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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO WILLANY CAROLINY TAVARES BATISTA CHAVES SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ALMOXARIFADO: UMA ANÁLISE DE DUAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO NATAL-RN 2014

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ALMOXARIFADO: UMA … · com uma excelência da gestão são essenciais informações em uma organização. Por essa razão, elas são consideradas um

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS ADMINISTRATIVAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

WILLANY CAROLINY TAVARES BATISTA CHAVES

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ALMOXARIFADO: UMA ANÁLISE DE

DUAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

NATAL-RN 2014

WILLANY CAROLINY TAVARES BATISTA CHAVES

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ALMOXARIFADO: UMA ANÁLISE DE

DUAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração.

Orientadora: Anatália Saraiva Martins Ramos, Dra.

NATAL-RN 2014

WILLANY CAROLINY TAVARES BATISTA CHAVES

SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ALMOXARIFADO: UMA ANÁLISE DE

DUAS INSTITUIÇÕES FEDERAIS DE ENSINO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do curso de graduação em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado e aprovado em ____/____/______, pela banca examinadora composta pelos seguintes membros:

BANCA EXAMINADORA

________________________________________________

Anatália Saraiva Martins Ramos, Dr. Orientadora

________________________________________________

xxxxxxxxx, Dr. Examinador

________________________________________________

xxxxxxxxxx, Prof. Examinador

Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Setorial do CCSA

Chaves, Willany Caroliny Tavares Batista. Sistemas de informação de almoxarifado: uma análise de duas

instituições federais de ensino/ Willany Caroliny Tavares Batista Chaves. – Natal, RN, 2014.

145f. Orientadora: Profa. Dra. Anatália Saraiva Martins Ramos. Monografia (Graduação em Administração) – Universidade

Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento de Ciências Administrativas.

1. Administração pública – Monografia. 2. Gestão de materiais -

Monografia. 3. Tecnologia da informação – Almoxarifado - Monografia. 4. Benchmarking – Monografia. I. Ramos, Anatália Saraiva Martins. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/BS/CCSA CDU 35.077.1

Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus

por Seu imenso amor e misericórdia, aos meus

pais que tanto lutaram e se dedicaram com

tanto amor, dedicação, aconselhando e

apoiando sempre para que eu alcançasse mais

esta conquista e ao meu esposo pelo amor e

apoio em todos os momentos da minha

graduação.

AGRADECIMENTOS

Sou muito agradecido ao Deus, Todo Poderoso, por tudo que Ele tem feito por

mim, pela família abençoada, pelas chances que me proporcionou, pela misericórdia e

tanto amor que tem por mim, por outras muitas coisas;

Aos meus pais queridos, Wellinghton Elias Batista e Valdilene Tavares Batista,

por toda dedicação e esforço em proporcionar uma boa educação, pelo apoio, incentivo

e carinho, sempre presentes;

Ao meu amado marido, Eduardo Chaves de Sousa, pela paciência, apoio e

incentivo;

À minha irmã, Illana Maria Tavares Batista pelo incentivo e carinho;

A todas as pessoas que acreditaram em mim, familiares e amigos que formei ao

longo da vida, em especial à minha tia Fátima pelo apoio;

À minha orientadora, Dra. Anatália Saraiva Martins Ramos pelo empenho

dedicado à elaboração deste trabalho;

Aos demais professores do CCSA e da Engenharia de Produção, que foram

importantes na minha vida acadêmica sempre empenhada em transmitir

conhecimentos;

Aos amigos que formei na graduação, Karla Reinaldo, Vanessa Oliveira, Walkiria

Ramos, Giselda Cavalcante, Romeica da Silva, pelo companheirismo, carinho, risadas,

parcerias;

Aos demais colegas, que formei ao longo do curso, pelo companheirismo;

A todos servidores, da UFRN e IFRN, que foram entrevistados, por terem

disponibilizado tempo e simpatia.

À Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN por me proporcionar

conhecimentos para a minha formação profissional.

As organizações são sistemas vivos, integrantes de ecossistemas complexos, com os quais interagem e dos quais dependem. A excelência em uma organização depende, fundamentalmente, de sua capacidade de perseguir seus propósitos em completa harmonia com seu ecossistema.

FNQ (2008, p. 7)

RESUMO

O presente trabalho teve por objetivo geral analisar a gestão de materiais entre duas

instituições de ensino, UFRN e IFRN, à luz dos módulos de almoxarifado dos sistemas

de informação SIPAC e SUAP, criado e utilizado, respectivamente, pela UFRN e pelo

IFRN. Entre os objetivos específicos estão investigar as limitações encontradas na

gestão de materiais do IFRN e identificar o potencial de melhorias que poderiam ser

alcançadas com base na comparação do SIPAC com o SUAP. Buscou-se

contextualizar a gestão pública, identificando as exigências para obter uma gestão de

excelência, resgatando conceitos de administração de materiais, de estoque e de

processos. Defendendo a importância das tecnologias da informação na prestação de

serviços públicos e abordando a utilização dos sistemas de informações como

instrumento de suporte essencial para o desempenho das várias atividades

organizacionais. E trazendo informações sobre o SIPAC e os demais SIG

desenvolvidos pela UFRN, que tornaram ferramentais potencialmente eficazes no

auxílio das atividades desempenhadas na instituição. Além de advogar o valor de se

fazer Benchmarking para a busca continua de melhorias, excelência, seja qual for à

organização, pública ou privada. O método utilizado é um estudo de caso, com caráter

qualitativo. Os dados foram levantados através de entrevistas tanto com os servidores

da UFRN como do IFRN das observações aos módulos almoxarifados das instituições

estudadas, de algumas documentações e de registros em arquivo.

Palavras chaves: Gestão de Materiais; Benchmarking; Sistema de Informação; SUAP; SIPAC.

ABSTRACT

The present study was to analyze the general management of materials between two

educational institutions, UFRN and IFRN in the light of warehouse modules of SIPAC

and SUAP information systems, created and used, respectively, UFRN and the IFRN.

The specific objectives are to investigate the limitations found in the materials

management IFRN and identify potential improvements that could be achieved based on

the comparison of SIPAC with SUAP. We attempted to contextualize public

management, identifying the requirements for a management excellence, recovering

concepts of materials management, inventory and processes. Defending the importance

of information technology in the provision of public services and addressing the use of

information systems as an essential support tool for the performance of various

organizational activities. And bringing information about the SIPAC and other GIS

developed by UFRN, which become potentially effective tooling in support of the

activities performed in the institution. In addition to advocating the value of doing

Benchmarking for the search continues for improvement, excellence, whatever the

organization, public or private. The method used is a case study with qualitative. The

data were collected through interviews with both UFRN servers as IFRN observations to

warehouses modules of the institutions studied, some documentation and file records.

Keywords: Materials Management; Benchmarking; Information System; SUAP; SIPAC.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Administração Pública atual 29

Figura 2: Representação do Modelo de Excelência da Gestão 35

Figura 3: Cadeia de valores genérica 40

Figura 4: Realinhamento periódico 44

Figura 5: Representação dos elementos e componentes do S.I 50

Figura 6: Classificação dos sistemas de informação 55

Figura 7: Tipos de SI dentro de uma organização 56

Figura 8: Diagrama de inter-relacionamento dos sistemas e suas funcionalidades 126

Figura 9: A empresa como um sistema aberto 71

Figura 10: Amplitude da Administração de Materiais 73

Figura 11: Organograma logístico 75

Figura 12: Gráfico Dente de Serra 82

Figura 13: Características do sistema de controle de estoque máximo-mínimo 84

Figura 14: Notas de empenho em atraso 107

Figura 15: Módulo de almoxarifado do SUAP 111

Figura 16: Aba Empenhos 112

Figura 17: Operação de materiais de consumo 113

Figura 18: Aba Estoque Configuração 114

Figura 19: Aba Estoque Controle 115

Figura 20: Consulta de Empenho no SIPAC 122

Figura 21: Módulo de Compras 123

Figura 22: Operações no Módulo Almoxarifado 127

Quadro 1: Princípios da Burocracia 30

Quadro 2: Programas de Qualidade na Administração Pública Federal 32

Quadro 3: Fundamentos da Excelência 34

Quadro 4: Metodologia genérica de Benchmarking 45

Quadro 5: Principais atributos da informação 52

Quadro 6: Comparação de reengenharia de processos de negócios e da melhoria continuada 64

Quadro 7: Objetivos primários da gestão de materiais 68

Quadro 8: Objetivos secundário da gestão de materiais 69

Quadro 9: Procedimentos fundamentais de Administração de Materiais 71

Quadro 10: Perfil dos entrevistados na UFRN 91

Quadro 11: Perfil dos servidores que trabalham no almoxarifado no IFRN 92

Quadro 12: Categorias pré-definidas para formulação do questionário 99

Quadro 13: Categorias definidas para análise de dados da UFRN 116

Quadro 14: Relatórios da operação e cadastro 128

14

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 17

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO ...................................................... 19

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA ........................................................ 22

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA ........................................................................... 24

1.4 JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 24

2. REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................ 27

2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................................................... 27

2.1.1 A busca por excelência .............................................................................. 32

2.1.1.1 Dimensão de Informação e Conhecimento ............................................... 37

2.1.1.2 Dimensão de Processos ............................................................................ 39

2.1.2 Gestão de Qualidade.................................................................................... 41

2.2 BENCHMARKING ........................................................................................... 43

2.2.1 Tipos comuns de Benchmarking .............................................................. 46

2.2.1.1 Benchmarking competitivo ........................................................................ 46

2.2.1.2 Benchmarking Cooperativo ....................................................................... 46

2.2.1.3 Benchmarking Colaborativo ...................................................................... 47

2.2.1.4 Benchmarking interno................................................................................ 47

2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO .................................................................. 48

2.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO ....................................................................... 50

2.4.1 Tipos de Sistemas de Informação ............................................................ 53

2.3.2 Planejamento de necessidades de materiais (MRP) ............................... 58

2.5 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E A GESTÃO POR PROCESSOS ....... 60

2.5.1 Reengenharia de processos ...................................................................... 62

2.5.2 Melhoria contínua ....................................................................................... 63

2.6 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ................................................................ 65

2.6.1 Os produtos/serviços................................................................................. 74

2.6.2 Evolução e mudanças significativas na área de administração de

materiais............................................................................................................... 75

15

2.6.2.1 Técnicas de administração japonesas....................................................... 76

2.6.2.2 Código de Barras ...................................................................................... 76

2.7 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE .................................................................. 78

2.7.1 Almoxarifado .............................................................................................. 81

2.7.2 Avaliação dos níveis de estoques ............................................................ 81

2.7.3 Sistema de duas gavetas ........................................................................... 82

2.7.4 Sistema de máximos – mínimos ............................................................... 83

2.7.5 Sistema de revisões periódicas ................................................................ 85

2.7.6 Curva ABC .................................................................................................. 86

3. METODOLOGIA ............................................................................................... 89

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA ............................................................................ 89

3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA .......................................... 91

3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS E APLICAÇÃO .......................... 93

3.3.1 Protocolo de estudo de caso .................................................................... 94

3.3.1.1 Visão Geral do projeto de estudo de caso ................................................. 95

3.3.1.2 Procedimentos de campo .......................................................................... 95

3.3.1.3 Questões de estudo de caso ..................................................................... 96

3.3.1.4 Guia para relatório de estudo de caso....................................................... 97

4 TRATAMENTO DOS DADOS ............................................................................ 98

4.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NO IFRN ............. 98

4.1.1 Recursos Humanos .................................................................................... 99

4.1.2 Recursos materiais e Tecnológicos ....................................................... 101

4.1.3 Processos de trabalho ............................................................................. 102

4.1.4 Gestão da Informação .............................................................................. 105

4.1.5 Integração entre os módulos .................................................................. 108

4.1.6 Sistema Unificado da Administração Pública (SUAP) .......................... 109

4.1.7 Principais operações do módulo almoxarifado do SUAP ..................... 110

4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NA UFRN ......... 116

4.2.1 Recursos Humanos .................................................................................. 117

4.2.2 Acesso a informações ............................................................................. 117

4.2.3 Controle de estoque ................................................................................. 118

16

4.2.4 Requisições .............................................................................................. 119

4.2.5 Processo de Aquisição ............................................................................ 120

4.2.6 Integração do módulo almoxarifado com outros .................................. 121

4.2.8 Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC)

............................................................................................................................ 124

4.2.9 Principais operações do módulo almoxarifado do SIPAC ................... 126

4.3 PROPOSTAS PARA MELHORIAS NO SUAP .............................................. 129

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 132

REFERÊNCIAIS .................................................................................................. 134

ANEXO ................................................................................................................ 139

APÊNDICES ........................................................................................................ 140

17

1. INTRODUÇÃO

Para que haja um planejamento estratégico e a comunicação necessária

com uma excelência da gestão são essenciais informações em uma organização.

Por essa razão, elas são consideradas um dos principais insumos, além de

promoverem autonomia, melhoria, inovação nas atividades.

Ter informações certas na hora hábil é uma exigência para qualquer

organização, seja privada ou pública; a fim de que a gestão possa administrar de

maneira mais eficaz, com eficiência buscando a excelência em suas ações em um

ambiente complexo, dinâmico.

A gestão de materiais, juntamente com a de estoques, tem suma

importância para o controle dos recursos financeiros e logístico para garantia da

eficiência e eficácia administrativa. Tendo que haver, dessa forma, um sistema de

informação que dê suporte.

Muitas informações são utilizadas para auxiliar as operações rotineiras,

para assistir o progresso dos planos de ação que fazem parte das estratégias e

para auxiliar a tomada de decisões, em todos os níveis e setores de uma

organização, seja privada ou pública. A gestão das informações requer a

identificação de necessidades e a implementação de sistemas para garantir

acesso e agilidade na análise das situações de interesse, alavancar a atividade a

fim e articular a integração com partes interessadas, assim como a atualização

tecnológica dos sistemas desenvolvidos, a disponibilização plena aos usuários e a

segurança das informações.

Para alcançar a excelência é primordial que as pessoas estejam

plenamente informadas e que analisem continuamente as informações,

transformado as em conhecimento, a fim de poder compartilhá-lo, desenvolvendo

permanentemente os ativos de conhecimento da organização.

Os sistemas de informações adequados possibilitam a geração de uma

variada quantidade de dados, transformando informações necessárias à gestão de

uma organização.

18

Fazer uma comparação com os resultados de outras organizações oferece

uma avaliação do nível de desempenho alcançado, verificando-se diferenciais

favoráveis, a serem mantidos, ou desfavoráveis, a serem tratados. E também

possibilita a definição de metas desafiadoras baseadas em fatos. A comparação

da configuração e do desempenho dos processos com outras organizações de os

de finalidade similar propicia a descoberta de novas possibilidades, conduzindo o

aprendizado e a inovação, e aumentando o diferencial competitivo.

O presente trabalho buscou desenvolver um estudo em dois sistemas de

informação no módulo almoxarifado, Sistema Unificado da Administração Pública

(SUAP) utilizado pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio

Grande do Norte (IFRN) e o Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e

Contratos (SIPAC), pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)

com o intuito de entender como tem funcionado a gestão de materiais com a

utilização dos tais sistemas nessas instituições e vislumbrar quais melhorias o

SUAP poderia adotar com base no SIPAC.

19

1.1 CARACTERIZAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO

A história desta instituição começou no dia 23 de dezembro de 1909, na

gestão do presidente Nilo Peçanha a partir de um decreto que criou 19 Escolas de

Aprendizes Artífices, as quais havia uma de Natal/RN. Em 1910, começou a

oferecer um curso primário de desenho e oficinas de trabalhos manuais, localizado

no antigo Hospital de Caridade, que funciona a Casa do Estudante de Natal

atualmente. E em 1914, foi transferida para a Avenida Rio Branca, durante 53

anos.

Devido a Lei n.º 378, de 13/01/1937, do Ministério da Educação e

Saúde, fez-se necessário a mudança de denominação para Liceu Industrial de

Natal. Mas em 1942, houve outra mudança, para Escola Industrial de Natal, que

ofertava cursos técnicos de nível médio, e transformando-se, em 1965, em Escola

Industrial Federal.

A escola foi transferida, em 1967, para Avenida Senador Salgado

Filho, bairro Tirol, onde hoje funciona o Campus Natal-Central do IFRN. No ano

seguinte passou a ser chamada de Escola Técnica Federal do Rio Grande do

Norte (ETFRN). Mas depois de um tempo extingue os cursos industriais básicos

nela, passando a focar no ensino profissionalizante de 2º grau. E em 1975, pela

primeira vez é registrada a presença feminina entre os alunos dos cursos

regulares.

Em 1994, foi feita a inauguração da Unidade de Ensino Descentralizada de

Mossoró, começando assim o Plano de Expansão da Rede. A ETFRN, em 1999,

passou a ser Centro Federal de Educação Tecnológica (CEFET), cujos desafios

adicionariam na oferta de educação profissional nos níveis básico, técnico e

tecnológico, além do ensino médio. Sua atuação no ensino de 3º grau começou

com a oferta de cursos de graduação tecnológica, ampliando-se, posteriormente,

para os cursos de formação de professores, as licenciaturas.

O Ministério da Educação, em 2006, por meio da Secretaria de Educação

Profissional e Tecnológica (SETEC), amplia a atuação da rede federal no Estado,

20

implantando com as Unidades de Ensino da Zona Norte de Natal, de Ipanguaçu e

de Currais Novos. A instituição passou a atuar também na educação profissional

vinculada ao ensino médio na modalidade de educação de jovens e adultos e no

ensino a distância.

Em 2007, entra em ação a segunda etapa do Plano de Expansão da Rede,

no qual o Rio Grande do Norte passa a contar com outras seis unidades nos

municípios de Apodi, Pau dos Ferros, Macau, João Câmara, Santa Cruz e Caicó.

Hoje existem 19 Campi, distribuídos em todo Rio Grande do Norte, são

eles: Apodi, Caicó, Currais Novos, Ipanguaçu, João Câmara, Macau, Mossoró,

Natal – Central, Natal- Cidade Alta, Natal – Zona Norte, Nova Cruz, Parnamirim,

Pau dos Ferros, Santa Cruz, São Gonçalo do Amarante, Canguaretama, Ceará-

mirim e São Paulo do Potengi e uma unidade de Ensino a Distância, localizada no

Campus Natal Central, além de duas Unidade de Ensino Profissionais, localizado

em uma Lajes e a outra Parelhas, e mais a Reitoria.

A instituição adquiriu uma nova configuração, em 23 de setembro de 2009,

com a transformação em Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do

Rio Grande do Norte (IFRN), decorrente da lei n.º 11.892, de 29/12/2008.

O instituto é uma autarquia federal de ensino; sendo, dessa forma, detentor

de autonomia administrativa, patrimonial, financeira, didático-pedagógica e

disciplinar, como define (FERREIRA, 2010):

Autarquia. [Do gr. autarchía] S.f. 1. Poder absoluto. 2. Governo de um Estado pelos seus concidadãos. (…) 5. Jur. Entidade autônoma, auxiliar e descentralizada da administração pública, sujeita à fiscalização e à tutela do Estado, com patrimônio constituído de recursos próprios, e cujo fim é executar serviços de caráter estatal ou interessantes à coletividade, como, entre outros, caixas econômicas e institutos de previdência.

Segundo a mesma lei, n.º 11.892, de 29/12/2008, o IFRN é instituição de

educação superior, básica e profissional, pluricurricular, multicampi e

descentralizada, especializada na oferta de educação profissional e tecnológica

nas diferentes modalidades de ensino, com base na conjugação de

conhecimentos técnicos e tecnológicos com sua prática pedagógica. Sendo

21

permita a equiparação das disposições que dirige a regulamentação, avaliação,

supervisão da instituição e dos cursos de nível superior às universidades federais.

A atividade fim do Instituto é proporcionar uma educação pública de

qualidade. Tendo como foco a oferta de Educação Tecnológica nos seus diversos

níveis e atua, ainda, na formação de professores, no ensino médio integrado e na

pesquisa tecnológica.

Hoje o Instituto Federal do Rio Grande do Norte destina 50% das vagas

para os cursos técnicos e, no mínimo, 20% das vagas para os cursos de

licenciatura, incluindo as áreas de Ciências e de Matemática.

Complementarmente, continuará oferecendo cursos de formação inicial e

continuada, tecnologias, e pós-graduação.

A Instituição conta hoje com aproximadamente 20 mil alunos matriculados

em cursos de longa duração, oferecendo: cursos técnicos, tecnológicos,

licenciaturas, formação inicial e continuada de trabalhadores, cursos de

especialização e mestrado. Há, ainda, outros alunos em cursos de curta duração.

E desenvolve também programas de qualificação vinculados à recuperação

de escolaridade de adultos e de treinamento e capacitação, por meio de convênios

com diversas instituições públicas e privadas.

O IFRN tem como função social ofertar educação profissional e tecnológica

– de qualidade referenciada socialmente e de arquitetura político-pedagógica

capaz de articular ciência, cultura, trabalho e tecnologia – comprometida com a

formação humana integral, com o exercício da cidadania e com a produção e a

socialização do conhecimento, visando, sobretudo, a transformação da realidade

na perspectiva da igualdade e da justiça sociais.

Buscado competência técnica em todos os níveis de ensino oferecidos - a

formação inicial e continuada de trabalhadores, a formação profissional de nível

médio (integrados e subsequentes) e a superior (licenciaturas, cursos de

tecnologia e pós-graduação).

No IFRN oferece diversos serviços, a saber:

Técnico Integrado ao Ensino Médio

22

Técnico Integrado ao Ensino Médio Educação de Jovens e adultos

(EJA1);

Técnico Subsequente

Ensino Superior

Pós-Graduação

Educação à distância

PRONATEC (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e

Emprego)

Cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC)

Cursos ‘Pró-funcionário’

Plano de Assistência Estudantil

Revista científica – HOLOS

Ouvidoria

NIT (Núcleo de Incubação Tecnológica)

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO DO PROBLEMA

Hoje os sistemas de informações são ferramentas essenciais para ter uma

gestão de excelência, auxilia as atividades administrativas de avaliação de

desempenho, controle e acompanhamento de processos de trabalho e apoio à

tomada de decisão. Com as informações disponíveis através dos mais diversos

tipos de relatórios possibilitam ao gestor uma visão holística, que comtempla o

aspectos mais amplos aos mais específicos de seu negócio, dependendo das

necessidades de cada caso concreto.

Os sistemas de informações nas organizações públicas, especialmente no

que se refere à gestão de atividades de meio, tem sido imprescindível para os

gestores compreendam o alcance dos recursos e possam avaliar os resultados.

1 Educação de Jovens e adultos é um processo de seleção para ingresso no ensino técnico integrado na modalidade de educação de jovens e adultos. É voltado para alunos portadores do diploma de ensino fundamental, que não tenham concluído o ensino médio.

23

Permitindo que sejam realizadas avaliações do cumprimento de metas de gestão

em qualquer instituição pública.

Levando em consideração a tamanha complexidade de administrar, em

muitos aspectos, uma instituição de ensino como o IFRN, que há 19 Campi com o

Campus da EAD, que não tem autonomia administrativa, 2 Unidades de Ensino

Profissionais (UEPS) em várias cidades do estado do Rio Grande do Norte e mais

a reitoria, envolvendo questões financeiras, da infraestrutura, acadêmica e

políticas; faz-se necessário que tenha modernizações no seu sistema

administrativo que acompanhe a expansão e as demandas.

O SUAP, sigla de Sistema Unificado de Administração Pública, é um

sistema que foi desenvolvido pela própria equipe de desenvolvimento de sistemas,

Diretoria de Gestão de Tecnologia da Informação (DIGTI). Tendo por objetivo a

informatização dos processos administrativos e acadêmico do instituto, facilitando

assim a gestão da instituição. Desde 2007 está em pleno funcionamento, tendo

ocorrido algumas mudanças. Possui vários módulos, entre eles: recursos

humanos, protocolo, almoxarifado, patrimônio, planejamento, ponto eletrônico,

ensino, pesquisa e extensão.

Esse sistema proporcionou um grande avanço para a instituição, haja vista

que possibilitava fazer o controle de estoque e de empenhos. No entanto,

atualmente, encontra-se incompleto em algumas funções, não atendendo às todas

as exigências administrativas e contábeis, acarretando falhas em sua

operacionalização. Há também, uma falta de padronização de cadastramento e

rotinas admirativas de operacionalização entre os Campi.

A gestão de almoxarifado apesar de fazer parte dos processos de apoio, é

de suma importância, por dar o suporte para serem realizadas todas as atividades

fins da organização. É preciso, fazer com que o sistema de informação adotado

esteja alinhado com as necessidades da gestão de matérias na instituição para

possibilitar uma padronização, agilidade, eficiência nos processos. Algo que ainda

está aquém.

Diante do exposto e servindo ao propósito dessa pesquisa, faz um seguinte

questionamento:

24

Quais melhorias para agregar ao módulo almoxarifado do sistema

integrado adotado pela instituição?

1.3 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.3.1 Geral

Descrever em alguns aspectos a gestão de almoxarifado entre duas

instituições de ensino, UFRN e IFRN, à luz dos módulos de almoxarifado dos

sistemas de informação SIPAC e SUAP a fim de fazer uma espécie de

Benchmarking com a UFRN.

1.3.2 Específicos

a) Traçar o perfil dos servidores responsáveis pela gestão de almoxarifado

no IFRN;

b) Investigar as limitações encontradas na gestão de almoxarifado do

IFRN;

c) Identificar o potencial de melhorias que poderiam ser alcançadas na

gestão de almoxarifado fazendo uma comparação com SIPAC.

