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Pelotas - RS, 06 a 08 de julho de 2016 SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE LEITE NOS ASSENTAMENTOS DA REFORMA AGRÁRIA MILK PRODUCTION SYSTEMS IN THE AGRARIAN REFORM SETTLEMENTS Jacir João Chies 1 , Eduardo Jaehn 2 , Marcos Antônio Verardi Fialho 3 , Adilson Roberto Bellé 1 , Marcelo Mateus Trevisan 1 1 Assessor Técnico Pedagógico do Programa de ATES RS , Universidade Federal de Santa Maria, [email protected]; [email protected] ; [email protected] 2 Graduando de Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria, [email protected]. 3 Professor Adjunto do Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural e do Programa de Pós-Graduação em Extensão Rural da Universidade Federal de Santa Maria, [email protected] Grupo de Pesquisa: Grupo 3. Processos de inovação camponesa e teias sócias-técnicas locais Resumo O estado do Rio Grande do Sul se destaca na produção leiteira, tendo a agricultura familiar e os assentamentos um importante papel nesse cenário. Para melhor compreender a realidade da produção de leite nos assentamentos e com o objetivo de qualificar as ações das equipes técnicas criou-se a Rede de Unidades de Observação Pedagógica (RUOP), que foram definidas conforme dados do Sistema Integrado de Gestão Rural da ATES. A partir dos dados levantados através da RUOP e da tipificação da Unidade de Observação Pedagógica (UOP) constatou-se que há uma grande variedade nos indicadores dos sistemas de produção de leite, principalmente relacionado ao uso de suplementos. Considerando que não há um sistema de produção ideal, diferentes níveis de suplementação podem garantir renda satisfatória, porém a análise dos dados indicou que o sistema de alto uso de suplementos tem mostrado melhorretorno econômico. Palavras-chave: Assentamentos; ATES-RS; Indicadores; RUOP; Produção de leite

SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE LEITE NOS … · segundo dados da Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE de 2014 a produção de leite no estado atingiu ... partiu-se do Núcleo Operacional

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SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção

SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE LEITE NOS ASSENTAMENTOS DA REFORMA

AGRÁRIA

MILK PRODUCTION SYSTEMS IN THE AGRARIAN REFORM SETTLEMENTS

Jacir João Chies1, Eduardo Jaehn2, Marcos Antônio Verardi Fialho3, Adilson Roberto Bellé1,

Marcelo Mateus Trevisan1

1Assessor Técnico Pedagógico do Programa de ATES RS , Universidade Federal de Santa

Maria,[email protected]; [email protected]; [email protected] 2Graduando de Agronomia, Universidade Federal de Santa Maria,

[email protected]. 3Professor Adjunto do Departamento de Educação Agrícola e Extensão Rural e do Programa

de Pós-Graduação em Extensão Rural da Universidade Federal de Santa Maria,

[email protected]

Grupo de Pesquisa: Grupo 3. Processos de inovação camponesa e teias sócias-técnicas

locais

Resumo

O estado do Rio Grande do Sul se destaca na produção leiteira, tendo a agricultura familiar e

os assentamentos um importante papel nesse cenário. Para melhor compreender a realidade da

produção de leite nos assentamentos e com o objetivo de qualificar as ações das equipes

técnicas criou-se a Rede de Unidades de Observação Pedagógica (RUOP), que foram

definidas conforme dados do Sistema Integrado de Gestão Rural da ATES. A partir dos dados

levantados através da RUOP e da tipificação da Unidade de Observação Pedagógica (UOP)

constatou-se que há uma grande variedade nos indicadores dos sistemas de produção de leite,

principalmente relacionado ao uso de suplementos. Considerando que não há um sistema de

produção ideal, diferentes níveis de suplementação podem garantir renda satisfatória, porém a

análise dos dados indicou que o sistema de alto uso de suplementos tem mostrado

melhorretorno econômico.

Palavras-chave: Assentamentos; ATES-RS; Indicadores; RUOP; Produção de leite

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Abstract

The Rio Grande do SulState stands out in milk production, having family farming and

agrarian reform settlements an important role in this scenario. To better understand of the

reality of milk production in the settlements and the aim to qualify the actions of technical

teams createdthe Pedagogical Note Units Network (PNUN), were defined according to data of

the ATES rural management integrated systems. On the basis of data collected through the

PNUN and Pedagogical Observation Unit (POU) found there are a variety of indicators in

milk production systems, related the supplements of use. There is not ideal production system

and different levels of supplementation can ensure satisfactory income, however, analysis of

the data indicated that the system using a higher supplementshowed better economic return.

