoção da qualidade, com

muitas empresas da construção a recorrerem aos principais referenciais de sistemas de gestão

da qualidade (normas ISO 9000), o cumprimento destas normas internacionais não garante

que as características do produto final da construção satisfaçam as exigências de desempenho

e da qualidade, apesar de aumentarem a probabilidade de satisfação das mesmas.

Actualmente, não obstante podermos constatar a existência de procedimentos que visam

justamente garantir a qualidade da construção (dos quais são exemplos o Regime Jurídico da

Urbanização e Edificação (RJUE), o Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU) e

alguns regulamentos municipais), permanece a carência de um esquema que permita qualificar

o produto final da construção na óptica do utilizador final.

Porém, assegurar a qualidade do produto final pressupõe conseguir manter os padrões de

qualidade durante todas as fases do ciclo de vida do empreendimento. Na presente dissertação

tratam-se os edifícios residenciais definindo-se o conceito de qualidade residencial que pode

ser avaliada de acordo com o desempenho do edifício, para o qual se consideram as suas

várias categorias.

Ora, perante uma tendência actual que aponta no sentido de um decréscimo da aquisição de

habitação nova e uma relação nem sempre directa entre o seu preço e a qualidade das

habitações, a presente dissertação visa estabelecer linhas gerais de orientação para o possível

desenvolvimento ou criação de um esquema de qualificação para edifícios residenciais novos

que contribua para, designadamente:

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iii  

⎯ Assegurar que as expectativas dos utilizadores finais de habitação nova não são

defraudadas;

⎯ Aferir quais os elementos que devem ser disponibilizados ao utilizador final de forma a

possibilitar uma escolha mais informada e adequada por parte dos potenciais

utilizadores;

⎯ Contribuir para uma maior e mais objectiva responsabilização dos intervenientes no

processo construtivo durante todo o ciclo de vida do edifício.

Para isso, efectua-se um levantamento das iniciativas de qualificação existentes a nível

nacional e internacional. Procede-se em seguida a uma descrição e análise estruturada das

várias iniciativas existentes e faz-se uma análise comparativa dos vários esquemas estudados,

focada nos seguintes aspectos:

⎯ Fases do ciclo de vida (projecto, execução, comissionamento e utilização);

⎯ Subsistemas do edifício;

⎯ Categorias de desempenho;

⎯ Tipos de ocupação dos edifícios passíveis de qualificação;

⎯ Âmbito de aplicação;

⎯ Existência de inspecções e sua periodicidade;

⎯ Entidades responsáveis pela realização das inspecções e entidades responsáveis pelo

reconhecimento das entidades inspectoras;

⎯ Entidade supervisora do esquema de qualificação;

⎯ Entidade gestora do esquema de qualificação;

⎯ Forma de apresentação dos resultados da qualificação;

⎯ Emissão de garantias efectivas (reais).

Em função das conclusões resultantes da análise e comparação das várias iniciativas

estudadas – nacionais e internacionais – propõe-se assim linhas gerais de orientação para a

possível criação de um esquema de qualificação para edifícios residenciais novos, que possa

contribuir para a melhoria da actual situação a nível nacional. Este estudo insere-se num

âmbito mais amplo de investigação, que envolve a elaboração de várias dissertações e uma

tese de Doutoramento, em curso no Grupo de Organização e Gestão de Obras, da Secção de

Construção do Departamento de Engenharia Civil e Arquitectura do Instituto Superior Técnico

(IST).

Palavras-Chave: Qualidade, esquemas de qualificação, edifício, construção, certificação

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iv  

Abstract

Quality is becoming more and more relevant as a factor of distinction in the building sector, not

only for builders and owners but also for final consumers. The former because the adoption of

procedures which instill quality improving enables them to increase their prestige, as well as

their consumers and professional partners. On the other hand, the latter, is given the guarantee

and safety of the products they acquire through organizations with competences to do that so.

In Portugal, the building sector has a widespread variety of instruments, combined with

technical and scientific procedures (both compulsory and volunteer) which motivate the quality

guarantee during the all process of construction. In order to do so, we must point out: legislation

that defines the crucial legal principles of the sector, involving European regulations and

directives; as well as the activities of qualification and certifications of project enterprises,

construction and making of products /components; products homologation; technician’s

qualification; products certification; among others.

Even though a substantial lift has taken place in the construction sector, with the appearing of

several quality promotion initiatives with many enterprises of this sector using the main quality

management references (like ISO 9000 rules), which are absolutely necessary for the

certification of any enterprise, when we talk about the construction outcome, the

accomplishment of these international rules does not assure that their final characteristics fulfill

all the building performance and quality demands, among other items.

Nowadays, we can find an increasing number of procedures that aim to guarantee the

construction quality (such as the Regime Jurídico da Urbanização e Edificação (RJUE) and

Regulamento Geral das Edificações Urbanas (RGEU), as well as some local regulations), the

shortage of a scheme which enables us to qualify the construction final outcome remains, in the

final user’s point of view.

However, in order to assure the quality of the construction’s final outcome quality is absolutely

mandatory to maintain the same quality patterns in all phases of the building´s life cycle stages.

In this investigation work, we define the residential quality concept that which can be assessed

according to the building performance, which can be divided in several categories.

So, facing a current decreasing propensity of new housing acquire not always direct relationship

between its price and housing quality, this investigation aims to establish general lines of

orientation to create a qualification scheme for new residential buildings, capable of contributing

for:

⎯ Making sure that new housing buyers expectations are not defrauded;

⎯ Discovering what elements should be given to final user so that a more rational and

adequate choice can be made by potential user´s;

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v  

⎯ Contributing for a bigger and more objective responsibility of the parts intervening in the

construction process, during all the building life cycle.

To achieve the goals of this investigation, a rigorous gathering of every qualification initiatives

that exists nationally and internationally, as well as its description and analysis has been made,

focusing on the following aspects:

⎯ Life cycle phases (project, construction, commissioning, using) ;

⎯ Building subsystem;

⎯ Performance categories;

⎯ Building occupation types;

⎯ Application ambit;

⎯ Inspections and its periodicity;

⎯ Entities responsible for inspections, and entities responsible for the recognition of

inspecting entities;

⎯ Qualification scheme supervisor entity;

⎯ Scheme manager entity;

⎯ Ways to present qualification outcomes;

⎯ Guarantee measures.

According to the conclusions of our analysis and comparison of the several initiatives studied,

nationally and internationally, and in order to create a qualification scheme, general guidelines

for new residential buildings will be suggested, looking forward to contribute for the

improvement of our national situation. It’s important to remind that this study is included in a

more comprehensive investigation, which has been led by Departamento de Engenharia Civil e

Arquitectura do Instituto Superior Técnico (IST).

Keywords: Quality, qualification schemes, building, construction, certification

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vi  

Índice  

RESUMO .......................................................................................................................................... II 

ABSTRACT ..................................................................................................................................... IV 

ÍNDICE ............................................................................................................................................ VI 

ÍNDICE DE FIGURAS ................................................................................................................... VIII 

ÍNDICE DE QUADROS ................................................................................................................... X 

ABREVIATURAS ............................................................................................................................ XI 

1.  CONSIDERAÇÕES INICIAIS ................................................................................................. 1 

1.1.  ENQUADRAMENTO E JUSTIFICAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ............................................................... 1 

1.1.1.  Qualidade para o sector da construção ....................................................................... 1 

1.1.2.  Melhoria da qualidade da construção de edifícios ..................................................... 2 

1.1.3.  Importância e oportunidade do tema da dissertação ................................................. 8 

1.2.  OBJECTIVOS DA DISSERTAÇÃO ................................................................................................. 10 

1.3.  ÂMBITO E METODOLOGIA DA INVESTIGAÇÃO ............................................................................ 10 

1.4.  ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ............................................................................................. 14 

2.  QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS: A EXPERIÊNCIA NACIONAL............ 16 

2.1.  ENQUADRAMENTO LEGAL NACIONAL PARA A QUALIDADE DA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS ...... 17 

2.2.  ESQUEMAS NACIONAIS DE QUALIFICAÇÃO OFICIAIS DE APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA .................. 23 

2.2.1.  Edifícios residenciais novos e usados ........................................................................ 23 

2.2.2.  Edifícios residenciais novos ......................................................................................... 38 

2.2.3.  Edifícios residenciais usados ....................................................................................... 47 

2.3.  ESQUEMAS NACIONAIS DE QUALIFICAÇÃO OFICIAIS DE APLICAÇÃO VOLUNTÁRIA .................... 51 

2.3.1.  Edifícios residenciais novos ......................................................................................... 51 

2.4.  ESQUEMAS NACIONAIS DE QUALIFICAÇÃO NÃO-OFICIAIS DE APLICAÇÃO VOLUNTÁRIA ........... 58 

2.4.1.  Edifícios residenciais novos e usados ........................................................................ 58 

2.4.2.  Edifícios residenciais novos ......................................................................................... 60 

2.5.  ANÁLISE COMPARATIVA DAS INICIATIVAS NACIONAIS (OFICIAIS E NÃO-OFICIAIS) PARA A

QUALIFICAÇÃO DE EDIFÍCIOS .................................................................................................................. 78 

3.  QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS: A EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL 83 

3.1.  ESQUEMAS INTERNACIONAIS DE QUALIFICAÇÃO OFICIAIS DE APLICAÇÃO OBRIGATÓRIA ........ 84 

3.1.1.  Edifícios residenciais novos ......................................................................................... 84 

3.2.  ESQUEMAS INTERNACIONAIS DE QUALIFICAÇÃO OFICIAIS DE APLICAÇÃO VOLUNTÁRIA .......... 88 

3.2.1.  Edifícios novos ............................................................................................................... 88 

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vii  

3.3.  ESQUEMAS INTERNACIONAIS DE QUALIFICAÇÃO NÃO-OFICIAIS DE APLICAÇÃO VOLUNTÁRIA .. 93 

3.3.1.  Edifícios novos e usados .............................................................................................. 93 

3.3.2.  Edifícios novos ............................................................................................................. 106 

3.4.  ANÁLISE COMPARATIVA DAS INICIATIVAS INTERNACIONAIS (OFICIAIS E NÃO-OFICIAIS) PARA A

QUALIFICAÇÃO DE EDIFÍCIOS ................................................................................................................ 124 

4.  CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 128 

4.1.  PROSSECUÇÃO DOS TRABALHOS ........................................................................................... 133 

5.  BIBLIOGRAFIA .................................................................................................................... 136 

6.  ANEXOS ............................................................................................................................... 143 

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viii  

Índice de Figuras  

 FIGURA 1 - CAUSAS DAS PATOLOGIAS EM EDIFÍCIOS. ................................................................................. 4 

FIGURA 2 - CAUSAS PARA A FALTA DE QUALIDADE EM HABITAÇÕES COLECTIVAS. ..................................... 5 

FIGURA 3 - CAUSAS PARA A FALTA DE QUALIDADE EM HABITAÇÕES INDIVIDUAIS. ...................................... 6 

FIGURA 4 – EVOLUÇÃO DO NÚMERO DE FOGOS LICENCIADOS EM PORTUGAL DE 1995 A 2006. .............. 8 

FIGURA 5 – PLANO DA QUALIDADE DE UM EMPREENDIMENTO. ................................................................. 11 

FIGURA 6 – SUBSISTEMAS FÍSICOS DE UM EDIFÍCIO. ................................................................................. 12 

FIGURA 7 – A MARCAÇÃO CE NA QUALIFICAÇÃO DO EDIFÍCIO .................................................................. 21 

FIGURA 8 – RELAÇÃO ENTRE AS EXIGÊNCIAS ESSENCIAIS DAS OBRAS E A MARCAÇÃO CE DOS

PRODUTOS DE CONSTRUÇÃO ............................................................................................................ 22 

FIGURA 9 – SÍMBOLO DA MARCAÇÃO CE .................................................................................................. 22 

FIGURA 10 – SUBSISTEMA DO EDIFÍCIO: INSTALAÇÕES DE GÁS. ............................................................... 23 

FIGURA 11 - NÃO-CONFORMIDADES EM INSTALAÇÕES DE GÁS NO PORTO .............................................. 25 

FIGURA 12 - NÃO-CONFORMIDADES EM INSTALAÇÕES DE GÁS EM LISBOA .............................................. 26 

FIGURA 13 – ALGUNS ASPECTOS A VERIFICAR PARA UM EQUIPAMENTO SEGURO ................................... 28 

FIGURA 14 - DEFEITOS NOS ASCENSORES INSPECCIONADOS EM LISBOA E PORTO ................................ 30 

FIGURA 15 – CATEGORIAS DE RISCO DA UTILIZAÇÕES-TIPO I (HABITACIONAIS) ....................................... 32 

FIGURA 16 – HIERARQUIA DOS INTERVENIENTES NO SCE ....................................................................... 36 

FIGURA 17 – FASES DE INTERVENÇÃO DO PERITO DURANTE O CICLO DE VIDA DO EDIFÍCIO .................... 37 

FIGURA 18 – CLASSES ENERGÉTICAS ....................................................................................................... 38 

FIGURA 19 – PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO DE INFRA-ESTRUTURAS DE TELECOMUNICAÇÕES. .............. 40 

FIGURA 20 – PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS ............................................ 42 

FIGURA 21 – EVOLUÇÃO DAS NÃO-CONFORMIDADES IDENTIFICADAS NAS INSTALAÇÕES ........................ 42 

FIGURA 22 – REDES PREDIAIS: RESPONSABILIDADES.............................................................................. 44 

FIGURA 23 – ANOMALIAS NRAU ............................................................................................................... 49 

FIGURA 24 - PONDERAÇÕES NRAU .......................................................................................................... 50 

FIGURA 25 – DETERMINAÇÃO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO NO NRAU ............................................... 51 

FIGURA 26 – ENTIDADES INTERVENIENTES ............................................................................................... 53 

FIGURA 27 – SIMBOLOGIA UTILIZADA PELA MARCA DE QUALIDADE LNEC .............................................. 54 

FIGURA 28 – EXIGÊNCIAS DA QUALIDADE APLICÁVEIS A EMPREENDIMENTOS DE HABITAÇÃO ................. 57 

FIGURA 29 – DOMUSQUAL DA SGS .......................................................................................................... 62 

FIGURA 30 – SIMBOLOGIA UTILIZADA PELO DOMUS QUAL .................................................................... 63 

FIGURA 31 – ORGANIZAÇÃO DE UM MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE PROJECTOS DE

HABITAÇÃO ......................................................................................................................................... 67 

FIGURA 32 – METODOLOGIA GERAL DE ELABORAÇÃO DO PROGRAMA HABITACIONAL ........................... 70 

FIGURA 33 – INTEGRAÇÃO DO MODELO DE QUALIFICAÇÃO NO PROCESSO CONSTRUTIVO ..................... 73 

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ix  

FIGURA 34 – FASES PRINCIPAIS DO MODELO INTEGRADO DE QUALIFICAÇÃO DE EDIFÍCIOS .................. 74 

FIGURA 35 – EXEMPLO DE CHECK-LIST ..................................................................................................... 75 

FIGURA 36 – CLASSIFICAÇÃO OBTIDA NA CHECK-LIST .............................................................................. 75 

FIGURA 37 – PERFIL DE PROJECTO .......................................................................................................... 76 

FIGURA 38 – PERFIL DE PROJECTO E PERFIL DE OBRA ........................................................................... 77 

FIGURA 39 – ANÁLISE COMPARATIVA DAS INSPECÇÕES REALIZADAS EM DIFERENTES LOCALIDADES. ... 88 

FIGURA 40 – ESTRUTURA DA CTCE ......................................................................................................... 89 

FIGURA 41 – ASPECTO DO PERFIL DE QUALIDADE. .................................................................................. 91 

FIGURA 42 – CLASSIFICAÇÃO DE REQUISITOS. ......................................................................................... 92 

FIGURA 43 – DIFERENTES PERFIS DE QUALIDADE. .................................................................................. 92 

FIGURA 44 – RECLAMAÇÕES MAIS FREQUENTES. ..................................................................................... 99 

FIGURA 45 – ANÁLISE DE PROBLEMAS E RECLAMAÇÕES. ....................................................................... 100 

FIGURA 46 – RECOMENDAÇÕES PUBLICADAS PELO NHBC ................................................................... 100 

FIGURA 47 – ESQUEMA DE RELAÇÕES ENTRE ENTIDADES CERTIFICADORAS/QUALIFICADORAS E

RESPECTIVAS CERTIFICAÇÕES/QUALIFICAÇÕES NA FRANÇA  ......................................................... 111 

FIGURA 48 – RUBRICAS DO MÉTODO QUALITEL ..................................................................................... 113 

FIGURA 49 - RÓTULOS QUALITEL ............................................................................................................ 114 

FIGURA 50 – PERFIL QUALITEL................................................................................................................ 115 

FIGURA 51 – RÓTULO DA CERTIFICAÇÃO QUALITEL ............................................................................... 115 

FIGURA 52 – INDICADORES DE DESEMPENHO. ........................................................................................ 121 

   

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x  

Índice de Quadros  

QUADRO 1 - CAUSAS DAS PATOLOGIAS EM EDIFÍCIOS. ............................................................................... 3 

QUADRO 2 - CAUSAS PARA A FALTA DE QUALIDADE EM HABITAÇÕES COLECTIVAS.................................... 5 

QUADRO 3 - CAUSAS PARA A FALTA DE QUALIDADE EM HABITAÇÕES INDIVIDUAIS. .................................... 6 

QUADRO 4 – ORGANIZAÇÃO DOS CRITÉRIOS PARA AVALIAÇÃO DE ESQUEMAS DE QUALIFICAÇÃO. ......... 13 

QUADRO 5 – CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO DEFINIDOS NO ÂMBITO DA DISSERTAÇÃO. ................................. 14 

QUADRO 6 - ESQUEMAS DE QUALIFICAÇÃO NACIONAIS ESTUDADOS ........................................................ 17 

QUADRO 7 - INSPECÇÕES PERIÓDICAS ÀS INSTALAÇÕES DE GÁS  ............................................................ 25 

QUADRO 8 - PERIODICIDADE DAS INSPECÇÕES ........................................................................................ 29 

QUADRO 9 – APLICAÇÃO DOS REGULAMENTOS TÉRMICOS AOS EDIFÍCIOS ............................................. 34 

QUADRO 10 - PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO ITED .............................................................................. 39 

QUADRO 11 - ESCALA DE CLASSIFICAÇÃO PROPOSTA NO MÉTODO DE (COSTA 1995) ........................... 68 

QUADRO 12 - ANÁLISE COMPARATIVA DAS INICIATIVAS NACIONAIS DE ACORDO COM OS SUBSISTEMAS

AVALIADOS E FASES DO CICLO DE VIDA ............................................................................................. 81 

QUADRO 13 - ANÁLISE COMPARATIVA DAS INICIATIVAS NACIONAIS .......................................................... 82 

QUADRO 14 – ESQUEMAS DE QUALIFICAÇÃO INTERNACIONAIS ESTUDADOS. .......................................... 84 

QUADRO 15 - REQUISITOS AVALIADOS NO PERFIL DA QUALIDADE .......................................................... 90 

QUADRO 16 - CLASSIFICAÇÕES DE CERTIFICAÇÃO ................................................................................ 104 

QUADRO 17 – CLASSIFICAÇÕES ADICIONAIS ........................................................................................... 105 

QUADRO 18 – ESCALA DE AVALIAÇÃO DO MÉTODO QUALITEL ............................................................... 114 

QUADRO 19 – PONDERAÇÕES CONQUAS21 ....................................................................................... 118 

QUADRO 20 – AVALIAÇÃO DOS TRABALHOS DE ARQUITECTURA. ........................................................... 119 

QUADRO 21 – LISTA DE INDICADORES DE DESEMPENHO PARA EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS

MULTIFAMILIARES – CONFORTO HABITACIONAL  ............................................................................ 122 

QUADRO 22 – GRAUS DE DESEMPENHO. ................................................................................................ 123 

QUADRO 23- ANÁLISE COMPARATIVA DAS INICIATIVAS INTERNACIONAIS DE ACORDO COM OS

SUBSISTEMAS AVALIADOS E FASES DO CICLO DE VIDA ................................................................... 126 

QUADRO 24- ANÁLISE COMPARATIVA DAS INICIATIVAS INTERNACIONAIS ............................................... 127 

   

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

xi  

Abreviaturas  

ADENE – Agência para a Energia

ANACOM – Autoridade Nacional de Comunicações

ANET – Associação Nacional de Engenheiros Técnicos

ANIIE – Associação Nacional de Instalações Eléctricas

ANPC – Autoridade Nacional de Protecção Civil

ANQIP – Associação Nacional para a Qualidade nas Instalações Prediais

APA – Agência Portuguesa do Ambiente

APIEF – Centro de Formação Profissional para a Industria Térmica e Energia

APIRAC – Associação Portuguesa da Industria de Refrigeração e de Ar Condicionado

AQC – Agence Qualité Construction

BCA – Building and Construction Authority

BSCQ – Bonus Scheme para a Construção de Qualidade

CE – Certificado Energético e da Qualidade do Ar Interior

CMQ/LNEC – Comissão da Marca de Qualidade LNEC

CTCE – Comissão Técnica para a Qualidade das Construções

DCR – Declaração de conformidade regulamentar

DGEG – Direcção-Geral de Energia e Geologia

DPC – Directiva dos Produtos da Construção

EEE – Espaço Económico Europeu

EFRIARC – Associação Portuguesa dos Engenheiros de Frio Industrial e Ar Condicionado

EI – Entidades Inspectoras

EMA – Empresa de Manutenção de Ascensores

EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres

ETA – Aprovação Técnica Europeia

EUA – Estados Unidos da América

FEUP – Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

GGQ – Gestor Geral da Qualidade

HCC – Habitações a Custos Controlados

HQAL – Housing Quality Assurance Law

HQI – Indicadores de Qualidade Habitacional

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

xii  

IA – Índice de Anomalias

IGAOT – Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território

INE – Instituto Nacional de Estatística

INH – Instituto Nacional da Habitação

IPAC – Instituto Português de Acreditação

ISO – International Organization for Standardization

IST – Instituto Superior Técnico

ITED – Infra-estruturas de Telecomunicações em Edifícios

IVE – Entidad de Evaluación de Edifícios

LNEC – Laboratório Nacional de Engenharia Civil

MAEC – Método de Avaliação do Estado da Conservação de Edifícios

MQEH – Metodologia de Qualificação de Empreendimentos de Habitação

NHBC – National House Building Council

OA – Ordem dos Arquitectos

OE – Ordem dos Engenheiros

PQ – Perito Qualificado

QEH – Qualificadores de Empreendimentos de Habitação

RCCTE – Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios

RGE – Regulamento Geral das Edificações

RGEU – Regulamento Geral das Edificações Urbanas

RJUE – Regime Jurídico da Urbanização e Edificação

RLIE – Regulamento de Licenças para Instalações Eléctricas

RMFOUE – Regulamento Municipal de Fiscalização de Operações de Urbanização e de Edificação

RS – Responsável pela segurança contra incêndio

RSECE – Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização dos Edifícios

RTHS – Recomendações Técnicas de Habitação Social

SCE – Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar interior nos Edifícios

SCIE – Regulamento geral de Segurança Contra Incêndio em Edifícios

SEL – Systéme d´Evaluation de Logement´s

SNMQ/LNEC – Sistema Nacional da Marca de Qualidade LNEC

SPQ – Sistema Português de Qualidade

 

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

1  

1. Considerações Iniciais

1.1. Enquadramento e justificação da dissertação

Actualmente, em Portugal, mais de 12% dos edifícios residenciais (até aos 10 anos de idade)

não correspondem às expectativas do utilizador final (Almeida, Alves Dias e Branco 2007).

Assim, facilmente nos apercebemos da necessidade de uma política que introduza, no sector

da construção, procedimentos e ferramentas que insiram a “qualidade” como um dos principais

factores chave no decorrer de todo o processo construtivo, quer para o promotor/construtor que

vende, quer para o utilizador final que fica satisfeito com o produto que compra.

De forma a agregar o interesse e objectivos de todos os intervenientes no processo construtivo,

revela-se fundamental definir e esclarecer o conceito geral da qualidade no sector da

construção e em particular da qualidade residencial, sendo ainda essencial definir os níveis de

qualidade, categorias de desempenho e critérios de avaliação que se pretendem atingir com a

criação de um esquema de qualificação de edifícios residenciais.

1.1.1. Qualidade para o sector da construção  

De acordo com a Organização Internacional de Normalização1 (ISO), a qualidade é o grau de

satisfação de requisitos dado por um conjunto de características intrínsecas (ISO 2000). De

acordo com (Espuny 2007), a qualidade pode ainda definir-se como a adequação ao uso e a

conformidade com as exigências.

Actualmente, pelo aumento da competitividade, por um lado, e pelo aumento das exigências

dos consumidores, por outro, o conceito da qualidade tornou-se cada vez mais frequente e

abrangente (Rodrigues e Silva-Afonso 2007). Efectivamente, nos dias de hoje, para qualquer

empresa do sector da construção que ambicione um lugar no mercado, revela-se de vital

importância conseguir dar aos seus clientes uma garantia de qualidade do produto ou serviço

que presta. A gestão da qualidade, que visa precisamente a melhoria contínua e constante de

bens e serviços, através do envolvimento de todos os intervenientes de uma entidade ou

organização, assume cada vez mais relevância, não só para as empresas de construção, como

também para todas as outras entidades envolvidas no processo de construção e utilizadores

finais.

                                                            1 International Organization for Standardization.

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2  

O facto é que o conceito de qualidade no sector da construção – agora considerado do ponto

de vista mais abrangente – deve ser considerado em todos os níveis do processo construtivo e

da gestão global do empreendimento e considerando todos os intervenientes, ou seja, o factor

“qualidade” deve ser tido em conta na definição das exigências conceptuais do projecto e na

sua transposição para a fase de execução, na selecção de empresas de projecto, na escolha

de processos e técnicas, bem como de empresas fabricantes de materiais e componentes e

dos respectivos produtos (Silva 2005) (LNEC 1986).

No decorrer do processo construtivo todas as entidades têm o mesmo objectivo final, porém,

cada uma dessas entidades atribui diferentes importâncias a distintos aspectos, de acordo com

a sua participação no processo construtivo.

Dos objectivos parciais de cada uma das entidades resulta a visão que cada uma tem da

construção, pelo que o peso das necessidades que esta deve satisfazer varia de entidade para

entidade.

Assim sendo, o próprio conceito da qualidade da construção varia conforme as entidades e de

acordo com os seus objectivos específicos.

A dificuldade na gestão destas interfaces entre os diversos agentes envolvidos na construção e

tendo em conta que cada um deles, no que respeita à qualidade, tem diferentes motivações e

está sobretudo focado nos seus clientes directos, pode ter um impacto negativo na qualidade

do empreendimento em termos globais (produto final da construção), pelo que a qualidade do

empreendimento não é simplesmente o resultado do somatório dos sistemas (da qualidade)

dos seus participantes (Santos 2003).

Por este motivo, e considerando o alargado número de intervenientes, bem como as diferenças

e a complexidade dos objectivos de cada um, o conceito da qualidade no sector da construção

tem sido alvo de constantes alterações, numa tentativa de introduzir melhorias em todas as

fases do ciclo de vida dos empreendimentos, desde o aspecto construtivo (através de

inovações técnicas), até ao conforto proporcionado ao utilizador, não esquecendo o impacto

ambiental, a viabilidade económica do empreendimento, o impacto social e/ou cultural e a

manutenção das construções.

1.1.2. Melhoria da qualidade da construção de edifícios  

A produção de um edifício abrange diversas etapas e envolve múltiplos intervenientes, como foi

referido anteriormente. Cada decisão repercute-se, assim, de uma forma ou de outra, no

resultado final, que se espera ser um bem de consumo que satisfaça o melhor possível os

anseios de todos os intervenientes e dos futuros utilizadores (Costa 1995).

Page 15: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

3  

Actualmente, os principais referenciais de gestão da qualidade consistem nas normas

internacionais ISO 9000, necessárias e fundamentais para a certificação de qualquer empresa,

incluindo também as empresas do sector da construção. Todavia, relativamente ao produto da

construção, mais precisamente do edifício, a satisfação das normas internacionais não garante

que as características finais do mesmo venham satisfazer as exigências de desempenho e de

qualidade (Costa, Sousa, et al. 2006).

No que respeita à qualidade da construção, não pode descurar-se a manutenção dos padrões

desta no período pós-construção, ou seja, durante a fase de utilização. Para que a qualidade

da construção seja mantida, nomeadamente no que se refere à satisfação dos requisitos e

necessidades do utilizador e à utilização pretendida, a gestão do edifício deve, também ela, ser

dotada de exigências de qualidade, com preocupações ao nível da organização e controlo dos

vários aspectos que envolvem a gestão e manutenção de um edifício.

Da noção de qualidade durante o período pós-construção depreende-se que se todos os

componentes do edifício mantiverem os padrões de qualidade obtidos durante a construção,

através de uma gestão e manutenção atenta e eficiente, globalmente, o edifício manterá o nível

de qualidade alcançado no final da sua fase de construção.

Para assegurar o aparecimento do mínimo de falhas ou patologias num edifício, a preocupação

com a qualidade do produto final deve ser transversal às principais fases do seu ciclo de vida:

projecto, construção e utilização. Considerando que a maioria das patologias em edifícios

resultam directamente de falhas durante estas etapas, quantificar a sua incidência em cada

etapa tem sido alvo de diversos estudos, nem sempre concordantes, como se pode constatar

no quadro 1 e figura 1 a seguir apresentadas.

Quadro 1 - Causas das patologias em Edifícios.2

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A.Paterson (Londres, 1984) 37% 5% 51% 7%

C.S.T.C. (Bélgica, 1991) 46% 15% 22% 17%

Thomaz Ripper (Lisboa, 1997) 36% 37% 32% 15%

Athanazio, A. e Trajano, I. (Brasil, 1998) 21% 14% 54% 11%

Bureau Veritas  (Lisboa, 2007) 43% 15% 30% 12%

Causas das Patologias em Edifícios

 

 

                                                            2 Adaptado de (Celcio Escobar 2003), (Costa 1995), (Ayda Athanazio, Isar Trajano 1998), (Thomaz Ripper 2003) e (Bureau Veritas 2007).

Page 16: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

 

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Page 18: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Page 19: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

7  

⎯ Uma perspectiva de adequação social e cultural, que permita compatibilizar os

interesses e necessidades individuais de cada morador com os dos restantes

moradores e da própria sociedade;

⎯ Uma perspectiva de inovação, que incentive a opção ponderada por soluções

inovadoras, que possam traduzir-se numa melhoria das condições oferecidas e

estimular o desenvolvimento.

Assim, e de acordo com este autor, tomando-se em consideração estas três perspectivas, pode

definir-se qualidade residencial como: a adequação da habitação e da sua envolvente às

necessidades imediatas e previsíveis dos moradores, compatibilizando as necessidades

individuais com as da sociedade e incentivando a introdução ponderada de inovações que

conduzam ao desenvolvimento.