1.4 JUSTIFICATIVA

A comunicação e o alinhamento entre as áreas de negócios e de

Tecnologia da Informação (TI) sempre foram problemáticos. Hoje, porém, a

25

questão se tornou crítica como nunca, tanto por conta da necessidade crescente

de agilidade no uso dos recursos de TI.

As organizações lidam com uma enorme quantidade de fatos e dados,

gerando informações, que são coletadas, tratadas, guardadas e disponibilizadas,

sistematicamente aos usuários internos e externos por meio de sistemas de

informação.

Sendo as informações juntamente com o conhecimento os insumos

primordiais para que haja planejamento estratégico e comunicação para obtenção

de excelência na gestão. E para que se alcance a excelência dentro de uma

organização faz necessário que as pessoas estejam plenamente informadas e que

analisem continuamente as informações, transformando-as em conhecimento,

para poder compartilhá-lo e desenvolver continuamente os ativos de

conhecimento.

Boa parte das informações de uma organização é utilizada para apoiar as

operações diárias, para acompanhar o progresso dos planos de ação que

implementam as estratégias e para subsidiar a tomada de decisões, em todos os

níveis e setores.

A gestão das informações requer a identificação de necessidades e a

implementação de sistemas para assegurar acesso e agilidade na análise das

situações de interesse, alavancar o negócio e promover a integração com partes

interessadas, assim como a atualização tecnológica dos sistemas desenvolvidos,

a disponibilização plena aos usuários e a segurança das informações.

A comparação com os resultados de outras organizações propicia a

avaliação do nível de desempenho alcançado, identificando-se diferenciais

favoráveis, a serem mantidos, ou desfavoráveis, a serem tratados, além de

viabilizar a definição de metas desafiadoras baseadas em fatos.

Este trabalho também é muito importante para minha carreira profissional

por eu trabalhar diretamente no setor de almoxarifado do IFRN e por

operacionalizar o SUAP, sinto a necessidade de melhorias no módulo

almoxarifado.

26

Portanto, esse trabalho acadêmico representa uma oportunidade de um

desenvolvimento de um estudo que buscará identificar e propor melhorias ao

módulo Almoxarifado do Sistema Unificado de Administração Pública, SUAP,

criado pelo próprio Instituto Federal do Rio Grande do Norte, para otimizar e ser

mais eficaz com as estratégias adotadas. Após a conclusão, poderá ser uma fonte

de pesquisa para acadêmicos que queiram dar continuidade de melhorias do

referido sistema.

27

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

O sucesso das organizações, em um mundo cada vez mais globalizado e

competitivo, depende da qualidade de sua administração. Sendo os

administradores que estabelecem os objetivos e guiam a organização de forma a

alcançá-los e preparam a organização para a mudança, procurando adaptá-la a

um ambiente cada vez.

Independentemente de sua forma mais dinâmico e imprevisível ou

atividade, as organizações partilham algumas características. Primeiramente,

todas as organizações têm um propósito ou uma finalidade. Os objetivos são

diversos, desde produzi um produto, atender às necessidades sociais,

proporcionar educação, defender um país, entre muitos outros. Sendo, portanto,

esse propósito que confere às organizações uma razão para existir. Em segundo

lugar, todas elas são compostas por pessoas. As quais com a ausência não têm

quem tome decisões com relação aos objetivos nem que realize um conjunto de

atividades de forma a alcançá-los. Por fim, as organizações possuem uma

estrutura que define e delimita qual é o comportamento e quais são as

responsabilidades de cada um dos seus membros.

Com o aparecimento das organizações, surge a necessidade de administrá-

las. Em uma definição de um autor desconhecido, “a administração é um processo

que consiste na coordenação do trabalho dos membros da organização e na

alocação dos recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos

de uma forma eficaz e eficiente”.

Há quatro elementos que podem ser destacados nessa definição:

processo, coordenação, eficiência e eficácia. Processo é um modo sistemático de

fazer algo. A administração é um processo que consiste em um conjunto de

atividades relacionadas a fim de alcançar um objetivo comum. Há coordenação do

trabalho e dos recursos organizacionais para permitir que partes interdependentes

28

funcionem como um todo, procurando buscar a coerência entre processos e

objetivos organizacionais. Por fim, a administração significa realizaras atividades e

os objetivos organizacionais de maneira eficaz e eficiente.

Para Henri Fayol, administrador francês do início do século XX, o conceito

de administração ficou definido como um processo dinâmico que compreenderia

cinco funções interligadas: prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.

Que apesar de serem quatro funções distintas, elas estão relacionadas e são

interdependentes, e por isso os gestores devem considerar os efeitos que cada

uma dessas funções tem sobre as outras.

Em um ambiente complexo e dinâmico, em especial nos momentos de

mudanças externas ou internas da organização, o papel do administrador tende a

focar mais na inovação do que na manutenção do status quo. Nesse contexto, a

principal tarefa de um administrador é fazer suas atividades, trabalhando, muitas

vezes, com o desconhecido e enfrentando a coordenação de atividades rotineiras

simultâneas em que se exigida a capacidade de tomada de decisões acertadas.

No âmbito da administração pública esse desafio não é menor, devendo

apenas ser consideradas as particularidades que caracterizam esse tipo de

organização. Segundo Weber, a administração pública envolve todo o aparato

administrativo com que nações, estados e municípios se moldam para cuidar do

interesse coletivo e entregar à população uma ampla variedade de serviços

públicos capazes de melhorar a qualidade de vida em geral. Para CHIAVENATO

(2006, p.110), o progresso e o desenvolvimento de uma nação passam

obrigatoriamente pela Administração. E lembra que para Peter Drucker, não

existem países ricos nem países pobres, mas sim países bem-administrados e

países mal administrados.

No Brasil houve três reformas administrativas principais cujas

características influenciam a gestão de entidades públicas: patrimonialista, a

burocrática e a gerencial. Cada um desses modelos administrativos ocorreu ao

longo do tempo, prevalecendo cada um em épocas distintas; sem, porém, deixar

de existir qualquer um deles inteiramente. (PALUDO; 2010)

29

Conforme PALUDO (2010, p.52):

Apesar de no processo de desenvolvimento capitalista, o Estado ter incorporado outros traços, relacionados ao modelo burocrático e ao modelo gerencial, ele nunca abandonou os traços do antigo modelo patrimonialista e clientelista que, no momento de ameaça os setores dominantes, tendem a ressurgir com vigor, acrescidos um componente novo, o corporativismo.

Figura 1: Administração Pública atual

Fonte: PALUDO (2010, p.52)

O primeiro modelo a surgir na administração brasileira foi o patrimonialismo.

Segundo Weber, esse modelo surge a partir da necessidade de descentralização

do poder quando o território governado por um patriarca aumentava de tamanho;

casos assim. O patriarca havia que delegar pessoas para representa-lo em outras

localidades em que exerceriam a dominação em nome de seu senhor.

Consequentemente, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de

administração, haja vista que tem como objetivo principal satisfazer as

necessidades pessoais do senhor. Não havendo distinção entre o patrimônio

público e o privado. (PALUDO; 2010)

Bresser Pereira defendia que o patrimonialismo era “a incapacidade ou a

relutância de o príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados”.

Não havia carreiras organizadas no serviço público e nem divisão de trabalho

nesse primeiro modelo de administração. Os cargos eram todos de livre

nomeação do soberano para os familiares e amigos. Quem detinha um cargo

público o considerava como um bem próprio de caráter hereditário. (PALUDO;

2010)

Na segunda metade do século XIX, na época do Estado liberal, surge a

administração pública burocrática a fim de extinguir a corrupção e o nepotismo

patrimonialista. Devido à pressão das organizações de grande porte, do processo

30

de industrialização e das demandas sociais emergentes que exigiram os governos

a adotar um novo modelo de administração capaz de responder aos anseios dos

comerciantes e industriais e aos da sociedade em geral.

Os surgimentos do capitalismo e da democracia proporcionaram que

houvesse a necessidade de uma administração mais racional, com regras estáveis

que permitisse à Administração servir a sociedade segundo interesse coletivo e

não pessoal. Essa modernização da administração pública no Brasil iniciou no

governo Vergas. Adotaram um modelo administrativo que primava o controle

extremo das atividades meio com o intuito de combater as práticas

patrimonialistas. Foi criado o Departamento Administrativo do setor Público

(DASP), pelo decreto lei nº 579, de 30 de julho de 1938, com o objetivo de

implantar na máquina administrativa brasileira a burocracia nos moldes

weberianos. Alguns dos objetivos do DASP eram: criar uma estrutura

administrativa organizada e uniforme visava supervisionar a administração pública,

estabelecer uma política de recursos humanos baseada no mérito e acabar com o

nepotismo e a corrupção existente. Contudo, não obteve total êxito no combate ao

patrimonialismo (CHIAVENATO, 2012).

A burocracia tem como base a racionalidade, buscando adequar os meios

aos fins (objetivos) pretendidos, a fim de alcançar um alto grau de eficiência nas

atividades rotineiras. Por essa razão, a burocracia procura explicar nos mínimos

detalhes como as atividades devem ser desenvolvidas. Os principais princípios

desse modelo seguem abaixo:

Quadro 1: Princípios da Burocracia

Divisão do trabalho Funções bem definidas, subdivididas racionalmente em tarefas simples e rotineiras.

Impessoalidade Os membros da organização têm direitos e deveres definidos por regras aplicadas de forma uniforme a todos, de acordo com seu cargo ou função;

Hierarquia A organização dos cargos obedece ao princípio da hierarquia: cada cargo inferior está sob controle e supervisão.

Profissionalismo O recrutamento é feito por regras previamente estabelecidas, garantindo a igualdade de oportunidade no acesso à carreira.

31

Padronização e Formalização

Existe um sistema de regras e procedimentos escrito, padronizado e formalizado.

Autoridade A fonte da autoridade é regra, a lei. A obediência deve-se à ordem impessoal determinada pela regra.

Separação dos domínios público e privado

Os membros do quadro administrativo devem estar completamente separados da propriedade, dos meios de produção e da administração. Paralelamente, existe completa separação entre o cargo e sua vida privada.

Fonte: Adaptação MAXIMINIANO (2007, p.44)

A partir da segunda metade do século XX, surge administração Pública

Gerencial com o intuito de buscar meios eficazes para enfrentar a crise fiscal do

Estado; com estratégias para a redução de custos; atuando de maneira a proteger

o patrimônio público; e descontentamento com a Administração Pública

Burocrática. Fazia- se necessário, que a Administração Pública mudasse para dar

conta de atender às exigências da nova ordem mundial.

As principais características da Administração Pública Gerencial segundo o

Caderno Mare nº 01 mencionado por PALUDO (2012, p.71) são, a saber:

Orientação da ação do Estado para o cidadão-usuário ou cidadão cliente;

Ênfase no controle dos resultados através dos contratos da gestão;

Fortalecimento e aumento da autonomia da burocracia estatal, organizada

em carreias de Estado, e valorização do seu trabalho técnico e político de

participar, juntamente com os políticos e a sociedade, da formação e gestão

das políticas públicas;

Separação entre as secretarias formuladoras de políticas públicas, de

caráter centralizado, e as unidades descentralizadas, executoras dessas

mesmas políticas;

Distinção de dois tipos de unidades descentralizadas: as Agencias

Executivas, que realizam atividades exclusivas de Estado, por definições

monopolistas, e os serviços sociais e cientifico de caráter competitivo, em

que o poder de Estado não está envolvido;

Transferência para o setor público não estatal dos serviços sociais e

científicos competitivos;

32

Adoção cumulativa dos mecanismos de controle social direto para controlar

as unidades descentralizadas: do contrato de gestão em que os indicadores

de desempenho sejam claramente definidos e os resultados medidos; e da

formação de quase mercados em que ocorre a competição administrativa; e

Terceirização das atividades auxiliares ou de apoio, que passam a ser

licitadas competitivamente no mercado.

2.1.1 A busca por excelência

Para se alcançar a excelência é preciso conquistar a qualidade nos serviços

prestados. A partir da década de 1990, surgiram diversos programas voltados ao

implantação da qualidade nos serviços públicos, proporcionando muitas

contribuições, entre elas, a formalização do Programa Nacional de Gestão Pública

e Desburocratização (GESPÚBLICA), 2005, como política pública de adesão

voluntária. Logo abaixo, segue o resumo do histórico desses programas no

quadro 2:

Quadro 2: Programas de Qualidade na Administração Pública Federal

ANO 1991 1996 1998 1999 2005

Programa

PQP- Programa Qualidade e

Produtividade na Administração

Publica

PQP- Programa

Qualidade e Participação

Prêmio Nacional de Qualidade

(Sub- Programa)

PQSP- Programa

Qualidade no Serviço Público

GESPÚBLICA- Programa

Nacional de Gestão Pública e

Desburocratização

Finalidade Sensibilização e

Capacitação Avaliação e Premiação

Premiação Melhorar gestão e serviços

Melhorar serviços e aumentar a

competitividade

Área de atuação

Interna Interna e externa

Interna e externa

Externa (predominante)

Externa (predominante)

Foco Técnicas e ferramentas

Gestão e resultados

Melhores práticas

Resultado e satisfação do

cidadão

Gestão por resultados

orientada para o cidadão

Dimensão Eficiência Eficiência e

Eficácia

Critérios de Excelência

do PNQ

Eficiência e Eficácia

Eficiência, Eficácia e Efetividade

Fonte: Adaptação PALUDO (2012, p.245)

33

O GesPública – Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização

– foi fundado pelo Decreto nº 5.378 de 23 de fevereiro de 2005 e é o

consequência do desenvolvimento das diversas iniciativas do Governo Federal

para fomentar a promoção da gestão pública de excelência, com o objetivo de

dar suporte para a qualidade dos serviços públicos prestados ao cidadão e para o

aumento da competitividade do País.

O Programa - uma política pública embasada em um modelo de gestão

específico- tem como principais características o fato de ser essencialmente

público, haja vista que é orientado ao cidadão e respeita características aos

princípios constitucionais da impessoalidade, da legalidade, da moralidade, da

publicidade e da eficiência; de estar voltado para a disposição de resultados para

a sociedade, busca contínua pela melhoria da qualidade de vida e na geração do

bem comum e de ser federativo, aplicando, dessa forma, a toda a administração

pública, em todos os poderes e esferas do governo.

A estratégia para a implantação de um modelo referencial de gestão pública

é propagar ações de apoio técnico aos órgãos e entidades da Administração

Pública Federal, a fim de mobilizar, preparar e motivar para a atuação em prol da

inovação e da melhoria da gestão.

De acordo com o art. 2º do Decreto 5.378 de 2005, que instituiu o

GesPública, o programa tem várias iniciativas que devem assegurar os resultados

pretendidos, revelando o que de fato a gestão se fundamenta:

Art. 2o O GESPÚBLICA deverá contemplar a formulação e implementação de medidas integradas em agenda de transformações da gestão, necessárias à promoção dos resultados preconizados no plano plurianual, à consolidação da administração pública profissional voltada ao interesse do cidadão e à aplicação de instrumentos e abordagens gerenciais, que objetivem: I - eliminar o déficit institucional, visando ao integral atendimento das competências constitucionais do Poder Executivo Federal; II - promover a governança, aumentando a capacidade de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas; III - promover a eficiência, por meio de melhor aproveitamento dos recursos, relativamente aos resultados da ação pública; IV - assegurar a eficácia e efetividade da ação governamental, promovendo a adequação entre meios, ações, impactos e resultados; e V - promover a gestão democrática, participativa, transparente e ética.

34

O programa absorveu critérios de excelência da Fundação Nacional de

Qualidade (FNQ) e o Modelo de Excelência em Gestão Pública (MEGP), ambos

formulados na década de 1990.

A busca pela excelência está presente não somente nas empresas

privadas, mas também nas organizações públicas. Na atualidade há uma maior

exigência dos serviços prestados nas organizações públicas por parte dos

usuários e do Governo.

As organizações são sistemas vivos e complexos, que interagem e

dependem uma da outra. Para haver excelência, a organização precisa,

essencialmente, de sua capacidade de garantir seus objetivos em completa

harmonia com seu ecossistema.

O MEGP está baseado em um conjunto de fundamentos da excelência

(quadro 3) que expressam conceitos que se traduzem em práticas encontradas

em organizações de grande referencia de excelência, líderes de Classe Mundial.

Quadro 3: Fundamentos da Excelência

Pensamento Sistêmico

Entendimento das relações de interdependência entre os diversos componentes de uma organização, bem como entre a organização e o ambiente externo.

Aprendizado organizacional

Busca e alcance de um novo patamar de conhecimento para a organização por meio da percepção, reflexão, avaliação e compartilhamento de experiências.

Cultura de inovação

Promoção de um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de novas ideias que possam gerar um diferencial competitivo para a organização.

Liderança e constância de

propósitos

Atuação de forma aberta, democrática, inspiradora e motivadora das pessoas, visando ao desenvolvimento da cultura a excelência, à promoção de relações de qualidade e à proteção dos interesses das partes interessadas.

Orientação por processos e informações

Compreensão e segmentação do conjunto das atividades e processos da organização que agreguem valor para as partes interessadas, sendo que a tomada de decisões e execução de ações deve ter como base a medição e análise do desempenho, levando-se em consideração as informações disponíveis, além de incluir os riscos identificados.

Visão de futuro Compreensão dos fatores que afetam a organização, seu ecossistema e o ambiente externo no curto e no longo prazo, visando a sua perenização.

35

Geração de Valor Alcance de resultados consistentes, assegurando a perenidade da organização pelo aumento de valor tangível e intangível de forma sustentada para todas as partes interessadas.

Valorização das pessoas

Estabelecimento de relações comas pessoas, criando condições para que elas se realizem profissionalmente e humanamente, maximizando seu desempenho por meio do comprometimento, desenvolvimento de competências e espaço para empreender.

Conhecimento sobre o cliente e

o mercado

Conhecimento e entendimento do cliente e do mercado, visando à criação de valor de forma sustentada para o cliente e, consequentemente, gerando maior competitividade nos mercados.

Desenvolvimento de parcerias

Desenvolvimento de atividades em conjunto com outras organizações, a partir da plena utilização das competências essenciais de cada uma, objetivando benefícios para ambas as partes.

Responsabilidade social

Atuação que se define pela relação ética e transparente da organização com todos os públicos com os quais ela se relaciona, estando voltada para o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais culturais para gerações futuras; respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais como parte integrante da estratégia da organização.

Fonte: Adaptação, FNQ: Conceitos fundamentais da Excelência em Gestão, 2006.

Quando aplicados esses fundamentos da excelência, proporcionam

melhorias para os processos, aumento da produtividade para a organização,

tornando-a mais eficiente e eficaz. Potencializando a credibilidade da instituição e

o reconhecimento público.

A gestão pública pode ser representada graficamente como um sistema

constituído por oito dimensões integradas e interativas, conforme exibido na

Figura 2.

36

Figura 2: Representação do Modelo de Excelência em Gestão Pública

Fonte: SEGEP, 2014

Segundo o Modelo de Excelência em Gestão Pública de 2014,

representada na figura acima, existem oito dimensões distribuídas em quatro

blocos. O primeiro é o bloco do Planejamento, composto pelas quatro primeiras

dimensões do Modelo: Governança, Estratégia e planos, Sociedade e Interesse

público e Cidadania. Sendo responsáveis por ocasionar a movimentação da

organização e por lhe dar direcionalidade. O segundo bloco é o da Execução e se

constitui pelas dimensões Pessoas e Processos. Esses dois elementos

representam o centro prático da ação organizacional e transformam finalidade e

objetivos em resultados. O terceiro bloco, de Resultados, representa o controle,

pois apenas pelos resultados produzidos pela organização é possível analisar a

qualidade do sistema de gestão e o nível de desempenho institucional. O quarto

bloco, de Informação e conhecimento, representa a inteligência da organização.

Este bloco possibilita a organização ter a capacidade de corrigir, melhorar ou

inovar suas práticas de gestão e, consequentemente, seu desempenho.

37

2.1.1.1 Dimensão de Informação e Conhecimento

A dimensão Informação e Conhecimento tem como meta, primordialmente,

a implementação de processos gerenciais que contribuam diretamente para a

seleção, coleta, armazenamento, utilização, atualização e disponibilização

sistemática de informações atualizadas, precisas e seguras aos usuários internos

e externos, com o apoio da tecnologia da informação para dar suporte a tomada

de decisões na organização com base em medições e análise do seu

desempenho e de outros fatos e dados dos ambientes interno e externo. (MEGP;

2014)

A organização deve, dessa forma, dispor de sistemas de informação

adequados para essa finalidade e usar sistematicamente informações

comparativas. Os seus diferenciais favoráveis, identificados em relação a essas

informações, expressam o potencial de seus ativos intangíveis em agregar valor

ao negócio e gerar diferencial competitivo.

Na figura 2 do Modelo, a dimensão de Informações e Conhecimento mostra

como elemento de ligação entre os demais, representado na área de cor branca,

por permear todo o sistema de gestão, tendo, portanto, uma forte interação com

todas as demais dimensões. Os temas que o compõem são referentes às

informações da organização, às informações comparativas e às ativos intangíveis.

E neles, outros fundamentos da excelência podem ser evidenciados, segundo o

Caderno do Critério de Excelência de Informação e Conhecimento da FNQ de

2008, a saber:

Em Informações da organização:

As práticas de gestão das informações para orientar os planos de ação

vêm, expressamente, do fundamento liderança e constância de

propósitos, haja vista que o sucesso na implementação das estratégias

38

é decorrente pelo acompanhamento dos planos de ação conduzidos

pelas lideranças.

As atividades de gestão das informações para dar suporte nas

operações focam o fundamento orientação por processos e

informações. Sendo os usuários dos sistemas de informação os

envolvidos nos processos tendo que atualizar periodicamente com os

dados gerados ao longo dos processos. E faz necessário ainda que,

depois tratados, esses dados gerados possam ser depositados e

conservados com segurança em registros de arquivos organizados para

que permita serem extraídos facilmente e maneira rápida na forma de

informações para dar base aos usuários.

Em Informações comparativas:

As ações de gestão aparecem evidenciando os fundamentos orientação

por processos e informações, geração de valor e aprendizado

organizacional, posto que as informações comparativas sejam de suma

importância para a compreensão dos resultados alcançados e poder

estabelecer metas a serem conquistadas, assim como permitindo

encontrar através da prática do Benchmarking, novas oportunidades

para a configuração de seus produtos/serviços e processos,

operacionais e gerenciais, potencializando o aprendizado e a inovação.

Em Ativos intangíveis:

As ferramentas evidenciam a presença dos fundamentos foco no cliente

e no mercado e orientação por processos e informações, quando visam

à identificação metodológica, ao desenvolvimento e à proteção do

diferencial competitivo agregados por tais ativos. As práticas requeridas

neste item também evidenciam o fundamento aprendizado

organizacional ao tratar do compartilhamento do conhecimento na

39

organização, potencializando, por meio do aumento do conhecimento

dos profissionais, a melhoria dos processos e produtos.

E ainda a gestão pública de excelência precisa conter a implementação de

processos gerenciais que tem como objetivos a identificação, o desenvolvimento,

a geração, a proteção e o compartilhamento do conhecimento. (MEGP; 2014)

2.1.1.2 Dimensão de Processos

Para o MEGP de 2014, gestão pública de excelência necessita de

processos finalísticos e de apoio adequadamente estruturados, a partir da

estratégia institucional, com base nos recursos disponíveis, nos requisitos dos

públicos alvos e nas possibilidades e limitações jurídico-legais

Os processos da organização precisam ser conhecidos, principalmente os

de agregação de valor, para que o fundamento da excelência por processos e

informações possa existir na organização.

Por meio dos processos de agregação de valor, a organização gera

benefícios para os clientes (cidadãos), para a missão da organização e para as

outras partes interessadas.

Seja um processo mais simples ou o mais complexo, tem que agregar

valor, isto é, sua saída tem que ser mais valorizada que as suas entradas. O

processo é, em essência, uma atividade de transformação, que trabalha ou

processa as entradas, agregando informações para que a saída tenha um valor

maior do que a entrada, ou entradas, do respectivo processo. Qualquer processo

que não agregue valor deve ser considerado como desnecessário na organização

e prontamente eliminado. Os processos de agregação de valor são classificados

em dois grandes grupos: processos principais do negócio e processos de apoio,

como exemplifica a Figura 3.

40

Figura 3: Cadeia de valores genérica

Fonte: FNQ, Cadernos de Excelência: Processos (2008; p. 8)

Processos principais do negócio agregam valor diretamente aos clientes da

organização, sendo variável a natureza e a quantidade de acordo que o tipo do

negócio dela. Pode-se denominar também como “processos fim”, “processos

finalísticos” ou “processos primários”.

Processos de apoio são todos aqueles que dão suportes aos processos

principais do negócio e a si mesmos, fornecendo produtos, serviços e insumos

adquiridos ou comprados, equipamentos, tecnologia, softwares, manutenção de

equipamentos e instalações, recursos humanos, informações, dentre outros,

peculiares a cada organização.

Os processos de agregação de valor da organização, os fins do negócio ou

de apoio, têm como objetivo satisfazer as necessidades e expectativas dos

clientes e das demais partes interessadas.