Key words: Settlements ATES-RS; Indicators; RUOP;Milk production

1. Introdução

O estado do Rio Grande do Sul destaca-se na produção de leite no cenário nacional,

segundo dados da Pesquisa Pecuária Municipal do IBGE de 2014 a produção de leite no

estado atingiu 4,685 bilhões de litros, representando 13,3% da produção nacional, o que

coloca o estado como segundo maior produtor.

O estado conta com clima subtropical úmido, com chuvas distribuídas de maneira

uniforme ao longo do ano, estações bem definidas e temperaturas mais amenas em boa parte

do ano. Dessa forma o clima favorece as raças europeias com maior aptidão leiteira e o estado

também conta com áreas de campo nativo que favorecem a produção a baixo custo.

Além disso, a produção está alicerçada em grande parte nos estabelecimentos

familiares, onde se incluem os assentamentos, que se destacam-se na produção leiteira por

apresentarem restrições em relação ao tamanho da área destinada a produção agrícola, desse

modo adotam atividades mais intensivas por unidade de área.

Nesse contexto os assentamentos contribuíram em 2014 com uma produção total de

93,745 milhões de litros, representando cerca de 2% da produção estadual. Em 2015 a

produção nos assentamentos foi de 148,175 milhões de litros, não havendo dados estaduais

para comparação.

Segundo informações do Sistema Integrado de Gestão da Rural da ATES1 – (SIGRA),

o leite é a principal atividade desenvolvida nos assentamentos, sendo que em 2014 de um total

1O SIGRA é um sistema informatizado do Programa de ATES com informações sobre quem

são, como vivem, o que fazem e como fazem todas as famílias assentadas atendidas pelo

Programa de ATES do RS.

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de 11.528 famílias, 5.425 famílias desenvolviam a atividade leiteira em seus

estabelecimentos.

2. Rede de Unidades de Observação Pedagógica

A Rede de Unidades de Observação Pedagógica (RUOP) faz parte de um conjunto de

ferramentas utilizadas junto às famílias assentadas de reforma agrária pelo Programa de

Assessoria Técnica, Social e Ambiental (ATES) no Estado do Rio Grande do Sul (RS). Pelas

suas características, a RUOP poderáse constituir em uma importante ferramenta para

definição e orientação das ações/estratégias de ATES, capazes de contribuir para melhor

compreensão dos problemas sociais, econômicos e agroecológicos. Assim, a RUOP surge

com um mecanismo de geração de informação detalhadas e relevantes sobre conjuntura

técnica, econômica, social, ambiental e política do espaço rural, com objetivos de precisar

ações adequadas a cada contexto. Desta forma, a RUOP se traduz como uma ferramenta do

Programa de ATES do RS para o aprimoramento da leitura da realidade junto às famílias

assentadas possibilitando a qualificação da atuação das equipes técnicas, bem como a reflexão

sobre os “condicionantes, limites e potencialidades dos sistemas de produção adotados pelos

assentados e também para a geração de referências técnicas e econômicas para o

desenvolvimento sustentável dos assentamentos”. (ATES/RS, 2013, p. 7).

O objetivo com a RUOP é que ela se constitua numa ferramenta pedagógica no

programa de ATES capaz de estimular técnicos e assentados na reflexão dos condicionantes,

limites e potencialidades dos sistemas de produção adotados nos assentamentos do RS e

também para geração de referências técnicas e econômicas para o desenvolvimento

sustentável dos assentamentos em bases locais e/ou regionais, contribuindo na elaboração de

projetos e políticas públicas de desenvolvimento rural.

A Rede de Unidades se apoia no método da Análise Diagnóstico de Sistemas Agrários

(ADSA), que tem se mostrando uma abordagem adequada para os objetivos em questão. No

caso do Programa de ATES, partiu-se do Núcleo Operacional (unidade organizativa do

Programa de ATES) aprofundando-se a discussão até chegar aos sistemas de produção,

sistemas de cultivo e itinerário técnico de cada sistema de cultivo ou criação (ZARNOTT,

2014). Na identificação dos sistemas de produção mais significativos (tipos) a serem

acompanhadas foi utilizada de outra ferramenta do programa de ATES, o SIGRA. Da mesma

forma a identificação das Unidades de Produção modais dentro de cada sistema de produção

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(tipo Leite, por exemplo) foi realizada com auxílio do SIGRA, visando produzir informações

que sejam representativas do maior número de famílias.