Estas necessidades são também variadas e a sua satisfação pode ser avaliada em termos do

desempenho do edifício. Este conceito abrangente pode ser definido como a prática de pensar

e trabalhar em função dos objectivos a atingir, em alternativa ao enfoque nos meios para os

atingir (Szigeti e Davis 2005). Assim, se aplicado aos edifícios, o conceito do desempenho

deve ser abordado em termos dos requisitos a satisfazer, em prejuízo de uma abordagem em

que se prescreve o modo como deve ser construído, e pode ser agrupado a partir das

seguintes principais categorias3:

⎯ Funcional, que descreve e avalia actividades e processos específicos de utilização

que podem ser desempenhados no edifício. Está intimamente ligado com as

necessidades dos utilizadores, visitantes e comunidade em geral;

⎯ Técnico, que descreve as características estruturais, físicas e outras de cariz técnico;

⎯ Económico, que avalia a tendência do rendimento a nível imobiliário, bem como os

custos inerentes às fases de planeamento, projecto, construção e manutenção;

⎯ Ambiental, que descreve e avalia as características do edifício relevantes na sua

inserção no ambiente, quer ao nível local quer global;

⎯ Social, descreve e avalia o desempenho do edifício em questões relacionadas com a

saúde, conforto e segurança de utilizadores, visitantes e vizinhos;

⎯ Gestão, descreve e avalia o desempenho global do edifício através da qualidade dos

processos que envolvem todas as fases do seu ciclo de vida;

 

 

 

 

                                                            3 Adaptado de (Lutzkendorf, et al. 2005).

Page 20: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

8  

1.1.3. Importância e oportunidade do tema da dissertação

Considerando o número de fogos licenciados nos últimos dez anos como indicador avançado

das intenções de investimento em habitação nova no nosso país, inferimos a existência de três

fases (ver figura 4) com evidentes dissemelhanças:

Figura 4 – Evolução do número de fogos licenciados em Portugal de 1995 a 2006. Adaptado de (ANEOP 2005), (INE 2007) e (INE 2006)

 

⎯ Uma primeira fase, de 1995 a 1999, caracterizada pelo aumento progressivo de fogos

licenciados;

⎯ Uma segunda fase, entre os anos 2000 e 2005, em que se verificou um decréscimo do

número de fogos licenciados, sendo o valor em 2005 inferior ao registado no ano de

1995;

⎯ Uma terceira que culmina com um valor, em 2006, em que os fogos licenciados em

construções novas para habitação familiar evidenciaram uma ligeira recuperação.

Ainda que se tenha verificado uma modesta recuperação no número de fogos licenciados em

2006, dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que as expectativas de compra

de habitação registaram um mínimo histórico em 2007, prolongando a tendência descendente

iniciada em Outubro de 1998 (Agência Financeira 2007).

A progressiva desaceleração do investimento em habitação nova na última década pode estar

relacionada com o discurso económico dominante, que insiste que a fase de construção nova

está concluída porque as famílias estão muito endividadas e não podem, ou não devem,

recorrer ao crédito, que as necessidades básicas de habitação já estão satisfeitas e, por

consequência, a procura potencial é muito limitada (ANEOP 2005). Por outras palavras e

segundo a mesma fonte, Portugal que, em média, tem 1,4 casas por família, já não

necessitaria de investir em habitação nova.

Nesta conjuntura, a elaboração de esquemas de qualificação para edifícios novos afigura-se

como um parâmetro de distinção e de destaque no sector da construção, uma vez que contribui

Page 21: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

9  

para a adopção de processos tendentes à melhoria da qualidade e para o aumento do prestígio

e confiança junto de todos os intervenientes no processo construtivo (Costa, Sousa, et al.

2006).

Além disso, a existência de um esquema de qualificação permitiria aos consumidores,

adquirentes de habitação, distinguir produtos com qualidade verificada e garantida por um

organismo competente.

A conjuntura actual permite antever um crescimento substancial do número de modelos de

controlo, garantia e gestão da qualidade promovido pelos intervenientes envolvidos no sector

em Portugal, designadamente pelos que actuam no segmento residencial.

Com efeito, as iniciativas de promoção da qualidade na construção em Portugal registaram um

impulso, com as empresas do sector a reconhecerem que o mercado se afigura

progressivamente mais concorrencial e que a certificação, ou o reconhecimento da qualidade,

segundo sistemas de gestão da qualidade credíveis, constituem uma mais-valia essencial

(Silva 2005).

Contudo, este impulso tão acentuado num intervalo de tempo reduzido conduziu ao surgimento

de diversas dúvidas, agravadas pela escassez de referências bibliográficas sobre a garantia da

qualidade do produto final (edifício) e sobre as metodologias e procedimentos a adoptar pelos

vários intervenientes do processo construtivo.

Várias vezes somos confrontados na comunicação social portuguesa com a informação de que

a construção nova em Portugal é de má qualidade. Efectivamente, em Portugal, as políticas de

incentivo e preocupação para com as questões relacionadas com a qualidade do produto final

da construção – edifício – parecem necessitar de uma maior e melhor clarificação.

Existe, pois, um relativo consenso na opinião pública, segundo a qual a qualidade da

construção é má e o custo da mesma elevado. Segundo (Henriques 2001) trata-se de uma

situação paradoxal, que revela uma reduzida preocupação com o que aparenta não poder ser

alterado.

Assim sendo, tudo indica que, no futuro, as famílias portuguesas considerarão a qualidade

como um requisito fundamental, na escolha da habitação a comprar, a par com o peso

económico dessa aquisição, desde que essa qualidade lhes seja comunicada de forma clara e

credível.

Para as empresas do sector da construção, cujo intuito básico actual, é sobreviver no mercado,

tornar-se-á indispensável que o seu produto se distinga do das empresas concorrentes. Essa

distinção será, tudo indica, a qualidade e a garantia dessa mesma qualidade da construção.

Actualmente, para que este processo de transição no sector da construção possa ocorrer de

forma breve e com o sucesso esperado por todos os intervenientes e/ou interessados, revela-

Page 22: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

10  

se importante efectuar uma revisão sobre o tipo de informação que deverá ser disponibilizada

ao consumidor final para facilitar o seu processo de decisão e aos procedimentos e

metodologias a seguir durante o processo construtivo para que seja assegurada a qualidade do

produto final.

1.2. Objectivos da dissertação  

O objectivo geral da presente dissertação é o de contribuir para a melhoria da qualidade da

construção. Concretamente, pretende-se realizar um levantamento e uma análise dos

esquemas de qualificação de edifícios já existentes e das ferramentas de avaliação de

desempenho que a eles estejam associadas.

Espera-se contribuir para uma política de incentivo ao estudo sobre a qualidade e possíveis

esquemas de qualificação para edifícios residenciais novos, efectuando uma análise ao que já

foi realizado em Portugal, bem como a iniciativas promovidas a nível internacional.

Posteriormente e depois da comparação das várias iniciativas - nacionais e internacionais -

pretendem-se estabelecer linhas gerais de orientação para a criação de um esquema de

qualificação para edifícios residenciais novos.

1.3. Âmbito e metodologia da investigação

Existem duas fronteiras de decisão importantes e necessárias para a garantia da qualidade de

um edifício: uma formada pelas exigências do dono de obra e, no outro extremo, as exigências

legais e normativas que estabelecem os requisitos para a construção (ver figura 5). Assim, é

notório que para a definição de níveis da qualidade dos edifícios, e desde a fase de

planeamento, é necessário um total conhecimento do pacote legislativo e normativo aplicável a

este segmento do sector da construção.

Desta forma, na presente dissertação, é feita uma abordagem à principal legislação portuguesa

com implicações no processo construtivo, muito embora o objectivo não seja fazer um extenso

levantamento de toda a legislação existente, mas sim às ferramentas e metodologias

existentes que atestem a qualidade de edifícios (ou parte deles).

Assim, a qualidade da habitação nova, bem como qualquer esquema de qualificação para

edifícios novos, deve abranger, verificar o cumprimento e avaliar todo o ciclo de procedimentos

que levaram à sua construção, desde o projecto até à conclusão dos trabalhos.

Page 23: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

11  

Figura 5 – Plano da qualidade de um empreendimento.

Podem definir-se os seguintes níveis da qualidade: Sociedade4, Ambiente5, Urbanismo e

Ordenamento do Território6, Construção, Edifício. Qualquer esquema de qualificação (ou

reconhecimento, entre outras designações que vários autores por vezes utilizam) deverá actuar

segundo estes níveis, de forma a abranger todos ou parte dos requisitos que a construção

deve satisfazer, para que a ela esteja associado um nível de qualidade adequado.

A classificação, em termos da qualidade de um edifício, a atribuir por um esquema de

qualificação, terá forçosamente de ser baseada nos requisitos necessários para a garantia da

qualidade em cada nível. Assim, a qualidade do edifício não está dissociada dos níveis de

qualidade influenciados pela construção do mesmo.

Por seu turno, os edifícios podem ser definidos como um sistema complexo, composto por

vários subsistemas com funções distintas, que estabelecem relações intrínsecas entre si e que

devem satisfazer os requisitos regulamentares (Junior, Neto e Simão 2006). Podem assim ser

considerados como uma hierarquia de elementos construídos, com todo o edifício na parte

superior da hierarquia e os diversos subsistemas, elementos e materiais, nos níveis inferiores

(Hattis e Becker 1999).

No âmbito desta dissertação considera-se que o edifício se pode desagregar nos seguintes

subsistemas físicos7: espaços8, estrutura, cobertura, paredes9 exteriores, paredes interiores e

                                                            4 Relacionado principalmente com a qualificação e responsabilidade dos profissionais intervenientes no processo construtivo. Está também relacionado com a satisfação dos utilizadores em relação ao produto final – edifício. 5 Relacionado com a necessidade da preservação dos valores ambientais. Salienta-se, para este nível de qualidade, o SISTEMA LIDERA (Pinheiro 2006). 6 Relacionado com todas as ferramentas legais associadas com o ordenamento e gestão do território (de âmbito Nacional, Regional ou Municipal) bem como com as disposições legais afectas às operações urbanísticas necessárias para a implantação do edifício. 7 De acordo com (ISO 6241 1984) um subsistema é uma parte do edifício que desempenha uma ou várias funções, necessárias ao atendimento das exigências dos utilizadores. 8 O subsistema Espaços engloba todos os espaços individuais do edifício (fogos e suas dependências), os espaços comuns, zonas não habitacionais e a envolvente próxima ao edifício. 9 Refira-se que as paredes (exteriores e interiores) incluem os vãos existentes.

Page 24: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

13  

Quadro 4 – Organização dos critérios para avaliação de esquemas de qualificação.  

Níveis de Qualidade Categorias de Desempenho

- Sociedade

- Ambiente

- Urbanismo e Gestão do Território

- Construção

- Edifício

- Funcional

- Técnico

- Económico

- Ambiental

- Social

- Gestão

Fases do Ciclo de Vida Tipos de Ocupação Pretendida - Planeamento

- Projecto

- Construção/Execução

- Comissionamento

- Utilização

- Reciclagem/adaptação

- Desconstrução/demolição

- Residencial - Comercial

- Cultural

- Educação e investigação

- Saúde

- Governamental

- Industrial

- Lazer

- Religioso

- Desportivo

- Outras Âmbito de Aplicação

- Nacional

- Comunitário

- Internacional

Considerando os diversos esquemas de qualificação de edifícios existentes, a nível nacional e

internacional, estabelece-se como âmbito desta investigação a análise dos esquemas de

qualificação que actuem nos seguintes níveis da qualidade, categorias de desempenho, tipos

de ocupação e âmbitos de aplicação, de acordo com o quadro 5.

Embora se tenha estabelecido, como âmbito da dissertação, a análise de esquemas de

qualificação para edifícios residenciais novos cujo objectivo de avaliação principal é o

desempenho técnico – como se verifica no quadro 5 – a existência de esquemas mais

abrangentes (que embora focando o desempenho técnico incluem também outras categorias

de desempenho) são também aqui tidos em conta.

Page 26: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

14  

Quadro 5 – Critérios de avaliação definidos no âmbito da dissertação.  

Níveis de Qualidade Categorias de Desempenho - Edifício - Técnico

Tipos de Ocupação Pretendida Âmbito de Aplicação - Residencial

- Nacional - Comunitário - Internacional

Depois de se proceder a uma descrição e análise das várias iniciativas existentes, a nível

nacional e internacional, é feita uma análise comparativa dos vários esquemas de acordo com

os seguintes pressupostos:

⎯ Fases do ciclo de vida (projecto, execução, comissionamento e utilização);

⎯ Subsistemas do edifício;

⎯ Categorias de desempenho;

⎯ Tipos de ocupação dos edifícios passíveis de qualificação;

⎯ Âmbito de Aplicação;

⎯ Existência de inspecções e sua periodicidade;

⎯ Entidades responsáveis pela realização das inspecções e entidades responsáveis pelo

reconhecimento das entidades inspectoras;

⎯ Entidade supervisora do esquema de qualificação;

⎯ Entidade gestora do esquema de qualificação;

⎯ Forma de apresentação dos resultados da qualificação;

⎯ Emissão de garantias efectivas (reais).

Por fim, e depois da análise efectuada, propõem-se linhas gerais de orientação para o possível

desenvolvimento de um esquema de qualificação para edifícios residenciais novos.

1.4. Organização da dissertação  

A presente dissertação compreende quatro capítulos. No primeiro é feita uma interpretação

sobre o conceito da qualidade no sector da construção e dos diferentes níveis e categorias de

desempenho associados à construção de edifícios.

No capítulo dois, a partir dos vários esquemas de qualificação existentes a nível nacional para

o âmbito restrito definido no anterior capítulo, faz-se uma descrição sumária do seu

funcionamento e metodologia, com base nos critérios e categorias definidos no primeiro

Page 27: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

15  

capítulo. Neste capítulo, apresenta-se também uma abordagem à legislação portuguesa

relevante para o âmbito estabelecido e que está intimamente ligada à promoção da qualidade

da construção em Portugal.

No capítulo três, dar-se-á seguimento ao trabalho efectuado no capítulo anterior mas, desta

feita, no âmbito internacional.

No capítulo quatro, com base na análise efectuada nos capítulos antecedentes, propõem-se

linhas gerais de orientação para a possível criação de um esquema de qualificação para

edifícios residenciais novos.

Page 28: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

16  

2. Qualidade na Construção de Edifícios: a Experiência Nacional

Naquele que é o âmbito da presente dissertação (edifícios residenciais novos), existem em

Portugal certificações obrigatórias, aplicadas a alguns dos seus subsistemas:

• Instalações de telecomunicações;

• Instalações eléctricas;

• Instalações de gás;

• Elevadores e

• Segurança contra incêndio.

Para além destes esquemas que actuam apenas naqueles domínios específicos, neste capítulo

apresentam-se ainda vários esquemas de qualificação conhecidos ou já desenvolvidos e/ou

aplicados em Portugal, descrevendo-os sucintamente quanto ao seu funcionamento e áreas de

actuação.

Esta descrição dos diferentes esquemas de qualificação da construção, em Portugal, é

estruturada da seguinte forma:

Idade da construção:

i. Novos;

ii. Usados.

Carácter do Esquema:

i. Oficial13

ii. Não-oficial14.

Obrigatoriedade da aplicação:

i. Obrigatória;

ii. Voluntária.

Âmbito de aplicação:

i. Nacional;

ii. Local.

No quadro 6 listam-se os diferentes esquemas de qualificação e indicam-se para cada um

destes as respectivas áreas de actuação, de acordo com a estrutura acima referida.

                                                            13 Esquemas desenvolvidos e/ou aplicados por organismos criados para o efeito e/ou por força de lei. 14 Essencialmente propostas de investigadores ou iniciativas privadas.

Page 29: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

17  

Quadro 6 - Esquemas de qualificação nacionais estudados

Em 2.1 faz-se referência à principal legislação portuguesa relevante para o âmbito estabelecido

na presente dissertação e que está intimamente ligada à promoção da qualidade da construção

em Portugal. Nos subcapítulos seguintes faz-se uma descrição sumária do funcionamento e

metodologia, dos vários esquemas de qualificação nacionais estudados. Em 2.5 efectua-se a

análise comparativa das várias iniciativas, de acordo com os pressupostos definidos no

primeiro capítulo.

2.1. Enquadramento legal nacional para a qualidade da construção de edifícios

 

Alguma legislação do sector da construção em Portugal, designadamente a que se aplica ao

segmento residencial, encontra-se presentemente em revisão face às novas exigências e

necessidades impostas. O conceito da qualidade para o sector da construção apresenta-se

cada vez mais necessário e essencial no processo construtivo e, por isso é parte integrante

nas propostas dos novos documentos legais e regulamentares do sector. São disso exemplos

o Regulamento Geral das Edificações Urbanas15 (RGEU) e a actual proposta para o Regime

Geral das Edificações (RGE)16 que difere do anterior RGEU no que se refere a actualizações

em determinadas matérias ausentes, nomeadamente e entre outras, na durabilidade e

manutenção, qualidade da edificação, segurança na utilização e acessibilidades, bem como o

                                                            15 Aprovado pelo Decreto-Lei nº8382 de 7 de Agosto de 1951. 16 Apresentada pela Subcomissão para a Revisão do RGEU, criada pela Portaria nº 62/2003 de 16 de Janeiro.

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Page 30: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

18  

Regime Jurídico da Urbanização e Edificação17 (RJUE), tendo este já sofrido várias

alterações18. Algumas das alterações aprovadas têm como objectivo simplificar o sistema de

licenciamento, que assenta sobretudo na presunção de competência e de responsabilidade dos

técnicos que subscrevem os projectos de engenharia (Santo 2007).

No que respeita às exigências da qualidade, o RGE apresenta inovações relativamente ao

aumento das áreas mínimas, criação de níveis de intervenção, exigência de projecto de

execução, introdução de matéria relacionada com o comércio e serviços, adopção das novas

exigências para a concepção das instalações técnicas, criação de ductos e espaços técnicos,

revisão de projectos, barreiras físicas à mobilidade e acessibilidades, maior exigência para a

integração urbana das edificações e maior flexibilidade na concepção arquitectónica, segundo

o primado da responsabilidade profissional (RGE Versão Final 2004).

No articulado da proposta do RGE são feitas referências às exigências da qualidade das edificações, à garantia na qualidade da concepção e execução das edificações e à

possibilidade de certificação dos edifícios por entidades nacionais habilitadas para o efeito

(ver ANEXO 1).

No contexto da edificação é de referir, ainda, o caso das Habitações a Custos Controlados

(HCC). Estas habitações são construídas e adquiridas com o apoio financeiro do Estado –

através do Instituto Nacional da Habitação19 (INH) – tendo como objectivo colocar à disposição

de agregados familiares menos favorecidos, habitações a preços compatíveis com os seus

rendimentos.

De acordo com a Portaria nº500/97, deve o INH “assegurar o desenvolvimento de um sistema

de incentivos que estimule, por parte dos agentes económicos envolvidos, a investigação e o

desenvolvimento de soluções que garantam os melhores preços finais” (Portaria nº500/97

2007).

O nível de qualidade das HCC é definido pelos regulamentos nacionais aplicáveis e, também,

pelas Recomendações Técnicas de Habitação Social (RTHS) – que se aplicam

especificamente a este tipo de promoção de habitação, como aliás referido na Portaria

nº828/88 de 29 de Dezembro: “O projecto e a qualidade construtiva das HCC deverão ter como

referência as RTHS, publicadas em anexo ao Despacho nº41/MES/85 de 5 de Fevereiro”,

podendo mesmo existir, para este tipo de habitação, exigências diferentes às preconizadas no

RGEU.

A autorização para o início de qualquer processo de edificação carece de licenciamento pelas

Câmaras Municipais, devendo ser cumpridas os requisitos estabelecidos pelo RJUE.

                                                            17 Decreto-Lei nº555/99 de 16 de Dezembro. 18 O DL 555/99 sofreu a sua sexta alteração na sequência da recente aprovação da Lei nº60/2007 de 4 de Setembro. 19 Que recentemente alterou a sua designação para Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU).

Page 31: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

19  

Para a obtenção da licença de construção, o projecto de arquitectura deverá ser apreciado,

pela Câmara Municipal, incidindo essa apreciação “sobre a sua conformidade com planos

municipais de ordenamento no território, planos especiais de ordenamento do território,

medidas preventivas, área de desenvolvimento urbano prioritário, área de construção

prioritária, servidões administrativas, restrições de utilidade pública e quaisquer outras normas

legais e regulamentares relativas ao aspecto exterior e a inserção urbana e paisagística das

edificações, bem como sobre o uso proposto”20.

Os projectos das especialidades necessários à execução da obra (determinados pelos serviços

municipais de acordo com a natureza da obra) deverão ser entregues nos serviços municipais

no prazo de 6 meses a contar da notificação do acto que aprovou o projecto de arquitectura,

havendo lugar a consulta às entidades que devam emitir parecer, autorização ou aprovação

sobre os projectos das especialidades21. De realçar ainda que para os projectos das

especialidades, a legislação estabelece que estes “constituem garantia bastante do

cumprimento das normas legais e regulamentares aplicáveis aos projectos, excluindo a sua

apreciação prévia pelos serviços municipais”.

Para a obtenção da Licença de Utilização22, esta deverá ser solicitada á Câmara Municipal

através de requerimento, “instruído com termo de responsabilidade subscrito pelo responsável

pela direcção técnica da obra, na qual aquele deve declarar que a obra foi executada de

acordo com o projecto aprovado e com as condições da licença e ou autorização e, se for caso

disso, se as alterações efectuadas ao projecto estão em conformidade com as normas legais e

regulamentares que lhe são aplicáveis”. Para a obtenção da referida licença poderá ainda

existir uma vistoria ao edifício23.

Outra ferramenta legal importante, nomeadamente para a defesa dos interesses dos

consumidores, é a Ficha Técnica da Habitação24. Trata-se de um documento descritivo, no

qual constam as principais características, quer funcionais, quer técnicas, de um prédio urbano

construído para fins habitacionais25, cuja elaboração é obrigatória por parte do promotor.

 

Relativamente aos produtos de construção, o Decreto-Lei nº 113/93 transpôs para nível

nacional, a Directiva dos Produtos de Construção26 (DPC). Esta visa a aproximação das

disposições legislativas, regulamentares e administrativas dos Estados-membros no que                                                             20 Art. 20º, nº1, do DL 555/99 de 16 de Dezembro 21 De acordo com o nº7 do art.20º do DL 555/99 de 16 de Dezembro 22 Destina-se a verificar a conformidade da obra concluída com o projecto aprovado com as condições do licenciamento ou autorização. 23 De acordo com o art. 64º e 65º do DL 555/99 de 16 de Dezembro. 24 Criada através do Decreto-Lei n.º 68/2004, de 25 de Março de 2004, sendo o seu modelo (ver ANEXO 2) aprovado pela Portaria nº 817/2004 de 16 de Julho. 25 Ver art. 7º do DL 68/2004 de 25 de Março. 26 Directiva 89/106/CEE de 21 de Dezembro de 1988. Esta directiva foi transposta para a ordem jurídica portuguesa através de dois diplomas: o Decreto-Lei nº 113/93, de 10 de Abril, e a Portaria nº 566/93, de 2 de Junho, do Ministério da Indústria e Energia. Em Janeiro de 2007, o Decreto-Lei nº 113/93 foi alterado pelo Decreto-Lei nº 4/2007, de 8 de Janeiro, o qual, pelo seu Anexo V, procedeu à republicação do Decreto-Lei nº 113/93 incorporando as diversas alterações, bem como a Portaria nº 566/93 (LNEC 2007).

Page 32: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

20  

respeita aos produtos de construção (LNEC 2007), e tem por objectivo eliminar as barreiras

técnicas que se opõem à livre circulação dos produtos a utilizar nas obras de construção27

(José V. Paiva 2003).

A directiva rege-se pelos seguintes principais objectivos (José V. Paiva 2003):

⎯ Os produtos de construção com utilização prevista em obras sujeitas a

regulamentação, para serem colocados no mercado, devem ser aptos ao uso a que se

destinam, devendo por isso apresentar características tais que as obras onde venham

a ser incorporados satisfaçam as exigências essenciais pertinentes se forem

convenientemente concebidas e realizadas;

⎯ Cada Estado-membro deve assegurar que apenas os produtos aptos ao uso sejam

colocados no mercado;

⎯ A marcação CE evidencia a conformidade dos produtos com as especificações

técnicas aplicáveis, comprovada através de procedimentos adequados. Assim, os

produtos que a tenham aposto presumem-se em conformidade com as disposições da

DPC e aptos ao uso, sendo autorizados a circular livremente no espaço comunitário a

menos que existam suspeitas fundadas do contrário;

⎯ Cada Estado-membro tem de estabelecer o modo como devem ser cumpridas as

disposições da DPC no seu território;

⎯ Quando um Estado-membro tomar medidas contra o uso indevido da marcação CE

num produto que não satisfaça as respectivas disposições, proibindo a aposição dessa

marcação e retirando esses produtos do mercado se necessário, deve notificar a

Comissão Europeia desse facto, bem como das razões que a ele conduziram.

A DPC prevê um conjunto de instrumentos para a sua implementação, dos quais se destacam:

⎯ As especificações técnicas harmonizadas: Normas Europeias harmonizadas ou

Aprovações Técnicas Europeias;

⎯ Os organismos notificados e os organismos de Aprovação;

⎯ Os sistemas de avaliação da conformidade;

⎯ A marcação CE nos produtos.

São de referir algumas especificidades que distinguem a DPC de outras Directivas (LNEC

2007):

⎯ Cobre um universo muito maior e mais complexo de produtos (abrange produtos de

construção desde os materiais básicos a kits bastante complexos);

⎯ Define as exigências essenciais das obras e não dos produtos de construção;

                                                            27 Alguns dos artigos da DPC, foram modificados pela Directiva do Conselho 93/68/CEE, de 22 de Julho de 1993. Esta directiva foi transposta em Portugal pelo Decreto-Lei nº 139/95, de 14 de Junho, que por sua vez foi posteriormente alterado pelo Decreto-Lei n.º 374/98, de 24 de Novembro (LNEC 2007).

Page 33: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Page 36: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

24  

As inspecções das instalações de gás devem ser realizadas por entidades inspectoras29

reconhecidas para o efeito pela Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG), solicitadas

pelos proprietários ou utentes30.

O exercício da actividade de instalação e montagem de redes de gás pelos diversos grupos

profissionais (Projectista, Técnico de Gás, Instalador de Redes de Gás, Mecânico de Aparelhos

de Gás e Soldador) é condicionado à posse da respectiva licença31.

Para que seja efectuado o fornecimento de gás num edifício, por uma entidade distribuidora, é

responsabilidade do promotor a entrega, à mesma, do certificado de inspecção emitido pela

entidade inspectora.

O certificado de inspecção emitido atesta que, no local de consumo, a instalação de gás

(tubagem, acessórios e restante equipamento até aos aparelhos de queima) verifica as

disposições regulamentares32.

As inspecções podem ser realizadas por uma entidade certificadora que acompanha a

empresa que efectua a montagem dos contadores de consumo ou por uma entidade inspectora

escolhida pelo cliente, desde que credenciada pela DGEG.

As inspecções apenas se podem realizar quando (Portgás 2007):

⎯ Tenha sido requisitado e ligado o contador de electricidade e água;

⎯ Existindo exaustor montado na cozinha, este esteja em perfeitas condições de

funcionamento.

Existe ainda a obrigatoriedade legal33 de realização de inspecções periódicas às instalações de

gás, sendo as mesmas da responsabilidade do proprietário ou utente do imóvel (ver quadro 7).

As referidas inspecções só podem ser efectuadas por entidades credenciadas e reconhecidas

pela DGEG e devem terminar na emissão de um certificado de inspecção (ver ANEXO 4 e 5)

e/ou conformidade que tem que ser entregue à entidade distribuidora.

De realçar ainda que as entidades inspectoras de redes e ramais de distribuição e instalações

de gás, sendo organismos de inspecção acreditados segundo a norma ISO/IEC 17020, estão

sujeitos a auditorias periódicas realizadas pelo Instituto Português de Acreditação (IPAC)

(DGEG 2007).

                                                            29 A listagem das entidades inspectoras pode ser consultada em (DGEG 2007). 30 De acordo com o art. 4º do Decreto-Lei nº521/99 de 10 de Dezembro. 31 De acordo com o art. 7º do Decreto-Lei 263/89 de 17 de Junho (Portgás 2007). 32 Decreto-Lei nº 521/99 de 10 de Dezembro e Portaria nº 362/2000 de 20 de Junho. 33 Ver Portaria n.º 362/2000.

Page 37: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Page 39: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

27  

situação de grave risco” (DL 320 2002) para o seu funcionamento, informando o proprietário e

a respectiva Câmara Municipal.

Qualquer proprietário de uma instalação é obrigado a estabelecer um contrato de manutenção

com uma EMA. Estes contratos podem ser de:

⎯ Manutenção simples: destinado a manter a instalação em boas condições de

segurança e funcionamento, sem incluir substituição ou reparação de componentes;

⎯ Manutenção completa: destinado a manter a instalação em boas condições de

segurança e funcionamento, incluindo a substituição ou reparação de componentes,

sempre que se justificar.

É obrigatória na cabine do ascensor, a afixação de forma visível e legível da:

⎯ Identificação da EMA;

⎯ Respectivos contactos;

⎯ Tipo de contrato de manutenção celebrado.

Só podem exercer a actividade de manutenção as entidades inscritas na DGEG36

As Câmaras Municipais37 têm a competência para o licenciamento e fiscalização das

instalações. Assim, estas passaram a possuir as seguintes competências:

⎯ Efectuar inspecções periódicas e reinspecções às instalações;

⎯ Efectuar inspecções extraordinárias, sempre que o considerem necessário, ou a

pedido, fundamentado, dos interessados;

⎯ Realizar inquéritos a acidentes decorrentes da utilização ou das operações de

manutenção das instalações.

A figura 13 ilustra os aspectos que devem ser verificados para que esteja garantida a

segurança no ascensor.

Os utilizadores poderão sempre comunicar à Câmara Municipal o “deficiente funcionamento

das instalações, ou a sua manifesta falta de segurança”, podendo a mesma “determinar a

realização de uma inspecção extraordinária” (DL 320 2002).

                                                            36 As entidades podem ser consultadas em (DGEG 2007). 37 Através do Decreto-Lei nº320/2002.

Page 40: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Page 41: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

29  

Quadro 8 - Periodicidade das inspecções

Ascensores: quando situados em edifícios comerciais ou de prestação de serviços, abertos ao público;

2 ANOS

Ascensores: quando situados em edifícios mistos, de habitação e comerciais ou de prestação de serviços;

4 ANOS

Ascensores: quando situados em edifícios habitacionais com mais de 32 fogos ou mais de oito pisos

4 ANOS

Ascensores: quando situados em edifícios habitacionais não incluídos no número anterior;

6 ANOS

Ascensores: quando situados em estabelecimentos industriais;

6 ANOS

Ascensores: nos casos não previstos nos números anteriores

6 ANOS

Escadas mecânicas e tapetes rolantes

2 ANOS

Monta-cargas

6 ANOS

Entre vários aspectos, foram inspeccionados a casa das máquinas, cabina e acesso à mesma,

portas do patamar, caixa de elevador e poço, instalação eléctrica, dispositivos de

encravamento e travagem, elementos de suspensão, limitador de velocidade e amortecedores.

Consideraram-se neste estudo três tipos de defeitos: defeitos críticos, defeitos maiores e

defeitos menores. Os primeiros comprometem de forma directa a segurança dos utilizadores e

suficiente para selar o elevador, os segundos que, de forma indirecta, podem afectar a

segurança dos utilizadores e/ou de quem faz a manutenção do elevador. Os defeitos menores

são todos os aspectos que, embora não comprometam a segurança dos utilizadores e do

pessoal técnico, não respeitam o definido na lei e as normas em vigor.

Page 42: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

30  

O estudo revela que o defeito crítico mais encontrado, presente em nove elevadores, é a falta

de interruptores diferenciais automáticos40.