O requisito aplicável a um processo é a tradução das necessidades e

expectativas dos clientes e das demais partes interessadas, as quais não são

necessariamente expressas de maneira formal, em uma linguagem técnica, para

definição dos atributos do produto ou do serviço. Como exemplos de requisitos de

processos, ou itens a serem cumpridos pelos processos, citam-se prazos de

41

entrega, tempo de garantia, especificações técnicas do produto ou serviço. Além

dos requisitos de natureza técnica, que estão com maior a exigência de requisitos

que protegem a sociedade, e relacionados a aspectos ambientais (sustentáveis) e

sociais, tais como: preservação do meio ambiente, descarte adequado de

produtos não perecíveis (como lâmpadas, pneus e plástico) e exigência de uma

condução ética dos negócios.

Os processos principais do negócio e os processos de apoio precisam ser

gerenciados para que as necessidades e expectativas dos clientes e outras partes

interessadas, traduzidas em requisitos, sejam plenamente atendidas. Para tanto, é

necessário estabelecer, pelo menos, um indicador de desempenho para cada um

dos requisitos a serem cumpridos ou atendidos pelos processos.

O indicador de desempenho serve para medir ou quantificar as entradas

(recursos ou insumos), o processamento e as saídas (produtos ou serviços) dos

processos, que possibilite o seu monitoramento durante a execução e após a

conclusão o mesmo, garantindo, portanto, o atendimento dos requisitos do

processo e, consequentemente, das expectativas e necessidades dos clientes e

demais partes interessadas.

O monitoramento e o controle dos processos devem provocar artifícios de

tratamento de não conformismo e implantação de ações corretivas, melhoria dos

processos e incorporação de inovações, de forma a garantir a constância do alto

desempenho institucional. (MEGP; 2014)

2.1.2 Gestão de Qualidade

Gestão de qualidade total – TQM (total quality management) refere-se a

uma busca pela qualidade que envolve a todos em uma organização. Duas

filosofias-chave compreendem nessa abordagem. Uma é o impulso incessante de

aperfeiçoar, denominado aperfeiçoamento ou melhoria contínua; e segunda é a

42

meta da satisfação do cliente, que envolve atender ou exceder as expectativas

dele. (STEVENSON; 2001)

São exemplos de abordagem TQM: Projetar um processo que facilita fazer

a coisa certa logo na primeira vez; determinando onde os erros tendem a ocorrer

para procurar evitar sua ocorrência; e acompanhar os resultados para utilizá-los

como guia a fim de propor melhoria dentro do sistema, nunca permitindo deixar de

tentar aperfeiçoar.

Vários elementos envolvem o TQM, segundo Stevenson (2001), entre eles

estão:

A melhoria contínua: busca o aperfeiçoamento contínuo seja de

processo, materiais, pessoas, e etc.

Benchmarking: identifica outras organizações que têm mais

competência em determinada área para aperfeiçoar a própria

organização utilizando referenciais de outras, como já fora falado;

Empowerment do funcionário: a fim de gerar motivação nos

funcionários ao atribuir a eles responsabilidade por aperfeiçoamento,

dando autoridade para fazer as mudanças que acharem necessárias à

realização de melhorias;

Abordagem de equipes: usufruir equipes para resolver problemas,

fazendo com que as pessoas fiquem envolvidas e promova um espírito

de cooperação e compartilhamento de valores entre os funcionários;

Decisões baseadas em fatos, em vez de opiniões: A verificação e a

análise de dados são a base para as tomadas de decisão;

Conhecimento de ferramentas: os funcionários e gestores são treinados

para a utilização de ferramentas da qualidade;

Qualidade do fornecedor: os fornecedores têm que ser incluídos nos

esforços para assegurar e melhorar a qualidade, a fim de que os

processos deles sejam capazes de fornecer peças e materiais de

qualidade, pontualmente.

43

2.2 BENCHMARKING

Benchmarking é uma ferramenta de gestão que consistem mensurar a

performance de uma organização, possibilitando que faça uma comparação da

sua eficiência com a de outras organizações, geralmente, com a organização líder

do ramo ou outro concorrente muito relevante.

Segundo BOXWELL (1996; p.18), benchmarking abrange em dois

aspectos: estabelece metas usando padrões objetivos, externos e aprende com os

outros.

As organizações não funcionam isoladamente, mas relacionam entre si em

uma rede; porém, com estratégias diferentes. Por essa razão algumas delas

geram mais valor e tornam-se modelo para as demais. Consequentemente, as

organizações são alvo de diversos tipos de comparação. As Informações

comparativas possibilitam que a organização conheça o seu grau de

competitividade e de excelência a partir da comparação externa de seus

resultados financeiros e não financeiros; identificam diferenciais favoráveis e

desfavoráveis a serem tratados; e possibilita o estabelecimento de metas

baseadas em fatos.

Por meio do benchmarking, é possível visualizar novas oportunidades para

a configuração de seus produtos/serviços e processos, operacionais e gerenciais,

potencializando assim o aprendizado e a inovação.

Contudo, vale ressaltar que as práticas e os resultados de outras

organizações não devem ser diretamente transferíveis à organização sem que

antes seja feito um exame detalhado das diferenças, até mesmo culturais,

existentes, requerendo, muitas vezes, tratamento e normalização.

Por isso, faz necessário verificar a validade dos resultados utilizados para

que haja a comparação, a análise da comparabilidade, a necessidade de

normalização dos dados, o estudo dos diferenciais encontrados, a determinação

das causas desses diferenciais com emprego de ferramentas de análise, a

projeção de desempenho futuro da organização fonte e outros aspectos

44

importantes na utilização das informações levantadas para que o benchmarking

promova ganhos efetivos de desempenho.

Dependendo do tipo de Benchmarking, faz como que haja motivação por

parte dos gestores a visualizar para fora das organizações, para os concorrentes

ou para outras empresas melhores do ramo e a utilizar o conhecimento coletivo

dessas outras organizações a fim de que torne suas próprias organizações mais

fortes. Proporcionando, consequentemente, saltos quantitativos de desempenho

ao invés de melhorias incrementais.

Portanto, para que sejam alcançados níveis de excelência e aumento da

competitividade, não adianta somente garantir melhorias contínuas dos resultados,

serviços/produtos e processos; mas faz necessário, que tenha atenção para o

mercado e que realize comparações para conhecer o nível de excelência ou de

competitividade alcançado e para evidenciar oportunidades de melhoria.

Figura 4: Realinhamento periódico

Fonte: Adaptação, BOXWELL, Robert J. (1996; p. 137)

A literatura apresenta muitos métodos propostos por vários autores ou até

mesmo pela experiência acumulada pelas organizações. A Fundação Nacional

para a Qualidade propõem um modelo de 5 etapas como segue a seguir no

quadro 4:

45

Quadro 4: Metodologia genérica de Benchmarking

Fonte: FNQ, Cadernos de Excelência: Informações e Conhecimento (2008)

Segundo BOXWELL (1996, p.20), há três razões fundamentais que o

benchmarking está tornando tão praticado pelas organizações:

É a maneira mais eficiente de se fazer melhorias. Os gestores podem

extinguir o processo de aprendizagem na base da tentativa, o que pode

ocorrer de alguma forma, a reinvenção da roda. Sendo mais

interessante poder utilizar processos que os outros já comprovaram ser

efetivos, eficientes e focando somente em desenvolver maneiras para

melhorar eles ou adaptá-los à cultura e aos processos existentes de

suas próprias organizações;

Dar suporte as organizações a fazer melhorias mais eficientes. Devido

o tempo ser um fator de extrema importância na concorrência atual. Ser

competente através de benchmarking em uma organização é fazer com

que ela faça as coisas melhores e de forma mais rápida ao trabalhar ao

longo do processo; e

Tem um potencial para elevar significativamente o desempenho coletivo

das organizações.

46

2.2.1 Tipos comuns de Benchmarking

2.2.1.1 Benchmarking competitivo

Esse tipo é o mais difícil de benchmarking haja vista que as empresas

visadas comumente não têm interesse em ajudar a equipe envolvida no processo.

Benchmarking competitivo mede suas funções, processos, atividades, produtos ou

serviços em relação aos de seus concorrentes e melhorá-los de maneira que

sejam, idealmente, os melhores do ramo, mas, no mínimo, melhores do que os de

seus concorrentes. (BOXWELL;1996)

2.2.1.2 Benchmarking Cooperativo

No benchmarking cooperativo, a organização que deseja aperfeiçoar uma

atividade em particular por meio do benchmarking entra em contato com as

melhores empresas da área e questiona-lhes se elas têm interesse em

compartilhar conhecimento com a equipe de benchmarking. Normalmente, as

empresas escolhidas não fazem parte dos concorrentes diretos da empresa de

benchmarking, sendo um fator essencial para a garantia da cooperação.

Apesar de o conhecimento fluir normalmente numa direção, algumas vezes

a equipe de benchmarking oferece às empresas visadas algum benefício em

troca, pela razão de que as empresas em foco geralmente dão mais do que

recebem. (BOXWELL;1996)

47

2.2.1.3 Benchmarking Colaborativo

Em um benchmarking colaborativo, um conjunto de empresas trocam

conhecimentos sobre uma atividade específica, todas esperando aprimorar de

acordo daquilo que aprenderam. (BOXWELL;1996)

2.2.1.4 Benchmarking interno

É uma forma de benchmarking colaborativo em que várias grandes

organizações usam para identificar as melhores práticas internas e disseminar o

conhecimento sobre essas práticas para outros grupos da organização. O

benchmarking interno frequentemente é feito por empresa de grande porte como a

primeira etapa para que se torne um estudo para fora. Existem diversas razões

para isso. Primeiramente, possibilita que a equipe de benchmarking desenvolva a

sua base fundamental de conhecimento sobre a questão a ser estudada com o

auxílio dos colegas. E proporciona também à equipe de benchmarking mais coisas

a oferecer para os gerentes das empresas-alvo externas quando entrarem em

contato para fazer algum tipo de colaboração num estudo. (BOXWELL;1996)

48

2.3 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

Segundo PALUDO (2012, p.153), as tecnologias da informação são

instrumentos utilizados para alavancar a modernização, aumentar a

competitividade e apoiar o desenvolvimento econômico e social de todos os

setores da economia: local, nacional e mundial, públicos e privados.

A partir da década 1970, a TI passou a ser considerada como um

instrumento a ser utilizado para obter mais eficiência e controle nas organizações.

Mas com o passar dos anos as tecnologias da informação passaram a ocupar um

papel estratégico, possibilitando redesenhar processos produtivos, criar novos

produtos e relacionar-se em rede com clientes e colaboradores.

A Tecnologia de Informação, tanto no nível operacional quanto no

estratégico, tornou-se um instrumento essencial para se alcançar uma vantagem

competitiva, além de facilitar o processo de adaptação das organizações às

constantes mudanças no ambiente. Interferindo e influenciando o modo de

operação das organizações e os seus resultados econômico financeiros, sendo

um instrumento viabilizador de negócios para qualquer organização.

Para PALUDO (2012, p.155), o termo Tecnologia da Informação serve para

designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais (hardware,

software, dados e telecomunicações) para geração, armazenamento,

processamento, uso e difusão (comunicação) da informação, em suas variadas

formas, como: dados, voz e imagens.

O desenvolvimento de novas tecnologias proporcionou uma mudança no

armazenamento da informação, como também possibilitaram novas formas de

organização e acesso aos dados e às obras armazenadas. Facilitando e

intensificando cada vez mais a comunicação institucional, com uma variedade de

opções como: aplicativos de texto, bancos de dados, intranet, internet, e etc.

Os principais benefícios proporcionados pela TI, segundo PALUDO (2012,

p.156) são:

Redução do custo das operações e aumento da produtividade;

49

Provimento de subsídio aos gestores para a elaboração de estratégias;

Facilidade e rapidez no desenvolvimento de atividades burocráticas;

Facilidade na gestão dos meios de produção e dos negócios;

Agilidade nos processos de comunicação e coordenação interna e

externa;

Aumento na qualidade de produtos e serviços;

Facilidade na circulação de informações intra e interorganizacionais;

Auxílio no processo de tomada de decisão; e

Auxílio no controle de atividades descentralizadas em vários níveis

hierárquicos

50

2.4 SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

Sistema de informação é um conjunto de componentes inter-relacionados

que coletam, manipulam e disseminam dados e informações para possibilitar um

mecanismo de realimentação para alcançar um determinado objetivo. E os

Sistemas de Informação compreendem tanto o estudo como o desenvolvimento de

modelos, técnicas e ferramentas computacionais pra dar suporte às pessoas e às

organizações para utilizarem as informações de forma eficaz e eficiente.

Proporcionando suporte à gestão e à realização das funções organizacionais,

auxiliando, portanto, a organização a atingir suas metas.

Para PALUDO (2011, p.156):

Sistemas de informação são um “conjunto de componentes inter-relacionados”, utilizados para coletar, processar, armazenar e distribuir a informação. Independente de qual seja o Sistema de Informação, ele apresenta duas finalidades principais: dar suporte à tomada de decisões; e dar suporte ao controle de uma organização.

A figura 5 demostra esquematicamente as correlações que compõem entre

os objetivos organizacionais e os componentes de informação, práticas de

trabalho, recursos humanos e tecnologias de informação.

Figura 5: Representação dos elementos e componentes do S.I

Fonte: Adaptação CAMPOS FILHO (1994; p.34)

51

Os objetivos organizacionais não são necessariamente um componente do

S.I, mas exercem uma função importante para determinar as práticas de trabalho.

São os objetivos que direcionam os critérios básicos para decisão de como e

quando as práticas de trabalho da organização devem ser alteradas e adaptadas.

As práticas de trabalho correspondem os métodos aplicados pelos recursos

humanos para desempenhar as atividades do S.I., incluindo os procedimentos

descritos pelos manuais de operação, assim como as linhas de ação nas quais os

recursos humanos se orientam, se comunicam e tomam decisões, realizam

negócios ou serviços e desempenham outras tarefas.

A vinculação entre as práticas de trabalho e a informação ocorre nos dois

sentidos (flecha dupla), o que indica que as práticas determinam as necessidades

de informação a medida que a disponibilidade de dados determina quais as

práticas viáveis para uma determinada aplicação.

A relação entre os recursos humanos e as práticas de trabalho é biunívoca

devido às práticas afetarem os recursos humanos, enquanto as características

dos recursos humanos no sistema vão determinar quais práticas serão viáveis e

adequadas.

Tem-se por tecnologias de informação, na figura 3, como um conjunto de

hardware e software que desenvolve uma ou mais tarefas de processamento das

informações do S.I., como coletar, transmitir, estocar, recuperar, manipular e exibir

dados.

Sistema de Informação tem como matéria-prima, principal propósito do

sistema, os dados, que após ser processados, transformam em informações

úteis (saídas) para subsidiarem a organização nas tomadas de decisões de

várias áreas. Os dados são fatos em sua forma primária, sendo quaisquer

elementos identificados em sua forma bruta que por si não conduzem a uma

compreensão de determinado fato ou situação. O dado pode ser representado por

números, imagens, letras e etc. Já a informação é um conjunto de fatos

organizados de modo que a adquirem valor adicional além do valor do fato

52

propriamente dito, sendo considerada uma descrição mais completa do real

associada a um referencial explicativo, como por exemplo, o relatório do balancete

mensal.

Um sistema de informação possui funções básicas em interação, a saber:

Entrada: corresponde a captação e reunião de elementos que

ingressam no sistema pra serem processados, como por exemplo,

dados, matéria-prima e etc.;

Processamento: compreende os processos de transformação que

convertem dados em saídas úteis;

Saída: envolve a produção de informações úteis, geralmente na forma

de documentos, relatórios e dados de transações;

Realimentação: é a saída que é utilizada para alterar a entrada ou as

atividades em processamento.

Com o mundo a cada dia mais complexo, excesso de dados, informações,

pressão por desempenho, as organizações exigem das pessoas tomadas de

decisões mais eficazes e eficientes.

Para que haja sucesso de um Sistema de Informação em uma organização

depende que a Tecnologia da Informação utilizada seja apropriada, que

transforme grande quantidade de dados em informações válidas, reduzindo, dessa

forma, as incertezas para uma maior assertividade às decisões. E que haja

qualidade da informação, sem manipulação, erros e sem redução na quantidade

de informação. Segundo O’BRIEN (2004), os atributos importantes da informação

se reúnem em três dimensões, a saber:

Quadro 5: Principais atributos da informação

Dimensão do Tempo

Prontidão A informação deve ser fornecida quando for necessária

Aceitação A informação deve estar atualizada quando for fornecida

53

Frequência A informação deve ser fornecida tantas vezes forem necessárias

Período A informação pode ser fornecida sobre períodos passados, presentes e futuros.

Dimensão do Conteúdo

Precisão A informação deve estar isenta de erros

Relevância

A informação deve estar relacionada às necessidades de informação de um receptor específico para uma situação específica

Integridade Toda informação que for necessária deve ser fornecida

Concisão Apenas a informação que for necessária deve ser fornecida

Amplitude A informação pode ter um alcance amplo ou estreito, ou um forco interno ou externo.

Desempenho

A informação pode revelar desempenho pela mensuração das atividades concluídas, do progresso realizado ou dos recursos acumulados.

Dimensão da Forma

Clareza A informação deve ser fornecida de forma que seja fácil de compreender

Detalhe A informação pode ser fornecida em forma detalhada ou resumida

Ordem A informação pode ser organizada em uma sequência predeterminada

Apresentação A informação pode ser apresentada em forma narrativa, numérica, gráfica ou outras

Mídia

A informação pode ser fornecida na forma de documentos em papel impresso, monitores de vídeo ou outras mídias.

Fonte: Adaptação O’BRIEN (2004)

2.4.1 Tipos de Sistemas de Informação

Os sistemas de informação podem ser classificados de várias maneiras

diferentes e pertinentes com diversas finalidades e sistemas interorganizacionais

que envolvem mais de uma organização. Eles podem ser simples ou complexos,

54

abertos ou fechados, estáveis ou dinâmicos, adaptativos ou não adaptativos,

permanentes ou temporários:

Simples x complexo: um sistema simples tem poucos componentes e a

relação ou interação entre os elementos é descomplicada e direta.

Enquanto um sistema complexo possui elementos que são altamente

relacionados e interconectados;

Aberto x fechado: no sistema aberto há uma interação com ambiente,

ocorrendo um fluxo de entradas e saídas por todos os limites do

sistema. Já no sistema fechado acontece o contrário do aberto, não

existe interação com ambiente;

Estável x dinâmico: o sistema estável sofre pouquíssimas mudanças ao

longo do tempo. Enquanto o dinâmico ocorre mudanças rápidas e

constantes ao longo do tempo;

Adaptáveis x não adaptáveis: um sistema adaptável tem a possibilidade

de mudar conforme o ambiente, o que não acontece em um sistema

não adaptável.

Permanente x temporário: no sistema permanente existe por um

período de tempo relativamente logo; enquanto o temporário existe por

um período de tempo relativamente curto.

Há quem classifica os sistemas de informações conforme o nível

organizacional que desenvolvem seu papel, a saber:

Sistemas do nível gerencial: são aqueles que proporcionam

informações úteis ao monitoramento, controle de atividades e tomada

de decisões administrativas aos gerentes médios;

Sistemas do nível operacional: sistemas elaborados para auxiliar os

gerentes operacionais nas atividades básicas da organização;

Sistemas do nível de conhecimento: são aqueles que auxiliam os

profissionais do conhecimento no desempenho de suas atividades de

55

integrar novos conhecimentos na organização para contribuir com a

meta desejada da organização;

Sistemas de nível estratégico: são sistemas que auxiliam a alta

administração no tratamento de questões estratégicas e sistêmicas.

De tal forma que um mesmo sistema pode ser classificado como sistema de

apoio às operações ou como sistema de informação gerencial. Vale ressaltar que

os sistemas de informações geralmente são combinações integradas dos diversos

tipos de sistemas disponíveis. OBRIEN (2004, p.23), exemplifica de forma

resumida, na figura abaixo, de como os sistemas de informação existem no mundo

dos negócios:

Figura 6: Classificação dos sistemas de informação

Fonte: adaptação O’BRIEN (2004; p. 23)

Na figura abaixo também é possível visualizar a integração entre alguns dos

vários tipos de sistemas, variando em função de características, variáveis ou

atributos do sistema.

56

Figura 7: Tipos de SI dentro de uma organização

Fonte: Adaptação RAMOS (2009; p.16)

Os Sistemas Processadores de Transações (SPT) são sistemas integrados

básicos que dão suporte ao nível operacional da organização, nas atividades

funcionais. Fazem o monitoramento, coletam, armazenam, processam e

distribuem os dados das mais variadas transações realizadas dentro das

organizações. Sendo de suma importância para alcance sucesso da organização,

haja vista que o SPT dar os dados que suportam vários módulos de outros

sistemas de apoio, como sistemas de apoio à decisão (SAD) e sistemas de

informação gerencial (SIG).

Os Sistemas de Informação Gerencial tem como objetivo fornecer

informações e apoio aos gerentes em sua tomada de decisão de forma mais

eficaz. Disponibilizando relatórios e demonstrativos pré-estipulados com

informações úteis aos administradores para dar suporte ao processo de valor

agregado de uma organização. Apoiando, especialmente, as funções de

planejamento, controle e tomada de decisão no nível gerencial.

Os Sistemas de Apoio a Decisões auxiliam o nível gerencial da organização

a tomar decisões específicas de um problema por meio de um conjunto

57

organizado de pessoas, procedimentos, software, banco de dados e outros

dispositivos.

Faz necessário que haja interligação dos vários sistemas de informação,

pois caso não tenha, a organização possuirá apenas uma coleção de sistemas

separados e ineficazes.

Uma maneira de integrar e unificar os vários sistemas existentes em uma

organização é por meio de um Sistema de Informação Integrado de Gestão

Empresarial (ERP- Enterprise Resource Planning). Tais sistemas de informação

integrados são sistemas computadorizados que combinam as capacidades de

diversos tipos de sistemas de informação, permitindo que gerencie todos os

processos da empresa de forma integrada. Refere-se a um programa de

computador centrador de todas as informações da organização em um sistema

único, que permite ser atualizado e acessado por todos os funcionários, de

qualquer departamento. Garantido dessa forma que os dados sejam sempre

atualizados e de fácil acesso.

Os sistemas ERP são pacotes comerciais de software desenvolvidos a

partir do software Materials Requirement Planning (MRP II), com mostra na figura

8. O MRP foi um software desenvolvido na década de 80, tendo como base as

aplicações de gerenciamento e controle do inventário, permitindo o planejamento

de materiais mediante a previsão da demanda, sendo que o MRP II surgiu como

uma extensão do MRP com o propósito de atender as atividades de produção e de

distribuição. Nos anos 90, o MRP II passou a dar suporte a outras aplicações, tais

como as de finanças, contabilidade, recursos humanos, vendas e marketing. O

conceito de ERP surgiu da combinação do MRPII estendido e dos princípios de

Just in Time (JIT) e Total Quality Management (TQM) e mais recentemente,

seguindo a tendência de novas aplicações de negócios, passou a incorporar

gerenciamento de cadeia de suprimentos (Supply Chain Management- SCM) e

gerenciamento de relacionamento a clientes (Customer RelantionShip

Management- CRM). (STEVENSON; 2001)

58

Figura 8: Desenvolvimento do ERP

Fonte: SLACK (2009; p.424)

2.3.2 Planejamento de necessidades de materiais (MRP)

O Planejamento das Necessidades de Materiais é um sistema de

informação que possibilita trabalhar com pedidos de itens que têm demanda

dependente, que dependem de componentes para montar produtos. O processo

de planejamento inicia a partir dos perdidos de clientes, que são utilizados

juntamente com quaisquer pedidos pendentes para desenvolver um programa-

mestre que indica em que quantidade e que momentos os itens acabados devem

estar disponíveis. Com a utilização da lista de material, os itens finais são

“explodidos”, e são desenvolvidos planos de necessidades de materiais, os quais

mostram as quantidades e os momentos em que ordens de compra e ordens de

produção de componentes têm que ser expedidas. (SLACK; 2009)

O MRP proporcionou várias contribuições, entre elas estão: sincronização

das necessidades, o cálculo das necessidades de componentes e a emissão de

ordens planejadas (ordens de compra/produção). Para haver sucesso, o MRP tem

59

que ter um programa de computador, assim como um programa-mestre de

produção, uma lista de materiais e dados de estoque, todos precisos.

Enquanto o MRP II é uma abordagem de segunda geração para o

planejamento, e que traz um escopo mais amplo para o planejamento de recursos

industriais, porque faz a vinculação entre o planejamento empresarial, o

planejamento da produção e o programa-mestre de produção. Os sistemas ERP

que estão sendo implantados desenvolvem ainda mais essas vinculações.

60

2.5 A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E A GESTÃO POR PROCESSOS

A busca pela a integração do uso da TI com os processos das empresas

iniciou nos anos 90 com a denominação de Organização e Métodos (O&M), a qual

geralmente era uma atribuição da área de TI das empresas. Tinha como meta a

otimização dos fluxos de trabalho e de documentos, em vez do que era realizado

sem o uso do computador.

Os Sistemas Integrados de Gestão (ou ERP- Enterprise Resources

Planning) possibilitaram a integração das informações e do fluxo de todas

atividades de uma só vez, desde que estes sistemas estivessem devidamente

implantados; buscando o adequado ajuste entre as suas atividades e as diferentes

perspectivas organizacionais. Sua função básica proporcionar, através do fluxo e

da administração de informações interdepartamentais, o alinhamento dos

conhecimentos gerados, relacionando-os às mais variadas funções e

subprocessos de negócios. (STEVENSON; 2001)

Fazem-se necessárias uma criteriosa analise dos processos de negócios e

a verificação dos elementos culturais e comportamentais envolvidos para que

existam mudanças positivas na organização através do ERP, haja vista que as

melhorias produzirão impactos tanto dentro e como fora da organização.