Para operacionalizar a RUOP no Programa de ATES foi estabelecido um calendário de

trabalho e capacitação das equipes técnicas com a ferramenta, entre outubro de 2012 a março

de 2013 sob orientação da equipe de Assessoria Técnica Pedagógica (ATPs), discutindo

conceitos, análises econômicas, planilhas e coleta das informações. Até junho de 2013,

realizou-se uma coleta de dados de cada uma das Unidades de Observação Pedagógica

(UOP’s), levando-se em consideração o ano agrícola anterior (2012-2013), o qual foi

denominado de “Marco Zero” da RUOP. A partir do mês de julho do ano 2013, cada uma das

UOP’s escolhidas passou a ser acompanhada mensalmente de forma sistemática pelos

técnicos responsáveis por cada unidade, entendendo que desta forma, garante-se o

acompanhamento, discussão e percepção da evolução dos sistemas de produção, bem como a

possibilidade de trabalhar com a família métodos educativos de autogestão da unidade, com a

introdução de algumas práticas como o uso de blocos de anotações e ou planilhas

simplificadas, com objetivo de exercitar a prática de anotar e observar alguns fluxos para o

controle de gastos da unidade agrícola.

A proposta do acompanhamento mensal confere um papel pedagógico da ferramenta

de estabelecer uma relação com a família assentada, bem como da necessidade de levantar

informações precisas e confiáveis para análise. Em agosto de 2014 foi realizado o fechamento

do ano agrícola e construído o “Marco Um” 2014 e uma proposta de intervenção na UPA –

construída de forma participativa entre técnico e família após a análise socioeconômica - para

a qual o Programa de ATES previu um apoio no valor de dois mil reais. Neste último ano

agrícola, os acompanhamentos passaram a ser bimensais, entre setembro de 2014 até agosto

de 2015, produzindo o “Marco Dois”, além de uma nova proposta de plano de intervenção.

Após o fechamento do ano agrícola, realizam-se as análises econômicas, com a construção de

indicadores de referências técnicas e econômicas de cada sistema de produção. Desta forma,

as unidades vêm sendo acompanhadas bimestralmente para coleta de informações e a partir da

análise desses dados são geradas informações que são discutidas por técnicos e agricultores

com sistemas similares, visando identificar possíveis intervenções, adequadas à realidade de

cada tipologia de unidade produtiva, com o intuito de qualificar o sistema.

3. Tipificação das Unidades de Observação Pedagógicas (UOP’s) do sistema de produção

de leite

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Para fins de tipificação, as UOP’s do sistema de produção de leite foram divididas em

três grupos, utilizando como critério o grau de utilização de suplementos por vaca/ano. Foram

considerados suplementos como sal mineral, sal branco, casquinha de soja, diferentes farelos,

vitaminas, entre outros, fornecidos somente para a categoria vacas. Os grupos ficaram assim

estabelecidos:

Baixo uso de suplementos - UOP’s cujo consumo de suplementos é de 0 a 300

reais por vaca/ano.

Médio uso de suplementos – UOP’s cujo consumo de suplementos é de 300 a

700 reais por vaca/ano.

Alto uso de suplementos – UOP’s cujo consumo de suplementos é superior a

700 reais vaca/ano.

Quadro 1 - Tipificação das UOP’s do sistema de produção de leite do ano de 2014.

UOP's/Indicadores Custo Total de

Suplementos

Nº de

Vacas

Custo total de

Suplementos /

N° de Vacas

Tipificação quando

ao uso de

suplementos

UPA078_H/L 0,00 6 0,00 Baixo

UPA 036_SL/L 2.655,00 23 115,43 Baixo

UPA085_SMM/L 1.627,81 13 125,22 Baixo

UPA 043_FO/L 2.386,74 10 238,67 Baixo

UPA 059_HN/L 3.662,00 12 305,17 Médio

UPA 021_PM/L 3.697,60 10 369,76 Médio

UPA 086_SMM/L 4.176,00 10 417,60 Médio

UPA 035_SL/L 4.787,79 11 435,25 Médio

UPA1 001_JC/L 6.457,65 14 461,26 Médio

UPA 034_SL/L 24.082,05 38 633,74 Médio

UPA 051_CD/L 12.880,80 20 644,04 Médio

UPA 090_SG/L 4.942,24 7 706,03 Alto

UPA 007_T/L 14.616,00 15 974,40 Alto

UPA 057_HN/L 11.750,40 12 976,20 Alto

UPA 050_CD/L 28.512,00 25 1140,48 Alto

UPA 013_J/L 26.073,90 12 2172,83 Alto

Legenda: Nº - Número; UPA – Unidade de Produção Agropecuária; L – Leite; H - Herval; SL

– Santana do Livramento; SMM – São Miguel das Missões; FO – Fronteira Oeste; HN- Hulha

Negra; PM – Palmeira das Missões; JC – Júlio de Castilhos; CD – Candiota; SG – São Luiz

Gonzaga; T – Tupanciretã; J – Jóia.