Em relação aos defeitos maiores, todos os 48 elevadores inspeccionados possuíam, pelo

menos, um defeito deste tipo (ver figura 14). O defeito mais encontrado (22 casos) foi a falta de

um sistema de comunicação no elevador. Segundo o estudo, em 17 locais, não foi encontrado

o certificado de inspecção periódica (obrigatório).

O defeito menor mais frequente (33 locais), consiste na inexistência do gancho, no tecto da

casa das máquinas, que ajuda a manipular equipamento em caso de necessidade.

 

Figura 14 - Defeitos nos ascensores inspeccionados em Lisboa e Porto  

 

2.2.1.3. Sistemas de segurança contra incêndios em edifícios

 

O Decreto-Lei41 que estabelece o Novo Regulamento de Segurança Contra Incêndio em

Edifícios (RSCIE), regula as medidas de segurança contra incêndio em edifícios, englobando o

conteúdo das Decisões da Comissão das Comunidades Europeias42, relativas à classificação

da reacção ao fogo de produtos de construção e as respeitantes ao sistema de classificação da

resistência ao fogo43 (RG-SCIE 2007).

                                                            40 Mecanismo que desliga a electricidade quando há fuga de corrente nalgum ponto do elevador. 41 Aprovado em Conselho de Ministros a 25 de Janeiro de 2007. 42 2000/147/CE e 2003/632/CE. 43 2000/376/CE e 2003/629/CE.

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Page 43: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

31  

O novo regulamento e respectivos anexos, estabelecem as condições de segurança contra

risco de incêndio a aplicar a todas as utilizações de edifícios (construção nova ou reconstrução)

de edifícios bem como de recintos itinerantes ou ao ar livre.

Excepcionalmente podem ser dispensados do cumprimento das disposições do regulamento os

edifícios e recintos que sejam comprovadamente desadequadas face à dimensão e às

características de funcionamento e exploração das suas utilizações-tipo, desde que sejam

apresentadas soluções de segurança contra incêndio que, cumulativamente (RG-SCIE 2007):

⎯ Sejam devidamente fundamentadas pelo projectista, com base em análises de risco,

associadas a práticas já experimentadas, métodos de ensaio ou modelos de cálculo;

⎯ Sejam baseadas em tecnologias inovadoras no âmbito das disposições construtivas ou

dos sistemas e equipamentos de segurança;

⎯ Sejam explicitamente referidas como não conformidades no termo de responsabilidade

do autor do projecto.

A responsabilidade e dever da aplicação das disposições regulamentares de segurança contra

incêndios em edifícios cabem:

a) Ao dono da obra;

b) Aos técnicos autores dos projectos de edifícios e recintos, na fase de concepção e

assistência técnica às respectivas obras;

c) Ao empreiteiro geral da obra, no caso de edifícios e recintos em fase de construção;

d) Ao responsável pela segurança contra incêndio (RS) em edifícios e recintos em fase de

utilização ou exploração.

e) Às câmaras municipais e à Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC).

De referir que no processo de obtenção de uma licença de construção, esta apenas será

concedida ao dono-de-obra após aprovação do projecto de arquitectura pelos serviços

municipais, mediante análise e parecer favorável dos serviços de bombeiros44.

Posteriormente, e para a obtenção da licença de utilização, é necessária a realização de uma

vistoria45 pelos serviços de bombeiros (acompanhados pelo técnico responsável da obra) para

que sejam verificadas todas as disposições em projecto. Caso o parecer seja positivo, devem

os serviços de bombeiros registar o parecer favorável no Livro-de-obra46, devidamente

encerrado pelo técnico responsável.

                                                            44 De acordo com o Artigo 8º, nº2 a) e b), do novo Regulamento Geral de Segurança Contra Incêndio em Edifícios. 45 De acordo com o Artigo 8º, nº2 c), do novo Regulamento Geral de Segurança Contra Incêndio em Edifícios e Artigo 10º, nº2 do mesmo documento regulamentar. 46 Ver Artigo 97º do Decreto-Lei nº 555/99 de 16 de Dezembro.

Page 44: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Page 45: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

33  

3. Planta de implantação à escala 1:200 ou 1:500, evidenciando a acessibilidade

para veículos de socorro dos bombeiros, a disponibilidade de hidrantes

exteriores e o posicionamento relativo aos edifícios ou recintos vizinhos;

4. Cortes e alçados, à escala 1:100 ou 1:200, evidenciando a envolvente até 5m;

5. Plantas de todos os pisos, à escala 1:100 ou 1:200, representando as

características de resistência ao fogo que devem possuir os elementos de

construção, as vias de evacuação e saídas e todos os dispositivos,

equipamentos e sistemas de segurança contra incêndio previstos para esses

espaços.

c) Para as utilizações-tipo da 3ª categoria de risco devem ser enviadas para parecer da

ANPC, ou da entidade em que esta tenha delegado competências, três cópias de um

estudo ou projecto de segurança, contendo uma memória descritiva e justificativa,

acompanhado das peças desenhadas mencionadas na alínea b).

d) À documentação referida nas alíneas anteriores deve ser sempre adicionado o termo

de responsabilidade do autor do projecto;

A ocupação e a entrada em funcionamento dos edifícios e recintos, ou de suas partes, deve ser

precedida de vistoria a realizar pela entidade fiscalizadora, para verificação da adequação das

medidas construtivas e da operacionalidade dos sistemas e equipamentos afectos à segurança

contra incêndio, conforme os respectivos projectos aprovados47.

Em anexo apresenta-se o actual quadro regulamentar (ainda em vigor) relativo à SCIE em

Portugal (ver ANEXO 7).

 

2.2.1.4. Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE)

 

Os Decretos-Lei nº 78, 79 e 80 de 2006 transpõem para nível nacional a Directiva nº

2002/91/CE48, relativa ao desempenho energético dos edifícios, visa promover a melhoria do

desempenho energético e das condições de conforto dos edifícios.

Esta iniciativa comunitária tem como objectivos, entre outros, estabelecer uma metodologia de

cálculo do desempenho energético integrado dos edifícios, a aplicação de requisitos mínimos

                                                            47 De acordo com o Artigo 10º do RSCIE. 48 A Directiva nº 2002/91/CE foi transposta em 2006 para o nível nacional através de três Decretos-Lei: o Decreto-Lei n.º 78/2006 de 4 de Abril, Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios (SCE), o Decreto-Lei n.º 79/2006 de 4 Abril, Regulamento dos Sistemas Energéticos e de Climatização dos Edifícios (RSECE) e o Decreto-Lei n.º 80/2006 de 4 Abril, Regulamento das Características de Comportamento Térmico dos Edifícios (RCCTE), que indica as regras a observar no projecto de todos os edifícios de habitação e dos edifícios de serviços sem sistemas de climatização centralizados. 

Page 46: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Page 47: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

35  

A entidade gestora do sistema de certificação energética é a Agência para a Energia (ADENE).

O processo de certificação energética, propriamente dito, é conduzido por peritos qualificados

que constam de uma bolsa, criada pela ADENE, e permanentemente acessível a partir do sítio

da Internet deste organismo. A fiscalização da actividade dos peritos no SCE compete à

ADENE, sendo competentes para o sancionamento das condutas violadoras do mesmo a

DGEG e a Inspecção-Geral do Ambiente e do Ordenamento do Território (IGAOT) (SCE 2007).

São várias as entidades intervenientes no SCE, cada uma com competências específicas e das

quais se destacam:

⎯ Entidades supervisoras: Direcção Geral de Energia e Geologia (DGEG), para as

áreas de Certificação e Eficiência Energética e a Agência Portuguesa do Ambiente

(APA), para a área da Qualidade do Ar Interior;

⎯ Entidade gestora: Agência para a Energia (ADENE);

⎯ Peritos Qualificados (PQ): individualmente responsáveis pela condução do processo

de certificação dos edifícios, sendo os agentes que, no terreno, asseguram a

operacionalidade do SCE;

⎯ Entidades responsáveis pelo reconhecimento profissional de PQ’s: Ordem dos

Arquitectos (OA), Ordem dos Engenheiros (OE) e a Associação Nacional de

Engenheiros Técnicos (ANET);

⎯ Promotores ou Proprietários de edifícios ou equipamentos: Responsáveis pelo

cumprimento de todas as obrigações decorrentes do SCE, RCCTE e RSECE

⎯ Entidades competentes para contra-ordenações: DGEG (Direcção Geral de Energia

e Geologia) na área da Certificação Energética e a IGAOT (Inspecção-Geral do

Ambiente e do Ordenamento do Território) na área da Qualidade do Ar Interior;

⎯ Entidades fiscalizadoras: ADENE ou entidades mandatadas para auditar o trabalho

dos PQ’s;

⎯ Comissão responsável pelo reconhecimento dos técnicos de instalação e

manutenção de sistemas de climatização e de QAI e técnicos responsáveis pelo

funcionamento de sistemas energéticos: Comissão tripartida, no âmbito de um

protocolo assinado pelas entidades que a compõem, DGEG, APA, Associação

Portuguesa da Industria de Refrigeração e Ar Condicionado (APIRAC), Associação

Portuguesa dos Engenheiros de Frio Industrial e Ar Condicionado (EFRIARC) e o

Centro de Formação Profissional para a Indústria Térmica e Energia (APIEF).

Na figura 16 podemos observar as relações hierárquicas entre as várias entidades

intervenientes no SCE.

Page 48: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

 

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Page 51: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

39  

O Manual ITED53 estabelece as prescrições técnicas da instalação e as especificações

técnicas de equipamentos e materiais. A avaliação da conformidade da infra-estrutura é

efectuada por entidades certificadoras ou instaladoras-certificadoras54.

Existem três procedimentos para a avaliação das infra-estruturas de telecomunicações

definidos pela Autoridade Nacional das Telecomunicações (ANACOM) (ANACOM-ITED 2007):

Procedimento 1 – Realizado após a conclusão das infra-estruturas de

telecomunicações e realizada por uma entidade certificadora, quando contactada pelo

instalador ou dono de obra. Neste procedimento é efectuada uma caracterização da

actividade de certificação através da inspecção visual das infra-estruturas, realização

de ensaios e análise dos ensaios de funcionalidade das instalações realizados pelo

instalador, avaliação da conformidade com o projecto inicial, avaliação da

conformidade com o manual ITED e pela emissão do relatório de inspecção e

consequente decisão; Procedimento 2 – Certificação da instalação, com acompanhamento da instalação das

infra-estruturas. Realizado por uma entidade certificadora, em regime de auto

certificação55; Procedimento 3 – Destina-se aos instaladores ITED durante a fase de execução das

instalações, os quais devem assegurar e garantir a conformidade das instalações com

os requisitos técnicos aplicáveis.

Consoante o procedimento estes podem ser realizados por diferentes entidades, como

disposto no quadro 10.

Quadro 10 - Procedimentos de avaliação ITED Fonte (ANACOM-ITED 2007)  

Entidade

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Procedimento 1 Procedimento 2 Procedimento 3

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realizadas por um projectista inscrito56 na ANACOM.

                                                            53 Publicado pela Autoridade Nacional das Telecomunicações (ANACOM). 54 Estas entidades têm de estar registadas na ANACOM. As entidades registadas podem ser consultadas em (ANACOM-ITED 2007). 55 De acordo com o nº2 do art. 22º do Decreto-Lei nº59/2000. 56 Os técnicos inscritos podem ser consultados em (ANACOM-ITED 2007).

Page 52: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

40  

Caso as instalações se apresentem em conformidade é emitido o certificado de conformidade57

(ver ANEXO 9).

O processo de certificação das infra-estruturas de telecomunicações encontra-se sistematizado

na figura 19.

 

Figura 19 – Processo de certificação de infra-estruturas de telecomunicações. Adaptado de (ITED 2007)

2.2.2.2. Instalações eléctricas em edifícios  

As normas que devem ser seguidas para o licenciamento das instalações eléctricas destinadas

à produção, transporte, transformação, distribuição ou utilização de energia eléctrica estão

definidas no Regulamento de Licenças para Instalações Eléctricas (RLIE)58. Este regulamento,

alvo de sucessivas alterações, impôs a vistoria prévia da instalação e a possibilidade de

delegação das vistorias em associações profissionais59.

Estas associações60 passam a possuir a competência para a aprovação de projectos e

fiscalização das instalações eléctricas. Os distribuidores apenas podem fornecer energia

eléctrica às instalações dos consumidores que apresentem um certificado de exploração

emitido por uma associação inspectora.

                                                            57 De acordo com o nº 2, do art. 27º do Decreto-Lei n.º 59/2000. 58 Aprovado pelo Decreto-Lei nº 26852 de 30 de Julho de 1936. 59 Na sua alteração pelo Decreto-Lei nº 446/76 de 5 Junho. Este documento foi alvo de recente alteração pelo Decreto-Lei nº 101/2007 de 2 de Abril. 60 Cujas normas de fornecimento são definidas pelo Decreto-Lei nº 272/92 de 3 de Dezembro.

Page 53: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

41  

A CERTIEL – Associação Certificadora de Instalações Eléctricas é actualmente reconhecida

como a Associação Nacional inspectora de instalações eléctricas61

Genericamente são competências da CERTIEL (Certiel 2007):

⎯ Receber, analisar e aprovar projectos de instalações eléctricas;

⎯ Elaborar procedimentos e critérios técnicos uniformes para a realização de inspecções;

⎯ Realizar, por amostragem, inspecções a instalações eléctricas concluídas;

⎯ Certificar instalações eléctricas, emitindo os respectivos certificados de exploração.

A certificação de instalações eléctricas é realizada após um pedido de certificado enviado por

profissionais, habilitados para o efeito através de inscrição como técnicos responsáveis na

Direcção Geral de Energia e Geologia ou Direcções Regionais do Ministério da Economia e da

Inovação (Certiel 2007).

As inspecções são realizadas por um processo de amostragem e têm como objectivo

assegurar o cumprimento da regulamentação técnica aplicável às instalações eléctricas de

edifícios (Certiel 2007).

Para iniciar o processo de certificação de uma instalação eléctrica, são requisitos fundamentais

que o técnico responsável assegure que (Certiel 2007):

⎯ Existe viabilidade de fornecimento de energia por parte do distribuidor público;

⎯ A instalação se encontra concluída e conforme a legislação aplicável.

Após o pedido de certificação este é sujeito a um processo de amostragem (Certiel 2007).

Caso o processo não seja seleccionado para inspecção a CERTIEL emite e procede ao envio

do Certificado de Exploração Eléctrica ao técnico responsável. Na figura 20, encontra-se

sistematizado o processo de certificação de instalações eléctricas.

Caso seja necessária a realização de inspecção é da responsabilidade da CERTIEL aprovar

(ou não) o pedido de certificação efectuado de acordo com o relatório da Entidade Regional

Inspectora de Instalações Eléctricas. Da análise deste relatório cabe à CERTIEL tomar uma

das seguintes decisões (Certiel 2007):

⎯ Instalação Certificada – A instalação não apresenta qualquer não conformidade e a

CERTIEL emite o (s) Certificado (s) de Exploração definitivo (s) que são enviados ao

técnico responsável pela execução;

⎯ Pendente de Certificação – A Certiel entende que, não sendo suficientemente graves

as não conformidades detectadas numa inspecção, é suficiente para que seja emitido o

Certificado de Exploração definitivo, que o técnico responsável assuma formalmente

através de uma declaração que estas foram corrigidas.

                                                            61 Pela Portaria 1055/98 de 28 de Dezembro.

Page 54: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Page 55: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

43  

2.2.2.3. Rede predial de distribuição de água  

As instalações de águas são uma das principais origens de problemas em edifícios em

Portugal. Embora seja difícil definir com rigor a percentagem das deficiências e anomalias nos

edifícios que deva ser atribuída a erros e defeitos na concepção e/ou na construção das

instalações de água e esgotos, existe a noção de que a distribuição de água e drenagem de

esgotos domésticos e pluviais estão na base de mais de 90% dos problemas detectados em

edifícios (Rodrigues e Silva-Afonso 2007).

A título de exemplo descreve-se o processo necessário á obtenção de um contrato de

fornecimento de água em Lisboa, cuja entidade gestora é a EPAL – Empresa Portuguesa das

Águas Livres, SA, sendo que a metodologias e procedimentos poderão variar localmente

consoantes as entidades responsáveis pela distribuição de água.

Os trabalhos necessários à ligação de um edifício á rede pública de abastecimento de água

são obrigatoriamente fiscalizados pela entidade gestora da distribuição no local da implantação

do edifício. A rede predial é também vistoriada pela mesma entidade após a sua instalação.

Na figura 22, estão assinaladas as responsabilidades dos vários intervenientes no processo de

abastecimento de água.

As fiscalizações62 apenas são realizadas, após o respectivo pedido à entidade distribuidora,

referindo-se que cada processo de abastecimento, necessita de, pelo menos, duas

fiscalizações:

a) A primeira fiscalização é efectuada com os roços abertos e com a canalização à

vista;

b) A segunda fiscalização é efectuada com a rede concluída e todos os dispositivos

colocados e respectivos aparelhos, a qual corresponde à fiscalização final, se a rede

predial estiver em conformidade.

                                                            62 Refira-se que segundo o art. 310º do Decreto-Lei 23/95 de 23 de Agosto, sempre que julgue necessário a entidade gestora procede a acções de inspecção das obras dos sistemas prediais que, para além da verificação do correcto cumprimento do projecto, incidem sobre os materiais utilizados na execução das instalações e comportamento hidráulico do sistema.

Page 56: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

45  

Este cenário levou á recente criação em Portugal da Associação Nacional para a Qualidade

nas Instalações Prediais (ANQIP) cujos objectivo essenciais são a promoção e a garantia da

qualidade em instalações prediais.

A ANQIP pretende implementar futuramente sistemas particulares de certificação de

instalações. Numa primeira fase a ANQIP prevê a criação de um modelo de certificação de

projectos e posteriormente a criação de um modelo de certificação das instalações. O primeiro

modelo visa essencialmente garantir desde a fase de concepção e dimensionamento das

instalações o seu bom desempenho. O segundo modelo de certificação terá como objectivo a

defesa do comprador, sendo igualmente prestigiante para o construtor, podendo constituir um

factor de promoção das suas vendas. É intenção da ANQIP articular esta certificação com os

valores dos prémios do seguro da habitação (Rodrigues e Silva-Afonso 2007).

2.2.2.4. Fiscalização – Iniciativas / Regulamentos das Autarquias Locais

 

O pacote legislativo actualmente em vigor prevê a protecção ao consumidor (comprador da

habitação), através de mecanismos tais como uma garantia de 5 anos aos imóveis destinados

a longa duração (o que inclui todos os destinados a habitação), a contar da entrega,

abrangendo não só vícios estruturais que ponham em causa a solidez e segurança da

construção, como também outros defeitos que se vierem a manifestar63. No entanto, a

protecção legal do consumidor revela-se um processo muitas vezes difícil, tendo em conta a

multiplicidade de intervenientes no processo construtivo, os quais, muitas vezes, se tentam

desresponsabilizar das anomalias que se vierem a manifestar.

No processo de edificação, que abrange todas as fases desde a concepção e planeamento até

à utilização, identifica-se, entre outras, a fase de construção cujo sucesso é manifestamente

decisivo para a qualidade final do edifício. A “fiscalização da obra” desenvolve nesta etapa um

papel fulcral para a garantia da qualidade da construção, sendo que os seus procedimentos e

formas de actuação, variam consoante o tipo de obra a fiscalizar.

Levanta-se assim a questão da existência, ou não, de fiscalização adequada dos trabalhos e

que evitem situações desagradáveis para o consumidor. Neste campo o papel das Autarquias

revela-se como extraordinariamente importante, não só pelas competências que possuem no

licenciamento de obras, como no papel fiscalizador que deveriam desempenhar.

 

 

                                                            63 Artigo 1225º do Código Civil.

Page 58: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

46  

O Exemplo da Câmara Municipal do Barreiro: Regulamento Municipal de Fiscalização de Operações de Urbanização e de Edificação do Concelho do Barreiro (RMFOUE)

Com a publicação do RMFOUE foi criado um conjunto de normas que, impondo obrigações aos

técnicos que dirigem obras no concelho do Barreiro e aos donos das mesmas, tem por

objectivo final assegurar a boa execução da lei geral (RMFOUE 2004).

O RMFOUE estabelece as normas a que deve obedecer a actividade de fiscalização de obras

de edificação, urbanização e demolição, independentemente da sua sujeição a prévio

licenciamento ou autorização no Concelho do Barreiro (RMFOUE 2004).

São actos sujeitos a fiscalização, nomeadamente ao nível da verificação do cumprimento dos

projectos:

⎯ Implantação do edifício, alinhamento e cota de soleira;

⎯ Fundações;

⎯ Lajes;

⎯ Canalizações interiores de água e saneamento;

⎯ Cobertura;

⎯ Isolamentos.

Todos os actos de inspecção são objecto de registo nos respectivos processos, folha de visita

e livro de obra.

No âmbito do RMFOUE, sempre que as obras necessitam de licença ou autorização

administrativas, o serviço de fiscalização de obras procederá a vistoria nas seguintes fases:

⎯ Com o alinhamento e cota de soleira;

⎯ Antes da betonagem das fundações;

⎯ Antes da betonagem das lajes;

⎯ Na data da conclusão da estrutura do edifício;

⎯ Antes do tapamento das redes de água e saneamento;

⎯ Antes da conclusão e fecho das paredes exteriores, para verificação do isolamento

térmico.

O RMFOUE, define ainda as licenças e autorizações de utilização, sendo que a primeira se

destina a comprovar a conformidade do uso previsto com as normas legais e regulamentares

que lhe são aplicáveis e a idoneidade do edifício ou sua fracção autónoma para o fim

pretendido, enquanto a segunda visa a verificação da conformidade da obra concluída com o

Page 59: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

47  

projecto aprovado e com as condições do licenciamento ou autorização, ou em casos em que

não há lugar à realização de obras, a verificação da existência dos mesmos condicionalismos

do que a licença de utilização.

Nos casos de as obras ruírem ou ameaçarem ruína no prazo de cinco anos a partir da data

efectiva da sua conclusão, como resultado de erros ou defeitos de construção devidamente

comprovados, o RMFOUE estipula que o serviço de fiscalização deverá elaborar informação

detalhada destinada à responsabilização dos construtores e dos técnicos encarregues da

direcção técnica das obras.

É ainda competência da fiscalização a verificação regular do livro de obra, de forma a averiguar

da situação pontual do desenvolvimento dos trabalhos e para ter conhecimento de todos os

factos que ocorram e sejam detectados, que contrariem, de alguma forma, o projecto aprovado.

2.2.3. Edifícios residenciais usados  

2.2.3.1. Método de avaliação do estado da conservação de edifícios

 

No quadro do novo Regime de Arrendamento Urbano64, foi concebido o Método de Avaliação

do Estado da Conservação de Edifícios (MAEC).

Este método, elaborado pelo LNEC, tem como objectivo classificar com rigor, objectividade e

transparência o estado de conservação de locados, habitacionais e não-habitacionais, em

cinco níveis (excelente, bom, médio, mau e péssimo) (Pedro e Paiva 2006).

 

O estado de conservação de um edifício é avaliado relativamente às condições que o edifício

proporcionava aquando da sua construção ou quando sofreu a última intervenção profunda. No

MAEC não é avaliado o nível de qualidade proporcionado pelo edifício face às actuais

exigências (ex., segurança estrutural face a acção de um sismo, isolamento térmico

proporcionado pela envolvente, etc.) (Ministério das Obras Públicas 2006).

No âmbito do MAEC foi criada uma ficha de avaliação cujo objectivo é avaliar o estado de

conservação de um ou mais espaços funcionalmente distintos, delimitados entre si por paredes                                                             64 O Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU) foi criado pela Lei nº 6/2006, de 27 de Fevereiro, como parte de uma reforma empreendida neste sector, tendo por base os seguintes princípios fundamentais: a prioridade à requalificação urbana e a agilização dos mecanismos processuais para exercício de direitos por proprietários e por inquilinos (Portal Habitação 2005).

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

48  

separadoras e que contenham os equipamentos e instalações necessários a uma determinada

função.

Esta ficha pode aplicar-se, essencialmente, a quatro tipos de locados (Ministério das Obras

Públicas 2006):

 

⎯ De uso habitacional com ocupação da totalidade do prédio (ex. moradia);

⎯ De uso habitacional que ocupa apenas uma parte do prédio, beneficiando usualmente

do uso de partes comuns (ex. apartamento em edifício multifamiliar);

⎯ De uso não-habitacional com ocupação da totalidade do prédio (ex. um armazém);

⎯ De uso não-habitacional, ocupando apenas uma parte do prédio, beneficiando ou não

do uso de partes comuns do mesmo (ex. um escritório ou uma loja comercial).

A ficha de avaliação (ver ANEXO 11) está organizada da seguinte forma:

 

Cabeçalho

A. Identificação

B. Caracterização

C. Anomalias de elementos funcionais

D. Determinação do índice de anomalias

E. Descrição dos sintomas que motivam a atribuição de níveis de anomalias

"graves" e/ou "muito graves"

F. Síntese da avaliação segundo os critérios definidos

G. Observações

H. Técnico

I. Coeficiente de conservação

A avaliação das anomalias dos elementos funcionais é realizada conjugando quatro critérios

gerais:

⎯ Consequência da anomalia na satisfação das exigências funcionais;

⎯ Tipo e extensão do trabalho necessário para a correcção da anomalia;

⎯ Relevância dos locais afectados pela anomalia;

⎯ Existência de alternativa para o espaço ou equipamento afectado.

Os dois primeiros critérios referem-se à gravidade da anomalia, sendo sintetizada a sua

aplicação aos níveis de anomalia, descritos na figura seguinte (Pedro e Paiva 2006).

 

Page 61: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

49  

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Muito Ligeiras

Ausência de anomalias ou anomalias sem significado

Ligeiras

Anomalias que prejudicam o aspecto, e que requerem trabalhos de limpeza, substituição ou reparação de fácil execução

Médias Anomalias que prejudicam o aspecto, e que requerem trabalhos de substituição ou reparação de difícil execução

Anomalias que prejudicam o uso e conforto e que requerem trabalhos de limpeza, substituição ou reparação, pontual ou ampla, de fácil execução

Graves Anomalias que prejudicam o uso e conforto e que requerem trabalhos de substituição ou reparação de difícil execução

Anomalias que colocam em risco a saúde e a segurança, podendo motivar acidentes sem grande gravidade, e que requerem trabalhos de limpeza, substituição ou reparação de fácil execução

Muito Graves

Anomalias que colocam em risco a saúde e a segurança, podendo motivar acidentes sem grande gravidade, e que requerem trabalhos de substituição ou reparação de difícil execução

Anomalias que colocam em risco a saúde e a segurança, podendo motivar acidentes graves ou muito graves

Ausência ou inoperacionalidade de infra-estrutura básica

Figura 23 – Anomalias NRAU

O terceiro e o quarto critérios referem-se aos locais afectados pela anomalia, devendo ser

aplicados mediante ponderação e consoante afectem mais a parte principal do locado (ex.

fogo) ou a sua parte secundária (ex. arrecadação). É atribuída uma pontuação, para efeito de

cálculo do índice de anomalias (IA), que varia de 5 pontos para anomalias muito ligeiras e 1

ponto para muito graves.

 

As ponderações definem a importância relativa de cada elemento funcional no cálculo do índice

de anomalias. No MAEC foi adoptada uma escala de ponderações (ver figura 24) que varia

entre 1 e 6, com o seguinte significado (Pedro e Paiva 2006):

 

⎯ Elementos funcionais muito importantes – ponderação 5 ou 6;

⎯ Elementos funcionais importantes – ponderação 3 ou 4;

⎯ Elementos funcionais pouco importantes – ponderação 1 ou 2.

 

 

 

 

Page 62: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

50  

Edifício Ponderação Locado Ponderação 1. Estrutura 6 18. Paredes exteriores 5 2. Cobertura 5 19. Paredes interiores 3 3. Elementos salientes 3 20. Revestimento de paredes

exteriores 2

21. Revestimento de paredes interiores

4

Outras partes comuns 22. Tectos 4 4. Paredes 3 23. Escadas 4 5. Revestimentos de pavimentos

2 24. Caixilharia e portas exteriores 5

6.Tectos 2 25. Caixilharia e portas interiores 3 7. Escadas 3 26. Dispositivos de protecção de

vãos 2

8. Caixilharia e portas 2 27. Dispositivos de protecção contra queda

4

9. Dispositivos de protecção contra queda

3 28. Equipamento sanitário 3

10. Instalação de distribuição de água

1 29. Equipamento de cozinha 3

11. Instalação de drenagem de águas residuais

1 30. Instalação de distribuição de água 3

12. Instalação de gás 1 31. Instalação de drenagem de águas residuais

3

13. Instalação eléctrica e de iluminação

1 32. Instalação de gás 3

14. Instalação de telecomunicação e contra intrusão

1 33. Instalação eléctrica 3

15. Instalação de ascensores 3 34. Instalação de telecomunicação e contra intrusão

1

16. Instalação de segurança contra incêndio

1 35. Instalação de ventilação 2

17. Instalação de evacuação de lixo

1 36. Instalação de climatização 2

37. Instalação de segurança contra incêndio

2

Figura 24 - Ponderações NRAU

No MAEC foram definidas ponderações com base na conjugação das propostas de cerca de

duas dezenas de técnicos do LNEC e de entidades exteriores. As ponderações totalizam 100

pontos e são apresentadas na figura anterior (Pedro e Paiva 2006).

O método permite converter o índice de anomalias (IA – expresso numa escala continua de

1,00 a 5,00) no estado de conservação (expresso numa escala nominal de péssimo a

excelente) através da seguinte fórmula e regras:

 

∑ ÇÕ∑ ÇÕ

Page 63: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

51  

1.ª Regra – O estado de conservação deve ser determinado classificando o índice de

anomalias segundo a escala seguinte:

 

Nível de anomalia

Muito Ligeiras

Ligeiras Médias Graves Muito Graves

Índice de anomalias

5,00≥IA≥4,50 4,50>IA≥3,50 3,50>IA≥2,50 2,50>IA≥1,50 1,50>IA≥1,00

Estado de conservação

Excelente Bom Médio Mau Péssimo

Nível de conservação

5 4 3 2 1

Figura 25 – Determinação do Estado de Conservação no NRAU Fonte: (Pedro e Paiva 2006)

2.ª Regra – Não devem existir elementos funcionais de ponderação três, quatro, cinco ou seis

cujo estado de conservação, determinado aplicando o respectivo nível de anomalia à escala

utilizada na 1.ª regra, seja inferior em mais de uma unidade ao estado de conservação do

locado. Caso esta condição não seja satisfeita, o estado de conservação do locado deve ser

reduzido para o nível imediatamente superior ao estado de conservação do elemento funcional

de ponderação três, quatro, cinco ou seis em pior estado.

 

3.ª Regra – Não devem existir elementos funcionais de ponderação um ou dois cujo estado de

conservação, determinado aplicando o respectivo nível de anomalia à escala utilizada na 1.ª

regra, seja inferior em mais de duas unidades ao estado de conservação do locado. Caso esta

condição não seja satisfeita, o estado de conservação do locado deve ser reduzido para o nível

superior em duas unidades ao estado de conservação do elemento funcional de ponderação

um ou dois em pior estado.