Qualquer organização desenvolve várias atividades produzem em

resultados. Tais atividades em conjunto podem ser abordadas como processos,

que, de forma integrada, buscam atingir os objetivos principais do órgão,

diretamente relacionados à sua missão institucional.

A Gestão por Processos ou Business Process Management (BPM) é uma

abordagem sistemática de gestão que trata de processos de negócios como

ativos, que potencializam diretamente o desempenho da organização, primando

pela excelência organizacional e agilidade nos negócios.

Envolvendo a disponibilidade de recursos necessários, monitoramento de

desempenho, manutenção e gestão do ciclo de vida do processo. E possibilitando

analisar, definir, executar, monitorar e administrar, incluindo o suporte para a

interação entre pessoas e aplicações informatizadas diversas.

61

Além disso, que as regras de negócio da organização, travestidas na forma

de processos, sejam criadas e informatizadas pelas próprias áreas de gestão.

Contudo, os possíveis fatores críticos para a excelência da Gestão por

Processos estão relacionados à dificuldade da mudança de atitudes das pessoas

e ou perspectivas de processos para avaliar o desempenho dos processos das

organizações.

Tendo como meta a padronizar processos corporativos e ganhar pontos em

produtividade e eficiência. As soluções de BPM são vistas como aplicações cujo

principal propósito é medir, analisar e otimizar a gestão do negócio e os processos

de análise financeira da organização.

Os principais objetivos da Gestão de Processos:

Conhecer e mapear os processos organizacionais desenvolvidos pela

instituição e disponibilizar as informações sobre eles, promovendo a

sua uniformização e descrição em manuais;

Identificar, desenvolver e difundir internamente metodologias e

melhores práticas da gestão de processos;

Promover o monitoramento e a avaliação de desempenho dos

processos organizacionais, de forma contínua, mediante a construção

de indicadores apropriados; e

Implantar melhorias nos processos, visando alcançar maior eficiência,

eficácia e efetividade no seu desempenho.

A gestão de processos organizacionais tem como base certos princípios

que orientam o desenvolvimento das ações, seguem a seguir:

Satisfação dos clientes: necessidades, perspectivas e requisitos dos

clientes internos e externos devem ser conhecidos para que o processo

seja projetado de modo a produzir resultados que satisfaçam suas

necessidades;

62

Gerência participativa: conhecer e avaliar a opinião dos seus

colaboradores é um aspecto importante para que sejam discutidas as

ideias e melhor desempenho do processo seja alcançado;

Desenvolvimento humano: para alcançar a melhor eficiência, eficácia

e efetividade da organização é necessário o conhecimento, as

habilidades, a criatividade, a motivação e a competência das pessoas.

De oportunidades de aprendizado e de um ambiente favorável ao pleno

desenvolvimento depende o sucesso das pessoas;

Metodologia padronizada: para evitar desvios de interpretação e

alcançar os resultados esperados, é importante seguir os padrões e a

metodologia definida, que poderá ser constantemente melhorada; e

Melhoria contínua: o comprometimento com o aperfeiçoamento

contínuo é o principal objetivo da gestão de processos, de modo a

evitarem retrabalhos, gargalos e garantir a qualidade do processo de

trabalho.

2.5.1 Reengenharia de processos

Para garantir a competitividade e atingir os objetivos, muitas organizações

devem por muitas vezes executar mudanças complexas no modo como

coordenam os negócios, pois atinge diversas variáveis organizacionais como:

mudanças de hardware, software, informações, cultura empresarial, pessoas,

dentre outros. Reengenharia, denominado também revisão de processos, engloba

a revisão radical de processos de negócios, estruturas organizacionais, sistema de

informação e valores da organização para alcançar a meta.

A mudança da tecnologia em uma organização envolve alterações na sua

estrutura, na tecnologia e/ou no seu pessoal, o que significa adequar seus

63

equipamentos e sistemas de forma que a tecnologia da informação apoie a

estrutura da organização, os processos e as pessoas.

Diante de tal realidade, segue a consideração de LAUDON e LOUNDON

(2004, p. 63) sobre os processos de mudanças causados pela implantação de um

sistema ERP:

Embora os sistemas integrados possam melhorar a coordenação, eficiência e tomada de decisões organizacionais, provaram ser muito difíceis de montar. Requerem não somente grandes investimentos em tecnologia, mas também alterações fundamentais no modo de operação das empresas. Elas terão de reformular seus processos de negócios para fazer com que a informação flua suavemente entre eles. Os funcionários terão de assumir novas funções e responsabilidades. As organizações que não se convencerem de que essas mudanças serão necessárias ou que sejam incapazes de fazê-las terão problemas para implementar sistemas integrados ou poderão não atingir um grau mais alto de integração entre processos fundamentais e empresariais.

2.5.2 Melhoria contínua

Melhoria continua é a busca continuamente de maneiras para aperfeiçoar

os processos de negócios para agregar valor a produtos e serviços. Tais

mudanças contínuas proporcionam satisfação dos clientes/usuários, garantem

lealdade dos mesmos, lucratividade de longo prazo, diminuem a oportunidade de

invasão de competidores. (STEVENSON; 2001)

O comprometimento da organização com os objetivos, como melhoria

continuada, pode ser devido ao uso estratégico de sistemas de informação. A

melhoria continuada envolve a melhoria e modificação constante de produtos e/ou

serviços oferecidos para manter competitivos. A quadro a seguir compara a

reengenharia e a melhoria continuada.

64

Quadro 6: Comparação de reengenharia de processos de negócios e da melhoria continuada Reengenharia de processo de negócio Melhoria continuada

Ações vigorosas para resolver problema sério

Ações rotineiras para obter pequenas melhorias

Descendente e dirigida por altos executivos Dirigida pelos trabalhadores

Escopo amplo; interpartamental Escopo estreito; foco em tarefas de uma dada área

Objetivo é atingir grande mudança Objetivo são melhorias contínuas e graduais Frequentemente dirigida por agentes externos

Em geral dirigida por trabalhadores ligados ao negócio

Sistema de informação integrante Sistemas de informação fornecem dados para guiar a equipe de melhorias

Fonte: STAIR e REYNOLDS (2006, p.48)

65

2.6 ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS

A partir dos anos de 1990 começou um novo cenário, caracterizado pela

globalização de mercados, desenvolvimento de novas tecnologias, aumento das

demandas, exigências dos clientes e do quantitativo da concorrência, exigindo que

as organizações renovem seus sistemas gerenciais para que houvesse adaptação

ao novo ambiente competitivo. A mudança foi imposta com critérios de utilização

de conceitos de custos, melhoria da qualidade, de reengenharia de processos e

gestão de cadeia de suprimentos entre organizações.

Esses instrumentos possibilitaram uma vantagem competitiva, haja vista

que a capacidade de operar com baixos custos e a melhoria na prestação de

serviços elevam lucros, rentabilidade, distanciando a empresa que os emprega

daquelas que não. Por isso que a gestão de materiais despertou atenção das

empresas, o que a tornou reconhecida como uma área estratégica dentro das

organizações.

Para ROBINSON e MALHOTRA (2005; p. 316), a gestão de materiais

passou ater o foco compartilhado entre o ambiente externo e o ambiente interno

como forma de atender às exigências dos clientes para obter produtos ou serviços

que contenham soluções aos seus problemas e não apenas bens físicos. Ou seja,

as organizações têm que buscar oferecer um equilíbrio interno e externo ideal ao

suprimento de materiais que considere a integração, o aprendizado, os recursos

humanos e a gestão.

As pressões do ambiente afetam a organização nos processos competitivos

e, consequentemente, ela deve captar e antever as mudanças externas, fazendo

destas um constante aprendizado para manter a sua sobrevivência. Faz

necessário, dessa forma, integrar seus processos e departamentos internos,

qualificar, manter e estruturar as pessoas, eliminar os entraves internos, rever os

sistemas operantes e adequar a gestão de materiais, buscando a excelência.

O termo administração de materiais ou gestão de materiais comumente

existem diferentes conotações e definições. Costuma s chamada na prática de

suprimentos, abastecimentos, fornecimento, logística, almoxarifado, e etc. Termos

66

esses que são usados indistintamente para nomear cargos e órgãos com nomes

distintos, mas com as mesmas responsabilidades.

A Administração de Materiais tem como finalidade planejar, coordenar,

direcionar e controlar todas as atividades ligadas à aquisição de materiais, desde

sua aquisição até a entrega do produto terminado consumidor. E deve fazer parte

do sistema de controle de informações e processos em uma organização. Sendo

uma componente de administração que o objetivo de otimizar os fatores de

produção ou prestação de serviços através do controle de qualidade, minimização

de custos e maximização de lucros, através de operações flexíveis.

A Administração de Materiais inclui: controle de estoques, compras,

distribuição, planejamento da produção ou prestação de serviços. E compreende

diferentes fases e interdependentes, em um ciclo contínuo de operações. A

excelência das operações está relacionando intimamente ao planejamento inicial,

em que os aspectos básicos são levados em consideração para garantir o

resultado pretendido, são eles:

Simplificação;

Especificação;

Padronização; e

Racionalização.

Sendo que todos são empregados uniformemente, visando trabalho de

conjunto. Vale ressaltar, que outros princípios podem a estes serem

acrescentados, depende dos sistemas adotados.

A simplificação busca empregar normas simples para melhor e mais

rapidamente conquistar metas desejadas. Dessa forma, seria a simplificação seria

um estudo profundo dos vários tipos de aquisição, abrangendo compra, e demais

características de utilizados afins.

A especificação tem como objetivo fazer uma descrição minuciosa, de

acordo com uma técnica estabelecida, que permita a exata identificação do

material descrito, de forma simples e correta, que qualquer pessoa envolvida

compreenda.

67

A padronização compreende um trabalho prévio de simplificação. Sendo o

estudo que, após uma análise pormenorizada, possibilita resultados positivos para

melhor atender às necessidades, com o estabelecimento de regras gerais. Dessa

forma, a sua função principal é a eliminação do desperdício, do inútil e o

fornecimento de elementos capazes de facilitar e tornar mais equilibrada dentro de

estudos técnicos as atividades desempenhadas na administração. A importância

da padronização para a administração de matérias é inestimável por trazer tantas

vantagens, algumas delas são:

Fabricação mais econômica, pela produção em série;

Redução dos custos de produção;

Maior rapidez entre pedido e entrega;

Menores gastos com administração escrituração; e

Maiores lucros.

Portanto, a soma de conhecimentos, resultantes de investigações e

pesquisas, proporciona que a padronização desempenhe os processos de forma

mais eficaz e eficiente.

A racionalização é o ato ou efeito de racionalizar a fim de tonar reflexivo e

facilmente entendível todas as atividades com a utilização de materiais.

Para CHIAVENATO (2005, p.37), a Administração de Materiais consiste em

ter os materiais necessários na quantidade certa, no local certo e no tempo certo à

disposição dos órgãos que compõem o processo produtivo da empresa destinadas

a suprir as diversas unidades.

Segundo a visão de DIAS (2006), o objetivo da gestão de materiais é

aperfeiçoar o investimento em estoque, aumentando o uso eficiente dos meios de

planejamento e controle e minimizando a necessidade de capital para estoque,

processo esse que não pode ser visto de forma independente na organização.

Esse processo deve ocorrer de forma integrada, haja vista que o excesso de

estoque aumenta a demanda de capital e a sua falta produz perdas de receita e

aumento de custos.

68

Na concepção de PATERNO (1987), a gestão de materiais pode ter

objetivos primários e secundários que auxiliam os objetivos da organização. No

quadro a seguir observam-se os objetivos primários da gestão de materiais:

Quadro 7: Objetivos primários da gestão de materiais

Objetivos Primários

Perspectivas

Baixos custos de aquisição

Redução e custos na compra leva a redução dos custos operacionais e ao aumento das receitas.

Baixo custo de manutenção

Materiais estocados, manuseados e transportados adequadamente, de forma científica, no dimensionamento correto e eficiente em termos de quantidades.

Baixo custo de reposição

Custo de reposição é proporcional em função das quantidades compradas e será menor quanto maiores forem às quantidades.

Rotatividade de estoques

Quanto menor o nível de estoques em relação ao consumo, maior a rotatividade e menor a parcela do capital investido em materiais.

Baixo custo de mão-de-obra

Uso de equipamentos mecanizados e eletrônicos modernos com o objetivo de reduzir o uso de mão-de-obra, mantendo-os em níveis possíveis.

Treinamento pessoal

Investimento em qualificação e aperfeiçoamento de mão-de-obra do pessoal, garantindo um padrão de qualidade no serviço atual e para o futuro.

Continuidade do fornecimento

A continuidade de fornecimento é especialmente importante para o funcionamento dos serviços. A falta de material representa sérios riscos para o usuário do serviço e problemas de imagem, de receitas e de custos elevados. A descontinuidade de materiais torna inevitável o custo excedente de compras urgentes e também ocorrerá uma redução de receitas pela paralisação dos serviços.

Qualidade dos materiais adquiridos

A qualidade deve obedecer aos padrões e às especificações estabelecidos e exigidos; Se o fornecedor não atende a qualidade requerida, cabe à administração de materiais a busca de novos fornecedores que atendam ao padrão.

Boas relações com

fornecedores

Boas relações com os elos institucionais são de fundamental importância para qualquer organização. Boas relações com os fornecedores garantem a troca de informações e suporte no desenvolvimento de produtos utilizados na produção.

Registros e cadastros

adequados

Manutenção de cadastros, de fornecedores confiáveis, auxiliam o comprador na tomada de decisões de quem e onde comprar.

Padronização

Menor número de materiais sob controle garante simplicidade e eficiência no processo de administração de materiais. A padronização de materiais diminui o número de itens em estoque, simplifica o trabalho de compras e estocagem e reduz custos junto aos fornecedores.

69

Otimização do atendimento

O atendimento deve atender às expectativas do cliente e não basta que haja apenas estoque.

Maximização dos retornos

Os materiais são ativos usados na aplicação de recursos na forma de estoques, com reflexos no fluxo da caixa e na área financeira. Esses recursos devem ser manipulados para produzir retorno rápido e crescente.

Fonte: PATERNO (1987)

Os tais objetivos mostram uma preocupação com os fatores relacionados à

redução de custos na área de materiais, sejam eles aquisição, manutenção,

controle de estoques.

Já os objetivos secundários fazem parte da administração de materiais de

forma indireta estratégica, envolvendo ações que possibilitem a participação da

área em para a organização, como apresentado no quadro a seguir:

Quadro 8: Objetivos secundário da gestão de materiais

Objetivos Secundários

Perspectivas

Harmonia entre os departamentos

O êxito de cada setor dentro da organização depende da harmonia e integração que a área de materiais estabelece com cada setor. As boas relações, intercambio e a cooperação entre essas atividades e áreas são fundamentais para o sucesso dos objetivos da organização.

Economia diferencial entre fazer ou

comprar

Optar entre comprar materiais ou fabricá-los internamente. Depende de vários fatores e deve considerar não somente o custo de aquisição, mas também a disponibilidade, a facilidade e qualidade dos serviços prestados.

Reciprocidade

O uso do poderio de compras para conseguir vendas tanto da organização como do fornecedor em relação à organização.

Novos produtos

Ponte entre o mercado de produtos novos que estão sendo lançados, tecnologicamente mais avançados e mais eficazes e os usuários internos.

Previsões

Execução de um plano orçamentário tem por base a previsão de produção de bens e serviços. Com base nessa avaliação fazem-se a previsão e o dimensionamento das atividades e de suas necessidades: o tipo, a quantidade, os valores, o quantitativo de pessoal necessário e o custo de mão-de-obra.

Fonte: PATERNO (1987)

70

A Administração de Materiais se refere à totalidade das funções que estão

relacionadas com os materiais, seja com a sua programação, aquisição,

estocagem, movimentação etc., desde a sua chegada até sua saída da

organização na forma de um produto acabado ou serviço ofertado.

Em uma organização pública, essa administração adota meios necessários

ao suprimento de materiais imprescindíveis ao funcionamento da organização, no

tempo oportuno, na quantidade necessária, na qualidade requerida e pelo menor

custo.

Deve-se garantir um estoque contínuo, organizado de modo a nunca faltar

nenhum dos itens que o compõem para as atividades não pararem, porém, sem

tornar excessivo o investimento total.

A administração de materiais é uma peça fundamental que conduz ao

ponto final da administração geral em qualquer organização. Fazendo parte da

função estratégica de uma organização, faz necessário, portanto, que a gestão

faça planejamento.

(...) o administrador é o profissional a quem cabe o gerenciamento, o controle e a direção de empresas na área de sua habilitação, buscando os melhores resultados em termos de lucratividade e produtividade. Dessa maneira, o administrador prevê, planeja, organiza, comanda e controla o funcionamento da máquina administrativa privada ou pública, visando aumentar a produtividade, rentabilidade e controle dos resultados (VIANA, 2000, p. 40).

Dessa maneira para que o administrador de materiais desenvolva suas

atividades eficientemente deve ter nos seu planejamento os seguintes itens como

requisitos básicos referentes à entrada e saídas de materiais: o quê, quanto,

quando e como comprar.

Portanto, é notório que o administrador de materiais necessita ter uma visão

estratégica da organização, porque, na verdade este setor pode conduzir a ela ao

sucesso ou ao prejuízo. Desta forma, na visão logística considera-se atualmente

que a administração de materiais:

(...) é vital para o sucesso de uma organização. Ela é uma nova visão empresarial que direciona o desempenho das empresas, tendo como meta reduzir o lead time( tempo de espera) entre o pedido, a produção e a demanda, de modo que o cliente receba seus bens ou serviços no momento que desejar [...] A organização que busca grau de eficiência e sua eficácia, dentro do mercado globalizado, necessita estar atenta às

71

constantes e vertiginosas mudanças que ocorrem no ambiente, devido aos avanços tecnológicos, às alterações na legislação e, principalmente, na economia, para enfrentar a forte e intensa briga pelo domínio de mercados (POZO, 2001, p. 13, 14).

Qualquer que seja o tipo de organização o sistema de produção é uma

complexa e continua transformação de matérias-primas, informações em produtos

acabados ou em serviços prestados. Sendo que os produtos finais ou serviços

prestados constituem o resultado final de todas as atividades e processos sobre

os materiais e informações da organização, como ilustra na figura abaixo:

Figura 9: A empresa como um sistema aberto

Fonte: CHIAVENATO (2005)

A administração com eficiência e exatidão do movimento de entradas e

saídas dos materiais são necessários para qualquer organização, deve-se levar

em consideração alguns procedimentos fundamentais, a saber:

Quadro 9: Procedimentos fundamentais de Administração de Materiais

Procedimento Esclarecimento

O que deve ser comprado Implica a especificação de compra, que traduz as necessidades da empresa.

Como deve ser comprado Revela o procedimento mais recomendável.

Quando deve ser comprado Identifica a melhor época.

72

Onde deve ser comprado Implica o conhecimento dos melhores segmentos de mercado.

De quem deve ser comprado Implica o conhecimento dos fornecedores da empresa.

Por que preço deve ser comprado Evidencia o conhecimento da evolução dos preços no mercado.

Em que quantidade deve ser comprado

Estabelece a quantidade ideal, por meio da qual haja economia na compra.

Fonte: VIANA (2002; p. 40)

Há diferentes motivos que recomendam cautela especial das organizações-

variando de acordo com o tipo da organização - na função abastecimento:

De seu desempenho dependem de diversos órgãos (fornecedores,

produção, manutenção, setores administrativos);

Necessidade de administrar grande variedade de itens, geralmente em

consideráveis quantidades, ao menor risco de falta e ao menor custo

possível;

A exigência de grande número de informações, rápidas e precisas

disponíveis quando necessário; e

Fato de os estoques representarem parcela razoável do ativo torna-os

uma inversão demasiadamente vultosa para que seja ignorada, haja

vista que os lucros ficam retidos nos estoques excessivos, os quais,

contudo, nem sempre garantem adequado atendimento das

necessidades da empresa.

73

Figura 10: Amplitude da Administração de Materiais

Fonte: VIANA (2002; p. 42)

A figura11 esquematiza de forma simplificada a amplitude da Administração

de Materiais. Em que a atividade de cadastramento de materiais visa cadastrar os

materiais necessários à manutenção e ao desenvolvimento da organização,

implicando o reconhecimento adequado de sua classificação, com o

estabelecimento de codificação e determinação da especificação, objetivando a

emissão de catálogo para utilização dos envolvidos nos procedimentos de

Administração de Materiais.

A atividade de gestão busca gerenciar os estoques através de técnicas que

possibilitam manter o equilíbrio como consumo, definindo parâmetros e níveis de

ressuprimento e acompanhando sua evolução.

Na compra, sua atividade tem a função de suprir as necessidades da

organização mediante a aquisição de materiais e/ou serviços, emanadas das

solicitações dos usuários, com o objetivo de identificar no mercado as melhores

condições técnicas.

Logo após na atividade de recebimento, a busca é pela garantia do rápido

desembaraço dos materiais adquiridos pela organização e que reflitam a

74

quantidade necessária, na época certa com o preço justo e na qualidade

especificada na solicitação.

No almoxarifado tem a atividade de buscar ter a fiel guarda dos materiais

confiados pela organização, com o objetivo de preservar e até o consumo final.

E por fim, a atividade inventário físico visa ao estabelecimento de auditoria

constante de estoques em poder do almoxarifado, para garantir a plena

confiabilidade e a exatidão de registros contábeis e físicos, necessário para que

haja um sistema que funcione com eficiência e eficácia requerida.

2.6.1 Os produtos/serviços

Produto é algo visível e tangível, que pode ser tocado, visto ouvido ou

degustado, devido ser composto de materiais físicos e visíveis. Há dois tipos de

empresas capazes de produzir um produto: as empresas primárias e as

secundárias.

As primárias podem ser chamadas também extrativas por obterem o

produto ou material através da ação direta sobre a natureza sem que tenha sido

processada anteriormente, como agricultura, extração de petróleo e etc.

Já as empresas secundárias podem ser chamadas de empresas de

transformação, por iniciar o processo de transformação do produto acabado a

partir uma matéria-prima adquirida por terceiros. E também são conhecidas como

empresas industriais ou simplesmente, indústrias, porque para produzir precisam

de uma indústria, oficina ou algo semelhante, como é o caso das indústrias de

eletrodomésticos, móveis e etc.

A prestação de serviços significar transformar insumos, dados ou

informações, por exemplo, em uma atividade útil para o cliente/ usuário. Os

serviços podem assumir diversas variedades de características e especializações,

como escolas, universidades, o que é o caso do IFRN, uma instituição federal de

educação de ensino médio, técnico e superior. Embora intangível, muitas vezes, o

serviço requer geralmente uma plataforma de materiais para se tornar realidade.

75

No caso da escola, ela precisa de uma plataforma física, como salas de aula,

livros, cadeiras, pincéis de quadro, etc., para transformar conceitos em educação.

2.6.2 Evolução e mudanças significativas na área de administração de

materiais

Logística é um conjunto de operações integrado para dar suporte nos

suprimentos e na distribuição de produtos de maneira racionalizada, permitindo

planejar, coordenar e executar todo o processo, na busca de reduzir custos e

aumentar da competitividade da organização.

Figura 11: Organograma logístico

Fonte: VIANA (2000, p.46)

76

2.6.2.1 Técnicas de administração japonesas

Após a Segunda Guerra Mundial, os japoneses derrotados copiaram nos

mínimos detalhes o modelo industrial americano. A adoção do princípio de

eliminação de qualquer tipo de perda, surge a filosofia de Perda Zero, buscou-se

embasamento nas técnicas de administração que eliminassem as perdas

desnecessárias e produzissem com melhor qualidade e menor custo. (VIANA;

2000)

Na Toyota surge o sistema Kanban para atender a dos princípios

imprescindíveis, Just in time e Jidoka. O Sistema Kanban ou Filosofia de Perda

Zero é uma norma com o objetivo de eliminar qualquer tipo de perda,

fundamentada em que a perda eleva o custo desnecessariamente, devendo-

se produzir sem perdas, com a melhor qualidade e ao menor custo. (VIANA;

2000)

O Just in time é a produção na quantidade necessária, no momento

necessário, para atender à variação de vendas com mínimo de estoque em

produtos acabados, em processos e em matéria-prima. E Jidoka ou

autocontrole é um controle visual, em que cada operador poderá controlar

sua qualidade e sua produção com um mínimo de perdas.

2.6.2.2 Código de Barras

O código de barras é uma representação gráfica da sequência de

algarismos que vem impressa logo abaixo dele. A vantagem das barras é que elas

podem ser identificadas rapidamente, e sem risco de erros, por aparelhos portáteis

de leitura óptica, como os usados pelos caixas de supermercado. O código de

barras pode ser utilizado para aperfeiçoar qualquer processo que envolva controle

de mercadorias e tornando-se uma ferramenta adequada e racional de

77

gerenciamento de estoques. Segundo VIANA (2000,p. 48), as principais

vantagens são:

Rapidez (estatísticas mundiais garantem que há ganho de tempo de até

30% no processamento);

Economia;

Aplicação no armazenamento, em compras e em vendas;

Financeiras;

Dispensa de etiquetação e reetiquetação de cada produto com o preço;

Exequibilidade de operações de descontos sobre determinados itens

ou promoções.