Fonte: elaboração dos autores com base na RUOP (2014).

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A nomenclatura das UOP’s se deu através de um número estabelecido a UOP, seguido

do código do Núcleo Operacional a qual pertence e este seguido por uma letra que indica o

sistema de produção do qual a UOP foi classificada.

Os Quadros 1 e 2 apresentam a relação de UOP’s analisadas no ano de 2014 e 2015,

respectivamente, bem como a classificação das mesmas conforme os critérios acima expostos.

Quadro 2 - Tipificação das UOP’s do sistema de produção de leite do ano de 2015.

UOP's/Indicadores Custo total de

Suplementos

Nº de

Vacas

Custo total de

Suplementos /

N° de Vacas

Tipificação

quando ao uso

de suplementos

UPA 065_CG/L 931,15 10 93,12 Baixo

UPA 090_SG/L 1.227,00 11 111,55 Baixo

UPA 036_SL/L 4.017,00 25 160,68 Baixo

UPA 020_S/lg_L 1.306,00 8 163,25 Baixo

UPA 109_SMM/L 2.836,00 14 202,57 Baixo

UPA 074_Pi/L 1.747,30 8 218,41 Baixo

UPA 085_SMM/L 2.904,00 13 223,38 Baixo

UPA 104_CG/L 2.203,76 8 275,47 Baixo

UPA (033_E/L) 3.748,69 11 340,79 Médio

UPA (043_FO/L) 2.495,20 7 356,46 Médio

UPA (047_CD/L) 2.317,00 6 386,17 Médio

UPA(103_HN/L) 1.609,70 4 402,43 Médio

UPA (077_H/L) 7.635,00 16 477,19 Médio

UPA (060_HN/lg_L) 5.436,64 10 543,66 Médio

UPA (001_JC/L) 7.713,53 14 550,97 Médio

UPA (034_SL/L) 22.182,00 35 633,77 Médio

UPA (015_J/L) 8.625,00 13 663,46 Médio

UPA (064_CG/L) 13.314,73 14 951,05 Alto

UPA (007_T/L) 14.577,00 14 1.041,21 Alto

UPA (013_J/L) 22.549,72 16 1.409,36 Alto

Legenda: Nº - Número; UPA – Unidade de Produção Agropecuária; CG – Canguçu; L –

Leite; SG – São Luiz Gonzaga; SL – Santana do Livramento; S – Sarandi; lg- leite grãos

(estava no sistema leite grãos no ano anterior); SMM – São Miguel das Missões; Pi – Pinheiro

Machado; E – Eldorado do Sul; h – horta (estava no sistema horta no ano anterior); FO –

Fronteira Oeste; CD – Candiota; HN- Hulha Negra; H - Herval; JC – Júlio de Castilhos; J –

Jóia; T – Tupanciretã.

Fonte: elaboração dos autores com base na RUOP (2015).

4. Resultados e Discussão

A análise dos dados e discussão se dará por meio da tipificação das Unidades de

Observação Pedagógica (UOP’s) e conforme o ano de coleta, dividindo-as entre 2014 e 2015.

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4.1 UOP’s de baixo uso de suplementos ano de 2014

No ano de 2014 quatro UOP’s foram identificadas como de baixo uso de suplementos.

No Quadro 3, nota-se uma grande variação dos indicadores. A maior produção total foi de

53.579 litros e a menor de 8.048 litros. A UOP 036_SL/L juntamente com a UOP 043_FO/L

apresentam as melhores médias de produção/vaca/dia com 9,67 e 10,21 litros,

respectivamente. Esta produtividade pode ser considerada boa, pois está bem próxima da

média estadual que, segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural, foi de 10,6

litros/vaca/dia (EMATER, 2015).

Quadro 3 - Comparativo entre unidades de produção de leite na modalidade baixo uso de

suplementos referente ao ano 2014.

UOP's/Indicadores 078_H/L 036_SL/L 085_SMM/L 043_FO/L

SAU Leite 9,20 22,00 10,30 19,00

UTH’s 1,29 1,75 1,69 1,31

Produção Total 8.048,00 53.579,00 12.187,00 22.360,00

Número de Vacas 6,00 23,00 13,00 10,00

UA/SAU 0,72 1,31 2,11 0,63

Litro/Vaca/Dia 5,51 9,67 5,57 10,21

Preço por Litro 0,78 0,81 0,75 0,75

PB/CI 9,95 1,59 1,69 3,60

CI/L 0,10 0,51 0,91 0,22

VAB/SAU 810,87 726,38 734,37 670,76

Renda/SAU 797,13 552,48 667,99 639,29

Renda Leite/UTH/mês 437,30 534,27 313,17 713,24

Fonte: elaboração dos autores com base na RUOP (2014).