 

Este método baseia-se apenas numa análise e inspecção visual, não efectuando nenhuma

consulta de projectos, à análise do historial de obras ou à realização de ensaios ou sondagens

(Pedro e Paiva 2006). A determinação do estado de conservação de um locado pode ser

realizada por um arquitecto ou engenheiro inscrito na respectiva ordem profissional que tenha

sido credenciado para o efeito.

 

2.3. Esquemas nacionais de qualificação oficiais de aplicação voluntária

2.3.1. Edifícios residenciais novos  

 

Page 64: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

52  

2.3.1.1. Marca de Qualidade LNEC  

O Sistema Nacional da Marca de Qualidade LNEC65 (SNMQ/LNEC), de natureza facultativa

tem como objectivos a certificação de empreendimentos de construção, através da

implementação de um processo integrado de garantia da qualidade, abrangendo todos os

domínios inerentes à sua realização, tais como promoção, projecto, execução materiais e

componentes, subsistemas e equipamentos (A. Torres Mascarenhas 2004).

O SNMQ/LNEC possui uma estrutura funcional própria, que inclui a comissão da Marca

(CMQ/LNEC) e competências legais próprias de qualificação e acreditação de controlo técnico

de empreendimentos de construção, tais como os “Gestores Gerais da Qualidade de

Empreendimentos” e “entidades de controlo técnico de âmbito específico” provenientes de todo

o país e que, após qualificados pelo LNEC (entidade supervisora do processo), são incluídos

numa bolsa de entidades qualificadas, para além da competência para atribuir uma certificação

global a empreendimentos, através da Marca de Qualidade LNEC.

Os objectivos que se pretendem atingir com a concessão da marca, são:

⎯ A plena efectivação de um plano geral de garantia de qualidade, considerando o

cumprimento das disposições contratuais e legais aplicáveis, especificações técnicas e

a prática das boas regras da arte;

⎯ Níveis acrescidos de satisfação face aos requisitos legalmente exigidos;

⎯ Diminuição do risco de danos associados aos empreendimentos, principalmente os

resultantes de anomalias decorrentes do processo construtivo;

⎯ Condições favoráveis à diminuição dos prémios de seguros de construção e de

responsabilidade.

No que respeita à sua estrutura e funcionamento, o SNMQ/LNEC tem como órgãos máximos o

LNEC e a CMQ/LNEC, operando com base em três subsistemas, vocacionados para os

diferentes tipos de actividades que desenvolvem, nomeadamente:

⎯ Subsistema de Qualificação/Acreditação de Gestores Gerais da Qualidade de

empreendimentos da construção e de entidades de controlo técnico de âmbito

específico, envolvendo, especialmente, a secção de inscrição e classificação da

Comissão da Marca e os grupos relatores dos processos de qualificação;

⎯ Subsistema de certificação de empreendimentos da construção com a Marca de

Qualidade LNEC, envolvendo, em especial, os Gestores Gerais da Qualidade, as

entidades de controlo técnico de âmbito específico, os grupos auditores da marca e a

secção de gestão da Marca da Comissão;

                                                            65 Criado em 1990 através do Decreto-Lei nº 310/90, de 1 de Outubro.

Page 65: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Page 67: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

55  

2.3.1.2. Metodologia de Qualificação de Empreendimentos da Habitação – LNEC

 

A Metodologia de Qualificação de Empreendimentos de Habitação (MQEH)66 é constituída por

um conjunto de procedimentos e instrumentos que permitem qualificar os empreendimentos de

habitação, iniciando a sua intervenção na fase de projecto, com a possibilidade de esta ser

estendida à fase de construção (MQEH 2003).

Apesar de a Marca de Qualidade LNEC estabelecer uma metodologia de certificação de

empreendimentos da construção, os empreendimentos de habitação justificam a existência de

uma metodologia específica que permita uma aplicação mais simples e generalizada (MQEH

2003).

A utilização da MQEH tem carácter voluntário podendo ser aplicada a qualquer

empreendimento de construção de edifícios de habitação, independentemente da sua

localização, dimensão ou custo.

A aplicação da MQEH inclui duas fases (MQEH 2003):

⎯ A fase de projecto em que se pretende verificar a constituição do projecto com a Lista

de Verificação do Projecto67 (estabelecida pela MQEH) e qualificar a solução proposta

segundo as exigências da qualidade inseridas no Método de avaliação proposto;

⎯ A fase de construção em que se pretende contribuir para assegurar a conformidade

da solução construída com esse projecto.

Os principais procedimentos fase de projecto são os seguintes (MQEH 2003):

⎯ O processo é iniciado pelo dono da obra que, da Bolsa de QEH68, selecciona uma

empresa ou técnico habilitado a qualificar o projecto. O dono da obra e o QEH

estabelecem um contrato que define as exigências a qualificar. O dono da obra informa

a entidade gestora da MQEH que pretende submeter o empreendimento à metodologia

e quais as exigências que serão qualificadas.

⎯ É competência do projectista o preenchimento das fichas normalizadas de recolha de

informação a utilizar na qualificação do projecto. O QEH deve manter sempre a sua

independência em relação ao projecto que está em avaliação.

⎯ Concluído o projecto, o QEH procede à sua qualificação. Primeiro, são analisados os

elementos que constituem o projecto com a lista de verificação do projecto. Depois, são

                                                            66 Cuja proposta de criação surgiu no seguimento de uma solicitação do Secretário de Estado da Habitação em 2003 e por deliberação do LNEC. 67 Na Lista de Verificação do Projecto constarão os diversos aspectos considerados importantes na fase de verificação da qualidade do projecto. 68 Qualificadores de Empreendimentos de Habitação (QEH). Técnicos ou Empresas qualificados para a aplicação da metodologia, segundo regras estabelecidas pela MQEH. O conjuntos dos técnicos e/ou empresas qualificadas constitui a Bolsa de Qualificadores de Empreendimentos da Habitação.

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

56  

verificadas as fichas normalizadas de recolha de informação entregues pelo projectista.

Por último, é aplicado o método de avaliação. O resultado da qualificação é

apresentado num relatório preliminar de qualificação do projecto, que inclui:

a demonstração de que o projecto está completa e adequadamente instruído,

os perfis de qualidade por escala (vizinhança, edifício e fogo), e

a justificação dos valores de desempenho alcançados nas diversas exigências

da qualidade.

Uma cópia deste relatório é enviada ao dono de obra.

⎯ O dono da obra pode aceitar o nível de desempenho alcançado pelo projecto e, nesse

caso, é emitido um relatório final de qualificação do projecto. No entanto, o dono da

obra pode considerar que o desempenho da solução proposta no projecto não

corresponde às suas expectativas. Nesse caso, envia uma cópia do relatório preliminar

de qualificação do projecto ao projectista solicitando-lhe que proceda à reformulação

do projecto, para a sua posterior requalificação.

⎯ Uma cópia do Relatório final de qualificação do projecto é enviada à entidade gestora

da MQEH. Esta pode realizar as auditorias que considere apropriadas para verificar a

actuação do QEH. O Relatório final de qualificação do projecto refere explicitamente

que este documento não garante que a obra foi realizada de acordo com o definido no

projecto ou que os trabalhos sejam adequadamente efectuados.

Se o dono da obra pretender, poderá ser desenvolvida uma intervenção de qualificação do

empreendimento, que visa garantir a conformidade da solução construída com o projecto e a

correcta execução dos trabalhos. Para a qualificação do empreendimento na fase de

construção são adoptados os procedimentos a seguir descritos:

⎯ O QEH elabora um plano de garantia da qualidade adequado ao âmbito da qualificação

e que inclui um plano de inspecção e ensaio. No plano de garantia da qualidade são

definidos os procedimentos a adoptar no controlo da execução do empreendimento,

nomeadamente no que respeita à recepção dos materiais e produtos e às verificações

a efectuar durante e após a execução dos trabalhos.

⎯ A entidade gestora da MQEH nomeia um grupo auditor que acompanha a construção

do empreendimento.

⎯ O QEH acompanha a construção, nomeadamente as suas fases críticas, e regista em

relatórios periódicos: o andamento dos trabalhos, as principais ocorrências da

construção e as alterações ao projecto.

⎯ O grupo auditor realiza auditorias às obras para verificar a intervenção dos QEH. É

analisada a existência de não conformidades da obra com o projecto, que não estejam

documentadas nos relatórios periódicos.

⎯ Concluída a construção, o QEH qualifica de novo o empreendimento utilizando o

método de avaliação e tendo em consideração as alterações ao projecto ocorridas

durante a construção. Esta nova qualificação é apresentada num relatório de

Page 69: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

57  

qualificação do empreendimento, que deve conter os perfis de qualidade por escala

(vizinhança, edifício e fogo), e a justificação dos valores de desempenho alcançados

nas diversas exigências da qualidade.

⎯ A entidade gestora da MQEH, com base no relatório de qualificação do

empreendimento e nos seus relatórios de acompanhamento, pode emitir um

Certificado de qualificação do empreendimento.

O método de avaliação definido na MQEH é constituído pelos seguintes elementos (MQEH

2003):

⎯ Uma árvore de decisão que estrutura as exigências da qualidade incluídas no método

(ver figura 28). Para facilidade de compreensão considera-se que a árvore de decisão

deverá seguir a estrutura utilizada na organização do Programa de exigências, isto é,

por escalas e exigências da qualidade.

 

Figura 28 – Exigências da qualidade aplicáveis a empreendimentos de habitação. Fonte: (MQEH 2003)

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

58  

⎯ Um conjunto de indicadores que permite avaliar objectivamente o desempenho das

soluções para cada exigência da qualidade.

⎯ Os factores de ponderação que determinam a importância relativa de cada indicador na

avaliação da respectiva exigência da qualidade.

⎯ O método de síntese de resultados que permite agregar os valores de desempenho

dos indicadores num valor de desempenho por cada exigência, considerando os

respectivos factores de ponderação. Contudo, alguns dos indicadores incluídos no

método poderão ser eliminatórios. Isto é, se o desempenho de uma solução estiver

abaixo do desempenho permitido por um indicador de carácter eliminatório, a solução

não é aceite, mesmo que o desempenho muito positivo noutros indicadores o pudesse

compensar.

Os resultados obtidos nas avaliações são apresentados de modo a facilitar a sua interpretação

pelos diferentes intervenientes no sector habitacional. Poderão ser adoptadas as duas formas

complementares seguintes (MQEH 2003):

⎯ Perfil da qualidade – Gráfico representando no eixo das abcissas as exigências da

qualidade e no das ordenadas os respectivos valor de desempenho. A análise deste

gráfico permite, por exemplo, a um comprador apreender, de forma simples e intuitiva,

os aspectos mais fracos e os mais fortes de uma solução.

⎯ Demonstração de resultados – lista de todos os indicadores utilizados na avaliação, em

que é apresentado o respectivo valor de desempenho atingido. A análise desta lista

permite, por exemplo, a um técnico ou a um comprador entender como foi atingido o

valor de desempenho das exigências da qualidade representadas no perfil da

qualidade.

2.4. Esquemas nacionais de qualificação não-oficiais de aplicação voluntária

 

2.4.1. Edifícios residenciais novos e usados  

2.4.1.1. Diagnóstico Imobiliário, CHECKHOUSE69  

                                                            69 A Checkhouse é uma empresa portuguesa que presta serviços de diagnóstico da qualidade de imóveis. Foi constituída em Fevereiro de 2006, sendo a DDN - Gestão, coordenação e fiscalização de obras públicas e privadas, detentora de 90% do seu capital.

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

59  

O “diagnóstico Checkhouse” é uma designação comercial para uma vistoria técnica às infra-

estruturas interiores e exteriores de um imóvel, novo ou usado. Nesta vistoria são analisados

os seguintes níveis de qualidade (CheckHouse 2007):

⎯ As instalações eléctricas e telefónicas;

⎯ As instalações de água, esgotos, gás e aquecimento;

⎯ O isolamento térmico e acústico, que analise as conformidades e as anomalias

relativamente ao conforto que o imóvel promove na manutenção de uma temperatura

apropriada ao longo do ano e a capacidade de isolar som proveniente do exterior ou

dos fogos vizinhos;

⎯ Os acabamentos, nomeadamente, revestimentos de pavimentos, paredes e tectos,

portas, janelas, guardas, loiças de cozinha e casa de banho, móveis de cozinha e

roupeiros, análise da lareira, do aquecimento central, ar condicionado e de outros

equipamentos.

A avaliação do imóvel é realizada através de check-lists e através de ensaios/medições ao

imóvel.

Em termos genéricos pode dizer-se que a avaliação se desenvolve em cinco passos

(CheckHouse 2007):

⎯ Os compartimentos são encerrados durante cerca de uma hora e meia, procedendo-se

de seguida à sua medição térmica;

⎯ Verificam-se os acabamentos em todas as áreas da casa e exterior;

⎯ É efectuada a medição acústica através de ensaio de sons aéreos de fachada,

elementos verticais e horizontais (medindo o isolamento acústico no fogo vizinho) e de

percussão (máquina que simula passos do vizinho);

⎯ Verificação da existência de fugas nas canalizações de água e esgotos;

⎯ Verificação das instalações eléctricas.

No fim da avaliação do edifício é elaborado pelos técnicos um “Relatório de Diagnóstico Imobiliário Checkhouse”, onde se registam os resultados dos ensaios, técnicos e inspecções

visuais, e no caso de anomalias se indicam as medidas correctivas necessárias.

De referir que este serviço não oferece qualquer tipo de garantia, efectuando apenas um

levantamento do estado de conservação/qualidade do edifício e caso seja necessário sugere

medidas necessárias para correcção das anomalias encontradas.

No ANEXO 12 apresenta-se parte de um exemplar de relatório de diagnóstico imobiliário da

Checkhouse.

Page 72: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

60  

2.4.2. Edifícios residenciais novos  

2.4.2.1. Domus Qual – SGS70  

A SGS disponibiliza dois serviços com vista à qualificação da construção:

⎯ DOMUSQUAL que verifica o cumprimento dos requisitos legais, regulamentares e

normativos aplicáveis à construção e verifica a conformidade da qualidade técnica da

mesma.

⎯ DOMUSNATURA que avalia e qualifica a construção em termos de sustentabilidade.

O primeiro serviço, de maior interesse no âmbito desta dissertação, divide-se em dois critérios

distintos:

⎯ Cumprimento dos requisitos legais, regulamentares e normativos aplicáveis à

construção em análise;

⎯ Verificação da qualidade da construção.

O primeiro critério compreende duas etapas distintas: a primeira onde são identificados os

requisitos legais, normativos e regulamentares e numa segunda onde é verificada o seu

cumprimento.

Na primeira fase, é realizada uma análise ao projecto do empreendimento, em termos técnicos

e de condições previstas para o seu funcionamento e identificados os requisitos legais,

normativos e regulamentares a cumprir. Depois desta identificação é elaborada uma “Lista de Verificação – Legislação” (SGS 2007), que servirá de base para a prossecução da segunda

fase.

Nesta fase procede-se à verificação do cumprimento dos requisitos identificados na “Lista de

Verificação – Legislação”. Para além de se efectuar uma análise ao projecto e realizado um

acompanhamento “à execução da obra, em termos documentais, para verificação dos

requisitos aplicáveis” (SGS 2007). No final da obra é feita uma reanálise aos documentos

comprovativos de cumprimento dos requisitos.

Esta metodologia de acompanhamento dos projectos deverá iniciar-se na fase de

licenciamento da construção. Contudo, uma vez já licenciada, o seu acompanhamento deve ter

início antes da fase de execução dos trabalhos.

Realça-se ainda para a necessária e estreita relação que deve existir entre a equipa técnica da

SGS com o projectista e promotor da construção. A existência de anomalias e incumprimentos

                                                            70O Grupo SGS – Société Générale de Surveillance S.A, é uma entidade privada fundada em 1878 e com sede em Genebra (Suíça). O grupo criou em Portugal a SGS-Portugal em 1922.

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

61  

na segunda fase são reportadas ao Promotor, sob a forma de um relatório, com a devida

fundamentação e sugestões para as necessárias correcções/alterações a efectuar.

Só é atribuída a Conformidade Legal e Regulamentar, quando estão verificados todos os

requisitos e, portanto, a completa resolução das eventuais anomalias verificadas na segunda

fase.

No segundo critério, o DOMUSQUAL, actua segundo três vectores basilares (SGS 2007):

1. Materiais e Equipamentos Empresas fornecedoras certificadas

Produtos certificados

Equipamentos adequados

2. Qualidade da Execução Cumprimento do Projecto e Caderno de Encargos

Realização de Inspecções e Ensaios

Implementação de metodologias de auto-controlo

Compilação da documentação técnica de execução

3. Dispositivos suplementares Limpeza e manutenção

Segurança

Manual de Gestão e Manutenção do Condomínio e Fracções

Regulamento do Condomínio

Manuais de Utilização dos Equipamentos da fracção

O segundo critério desenvolve-se em três fases (SGS 2007):

1. Identificação dos requisitos técnicos a cumprir durante a fase de construção.

Através da análise do projecto, Caderno de Encargos e outra documentação

relevante, identificam-se as actividades a desenvolver e controlar;

Para cada actividade estabelecem-se pontos de inspecção (e/ou ensaio),

indicando-se claramente as frequências, critérios de aceitação e responsáveis.

Este procedimento estende-se às fases de recepção dos materiais e instalação

dos equipamentos em obra.

2. Dossiers Técnicos de Execução.

Definição dos documentos/registos que irão constituir os Dossiers Técnicos de

Execução, desde registos de inspecções a certificados de materiais;

Organização dos Dossiers Técnicos de Execução durante o decorrer da obra.

Os dossiers técnicos deverão conter toda a informação que evidencie o

cumprimento das características técnicas estabelecidas para a execução dos

trabalhos.

3. Documentação Suplementar.

Elaboração das Fichas Técnicas dos Edifícios;

Page 74: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

63  

A Figura 30 exemplifica a simbologia utilizada na iniciativa DOMUSQUAL.

Figura 30 – Simbologia utilizada pelo DOMUS QUAL Fonte: (SGS 2007)

A emissão do Certificado DOMUSQUAL só é efectuada depois de terminada a fase de

construção, após compilada e verificada toda a documentação e de resolvidas todas as

anomalias detectadas durante o processo.

2.4.2.2. Certificação de Edifícios – OZ71  

A Oz, diagnóstico, levantamento e controlo da qualidade em estruturas e fundações,

disponibiliza um serviço de Certificação de Edifícios que acompanha o empreendimento

desde a fase de projecto até à fase de início de utilização, tendo em vista reduzir os custos

futuros associados aos erros e defeitos das construções novas (OZ-Diagnóstico 2007).

Este serviço, ainda numa fase inicial, analisa sobretudo a estrutura e cobertura dos edifícios.

Segundo a Oz-Diagnóstico este serviço destina-se essencialmente aos promotores imobiliários,

aos quais oferece vantagens objectivas, consubstanciadas na melhoria da qualidade do

empreendimento e ainda vantagens associadas à promoção da imagem da qualidade do

empreendimento. Os consumidores finais saem igualmente beneficiados uma vez que

investem numa construção com qualidade comprovada, salvaguardando o seu investimento,

enquanto os construtores vêem reduzidos os custos finais associados aos defeitos, uma vez

que estes são corrigidos logo na fase de projecto ou ainda na fase de obra (OZ-Diagnóstico

2007).

                                                            71 A OZ – Diagnóstico, levantamento e controlo da qualidade em estruturas e fundações, Lda., é uma empresa portuguesa, fundada em 1988 tendo como objectivo a prestação de serviços na área do levantamento, diagnóstico e controlo da qualidade de estruturas e fundações.

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

64  

O serviço é composto por várias fases:

⎯ Fase de projecto: Análise e revisão do projecto de estrutura.

⎯ Fase de obra:

Vistoria à implantação das fundações;

Vistoria com a estrutura de betão armado concluída;

Vistoria aos trabalhos de impermeabilização das coberturas;

Vistoria após conclusão da obra e respectivos acabamentos.

No final da obra, caso todos os pontos vistoriados se encontrem em conformidade, a OZ emite

um Certificado que atesta a verificação da qualidade da construção.

 

2.4.2.3. Método de Racionalização de Soluções da Habitação proposto por (Portas e Costa 1966)

Este método, apresentado no relatório “Racionalização de soluções da habitação”, (Portas e

Costa 1966a) e (Portas e Costa 1966b), baseia-se num questionário, cuja aplicação pode ser

efectuada a projectos de habitação e que sintetiza um conjunto de exigências das funções de

utilização da habitação, de forma a permitir a análise, selecção e optimização de soluções, bem

como a indução de princípios. É um método de selecção e optimização de soluções de

habitação, elaborado e aplicado no âmbito de um programa de investigação desenvolvido no

LNEC no decorrer das décadas de 60 e 70.

O questionário, composto por 259 questões de aplicação directa, é considerado de âmbito

parcial, dada a sua incidência na adequação do espaço a cada função, na organização da

habitação a nível funcional e na flexibilidade em termos de ocupação, em detrimento de

questões relacionadas com os aspectos construtivos, económicos e outros intrinsecamente

ligados às necessidades humanas. Este questionário define uma lista de exigências, obtida

através de um programa habitacional (definido no mesmo programa de investigação), que

discrimina as exigências de equipamento e espaço para as 16 funções em que a utilização da

habitação foi classificada.

As 259 questões, com apenas duas possibilidades de resposta – afirmativa ou negativa -

encontram-se organizadas nos seguintes cinco grupos:

⎯ Classificação tipológica da habitação e do agrupamento de fogos em que se integra;

⎯ Análise por funções – Analisa a adequação do projecto às funções em que o

funcionamento da habitação se pode subdividir;

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

65  

⎯ Inter-relações – Verificação das exigências em termos de inter-relações e

independência entre funções e respectivos espaços;

⎯ Confrontações – Analisa a relação com o espaço exterior imediato;

⎯ Equipamento colectivo – Consiste em averiguar a existência de equipamento

colectivo a envolvente do edifício, alternativo ao equipamento da habitação.

O questionário pode ser aplicado através de (J. O. Pedro 2000):

⎯ Análise monográfica de projectos – análise detalhada de projectos de habitação

através da verificação sistemática de requisitos do questionário;

⎯ Optimização de projectos – Identificação dos requisitos não satisfeitos e alteração da

solução visando a sua resolução;

⎯ Arquivo e selecção de projectos – Compilação das respostas ao questionário obtidas

pelos diversos projectos analisados e selecção dos projectos que tenham,

simultaneamente, dado um conjunto de características que interesse observar;

⎯ Indução de princípios – Realização de buscas e cruzamento de informação, visando

induzir princípios gerais.

⎯ Lista de exigências – Uso do questionário como lista de exigências, criando, assim,

um instrumento muito útil para técnicos não especialistas.

A análise monográfica de projectos consiste, primeiramente, numa análise detalhada de

projectos de habitação, através da verificação de requisitos do questionário e, seguidamente,

da verificação da adequação da habitação a cada função e às inter-relações entre funções

segundo os seguintes procedimentos:

⎯ Capacidade de arrumação de mobiliário e equipamento;

⎯ Existência de áreas de uso de mobiliário e equipamento, ou de espaço livre;

⎯ Verificação dos principais percursos de circulação relativamente à extensão e ausência

de perturbação de funções incompatíveis com atravessamentos

⎯ Verificação das relações de circulação ou contacto audiovisual entre funções com forte

conexão;

⎯ Verificação do isolamento visual e acústico entre funções ou grupos de funções

incompatíveis entre si, tais como dormir e reunir.

Os resultados desta análise são apresentados através de:

⎯ Fichas de análise escrita – Destacam-se as características principais da solução;

⎯ Ficha de análise gráfica – Inclui a disposição do mobiliário e equipamento e

respectivas áreas de utilização, identificando sobreposições, os principais percursos de

circulação e as principais ligações entre funções, com menção dos possíveis pontos

críticos;

⎯ Quadro resumo – Refere as qualidades mais relevantes e defeitos da solução.

Page 78: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

66  

2.4.2.4. Método de Avaliação da Qualidade de Projectos de Habitação proposto por (Reis, Lourenço e Castelão 1987).

 

Em 1987 foi realizado um estudo com vista à actualização e desenvolvimento do questionário

proposto no “Método de Racionalização de Soluções da Habitação” de (Portas e Costa 1966)

(J. O. Pedro 2000).

Este estudo, da autoria de (Reis, Lourenço e Castelão 1987) e do qual resultou o documento

“Avaliação da qualidade de projectos de habitação”, empreendeu uma séria revisão,

actualização e desenvolvimento do questionário inicial, cuja organização passou a ser a

seguinte:

⎯ Espaços privados – 259 requisitos de qualidade aplicáveis aos espaços da habitação;

⎯ Espaços comuns – 160 requisitos de qualidade aplicáveis aos espaços comuns de

edifícios multifamiliares;

⎯ Espaços exteriores ao edifício – 207 requisitos de qualidade aplicáveis aos espaços

exteriores.

Contudo, esta versão do questionário nunca chegou a ser aplicada na prática.

2.4.2.5. Método de Avaliação da Qualidade de Projectos de Edifícios de Habitação proposto por (Costa 1995)

A proposta apresentada por (Costa 1995), na sua tese de doutoramento, para um método de

avaliação da qualidade de projectos de edifícios de habitação, adaptado à realidade

portuguesa, baseia-se no trabalho desenvolvido pela FEUP e IST, em 1988 e pretende

abranger as vertentes que mais condicionam a vivência quotidiana dos utilizadores do edifício.

A estrutura do método organiza-se de acordo com o indicado na figura 31.

A proposta de (Costa 1995) está estruturada segundo um processo designado de “Hierarquia

de Objectivos”, em que a qualidade da habitação é o objectivo principal, encontrando-se no

topo da hierarquia e englobando os seguintes objectivos subordinados:

⎯ Eficiência de aspectos construtivos: é avaliada a forma como é efectuada a

materialização física dos vários elementos de construção, assim como a capacidade

destes para satisfazer as necessidades correntes da utilização da habitação;

⎯ Eficiência da utilização de espaços: são avaliados os espaços disponibilizados aos

futuros utilizadores, em termos de número, finalidade, dimensões e organização.

Page 79: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

68  

⎯ Conforto Ambiental: analisa os aspectos de influência decisiva no nível de qualidade

do ambiente interior da habitação (conforto térmico, acústico, iluminação, iluminação

artificial e ventilação natural);

⎯ Durabilidade de Materiais não-estruturais: Analisa a capacidade resistente às

acções agressivas impostas aos diversos materiais deste tipo pela utilização diária dos

diversos compartimentos e equipamentos (caixilharias, coberturas, etc.);

⎯ Eficiência e Manutenção de Instalações: analisa a capacidade das diversas

instalações do edifício para garantir as necessidades de utilização corrente e as

consequências previsíveis ao nível da sua manutenção.

No método proposto por (Costa 1995), a escala de notas a atribuir na avaliação dos diversos

critérios é a constante no quadro seguinte:

Quadro 11 - Escala de classificação proposta no método de (Costa 1995)  

NOTA SITUAÇÃO DE PROJECTO VERIFICADA

0 Não cumpre disposições regulamentares em vigor ou as exigências

mínimas de avaliação.

1 Solução de projecto com um nível de qualidade Insuficiente

2 Solução de projecto com um nível de qualidade Médio

3 Solução de projecto com um nível de qualidade Bom

4 Solução de projecto com um nível de qualidade Muito Bom

O nível de qualidade insuficiente corresponde ao cumprimento das disposições mínimas

regulamentares ou das exigências mínimas de avaliação, enquanto o nível de qualidade Muito

Bom indica uma notável eficiência na utilização de espaços, de comportamento e durabilidade

de materiais e instalações, entre outras.

O resultado final é apresentado sob a forma de uma nota final, resultante das notas parciais

multiplicadas por um factor de ponderação, cujo estabelecimento é a fase considerada mais

delicada do processo de desenvolvimento do método, pelo grau de subjectividade que envolve.

O estabelecimento destes factores foi feito de modo análogo ao realizado na Suíça pelo

Gabinete Federal da Habitação (Office Federal du Logement), procedendo-se ao envio da

hierarquia de objectivos a um grupo de especialistas – arquitectos e engenheiros de diversas

especialidades – solicitando-lhes o exercício da distribuição da pontuação em cada nível

hierárquico, numa escala de 0 a 100 (Cunha 2004).

Os valores de ponderação – ANEXO 13 – propostos para cálculo e apresentação dos níveis

parcelares e global de qualidade tiveram por base, exclusivamente, médias da totalidade das

respostas recolhidas para cada item da Hierarquia de Objectivos.

Page 81: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

69  

O método proposto por (Costa 1995) avalia 112 aspectos utilizando, para isso, fichas de

critérios de avaliação.

2.4.2.6. Definição e Avaliação da Qualidade Arquitectónica Habitacional proposto por (J. O. Pedro 2000)

 

O programa de qualidade arquitectónica habitacional, tem por objectivo definir as exigências de

qualidade arquitectónica aplicáveis na concepção, análise e avaliação de habitações, edifícios

e áreas residenciais (J. O. Pedro 2000).

O referido programa é direccionado para empreendimentos de habitação com um nível de

qualidade entre a habitação a custo controlado (HCC) e a habitação de promoção livre de nível

médio. O âmbito de aplicação é também enquadrado pela situação nacional contemporânea,

nomeadamente no que se refere à regulamentação da construção de edifícios de habitação,

tipos de áreas residenciais e edifícios de habitação mais frequentes, necessidades e formas de

utilização da habitação por parte dos tipos mais comuns de agregados familiares.

Foi desenvolvido em quatro fases correspondentes aos níveis físicos seguintes:

⎯ Espaços e compartimentos – Foram definidas as exigências de qualidade e

realizados modelos exemplificativos, para cada uma das dezassete funções em que foi

classificado o uso da habitação.

⎯ Habitação – Foram definidas as exigências de qualidade com base no resumo do nível

anterior (programa dos espaços e compartimentos) e em bibliografia aplicável à

habitação. Os modelos baseiam-se na associação e adaptação dos modelos dos

espaços/compartimentos, dentro dos limites da habitação definidos pelas dimensões

do edifício e espaços comuns.

⎯ Edifício – Foram definidas as exigências de qualidade no que respeita ao edifício no

seu todo, assim como para cada um dos espaços comuns.

⎯ Vizinhança próxima – Foram definidas as exigências de qualidade para a vizinhança

próxima no seu todo, assim como para cada um dos espaços que a integram. Os

modelos de vizinhanças próximas basearam-se na associação dos modelos de

edifícios, com os espaços de circulação e de equipamentos colectivos.

Page 82: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Page 83: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

71  

• Articulação

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Acessibilidade.

• Personalização

Apropriação;

Adaptabilidade.

⎯ Exigências de Economia

• Economia

Economia

As exigências de qualidade do Programa Habitacional organizam-se em três níveis distintos,

com o seguinte significado (J. O. Pedro 2005):

⎯ O nível mínimo satisfaz as necessidades mais básicas do quotidiano dos utilizadores

num nível não inferior àquele em que se considera que o habitat pode afectar o modo

de vida dos utentes, restringindo-o de algum modo.

⎯ O nível recomendável confere um maior grau de qualidade que o anterior, permitindo

maior capacidade para formas de utilização alternativas, a evolução provável das

necessidades dos utilizadores no decorrer da vida útil dos edifícios e a possibilidade de

utilização eventual por pessoas com mobilidade condicionada.

⎯ O nível óptimo responde integralmente às necessidades dos utilizadores, permitindo

também a utilização permanente, por parte de utilizadores com mobilidade

condicionada, após ligeiras adaptações tidas por necessárias.