78

2.7 ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUE

Uma das mais importantes funções da administração de materiais está

relacionada com o controle de níveis de estoques. Lógica e racionalidade podem

ser aplicadas com sucesso nas ações de resolução de problemas que atingem os

estoques nas organizações.

O gerenciamento de estoques reflete quantitativamente os resultados

obtidos pela organização ao longo do exercício financeiro, por essa razão há uma

ação mais concentrada na aplicação de ferramentas gerenciais que possibilitam a

avaliação sistemática dos processos utilizados a fim de atingir as metas

estabelecidas.

Em uma organização de prestação de serviços públicos, como é o caso do

IFRN, que oferece um ensino de qualidade, não existe participação maior dos

materiais em relação ao custo do serviço produzido; contudo, a confiabilidade e a

excelência de um serviço prestado dependem, muitas vezes, dos suprimentos de

materiais para manutenção, reparo e operação. Planeja e controlar os materiais

representam, dessa maneira, motivos ponderáveis para a confiabilidade

operacional da organização.

Na Logística o termo controle de estoques é devido à necessidade de

estipular os vários níveis de materiais e produtos que a organização deve manter

dentro de parâmetros econômicos. O motivo pelo qual faz necessário tomar uma

decisão acerca das quantidades dos materiais a serem mantidos em estoques

está relacionado, intrinsecamente, com os custos associados tanto ao processo

como aos custos de estocar.

A atenção especial da administração de materiais é atender às

necessidades de sistemas de operação, tais como uma linha de produção na

manufatura ou em processo operacional de escola, banco, hospital na área de

serviços. As quais convertem nos programas e planos de operação ou produção

dependendo do tipo de organização.

Estoque pode ser caracterizado com a quantificação de qualquer item ou

recurso utilizado em uma organização. Composto das matérias-primas, materiais

79

de expediente, manutenção, de informática, dentre outros, que venham a precisar

em qualquer momento no tempo em algum processo ou atividade na organização.

Um sistema de estoque é um conjunto de políticas e controle que

monitoram os níveis de itens em estoque, a qual determina quanto manter e

quando comprar.

Encontrar o ponto de equilíbrio, para que não haja excesso de materiais e

nem a falta de um deles, em uma organização pública é um dos problemas que o

gerenciamento de estoques apresenta. Uma vez que estoques elevados

acarretam custos altos para manter e baixos estoques podem ocasionar a

ausência dos materiais em face do processo licitatório demorara além de um

possível atraso na entrega da mercadoria.

Qualquer que seja o esquema pela qual os estoques são reabastecidos

deve responder duas questões básicas: quando repor e quanto repor os estoques.

A primeira questão refere-se à renovação ou a reposição de estoques, momento

em que o processo de compra deve iniciar. Esse momento tem possibilidade de

ser em períodos fixos predeterminados ou em períodos variáveis com quantidades

fixas ou variáveis. Os sistemas de períodos variáveis são flexíveis, podendo

atender as alterações da demanda ou nos prazos de entrega do fornecimento do

material, contudo exigem mais decisões complexas.

POZO (2010, p. 29) define os seguintes objetivos do planejamento e

controle de estoques:

Assegurar o suprimento adequado de matéria-prima, material auxiliar,

peças e insumos ao processo de fabricação;

Manter o estoque o mais baixo possível para atendimento compatível

às necessidades vendidas;

Identificar os itens obsoletos e defeituosos em estoque, para eliminá-

los;

Não permitir condições de falta ou excesso em relação à demanda de

vendas;

Prevenir-se contra perdas, danos, extravios ou mau uso;

80

Manter as quantidades em relação às necessidades e aos registros;

Fornecer bases concretas para a elaboração de dados ao planejamento

de curto, médio e longo prazos, das necessidades de estoque;

Manter os custos nos níveis mais baixos possíveis, levando em conta

os volumes de vendas, prazos, recursos e seu efeito sobre o curso de

venda do produto.

De acordo com a Instrução Normativa 2052, do Órgão Central do Sistema

de Serviços Gerai (SEDAP) 3:

7.3. O controle deverá sempre satisfazer as seguintes condições: a) fácil acesso às informações; b) atualização num menor tempo possível entre a ocorrência do fato e o registro. 7.3.1. Compete ao setor de Controle de Estoques: a) determinar o método e grau de controles a serem adotados para cada item; b) manter os instrumentos de registros de entradas e saídas atualizados; c) promover consistências periódicas entre os registros efetuados no Setor de Controle de Estoques com os dos depósitos (fichas de prateleira) - e a consequente existência física do material na quantidade registrada; d) identificar o intervalo de aquisição para cada item e a quantidade de ressuprimento; e) emitir os pedidos de compra do material rotineiramente adquirido e estocável; f) manter os itens de material estocados em níveis compatíveis com a política traçada pelo órgão ou Entidade; g) identificar e recomendar ao Setor de Almoxarifado a retirada física dos itens inativos devido a obsolescência, danificação ou a perda das características normais de uso e comprovadamente inservíveis, dos depósitos subordinados a esse setor.

2 Com o objetivo de racionalizar com minimização de custos o uso de material no âmbito do SISG através de técnicas modernas que atualizam e enriquecem essa gestão com as desejáveis condições de operacionalidade, no emprego do material nas diversas atividades. 3 Órgão Central do Sistema de Serviços Gerais (SISG), responsável pela orientação normativa dos órgãos setoriais integrantes do referido sistema.

81

2.7.1 Almoxarifado

Para DIAS (1993, p.17), o almoxarifado ou armazém é responsável pela

guarda física dos materiais em estoque. Sendo o local onde ficam armazenados

os materiais, incluindo os entregues pelos os fornecedores, para atender a

demanda. E segundo ARAÚJO (1975, p. 293):

O servidor desta classificação trabalha como principal responsável no almoxarifado central, incumbido de reabastecimento de material permanente e de consumo a outros almoxarifados, respondendo, civil e criminalmente, pela guarda e conservação dos bens patrimoniais em estoque no almoxarifado. O trabalho compreende o recebimento, a conferência, armazenagem, distribuição, exigindo cuidados especiais para proteger as mercadorias contra riscos de deterioração e prejuízos eventuais, bem como para a manutenção do asseio e da ordem no almoxarifado. A revisão do trabalho é feita através da periodicamente por determinação de autoridades superiores, para o cumprimento de preceitos legais e contábeis.

Portanto, o almoxarifado deve possuir condições para assegurar que o

material adequado, na quantidade devida, estará no local certo, quando

necessário, por meio de armazenagem de materiais, de acordo com as normas

adequadas, objetivando resguardar, além de preservar a qualidade e as exatas

quantidades. Mas para que o almoxarifado seja eficaz dentro do Canal de

Distribuição, ele necessita primeiro atingir sua eficiência interna.

2.7.2 Avaliação dos níveis de estoques

A determinação do nível de estoque mais econômico para uma organização

é de suma importância. Uma vez que os custos são influenciados por vários

fatores, tais como, volume, disponibilidade, mão de obra, dentre outros.

Uma das formas mais comuns ou genéricas que ajudam a definir o nível de

estoque é o denominado por dente de serra, que é a representação gráfica do

82

nível de estoques, permitindo a decisão de quanto e quando comprar. De acordo

com Dias (1993, p. 56), o dente de serra, na figura 13, constitui:

A representação da movimentação (entrada e saída) de uma peça dentro de um sistema de estoque pode ser feita por um gráfico, em que a abscissa é o tempo decorrido (T), para o consumo, normalmente em meses, e a ordenada é a quantidade em unidades desta peça em estoque no intervalo do tempo T.

Figura 12: Gráfico Dente de Serra

Fonte: DIAS (1993, p.56)

2.7.3 Sistema de duas gavetas

É o método considerado mais simples e mais prático para o controle das

peças da classe C, sendo muito disseminado em revendedores de autopeças e no

comércio varejista. Nele são usadas duas caixas ou gavetas A e B. No início, as

duas gavetas/caixas contem estoque, em que:

A caixa A tem uma quantidade de material suficiente para atender ao consumo durante o tempo de reposição, mais o estoque de segurança, [...] A caixa B possui um estoque equivalente ao consumo previsto no período. As requisições de material que chegam ao Almoxarifado são atendidas pelo estoque da caixa B; quando esse estoque chega a 0 (zero) (caixa vazia), [...] isso indica que deverá ser providenciada uma reposição de material, pedido de compra. Para não interromper o ciclo de atendimento, passa-se a atender às requisições pelo estoque da caixa A (DIAS, 1993, p. 125).

83

2.7.4 Sistema de máximos – mínimos

Devido às dificuldades de determinar o consumo e as variações do tempo

de reposição é que faz necessária a adoção do sistema de máximos-mínimos, em

que consiste em:

Determinar os consumos previstos;

Fixar o período de consumo;

Calcular o ponto de pedido em função do tempo de reposição do item

pelo fornecedor;

Calcular os estoques mínimos e máximos; e

Calcular os lotes de compra.

O sistema máximos-mínimos tem o processamento de que cada material

terá quatro informes básicos: estoque mínimo que se deseja manter (Emin), o

momento em que novas quantidades da peça devem ser compradas (PP), tempo

necessário para repor a peça (TR), a quantidade de peças que devem ser

compradas, ou seja, o lote de compras (LC), e quando este lote comprado chega

à fábrica, temos o estoque máximo (Emax). Possibilitando a manutenção dos

níveis de estoques estabelecidos e que configurem em um sistema automático de

suprimentos da manutenção de estoques em que novas ordens são emitidas, em

função das variações do próprio nível de estoque. Dessa forma, toda vez que o

estoque fique abaixo do nível de ponto de pedido é emitida uma requisição de

compras para a peça em específico. Segue abaixo o esquema do funcionamento

do sistema:

84

Figura 13: Características do sistema de controle de estoque máximo-mínimo

Fonte: POZO (2010)

Uma das principais vantagens desse método é a existência de certa

automatização do processo de reposição, estimulando a adoção do Lote

Econômico, nas situações em que ele pode ser usado naturalmente.

Segundo com a Instrução Normativa 205/1988, SEPAD4:

7.6 Os fatores de Ressuprimento são definidos: a) Consumo Médio Mensal (c) - média aritmética do consumo nos últimos 12 meses; b) Tempo de Aquisição (T)- período decorrido entre a emissão do pedido de compra e o recebimento do material no Almoxarifado (relativo, sempre, à unidade mês); c) Intervalo de Aquisição (I)- período compreendido entre duas aquisições normais e sucessivas; d) Estoque Mínimo ou de Segurança (Em)- é a menor quantidade de material a ser mantida em estoque capaz de atender a um consumo superior ao estimado para um certo período ou para atender a demanda normal em caso de entrega da nova aquisição. É aplicável tão somente aos itens indispensáveis aos serviços do órgão ou entidade. Obtém-se multiplicando o consumo médio mensal por uma fração (f) do tempo de aquisição que deve, em princípio, variar de 0,25 de T a 0,50 de T; e) Estoque Máximo (EM) - a maior quantidade de material admissível em estoque, suficiente para o consumo em certo período, devendo-se considerar a área de armazenagem, disponibilidade financeira, imobilização de recursos, intervalo e tempo de aquisição, perecimento, obsoletismo etc. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo o produto do Consumo Médio Mensal pelo intervalo de Aquisição; f) Ponto de Pedido (Pp) - Nível de Estoque que, ao ser atingido, determina imediata emissão de um pedido de compra, visando a recompletar o Estoque Máximo. Obtém-se somando ao Estoque Mínimo o produto do Consumo Médio Mensal pelo Tempo de Aquisição;

4 Secretaria de Administração Pública da Presidência da República

85

g) Quantidade a Ressuprir (Q) - número de unidades adquirir para recompor o Estoque Máximo. Obtém-se multiplicando o Consumo Médio Mensal pelo Intervalo de Aquisição. 7.7. As fórmulas aplicáveis à gerência de Estoques são: a) Consumo Médio Mensal c = Consumo Anual b) Estoque Mínimo Em = c x f c) Estoque Máximo EM = Em + c x I d) Ponto de Pedido Pp = Em + c x T e) Quantidade a Ressuprir Q = C x I

2.7.5 Sistema de revisões periódicas

Visto que a representação gráfica de estoques está em função de um

tempo, considerando-se tempos iguais para cada lote, é necessária a criação de

mecanismos de regulação dos níveis de estoque de acordo com a situação

definida com base nas tendências do momento. É neste aspecto que se criou este

modelo que consiste em periodicamente verificação do nível de estoque do

material e, com base do nível de estoque, determina-se a quantidade a ser

ressuprida, de modo que, ao recebê-la, seja atingido um nível de estoques

predeterminado.

É com base nesse preceito e considerando também o tempo decorrido em

cada período que se determina o estoque mínimo ou de segurança, com vista a

prevenir eventuais atrasos de entrega. Por esse motivo, tendo em conta esses

aspectos foi concebido o sistema de revisões periódicas em que é feita uma

análise “considerando o estoque físico existente, o consumo no período, o tempo

de reposição e o saldo de período no fornecedor do item” (DIAS, 1993, p. 118). A

análise para revisões deve ser feita por classe de materiais e a periodicidade dela

deve ser feita em função dos objetivos operacionais.

A dificuldade desse método é determinar o período entre as reposições e

vários aspectos têm que ser analisados:

Uma periodicidade pequena entre as revisões acarreta um Estoque

Médio (Em) alto (aumento no custo de armazenagem);

86

Uma periodicidade alta entre as revisões acarreta baixo Estoque Médio

(Em) e como consequência um aumento no custo do pedido e risco de

ruptura do estoque.

E a fim de diminuir os riscos, precisam ser calculadas revisões para cada

material estocado ou para classe de materiais de acordo com os objetivos

operacionais e financeiros da organização. É de suma importância também a

escolha de um calendário para as revisões para:

Definição do volume dos materiais que deve comprar;

Fazer a lista dos itens de uso comum para serem processados

simultaneamente;

Execução de uma compra única;

Consumar as compras e as entregas programadas, escolhendo

determinar as periodicidades mais convenientes das necessidades.

2.7.6 Curva ABC

A Curva ABC pode ser chamada por curva de Pareto, por ter sido elaborado

inicialmente por Vilfredo Pareto em 1897, quando comparou a distribuição de

renda entre os grupos sociais, tendo descoberto que maior parte da porcentagem

de riqueza no mundo estava concentrada num pequeno grupo de indivíduo, numa

proporção de aproximadamente 80% e 20%, sendo que a maior parte da

população pertencia às classes inferiores. Esta análise foi difundida para outras

áreas administrativas, em que necessita tomar decisões envolvendo grande

volume de dados e ação urgente, tornando em uma ferramenta muito útil para os

administradores.

POZO (2010, p. 80) afirma que, o grande mérito do uso da Curva ABC é a

classificação dos itens de estoque em critérios ou classes A, B e C, em vista de

87

seus custos e quantidades. Haja vista que controla mais rigidamente os itens de

Classe A e, mais superficialmente, os de classe C, itens de menor. A classificação

ABC é usada em ralação a várias unidades de medidas como peso, tempo,

volume, custo unitário e etc.

Na administração de materiais, a Curva ABC é utilizada mais

especificamente para análises de prioridades da produção ou dos serviços,

dimensionamento de estoque, tomada de preços em suprimentos, compras, e etc.

Toda a sua ação tem como meta tomar uma decisão e ação rápida que possa

levar seu resultado a um grande impacto satisfatório no resultado da organização.

A Curva ABC é chamada dessa maneira por dividir os dados em três

categorias distintas denominadas classes A, B e C. Os itens da classe A são os

mais importantes e devem receber a maior atenção no primeiro momento da

análise. No máximo, 20% dos itens estudados correspondem, em média, a 80%

do valor monetário total. Os itens da classe B são intermediários e deverão ser

tratados após as medidas tomadas sobre os itens da classe A. Os dados

classificados no máximo 30% dos itens estudados e correspondem, em média, a

15% do valor monetário total. E, por fim, os itens de classe C são os de menor

importância, embora volumosos em quantidades, o valor monetário é reduzido,

permitindo assim maior espaço de tempo para sua análise e tomada de ação.

Geralmente somente 5% do valor monetário total representam essa classe,

contudo, mais de 50% dos itens formam sua estrutura.

Para POZO (2010, p. 81), a montagem da Curva ABC processa-se em

quatro passos, da seguinte forma:

1. Inicialmente, deve-se levanta todos os itens do problema a ser

resolvido, com os dados de suas quantidades, preços unitários e preços

totais;

2. Colocar todos os itens em uma tabela em ordem decrescente de preços

totais e sua somatória total. Esta tabela deve estar composta das

seguintes colunas: item, nome ou número da peça, preço unitário, preço

total do item, preço acumulado e porcentagem;

88

3. Dividir cada valor de cada item pela somatória total de todos os itens e

colocar a porcentagem obtida em sua respectiva coluna; e

4. Dividir todos os itens em classes A, B e C, de acordo com a nossa

prioridade e tempo disponível para tomar decisão sobre o problema.

O critério de classificação dos produtos sob o aspecto meramente

econômico deve ser também relacionado com outros fatores práticos, que podem

ser cruciais nas decisões relativas a uma política ideal de gestão de estoque.

Alguns desses fatores são os seguintes:

Criticidade dos materiais: a escassez de alguns itens pode paralisar

processos operacionais;

Prazo de validade dos produtos: materiais sujeitos a uma maior

obsolescência ou deterioração implicam em estoques mais reduzidos;

Produtos muito grandes ou volumosos: a exigência de um espaço maior

para estocagem pode justificar menores quantidade armazenadas;

Materiais valiosos sujeitos a roubo: para que seja reduzida a

probabilidade de perda, estoques menores são mais indicados;

Lead times irregulares: produtos com acentuada variabilidade nos

prazos de entrega sugerem que pedidos maiores reduzem a quantidade

de compras durante o ano e minimizam a incerteza de oferta;

Demandas irregulares: demandas imprevisíveis induzem a grandes

lotes de compra e grandes pontos de pedidos, haja vista que os

estoques de segurança serão maiores que o necessário;

Lotes padrão: quantidades diferentes do LEC podem se justificar devido

aos custos extras advindos se o tamanho do pedido padrão não

completar uma carga de transporte, por exemplo.

.

89

3. METODOLOGIA

Os procedimentos metodológicos fazem parte da fase do trabalho em que

são descritos os métodos e as técnicas que foram utilizados na pesquisa,

envolvendo a definição do seu contexto e participantes, além de fixar os

procedimentos para a confecção dos instrumentos e procedimentos para a coleta,

análise e interpretação dos dados.

3.1 TIPOLOGIA DA PESQUISA

A presente pesquisa utilizou uma abordagem qualitativa, com um enfoque

indutivo na análise dos dados e buscando dar maior consideração aos significados

atribuídos pelas respondentes das entrevistas.

E há ainda diversas maneiras de classificar uma pesquisa, contundo faz

necessário que seja coerente. A classificação possibilita melhor entendimento dos

fatos. Para ALMEIDA (2010; p.26), é possível estabelecer múltiplos sistemas de

classificação de definir segundo a finalidade, o nível de explicação e os métodos

adotados, entre outros.

Esta pesquisa é, segundo a finalidade, considerada pesquisa básica

estratégica por ser voltada para aderir novos conhecimentos relacionados a

amplas áreas, como Gestão de TI e Gestão de Materiais, com o intuito de

solucionar possíveis problemas práticos.

Segundo os objetivos mais gerais, em nível de explicação, ela tem fins

exploratórios proporcionando maior flexibilidade no seu planejamento, uma vez

que considera os mais variados aspectos relativos aos fatos estudados.

E, por fim, esta pesquisa apresenta como método adotado o estudo de

caso, por descrever a situação do contexto em que está sendo realizada a

investigação. Ou seja, procurou desenvolver uma investigação e uma análise do

90

módulo do SIPAC com o intuito de verificar se há algo que possa ser adotado no

módulo do SUAP.

Para YIN (2005; p.32), um estudo de caso é uma investigação

empírica por analisar um fenômeno atual em um contexto da vida real,

principalmente quando não há clareza nos limites entre o fenômeno e o contexto.

91

3.2 CONTEXTO E PARTICIPANTES DA PESQUISA

A amostragem utilizada foi do tipo intencional, não probabilística, uma vez

que os elementos da população que fornecerão os dados para a pesquisa são

selecionados propositadamente pelo pesquisador, ALMEIDA (2011, p. 22).

A análise feita nos sistemas, SIPAC e SUAP, foi feita utilizando apenas o

módulo almoxarifado, facilitando a realização do estudo. Os dados levantados

permitem identificar diferenciais competitivos em termos de desempenho.

No primeiro momento o levantamento de dados foi feito na UFRN com

servidores que atuam diretamente com o SIPAC que permitiram verificar uma

visão de como tem ocorrido às atividades com utilização desse sistema no módulo

almoxarifado. Dessa forma, foram entrevistados um servidor, B1, que trabalha

diretamente no almoxarifado no departamento CCSA a mais de 10 anos, o qual

operou outros sistemas antes da implantação do SIPAC, uma servidora, B2, que

trabalha na contabilidade do mesmo departamento que está um pouco mais de 3

anos na instituição e com um analista da Superintendência de Informática

(SINFO), B3, que participou da equipe que implementou o SIPAC na UFRN. Foi

necessário voltar a entrevistar o coordenador de almoxarifado depois que das

entrevistas feitas no IFRN. Segue o quadro para melhor visualização dos dados do

perfil, o código é para preservar a identidade dos entrevistados.

Quadro 10: Perfil dos entrevistados na UFRN

Código Gênero Faixa Etária Função na instituição

B1 Masculino 45 a 50 anos Auxiliar em administração

B2 Feminino 25 a 30 anos Contadora

B3 Masculino 25 a 30 anos Analista de Tecnologia da

Informação

Fonte: Dados da pesquisa (2014)

Logo após, foi feito no IFRN as entrevistas com 7 servidores de campus

distintos, que trabalham diretamente com a gestão de almoxarifado, e com um

92

analista do SUAP. Segue o quadro para melhor visualização dos dados do perfil

dos servidores que trabalham no almoxarifado.

Quadro 11: Perfil dos servidores que trabalham no almoxarifado no IFRN

Código Gênero Faixa Etária

Escolaridade

Tempo das atividades

no almoxarifado

Participação de alguma

capacitação referente à gestão

de materiais

A1 Feminino

20 a 25 anos

Ensino Superior Completo 3 anos

Sim

A2 Feminino

20 a 25 anos

Ensino Superior

Incompleto 2 anos e 6

meses Sim

A3

Feminino 25 a 30

anos

Ensino Superior

Completo com especialização

2 anos e 3 meses

Sim

A4

Masculino 50 a 55

anos

Ensino Superior

Completo com especialização 8 meses

Não

A5 Masculino

25 a 30 anos

Ensino Superior Completo 1 ano

Não

A6 Masculino

30 a 35 anos

Ensino Superior

Incompleto 3 anos e 3

meses Não

A7

Masculino 25 a 30

anos

Ensino Superior

Completo com especialização

3 anos e 3 meses

Não

Fonte: Dados da pesquisa (2014)

93

3.3 INSTRUMENTOS DE COLETA DE DADOS E APLICAÇÃO

Devido à pesquisa ter uma abordagem qualitativa, houve a necessidade de

se obter dados por meios de várias maneiras, através de entrevistas, de

observações aos módulos almoxarifados das instituições estudadas, de

documentação e de registros em arquivo entre as seis fontes de evidencias

propostas por YIN (2005; p. 111). Portanto, utilizou-se a triangulação dos dados

para ter uma maior confiabilidade na pesquisa.

Todas as entrevistas feitas neste trabalho foram semiestruturadas

(apêndices C, D, E, F e G), no período do mês de novembro do corrente ano. As

entrevistas com os servidores do IFRN foram feitas por meio telefônico e as com

servidores da UFRN, pessoalmente. Além de todas terem sido gravadas pelo

celular com a prévia autorização.

Segundo YIN (2005; p. 116), a entrevista é uma das mais importantes

fontes de informações para o estudo de caso. Ela deve existir dois níveis ao

mesmo tempo: satisfazer as necessidades da linha de investigação enquanto, de

forma simultânea, passar adiante as questões “amigáveis” e “não ameaçadoras”

nas entrevistas espontâneas.

Na entrevista feita pelo servidor que trabalha no almoxarifado da UFRN foi

possível acessar o sistema SIPAC e fazer a observação direta de algumas

atividades rotineiras do setor.

A técnica observação participante foi possível ser feita no IFRN haja vista

da pesquisadora trabalhar na equipe do setor de almoxarifado na instituição. O

que possibilita algumas vantagens por ter acesso aos dados facilmente, além de

vivenciar o problema do estudo de caso. Mas pode trazer problemas de vieses,

como YIN alerta a seguir, por isso houve a preocupação em evitar os possíveis

problemas.