A UOP 036_SL/L apresenta a maior produção em litros, porém não apresenta a maior

renda/UTH/mês por ter um Custo Intermediário por Litro (CI/L) de R$ 0,51, considerado

elevado para este grupo. A UOP 085_SMM/L apresenta a mais baixa renda/UTH/mês, de

apenas R$ 313,17, explicado pelo alto CI/L, de R$ 0,91, um valor muito elevado. Enquanto

isso a UOP 078_H/L destaca-se por apresentar o mais baixo CI/L, de apenas R$ 0,10, também

é a UOP que apresenta a maior renda/SAU, com R$ 797,13/ha, mesmo tento a menor

produção total anual, de 8.048 litros.

Neste grupo destaca-se também que nenhuma das unidades atingiu o Nível de

Reprodução Simples (NRS), sendo a referência o salário mínimo vigente no ano, nesse caso

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no valor de R$ 724,002 por UTH/mês. A unidade que mais se aproximou desse valor foi a

UOP 043_FO/L com R$ 713,24 por UTH/mês.

4.2 UOP’s de baixo uso de suplementos ano de 2015

No ano de 2015 foram classificadas e analisadas oito UOP’s com baixo uso de

suplementos. Verifica-se, no Quadro 4, que a produção de leite total anual varia muito entre

as unidades, sendo a de menor produção com 7.990 litros/ano e a de maior produção com

aproximadamente 63.304 litros/ano. Da mesma forma, a produtividade por vaca não alcançou

níveis médios para o RS, sendo que apenas uma das oito unidades obteve produtividade por

vaca de 12,55 litros/vaca/dia (unidade 109_SMM/L), produção acima da média estadual que é

de 10,6 L/dia (EMATER, 2015).

Do ponto de vista da renda observa-se que as unidades que obtiveram a maior renda

por UTH/mês no ano 2015 foram a UOP 109_SMM/L e a UOP 036_SL/L com R$ 1.932,94 e

R$ 1.335,48 por UTH/mês respectivamente, bem acima do NRS que era de R$ 788,003. Em

linhas gerais observa-se que apenas duas unidades anteriormente citadas conseguiram obter

renda por UTH/mês acima do NRS, o que implica em dizer que a modalidade de produção

com baixa utilização de suplementos não apresentou bons resultados econômicos para as

famílias. Pode-se observar que as unidades que obtiveram a maior renda são também aquelas

que possuem os menores CI/L, sendo esse um ponto fundamental para melhorar a renda das

demais unidades.

Outro aspecto a ser destacado é a relação existente entre intensificação do uso da área

com a renda por UTH/mês, nota-se que as UOP’s com as maiores UA/SAU são também as

UOP’s com as maiores renda/UTH/mês. O oposto também se confirma, onde as UOP’s com

os menores valores de UA/SAU são também aquelas que possuem a menor renda/UTH/mês.

2 Salário mínimo vigente em 2014 era de R$ 724,00. Fonte: http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/salario_minimo.htm 3 Salário mínimo em 2015 era de R$ 788,00. Fonte: http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/salario_minimo.htm

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Quadro 4 - Comparativo entre unidades de produção de leite na modalidade baixo uso de suplementos referente ao ano 2015.

Indicadores/UOP’s 090_SG/L 065_CG/L 036_SL/L 020_S/lg_L 109_SMM/L 074_Pi/L 085_SMM/L 104_CG/L

SAU Leite 12,50 10,50 20,30 10,60 20,50 12,00 12,00 24,00

UTH’s 1,00 1,75 1,75 1,04 1,25 1,00 1,50 1,75

Produção Total 16.822 23.874 65.304 12.483 36.651 7.990 19.378 11.289

Número de Vacas 11,00 10,00 25,00 8,00 14,00 8,00 13,00 8,00

UA/SAU 0,88 1,02 1,48 1,07 1,36 0,93 2,10 0,55

Litro/Vaca/Dia 6,58 8,18 8,95 6,90 12,55 5,47 7,58 5,15

Preço por Litro 0,81 0,79 0,82 0,68 0,68 0,74 0,74 0,79

PB/CI 2,18 4,05 2,83 2,00 5,04 1,42 2,17 2,31

CI/L 0,40 0,22 0,29 0,40 0,22 0,52 0,69 0,48

VAB/SAL 638,48 1.527,51 1.705,17 474,57 1.616,63 145,68 1.295,83 297,25

Renda/SAL 542,13 1.454,57 1.496,66 376,73 1.532,21 145,68 1.174,30 272,56

Renda

Leite/UTH/mês 521,28 671,34 1.335,48 296,07 1.932,94 134,48 722,65 287,53

Legenda: UOP’s – Unidades de Observação Pedagógica; SAU – Superfície de Área Útil; UTH’s – Unidades de Trabalho Humano, UA –

Unidade Animal; PB – Produto Bruto; CI – Custo Intermediário; L – Litro; VAB – Valor Agregado Bruto.