Os descritores são os valores que permitem quantificar de forma numérica o desempenho das

soluções. No referido método de avaliação utiliza-se a escala de descritores seguinte:

⎯ Nulo (valor 0) – A solução não satisfaz as necessidades elementares da vida

quotidiana dos utentes, o que pode concorrer para os prejudicar pessoalmente e para

restringir o seu modo de vida.

⎯ Mínimo (valor 1) – A solução tem um desempenho que satisfaz as necessidades

elementares de vida quotidiana dos utentes; este nível é definido pelos regulamentos e

normas nacionais aplicáveis, e pela boa prática da construção e do projecto nos

aspectos em que esta documentação é omissa.

⎯ Recomendável (valor 2) – A solução tem um desempenho que confere um maior grau

de qualidade que o nível mínimo, o que permite suportar melhor diferentes modos de

uso, a evolução previsível das necessidades dos utentes durante o período de vida útil

dos edifícios, e o uso eventual por utentes condicionados de mobilidade.

Page 84: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

72  

⎯ Óptimo (valor 3) – A solução tem um desempenho que responde integralmente às

necessidades dos utentes, e permite o uso permanente por utentes condicionados de

mobilidade após pequenas adaptações.

No método de avaliação utilizaram-se dois tipos de critérios de avaliação (escala de pontos e

média ponderada), os quais permitem relacionar as características de uma solução com um

valor da escala do descritor.

A forma de apresentação dos resultados proposta visa facilitar a sua interpretação, tendo sido

estabelecidas as três formas seguintes (J. O. Pedro 2005):

⎯ Valor de desempenho global – Valor numérico que define o desempenho global da

solução, numa escala de 0 a 3. Este valor representa o nível de qualidade da solução.

⎯ Relatório de avaliação – Relatório composto por uma listagem de todos os elementos

de avaliação utilizados, indicando os respectivos valores de desempenho e critérios de

ponderação. A Análise do relatório de avaliação permite compreender como foi

calculado o referido valor de desempenho global.

⎯ Perfil de qualidade – Gráfico representando no eixo das abcissas os pontos de vista e

no das ordenadas o valor de desempenho atingido por cada uma das soluções

avaliadas. A análise deste gráfico permite apreender de forma mais imediata os

aspectos mais fracos e os mais fortes de uma solução, e comparar facilmente o

desempenho atingido por várias soluções nos diferentes pontos de vista.

A utilização do método de avaliação desenvolvido é no seu final composto por cerca de 375

aspectos a avaliar, tornando-se uma tarefa que implica um esforço significativo, sobretudo

quando se pretende que uma solução seja sujeita a sucessivas alterações e reavaliações.

Assim, foi desenvolvida uma aplicação informática para facilitar a sua aplicação, a que foi dada

a designação de “QUARQ – Avaliação da Qualidade Arquitectónica Habitacional” (Cunha

2004).

2.4.2.7. Modelo Integrado de Qualificação de Edifícios  

O Modelo Integrado de Qualificação de Edifícios da autoria de (Costa, Sousa, et al. 2006),

apresentado no Encontro Nacional sobre Qualidade e Inovação na Construção (QIC2006),

pretende desenvolver um sistema global de qualificação de edifícios, baseado num conjunto de

regras e verificações simples, abrangendo as fases que se estendem desde o projecto até à

utilização e manutenção, quer para edifícios novos quer para operações de reabilitação.

Page 85: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Page 88: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

76  

 

Figura 37 – Perfil de Projecto Fonte: (Costa, Sousa, et al. 2006)

⎯ Discutidos e definidas as exigências, sequências de acções e prazos de execução;

⎯ Definida a documentação necessária para a verificação da entidade qualificadora,

nomeadamente resultados de ensaios, fichas técnicas e certificados emitidos por

outras entidades (CERTIEL, ANACOM, etc.);

⎯ Definidas as entidades que deverão estar presentes no acompanhamento e

confirmação dos resultados das inspecções.

⎯ Confirmados os contratos existentes entre as várias entidades.

Posteriormente, na fase de acompanhamento da obra, através de check-lists especificas e

adequadas ao tipo de edifício a qualificar e com a colaboração do empreiteiro, fiscalização e

dos vários projectistas são realizadas várias inspecções com o objectivo de verificar a

conformidade dos vários elementos construtivos, tentando eliminar o risco de não-

conformidades e o aparecimento de patologias.

A realização das inspecções/auditorias ocorre em diferentes fases de desenvolvimento da

construção. Com o decorrer das inspecções e com a existência de check-lists concluídas e

validadas é possível construir um certificado preliminar de qualidade.

Com a informação recolhida e com as inspecções efectuadas em obra é possível traçar um

perfil caracterizador da qualidade de execução, Perfil de Obra, onde está identificada a

classificação obtida pelo edifício em cada item de verificação, correspondentes a cada uma das

check-lists verificadas.

Na figura seguinte encontram-se um exemplo de perfis de projecto e obra.

Page 89: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Page 90: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

78  

2.5. Análise comparativa das iniciativas nacionais (oficiais e não-oficiais) para a qualificação de edifícios

 

Os quadros 12 e 13 comparam e analisam as iniciativas de qualificação existentes a nível

nacional, agregando os pressupostos de análise estabelecidos no capítulo anterior:

⎯ Fases do ciclo de vida (projecto, execução, comissionamento e utilização);

⎯ Subsistemas do edifício;

⎯ Categorias de desempenho;

⎯ Tipos de ocupação dos edifícios passíveis de qualificação;

⎯ Âmbito de Aplicação;

⎯ Existência de inspecções e sua periodicidade;

⎯ Entidades responsáveis pela realização das inspecções e entidades responsáveis pelo

reconhecimento das entidades inspectoras;

⎯ Entidade supervisora do esquema de qualificação;

⎯ Entidade gestora do esquema de qualificação;

⎯ Forma de apresentação dos resultados da qualificação;

⎯ Emissão de garantias efectivas (reais).

Em relação à decomposição física do edifício, nos seus vários subsistemas, verifica-se (através

da análise do quadro 12) que as iniciativas de carácter obrigatório possuem um enfoque

demasiadamente restritivo. A certificação obrigatória aplica-se, actualmente, apenas a alguns

subsistemas do edifício: subsistema instalações (instalações de gás, eléctricas e

telecomunicações, ascensores, sistemas de segurança contra incêndio e aquecimento,

ventilação e ar condicionado) e aos subsistemas cobertura e paredes, no que se refere aos

aspectos cobertos pelo Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar

Interior nos Edifícios (SCE) e pelo Método de Avaliação do Estado de Conservação (MAEC).

As iniciativas que abrangem a maioria dos subsistemas dos edifícios são iniciativas de

aplicação voluntária, sendo que os esquemas não-oficiais (muitos resultantes de trabalhos de

investigação) focam a sua aplicação predominantemente durante a fase de projecto. Esta

tendência para a avaliação da qualidade do projecto pode justificar-se pelos menores custos e

recursos envolvidos, face aos necessários para a avaliação da qualidade da construção. As

iniciativas oficiais de aplicação voluntária (iniciativas do LNEC) e não-oficiais (que resultam da

oferta privada) são mais abrangentes em relação à sua aplicação nas diferentes fases do ciclo

de vida do edifício: projecto, execução, comissionamento e utilização.

A maioria dos esquemas de qualificação voluntários apenas se aplica a edifícios novos,

exceptuando-se apenas o caso da Checkhouse, que é também utilizado em edifícios usados.

Relativamente aos esquemas obrigatórios, é de realçar a existência de um método que se

aplica apenas a edifícios usados – Avaliação do Estado de Conservação.

Page 91: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

79  

Constata-se que a maioria dos esquemas analisados actua nas categorias de desempenho

técnico, existindo alguns que avaliam também os desempenhos: ambiental, social e gestão.

A maioria dos esquemas de qualificação recorre à realização de inspecções com excepção das

iniciativas não-oficiais de aplicação voluntária que resultam de trabalhos de investigação e que

apenas avaliam a fase de projecto (exceptuando-se o Modelo Integrado de Qualificação). Nas

certificações obrigatórias estão identificadas as entidades responsáveis pelo seu

reconhecimento. Pese embora este facto, verifica-se em alguns casos que não estão

perfeitamente identificadas as entidades supervisoras e gestoras de todo o processo de

certificação (casos, por exemplo, das instalações eléctricas e telecomunicações).

A maioria das iniciativas oficiais de aplicação obrigatória não quantifica o resultado da

avaliação do edifício ou subsistema, sendo a certificação baseada, por exemplo, em

inspecções visuais e ensaios. São excepções o SCE – Vide 2.2.1.4 - (que atribui uma classe

energética ao edifício) e o MAEC – Vide 2.2.3.1 - (que atribui uma nota final de 1 a 5).

As iniciativas oficiais voluntárias e não-oficiais disponibilizadas por entidades privadas, não

quantificam o resultado da avaliação. Pelo contrário, as não-oficiais resultantes de trabalhos de

investigação, apresentam o resultado final da avaliação, geralmente, sob a forma de uma nota

final, perfis de qualidade (projecto e obra) ou mesmo ambos.

Na generalidade, as certificações obrigatórias a subsistemas do edifício resultam na emissão

de um certificado. O mesmo se verifica nas iniciativas voluntárias oficiais.

Nenhuma das iniciativas estudadas providencia garantias.

A nível nacional verifica-se, assim, a tendência das entidades privadas (e por isso iniciativas

voluntárias) a disponibilizarem uma maior oferta de esquemas que visam a qualificação mais

abrangente do edifício, quer ao nível dos subsistemas avaliados, quer ao nível das fases do

ciclo de vida dos edifícios em que intervêm. Efectivamente, parece notar-se uma maior

propensão para ser o sector privado a disponibilizar no mercado cada vez mais iniciativas de

qualificação de edifícios, reconhecendo o crescente grau de importância que o adquirente final

da habitação atribui à qualidade.

Por seu turno, as entidades governamentais assistem à ascensão do sector privado no que diz

respeito à qualificação. Se analisarmos as iniciativas de qualificação obrigatórias e

devidamente reguladas por força de lei, verificamos que estas dizem respeito apenas a

subsistemas específicos do edifício e, mesmo assim, parecem carecer de melhoramentos, se

atendermos aos estudos referidos anteriormente para alguns dos subsistemas.

Reconhecendo, de igual forma, que seria difícil para o Estado garantir a implementação de um

esquema de qualificação para os edifícios, que abrangesse não só a fase de projecto e

execução, as recentes publicações legais respeitantes ao sector da construção, levam a crer

que a orientação (ou participação) do Estado na possível qualificação habitacional se

Page 92: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

80  

posicionará na fase do projecto, nomeadamente através da maior responsabilização dos

projectistas.

Em Portugal, existe uma grande dispersão legal relativamente aos documentos que regem o

sector da construção e se nos focarmos apenas nos documentos legais acerca das

certificações actualmente obrigatórias, dificultando neste quadro, a criação de um esquema de

qualificação obrigatório para edifícios novos. A actual dispersão legal e regulamentar em

Portugal não permite, também, ao adquirente final da habitação, obter de forma fácil

informação sobre estas matérias antes da decisão final de adquirir a habitação, pelo que esta

é, muitas vezes, tomada sem qualquer conhecimento da obrigatoriedade destas certificações.

Embora não criando um esquema de qualificação obrigatório, era recomendável e importante,

não só para os projectistas mas também para os consumidores finais de habitação, que se

reunisse num documento regulamentar único, todas as certificações obrigatórias existentes,

introduzindo nestas todas as melhorias necessárias. Nesta revisão poderiam ser criadas

escalas de avaliação, para que todos os subsistemas avaliados e/ou certificados resultassem

numa classificação, perceptível para o consumidor, à semelhança do que se passa no SCE.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Page 93: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

81  

 

 

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Certificação instalações eléctricas P C

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Fiscalizações Municipais P E E E E E

EDIFÍCIOS 

USA

DOS

Avaliação do Estado Conservação U U U U U U U U U U U

Marca de Qualidade LNEC  E C   E C  E C  E C  E C  E C  E C   E C  E C  E C  E C  E C  E C 

LNEC, Qualificação Empreendimentos  Habitação P E C P E C P E C P E C P E C P E C P E C P E C

EDIFÍCIOS 

NOVOS E 

USA

DOS

CHECKHOUSE  U U U U U U U U

DOMUSQUAL ‐ SGS P E U P E U P E U P E U P E U P E U P E U P E U P E U P E U P E U P E U P E U

OZ DIAGNÓSTICO P E  P E  E

LNEC, N.Portas e A. Costa P

LNEC, Reis et Al. P

FEUP, J. Moreira da Costa P P P P P P P P P P P P P

FAUP, João de O. Pedro P P P P P

FEUP, Modelo Integrado de Qualificação P E C P E C P E C P E C P E C P E C P E C P E C P E C P E C P E C P E C

Legenda

P ProjectoE ExecuçãoC ComissionamentoU Utilização

NÃO‐OFICIAIS DE APLICAÇÃ

O VOLU

NTÁ

RIA

EDIFÍCIOS NOVOS

COBERTURA

DESAGREGAÇÃO FÍSICA DO EDIFÍCIO ‐ SUBSISTEMAS

SUBSISTEMA EDIFÍCIO

ESQUEMAS   DE QUALIFICAÇÃO

ESTRUTURA

PAREDES EXTERIORES

PAREDES  INTERIORES

INSTALAÇÕES

ESPAÇOS

OFICIAIS DE APLICAÇÃ

O  OBR

IGATÓ

RIA

EDIFÍCIOS NOVOS E USA

DOS

EDIFÍCIOS NOVOS 

OFICIAIS DE AP

LICA

ÇÃO 

VOLU

NTÁ

RIA

EDIFÍCIOS NOVOS 

Quadro 12 - Análise comparativa das iniciativas nacionais de acordo com os subsistemas avaliados e fases do ciclo de vida

Page 94: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

82  

Quadro 13 - Análise comparativa das iniciativas nacionais

Na  tabela,  a  designação  “Não  específica”  indica  que  a  informação  correspondente  ao  item  seleccionado,  embora  se ajustasse  ao  esquema  de  qualificação  a  que  se  refere,  não  se  encontra  disponível  ou  não  foi  encontrada  qualquer referência.  A  designação  “‐“  indica  que  a  informação  referente  ao  item  não  se  aplica  ao  método  de  qualificação seleccionado ou que não  foi possível  recolher  informação mais detalhada que permitisse avaliar a sua aplicabilidade ao esquema de qualificação seleccionado. 

Nota: Vide “Abreviaturas” na página xi.

Esquema de Qualificação Autor/OrigemCategorias de desempenho

Tipos de ocupação 

Âmbito geográfico

InspecçõesPeriodicidade das inspecções

Entidade responsável pelas inspecções

Reconhecimento de entidades inspectoras

Entidade supervisora

Entidade gestora

Reconhecimento de entidades certificadoras

Resultado da avaliação

Emissão de certificado

Providência garantias

Instalações de gás em edifíciosDL nº521/99 e Portaria nº 362/2000

Técnico Vários Nacional SimPara instalações com mais de 20 anos, periocidade de 5 anos

Entidades reconhecidas DGEG IPAC Não especifica DGEG Não especifica Sim Não

Ascensores DL nº320/2002 Técnico Vários Nacional SimDepende tipo edificio. Para edificios com menos de 32 fogos é de 6 anos

Câmaras Municipais ou entidades reconhecidas

DGEG Não especifica Não especifica Não especifica Não especifica Não Não

Segurança contra incêndiosRSCIE, Aprovado CM, 25 Janeiro 2007

Técnico Vários Nacional Apenas vistoria ‐ ‐ ‐Câmara Municipal 

e/ou ANPCNão especifica Não especifica ‐  Sim Não

Certificação EnergéticaDL nº78/2006, DL nº79/2006 e DL nº80/2006

Técnico          Ambiental        Social

Vários Nacional SimPara edificios de habitação é de 10 anos

Peritos qualificadosOrdens profissionais (Arquitectos e Engenheiros) e ANET

DGEG e APA ADENEOrdens profissionais (Arquitectos e Engenheiros) e ANET

É atribuida uma classe energética

SIm Não

Certificação de instalações telefónicas DL nº59/2000 Técnico Vários Nacional SimApós conclusão das instalações telefónicas

Entidades reconhecidas ANACOM Não especifica Não especifica ANACOM Não especifica Sim Não

Instalações eléctricas DL nº272/92 Técnico Vários Nacional SimRealizadas por processo de amostragem

CERTIEL Não especifica Não especifica Não especifica CERTIEL Não especifica Sim Não

Distribuição de água ‐ Técnico Vários Nacional Sim ‐ Entidades reconhecidas Não especificaEntidade gestora da distribuição local 

água‐ ‐ Não especifica Não Não

Fiscalizações municipaisRegulamentos Municipais

Técnico            Gestão

Vários Local SimRealizadas apenas durante a execução

Municipios ‐ Câmaras Municipais ‐ ‐ Não especifica Não Não

EDIFÍCIOS 

USA

DOS

Avaliação do estado conservação Lei nº6/2006Estado de 

ConservaçãoVários Nacional Sim ‐ Peritos qualificados

Ordens profissinais (Arquitectos e Engenheiros) e ANET

Não especifica Não especifica ‐ Valor de 1 a 5 Sim Não

Marca de Qualidade LNEC DL nº310/90 Técnico Vários Nacional Sim Não especifica Gestor Geral da Qualidade LNEC LNEC LNEC LNEC Não especificaDeclaração de Conformidade

Não

LNEC, Qualificação Empreendimentos Habitação LNEC Técnico  Residencial Nacional SimRealizadas durante a execução

Qualificadores Empreendimentos 

HabitaçãoNão especifica Não especifica Não especifica Não especifica Não especifica Sim Não

EDIFÍCIOS 

NOVOS E 

USA

DOS

CHECKHOUSE, Diagnóstico Imobiliário CHECKHOUSETécnico            Estado de 

ConservaçãoVários Nacional Sim ‐ Não especifica Não especifica CHECKHOUSE CHECKHOUSE ‐ Não especifica

Relatório de Diagnóstico Imobiliário

Não

Domus Qual ‐ SGS SGSTécnico            Gestão

Vários Nacional SimRealizadas durante a execução

Não especifica Não especifica SGS SGS ‐ Não especifica Sim Não

Certificação de Edifícios – Oz Diagnóstico OZ Diagnóstico Técnico Vários Nacional SimRealizadas durante a execução

Não especifica Não especifica OZ Diagnóstico OZ Diagnóstico ‐ Não especifica SIm Não

LNEC, N. Portas e A. Costa N.Portas e A. CostaFuncional          Social

Residencial Não especifica Não ‐ ‐ ‐ Não especifica Não especifica ‐Fichas de análise escrita e gráfica e quadro‐resumo

Não Não

LNEC, Reis et Al. Reis et Al.Funcional          Social

Residencial Não especifica Não ‐ ‐ ‐ Não especifica Não especifica ‐Fichas de análise escrita e gráfica e quadro‐resumo

Não Não

FEUP, J. Moreira da Costa J. Moreira da CostaFuncional    Técnico

Residencial Nacional Não ‐ ‐ ‐ Não especifica Não especifica ‐ Nota Final  Não Especifica Não

FAUP, João de O. Pedro João de O. PedroFuncional      Técnico            Social

Residencial Nacional Não ‐ ‐ ‐ Não especifica Não especifica ‐

Nota Final de 0 a 3, Relatório de 

Avaliação e Perfil de Qualidade

Não Não

FEUP, Modelo Integrado de QualificaçãoJ. Moreira da Costa et Al.

Técnico Residencial Nacional SimRealizadas durante a execução

Entidade Qualificadora Não especifica Não especifica Não especifica Não especificaPerfis de qualidade (Projecto e Obra) e 

Nota finalSim Não

EDIFÍCIOS NOVOS

NÃO‐OFICIAIS DE APLICAÇÃ

O  VOLU

NTÁ

RIA

OFICIAIS DE APLICAÇÃ

O  OBR

IGATÓ

RIA

OFICIAIS DE 

APLICA

ÇÃO 

VOLU

NTÁ

RIA

EDIFÍCIOS NOVOS E USA

DOS

EDIFÍCIOS NOVOS 

EDIFÍCIOS NOVOS 

Page 95: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

83  

3. Qualidade na construção de edifícios: a experiência internacional

No presente capítulo apresenta-se o estudo de esquemas de qualificação existentes e/ou

propostos em diferentes países, cuja selecção foi dividida em dois grupos: Europa e Resto do

Mundo72 (IRCC 2008) (Visscher e Meijer 2006).

No que concerne ao continente europeu, o âmbito da análise circunscreve-se aos seguintes

países da Europa ocidental: Reino Unido, Alemanha, Suíça, Suécia, França, Itália e Espanha.

Analisam-se ainda esquemas implementados noutros países, designadamente: EUA, Japão,

Coreia do Sul e Singapura.

O estudo da situação nos EUA justifica-se pelo lugar preponderante que o sector imobiliário

ocupa na economia nacional deste país. Por outro lado, o Japão, cujo processo de urbanização

e massificação da construção se iniciaram após a segunda guerra mundial, promovendo um

acelerado crescimento económico que se prolongou até à actualidade. O interesse e a

relevância do estudo de esquemas de qualificação Japoneses justificam, pois, a sua inclusão

nesta dissertação. Por último, abordam-se os casos da Coreia do Sul e da Singapura, como

dois casos exemplificativos dos países emergentes, cujas taxas de crescimento anuais atingem

valores elevados.

Neste capítulo apresentam-se os esquemas de qualificação internacionais estruturados da

seguinte forma:

Idade da construção:

i. Novos;

ii. Usados.

Carácter do Esquema:

i. Oficial73

ii. Não-oficial74.

Obrigatoriedade da aplicação:

i. Obrigatória;

ii. Voluntária.

                                                            72 Outros dos critérios considerados para a recolha de informação de âmbito internacional, foram os países representados no IRCC, Inter-Jurisdictional Regulatory Collaboration Committe. Dos países estudados fazem parte a Espanha, Estados Unidos da América, Reino Unido e Japão. O IRCC tem como objectivo prosseguir para um entendimento comum relativamente ao enquadramento regulamentar internacional e contribuir para um comércio mais aberto no sector da construção. 73 Esquemas desenvolvidos e/ou aplicados por organismos criados para o efeito e/ou por força de lei. 74 Essencialmente propostas de investigadores ou iniciativas privadas.

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

84  

No quadro 14 listam-se os diferentes esquemas de qualificação internacionais e indicam-se

para cada um destes as respectivas áreas de actuação, de acordo com a estrutura acima

referida.

Quadro 14 – Esquemas de qualificação internacionais estudados.

 

De 3.1 a 3.3 faz-se uma descrição sumária do funcionamento e metodologia, dos vários

esquemas de qualificação estudados, a nível internacional. Em 3.4 efectua-se a análise

comparativa das várias iniciativas, de acordo com os pressupostos definidos no primeiro

capítulo.

 

3.1. Esquemas internacionais de qualificação oficiais de aplicação obrigatória

 

3.1.1. Edifícios residenciais novos  

3.1.1.1. Sistema de avaliação do desempenho para edifícios de habitação (Japão)

 

O Sistema de avaliação do desempenho para edifícios de habitação (Housing Performance

Indication System) foi desenvolvido pelo Ministério do Território, Infra-estruturas e Transportes

do Japão e é baseado na lei de garantia da qualidade para edifícios de habitação (Housing

Quality Assurance Law - HQAL), vigorando desde de 2000.

O principal objectivo da HQAL é promover a qualidade e desempenho das habitações novas,

obrigando a que os construtores forneçam aos compradores uma garantia de 10 anos contra

País Esquema de Qualificação Novas Usadas Oficial Não‐oficial Obrigatório Voluntário

AlemanhaMétodo de análise/avaliação de projectos (Alexander Klein) (J. O. Pedro 2000) x x x

Espanha Perfil de Qualidade (IVE 2008) x x xFrança Método Qualitel (Qualitel 2006) x x x

ItáliaRegulamentação para a certificação da Qualidade em Edifícios – RINA (RINA 2007) x x x x

Reino UnidoHousing Quality Indicators (HQI) (housing Corporation 2007) x x x

Reino Unido NHBC Buildmark (NHBC 2007) x x x x

Suécia The P‐mark System (Horvat 2005) (Anneling 1998) x x x

SuíçaSysteme d´Evaluation de Logement´s (SEL) (OFL 2008) x x x x

Coreia do SulModelo de avaliação do desempenho para edifícios residenciais multifamiliares (Kim et al. 2005) x x x

EUAMetodologias existentes de inspecção de edifícios (Câmara Representantes EUA 2005) x x x

EUAMétodo de avaliação da qualidade da habitação (Dluhoseh) (J. O. Pedro 2000) x x x

JapãoHousing Performance Indication System (Ministério da Construção 2000) x x x

Singapura CONQUAS 21 (CONQUAS21 2005) x x x

Idade Carácter Aplicação

EURO

PARE

STO DO M

UNDO

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

85  

defeitos estruturais e baixa durabilidade (por exemplo, infiltrações de água na estrutura).

Segundo as orientações da HQAL, os compradores das habitações podem apresentar

reclamações contra os construtores se o desempenho estrutural ou durabilidade da habitação

se revelarem abaixo das exigências, relativamente a um conjunto específico de critérios

objectivos de avaliação, a partir dos quais pode ser feita uma comparação do desempenho das

habitações individuais (CINTRAFOR 2001).

O HQAL considera nove características fundamentais para a melhoria do desempenho da

habitação (Ministério da Construção 2000):

⎯ Estabilidade estrutural

⎯ Segurança contra incêndios

⎯ Redução da deterioração

⎯ Manutenção

⎯ Ambiente térmico

⎯ Qualidade do ar

⎯ Iluminação - ambiente visual

⎯ Acústica

⎯ Considerações sobre os cidadãos mais velhos e outros com necessidades especiais.

O desempenho das habitações individuais é avaliado por uma Comissão de Avaliação, que

utiliza critérios estabelecidos nos “Indicadores de Desempenho da Habitação Japoneses”.

Estas comissões são responsáveis não só pela aprovação do projecto de arquitectura da

habitação, como também pela inspecção da habitação durante o processo construtivo,

incluindo fundações, estrutura e fase de acabamentos interiores. As habitações que atingem ou

excedam os requisitos de desempenho são certificadas como Habitação de Desempenho Reconhecido, o que permitirá ao construtor diferenciar o seu produto do dos seus

concorrentes (CINTRAFOR 2001).

As unidades habitacionais são avaliadas e escalonadas de 1 a 3. A classificação de 1 certifica

que a legislação e regulamentos de construção são cumpridos, os níveis superiores certificam

uma qualidade mais elevada.

Este sistema de escalonamento dá aos vendedores um mecanismo de regulação, para

equipararem o preço de venda ao desempenho do edifício. Simultaneamente, permite aos

construtores de edifícios de alta qualidade, adquirirem reconhecimento pela qualidade dos

imóveis e, consequentemente, justificarem os preços praticados (Horvat 2005).

 

 

Page 98: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

86  

3.1.1.2. Metodologias existentes de inspecção de edifícios (Estados Unidos da América)

 

Nos anos setenta e início da década de oitenta do século passado, as inúmeras falhas

estruturais em habitações ocorridas nos Estados Unidos resultaram em graves tragédias

pessoais, e obviamente a elevados custos de reparação das construções. A maioria destas

falhas, senão todas, eram previsíveis por natureza e devidas a uma única razão: a falta de

processos de inspecção à construção adequados (Câmara Representantes EUA 2005).

Em 1982, a Câmara de Representantes Americana, efectuou um estudo com o objectivo de

examinar em pormenor as causas dessas falhas estruturais, tendo concluído que embora

existissem inúmeros factores que contribuíam para as falhas estruturais, apontam dois como os

mais críticos (Câmara Representantes EUA 2005):

⎯ A necessidade de uma melhoria na organização dos projectos da construção e uma

melhoria na comunicação entre participantes e,

⎯ A necessidade de criar uma metodologia que preconize a existência de inspecções

periódicas durante a construção dos principais elementos estruturais e seus

componente.

O documento apresentado frisava ainda que por razões diversas, o responsável pela obra, não

se apresentava frequentemente presente no local da construção durante a execução dos

trabalhos de construção da estrutura. A ausência deste elemento responsável permitia a

existência de falhas e alterações introduzidas no local, que não eram noticiadas e que, em

muitos casos, estavam incorrectas (Costa, Sousa, et al. 2006).

As directrizes apresentadas no documento elaborado pelo Subcomité de Investigação e

Fiscalização da Câmara dos Representantes, foram a génese para a implementação de

metodologias de inspecção aos edifícios, na fase de execução.

Efectivamente as metodologias actualmente existentes são várias e com um grau de

especificidade cada vez maior, quando nos aproximamos do poder local. Os itens de

verificação também variam de Estado para Estado de forma a poderem responder às

exigências, características e especificidades dos métodos construtivos. De referir também que,

e de acordo com a legislação de cada Estado, são os Condados ou as Câmaras Municipais a

definir os procedimentos e itens de metodologia.

A pessoa que se dirige à obra, com a competência reconhecida para realizar inspecções, é

designada por Inspector de Edifícios (Building Official). Este pode ser um funcionário afecto à

respectiva Câmara Municipal ou pertencer a uma entidade privada credenciada para realizar as

mesmas inspecções.

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

87  

Antes do início da execução dos trabalhos de construção, ocorre uma reunião entre a entidade

construtora e o Inspector de Edifícios (Building Official) para esclarecimentos sobre o

funcionamento do processo de inspecção e o planeamento da obra apresentado pelo

construtor.

Nesta fase podem ocorrer duas situações (Costa, Sousa, et al. 2006):

⎯ Com base no planeamento das tarefas, o inspector responsável por aquela obra define

em que pontos da obra quer fazer a inspecção. O construtor assume a

responsabilidade de comunicar ao inspector, com uma antecedência que varia entre as

24 e as 72 horas, conforme a cidade, que a obra chegou a um ponto que necessita de

verificação e aprovação, solicitando por isso, a presença do inspector em obra para

proceder à avaliação.

⎯ Com base no planeamento das tarefas, o inspector responsável por uma dada obra

comunica, tanto ao Dono de Obra como ao Construtor, que as inspecções serão

efectuadas de surpresa e com base no planeamento da obra que foi entregue. No caso

de ocorrerem desvios no andamento da obra, o inspector deverá ser contactado e

dever-lhe-á ser entregue um novo plano.

As inspecções são efectuadas com base num manual de procedimentos, com vários itens de

verificação, visionados e aprovados pelo inspector, e que podem apresentar diversos formatos,

como inquéritos ou esquemas de verificação mais elaborados com precedências e/ou

percentagens de verificação.

Consoante as localidades os manuais de procedimentos apresentam itens de verificação,

formatos, regras e informações diversificadas.

Durante as inspecções podem ser identificados erros, alterações às especificações de projecto,

ou a aplicação de materiais com características distintas das exigidas, que colocam em causa a

validação da inspecção. Quando isto ocorre, não existe aprovação dos trabalhos e todas as

discrepâncias são anotadas para correcção obrigatória. A obra pode ou não parar, dependendo

da fase em inspecção, enquanto as não-conformidades não forem corrigidas.

Em todos estes casos é exigida uma reinspecção, com custos extra relativamente ao preço

estabelecido inicialmente. Após todas as inspecções intercalares efectuadas, e com o edifício

pronto, este será objecto de uma inspecção final que visa a verificação e confrontação com as

especificações de projecto de inúmeros pormenores, verificando-se por exemplo do

desempeno de portas e janelas, o funcionamento de fechaduras, o funcionamento dos

interruptores, entre outros (Bannister 1991).