A observação participante fornece certas oportunidades incomuns para a coleta de dados em um estudo de caso, mas também apresenta alguns problemas. [...] Para alguns tópicos de pesquisa, pode não haver outro modo de coletar evidências a não ser através da observação participante. Outra oportunidade muito interessante é a capacidade de perceber a realidade do ponto de vista de alguém de “dentro” do estudo de caso, e

94

não de um ponto de vista externo. [...] Os maiores problemas relacionados à observação participante têm a ver com os possíveis vieses produzidos. Primeiro, o pesquisador possui menos habilidades para trabalhar como um observador externo e pode, às vezes, ter de assumir posições ou advogar funções contrárias aos interesses das boas práticas científicas. Segundo, é muito provável que o observador participante persiga um fenômeno comumente conhecido e torne-se um apoiador do grupo ou da organização que está sendo estudado, se já não existir esse apoio desde o início. Terceiro, a função de participante pode simplesmente exigir atenção demais em relação à função de observador. [...] Em quarto lugar, se a organização ou o grupo social que está estudado estiver no lugar certo na hora certa, tanto para participar de acontecimentos importantes quanto para observá-los. YIN (2005; p.122)

A documentação fez parte também das fontes de evidencias utilizadas,

foram visualizados notas de empenhos e alguns relatórios gerados pelo sistema

da UFRN, como os relatórios administrativos, especificações dos sistemas,

retirados no Wikisistemas, tipo de manual online em que explica o sistema SIPAC

com mais detalhes.

Os registros em arquivos utilizados foram às imagens das telas dos

sistemas estudados no acesso dos servidores, com a devida autorização, e as

imagens retiradas no Wikisistemas.

3.3.1 Protocolo de estudo de caso

O protocolo é uma das táticas principais para aumentar a confiabilidade da

pesquisa de estudo de caso e destina-se a orientar o pesquisador ao realizar a

coleta de dados a partir de um estudo de caso único, YIN (2005; p.92).

De modo geral, o protocolo de estudo de caso tem que apresentar as

seguintes seções: uma visão geral do projeto; procedimentos de campo; questões

de campo; guia de relatório do estudo de caso.

95

3.3.1.1 Visão Geral do projeto de estudo de caso

O projeto tem o intuito de analisar a gestão de almoxarifado entre duas

instituições de ensino, UFRN e IFRN, à luz dos módulos de almoxarifado do

SIPAC e SUAP.

Devido a grande transformação ocorrida no IFRN, com a expansão,

entrada de novos servidores, dentre outras coisas; o SUAP precisa está alinhado

às novas demandas que surgiram, como a necessidade de integração entre

Campi, para que tenha uma administração mais eficiente. Diante do exposto e

servindo ao propósito dessa pesquisa, faz um seguinte questionamento:

Existem melhorias para agregar ao módulo almoxarifado do sistema

integrado adotado pela instituição?

Buscando parâmetros para responder essa pergunta tem-se o objetivo geral

já citado, além dos objetivos específicos que estão entre eles: investigar as

limitações encontradas na gestão de almoxarifado do IFRN e identificar o potencial

de melhorias que poderiam ser alcançadas na gestão de almoxarifado fazendo

uma comparação com SIPAC.

3.3.1.2 Procedimentos de campo

As entrevistas realizadas na pesquisa foram feitas com base em roteiros

semiestruturados (apêndices C, D, E, F e G), no período do mês de novembro do

corrente ano Houve a preocupação em manter anonimato dos entrevistados para

preservá-los.

Todos os entrevistados, inclusive o analista do IFRN, foram consultados

previamente para saber da disponibilidade em participar da pesquisa e informar a

apresentação dos objetivos da pesquisa, além de solicitar a autorização para

gravação das entrevistas. Todas as entrevistas realizadas na UFRN ocorreram

96

face a face. Somente no IFRN, por ter sido entrevistados de várias cidades, foram

por telefone.

Documentos institucionais, registros em arquivo e notas resultantes de

observações foram obtidos ao acessar dados disponibilizados na internet, no

Wikisistemas, no Portal IFRN, entre outros, e durante as entrevistas também.

3.3.1.3 Questões de estudo de caso

As questões do estudo de caso são feitas para auxiliar o pesquisador a

manter o foco da pesquisa com informações que precisam ser coletadas e o

motivo de coletá-las, YIN (2005; p. 99).

Cinco tipos de entrevistas foram feitas: um com os servidores que

trabalham no almoxarifado no IFRN (Apêndice C), um com quem trabalha no

almoxarifado na UFRN (Apêndice D), um com quem trabalha na contabilidade na

UFRN (Apêndice F), um com o analista da SINFO (Apêndice E) e , por fim, um

com um analista do IFRN somente para tirar algumas dúvidas ( Apêndice G). E

cada tipo de entrevista seguiu um roteiro semiestruturado para guiar a conversa.

Foram feitas perguntas específicas a respeito do sistema de informação utilizado

para que pudessem ser feitas as análises. No entanto, todos os questionamentos

se referiram de algum modo ao conjunto de questões, a saber:

1. As informações administrativas fluem eficazmente?

2. O sistema de informação atende a todas as necessidades?

3. Você teria alguma sugestão para melhoria do módulo almoxarifado?

4. Seu setor disponibiliza algum manual ou documento semelhante que

oriente as rotinas administrativas referentes à gestão de materiais?

5. Em seu setor existem formulários padronizados?

6. Você utiliza outro instrumento, além do SUAP para a realização das

atividades? Caso positivo, qual?

97

7. Como vocês fazem o controle de estoque quanto a validade, o ponto de

pedido? Vocês utilizam algum método de estoque?

8. Como você mensura a quantidade de material no estoque?

9. Existe uma padronização para organizar o estoque?

10. Fale um pouco sobre quais são os principais regulamentos que

normatizam o funcionamento da gestão de materiais em sua instituição.

3.3.1.4 Guia para relatório de estudo de caso

A priori, não existe uma estrutura bem definida para o relatório de estudo de

caso. Segundo YIN (2005; p.101), esse elemento normalmente não se encontra

presente na maioria dos projetos de estudo de caso. A maioria dos pesquisadores

só costuma pensar no esboço, no formato ou no público para qual o relatório do

estudo de caso se destina após os dados terem sido coletados.

98

4 TRATAMENTO DOS DADOS

Para a análise dos dados foi aplicada a técnica de análise de conteúdo, a

qual objetiva compreender o que fala sobre determinado assunto, compreendendo

vários procedimentos que geram indicadores, que a partir deles são feitas

inferências sobre condições de produção e de recepção das mensagens em

estudo, ALMEIDA (2011, p. 36).

São necessários dois aspectos para utilizar com essa técnica: as categorias

e a unidade de registro. Categorizar implica isolar elementos para, logo em

seguida, agrupá-los. Para que seja desmontada a estrutura e os elementos dos

conteúdos das mensagens a fim de ter clareza quanto as suas diferentes

características e extrair sua significação.

Para GIL (2010; p.122), esses categorias são conceitos que expressam

padrões que emergem dos dados e são utilizadas com o intuito de reuni-los

conforme a semelhança que apresentam. E que devido geralmente a comparação

sucessiva de dados dá-se o estabelecimento de categorias.

Por essa razão, ela teve como base o registro dos discursos dos servidores

tanto da UFRN como do IFRN através das entrevistas para possibilitar uma

intepretação inferencial no tratamento dos dados coletados.

4.1 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NO IFRN

Nesta parte da pesquisa, cinco categorias foram pré-definidas no momento

de formulação do roteiro da entrevista. Houve acréscimo de questões quando foi

detectado a falta de algum dado, tendo que voltar a entrevistar dois servidores

novamente para fazer as perguntas que foram adicionadas.

99

Quadro 12: Categorias pré-definidas para formulação do questionário

Categoria Características/ o que procura responder

Recursos Humanos

Qual o perfil dos servidores dos setores de almoxarifado (apreender a composição da equipe, a formação e a capacitação dos profissionais, o tempo de trabalho, suas atribuições, o nível de conhecimento teórico sobre as diretrizes da gestão de materiais na instituição).

Recursos Materiais e Tecnológicos

Qual o nível de satisfação com as ferramentas disponíveis (hardware, estrutura física para o trabalho e armazenagem dos materiais).

Processos de trabalho

Ver se existem rotinas formais de trabalhos (Ex.: Existência de formulários padronizados para requisição, existência de manuais ou outros instrumentos de orientação). Verificar como é feito algumas rotinas como, requisições de materiais, controle do estoque, a mensuração da quantidade a ser pedido, organização do estoque se há padronização nos processos..

Gestão da Informação Verificar a efetividade do fluxo de informações que influenciam os processos de trabalho

Integração entre de módulos

Verificar o posicionamento dos entrevistados a respeito de se haver uma integração entre módulos, se serie positivo ou não.

Fonte: Dados da pesquisa (2014)

4.1.1 Recursos Humanos

No modelo de Excelência em Gestão Pública, como foi visto anteriormente,

existe o tópico de valorização das pessoas. Em que mostra a importância criar

condições para que as pessoas se realizem profissionalmente e humanamente

para que o desempenho seja maximizado com comprometimento,

desenvolvimento de competência e espaço para empreender.

De acordo com o quadro 11, foram entrevistados 7 servidores que

trabalham na Coordenação de Material e Patrimônio no instituto, sendo 3 do

gênero feminino e 4 do masculino. A maioria com a idade acima dos 25 anos, com

nível superior completo, mais 2 anos exercendo atividades de Gestão de

Materiais. Coincidiu, entre os entrevistados, de somente as mulheres terem

feito algum curso de capacitação referente à gestão de materiais. Mesmo todos

100

tendo menos de 4 anos, é perceptível ver um vácuo administrativo no que se

refere a políticas de formação e capacitação dos setores de almoxarifado. Como

consequência a isso há um grande índice de desconhecimento das normas,

regulamentos que regem as atividades de gestão de materiais o que,

naturalmente, acarretariam em deficiências nos processos de trabalho,

aumentando as chances de que alguns processos ocorram de modo ineficiente,

inadequado ou mesmo ineficaz.

O conhecimento das atividades de almoxarifado é passado do servidor mais

antigo para o que está chegando ao setor. Ensinando alguns procedimentos

básicos do SUAP e da rotina do dia-dia, como mostra na fala de A7:

O treinamento é feito pelo servidor o mais antigo. Por causa de vários remanejamentos tiveram muitas mudanças de coordenadores no setor o que foi um problema! Quando a pessoa começava a aprender, era remanejada[...] isso dificultou e muito!

Isso pode gerar problemas para um bom funcionamento da administração,

uma vez que o servidor que ensina pode passar o procedimento das atividades de

forma equivocada e tornando o problema de forma de cadeia um passa para o

outro.

Vale ressaltar que devido a vários processos de remanejamento em que

envolveram todos os Campi e por muitos servidores terem pouco tempo na

instituição, o tempo das atividades no almoxarifado dos entrevistados não chega a

4 anos.

Todos os entrevistados afirmam seria muito interessante à ruptura da

coordenação de materiais e patrimônio, uma vez que são atividades que se

relacionam, mas que há uma grande demanda de atividades distintas que

precisam ser realizadas bem executadas. O que não acontece, segundo A2, no

dia-dia, muitas vezes, só dar para “apagar o fogo” E que, por essa razão, dois

servidores no setor não são suficientes. Seria interessante que tivessem quatro

servidores em que dois forcassem almoxarifado e dois patrimônio, sugere a

entrevistada A2:

“[...] Devido a grande volume de atividades tanto de almoxarifado como de patrimônio é impossível fazer um trabalho eficaz, além de serem atividades de grande responsabilidade. [...] A coordenação deveria ser dividida com

101

dois servidores no almoxarifado e mais dois no patrimônio, pois assim as atividades não se acumulariam.”

Inferiu nas entrevistas certa desmotivação com a estrutura adotada de ser

a coordenação de material ser junto com a de patrimônio; por serem atribuições

de muita responsabilidade e que deve haver um maior controle de perto.

4.1.2 Recursos materiais e Tecnológicos

A estrutura física para todos os entrevistados atendem, levando em

consideração somente o almoxarifado, e não a de patrimônio. A entrevistada A3

complementou a sua resposta:

Dependendo do tamanho do Campus, é necessário fazer uma reforma para adaptar o almoxarifado atender, como foi o nosso caso. A gente precisava de um maior espaço e hoje nós temos.

Todos os entrevistados confirmaram que os equipamentos de trabalho são

de ótima qualidade, como computadores, impressoras e etc. Mas afirmam que faz

necessária a implantação de novos instrumentos que facilitem e obtenha maior

eficiência das atividades como o leitor de código de barras.

Planilhas em Excel são utilizadas por todos, além do SUAP para auxiliar no

controle de dados, como planilhas de notas de empenhos em que faz o

acompanhamento da situação da empresa. E ainda, afirmam que se houvessem

no SUAP as mesmas operações das planilhas utilizadas, eles adotariam apenas o

sistema. O que mostra a necessidade de implantação de novas operações, haja

vista que as atuais não são suficientes, tendo que os servidores utilizem planilhas

paralelas para fazer o controle.

102

4.1.3 Processos de trabalho

Para que se tenha uma excelência na gestão, faz necessário, de acordo

com os fundamentos de excelência da Fundação Nacional de Qualidade, uma

compreensão e segmentação do conjunto das atividades e dos processos da

organização que agreguem valor para as partes interessadas.

O almoxarifado é o setor encarregado pelo recebimento, armazenamento,

expedição e distribuição dos materiais. No IFRN, o almoxarifado executa serviços

administrativos e operacionais da Coordenação de Materiais e Patrimônio

envolvendo o recebimento, a conferência, a guarda, a distribuição, atividades de

administração estoque, além das atividades de Patrimônio.

Segundo o Regimento Interno5 dos Campi do Instituto na alínea b do artigo

53, é de competência da Coordenação de Material e Patrimônio:

I. Armazenar devidamente, codificando e classificando todo material adquirido pela instituição; II. Controlar a movimentação e registrar toda e qualquer cessão, alienação, permuta ou baixa de material permanente e/ou equipamentos, bem como da entrada de materiais, doados ou confeccionados na Instituição; III. Controlar o estoque de material e elaborar inventários dos materiais e dos bens patrimoniais; IV. Coordenar e executar as atividades da área de recebimento, controle e distribuição dos materiais e equipamentos, visando dotar de meios materiais as diversas unidades do Campus; V. Elaborar em parceria com a Comissão de levantamento dos bens móveis, inventário anual dos materiais permanentes e equipamentos do Campus; VI. Elaborar movimento mensal do Almoxarifado e o envio do mesmo para os registros contábeis competentes; VII. Fazer a conferência e a verificação do material adquirido, à luz da especificação solicitada no processo licitatório e empenho da despesa; IX. Preparação de processos de solicitações de materiais de uso comum nas diversas unidades da Instituição; X. Receber as requisições de material de consumo e permanente, fazendo o devido atendimento; e XI. Desempenhar outras atividades correlatas e/ou afins.

5 Aprovado pela Resolução nº. 17/2011-CONSUP/IFRN, de 01/07/2011

103

Em cada Campus existe um modelo de requisição de materiais diferente,

mas mantendo os mesmos dados, tais como: descrição, quantidade, código do

produto, nome do solicitante, data. Todos os entrevistados acreditam que seria

mais apropriado que a requisição de materiais fosse feita por meio do SUAP, mas

enfatizaram a importância da assinatura da chefia imediata mesmo assim. Apenas

o entrevistado A6 que explanou a preocupação de o servidor fazer a requisição e

não ir pegar no setor.

A distribuição dos materiais estocados é realizada mediante a necessidade

dos setores do Campus Parnamirim é feita por meio de requisição manual

devidamente preenchida e assinada pelo responsável pelas solicitações de

materiais do setor requisitante. O responsável pelo Almoxarifado assina a

requisição e arquiva a via por um tempo e faz uma nova requisição via SUAP par

retirar o material no sistema

Em relação à existência de manuais ou outros instrumentos de orientação

que teriam como função facilitar a propagação do conhecimento de rotinas formais

de trabalhado para padronização das atividades e serem utilizados como

ferramentas para consultas quando houver dúvidas, foi questionado se havia na

instituição. Como resposta, cinco dos entrevistados afirmaram que não existia

algum instrumento, como manuais e fluxogramas, que formalize e oriente as

rotinas de trabalho, mas que somente tem o regimento interno que descreve as

atribuições do almoxarifado. Essa é uma das razões, não haver padronização

entre Campi.

E, como já foi dito, o treinamento de novos servidores é passado pelo

servidor mais antigo do setor, o que pode ocorrer é a transmissão dos erros ou

vícios de atividades. Portanto, com um manual isso dificultaria de certa maneira,

segundo um entrevistador. Apenas a A2 e o A6 afirmaram que tem orientações

normativas de forma superficial e que se solicitarem aos auditores internos eles

disponibilizam, ou seja, não são divulgados, como mostra a fala de A6:

Não existe que regulamenta como um todo, é muito geral, entendeu? (sic) Não diz por menores! Aí deixa brechas para a gente fazer coisas que não era para fazer. E não é divulgado e quando a gente vai divulgar para o nosso publico não aceita como norma técnica. Não querem aceitar.

104

Apesar de presença de manuais e de formulários padronizados por si só

não garantir a melhoria dos serviços prestados pelas coordenações de materiais,

a confecção e a utilização dos tais trariam ganhos no que se refere à

padronização de rotinas administrativas; reduzindo, portanto, as chances de erros

e retrabalho.

Somente A3 achou que não fosse necessário que fosse implementado no

sistema a Curva ABC para permitir o controle de produtos por importância. Os

demais disseram que é essencial uma vez que o controle de estoque mínimo é

feito visualmente. O não permiti ter a noção de todo o estoque. Vale ressaltar que

existi uma operação de controle de estoque mínimo, mas que não é conhecido por

algum dos entrevistados, no próximo tópico abordará sobre isso.

Percebeu-se que não é feito um controle de validade do estoque. O SUAP

não tem essa ferramenta para informar a situação quanto à validade dos

materiais. Todos fazem de forma superficial quando faz conferência no estoque.

Mas eles têm a preocupação de observar a validade quando recebe mercadoria.

A5 disse: “A gente coloca o mais antigo na frente para dar saída primeiro. Não tem

outro controle.”

De acordo com todos os entrevistados não existe um tempo determinado de

se fazer o inventário do estoque. Eles fazem quando acham necessário para

conferir se o estoque físico está de acordo com o sistema.

O estoque é organizado de forma que separada por categoria de despesa,

tipo, material de expediente, de copa e cozinha e etc., mas não há padronização.

O A6 levantou uma sugestão que o SUAP poderia ter que é ter a opção de colocar

a localização dos materiais, informando qual o armário e a prateleira.

A quantidade de material a ser comprada é mensurada, de acordo com

todos, através do histórico do ano anterior. Dependendo do material fazem o

levantamento para dois anos de consumo, devido o receio de faltar, mas é

levando em consideração a questão da validade.

105

4.1.4 Gestão da Informação

Como visto no referencial teórico, a Tecnologia de Informação, tanto no

nível operacional quanto no estratégico, tornou-se um instrumento essencial para

obter mais eficiência e controle nas organizações. E que sistema de informação

dar o suporte à gestão e à realização das funções organizacionais, auxiliando a

organização a atingir suas metas.

Por essa razão, SUAP se tornou um recurso indispensável para a

realização das atividades de almoxarifado. Contudo, faz necessário fazer

melhorias para buscar a excelência e a satisfação dos usuários, segundo o

levantamento das entrevistas.

Segundo o analista, o código do SUAP é disponibilizado para os demais

institutos federais de ensino que solicitarem sem repasse de recurso financeiro. E

que eles podem fazer novos módulos, alterar, além de ficarem responsáveis pelo

próprio suporte de pessoal e equipamentos.

Apesar de haver certa interação entre campi no módulo almoxarifado, no

IFRN, sendo possível a visualização do estoque e a permissão para solicitar na

operação de transferência entre campi; precisa ter uma maior interação no

planejamento anual de aquisição, já que são praticamente as mesmas

necessidades e assim evitaria o retrabalho desnecessário, afirma A2.

Nenhum entrevistado utiliza a operação de controle de estoque mínimo que

tem no sistema por não saber de sua existência ou como funciona, apesar de ter

uma breve explicação no SUAP. Segundo eles, essa operação não foi divulgada

como muitas outras não são transmitidas para o usuário, o que dificulta

acompanhar, mesmo utilizando direto o sistema. Como é o caso de nova operação

de impressão de etiquetas, apenas A3 sabia da existência dela, mas não usando

por achar o modelo feio.

Todos afirmam a importância de existir uma padronização da descrição dos

materiais, para que não haja “poluição” no sistema, com descrições repetidas

várias vezes, umas descritas com letras em caixa altas e outras, não. Segundo

A6, foi iniciado o processo Catalogação de Materiais (CATMAT) que possibilitaria

106

a uniformização das descrições, mas não foi adiante, afirma ainda que para isso

precisa ser feito um trabalho grande de levantamento de cotação de preços. O

mesmo sugere que as padronizações das descrições comecem na nota de

empenho com algum tipo de código, como pode observar adiante:

A padronização deveria ser a partir do empenho. Quando o empenho vem padronizado, sendo o mesmo item de consumo vai sair igual a todos os empenhos que sejam feitos. Isso já mataria esse problema. Por que tudo que chega existe a preocupação de ser igual ao empenho, então começa a criar itens e mais itens. Talvez seja melhor que o item de empenho seja padronizado, com um código talvez.

A fim de verificar se o SUAP possibilitaria informações rápidas sobre o

processo de aquisição foi questionado, a saber:

Em sua opinião, as informações são acessíveis no processo de aquisição para o requisitante, que planejou e para o almoxarifado? O SUAP possibilita essas informações?

As respostas de todos afirmam que as informações no processo de

aquisição são acessíveis tanto para o requisitante como para o almoxarifado, caso

souberem qual o processo que originou a aquisição para que acompanhe o

caminho no módulo protocolo e perguntando de setor em setor como está o

processo, como segue a resposta do usuário A6:

Não. O SUAP somente vai possibilitar a verificar isso a parte do processo. Em que estágio está o processo o SUAP não especifica! E aí essa informação é pessoal, eu vou até o setor. E aí vou adquirir essa informação! O SUAP não dar essa informação tão refinada como a gente precisaria.

Já A3 afirma que se os servidores quando recebessem o processo

atualizassem o protocolo no SUAP seria suficiente e facilitaria o

acompanhamento.

As informações com a Administração fluem eficazmente de acordo com

todos entrevistados. O que é essencial para haja uma gestão de qualidade em que

todos busquem o melhor para organização, a excelência.

107

Quanto à questão de Somente um dos entrevistados teve um processo

finalizado de punição a empresa quando a mesma não cumpre com o edital da

licitação. Os demais já fizeram notificação às empresas e deram prosseguimento a

o processo quando a empresa não cumpre com o acordo para a administração

encaminhar o ofício. De acordo com A3, tem dois administradores fazendo um

fluxograma de todo o processo de punição a empresa. Não existe o

acompanhamento desse tipo de processo no setor de almoxarifado, o que fica

difícil saber quando o SUAP mostra a nota de empenho em atraso que já existe

um processo em aberto, como mostra na figura abaixo:

Figura 14: Notas de empenho em atraso

Fonte: SUAP (2014)

Foi questionado ao analista da TI quais são as dificuldades de os servidores

solicitarem alterações no SUAP. E o mesmo respondeu que é característica da TI

centralizar as solicitações de demandas para o SUAP nas pró reitorias, uma vez

que ele afirma que é necessário que a gestão superior avalie sobre cada

108

solicitação de alteração e/ou de acréscimo ao sistema para saber se é viável,

pois a diretoria de TI não conhece sobre os negócios, como almoxarifado.

Por essa, razão ele acha salutar que exista um especialista de cada área da

administração que possa fazer esse tipo de avaliação para que possa propor

melhorias nos processos, ou que exista uma comissão para tal. Afirma que a pro

reitoria de Administração é sobrecarregada com muitas demandas centralizadas e

com poucos servidores e que por isso não tem acompanhado para aperfeiçoar o

sistema.

4.1.5 Integração entre os módulos

Todos acreditam que a existência de integração entre os módulos no SUAP

seria muito interessante. Faria acontecer um maior acompanhamento, controle e

eficácia dos processos. Em que os fluxos de informações seriam mais concisos

com menos ambiguidades e diferenças de informações.

Somente A6 fez uma ressalva para isso seria necessário que tivesse um

trabalho de recadastrar as descrições dos materiais que constam no SUAP, a fim

de que unificasse a mesma descrição através do mesmo código, extinguindo,

assim a descrições ambíguas de um mesmo produto como já foi dito no tópico

anterior. E defende ainda a integração entre os módulos para facilitar o

alinhamento da contabilidade com o Sistema Integrado de Administração

Financeira (SIAFI).

O analista entrevistado comentou que só existe a integração entre o

almoxarifado e patrimônio. E que para haver integração entre orçamento precisa

que seja feito o trabalho de uniformizar o catalogo de materiais, a forma de como

é cadastrado os empenhos no SIAFI, e mais uma séries de coisas (Sic!).

Contudo, esse trabalho está parado devido a grande demanda da Pró-reitora de

Administração (PROAD), uma vez que a estrutura organizacional centraliza muita

coisa para a administração, como foi abordado no tópico anterior.

109

E disse ainda que é possível sim a integração do SIAFI e do Comprasnet

com o SUAP, mas que para isso a PROAD tem que achar pertinente. Segundo

ele, só existe a integração do SUAP com Sistema Integrado de Administração de

Recursos Humanos (SIAPE).

4.1.6 Sistema Unificado da Administração Pública (SUAP)

O Sistema Unificado de Administração Pública é um sistema desenvolvido

pela equipe de desenvolvimento de sistemas da Diretoria de Gestão de

Tecnologia da Informação (DIGTI) do IFRN, estando em funcionamento neste

instituto desde 2007. E tem a finalidade de informatizar os processos

administrativos do Instituto, para facilitar dessa forma a gestão da instituição.