Fonte: elaboração dos autores com base na RUOP (2014).

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4.3 UOP’s de médio uso de suplementos 2014

Com base no Quadro 5 observa-se que novamente há uma grande variação dos

indicadores entre as UOP’s. Nota-se que a produção total varia de 75.105 litros/ano a 22.788

litros/ano e produtividade por vaca que varia entre 7,32 a 14,98 litros/dia, sendo que, só duas

unidades não atingem produtividade acima dos 10 litros/vaca/dia.

Quadro 5 – Comparativo entre unidades de produção de leite na modalidade médio uso de

suplementos referente ao ano de 2014.

Indicadores/U

OP’s

059_HN

/L

021_PM

/L

086_SM

M/L

035_SL

/L

001_JC

/L

034_SL

/L

051_CD

/L

SAU Leite 29,04 12,50 14,20 19,00 25,40 25,00 16,90

UTH’s 1,04 1,39 1,27 1,75 2,79 1,69 2,04

Produção Total 26.722,0

0

37.281,0

0 22.788,00

49.305,

00

37.228,

00

75.105,

00

64.384,0

0

Número de

Vacas 12,00 10,00 10,00 11,00 14,00 38,00 20,00

UA/SAU 0,45 1,37 0,87 1,06 0,65 1,73 1,47

Litro/Vaca/Dia 7,32 12,77 10,41 14,98 11,33 8,46 13,57

Preço por Litro 0,90 0,82 0,64 0,77 1,01 0,79 0,87

PB/CI 3,39 2,20 1,75 1,89 2,62 1,82 3,11

CI/L 0,27 0,45 0,37 0,41 0,44 0,47 0,28

VAB/SAL 584,30 1.611,50 450,36 944,95 1.042,2

8

1.167,9

9 2.248,37

Renda/SAL 454,28 1.271,91 195,47 780,57 842,98 980,00 2.096,59

Renda

Leite/UTH/mês 978,12 879,85 168,12 651,91 590,35

1.115,1

6 1.337,70

Legenda: UOP’s – Unidades de Observação Pedagógica; SAU – Superfície de Área Útil;

UTH’s – Unidades de Trabalho Humano, UA – Unidade Animal; PB – Produto Bruto; CI –

Custo Intermediário; L – Litro; VAB – Valor Agregado Bruto.

Fonte: elaboração dos autores com base na RUOP (2014).

A maior renda por UTH foi da unidade 051_CD/L com R$1.337,70 por UTH/mês.

Sendo que das sete unidades analisadas, três não alcançaram o NRS, tendo em vista que a

unidade 086_SMM/L obteve uma renda muito inferior as demais, com apenas R$ 168,12 por

UTH/mês.

Em relação ao CI/L observa-se que ele varia menos entre as UOP’s no subsistema de

médio uso de suplementos em relação ao subsistema de baixo uso, neste subsistema o CI/L

varia de R$ 0,27 a R$ 0,47. Quanto à lotação animal também há uma grande variação na

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intensidade do uso das áreas que vão desce 0,45 UA/SAU até 1,73 UA/SAU. Sendo que as

duas UOP’s com a maior lotação são também aquelas com a maior renda/UTH/mês.

4.5 UOP’s de médio uso de suplementos 2015

A análise do subsistema de médio uso de suplementos do ano de 2015 compreende

cinco UOP’s, como pode ser viso no Quadro 6. O padrão da grande variação de indicadores se

mantém assim como nos demais subsistemas. A produção total varia de 6.456,00 litros/ano

na UOP 103_NH/L a 76.497,00 litros/ano na UOP 034_SL/L, sendo que estas duas UOP’s

também são as que apresentam a menor e a maior renda/UTH/mês com R$ 113,98 e R$

1.489,86 respectivamente. Além da UOP 034_SL/L somente uma unidade, a UOP 015_J/L

atingiu o NRS, que tem como referência o salário mínimo vigente no ano, de R$ 788,00.

Quanto ao CI/L também há uma grande variação, que vai de R$ 0,22 a R$ 0,55, porém

não há uma relação entre o CI/L e a renda como em outros subsistemas. Em relação há

intensificação do sistema também é há grande variação, de 0,63 a 1,77 UA/SAU.