Page 100: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

88  

 

Figura 39 – Análise comparativa das inspecções realizadas em diferentes localidades. Fonte: (Costa, Sousa, et al. 2006)

A figura 39 apresenta uma visão global das inspecções necessárias para diversas localidades

norte-americanas.

3.2. Esquemas internacionais de qualificação oficiais de aplicação voluntária

 

3.2.1. Edifícios novos  

3.2.1.1. Perfil da Qualidade (Espanha)

Em 1994 foi assinado em Espanha um Protocolo de Cooperação para a implementação de um

plano de qualidade da habitação e da construção, pelo Ministro das Obras Públicas,

Transportes e Meio Ambiente e 15 assessores responsáveis pela habitação das Comunidades

Autónomas.

O referido plano de qualidade foi redigido pela Comissão Técnica para a Qualidade das

Construções, CTCE75, tendo sido discutido previamente entre os anos 1993 e 1994. Desde a

                                                            75 A CTCE – Comisión Técnica para la Calidad de la Edificación, é a entidade coordenadora das Administrações Públicas competentes para todas as actividades ligadas ao controlo de qualidade em

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

89  

assinatura do protocolo, a CTCE tem acompanhado todas as acções que se vão realizando em

Espanha.

Este plano visava a promoção de acções que abrangessem as várias fases do processo

construtivo: projecto, recepção dos materiais de construção, execução da obra, utilização e

manutenção. Era seu objectivo a regulamentação da qualidade e as suas metodologias de

controlo, estimulando assim a qualidade no sector.

A figura 40 apresenta a estrutura da CTCE.

 

Figura 40 – Estrutura da CTCE Fonte: (Costa, Sousa, et al. 2006)

Uma das metodologias com especial interesse foi a criação do Perfil de Qualidade para

projectos de edifícios.

A estrutura estabelecida para o Perfil de Qualidade resulta num sistema de avaliação, de

carácter voluntário, que analisa o edifício segundo três requisitos (IVE 2008):

⎯ Requisitos funcionais – nestes requisitos o Perfil permite distinguir a qualidade que

supera os mínimos obrigatórios;

⎯ Requisitos de segurança – estes requisitos não afectam o Perfil global, uma vez que os

requisitos de segurança possuem já mínimos obrigatórios muito exigentes;

⎯ Requisitos de habitabilidade – nestes requisitos o Perfil permite distinguir a qualidade

além dos mínimos obrigatórios.

O quadro 15 esquematiza os requisitos do perfil da qualidade.

                                                                                                                                                                              construções. Para poder desempenhar essa função, congrega elementos responsáveis pela qualidade das construções das 17 Comunidades Autónomas com representantes dos Ministérios da Habitação (Vivienda), Fomento e Indústria, Comércio e Turismo (Costa, Sousa, et al. 2006).

Page 102: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

90  

No Perfil da Qualidade, os critérios podem ser definidos em 2 tipos (IVE - Entidade de

avaliação de edificios 2005):

⎯ Critérios classificáveis – São os critérios nos quais se considera razoável a definição

de níveis de qualidade superiores ao nível mínimo, o qual corresponde ao cumprimento

das disposições normativas obrigatórias. Nestes critérios estabelece-se uma

graduação em níveis de qualidade que oscilam entre o limite mínimo e um limite

superior, correspondente a um nível de qualidade elevado. Estão nesta situação as

prestações associadas a requisitos de funcionalidade e habitabilidade, nas quais a

melhoria dos critérios conduz a melhorias substanciais da qualidade.

Quadro 15 - Requisitos avaliados no Perfil da Qualidade Fonte: (IVE 2008)

Requisitos Critérios 

Funciona

lidad

e  E – Funcionalidade dos Espaços  E1 – Dimensão dos Espaços 

E2 – Composição do edifício E3 – Relação entre espaços 

C ‐ Acessibilidade  C1 – Eliminação de barreiras arquitectónicas 

D ‐ Equipamentos  D1 – Instalações e equipamento 

Segurança 

R ‐ Resistência Mecânica e Estabilidade 

R1 – Limitação das deformações impostas 

R2 – Estabilidade e resistência do conjunto I – Segurança em caso de incêndio 

I1 – Capacidade de Suporte I2 – Limitação da propagação do fogo no edifício I3 – Limitação da propagação do fogo nos edifícios circundantes I4 – Evacuação dos ocupantes I5 – Segurança das equipas de resgate 

U – Segurança de utilização  U1 – Protecção contra riscos de queda e impactos U2 – Protecção contra riscos de queimaduras, electrocussão e explosão 

Hab

itab

ilida

de 

H – Higiene, saúde e meio ambiente 

H1 – Estanquidade H2 – Sustentabilidade H3 – Drenagem de águas H4 – Iluminação H5 – Ventilação 

A – Protecção contra o ruído  A1 – Isolamento acústico ao ruído produzido no exterior A2 – Isolamento acústico ao ruído produzido pelos edifícios vizinhos A3 – Isolamento acústico ao ruído produzido no interior A4 – Isolamento acústico aos ruídos de impacto A5 – Isolamento acústico ao ruído produzido por instalações e equipamentos 

T – Isolamento Térmico  T1 – Redução das perdas energéticas T2 – Redução do consumo energético 

M – Economia e manutenção  M1 – Durabilidade M2 – Manutenção 

⎯ Critérios não classificáveis – São os critérios em que se considera que, atingido o

nível mínimo exigido, não seria razoável definir patamares de critérios superiores, já

Page 103: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

93  

3.3. Esquemas internacionais de qualificação não-oficiais de aplicação voluntária

 

3.3.1. Edifícios novos e usados  

3.3.1.1. SEL – Sistema de avaliação de habitações (Suíça)  

O método Suíço SEL, Sistema de Avaliação de Habitações, (Systeme d’Evaluation de

Logements), é o resultado do trabalho iniciado na década de 60 por arquitectos do sector

privado e por institutos de planeamento e investigação e é coordenado pelo Gabinete Federal

de Habitação (Office Fédéral du Logement) (Observatório Construção 2004).

O desenvolvimento e aplicação deste método assumiram grande importância desde a

publicação, em 1975, de uma lei federal que encorajava a construção e aquisição de

habitações de qualidade, a custos moderados, recorrendo a financiamento do Estado. A

questão com que se debatiam as entidades oficiais Suíças residia na definição rigorosa dos

montantes e condições de financiamento a conceder aos projectos apresentados, evitando, o

mais possível, a componente subjectiva inerente a qualquer processo de avaliação

(Observatório Construção 2004).

Neste método é avaliada a qualidade arquitectónica habitacional, na perspectiva da satisfação

das necessidades de uso dos moradores, sendo abordados os níveis da habitação, do edifício,

sua envolvente imediata e envolvente residencial (J. O. Pedro 2000).

Embora o método SEL tenha sido desenvolvido de forma a avaliar a qualidade de edifícios de

habitação multifamiliar, algumas das rubricas podem ser usadas na avaliação de edifícios de

habitação unifamiliar (as relacionadas com a habitação e o local de implantação), sendo o

método muitas vezes utilizado no controle interno de soluções de projecto por gabinetes de

arquitectura suíços. O método SEL aplica-se a habitações, em fase de projecto, existentes ou

para renovação.

A definição das componentes do método SEL efectuou-se através de um processo designado

por “Estabelecimento de uma Hierarquia de Objectivos”, no qual, partindo de uma noção básica

totalmente abrangente – no caso Elevada Habitabilidade – se atinge um conjunto de noções

elementares possíveis de quantificar directamente a partir do projecto, através da sucessiva

subdivisão dessa noção básica em outras cada vez mais específicas (Costa 1995).

Os primeiros níveis da hierarquia de objectivos incluem 3 grupos, pelos quais se dividem as

rubricas a avaliar:

Page 106: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

94  

⎯ Habitação: que encara a qualidade dos espaços privativos da habitação em si;

⎯ Meio exterior envolvente: que analisa a contribuição das zonas comuns do edifício e

da envolvente próxima com utilização exclusiva dos utentes do mesmo (jardim, sala de

jogos, etc.);

⎯ Local de implantação do edifício: que analisa a oferta de produtos e serviços do

meio urbano em que o edifício está inserido.

O processo de subdivisão resulta em 270 critérios de avaliação, os quais não são considerados

na sua totalidade na aplicação prática do método. Na primeira versão do método SEL, eram

tidos em consideração 75 destes critérios, tendo sido posteriormente reduzidos para 66.

Em Fevereiro de 2000 entrou em vigor uma nova versão do método SEL, na qual o número de

rubricas a avaliar passou a ser de 39, com os seguintes objectivos:

⎯ Simplificar o método e os processos de medida;

⎯ Ter mais em conta as necessidades das pessoas deficientes;

⎯ Perspectivar as novas formas de vida em comum e as novas exigências dos

utilizadores.

As rubricas a avaliar continuam a inserir-se em 3 grandes grupos e são as seguintes (OFL

2008):

⎯ Habitação (W1):

a) Área útil habitável;

b) Número de compartimentos;

c) Flexibilização de utilização;

d) Colocação de móveis na zona de estar;

e) Janelas na zona de estar;

f) Localização do espaço de refeições;

g) Colocação de móveis no espaço de refeições;

h) Ligação com a cozinha;

i) Janelas na cozinha;

j) Equipamento sanitário;

k) Janelas nas instalações sanitárias;

l) Possibilidades de arrumação;

m) Espaços mobiláveis;

n) Possibilidades de alteração de espaços;

o) Facilidade de circulação;

p) Espaços exteriores privados.

Page 107: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

95  

⎯ Meio exterior envolvente (W2):

a) Oferta de habitações;

b) Locais suplementares para alugar;

c) Modificação do tamanho da habitação;

d) Acesso à habitação;

e) Entrada do edifício;

f) Lavandaria e estendal;

g) Locais de arrumo privados;

h) Locais de arrumo comunitários;

i) Locais comuns polivalentes;

j) Espaços comuns exteriores;

k) Acesso para peões e ciclistas;

l) Locais para estacionamento de automóveis;

m) Transição do espaço público para o espaço privado;

n) Poluição sonora e protecção contra ruído.

⎯ Local de implantação do edifício (W3):

a) Local de jogos no bairro;

b) Parque público ou floresta;

c) Transportes públicos;

d) Centro mais próximo;

e) Infantário e escola primária;

f) Escola secundária;

g) Serviços sociais;

h) Locais de lazer;

i) Centro regional.

Para que um projecto possa ser submetido a avaliação segundo este método, tem que, antes

de mais, verificar com sucesso um conjunto de cinco exigências mínimas, correspondentes a

limiares mínimos de qualidade. Estas exigências mínimas são:

⎯ M1 – Áreas líquidas mínimas;

⎯ M2 – Área bruta da habitação e programas de espaço previstos;

⎯ M3 – Equipamento da cozinha e instalações sanitárias;

⎯ M4 – Isolamento acústico e térmico regulamentar;

⎯ M5 – Habitações destinadas a pessoas idosas e deficientes.

Após este primeiro controlo, é utilizado um dos seguintes métodos para avaliar cada um dos 39

critérios, dependendo do tipo de situação a analisar:

⎯ Avaliação directa (a nota é obtida por comparação com situações-tipo);

Page 108: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

96  

⎯ Função de transformação (a nota é obtida por via gráfica).

Os critérios são avaliados numa escala de 1 a 3, em que 1 significa que o objectivo foi

parcialmente atingido e 3 significa muito bom. Também é possível a atribuição de valores

intermédios.

As notas individuais obtidas são inscritas num quadro geral de resultados onde, para cada

critério, se encontra definido um valor de ponderação, o qual introduz o factor de peso relativo

entre os diversos critérios.

A nota final obtida pelo projecto, designada por “Valor de Utilização” (VU), é uma escala de

qualidade que põe em evidência as vantagens de uma habitação na perspectiva do utilizador e

é obtido através da soma dos produtos individuais da nota de cada critério pela ponderação

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são sujeitos a revisão periódica).

É ainda de referir que a nota 0 pode ser atribuída caso os requisitos impostos para atribuição

da nota 1 não sejam cumpridos, enquanto os critérios não utilizáveis são neutralizados, sendo-

lhes atribuída a nota 1.

A nota de qualidade de um projecto de construção é apenas um dos aspectos da sua

avaliação. No método SEL a relação custo/qualidade também é medida, como uma função do

custo e das notas obtidas nas categorias W1 (habitação) e W2 (Meio exterior envolvente).

O Gabinete Federal de Habitação (Office Fédéral du Logement) fixa os níveis aceitáveis de

custo de construção (ou de arrendamento) baseando-se no seu nível de qualidade, tendo em

conta a evolução do custo de construção unitário na Suíça. O valor de W3 (Local de

implantação do edifício), em conjunto com outros factores, é usado para verificar a adequação

do custo do terreno. O método SEL não avalia aspectos relacionados com a estrutura do

edifício.

Page 109: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

97  

3.3.1.2. Marca NHBC (Reino Unido)  

O Conselho Nacional de Edifícios de Habitação (National House Building Council - NHBC) foi

fundado em 1936, no Reino Unido, e tem sido desde então uma entidade de protecção ao

consumidor do sector privado da indústria de construção de habitações (Johnson 1991).

Em 2007, o NHBC cobria já mais de 80% das habitações novas construídas no Reino Unido,

ou seja, mais de 1,7 milhões de habitações (NHBC 2007).

O NHBC é dirigido por um Conselho, proposto por grupos interessados na melhoria da

qualidade das habitações novas, tais como: imobiliárias, utilizadores, arquitectos, fiscais e

técnicos de planeamento (constituindo uma percentagem de 2/3), e construtores (que

constituem o restante 1/3).

O governo e as entidades financiadoras recomendam que só as habitações cobertas pela

garantia atribuída pelo NHBC possam ser financiadas. A NHBC é, actualmente, também uma

seguradora da construção, assegurando aos utilizadores de que serão reembolsados no caso

de ocorrerem determinados tipos de problemas, definidos a priori por esta entidade. Esta

garantia é denominada de Marca NHBC (NHBC Buildmark).

A Marca NHBC consiste num acordo entre o construtor, o NHBC e o comprador titulado por

uma certificado de seguro que deve ser transmitido a um novo proprietário, em caso de venda

da habitação. A marca NHBC é, não só, uma garantia, mas também um seguro de 10 anos

contra os principais defeitos, dividindo-se em três secções principais:

⎯ Antes de a habitação estar pronta:

Se as obras não forem iniciadas devido a falência, insolvência ou fraude do construtor, o NHBC

reembolsa o cliente do valor que este pagou aquando do contrato. Se as obras já tiverem tido

início, o NHBC paga para que a habitação seja concluída de acordo com as suas exigências (o

limite de cobertura é de 10% do preço de compra, num máximo de £ 100.000).

⎯ Nos 2 primeiros anos após a recepção definitiva da obra:

O NHBC cobre qualquer dano físico da habitação causado por um defeito resultante da não

aplicação, por parte do construtor, dos standards do NHBC. O construtor é responsável por

todas as reparações necessárias. Se este não proceder às reparações, o NHBC presta um

serviço de resolução gratuito para tentar resolver qualquer disputa entre o comprador e o

construtor e, no âmbito deste serviço, pode também auxiliar a rectificar a situação, caso o

Page 110: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

98  

construtor não o faça. Se o construtor se revelar insolvente, o NHBC assegura as suas

obrigações (NHBC 2007).

⎯ Do 3º ao 10º ano:

O NHBC dá seguro de cobertura directa ao utilizador final, cobrindo todo o tipo de defeitos, à

excepção de: danos causados pelo movimento entre diferentes tipos de materiais que não

tenham implicações a nível estrutural ou à resistência à passagem de água, danos decorativos,

alterações posteriores da habitação, defeitos resultantes de instruções escritas por parte do

primeiro proprietário ou em benefício deste respeitante ao projecto, materiais ou

procedimentos, condensações, negligência da utilização, danos ou defeitos causados pela

presença de piscinas ou qualquer parte da habitação coberta por outro tipo de seguro.

Nos casos em que o NHBC tenha executado o serviço extra de controlo da construção, no

período dos 3 aos 10 anos, o seguro cobre outras partes da habitação, tais como:

⎯ Estrutura;

⎯ Segurança contra incêndios;

⎯ Higiene;

⎯ Drenagem de águas residuais;

⎯ Produção de calor;

⎯ Protecção contra quedas, colisões e impactos;

⎯ Vidros – segurança contra impactos e limpeza.

A marca NHBC também abrange as zonas comuns do edifício, para além de dar uma garantia

de 6 anos para remodelações e reabilitações.

Para obter a garantia Buildmark, o construtor tem que ser membro do NHBC, seguindo um

conjunto de recomendações impostas por esta entidade e cumprir os regulamentos da

construção do Reino Unido. As recomendações a seguir são publicadas em apontamentos

executados por técnicos do NHBC (Guia de especificações e notas práticas), que sofrem

alterações e actualizações com o decorrer dos anos.

Para assegurar o cumprimento destas recomendações, um fiscal do NHBC é enviado de 3 em

3 semanas à obra, sem aviso prévio, sendo o construtor obrigado a corrigir todos os defeitos

detectados pela fiscalização.

O NHBC mantém actualizado um registo de todos os construtores pertencentes à organização,

no qual se encontram registados, actualmente, cerca de 21.300 construtores (NHBC 2007).

Page 111: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

101  

3.3.1.3. Regulamentação para a certificação da Qualidade em Edifícios – RINA (Itália)

 

A RINA SpA é uma empresa criada pelo Registo Italiano Naval (Registro Italiano Navale), um

organismo privado fundado em Génova em 1861 e um dos membros fundadores da IACS

(Associação Internacional das Sociedades de Classificação)76.

Esta empresa pretende orientar o desenvolvimento qualitativo do mercado, promovendo a

consciência de que a adopção de medidas que visam promover a segurança e o ambiente e,

em geral, a atenção para a qualidade como atitudes que levam a vantagens e aumentam o

valor das organizações que os aplicarem (RINA 2007).

Desde meados dos anos noventa, diversificou a sua esfera de actividades e tornou-se,

empresa líder no mercado de certificação e avaliação de conformidade na Itália. Como uma

garantia da fiabilidade e valor dos seus certificados e avaliações, adquiriu ao longo dos anos,

uma vasta gama de nível nacional, europeu e internacional reconhecimento de organismos

autorizados (RINA 2007).

A RINA é também um membro da CISQ - Empresa Italiana de Certificação de Sistemas de

Qualidade (Italian Company Quality System Certification), federação que reúne os principais

organismos nacionais de certificação, e segue o acordo internacional IQNet77, Rede

Internacional de Certificação (The International Certification Network), o que representa a maior

rede internacional de certificação de qualidade, ambiente e segurança dos sistemas de gestão

(RINA 2007).

De entre os serviços disponibilizados pela RINA encontra-se a certificação da qualidade de

edifícios. As regras de certificação de edifícios foram desenvolvidas em 2003 juntamente com a

maior Associação Italiana de proprietários (CONFEDILIZIA78). As regras desenvolvidas apenas

se aplicam para o mercado Italiano, referindo-se por isso às regras, leis e regulamentos

Italianos.

Os procedimentos aplicados pela RINA necessários para a obtenção do Certificado de

Qualidade dos Edifícios encontram-se publicados no Regulamento para a Certificação da

Qualidade de Edifícios (Rules for the Quality Certification of Buildings) (RINA 2006).

                                                            76 Mais informações podem ser consultadas em (IACS 2007). 77 Mais informações disponíveis em (IQNet Association 2007). 78 Confederação Italiana de proprietários é uma associação que foi restabelecida em 1945 para incluir todos os proprietários territoriais e Associações de habitação. Os membros da CONFEDILIZIA incluem proprietários (incluindo aqueles que só são proprietários da casa em que vivem), condomínios e os investidores institucionais, tais como companhias de seguros, bancos, fundos de pensão, de segurança social nacionais e as grandes agências imobiliárias (CONFEDILIZIA 2007).

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

102  

Quando a certificação é concedida, tal representa uma opinião arbitrária da RINA sobre

determinado edifício (RINA 2006). Em cumprimento do regulamento, um edifício torna-se

certificável quando reúne características verificáveis através de evidências objectivas, por

inspecções, auditorias e testes, designadamente os seguintes requisitos:

1. Conformidade com os parâmetros administrativos e legais do edifício, em respeito à

construção e uso inicial;

2. Eficácia, alcance e adequação dos documentos técnicos, correspondentes ao início da

empreitada;

3. Conformidade legal e administrativa do edifício, em respeito a alterações estruturais ou

funcionais;

4. Eficácia e adequação dos documentos técnicos;

5. Estado satisfatório da manutenção da estrutura do edifício, como descrito em 2 e 4.

Inexistência de alterações, danos, deterioração ou problemas técnicos que possam ter

um impacto significativo na segurança. Estes aspectos são verificados com base em

peritagens conduzidas por empresas ou profissionais qualificados para tal;

6. Estado satisfatório das reparações realizadas no edifício, como descrito em 2 e 4.

Reunião completa da documentação e seu cumprimento: requerimentos e legislação

aplicada, danos, deterioração ou problemas técnicos que possam ter um impacto

significativo na segurança do edifício. Estes aspectos são verificados com base em

peritagens conduzidas por empresas ou profissionais qualificados para tal;

7. Capacidade de gestão e manutenção do edifício, feita por meio do plano adoptado e

implementado para a certificação;

8. Plano de manutenção administrativa do edifício. Realizada por um indivíduo,

profissional ou empresa eleita pelos proprietários para o efeito;

9. Concretização eficaz da administração corrente e capacidade para proceder a uma

extraordinária manutenção do edifício. Através da implementação de um plano

predefinido;

10. Capacidade de manutenção ao longo do tempo da qualidade global do edifício descrita

de 1 a 9, verificada por vistorias sistemáticas e periódicas.

A certificação de um edifício compreende as seguintes acções (RINA 2006):

⎯ Desenvolvimento de regulamentos aplicáveis ao edifício ou ao conjunto de edifícios

que o incluem;

⎯ Verificação do alcance, exactidão, conformidade, clarividência das especificidades

técnicas, licença de obras e documentos da gestão do edifício;

⎯ Desempenho das inspecções, auditorias e qualquer outro teste concebido para verificar

se o edifício cumpre a aplicação dos requisitos de certificação;

⎯ Aplicação das premissas e do documento da Certificação de Qualidade, em conjunto

com os requisitos acima assinalados;

Page 115: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

103  

⎯ Desempenho das inspecções periódicas ou extraordinárias necessárias à certificação,

com o propósito de verificar se o edifício reúne as condições para a manutenção desta.

As classificações são atribuídas em função da conformidade do edifício com o regulamento e

com a aplicação das normas do seu uso, dos critérios de gestão e outros parâmetros, quando

submetidos na candidatura à certificação. As classificações da certificação do edifício são

indicadas no Certificado de Qualidade e no Registo do Edifício.

A classificação pode ser de 3 tipos:

⎯ BUILD CERT Class: relaciona-se com os edifícios que se encontram em conformidade

com a aplicação dos requisitos acima referidos de 1 a 6 e 10, que possuem um Dossier

de Garantia Técnica e que são tecnicamente supervisionados e conduzidos pela RINA;

⎯ BUILD MAN Class: relaciona-se com os edifícios que se encontram em conformidade

com a aplicação dos requisitos acima referidos de 1 a 8 e 10, acrescida do exame do

Manual de Construção (Caderno de Encargos) que possuem um Dossier de Garantia

Técnica e que são tecnicamente supervisionados e sua gestão auditada e conduzida

pela RINA;

⎯ BUILD PLAN Class: relaciona-se com os edifícios que se encontram em conformidade

com a aplicação dos requisitos acima referidos de 1 a 10, acrescida do exame do

Manual de Construção (Caderno de Encargos) e que possuam um Dossier de Garantia

Técnica e que são tecnicamente supervisionados e a sua gestão e financiamento

auditados e conduzidos pela RINA.

No processo de certificação é atribuído ao edifício um código de uso. Cada edifício tem de

apresentar pelo menos um código de uso podendo apresentar vários. Os códigos de uso

podem ser os seguintes:

⎯ A: residência privada, com premissas para funções complementares.

⎯ B: edifício público ou de interesse público.

⎯ C: edifício para serviços no sector terciário.

⎯ D: edifícios para serviços especiais.

Tal como a classificação da certificação e o código de uso do edifício, um edifício pode

apresentar uma ou mais classificações adicionais, quando solicitado pela organização

requerente na candidatura à certificação.

Esta classificação adicional pode identificar uma ou mais características do edifício (soluções

arquitectónicas, escolha de materiais, equipamento ou instalações especiais, características

ambientais...) que possam constituir-se como um valor acrescentado para quem deste se

serve.

Page 116: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

104  

A classificação adicional de certificação pode emanar das inspecções específicas, das revisões

documentais, vistorias, medições e verificações. A partir desta, qualquer entidade pode requer

a sua descrição, e a apresentação de uma Declaração de Conformidade para esta/s

classificações adicionais de certificação.

As várias classificações da certificação estão descritas nos quadros 16 e 17.

Para se obter a certificação de um edifício (existente ou em construção) é necessário

preencher e enviar à RINA o Questionário do Edifício (ver ANEXO 14).

Este é concebido de modo a conceder à RINA os dados e informações necessárias, no que

concerne à natureza do edifício, para que a certificação possa tomar andamento.

O questionário compreende 6 secções que se relacionam com o processo administrativo,

detalhes técnicos e de manutenção do edifício e que têm de ser preenchidos e cumpridos pela

organização, a par com as características da certificação pretendida:

⎯ Informações gerais sobre o edifício e donos;

⎯ Tipo de certificação pretendida;

⎯ Uso e número de edifícios ou unidades de habitação;

⎯ Estrutura tipológica e instalações técnicas;

⎯ Documentação técnica e administrativa existente;

⎯ Informação sobre a gestão do edifício.

Quadro 16 - Classificações de Certificação Fonte: (RINA 2006)

Classificações Principais

Definição da Classificação

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(Certificação da

Qualidade)

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(Plano)

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

105  

As acções necessárias e aplicáveis à categoria de edifício em questão, são levadas a cabo

pelos supervisores da RINA, de forma a verificar a existência e a conveniência dos requisitos

específicos do seu uso e notar a necessidade de alguma anotação particular.

Completados os procedimentos apresentados, e depois da aplicação satisfatória dos mesmos,

o Comité Técnico da RINA confirma a certificação e o Certificado de Qualidade (ANEXO 15) é

emitido.

O Certificado de Qualidade de um edifício é válido por 10 anos, desde que mantidas as

seguintes condições:

⎯ O edifício deve ser alvo, de dois em dois anos, de uma manutenção;

⎯ O edifício como um todo, ou uma unidade deste, não deve ser alvo de trabalhos de

manutenção não autorizados, restauros ou renovações durante o período de validade

do Certificado;

Não existem particularidades técnicas ou condições associadas que afectem a validade do

Certificado.

Quadro 17 – Classificações adicionais Fonte: (RINA 2006) Definição da

Classificação adicionalDefinição da Sub –

Classificação

Qualidade do ambiente interno

Requisitos de higiene e saneamento:

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Diminuição da poluição sonora

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

106  

No caso de um resultado negativo, a entidade será notificada pela RINA através de um relatório

de auditoria, com o resultado verificado.

Como atrás se refere, o Certificado de Qualidade expira 10 anos após a certificação. Para

renovar o Certificado, é necessário submeter para a RINA o Formulário de Renovação – ver ANEXO 16.

A validade do Certificado de Qualidade pode ser suspenso caso se verifique:

⎯ Inconformidade com os limites estabelecidos pela RINA;

⎯ Incumprimento do tempo limite para proceder à correcção dos pontos que se

verificaram estarem em inconformidade durante as vistorias;

⎯ Modificação dos elementos e aparência do edifício que não os aceites pela RINA ou

não divulgados a esta;

⎯ Recusa ou obstrução às vistorias e auditorias;

⎯ A falta de pagamento à RINA pelos seus serviços;

⎯ A existência de queixas e reclamações, confirmadas pela RINA;

⎯ Um uso abusivo da Certificação, quando não são cumpridos os seus requisitos;

⎯ Qualquer outra circunstância que a RINA considere uma influência negativa para o

Sistema de Gestão de Qualidade.

A RINA torna acessível ao público uma lista, regularmente actualizada, dos edifícios que

obtiveram esta certificação.

3.3.2. Edifícios novos  

3.3.2.1. Método de análise/avaliação de projectos proposto por Alexander Klein79

O principal objectivo dos estudos realizados por Alexander Klein, na Alemanha no decorrer dos

anos 30, era a satisfação das necessidades dos utilizadores, em tempo útil e com custo

reduzido, de forma a responder à premência social e política motivada por uma forte procura

habitacional.

Para atingir este objectivo e de forma a tornar possível a cada um ter uma habitação própria, a

um preço acessível, Alexander Klein direccionou os seus estudos na resolução do problema da

Habitação Mínima, cuja definição não significava um empobrecimento nas condições de

habitabilidade, mas sim uma redução da superfície da habitação a um mínimo que permitisse,

                                                            79 Informação baseada em (J. O. Pedro 2000).

Page 119: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

107  

pelo menos, manter (ou mesmo aumentar) o nível de satisfação das necessidades dos

utilizadores. A redução de superfície implicava profundas modificações no modelo habitacional

tradicional, visando uma melhor adaptação à utilização familiar.

A metodologia de Klein compreende as seguintes quatro fases:

⎯ Investigação das necessidades dos utilizadores e dos aspectos técnicos e construtivos;

⎯ Definição do programa da habitação, com base nos resultados da investigação

anterior;

⎯ Projecto de soluções;

⎯ Análise e selecção da melhor solução.

A quarta fase – análise e selecção de soluções – é composta pelas seguintes partes:

⎯ Análise de projectos com questionário. As habitações propostas são examinadas

mediante um questionário que afere as suas qualidades de habitabilidade, composto

por questões relativas à economia, aspectos de higiene, de funcionalidade e de

conforto ambiental.

⎯ Representação à mesma escala e análise comparativa dos projectos. Os projectos

cujos resultados nas análises anteriores forem mais satisfatórios, são representados à

mesma escala e analisados segundo um método comparativo no que toca às suas

condições de habitabilidade, economia e configuração espacial.

Este método comparativo consiste na elaboração de uma tabela de plantas do mesmo

tipo, dispostas por ordem crescente relativamente à sua profundidade e largura.

⎯ Selecção dos melhores projectos, análise pelo método gráfico e eleição do melhor projecto. Os projectos com melhores resultados na análise anterior podem ser

sujeitos a uma análise mais profunda através de um método gráfico, de forma a

seleccionar a solução mais adequada, para então se passar à realização de modelos

em tamanho natural, com vista ao aperfeiçoamento de pormenores e teste do processo

de construção em série.

O método de análise gráfica subdivide-se por sua vez nas seguintes fases:

⎯ Análise das zonas de circulação e das distâncias entre funções – distância,

traçado e cruzamento de percursos entre funções complementares; concentração e

largura das zonas de circulação dentro dos compartimentos.

⎯ Concentração de superfícies livres – dimensão, forma, iluminação e conexão de

áreas que permanecem desocupadas depois de colocado o mobiliário indispensável.

⎯ Analogias geométricas e relação entre os elementos da planta – dimensão, forma,

iluminação e conexão de zonas que, depois de colocado o mobiliário e à altura da

Page 120: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

108  

vista, podem ser percebidas de uma forma unitária aquando do acesso do utilizador a

um espaço.