Outros institutos federais utilizam o SUAP, alguns deles são: Instituto

Federal de Alagoas, de Pernambuco, do Ceará, de João Pessoa, da Amazonas,

etc.

Hoje os usuários do SUAP compreendem entre servidores ativos e alunos

matriculados do IFRN. Os servidores utilizam especialmente para realização de

algumas atividades administrativas e acadêmicas, nos setores administrativos que

possuem módulos desenvolvidos dentro do SUAP, caso contrário o utiliza apenas

para verificação do seu ponto eletrônico e tramitação de processos internos.

Enquanto os alunos utilizam, por enquanto, esporadicamente, em algum

questionário, inscrições de editais para bolsa e auxílios. Atualmente alguns

módulos que estão em funcionamento no SUAP são:

Ponto eletrônico com biometria: Possibilita que todos os servidores e

estagiários registrem seus pontos eletrônicos usando biometria, em

todos os Campi do instituto. Os registros e relatórios podem ser vistos

através da interface do SUAP;

110

Protocolo: Responsável pelo acompanhamento encaminhamento dos

processos protocolados no IFRN, desde o seu nascimento até o seu

arquivamento;

Almoxarifado: Módulo responsável pelo controle de estoque dos

almoxarifados do IFRN;

Patrimônio: Gerencia o patrimônio do IFRN em que são registradas as

operações de carga, descarga e transferências patrimoniais; e

Recursos Humanos: Módulo utilizado para, principalmente, extrair os

dados funcionais dos servidores da instituição do Sistema Integrado de

Administração de Recursos Humanos (SIAPE). Além disso, permite

fornecer relatórios para a Diretoria de Gestão de Pessoas.

4.1.7 Principais operações do módulo almoxarifado do SUAP

O módulo almoxarifado está dividido em 10 abas principais, como pode ser

observado na figura 15. A primeira é entradas que permitir incluir os materiais no

estoque, pode ser através de compra ou doação, além de pesquisar as entradas

efetuadas através de filtragem de dados, como datas, Campus, nome do

fornecedor, da descrição do material, dentre outros. Para cadastrar a compra

precisa que a nota de empenho tenha sido cadastrada, que é pelo setor de

almoxarifado mesmo, além de ter a nota fiscal. Por doação precisa ter o processo

que formalize ela e que contenha a nota fiscal para cadastrar no sistema.

111

Figura 15: Módulo de almoxarifado do SUAP

Fonte: SUAP (2014)

Na aba de requisições há 4 sub abas: saídas de material para consumo,

transferências de materiais entre Campi, ver pendentes, buscar requisições. A

primeira, requisição de saída de material para consumo, tem a finalidade de dar

saída do material no estoque por servidor. A aba transferência de material entre

Campi possibilita requisitar materiais que estão no estoque nos demais Campi.

Uma vez feita essa transferência, necessita que o coordenador de almoxarifado

comunique ao contador sobre o ocorrido para que ele possa atualizar no SIAFI.

Vale ressaltar que não existe o módulo de orçamento no SUAP. Portanto,

não existe integração de orçamente e de almoxarifado no sistema.

A aba de Pré-carga possibilita que seja feita a carga patrimonial inicial em

nome de algum servidor, quem será o responsável pelo bem. Sendo apenas essa

a integração que existe entre patrimônio e almoxarifado.

Através das abas Categorias de material de consumo e a de material

permanente é possível visualizar e adicionar os elementos de despesa.

A aba de empenhos tem como cadastrar e pesquisar aqueles empenhos

que foram cadastrados por muitas opções de filtragem, incluindo por situação,

conforme ilustra na figura abaixo. O que permite visualizar as empresas que estão

em atraso.

112

Figura 16: Aba Empenhos

Fonte: SUAP (2014)

Na opção materiais de consumo é possível fazer a busca dos materiais que

tem no estoque por categoria (elemento de despesa), pesquisar através do

histórico qual campus tem no estoque, item por item. Cada material tem um

código. Mas há descrições repetidas várias vezes com códigos diferentes, haja

vista que todos os usuários de almoxarifado podem cadastrar um novo material no

sistema, além de não haver padronização de como descrevê-lo. Existe a opção de

gerar uma planilha em Excel assim como gerar etiquetas, mas esta ainda não é

utilizada pelos servidores por ser algo recente que não foi divulgado, como fora

mostrado por meio dos dados das entrevistas.

113

Figura 17: Operação de materiais de consumo

Fonte: SUAP (2014)

A função da aba de unidades de medida é só visualizar as existentes

cadastradas no SUAP e pode acrescentar caso seja necessário uma nova

unidade que não tenha no sistema.

Os relatórios que existem são: Saída por setor, notas de fornecimento,

balancete, que é subdividido em elemento de despesa, material de consumo,

elemento de despesa detalhado, total por elemento de despesa (ED) permanente.

Por fim, a aba de estoque que é dividida em duas subcategorias:

configuração e controle. Em que a primeira possibilita cadastrar por material ou

por categoria de despesa para fazer o controle de estoque mínimo, de acordo com

o preenchimento número de meses que o material leva para chegar, depois de

adquirido, tempo de aquisição e o número de meses entre uma aquisição e outra,

como pode ser visualizado abaixo:

114

Figura 18: Aba Estoque Configuração

Fonte: SUAP (2014)

A segunda subcategoria é o controle de estoque mínimo dos materiais. Que

tem como objetivo fazer uma tabela para novas aquisições de materiais de

consumo, levando em consideração a configuração de estoque, dando a

quantidade a ser abastecida, sendo possível também mudar o quantitativo

sugerido de acordo com as necessidades atuais, e colocar o preço unitário;

possibilitando a impressão dessa tabela.

115

Figura 19: Aba Estoque Controle

Fonte: SUAP (2014)

Mas vale ressaltar que ninguém dos entrevistados utiliza esta aba por

desconhecerem, afirmam que é uma operação nova e que não foi divulgado. A

proposta dessa aba é muito válida, por utilizar conceitos de administração de

materiais em questão. Contudo, precisa além de divulgar, aperfeiçoar para que

seja integrado com o setor de compras, ou licitação, uma vez que é necessário se

fazer uma cotação de três preços.

116

4.2 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS OBTIDOS NA UFRN

Essa fase da pesquisa teve por finalidade entender as contribuições que a

utilização do SIPAC poderia trazer para o IFRN como uma espécie de

Benchmarking, para identificar diferenciais favoráveis e desfavoráveis a serem

tratados; de modo a evitarem retrabalhos, gargalos e garantir a qualidade do

processo de trabalho.

Por meio do Benchmarking, é possível vislumbrar novas oportunidades para

a configuração dos serviços e processos, potencializando assim o aprendizado e a

inovação.

Porém, vale ratificar com o referencial que as práticas e os resultados de

outras organizações não devem ser diretamente transferíveis ao IFRN sem que

antes seja feito um exame detalhado das diferenças existentes, tendo que fazer

algum tipo de tratamento e normalização.

Nesta seção traz, de forma resumida, a análise das informações coletadas

a partir das entrevistas feitas ao servidor do almoxarifado, do orçamento e da

Superintendência de Informática (SINFO); das observações ao SIPAC e de

documentações como a nota de empenho.

Através dos roteiros semiestruturados das entrevistas (apêndices D, E e F),

foi feito a separação em categorias para melhor compreensão.

Quadro 13: Categorias definidas para análise de dados da UFRN

Categoria Características/ o que procura responder

Recursos Humanos Procurou-se verificar se a utilização do SIPAC facilitaria os processos de trabalho a ponto de haver uma satisfação com o SIPAC

Acesso a Informações Buscou entender se o SIPAC disponibiliza informações suficientes para fomentar os processos e trabalho, em especial o registro e transferências de bens.

Controle de estoque Ver como é a rotina para manter o controle do estoque, organização do estoque.

Requisições Observar como são feito as requisições de materiais de consumo no almoxarifado, a mensuração da quantidade a ser pedida.

Processo de aquisição Buscou saber como é feita o processo de aquisição

117

Integração entre de módulos

Verificar o posicionamento dos entrevistados a respeito da integração existente entre os módulos

Fonte: Dados da pesquisa (2014)

4.2.1 Recursos Humanos

A implantação do SIPAC foi muito bem vinda para os servidores, uma vez

que os outros sistemas utilizados não atendiam as necessidades da instituição por

não terem vários, cada departamento usava um diferente, e não serem integrados,

flexíveis, disponível na rede, por o suporte técnico demorar a responder, por

serem pagos, e dentre outras razões. Segundo o analista, o SIPAC facilitou os

processos de trabalho a ponto de otimizá-los. E diz ainda que para a criação do

SIPAC tiveram com base os softwares utilizados anteriormente.

O servidor do almoxarifado, afirma que para os servidores mais antigos

tiveram certas dificuldades para a adaptação, por não ter havido um breve

treinamento. Contudo, hoje tem um manual na web que explica passo a passo

cada módulo do sistema, além de ter muitos vídeos.

Devido o suporte técnico ser mais acessível muitos servidores sugerem

melhorias toda vez quando acha conveniente no próprio SIPAC. Isso faz com que

eles se sintam satisfeitos com o sistema.

4.2.2 Acesso a informações

Buscou-se entender, a partir da perspectiva dos entrevistados, se o SIPAC

disponibilizava informações satisfatórias para a realização dos processos de

trabalho ligados à gestão de materiais.

De maneira geral, os entrevistados acreditam que o SIPAC disponibiliza

informações que suficientes para auxiliar os processos de trabalho, contudo isso

118

não significa a necessidade de aperfeiçoar a cada dia o sistema, segundo servidor

do almoxarifado.

O módulo de requisição possibilita que haja uma transparência dos

materiais que existem no estoque e que podem ser fornecidos, uma vez que tem

uma opção de não dar a permissão de algum material ser visualizado pelos

usuários requisitantes caso seja necessário por algum motivo.

Na análise dessa categoria percebe-se que o SIPAC, na condição de

ferramenta de trabalho tem sido um grande aliado nas atividades de gestão de

materiais para que se tenha um maior controle e eficácia, possibilitando o acesso

a informações relevantes.

De acordo com os entrevistados, o SIPAC disponibiliza informações

suficientes para auxiliar o trabalho, sendo os manuais no site Wikisistemas uma

orientação em caso de dúvidas.

4.2.3 Controle de estoque

É feito mensalmente o inventário do estoque para verificar se está batendo

com o SIPAC. E todo final de mês o estoque é fechado para gerar o RMA –

Relatório de Movimentação do Almoxarifado que pode ser analítico caso queira

fazer por categoria e o sintético, que é o relatório de todos os materiais em

estoque em um determinado tempo.

No SIPAC é possível colocar a data de validade nos materiais. Além de

avisar quando o material está no estoque mínimo e precisa fazer o processo de

aquisição. No sistema avisa mostra em vermelho os itens que estão no ponto

crítico, em que precisa abrir um processo de aquisição. O usuário do almoxarifado

define no sistema a margem de estoque mínimo de acordo com o histórico da

demanda para aquele material e quanto tempo médio o processo de aquisição

através de licitação ocorre, com essas informações é possível coloca no sistema a

quantidade de estoque mínimo, segundo o coordenador de almoxarifado. Essa

119

operação facilita a visualização para evitar com que os materiais faltem no

estoque.

Como o espaço do estoque é muito pequeno, a organização é improvisada,

separada por categoria, mas que em um mesmo ambiente tem produtos de

manutenção, limpeza, alimentação. Provocando um cheiro forte para os

funcionários que trabalham diretamente no setor de almoxarifado.

As invés de utilizarem etiqueta disponível no SIPAC, eles utilizam para cada

material do estoque um formulário de uma tabela manual, proposto pela auditoria

interna, em que registra toda vez quantos unidades saíram, quem forneceu e para

onde foi tal material.

4.2.4 Requisições

A requisição é feita através do próprio SIPAC através de um módulo a

parte, chamado de requisições, integrando ao perfil de quem tem acesso ao

sistema. Esse módulo tem o intuito de centralizar as requisições de bens móveis

e de consumo na Universidade, abrangendo, de modo geral, as requisições de

materiais de consumo, serviços, suprimento de fundos, passagens, diárias etc.

Dessa forma, somente através desse módulo é possível requisitar, via

sistema, os materiais que constam no estoque. Contudo, o solicitante precisa

imprimir para pegar a assinatura do chefe imediato para que o coordenador de

almoxarifado libere o material. E ainda no almoxarifado imprimi a nota de

fornecimento em que mostra a quantidade que de fato foi atendida, anexa os dois

papéis e arquivam, cada servidor tem uma pasta suspensa.

No departamento do CCSA, as requisições são feitas a cada 15 dias para

cada setor, exceção somente quando ocorre um imprevisível, como quando

cartucho para impresso acaba, por exemplo. E tem dois dias da semana para

distribuição dos materiais solicitados, em que os requisitantes vão ao almoxarifado

pegar. O que já ocorreu, segundo o servidor do almoxarifado, de o solicitante

120

passar um bom tempo para retirar o material, havendo certo desgaste para cobrá-

lo.

Como há a integração do módulo orçamento com o de almoxarifado, a

servidora entrevistada do setor de contabilidade explica como funciona essa

integração em um processo de requisição:

“As unidades que detêm o orçamento, que são o departamento de curso, as unidades de curso pós-graduação e que recebem recurso de pesquisa e extensão. Quando elas fazem requisição de material de almoxarifado no SIPAC. E essa requisição fica no status de enviada, ou seja, ela é cadastrada e enviada para autorização orçamentaria do setor execução orçamentaria. Nesse momento a requisição, a requisição se você tirar o extrato orçamentário da unidade requisitante, você vai ver que a requisição já está com o valor debitante (sic). Essa requisição é impressa e assinada pela unidade competente, no caso, quem está requisitando, e pela direção do centro de apoio e é levado para o almoxarifado para que seja retirado o que está sendo pedido. Quando essa requisição é atendida, ela pode ser atendida pelo seu valor total, ou ela pode ser atendida a menor pelo responsável pelo almoxarifado. Quando no sistema a baixa nessa requisição, ou seja, o registro de que ela é atendida, são feitos dois registros do ponto de vista de execução orçamentaria mesmo. Há um registro de crédito, então você tinha um débito na unidade no momento que a requisição está no status de enviada.[...] No momento em que ela é atendida, você tem o crédito que anula aquele primeiro débito e o segundo débito, que é o valor de fato atendido, que pode ser seu valor total ou cabe ao almoxarifado julgar para saber o quanto pode liberar.”

Portanto, uma vez aceita a requisição no sistema, abate no orçamento

disponibilizado pelo departamento que o usuário está inserido. Por essa razão, é

necessário que haja saldo no orçamento do departamento que está inserido o

usuário. Caso acabe o saldo não é possível fazer a requisição online, tendo que o

contador fazer um ajuste, uma vez que não é negado materiais de consumo ao

setor requisitante.

4.2.5 Processo de Aquisição

Quando há necessidade de reabastecer o estoque com algum material,

encontrando-se no estoque mínimo, o almoxarifado setorial consulta o

121

almoxarifado central para verificar se tem tal material tem estocado. Caso

contrário, consulta se a ata de pregão, que é extraído do Comprasnet6, tem

disponível para solicitar a aquisição, porque se não terá que fazer um novo pregão

ou aderir a uma ata de Sistema de Registro de Preço (SRP) de outro órgão

público. Dois dos entrevistados, tanto o do almoxarifado quanto o da

contabilidade, acreditam que seria melhor restringir o acesso de solicitação de

compra aos demais servidores para permitir somente aos que trabalham no setor

de compras e de almoxarifado, segue a fala de um:

[...] Muitas vezes a unidade tem a liberdade de fazer requisição de pregão para material de consumo, o que não faz muito sentido quando você tem a figura do almoxarifado do centro. Então quem deve pedir material de consumo é o coordenador de almoxarifado. [...], por exemplo, alguém quer pedir uma garrafa térmica, mas não tem no estoque, e se a pessoa achou lá no pregão a garrafa térmica. [...] As pessoa podem fazer uma requisição para fazer um empenho a parte para a unidade.

Fica claro que faz necessário analisar esse fluxo de procedimentos para

que a solicitação passe primeiramente para o coordenador de almoxarifado

setorial para verificar se há o tal material requisitado no almoxarifado central antes

de solicitar a aquisição.

A mensuração da quantidade a ser abastecida no estoque é levantada de

acordo com o histórico do ano anterior, acrescentando sempre uma margem maior

um pouco.

4.2.6 Integração do módulo almoxarifado com outros

A integração existente entre o módulo almoxarifado com outros, tais como

requisições, orçamento, compras, permite que os processos sejam acompanhados

6 O portal Comprasnet, gerenciado pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão –

MPOG, é disponibilizado para realização de processos eletrônicos de aquisições e disponibilização de informações referentes às licitações e contratações promovidas pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional.

122

pelos setores relacionados. O que é muito importante para que exista um fluxo de

processos mais coesos proporcionando aos gestores uma visão sistêmica de todo

o fluxo de informação, como pode ser visualizador em anexo.

Quando é feita uma requisição, feita no módulo requisição, é atendida no

modulo almoxarifado diminui o saldo do departamento que solicitou o material,

interligando o fluxo da informação.

Através do protocolo é possível que a nota fiscal cadastrada seja

protocolada e tramitada para outra unidade. E ainda protocolar as requisições

recebidas e enviadas.

Para que o módulo almoxarifado funcione, é necessário que o módulo

orçamento esteja implantado, assim como algumas operações de cadastro, como:

cadastro de almoxarifado, cadastro de material, grupos de materiais, unidades de

medidas, e etc.

O cadastramento e o acompanhamento das notas de empenho são feito

pelo setor de orçamento e o almoxarifado só é possível consultar empenho, saldo,

credor, processo de compra associado, como pode visualizar na figura 21. Para

que o setor almoxarifado receba e cadastre a nota fiscal é preciso que tenha sido

cadastrado a nota de empenho associado.

Figura 20: Consulta de Empenho no SIPAC Fonte: SIPAC (2014

123

Vale ressaltar, que o módulo orçamento possibilita fazer importações do

SIAFI para o SIPAC, como os seguintes documentos orçamentários: As Notas de

Crédito (NC), Notas de Dotação, Documento de Arrecadação de Receitas

Federais (DARFS), Notas de Empenho (NE), Notas de Sistemas e Ordens

Bancárias. Estes documentos serão apenas importados para o SIPAC quando

forem consolidados através do Módulo Orçamentário. E importa também dados

auxiliares como: Credores, Natureza de Despesas, Fonte de Recursos, Plano

Interno (PI), Programa de Trabalho (PT), Programa de Trabalho Resumido

(PTRES), e Unidades Gestoras. Estes dados são importados diretamente para o

SIPAC.

As principais operações que o SIPAC disponibiliza referente à nota de

empenho estão descriminadas no apêndice A. Não existe ainda módulo de

orçamento no SUAP. O módulo de almoxarifado é que cadastra e acompanha o

prazo de fornecimento das empresas. As demais operações com a nota de

empenho no setor de contabilidade no IFRN é feita somente no SIAFI e em

planilhas em Excel.

Com a integração com o módulo de compras/licitação é possível verificar os

itens do processo de compra informando a quantidade e o valor licitado, inclusive

os da modalidade de Sistema de Registro de Preço em aberto.

Figura 21: Módulo de Compras Fonte: SIPAC (2014)

124

O módulo Almoxarifado dar suporte as demandas do Departamento de

Material e Patrimônio (DMP), do Almoxarifado Central da UFRN e dos

Almoxarifados Setoriais para manter o controle de seus estoques e para a

execução das requisições por eles atendidas.

4.2.8 Sistema Integrado de Patrimônio, Administração e Contratos (SIPAC)

A UFRN desenvolveu sistemas integrados de gestão para dar resposta a

meta da administração da universidade chamada “A informática como atividade

meio”. O objetivo era informatizar a cada dia a instituição para melhoria da

eficiência dos processos.

O sistema SIPAC integra toda a parte administrativa desde a requisição

(material, prestação o de serviço, suprimento de fundos, diárias, passagens,

hospedagem, material informacional, manutenção de infraestrutura) além do

controle do orçamento distribuído internamente.

Esse sistema também controla e gerencia: compras, licitações, boletins de

serviços, liquidação de despesa, manutenção das atas de registros de preços,

patrimônio, contratos, dentre outros.

O SIPAC é composto por módulos, portais e pontos de acesso aos outros

sistemas. São vinte e oito módulos, sendo quatro deles pontos de acesso aos

demais sistemas, e quatro portais, ligando operações que representam um grande

avanço para a administração das atividades meio, haja vista que permite um

controle refinado dos procedimentos administrativos.

Existem, atualmente, seis sistemas distintos que se relacionam entre si e

com outros sistemas de apoio à administração concedidos pelo Governo Federal,

como pode ser observado na figura 9.

Sistema Integrado de Gestão de patrimônio, Administração e Contratos

(SIPAC): fornece as principais operações para a gestão das unidades

125

responsáveis pelo financeiro, patrimônio e contratos, auxiliando as

atividades meio da instituição;

Sistema Integrado de Gestão de Recursos Humanos (SIGRH): oferece

a informatização dos procedimentos de recursos humanos, como:

agendamento das férias, concursos, capacitações, atendimentos online,

serviços e requerimentos, dentre outros;

Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA):

informatiza os procedimentos da área acadêmica através dos módulos

de: graduação, pós-graduação, ensino técnico, dentre outros;

Sistema Integrado de Gestão De Administração e Comunicação

(SIGAdmin): é a área de administração e gestão dos 3 sistemas

integrados (SIPAC, SIGAA, SIGH). Esse sistema tem o intuito de

gerenciar as entidades comuns entre os sistemas informatizados, como:

usuários, mensagens, noticias, permissões, etc;

Sistema Integrado de Gestão Eletrônica e Documentos (SIGED):

possibilita a centralização do controle de documentos, upload da versão

digital dos documentos físicos, organização dos documentos por tipos e

pastas, buscar conteúdos nos documento e etc.; e

Sistema Integrado de Gestão de Planejamento e Projetos (SIGPP):

auxilia no gerenciamento das metas pretendidas, no período anual,

pelas unidades estratégicas da instituição: superintendências,

secretarias, pró-reitorias, centros, entre outras.

126

Figura 22: Diagrama de inter-relacionamento dos sistemas e suas funcionalidades Fonte: UFRN (2014)

4.2.9 Principais operações do módulo almoxarifado do SIPAC

O módulo de almoxarifado está dividido em quatro abas, são elas: estoque,

requisições, relatórios, cadastros. E em cada uma delas há vários ícones com

muitas funções. Na aba estoque, é possível realizar muitas operações como:

boqueio de material, manutenção do estoque, cadastro de nota fiscal, recebimento

e estorno de nota de fornecimento, cadastro de requisições, registro de saída

avulsa, além de vários tipos de consultas.

127

Figura 23: Operações no Módulo Almoxarifado

Fonte: SIPAC (2014)

A opção de bloqueio de material tem a função de não dar a permissão que

o material bloqueado seja solicitado ao almoxarifado que realizou a tal operação.

Devendo fazer uma breve justificativa do motivo do bloqueio no sistema. Quando

bloqueado, este material não deve mais se visualizado na lista da relação de

produtos disponíveis para requisição.

O item manutenção do estoque gerencia os materiais estocados no

almoxarifado. Possibilitando que o Gestor do Almoxarifado consulte materiais do

almoxarifado e descreva informações do estoque mínimo de certo produto, prazo

de ressuprimento e localização.

Na aba requisições, tem todos os procedimentos possíveis referentes a

requisições de materiais. Nela o almoxarife pode acompanhar as requisições

enviadas, alterar dos atendimentos, autorizar de atendimentos, retornar de

requisições para o usuário de origem, alterar da unidade de medida para o

atendimento, emitir dos comprovantes de atendimento e atender as requisições de

devolução de material.

O módulo almoxarifado disponibiliza diversos relatórios que são de muita

valia para tomada de decisão e para que haja um controle mais eficaz, como os

128

relatórios de materiais mais solicitados, estoque mínimo, relatórios de

movimentação, extrato de movimentações, movimentação por material, entradas

por nota fiscal, e relatórios gerais como relatórios de consumo, etiquetas de

prateleiras, de devoluções, entre outros, o quadro dos tipos de relatórios está

apêndice B.

Há ainda a aba de cadastros que são realizadas as operações e cadastros,

segue abaixo o quadro das possibilidades.

Quadro 14: Relatórios da operação e cadastro

Aba Relatórios

Operações Finalidades

Cadastrar Pessoa Física/Jurídica

Inserir os registros de pessoas físicas/jurídicas.

Listar Pessoa Física/Jurídica

Visualizar os registros de pessoas físicas/jurídicas já inseridos no sistema.

Cadastrar Grupo de Material Inserir o registro dos grupos de materiais a serem utilizados no sistema.

Listar Grupo de Material Visualizar os dados dos grupos de materiais já inseridos no sistema.

Cadastrar Materiais Inserir o registro dos materiais a serem utilizados no sistema.

Listar Materiais Visualizar os dados dos materiais já inseridos no sistema.

Solicitar Cadastro de Material

Solicitar a inserção de um material no sistema.

Solicitação de Atualização de Preço de Material

Solicitar atualização do preço de um determinado material já inserido no sistema.

Restringir Pedido de Material por Unidade

Realizar restrições de período de material em relação a uma unidade.

Restringir Pedidos da Unidade

Permitir que o usuário restrinja as requisições de uma determinada unidade da Instituição.