Já quanto à produção média diária os valores variam de 5,9 L/vaca/dia a 11,66

L/vaca/dia. Neste indicador esperava-se valores maiores, uma vez que o maior uso de

suplementos tenderia a aumentar a produção leiteira.

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Quadro 6 - Comparativo entre unidades de produção de leite na modalidade médio uso de suplementos referente ao ano 2015.

Indicadores/

UOP’s

UPA

033_E/h_L

UPA

043_FO/L

UPA

047_CD/L

UPA

103_HN/L

UPA

077_H/L

UPA

060_HN/lg_L

UPA

01_JC/L

UPA

034_SL/L

UPA

015_J/L3

SAU Leite 13,95 19,00 10,20 11,00 19,10 18,00 27,90 29,96 13,25

UTH’s 1,38 1,50 1,00 1,50 1,50 1,63 2,88 1,56 1,88

Produção Total 20.235,00 13.396,00 10.877,00 6.456,00 39.960,00 29.797,00 33.926,00 76.497,00 45.723,00

Número de Vacas 11,00 7,00 6,00 4,00 16,00 10,00 14,00 35,00 13,00

UA/SAU 0,95 0,67 1,68 0,63 0,82 0,78 0,61 1,53 1,77

Litro/Vaca/Dia 7,92 9,18 7,45 5,90 9,95 11,66 11,62 8,06 10,44

Preço por Litro 0,77 0,77 0,74 0,79 0,75 0,78 0,89 0,78 0,87

PB/CI 2,20 1,74 4,65 1,86 2,27 2,39 2,33 1,84 2,05

CI/L 0,36 0,52 0,22 0,42 0,36 0,46 0,55 0,51 0,47

VAB/SAU 631,82 270,88 857,45 215,03 961,93 1.060,24 891,11 1.090,83 1.703,54

Renda/SAU 538,20 239,24 720,98 202,05 829,13 730,85 674,54 1.008,49 1.492,70

Renda

Leite/UTH/mês 418,50 233,10 565,69 113,98 812,12 620,83 502,66 1.489,86 809,26

Legenda: UOP’s – Unidades de Observação Pedagógica; SAU – Superfície de Área Útil; UTH’s – Unidades de Trabalho Humano, UA –

Unidade Animal; PB – Produto Bruto; CI – Custo Intermediário; L – Litro; VAB – Valor Agregado Bruto.

Fonte: elaboração dos autores com base na RUOP (2015).

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4.4 UOP’s de alto uso de suplementos ano de 2014

No Quadro 7observa-se que, das cinco unidades com alto uso de suplementos

analisadas no ano de 2014, as unidades 050_CD/L, 013_J/L e 007_T/L tiveram os maiores

volumes produzidos, sendo 88.090, 72.836 e 64.149 litros/ano, respectivamente. Entretanto,

uma das unidades apresentou produção de 17.043 litros/ano, ou seja, bastante díspar com as

demais unidades. Neste último caso, o motivo principal é o rebanho de apenas 7 vacas e que

embora tenha uma alta utilização de insumos, ainda assim a produtividade deste unidade ficou

na média de 9,3 litros/vaca/dia. A maior produtividade foi de 19,96 litros/vaca dia atingida

pela unidade 013_J/L. Ainda, a unidade 057_HN/L foi a que obteve a menor produtividade

por vaca, com 7,88 litros/vaca/dia, que embora esteja classificada como uma unidade de alto

uso de suplementos, obteve uma produtividade bastante baixa.

Do ponto de vista da renda, nota-se que apenas duas unidades conseguiram ter renda

igual ou maior que um salário mínimo por pessoa, com destaque para a unidade 007_T/L com

R$ 1.470,00. A maioria das unidades não tive um bom resultado econômico, nem mesmo a

unidade com maior produtividade por vaca/dia que ficou com uma das piores rendas, ou seja,

R$ 233,64 reais UTH/mês. Ainda, uma das unidades, apresentou renda de R$ 23,33

UTH/mês, ou seja, valor baixo em relação aos outros produtores de leite e que provavelmente

não traga estímulo para que a família continue com essa atividade com o objetivo de geração

de renda.

Outro aspecto a destacar é a lotação de animais por área, sendo que maior lotação foi

de 4,91 UA/ha da unidade 057_HN/L, que acaba por disponibilizar de pouca área para

rebanho leiteiro, ou seja, 3,48 ha para 12 animais.

Quadro 7 - Comparativo entre unidades de produção de leite na modalidade Alto uso de

suplementos referente ao ano 2014.