⎯ Fraccionamento das superfícies de parede e da leitura do espaço – existência de

zonas de passagem obrigatória; espaços com contornos geométricos complexos;

espaços com disposições desordenadas; percursos sinuosos para acesso aos

espaços; disposição das peças de mobiliário mais altas encostadas às paredes;

formação de sombras.

 

3.3.2.2. Método de avaliação da qualidade da habitação proposto por Dluhoseh80

 

O método desenvolvido nos Estados Unidos da América por Dluhoseh (1989) tem como

objectivo avaliar a qualidade da habitação, na perspectiva da satisfação das necessidades objectivas, quantificáveis e generalizáveis dos moradores. As necessidades subjectivas e

variáveis (por exemplo, aparência, estilo, ou carácter da vizinhança) não são avaliadas.

O método é composto por 43 pontos de vista elementares, organizados segundo a árvore de

pontos de vista que a seguir se apresenta:

⎯ Habitação:

a) Espaços e dimensões – programa de espaços; área da sala; área dos quartos

individuais; área quartos duplos; área da cozinha; área de instalações sanitárias;

quociente entre área de circulação e área habitável.

b) Relações funcionais – acesso a quartos individuais; relação entre quartos

individuais e instalação sanitária; relação entre cozinha e sala de jantar/zona de

refeições; iluminação e ventilação da cozinha; acesso à cozinha; separação da

sala de estar de outros compartimentos.

c) Qualidade do espaço – dimensões mínimas dos espaços e compartimentos;

dimensões máximas dos espaços e compartimentos; iluminação natural de

compartimentos habitáveis; insolação de compartimentos habitáveis.

d) Adaptabilidade – flexibilidade de curto prazo; flexibilidade de longo prazo;

flexibilidade exterior.

e) Equipamento – equipamentos técnicos; ar condicionado; isolamento acústico;

materiais; insolação.

f) Contactos com o exterior – espaço exterior privado; perturbações ao

ambiente residencial; qualidade de vistas.

                                                            80 Informação baseada em (J. O. Pedro 2000).

Page 121: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

109  

⎯ Envolvente imediata:

a) Número de lugares de estacionamento;

b) Serviços comuns;

c) Características do parque infantil;

d) Serviços públicos;

e) Qualidade do estacionamento;

f) Qualidade do acesso pedonal;

g) Aquecimento central;

h) Variedade na escolha de habitações.

⎯ Envolvente alargada:

a) Densidade urbana;

b) Distância a paragens de transportes públicos;

c) Distância a espaços de comércio diário;

d) Distância a jardim-de-infância e escola;

e) Distância a pequeno espaço de lazer e recreio;

f) Distância a grande espaço de lazer e recreio;

g) Distância ao centro do aglomerado urbano.

Os pontos de vista elementares são avaliados numa escala de -10 a +10, representando o

descritor zero um valor de referência. O valor de referência não representa um valor mínimo,

geralmente definido por regulamentos ou normas para impedir a realização de soluções sub-

standard, mas um valor mais frequente na promoção corrente em que existe um equilíbrio entre

o valor de uso e o custo.

Os critérios de ponderação foram definidos de acordo com a importância relativa que o autor

atribui a cada ponto de vista para uma noção global de qualidade.

Este método permite obter o valor de desempenho de cada um dos pontos de vista

elementares, que podem ser sucessivamente agregados por intermédio de médias

ponderadas, até se atingir um valor de desempenho global.

3.3.2.1. Indicadores de Qualidade Habitacional (Reino Unido)

Os Indicadores de Qualidade Habitacional (Housing Quality Indicators - HQI81), desenvolvidos

em 1998 no Reino Unido, foram concebidos para avaliar edifícios de habitação, através de

ferramentas que proporcionam uma medição e avaliação baseada na qualidade e não apenas

                                                            81 Desenvolvidos pela Housing Corporation e pela National Housing Federation (NHF).

Page 122: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

110  

em parâmetros económicos. A qualidade alcançada com o uso do sistema, não providencia

uma correlação directa com o valor financeiro, nem apresenta um número mínimo de requisitos

(Housing Corporation 2007).

O HQI permite a avaliação da qualidade a características chave de um projecto, em três

categorias principais:

⎯ Localização;

⎯ Projecto;

⎯ Ambiente Externo.

Estas três categorias produzem os 10 Indicadores de Qualidade que constam do sistema HQI.

Os 10 Indicadores são:

⎯ Localização.

⎯ Loteamento – impacto visual, aspecto e envolvente.

⎯ Loteamento – espaço exterior.

⎯ Loteamento – estradas e movimentação.

⎯ Fogo – tamanho.

⎯ Fogo – aspecto.

⎯ Fogo – controlo de ruído, qualidade da iluminação, serviços e adaptabilidade.

⎯ Fogo – acessibilidade à unidade.

⎯ Fogo – sustentabilidade.

⎯ Ambiente Exterior – Edifício para a vida.

Esta iniciativa pretende relacionar e avaliar o desenho da residência com a forma como as

pessoas tencionam viver o espaço, e com o contexto onde de situa a mesma. Por esta razão,

os indicadores aplicam-se não só à unidade e ao detalhe do projecto, mas também ao contexto

e envolvente.

A avaliação baseia-se no preenchimento de formulários. As respostas ao formulário do HQI são

calculadas numa pontuação normalizada. É expressa numa série de pontos que mostram o

desempenho do esquema em cada Indicador, bem como o seu resultado final.

O sistema HQI pode ser utilizado para a avaliação de uma só unidade ou de unidade tipo, e

pode ser também aplicado a um esquema de unidades de diferentes tipos.

Devem assim, ser dadas respostas apropriadas às questões que constituem os indicadores.

Esta informação é então transferida para o quadro de pontuação, que por fim produzirá a

pontuação.

Cada indicador recebe, em igualdade de circunstâncias, um décimo do total possível da

pontuação e é constituído por diversas partes onde existem questões individualizadas. Em

cada indicador, o valor de cada parte é mostrado ao lado do título de cada uma.

Page 123: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

 

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

112  

Em Outubro de 2004, a Associação Qualitel optou por separar as actividades de certificação e

avaliação, tendo sido criado, para este efeito, o organismo CERQUAL, do qual é a única

accionista. Desta forma, passaram a ser da competência da CERQUAL as seguintes

actividades de certificação:

⎯ QUALITEL: Atribuída pela associação Qualitel, tendo como finalidade a certificação de

operações de construção de habitações novas, quer colectivas, quer individuais;

⎯ HABITAT & ENVIRONNEMENT: Criada em 2003, tendo como finalidade a certificação

ambiental de habitações novas em edifícios plurifamiliares ou em moradias agrupadas

(em banda ou geminadas em loteamentos);

⎯ NF LOGEMENT: Criada em 2004 e mandatada pela AFAQ-AFNOR, visando a

certificação de habitações novas e destinadas a venda em projecto.

Em Novembro de 2005, foi lançada pela Qualitel a marca de certificação PATRIMOINE HABITAT e PATRIMOINE HABITAT & ENVIRONMENT (através da CERQUAL

PATRIMOINE), que visam a área da reabilitação de edifícios, nomeadamente imóveis e

moradias agrupadas com mais de dez anos.

O percurso do sistema QUALITEL deixa a clara ideia de que este não só aposta na qualificação

da construção, mas também numa sectorização da própria construção em função do tipo de

edifício (Costa, Sousa, et al. 2006). Assim, o sistema QUALITEL tenta englobar as

características específicas de cada tipo de construção habitacional, as quais influenciam, das

mais diversas formas, a qualidade final do produto, bem como as exigências delineadas

inicialmente pelos seus utilizadores.

Desde a sua criação, este método já foi utilizado na certificação de mais de 650.000

habitações, sendo que em 2006 cerca de 60.000 fogos estavam envolvidos no processo de

certificação (Qualitel 2006).

O processo de certificação divide-se por quatro fases distintas. A primeira fase consiste na

análise dos documentos técnicos, seguindo-se a fase de certificação de processos e a

verificação da conformidade dos trabalhos executados, através de auditorias in situ. O

processo de certificação termina com a verificação da habitação, já depois de sujeita à

utilização por parte do consumidor, para comprovação do seu desempenho em relação às

expectativas criadas.

O Certificado Qualitel é atribuído antes do início dos trabalhos. Se na inspecção in situ os

auditores da Qualitel detectarem qualquer não-conformidade, o construtor é aconselhado pela

associação Qualitel à correcção dos defeitos e à regularização da situação. Se, no entanto, o

construtor se recusar e corrigir as não-conformidades, este vê-se na obrigação de publicar um

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

116  

de certificação que simultaneamente abrangesse o nível inicial de concepção e o desempenho

da obra final.

O P-mark é um programa da qualidade e da segurança, supervisionado por inspecções

periódicas. Para além da concepção da obra em si, o programa inclui um sistema e um plano

da qualidade. Todo o processo é supervisionado através de inspecções periódicas efectuadas

pelo Conselho Nacional da Construção e Ordenamento do Território (Statens Planverk – SP)

(Horvat 2005).

Os requisitos de desempenho incluem:

⎯ Qualidade do ar das divisões;

⎯ Níveis de circulação e ventilação do ar;

⎯ Qualidade do ar das condutas;

⎯ Níveis de ruído;

⎯ Exigências de aquecimento;

⎯ Conforto térmico;

⎯ Concentração de radiações.

Para cada um destes requisitos existe uma metodologia e um sistema de verificação.

O sistema P-mark regulamenta a concepção das fundações, paredes-mestras, paredes/muros

exteriores, cozinhas e casas de banho. Para além desta certificação, as autoridades da SP

realizam inspecções imprevistas, bianuais, nas quais testam a qualidade e ventilação do ar da

casa e das condutas, analisam o desempenho dos sistemas de aquecimento e ventilação e a

qualidade construtiva das casas de banho e cozinhas, para prevenir eventuais fugas e

desperdícios de água. (Anneling 1998).

Algumas autoridades locais oferecem actualmente uma redução nas taxas imobiliárias às

casas P-mark, de modo a encorajarem os proprietários a adquirirem casas vistoriadas por esse

programa, e com garantia de qualidade.

3.3.2.4. Sistema de Avaliação da Qualidade da Construção - CONQUAS (Singapura)

O Sistema de Avaliação da Qualidade da Construção, CONQUAS (Construction Quality

Assessment System), é desenvolvido pela Autoridade para a Construção de Edifícios (Building

Page 129: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

117  

and Construction Authority - BCA82) em conjunto com algumas agências públicas e

profissionais da indústria da construção civil e tem como principal objectivo a avaliação do nível

de qualidade alcançado por um projecto concluído.

O CONQUAS 21 é um programa independente de avaliação da qualidade. Define os padrões

de vários aspectos da construção e determina os pontos de concordância dos edifícios com

estes. A soma dos pontos, resulta na pontuação final do edifício projectado, patente na

Pontuação CONQUAS (CONQUAS Score).

O CONQUAS 21 cobre grande parte dos aspectos da construção dos edifícios e a sua

aplicação inclui 3 áreas:

⎯ Estruturais;

⎯ Arquitectura;

⎯ Instalações Mecânicas e Eléctricas (M&E).

Cada um destes é depois subdividido em diversos pontos.

A primeira abordagem ao edifício é feita através de uma inspecção ao local e análise da sua

área de implantação.

No acesso ao CONQUAS definem-se para as três grandes áreas:

⎯ Estruturais. Estes trabalhos compreendem:

i. Inspecções no decorrer da obra;

ii. Testes laboratoriais sobre os sistemas de pré-esforço;

iii. Testes não destrutivos da uniformidade dos revestimentos e componentes

estruturais.

⎯ Arquitectura: Lidam essencialmente com os acabamentos e os componentes. É a

parte onde a qualidade e os padrões de mão-de-obra se tornam mais visíveis. Estes

trabalhos compreendem:

i. Inspecções dos acabamentos interiores (soalhos, paredes internas, tectos,

portas, janelas e componentes), telhados, paredes e trabalhos exteriores da

fase final dos edifícios (mais alguns trabalhos de arquitectura não classificados

anteriormente).

ii. Testes de materiais e funcionais como: impermeabilização das janelas,

aderência dos revestimentos das paredes internas.

⎯ Instalações Mecânicas e Eléctricas (M&E): A sua qualidade é importante e o intuito é

o de reduzir o custo e o impacto no desempenho do edifício. Cobre as instalações

                                                            82 O papel regulador da BCA está especificado no Building Control Act and Regulations. A BCA concede, quando as obras estão completas, uma Licença Temporária de Ocupação (TOP). A concessão da TOP, significa que os trabalhos finalizados estão de acordo com a regulamentação para edifícios e com os vários requerimentos das autoridades técnicas, e surge deforma a que, parte ou a totalidade de um edifício, possa ser ocupado. (BCA 2002).

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

118  

eléctricas, o ar-condicionado e a ventilação (AVAC), segurança contra incêndios,

instalações de água e esgotos. Estes trabalhos compreendem:

i. Inspecções dos trabalhos de instalação, antes de estarem consolidados, e

incluem as condutas de AVAC.

ii. Inspecção dos trabalhos de instalação final, como unidades de circulação de ar,

torre de refrigeração, painel de alarme e controlo de incêndios, etc.

iii. Testes de desempenho de alguns trabalhos em particular, como à pressão da

água, anti-sísmicos, etc.

No CONQUAS 21, a classificação dos Trabalhos Estruturais, de Arquitectura, Mecânicos e

Eléctricos está estruturada em 4 categorias, como ilustra no quadro 19.

Quadro 19 – Ponderações CONQUAS21 Fonte: (CONQUAS21 2005) Cat. A83 Cat. B Cat. C Cat. D

Componentes

Comércio,

Indústria,

Instituições e

outros

Comércio,

Indústria,

Instituições e

outros

Edifícios

Habitação

Individuais

Edifícios

Habitação

Colectiva

Edifícios

Rurais

Estruturais 25% 30% 25% 35% 30%

Arquitectura 55% 60% 65% 60% 65%

M&E 20% 10% 10% 5% 5%

Pontuação

CONQUAS 100% 100% 100% 100% 100%

Se for impraticável o acesso a todo o edifício, o CONQUAS 21 utiliza um sistema de

amostragem.

A selecção de amostras é baseada em desenhos e plantas de localização, e devem estar o

mais uniformemente distribuídas pelos vários andares, e disponíveis para a avaliação.

A classificação será atribuída com base nos trabalhos inspeccionados pela primeira vez. As

rectificações e correcções feitas após a avaliação não serão incluídas na classificação.

                                                            83 Os edifícios com sistemas de climatização são incluídos nesta categoria, caso contrário, são incluídos na categoria B.

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

119  

Quando um ponto não corresponde aos padrões do CONQUAS, será considerado como uma

falha e um “X” será anotado no formulário de avaliação, assim como um “√” nos pontos de

correspondência com os padrões. Um “ – “ indica que o ponto não se aplica. A pontuação

baseia-se no número de “√” no número total de pontos avaliados.

A avaliação dos trabalhos estruturais é levada a cabo em cada bloco de edifícios, no decorrer

da construção. A amostra pode ser de uma viga, pilar, parede ou laje. A avaliação da estrutura

consiste nos pontos seguintes:

⎯ 20% Cofragens;

⎯ 15% Armaduras;

⎯ 25% Acabamentos;

⎯ 5% Qualidade betão;

⎯ 5% Qualidade do pré-esforço;

⎯ 15% Teste de uniformidade betão;

⎯ 15% Ensaio de recobrimento do betão.

Quadro 20 – Avaliação dos trabalhos de arquitectura. Fonte: (CONQUAS21 2005)  

Elementos Arquitecturais Peso % Total Partes

Acabamentos Interiores 56

Pavimento 16

Paredes Interiores 16

Tectos 6

Portas 6

Janelas 6

Outros componentes 6

Telhado 4 4

Paredes Exteriores 12 12

Trabalhos Exteriores 6 6

Testes Materiais & Funcionais 22 22

Reboco pré – preparado 1

Impermeabilidade das Janelas 10

Impermeabilidade da área húmida 5

Impermeabilidade da área húmida

interior

2

Destacamento dos cerâmicos da

parede interna

4

TOTAL 100 100

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

120  

A avaliação é feita através de um processo de amostragem. As amostras para verificação têm

de ser distribuídas pelo edifício e cobrir, pelo menos, 50% dos pisos. Devem, também, cobrir os

diferentes tipos de elementos estruturais.

A avaliação dos trabalhos de arquitectura (ver quadro 20) é levada a cabo enquanto

prosseguem os acabamentos do edifício e antes de este ser entregue ao proprietário. A

avaliação é efectuada através de um processo de selecção de amostras.

A avaliação das instalações mecânicas e eléctricas é efectuada em duas partes: durante a

construção da estrutura do edifício e após a conclusão do mesmo. Os testes são feitos para

verificar o desempenho das instalações eléctricas, AVAC, protecção contra incêndios e

saneamento. A avaliação é baseada na percentagem de sucesso dos testes efectuados e

efectuada por um processo de amostragem.

De referir, por último, que juntamente com o CONQUAS 21 foi lançado para projectos públicos

o Esquema de Benefícios (Bonus Scheme) para a Construção de Qualidade (BSCQ). É pago

pelo governo um “bónus”, aos construtores se a qualidade da sua obra exceder um padrão

estipulado para a categoria relevante do edifício. No entanto, eles são penalizados se a sua

obra não cumprir os requisitos de qualidade previstos. A medida da qualidade da construção é

baseada na pontuação CONQUAS 21 (BCA 2008).

CONQUAS é uma marca registada em Singapura, Reino Unido, Austrália e Hong Kong.

3.3.2.5. Modelo de avaliação do desempenho para edifícios residenciais multifamiliares (Coreia do Sul)

 

Com o propósito de encorajar as iniciativas que visassem alcançar um melhor desempenho dos

edifícios de habitação individuais, e apoiar os compradores na sua decisão, comparação e

selecção, o Ministério da Construção e Transportes Coreano e a Corporação Coreana de

Segurança das Infra-estruturas & Tecnologia, com a assistência da Universidade Nacional de

Seul e da Universidade de Incheon, desenvolveu um modelo de avaliação do desempenho

para edifícios residenciais multifamiliares.

Neste modelo, depois de analisados e comparados vários indicadores já utilizados em modelos

de avaliação existentes, foram seleccionados os indicadores para a avaliação do desempenho

habitacional. Como resultado, os indicadores de desempenho foram categorizados em (Kim, et

al. 2005):

⎯ 41 Indicadores de ambiente interior e exterior do complexo habitacional (localização,

envolvente, uso do terreno);

⎯ 59 Indicadores funcionais (segurança, plano espacial e conveniência);

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

121  

⎯ 67 Indicadores de conforto relacionados com o ambiente interior.

Assim o primeiro nível de desempenho foi subdividido em 3 categorias maiores (Kim, et al.

2005) e como se ilustra na figura 52:

⎯ Ambiente da habitação;

⎯ Funcionalidade da habitação;

⎯ Conforto habitacional.

Figura 52 – Indicadores de desempenho. Fonte: (Kim, et al. 2005)

Foram acrescentados alguns indicadores que reflectem a cultura do país, como a orientação da

sala principal, duração da luz do dia, e vistas do exterior, decorrentes da análise à

regulamentação coreana e de entrevistas a profissionais e académicos especializados.

Depois de definidos os indicadores de desempenho, é aplicado um questionário estruturado,

desenvolvido por (Saaty 2000) que usa um processo de análise hierárquica, para determinar

os valores de 3 níveis de categorias e indicadores de desempenho.

Para os primeiros foram criados 4 níveis de grau de desempenho, que podem variar de 2 a 5.

Cada critério de avaliação consiste num factor de avaliação. Este último, é o somatório das

características do indicador, consideradas importantes para determinar os níveis de

desempenho e grau de desempenho.

Para comparar com exactidão edifícios residenciais alternativos, ajuda o facto de se

representar o desempenho com uma pontuação única, baseada nos créditos dos indicadores e

graus de desempenho. Mas, como a avaliação do desempenho é levada a cabo através da

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

122  

avaliação do desempenho de cada indicador, é necessário agregar a pontuação dos

respectivos desempenhos calculados pelos créditos, critérios de avaliação e graus de

desempenho. Isto é, o resultado total do desempenho habitacional dos edifícios residenciais,

depende da agregação dos respectivos indicadores de desempenho, resultantes da

multiplicação dos valores numéricos (2-5) dos graus de desempenho, avaliados pelos créditos.

O quadro 21 ilustra os vários níveis avaliados para a categoria conforto habitacional.

Quadro 21 – Lista de indicadores de desempenho para edifícios residenciais multifamiliares – Conforto Habitacional Fonte: (Kim, et al. 2005) Indicadores

Características de desempenho

Nível 3 Nível 2 Nível 1

Temperatura, humidade, controlo da temperatura,

ajustes dos ocupantes. Temperatura e humidade

Conforto térmico

Conforto Habitacional

Tipo de insolação; factores de perda de calor; coeficiente

de calor solar, de transferência de calor; tipo de

envidraçados; prevenção da condensação. Insolação térmica

Nível de ruído, ruído das canalizações, reflexão do som,

número de quartos adjacentes às áreas de serviço e de

estar, distância entre as janelas e os espaços públicos e

ruas, distância entre portas/janelas e espaços comuns

(elevadores, patamares...).

Ruído

Conforto acústico

Perda de transmissão do som entre as paredes internas

e externas, nível de impacto dos soalhos leves e

pesados, insonorização das canalizações.

Insonorização

Orientação da sala principal, espaço descoberto,

duração da luz do dia, claridade, janelas da cozinha e

casas de banho.

Luz do dia

Conforto visual

Nível de iluminação, tipo de luz, ajustes dos ocupantes,

defeitos visuais, iluminação artificial de corredores e

escadas. Luz artificial

Vista para o exterior. Vista

Emissão de CO, CO2, HCHO, VOCs e partículas

suspensas, efeitos para os ocupantes, contaminação de

recursos.

Qualidade do ar interior

Ar Interior Ventilação, estratégia global e local de ventilação,

padrão de ventilação natural do edifício, padrão de

ventilação natural de cada divisão

Ventilação

Por exemplo, se o indicador “acessibilidade de transportes públicos”, que possui 10 créditos,

possuir o grau de desempenho “satisfatório”, o seu valor de desempenho é 50, que

corresponde ao produto de 10 (créditos) por 5 (valor numérico do grau de desempenho). No

caso de o grau de desempenho de todos os indicadores ser “recomendável”, o valor de

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

123  

desempenho será de 800, que corresponde à soma de todos os créditos, 200, multiplicados

pelo valor numérico do grau de desempenho, 4 – ver ANEXO 17.

O quadro 22 define os graus de desempenho e os critérios de avaliação.

Quadro 22 – Graus de desempenho. Fonte: (Kim, et al. 2005)

Graus de desempenho

Valores

numéricos

Nível de desempenho

Nulo 2 Não satisfaz as necessidades básicas do dia-a-dia dos ocupantes, e encontra-se abaixo do valor de referência.

Deficiente 3 Satisfaz as necessidades básicas do dia-a-dia dos ocupantes, mas encontra-se ligeiramente abaixo do valor de referência.

Recomendável 4 Pode suportar uma alteração hipotética das necessidades dos ocupantes, e alcança as suas necessidades; encontra-se a par, ou acima do valor de referência.

Satisfatório 5 Suporta completamente uma alteração hipotética das necessidades dos ocupantes, e alcança as suas necessidades; encontra-se acima do valor de referência.  

Para uma comparação entre edifícios, os utilizadores podem, não só obter a pontuação total do

desempenho habitacional numa base de 1000 (pontuação máxima), mas também aceder à

pontuação respectiva de cada indicador de desempenho.

Foi desenvolvida uma aplicação informática para a aplicação deste modelo.

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

124  

3.4. Análise comparativa das iniciativas internacionais (oficiais e não-oficiais) para a qualificação de edifícios

 

Os quadros 23 e 24 analisam e comparam as iniciativas de qualificação existentes a nível

internacional, agregando os pressupostos de análise estabelecidos no primeiro capítulo (vide

1.3) e que são os seguintes:

⎯ Fases do ciclo de vida (projecto, execução, comissionamento e utilização);

⎯ Subsistemas do edifício;

⎯ Categorias de desempenho;

⎯ Tipos de ocupação dos edifícios passíveis de qualificação;

⎯ Âmbito de Aplicação;

⎯ Existência de inspecções e sua periodicidade;

⎯ Entidades responsáveis pela realização das inspecções e entidades responsáveis pelo

reconhecimento das entidades inspectoras;

⎯ Entidade supervisora do esquema de qualificação;

⎯ Entidade gestora do esquema de qualificação;

⎯ Forma de apresentação dos resultados da qualificação;

⎯ Emissão de garantias efectivas (reais).

Em relação à avaliação dos vários subsistemas do edifício, constata-se a nível internacional a

existência de iniciativas de aplicação obrigatória, que já possuem um enfoque abrangente e

que fomentam a importância da visão do edifício como um todo (veja-se o caso Japonês e

Americano).

As iniciativas não-oficiais de aplicação voluntária, são geralmente muito utilizadas nos seus

países de origem variando, no entanto, as fases do ciclo de vida em que abrangem a sua

aplicação. Os esquemas não-oficiais (resultantes de trabalhos de investigação) focam a sua

aplicação apenas durante a fase de projecto.

A maioria dos esquemas de qualificação voluntários apenas se aplica a edifícios novos.

Constata-se que a maioria dos esquemas analisados actua nas categorias de desempenho

técnico, existindo alguns que avaliam também os desempenhos: ambiental, social, funcional e

gestão.

A maioria dos esquemas de qualificação recorre à realização de inspecções, com excepção

das iniciativas voluntárias que apenas focam a sua aplicação durante a fase de projecto.

Embora estejam definidas as entidades responsáveis pelo reconhecimento das entidades

inspectoras nas iniciativas obrigatórias, verifica-se que tal não acontece para as iniciativas

voluntárias (com excepção do Sistema P-mark e da Marca NHBC). Constata-se de igual forma

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

125  

que não se encontram especificadas devidamente as entidades supervisoras e gestoras dos

processos de qualificação.

Na generalidade os resultados da avaliação ao edifício são apresentados através de uma nota

final ou perfil de qualidade.

As iniciativas de qualificação promovidas pela RINA (Itália) e Qualitel (França) resultam na

emissão de um certificado. Os restantes esquemas de qualificação não especificam a emissão

deste ou outro documento que ateste a qualificação.

As iniciativas Marca NHBC (NHBC Buildmark, Reino Unido) e Sistema de Avaliação do

Desempenho para Edifícios de Habitação (Housing Performance Indication System, Japão)

resultam na emissão de certificados de garantia.

Por último, refere-se que todas as considerações anteriores se baseiam numa amostra restrita

(formada pelo conjunto de países estudados), que se considera representativa no âmbito

definido para esta dissertação.

 

 

 

 

 

 

 

 

Page 138: Sistemas de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

126  

 

Quadro 23- Análise comparativa das iniciativas internacionais de acordo com os subsistemas avaliados e fases do ciclo de vida

FUNDAÇÕES SUPERESTRUTURA TELECOMUNICAÇÕESDISTRIBUIÇÃO ÁGUA E DRENAGEM ÁGUAS 

RESIDUAISDISTRIBUIÇÃO DE GÁS TRANSPORTE MECÂNICO

AQUECIMENTO, VENTILAÇÃO E AR CONDICIONADO

INCÊNDIOS ELÉCTRICAS

Japão Housing Performance Indication System  P E P E P E P E P E P E

EUA Metodologias existentes de inspecção de edifícios  E C E C E C E C E C E C E C E C E C E C E C E C

Espanha Perfil de Qualidade  P E C  P E C  P E C  P E C  P E C  P E C  P E C  P E C  P E C 

Suiça Systeme d´Evaluation de Logement´s (SEL) P P P

Reino Unido NHBC Buildmark  P E U P E U P E U P E U P E U P  E U P E U P E U

ItáliaRegulamentação para a certificação da Qualidade em Edifícios – RINA 

P E C U P E C U P E C U P E C U P E C U P E C U P E C U P E C U P E C U P E C U P E C U

Alemanha Método de análise/avaliação de projectos (Alexander Klein) P

EUA Método de avaliação da qualidade da habitação (Dluhoseh) P P P P

Reino Unido Housing Quality Indicators (HQI) P P P

França Método Qualitel  P P P P P P P

Suécia The P‐mark System  P E P E P E P E P E U

Singapura CONQUAS 21  P E P E P E P E P E P E P E  P E P E

Coreia do SulModelo de avaliação do desempenho para edifícios residenciais multifamiliares 

P P P P P

Legenda

P ProjectoE ExecuçãoC ComissionamentoU Utilização

OFICIAIS DE 

APLICAÇÃ

OBR

IGATÓ

RIA

OFICIAIS DE 

APLICAÇÃ

VOLU

NTÁ

RIA

NÃO‐OFICIAIS DE APLICAÇÃ

VOLU

NTÁ

RIA

EDIFICIOS 

NOVOS 

EDIFICIOS NOVOS 

EDIFICIOS NOVOS E 

USA

DOS

EDIFICIOS NOVOS 

DESAGREGAÇÃO FÍSICA DO EDIFÍCIO ‐ SUBSISTEMAS

SUBSISTEMA EDIFÍCIO

ESQUEMAS DE QUALIFICAÇÃO

ESPAÇOS

ESTRUTURA

COBERTURAPAREDES 

EXTERIORESPAREDES  

INTERIORES

INSTALAÇÕES

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

127  

 

Esquema de Qualificação Autor/Origem PaísCategorias de desempenho

Tipos de ocupação 

Âmbito de aplicação

InspecçõesPeriodicidade das inspecções

Entidade responsável pelas inspecções

Reconhecimento de entidades inspectoras

Entidade supervisora

Entidade gestora

Reconhecimento de entidades certificadoras

Resultado da avaliação

Emissão de certificado

Providência garantias

Housing Performance Indication System

HQAL ‐ Ministério Território, Infra‐estrturas e Transportes Japão

JapãoTécnico           Social

Residencial Nacional SimRealizadas durante a execução

Comissão de avaliação Não especifica Não especifica Não especifica Não especifica Nota Final de 1 a 4 Não especifica Sim

Metodologias de inspecção de Edifícios

Subcomité de Investigação e Fiscalização Câmara de Representates EUA

Estados Unidos América

Técnico Residencial Nacional Sim Não especificaBuilding Official,  afecto às Câmaras Municipais ou entidades credenciadas

Não especifica Não especifica Não especifica Não especifica Não especifica Não Não

Perfil de QualidadeComissão Técnica para a Qualidade das Construções ‐ CTCE

Espanha

Funcional          Técnico           

Ambiental         Social

Residencial Nacional SimRealizadas apenas durante a execução, por um processo de amostragem

Não especifica Não especifica Não especifica Não especifica IVE ‐ Entidade de Evaluación Perfil de qualidade Não especifica Não

Método Qualitel Association Qualitel FrançaTécnico  

EconómicoResidencial Nacional Não ‐  ‐ ‐ Não especifica Não especifica ‐ Perfil de qualidade Sim Não

The P‐mark System Grupo de construtores Suécia Técnico Residencial Nacional Sim Não especificaNational Board of Physical Planning and Building‐Statens Planverk

National Board of Physical Planning and Building‐Statens Planverk

Não especifica Não especifica Não especifica Não especifica Não

Systéme d´Évaluation de Logement´s (SEL)Office Fédéral du Logement

Suiça

Funcional          Ambiental         Social             

Económico

Residencial Nacional Não ‐ ‐ ‐ Não especifica Não especifica Não especifica Nota final  Não especifica Não

NHBC BuildmarkNational House Building Council (NHBC)

Reino UnidoTécnico            Funcional          Social

Residencial Nacional SimDe 3 em 3 semanas durante a execução das obras

Fiscal credenciado NHBC NHBC NHBC ‐ Não especifica Não especifica Sim

Regulamentação para certificação qualidade em edifícios (RINA)

Registro Italiano Navale Itália

Funcional          Técnico            Social             Gestão

Vários Nacional Sim Não especifica Não especifica Não especifica RINA Não especifica ‐ Não especifica Sim Não

Método de análise/avaliação de projectos Alexander Klein AlemanhaFuncional          Social

Residencial Não especifica Não ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐Nota final e Perfil de 

qualidadeNão especifica Não

Método de avaliação qualidade habitação DluhosehEstados Unidos 

América

Funcional          Técnico            Social

Residencial Não especifica Não ‐  ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ Nota final Não especifica Não

Housing Quality Indicators (HQI)National Housing Federation (NHF)

Reino UnidoFuncional          Técnico            Social

Residencial Nacional Não ‐ ‐ ‐ Não especifica Não especifica ‐ Nota final Não Não

Método Qualitel Association Qualitel FrançaTécnico  

EconómicoResidencial Nacional Não ‐  ‐ ‐ Não especifica Não especifica ‐ Perfil de qualidade Sim Não

The P‐mark System Grupo de construtores Suécia Técnico Residencial Nacional Sim Não especificaNational Board of Physical Planning and Building‐Statens Planverk

National Board of Physical Planning and Building‐Statens Planverk

Não especifica Não especifica Não especifica Não especifica Não

CONQUAS 21Building and Construction Authority

Singapura

Funcional          Técnico            Social             Gestão

VáriosNacional mas 

disponivel noutros países

SimRealizadas durante todo o processo construtivo e por processos de amostragem

Não especifica ‐ Não especifica Não especifica ‐ Nota final Não especifica Não

Modelo de avaliação desempenho para edificios residenciais multifamiliares

Ministério da Construção e Transportes Coreano e a Corporação Coreana de Segurança das Infra‐estruturas & Tecnologia

Coreia do Sul Técnico  Residencial Nacional Não ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ ‐ Nota final Não especifica Não

EDIFÍCIOS NOVOS

OFICIAIS DE 

APLICAÇÃ

OBR

IGATÓ

RIA

EDIFICIOS NOVOS 

OFICIAIS DE APLICAÇÃ

VOLU

NTÁ

RIA

NÃO

‐OFICIAIS DE APLICAÇ

ÃO VOLU

NTÁ

RIA

EDIFICIOS NOVOS E USA

DOS

EDIFICIOS NOVOS 

Quadro 24- Análise comparativa das iniciativas internacionais

Na tabela, a designação “Não específica” indica que a informação correspondente ao item seleccionado, embora se ajustasse ao esquema de qualificação a que se refere, não se encontra disponível ou não foi encontrada qualquer referência. A designação “‐“  indica que a  informação  referente ao  item não  se aplica ao método de qualificação seleccionado ou que não foi possível recolher informação mais detalhada que permitisse avaliar a sua aplicabilidade ao esquema de qualificação seleccionado. 