Fonte: SIPAC (2014)

129

4.3 PROPOSTAS PARA MELHORIAS NO SUAP

A seguir estão enumeradas algumas propostas que poderão ser levadas

em consideração pelas autoridades competentes para analisar a possibilidade de

implantação em algum momento, a fim de alcançar o objetivo específico de

identificar o potencial de melhorias que poderiam ser alcançadas:

1) Criar os módulos de orçamento e o de compras. Em que o primeiro

fosse interligado com o SIAFI, que importasse as notas de crédito,

notas de dotação, documento de arrecadação de receitas federais,

notas de empenho, ordens bancárias, dentre outros (conforme o

apêndice A); e que o segundo possibilitasse a visualização de atas de

registro de preços feita pela instituição a fim de facilitar a solicitação de

aquisição. E que ambos os módulos fossem integrado ao módulo

almoxarifado para que melhor fluxo de informação;

2) Criar um módulo de requisição em que os usuários pudessem

cadastrar, acompanhar, buscar, autorizar, ser atendidos ou não dos

mais variados tipos de requisições, dentre eles o de materiais de

consumo;

3) Criar um módulo catálogo possibilitar o cadastro materiais, solicitar um

cadastro de material, bem como atender, negar ou retornar essas

solicitações, para que padronizassem as descrições dos materiais de

consumo a fim de que cada uma delas houvesse um código específico

e não houve ambiguidade no sistema;

4) Existem setores dentro do IFRN que precisam estocar materiais de

consumo, além do almoxarifado, como é o caso do setor de saúde e

coordenação. Por essa razão, seria interessante existir um módulo de

estoque diferenciado para que quando sair do almoxarifado o tal setor

transferir os dados para o tal módulo a fim de que existisse um controle

de estoque via sistema;

130

5) Criar ferramenta que possibilitasse, como foi sugerido pelo entrevistado

A6, localizar os materiais no estoque, em que tivesse a opção de

identificar qual o armário e prateleira. Ou seja, não seria preciso saber

de memória onde tal material se encontra;

6) Que os servidores do almoxarifado cadastre a nota de empenho no

SUAP é muito importante, uma vez que são eles que irão receber o

material e precisão fazer esse acompanhamento junto com as

empresas. Contudo, faz necessário aperfeiçoar o acompanhamento no

SUAP, para que tivesse como alimentar nele todo o procedimento que

foi realizado junto com a empresa referente a tal nota de empenho. Isso

possibilitaria maior transparência e não teria risco das informações não

se perderem;

7) Como o estoque compõem materiais diversos, de várias categorias de

despesas, como material de expediente, manutenção, dentre outras.

Seria salutar ter a opção no SUAP de ter um controle utilizando o

método Curva ABC. Em que os materiais mais importantes tivessem o

controle mais de perto, seja por que não pode faltar de maneira alguma,

seja por que o valor é consideravelmente alto, o coordenador de

almoxarifado analisaria cada tipo de material;

8) Existir pelo menos a cada semestre uma reunião com todos que fazem

parte da gestão de materiais para que busquem aperfeiçoar, padronizar

procedimentos, avaliar, planejar e etc.;

9) Fazer uma comissão com as partes interessadas para trabalhar na

formalização dos processos e operações no SUAP;

10) Ter a cada ano a promoção de capacitação, para todos os servidores

dos almoxarifados, realizada pela própria instituição, para que todos

sejam beneficiados; possibilitaria que os servidores aprendessem

coisas novas, reciclariam e a instituição não pagaria um valor tão alto

com passagens, hospedagem, diárias e etc.;

11) O SUAP poderia adotar o sistema de códigos de barras para a

etiquetagem do material de consumo. Dessa forma, precisaria que

131

tivessem equipamentos apropriados como um leitor de código de

barras, além de acrescentar essa operação no sistema;

12) Como sugerido, por vários entrevistados, seria animador para os

servidores a ruptura da gestão de materiais com a de patrimônio para

que cada gestão focasse em suas atribuições, embora ambas se

envolvam, as responsabilidades são diferentes;

13) Aperfeiçoar e promover a operação de configuração de estoque, em

que mostra o estoque mínimo, o ponto de pedido, dentre outros;

14) Ter uma filtragem de processos em abertos referente a tal empresa e

tal nota de empenho, seja de punição ou de solicitação de prorrogação;

15) Ter mais opções de relatórios como relatório de materiais em garantia,

de materiais em ponto de pedido, de materiais mais solicitados,

materiais não movimentados, de material sem saldo, dentre outros

(conforme apêndice B).

132

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No presente trabalho foi exposto que as informações são os principais

insumos para planejamento estratégico e para a comunicação necessária em uma

organização. Sendo essenciais no apoio as operações diárias, no

acompanhamento do progresso dos planos de ação que implementam as

estratégias e para subsidiar a tomada de decisões, em todos os níveis e setores

de uma organização.

Ao propor o estudo dos módulos de almoxarifado de dois sistemas de

informações: o SIPAC e o SUAP, criado e utilizado, respectivamente, pela UFRN e

pelo IFRN, se deparou com duas realidades distintas. Embora houvesse muitas

semelhanças no que se refere à estrutura organizacional, por serem duas

autarquias federais de ensino do Rio Grande do Norte, por terem algumas

mesmas dificuldades de gerir a gestão de almoxarifado, mesmo sendo

fragmentadas em unidades, seja em Campus, no IFRN, ou departamentos, UFRN.

Primeiramente, a realidade de cada instituição é distinta por considerar que

a cultura organizacional é diferente em cada uma, consequentemente todos os

processos que tiverem participação humana precisam ser considerados sob ótica

da população envolvida, a qual assumirá uma postura conforme sua cultura

organizacional. Em segundo lugar, as duas instituições estão vivenciando

momentos distintos em sua gestão administrativa, pelo menos no que se refere à

expansão do IFRN em várias cidades do estado. E mesmo os sistemas terem sido

criados praticamente no mesmo período, é inegável ver o avanço em que o SIPAC

se encontra, mesmo ainda tendo que aperfeiçoar muitas coisas; enquanto o SUAP

está avançando mais lentamente.

O objetivo geral deste trabalho foi descreverem alguns aspectos da gestão

de almoxarifado de duas instituições de ensino, UFRN e IFRN, à luz dos módulos

de almoxarifado dos sistemas de informação SIPAC e SUAP. E para isso, foram

divididos em dimensões de categorias nos dados colhidos no IFRN: recursos

humanos, recursos materiais e tecnológicos, processos de trabalho, gestão de

133

informação e integração entre módulos. E conforme os resultados obtidos no IFRN

acreditou-se ser melhor que os dados da UFRN serem separados nas dimensões

mais específicas de recursos humanos, acessos a informações, controle de

estoque, requisições, processo de aquisição e integração entre módulos. Além de

ter tido apresentação das operações dos módulos de almoxarifado dos sistemas

de cada instituição. Desse modo que foi alcançado o primeiro objetivo.

Os objetivos específicos - traçar o perfil dos gestores responsáveis pela

gestão de almoxarifado no IFRN, investigar as limitações encontradas nessa

gestão fazendo uma comparação com SIPAC - foram alcançados nas análises

feitas.

Este trabalho não teve a intenção de fazer propostas que não possam ser

implantadas, ou presumir que será capaz de propor soluções definitivas e

suficientes para resolução de todos os desafios encontrados. Pensou-se de forma

sistêmica nas ações possíveis de serem implantadas, com consciência de que

mudanças dessa ordem de magnitude em uma instituição do porte do IFRN,

precisam ser aprovados pela gestão competente, reitor e pró-reitor de

Administração, e que não acontecem do dia para a noite.

As limitações do estudo que foram presentes no decorrer do trabalho foram:

horizonte temporal estudado, sendo difícil conciliar estudo com trabalho

profissional; impossibilidade de entrevistas presenciais aos servidores do IFRN

devido a distância das cidades; impossibilidade de fazer mais entrevistas na

UFRN com os almoxarifados de outros departamentos e com o central;

impossibilidade de maiores esclarecimentos de alguns dados, muitas vezes, pela

razão do servidor não ter o conhecimento.

Como sugestão para os próximos trabalhos, poderia ser realizado um

estudo sobre gestão de processo mais detalhado para sugerir melhorias na

administração do IFRN como um todo com o auxílio da gestão de Informação, com

a criação de novos módulos para dar suporte às atividades administrativas. Esse

tema promete ganhar destaque nos próximos anos, por fato do SUAP está em

constante desenvolvimento.

134

REFERÊNCIAIS

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139

ANEXO

Dependência módulos SIPAC: aquisição de materiais

140

APÊNDICES

APÊNDICE A - Operações referentes à nota de empenho no módulo de

orçamento

Aba cadastros

Operações Finalidades

Cadastrar Unidade Central de Empenho

Cadastrar unidades da instituição como unidade central de empenho. A Unidade central de empenho é utilizada quando não se sabe especificamente a qual unidade será atribuído a um empenho cadastrado. Sendo temporariamente debitado dessa unidade central, até a definição a ser realizada na liquidação de despesa, quando finalmente esse montante é debitado da unidade real de onde sairá o recurso.

Listar/Alterar Unidade Central de Empenho

Consultar e/ou alterar as Unidades Centrais cadastradas.

Aba Consultas

Operações Finalidades

Consultar Empenho

Consultar os empenhos cadastrados. São visualizados todos os detalhes do empenho, além de cancelamentos, anulações e outras informações.

Consultar Anulação de Empenho

Consultar as anulações realizadas nos empenhos.

Consultar Reforço de Empenho

Visualizar os reforços aplicados ao empenho.

Consultar Cancelamento de Empenho

Visualizar os cancelamentos realizados sobre os empenhos.

Consultar Documento de Resumo para Empenho

Consultar o antigo pré-empenho (ou minuta da licitação).

Consultar Movimentação de Liquidação de Empenho

Consultar as movimentações de liquidação de empenhos da unidade gestora do usuário. O usuário visualiza os detalhes do empenho, as liquidações associadas, ordens bancárias e informações dos centros de custos.

Consultar Ordem Bancária de Pagamento

Visualizar os dados da Ordem Bancária (OB) cadastrada e liquidações associadas a OB.

Aba Estornos

Operações Finalidades

Estornar Anulação de Empenho

Efetuar o cancelamento da Anulação de Empenho.

Estornar Liquidação de Empenho

Efetuar o cancelamento da liquidação realizada no empenho.

Estornar Reforço de Empenho Inativar o reforço do empenho realizado no SIPAC.

Estornar Empenho Inativar o empenho cadastrado.

Aba Movimentações

141

Operações Finalidades

Registrar Nota de Empenho

Cadastrar os empenhos vinculados a requisições, vinculados a compras de materiais ou serviços de obras e engenharia e empenhos que se enquadram em outras operações.

Alterar Nota de Empenho Realizar as alterações nos dados dos empenhos cadastrados.

Reforçar Empenho Alterar o valor do reforço cadastrado.

Anexar Arquivo Digitalizado Tem a finalidade de anexar arquivos ao empenho.

Cancelamentos Pendentes de Registro

Listar os documentos de Notas de Empenho que foram importados do sistema SIAFI, referentes a um cancelamento de empenho, mas que ainda não foram registrados no módulo orçamentário do SIPAC.

Empenhos Pendentes de Registro

Listar os documentos de Notas de Empenho que foram importados do sistema SIAFI, mas que ainda não foram registrados no módulo orçamentário do SIPAC.

Liquidar Empenho Tem a finalidade liquidar a obrigação de pagamento.

Registrar Ordem Bancária Destina-se ao pagamento de compromissos, bem como à liberação de recursos para fins de adiantamento e suprimento de fundos.

Aba Relatórios

Operações Finalidades

Relatório de Empenhos Emitidos

Exibir os empenhos emitidos por uma unidade, credor, elemento de despesa, fonte de recurso, plano interno ou programa de trabalho em um determinado período ou para o exercício atual e anterior ou ambos.

Relatório de Empenhos a Pagar

Permitir a visualização de todos os empenhos liquidados e que ainda não foram totalmente pagos.

Relatório do Total de Empenhos Emitidos

Totalizar os empenhos emitidos pela gestora em que está logado e no ano orçamentário corrente ou selecionado pelo o usuário.

Relatório de Detalhamento por Subitem

Disponibilizar informações dos detalhamentos de empenho agrupados por subitem.

Relatório de Saldo dos Empenhos

Exibir os saldos, anulações, reforços, valores liquidados e devolvidos dos empenhos.

Relatório de Batimento dos Documentos SIPAC x SIAFI

Listar os documentos que foram extraídos do SIAFI e ainda não foram importados para o SIPAC.

Relatório de Migrações Automáticas de Dados do SIAFI

Listar os documentos que foram migrados do SIAFI e já estão incorporados ao SCO (Sistema de Controle Orçamentário).

APÊNDICE B - Relatório das operações e finalidades

Aba Relatórios

Operações Finalidades

142

Relatório de Entradas por Nota

Fiscal/Invoice

Criação de um relatório relacionando todos os materiais que

entraram no almoxarifado do usuário através de notas

fiscais.

Entradas/Saídas Avulsas

Criação de um relatório relacionando todas as entradas e

saídas avulsas de materiais em relação ao almoxarifado do

usuário.

Relatório do Extrato de

Movimentação

Criação de um relatório relacionando todas as

movimentações um determinado material ou grupo de

material num período de tempo.

Relatório de Movimentação por

Grupo do Material

Criação de um relatório relacionando todas as

movimentações um grupo de material no almoxarifado do

usuário.

Relatório de Movimentação por

Material

Criação de um relatório relacionando todas as

movimentações de um determinado material ou grupo de

material

Relatório de Movimentações

Estornadas

Criação de um relatório relacionando todas as

movimentações de material no almoxarifado do usuário.

Relatório de Notas de

Fornecimento

Criação de um relatório relacionando as notas de

recebimento referentes ao almoxarifado do usuário.

Relatório de Oferta e Demanda de

Materiais em Estoque

Criação de um relatório relacionando as ofertas e demandas

de materiais referentes ao almoxarifado do usuário.

Relatório de Entradas Criação de um relatório relacionando as entradas de material

referentes ao almoxarifado do usuário.

Relatório de Requisições

Atend./Negadas

Criação de um relatório relacionando as requisições

atendidas e negadas pelo almoxarifado do usuário.

Relatório de Movimentação do

Almoxarifado - RMA Analítico

Criação de um relatório relacionando todas as

movimentações de material no almoxarifado de forma

analítica.

Relatório de Movimentação do

Almoxarifado - RMA Sintético

Criação de um relatório relacionando todas as

movimentações de material no almoxarifado de forma

sintética.

Relatório de Saídas por Perdas Criação de um relatório relacionando todas as saídas por

perdas do almoxarifado do usuário.

Relatório de Estoque Mínimo Criação de um relatório relacionando todos os materiais em

estoque mínimo no almoxarifado do usuário.

Relatório de Fornecedores do

Material

Criação de um relatório relacionando todos os fornecedores

de um determinado material.

Relatório de Histórico de

Entradas

Criação de um relatório relacionando todas os valores das

entradas de um determinado material.

Relatório de Estoque Inventário

Relatório de Materiais a Vencer Criação de um relatório relacionando todos os materiais com

prazo de validade prestes a se extinguir.

143

Relatório de Materiais em

Garantia

Permitir que o usuário visualize um relatório contendo os

materiais que possuem garantia com vencimento dentro em

um determinado período.

Relatório de Materiais em Ponto

de Pedido

Permitir que o usuário liste os materiais que atingiram o

ponto de pedido.

Relatório de Materiais do

Fornecedor

Criação de um relatório relacionando todos os materiais

fornecidos por um determinado fornecedor.

Relatório de Materiais Mais

Solicitados

Criação de um relatório relacionando os materiais mais

solicitados ao almoxarifado do usuário.

Relatório de Materiais Solicitados

Relatório de Materiais Não

Movimentados

Criação de um relatório relacionando os materiais que não

sofreram movimentação recentemente.

Relatório de Material Sem Saldo Criação de um relatório relacionando todos os materiais sem

saldo no almoxarifado do usuário.

Relatório de Preços de um

Material

Criação de um relatório relacionando os preços de um

determinado material.

Relatório da Situação de um

Material

Emitir um relatório da situação de um material, contendo a

descrição e a quantidade de compras desse material.

Total Solicitado e Atendido por

Unidade

Criação de um relatório relacionando os materiais solicitados

e atendidos pelo almoxarifado do usuário.

Relatório de Comprovante de

Atendimento

Emitir um comprovante de atendimento de uma determinada

requisição de material.

Relatório de Comprovante de

Devolução

Emitir um comprovante de atendimento de uma determinada

requisição de devolução de material.

Relatório de Demandas

Reprimidas

Permitir que o usuário visualize um relatório contendo a

quantidade e valor de materiais que deixaram de ser

atendidos.

Despesas da Unidade Criação de um relatório relacionando às despesas das

unidades da instituição com o almoxarifado do usuário.

Relatório de Devoluções da

Unidade

Criação de um relatório relacionando todas as devoluções de

material de uma determinada unidade da instituição.

Requisições Atendidas por

Unidade

Criação de um relatório relacionando todas as requisições

atendidas pelo almoxarifado para as unidades da instituição.

Relatório Sintético de Despesas

por Unidade

Criação de um relatório relacionando os totais das despesas

das outras unidades para com o almoxarifado do usuário.

Relatório de Unidades Devedoras

Criação de um relatório relacionando as pendências de uma

determinada unidade para com o almoxarifado do usuário.

144

Relatório de Análise de Consumo

por Material

Criação de um relatório contendo os materiais consumidos e

suas requisições relacionadas.

Relatório de Consumo por

Unidades

Criação de um relatório relacionando os materiais e as

quantidades consumidas pelas unidades da instituição.

Relatório de Consumo Criação de um relatório relacionando os materiais

consumidos pela unidade do usuário.

Correções Financeiras

Criação de um relatório contendo as correções financeiras

de um grupo ou determinado material num período de

tempo.

Gerar Etiquetas de Prateleira Permite a geração das etiquetas de prateleiras.

Requisições Atendidas x Pagas

Criação de um relatório relacionando todas as requisições

atendidas e pagas para uma determinada unidade da

instituição.

APÊNDICE C – ROTEIRO SEMIESTRUTURADO PARA ENTREVISTA COM SERVIDORES DE ALMOXARIFADO DO IFRN

PERFIL DO RESPONDENTE

1. Escolaridade:

2. Idade:

3. Tempo de exercício de atividades relacionadas ao setor de almoxarifado da Instituição

4. Já realizou algum curso ou aperfeiçoamento que colaborou para o exercício de suas

atividades no setor de materiais/ em caso afirmativo, qual?

Parte II- Diagnóstico

1. Poderia-me falar sobre a questão do pessoal em seu setor, por exemplo, as

qualificações, a carga de trabalho, a quantidade de pessoal; se ele não mencionar

claramente se é ou não suficiente o quantitativo de pessoal, pergunte: você acha que o

quantitativo de pessoal é suficiente para desenvolver as atividades de almoxarifado? As

atividades de patrimônio são executadas pelo mesmo pessoal do almoxarifado?

2. Sobre a questão dos recursos materiais e tecnológicos:

a. Em sua opinião, os recursos materiais, tecnológicos e de infraestrutura

(hardware, estrutura física para trabalho e armazenagem dos materiais) são

suficientes para atender a demanda?

b. Há algum recurso ou instrumento de trabalho que gostaria que fosse

implantado para facilitar as atividades? Como Leitor de código de barras?

145

c. Você utiliza outro instrumento, além do SUAP para a realização das

atividades? Caso positivo, qual?

3. Sobre os processos de trabalho:

d. Em seu setor existem formulários padronizados?

e. Qual a consequência dessa ausência?

f. Algum serviço ou processo de trabalho já ficou prejudicado por causa disso?

g. Como são feitas as solicitações de requisições?

h. O que você das requisições serem feitas através do SUAP em que os usuários

tivessem acesso do material que tem no estoque?

i. Fale um pouco sobre quais são os principais regulamentos que normatizam o

funcionamento da gestão de materiais em sua instituição. Poderia citar alguns

exemplos? O que me diz sobre seus conhecimentos sobre estas normas?

j. Como vocês fazem o controle de estoque quanto a validade, o ponto de

pedido? Vocês utilizam algum método de estoque?

k. De quanto tempo é feito o inventario do estoque?

l. O estoque físico normalmente bate com o do SUAP? Caso não, o que você

acha que motivou isso?

m. Como você mensura a quantidade de material no estoque?

n. Existe uma padronização para organizar o estoque?

4. Sobre a gestão da Informação:

o. Em sua opinião, as informações são acessíveis no processo de aquisição para

o requisitante, que planejou e para o almoxarifado? Você acha que as

informações com a administração fluem eficazmente?

p. Como é feita a punição as empresa que não cumprem o edital da licitação?

Existe um acompanhamento do processo que abre?

q. A contabilidade todo mês faz o balancete do estoque de consumo? Como é

essa interação?

r. Você utiliza a operação de estoque, de controle fornecido pelo SUAP? Caso

positivo, você acha eficaz para garantir o controle? Se for negativo, qual o

motivo de não usar?

s. SUAP atende todas as suas necessidades de informação na gestão de

materiais? Sente falta de algum tipo de relatório, operação? Poderia nos dar

alguns exemplos de falhas devido à falta de informação?

146

t. Você que seria importante à classificação dos materiais por importância?

Justifique.

u. Você acha necessária a padronização importante? O que você acha de um

setor cadastrar?

v. De modo geral o que o SUAP poderia ser melhorado?

5. Sobre a integração de módulos:

a. Você já chegou a pensar sobre a possibilidade de integração do módulo

almoxarifado com outros módulos, como requisições, orçamento?

b. Que vantagens você enxerga nessa integração?

c. E em termos de barreiras, quais seriam as dificuldades para sua instituição

implementar esta integração?

APÊNDICE D – ROTEIRO SEMIESTRUTURADO PARA ENTREVISTA COM

SERVIDOR DO ALMOXARIFADO NA UFRN

1. Função que exerce na instituição, quanto tempo:

2. Quantas pessoas trabalham no setor de almoxarifado? Esse número é suficiente?

Sem o SIPAC seria necessário mais pessoas?

3. Você considera que o SIPAC disponiliza as informações necessárias ao

desempenho de todas as atividades desenvolvidas em seu setor?

4. Seu setor disponibiliza algum manual ou documento semelhante que oriente as

rotinas administrativas referentes à gestão patrimonial? Você considera os manuais

disponibilizados na própria Wikisistemas suficientes para orientar as atividades

desenvolvidas no seu setor?

5. Como é feita a requisição dos materiais pelo SIPAC?

6. Como é feito o cadastramento da nota de empenho?

7. O módulo almoxarifado é integrado com outros módulos? Quais? Protocolo?

Orçamento?

8. Como é feito o processo de devolução de materiais?

9. Como é feito o processo de compra? É integrado com todas unidades?

10. Como é feito o controle de validade? Se estiver perto de vencer qual é o

procedimento adotado?

147

11. A etiqueta que é gerada pelo sistema atende?

APÊNDICE E – ROTEIRO SEMIESTRUTURADO PARA ENTREVISTA COM O

ANALISTA A SINFO

1. Comentar sobre como o SIAPAC começou? Quando surgiu a necessidade? Quem

teve a ideia?(por onde começou?)

2. Como foi feita a integração entre o módulo de almoxarifado e o de orçamento?

Precisou que os dados estivessem uniformes? E como é feita a integração do

SIAFI nesses módulos? Interfere o do almoxarifado?

3. Como é feita a integração dos dados entre os módulos almoxarifado e compras?

As descrições dos materiais são os mesmos?

4. É feita uma espécie de upload de informações do Comprasnet? Caso sim, quais

são elas?

5. As alterações feitas no módulo almoxarifado, como transferências de matérias de

consumo, entrada de nota fiscal, são visíveis no módulo de orçamento?

APÊNDICE F – ROTEIRO SEMIESTRUTURADO PARA ENTREVISTA COM O

CONTADOR

1. Como é feita a integração do módulo orçamento com o de almoxarifado e o de

requisições? Quais as informações são compartilhadas? o que você acha dessa

interação? há algo ainda a ser melhorado?

2. Como é feito o acompanhamento das notas de empenhos? Você que entra em

contato com a empresa? Como é o processo das notas de empenho?

3. Como é feita a descrição dos materiais? Coloca a mesma do empenho? e quando

já existe o material no SIPAC? Ficam duas descrições distintas para a mesma

coisa? O setor de almoxarifado pode nomear? Caso positivo, tem algum prejuízo?

Como o setor de almoxarifado acompanha?

4. Quando há dois materiais iguais que ficam com a mesma descrição e com valores

diferentes? Faz a média dos valores? Há algum prejuízo? Não seria melhor sair

primeiro o valor mais antigo para o mais novo?

148

5. Você acha importante a integração do módulo de orçamento com o SIAFI? O

que melhorou?

6. Como funciona a divisão do orçamento para a solicitação de um material?

APÊNDICE G – ROTEIRO SEMIESTRUTURADO PARA ENTREVISTA COM

ANALISTA DE TECNOLOGIA DO IFRN

1. Como o módulo de Almoxarifado foi desenvolvido? Usou como base o que? Os

servidores, outros softwares?

2. Existem algumas dificuldades em os servidores solicitarem alterações no SUAP?

3. Como o SUAP é disponibilizado para outros órgãos? É pago?

4. Existe integração do módulo almoxarifado com o de orçamento?

5. Você acha que é viável a integração com o SIAFI ou Comprasnet?