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

128  

4. Considerações Finais  

Constatou-te no decurso da investigação que suporta esta dissertação que existem, quer a

nível nacional quer internacional, vários esquemas e iniciativas de qualificação para edifícios.

Apesar do considerável número, estas iniciativas apresentam diferentes metodologias de

aplicação, actuam em diferentes fases do ciclo de vida do edifício e focam diferentes

subsistemas do mesmo. Todas têm, porém, o mesmo objectivo final: assegurar a qualidade dos

edifícios de habitação.

Embora as propostas legislativas nacionais mais recentes para o sector da construção de

habitação já refiram a possibilidade da qualificação dos edifícios84, ainda não se encontram

definidas, para muitos dos subsistemas, as condições e formas de como esta pode ser levada

a cabo, nem mesmo quais as entidades habilitadas para o efeito. Estas lacunas devem ser

colmatadas através da criação de um esquema de qualificação, que se traduz numa avaliação

quantitativa do edifício (e subsistemas constituintes) e em informação sobre a qualidade do

mesmo na perspectiva do utilizador final.

Efectivamente, ao analisarmos as iniciativas de carácter obrigatório existentes a nível nacional,

verificamos que cada uma delas apresenta um espectro demasiadamente restritivo naquilo que

é o sistema complexo edifício. De facto, em Portugal, a qualificação ou certificação obrigatória

é ainda muito restrita, aplicando-se apenas aos seguintes subsistemas:

⎯ Instalações (de telecomunicações, distribuição de água, gás, transporte mecânico,

eléctricas, combate a incêndios e aquecimento, ventilação e ar condicionado no

âmbito do Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar interior

nos Edifícios (SCE));

⎯ Cobertura e paredes exteriores/interiores (no âmbito do SCE, fiscalizações municipais

e do Método de Avaliação do Estado de Conservação (MAEC)).

As iniciativas obrigatórias referidas apresentam um funcionamento autónomo, adoptando

metodologias e procedimentos de avaliação e gestão próprios e distintos entre si, que resultam

em diferentes graus de confiança para os utilizadores.

No panorama nacional pode ainda constatar-se que as iniciativas que abrangem um leque mais

alargado de subsistemas dos edifícios são iniciativas de carácter voluntário. Neste âmbito,

verifica-se que os esquemas não-oficiais (na maioria resultantes de trabalhos de investigação)

focam a sua aplicação apenas durante a fase de projecto. Pelo contrário, as iniciativas

                                                            84 Art. 72º do RGE: “As edificações, partes de edificações, processos construtivos e características de desempenho das edificações, bem como os materiais, componentes e sistemas da construção podem ser certificados por entidades nacionais legalmente habilitadas para o efeito.”

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

129  

privadas, que resultam sobretudo da percepção pelo sector privado da importância que a

qualidade representa actualmente no mercado são, na maioria, mais abrangentes em relação

às seguintes fases do ciclo de vida do edifício: elaboração do projecto, execução da obra e seu

comissionamento. Existem algumas iniciativas que focam já a sua actuação durante a fase de

utilização/conservação (por exemplo o diagnóstico imobiliário - Checkhouse).

Refira-se ainda, por exemplo, o facto de, actualmente, não existir nenhum procedimento

obrigatório de qualificação dos subsistemas estrutura e espaços (responsáveis por uma

percentagem considerável das patologias em edifícios) – à excepção de raras excepções ao

nível municipal (como é o caso do Regulamento Municipal de Fiscalização de Operações de

Urbanização e de Edificação do concelho do Barreiro (RMFOUE), que efectua inspecção à

execução). Efectivamente, no caso do subsistema estrutura, o termo de responsabilidade do

projectista é actualmente entendido como forma de garantia da qualidade suficiente.

A nível internacional já existem esquemas de qualificação de aplicação obrigatória que

abrangem a maioria dos subsistemas do edifício. Um desses casos, a iniciativa Japonesa –

Sistema de Avaliação do Desempenho para Edifícios de Habitação (Housing Performance

Indication System) – é já um esquema de qualificação que avalia de forma quantitativa a

qualidade dos edifícios, sendo obrigatória por força de lei no Japão.

No entanto, ao nível dos esquemas não-oficiais de aplicação voluntária (resultantes de

trabalhos de investigação) o panorama internacional apresenta algumas semelhanças em

relação ao panorama nacional, ou seja, também focam sobretudo a fase de projecto. Quanto

às iniciativas privadas estudadas a nível internacional, verifica-se que possuem a mesma

abrangência das iniciativas nacionais acima referidas.

Ao compararmos o cenário nacional e internacional, sobressaem as seguintes diferenças

principais:

⎯ Enquanto a nível internacional existem esquemas de qualificação que providenciam

garantias, tal não acontece em nenhuma iniciativa nacional. São exemplos o caso

japonês já referido - Sistema de Avaliação do Desempenho para Edifícios de Habitação

(Housing Performance Indication System) – e a Marca NHBC (NHBC Buildmark, Reino

Unido), ainda que este último seja de carácter voluntário;

⎯ A propensão dos diversos países para incorporar o conceito da qualidade no segmento

residencial do sector da construção e para a necessidade de a quantificar, recorrendo

aos esquemas de qualificação. Esta situação pode dever-se a múltiplos factores que

vão desde o desenvolvimento do país e do próprio sector da construção, ao nível de

exigência estabelecido pelas leis e regulamentos nacionais ou mesmo a questões

relacionadas com a própria aceitação e valorização social do conceito.

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

130  

Efectivamente, se atentarmos no métodos Qualitel (Francês) e SEL (Suíço) verificamos que,

embora abranjam apenas a fase de projecto, estes esquemas de qualificação são

correntemente utilizados nos seus países de origem, servindo mesmo de ferramenta para as

instituições financeiras na avaliação da viabilidade de cedência de financiamentos, ainda que

não providenciem nenhum tipo de garantia.

Por seu turno, o NHBC, também muito utilizado no Reino Unido, embora focando a sua

actuação durante a fase de construção, tem não só relevância junto das entidades financeiras

como fornece aos utilizadores/adquirentes de habitação uma garantia especifica contra defeitos

na construção.

Os resultados das qualificações dos edifícios e/ou subsistemas, quer nas iniciativas nacionais

quer internacionais, são na maioria apresentados da seguinte forma:

⎯ Escala de classificação, com a atribuição de uma nota final;

⎯ Relatórios de avaliação gráficos e/ou escritos;

⎯ Perfis de qualidade (para a fase de projecto e obra).

Algumas das iniciativas nacionais estudadas (por exemplo, a Avaliação da qualidade

arquitectónica e o Modelo integrado de qualificação, referidas em 2.4.1), apresentam a

qualificação com recurso a mais que uma das formas de apresentação de resultados referidos.

Embora exista há vários anos em Portugal um esquema de qualificação passível de ser

aplicado a todo o tipo de empreendimentos de construção – Marca de Qualidade LNEC – e que

abrange todo o processo construtivo e fases do ciclo de vida do edifício (com excepção da

utilização/exploração), a sua aplicação a edifícios residenciais não tem sido frequente, entre

outros factores, pela dificuldade de diluição dos custos associados aos critérios e

procedimentos exigentes definidos por esta Marca de Qualidade. Aquela instituição também

disponibiliza uma solução e uma ”Metodologia de Qualificação de Empreendimentos de

Habitação”.

Na generalidade, no nosso país, os esquemas de qualificação existentes (designadamente os

voluntários) apresentam um grande número de critérios a avaliar quando comparados com

alguns dos métodos internacionais estudados, o que pode revelar um sinal sobre o estado da

“qualidade” e/ou da preocupação com a garantia da qualidade do produto final.

De facto, esta maior diversidade de aspectos e critérios definidos no âmbito destes esquemas

nacionais, pode ser um indicador da falta de qualidade dos edifícios e dos serviços prestados

pelos intervenientes no processo construtivo a nível nacional. Em Portugal, considerando como

indicador o facto de mais de 12% dos clientes finais estarem insatisfeitos com a qualidade dos

seus edifícios residenciais (conforme referido em 1.1), resulta que as iniciativas de qualificação

adoptem uma hierarquia de avaliação muito pormenorizada e criteriosa, de forma a conseguir

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

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garantir um maior e melhor controlo em todas as fases, dada a desconfiança existente nos

serviços prestados.

Contudo, nenhuma das iniciativas – nacionais e internacionais – poderá contemplar todos os

critérios passíveis de avaliação num edifício ou subsistema. Tal seria mesmo impraticável. Se

assim acontecesse, o esquema de qualificação seria demasiado complexo, moroso e implicaria

um elevado esforço financeiro. A definição dos critérios varia consoante a realidade dos

diferentes países e o estado do seu desenvolvimento no sector da construção. A tendência de

qualquer esquema de qualificação será a redução do número de critérios avaliados (como

acontece nos casos do Qualitel e do SEL) à medida que a confiança na qualidade dos serviços

prestados aumenta e, para a qual, a qualificação dos intervenientes poderá contribuir.

Embora já vigorem alguns procedimentos nacionais que contribuem para a qualificação dos

edifícios, através de vários diplomas legais genéricos, como o RJEU e o RGEU, e outra

legislação específica (por exemplo referente a vários subsistemas, como as instalações), estes

revelam-se ainda insuficientes, dado que não se traduzem em qualquer qualificação que

diferencie os edifícios e não produzem nenhum tipo de informação facilmente perceptível para

o potencial consumidor corrente dos edifícios.

Verifica-se contudo nas publicações legais mais recentes, respeitantes ao sector da

construção, a intenção do Estado em aumentar a responsabilidade dos projectistas.

Numa tentativa de aumentar não só a responsabilidade dos projectistas, a existência de um

esquema de qualificação de edifícios poderia clarificar, definir e responsabilizar todos os

intervenientes envolvidos no processo de qualificação (prevendo por exemplo o

reconhecimento de entidades qualificadoras para projectistas, construtores, promotores,

entidades de controlo e avaliação técnica, etc.) e sobretudo, a possibilidade de instituir

mecanismos de protecção dos utilizadores finais (por exemplo, através de garantias

especificas), para além de poder também contribuir para a melhoria da qualidade da

construção residencial nacional e para a defesa dos interesses dos cidadãos, potenciais

consumidores de habitação. Como exemplo, refira-se a realidade do Reino Unido, em que é o

próprio Governo a recomendar que só as habitações cobertas pela garantia NHBC possam ser

financiadas.

O possível desenvolvimento de um tal esquema de qualificação nacional, poderá iniciar-se em

Portugal com o aproveitamento e optimização dos esquemas existentes (e que focam apenas

alguns dos subsistemas do edifício), dada a complexidade inerente à criação de um modelo

abrangente a todo o edifício e subsistemas de raiz e que se apresentasse compatível com as

várias iniciativas existentes em simultâneo. A experiência ganha com a aplicação deste

esquema de qualificação e das ferramentas de avaliação associadas, poderia desencadear o

seu desenvolvimento e melhoria contínua do mesmo, permitindo expandir gradualmente a sua

aplicação a outros subsistemas.

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

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Seria desejável que um esquema de qualificação de âmbito nacional, na sua fase inicial,

integrasse todas as iniciativas obrigatórias existentes, completando eventuais lacunas, e que se

fosse expandido para englobar subsistemas do edifício que ainda não possuem qualquer tipo

de qualificação.

É também importante definir previamente os critérios e características que permitam avaliar

técnica e objectivamente os subsistemas que constituem um edifício. Isto permitiria

compreender e avaliar o seu desempenho e comportamento, através dos critérios ou pontos de

avaliação que afectam a sua qualidade. A definição técnica dos subsistemas podia ser

realizada, em conjunto, por especialistas da área (Engenheiros, Arquitectos, entre outros) e

entidades com reconhecido mérito na área (por exemplo, as Universidades, empresas, etc.).

Durante a elaboração do esquema de qualificação deveriam participar outras partes

interessadas (por exemplo as seguradoras, as entidades financiadoras, entre outras).

A definição técnica servirá de base para a criação de uma ferramenta que permita efectuar a

qualificação do subsistema, quantificando a satisfação das exigências do utilizador final ou

dono-de-obra.

Esta qualificação poderia ser efectuada através de listas de verificação (check-lists) – como é

sugerido em propostas já existentes (por exemplo no Modelo Integrado de Qualificação de

Edifícios) onde constassem os critérios e requisitos a ser avaliados e/ou satisfeitos. Esta

avaliação apenas poderia ser efectuada por peritos técnicos credenciados para o efeito.

A tendência demonstra que o aumento da utilização de esquemas de qualificação passíveis de

avaliar os edifícios (ou os seus subsistemas) em Portugal, depende da oferta que as entidades

privadas do sector desenvolverem neste mercado específico, e o seu desenvolvimento

dependerá do sucesso da sua procura por parte dos potenciais utilizadores da habitação e dos

contributos fornecidos por todas as entidades desta área específica da construção, como sejam

investigadores, entidades públicas e/ou privadas.

A aparente incapacidade da criação/gestão de um esquema de qualificação por parte do

Estado, transversal às várias fases do ciclo de vida desde o projecto à execução, poderá

justificar no futuro o reconhecimento de entidades privadas por parte do Estado para efectuar a

qualificação dos edifícios.

Desta forma, a criação de um esquema de qualificação nacional, deverá procurar seguir e/ou

satisfazer os seguintes objectivos centrais:

⎯ Transmitir e descrever ao utilizador final do edifício, de forma clara, os parâmetros

passíveis de avaliação, que influenciam o desempenho do edifício, e quantificá-los

possibilitando uma escolha mais informada e adequada por parte dos potenciais

consumidores;

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

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⎯ Criar uma ferramenta passível de ser utilizada pelas entidades financiadoras como

garantia dos financiamentos concedidos;

⎯ Contribuir para uma política de concorrência e distinção no mercado da construção, em

que todos os intervenientes procurem critérios da qualidade, com vista à distinção dos

produtos finais disponibilizados através da sua qualificação;

⎯ Contribuir para uma maior e mais objectiva responsabilização dos intervenientes no

processo construtivo durante todo o ciclo de vida do edifício;

⎯ Despoletar novos mecanismos de defesa do utilizador final/consumidor,

nomeadamente através da actuação das seguradoras ou outras entidades que

providenciem garantias mais alargadas ao edifício ou seus subsistemas;

⎯ Potenciar as iniciativas de qualificação existentes e o desenvolvimento de melhorias

para as mesmas.

4.1. Prossecução dos trabalhos

De acordo com o estabelecido em 1.2, definiu-se como objectivo geral desta dissertação

contribuir para o estudo da qualidade da construção e sobre esquemas de qualificação para

edifícios residenciais novos. Para isso, realizou-se um levantamento e análise de esquemas de

qualificação de edifícios existentes, nacionais e internacionais, e de ferramentas de avaliação

de desempenho a eles associadas e, depois de realizado um estudo comparativo,

estabeleceram-se linhas gerais de orientação para a criação de um esquema de qualificação

para edifícios residenciais novos passível de ser aplicado a nível nacional.

Considerando a dificuldade da elaboração de um esquema único de qualificação que abranja

todos os níveis de qualidade e categorias de desempenho, remete-se para estudos posteriores

a possível criação de um esquema de qualificação, para o qual se espera que o estudo aqui

apresentado venha a contribuir.

Assim, a prossecução da investigação desenvolvida no âmbito desta dissertação, podem incluir

as seguintes actividades:

⎯ Estabelecer as melhorias necessárias aos esquemas de qualificação nacionais

obrigatórios existentes para subsistemas de edifícios, para que as diferentes iniciativas

existentes possam convergir em termos de procedimentos utilizados, no sentido de se

poderem agregar numa metodologia global de qualificação do edifício;

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

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Por exemplo: estabelecer escalas de classificação para as actuais certificações

obrigatórias, como sejam as instalações eléctricas, de gás e telecomunicações, de

forma a quantificar de forma clara a avaliação efectuada a estes subsistemas,

apoiando o utilizador final no seu processo de decisão, uma vez que permite que este

efectue análises comparativas entre edifícios – à semelhança do que existe no SCE.

⎯ Definir tecnicamente os subsistemas a avaliar, através de critérios e características que

afectam a sua qualidade, permitindo avaliar o seu desempenho e comportamento;

Por exemplo: para os subsistemas que não se encontrem cobertos por nenhuma

iniciativa de qualificação, definir quais os parâmetros/características que afectam o seu

desempenho e, por isso, alvos de necessária avaliação durante o ciclo de vida do

subsistema, para que a ele esteja garantido um determinado nível de qualidade. Esta

definição técnica serviria igualmente de base para a reformulação dos critérios de

avaliação dos subsistemas, para as iniciativas de qualificação existentes.

⎯ Desenvolver ferramentas que permitam efectuar a qualificação dos subsistemas,

quantificando a satisfação das exigências do utilizador final ou dono-de-obra, com base

na avaliação dos critérios que os definem tecnicamente;

Depois de definido tecnicamente um subsistema do edifício, através dos vários

parâmetros/características que afectam o seu desempenho, é necessário estabelecer

os procedimentos que permitam efectuar e quantificar a avaliação desses parâmetros.

Seguidamente é necessário constituir uma metodologia que, agregando as avaliações

de todos os parâmetros, tenha como “output” uma informação facilmente perceptível

para o utilizador – através de uma nota numa escala de qualificação - e que lhe permita

diferenciar os subsistemas de edifícios distintos. Todas estas iniciativas devem

procurar convergir, ao nível dos seus procedimentos, de forma a poderem ser

integradas num esquema de qualificação global.

⎯ Criar uma metodologia que agregue as qualificações dos vários subsistemas do edifício

e que resulte numa qualificação global do edifício, definindo todos os procedimentos

necessários à sua obtenção e o estudo das importâncias relativas (ponderações) de

cada subsistema para a qualidade do edifício;

Esta metodologia teria como “inputs” as qualificações de todos os subsistemas e

gerava como “output” a qualificação global do edifício. Para isso, é necessário definir as

ponderações/importâncias relativas que cada subsistema terá na qualificação final. A

criação de uma plataforma informática que, mediante a introdução de todos os dados

relativos às avaliações efectuadas, devolvesse a qualificação final do edifício, facilitaria

não só a construção de todo o processo, como permitiria gerar quase de forma

automática todos os resultados, qualificações parciais (subsistemas), perfis de

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

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qualidade, etc.. Por exemplo, se a qualificação global de um edifício fosse apenas dado

pela qualificação dos subsistemas estrutura, cobertura e paredes, e se, de acordo com

a metodologia e escala de avaliação definidas, as suas qualificações fossem 1, 2 e 3,

mediante as ponderações definidas para o processo de qualificação, a plataforma

devolveria a qualificação global do edifício, por exemplo 1,5.

⎯ Definir a forma de apresentação do resultado da qualificação, para que esta transmita e

descreva, de forma clara, os parâmetros da qualificação e forneça informação

facilmente entendida pelo utilizador final;

Verificou-se nas iniciativas estudadas que estas geralmente apresentam a qualificação

global do edifício numa ou mais das seguintes formas: escalas de classificação, com a

atribuição de uma nota final, relatórios de avaliação gráficos e/ou escritos e perfis de

qualidade (para a fase de projecto e obra). Assim, revela-se importante estudar a

eficiência destas formas de apresentação dos resultados, na transmissão de

informação para o utilizador final, ou procurar outras soluções que possivelmente

permitam ao utilizador compreender melhor o processo de qualificação e ajudá-lo de

forma mais eficaz no processo de aquisição de habitação.

⎯ Alargar o estudo internacional de iniciativas de qualificação de edifícios que avaliem

outros âmbitos de desempenho;

No âmbito desta dissertação apenas foram estudados esquemas de qualificação para

edifícios residenciais de alguns países com maior tradição em termos de iniciativas de

promoção da qualidade da construção, com enfoque na categoria de desempenho

técnico. Alargar o âmbito deste estudo contribuiria para a recolha de novas

ferramentas, metodologias e experiências que contribuiriam para o desenvolvimento do

estudo sobre a qualidade da construção.

⎯ Definir formas ou procedimentos que possibilitem associar, aos esquemas de

qualificação, garantias específicas e efectivas (reais) para os subsistemas do edifício.

A semelhança de algumas iniciativas internacionais, devem ser estudadas as formas e

procedimentos de agregar aos esquemas de qualificação, garantias para os

subsistemas dos edifícios. Por exemplo, através de parcerias com seguradores,

instituições públicas, associações profissionais ou empresariais, ou outras.

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

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Modelos de Avaliação do Desempenho e Reconhecimento da Qualidade para Edifícios Residenciais

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6. Anexos  

ANEXO 1 - A QUALIDADE NO RGE ........................................................................................................... 144 

ANEXO 2 - MODELO DE FICHA TÉCNICA DA HABITAÇÃO ......................................................................... 145 

ANEXO 3 - DIRECTIVA DOS PRODUTOS DA CONSTRUÇÃO ...................................................................... 155 

ANEXO 4 - CERTIFICADO E RELATÓRIO E INSPECÇÃO: INSTALAÇÕES DE GÁS ....................................... 156 

ANEXO 5 - RELATÓRIO DE VISITA TÉCNICA DA EMPRESA DISTRIBUIDORA DE GÁS .................................. 158 

ANEXO 6 - FICHA DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO ............................................................................. 159 

ANEXO 7 - REGULAMENTOS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS EM EDIFÍCIOS EM VIGOR .................. 164 

ANEXO 8 - CERTIFICADO DE DESEMPENHO ENERGÉTICO E DA QUALIDADE DO AR INTERIOR ................. 165 

ANEXO 9 - CERTIFICADO DE CONFORMIDADE DE INFRA-ESTRUTURAS DE TELECOMUNICAÇÕES EM

EDIFÍCIOS ......................................................................................................................................... 169 

ANEXO 10 - CERTIFICADO CERTIEL DE EXPLORAÇÃO DE INSTALAÇÕES ELÉCTRICAS ......................... 170 

ANEXO 11 - FICHA DE AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE CONSERVAÇÃO DE EDIFÍCIOS ....................................... 171 

ANEXO 12 - RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO IMOBILIÁRIO CHECKHOUSE ............................................. 173 

ANEXO 13 - QUADROS DE APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS DO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA QUALIDADE

DE PROJECTOS DE EDIFÍCIOS DE HABITAÇÃO PROPOSTO POR (COSTA 1995) .............................. 179 

ANEXO 14 - QUESTIONÁRIO DO EDIFÍCIO, RINA ..................................................................................... 189 

ANEXO 15 - CERTIFICADO DE QUALIDADE, RINA .................................................................................... 192 

ANEXO 16 - FORMULÁRIO DE RENOVAÇÃO, RINA .................................................................................. 193 

ANEXO 17 - EXEMPLOS DOS PESOS E CRÉDITOS PARA OS VÁRIOS INDICADORES DE DESEMPENHO E

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO APLICADOS NO MODELO DE AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO PARA

EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS MULTIFAMILIARES ..................................................................................... 194 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Anexo 1 - A qualidade no RGE  

Fonte: (RGE Versão Final 2004) 

 

 

 

A QUALIDADE DA CONSTRUÇÃO NO RGE

Disposições

Gerais

Artigo 69º

1. A qualidade, a natureza e o modo de aplicação dos materiais utilizados na construção das edificações novas e nas intervenções devem ser de molde a satisfazer às condições de resistência mecânica e estabilidade, de segurança contra incêndio e na utilização, de higiene, saúde e ambiente, de protecção contra o ruído, de economia de energia e isolamento térmico, bem como às demais exigências estabelecidas neste regulamento, nomeadamente de funcionalidade, durabilidade e outras. 2. Presumem-se aptos ao uso os produtos da construção qualificados de acordo com a legislação aplicável. 3. Caso não sejam enquadráveis no número anterior, presumem-se aptos ao uso: a) Os produtos tradicionais que disponham de certificação da conformidade do seu desempenho com normas ou especificações técnicas nacionais, europeias e internacionais, por esta ordem de prioridade, efectuada por entidade nacional legalmente habilitada para o efeito; b) Os produtos inovadores, ou os que se desviem significativamente das normas aplicáveis, desde que disponham de uma apreciação técnica favorável de uma entidade nacional legalmente habilitada para o efeito.

Qualidade do

Projecto

Artigo 70º

1. As exigências da qualidade das edificações devem estar definidas nos projectos de execução e devem ser estabelecidas de modo a cumprir o disposto no artigo 69º. 2. Os projectos de execução devem ser elaborados, quanto ao conteúdo, de acordo com o especificado na legislação aplicável para os projectos das obras públicas, dispensando-se a apresentação do orçamento. 3. Para garantir a qualidade da concepção das edificações, a qualidade dos diversos projectos de execução, bem como a respectiva compatibilização, podem ser comprovadas através de adequada revisão de projecto, a ser entregue com o projecto de execução, realizada por técnicos habilitados para o efeito e com qualificação profissional pelo menos equivalente à dos autores do projecto.

Qualidade da

Execução

Artigo 71º

1. A garantia da qualidade da execução das edificações deve ser comprovada pela concretização de um plano de qualidade da edificação, que inclui necessariamente o respectivo plano de monitorização e ensaio da globalidade da obra, cuja responsabilidade de elaboração compete ao dono de obra, que deve existir no local da obra desde o início desta.

Certificação da

Qualidade das

edificações

Artigo 72º

As edificações, partes de edificações, processos construtivos e características de desempenho das edificações, bem como os materiais, componentes e sistemas da construção podem ser certificados por entidades nacionais legalmente habilitadas para o efeito.

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Anexo 2 - Modelo de Ficha Técnica da Habitação  

 

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Anexo 3 - Directiva dos Produtos da Construção  

 

 

 

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Anexo 4 - Certificado e Relatório e inspecção: instalações de gás  

 

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Anexo 5 - Relatório de visita técnica da empresa distribuidora de gás  

 

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Anexo 6 - Ficha de segurança contra incêndio  

 

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Anexo 7 - Regulamentos de segurança contra incêndios em edifícios em vigor  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Anexo 8 - Certificado de desempenho energético e da qualidade do ar interior

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Anexo 9 - Certificado de Conformidade de infra-estruturas de telecomunicações em edifícios  

 

                                                                      CERTIFICADO DE CONFORMIDADE  Nº CERTIFICADO: Nº INTERNO: DATA DA CERTIFICAÇÃO: ENTIDADE CERTIFICADORA (Nome e data de registo): LOCALIZAÇÃO DO EDIFÍCIO (Distrito, concelho e morada completa, com código postal): TIPO E CARACTERIZAÇÃO DO EDIFÍCIO:

N.º DE PISOS / TOTAL DE FRACÇÕES AUTÓNOMAS: _______ / _______ RESIDENCIAL NÃO RESIDENCIAL, PARA USO PROFISSIONAL MISTO OUTRO (especificar) __________________________ MORADIA UNIFAMILIAR 2 OU 3 FRACÇÕES AUTÓNOMAS 4 OU MAIS FRACÇÕES AUTÓNOMAS

NQ - NÍVEIS DE QUALIDADE DA INSTALAÇÃO: 1a 2a 3 1b 2b 1c IDENTIFICAÇÃO DO RELATÓRIO DE INSPECÇÃO: ___________________________________________________________________________ DECLARAÇÃO: DE ACORDO COM O ESTIPULADO NO DECRETO-LEI Nº 59/2000, DE 19 DE ABRIL, AS INFRA-ESTRUTURAS DE TELECOMUNICAÇÕES DO EDIFÍCIO ESTÃO CONFORME AS PRESCRIÇÕES E ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS EM VIGOR, COM O PROJECTO TÉCNICO E COM OS NÍVEIS DE QUALIDADE ACIMA REFERIDOS, PELO QUE PODEM SER LIGADAS ÀS REDES PÚBLICAS DE TELECOMUNICAÇÕES.

A ENTIDADE CERTIFICADORA ITED DATA

  

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Anexo 10 - Certificado CERTIEL de exploração de instalações eléctricas  

 

 

 

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Anexo 11 - Ficha de avaliação do nível de conservação de edifícios  

 

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Anexo 12 - Relatório de diagnóstico imobiliário CHECKHOUSE  

 

 

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Anexo 13 - Quadros de apresentação dos resultados do método de avaliação da qualidade de projectos de edifícios de habitação proposto por (Costa 1995)  

 

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Anexo 14 - Questionário do edifício, RINA  

 

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Anexo 15 - Certificado de qualidade, RINA  

  

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Anexo 16 - Formulário de renovação, RINA  

 

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Anexo 17 - Exemplos dos pesos e créditos para os vários indicadores de desempenho e critérios de avaliação aplicados no modelo de avaliação do desempenho para edifícios residenciais multifamiliares