Indicadores/UOP’s 090_SG/L 007_T/L 057_HN/L 050_CD/L 013_J/L

SAU Leite 11,50 14,50 3,48 20,00 10,25

UTH’s 2,00 1,75 0,65 2,91 1,88

Produção Total 17.043,00 64.149,00 28.760,00 88.090,00 72.836,00

Número de Vacas 7,00 15,00 12,00 25,00 12,00

UA/SAL 0,71 1,31 4,91 1,77 1,60

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SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção

Litro/Vaca/Dia 9,34 14,65 7,88 10,97 19,96

Preço por Litro 0,79 0,80 0,81 0,91 0,78

PB/CI 1,29 2,91 1,82 1,99 1,36

CI/L 0,65 0,44 0,51 0,46 0,59

VAB/SAL 279,45 2.588,76 3.419,32 1.990,97 1.494,24

Renda/SAL 52,75 2.306,72 1.237,50 1.591,50 555,61

Renda

Leite/UTH/mês 23,33 1.470,22 509,64 841,40 233,64

Legenda: UOP’s – Unidades de Observação Pedagógica; SAU – Superfície de Área Útil;

UTH’s – Unidades de Trabalho Humano, UA – Unidade Animal; PB – Produto Bruto; CI –

Custo Intermediário; L – Litro; VAB – Valor Agregado Bruto.

Fonte: elaboração dos autores com base na RUOP (2014).

4.5 UOP’s de alto uso de suplementos ano de 2015

O Quadro 8apresenta os dados econômicos das 3 unidades de produção que se

enquadraram na modalidade de alto uso de suplementos analisadas no ano de 2015.

Quadro 8 - Comparativo entre unidades de produção de leite na modalidade Alto uso de

suplementos referente ao ano 2015.

Indicadores/UOP’s 064_CG/L 007_T/L 013_J/L

SAU Leite 21,60 12,76 13,88

UTH’s 1,50 1,75 1,75

Produção Total 54.755,00 73.993,00 77.654,00

Número de Vacas 14,00 14,00 16,00

UA/SAU 1,03 0,98 1,94

Litro/Vaca/Dia 12,50 15,93 16,37

Preço por Litro 0,87 0,74 0,85

PB/CI 2,27 2,11 1,81

CI/L 0,48 0,47 0,57

VAB/SAU 1.564,41 1.993,44 2.579,82

Renda/SAU 1.362,35 1.676,05 2.165,28

Renda Leite/UTH/mês 1.509,07 940,06 1.321,06

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SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção

Legenda: UOP’s – Unidades de Observação Pedagógica; SAU – Superfície de Área Útil;

UTH’s – Unidades de Trabalho Humano, UA – Unidade Animal; PB – Produto Bruto; CI –

Custo Intermediário; L – Litro; VAB – Valor Agregado Bruto.

Fonte: elaboração dos autores com base na RUOP (2014).

Observa-se que a produção variou de 54.755,00 litros/ano a 77.654,00 litros/ano.

Quando extrapolados para uma produção diária estes valores correspondem a 150 e a 212

litros/dia, estando bem acima da média estadual, que segundo a EMATER (2015)é de 64,4

litros por dia. A produtividade média por vaca tem ficado acima dos 12 litros/dia, portanto

também bem acima da média estadual.

A renda de todas as unidades de produção ficou acima do NRS, sendo assim acima da

média da maioria das unidades analisadas anteriormente com baixo e médio uso de

suplementos. Quanto à lotação de animais por SAU, observa-se que a unidade 013_J/L foi a

que obteve a maior intensificação com aproximadamente 2 UA/ha.

5. Conclusões

Constata-se que os sistemas de produção de leite nos assentamentos da reforma agrária

no Rio Grande do Sul são bastante variados eos dados levantados seguem um padrão

semelhante aos dados de estaduais. Observa-seem varias unidades de produção que o sistema

adotado conseguiu gerar renda suficiente para atingir o NRS por pessoa envolvida na

atividade leiteira. Entretanto, a proporção de unidades que não conseguiram atingir o NRS é

mais significativa nas UOP’s com baixo e médio uso de suplementação na alimentação. .

As unidades com alto nível de suplementação no ano de 2015 apresentaram resultados

mais promissores. Entretanto, existem fragilidades num sistema mais dependentes de insumos

e que precisam ser levadas em consideração, como a dependência do produtor em relação a

insumos e as possíveis variações nos preços dos suplementos que podem aumentar

significativamente o CI, ou ainda a baixa significativa no preço do litro de leite, que acaba por

não compensar a suplementação.

6. Referências Bibliográficas

ATES/RS. Cartilha de Suporte Metodológico para a Rede de Unidades de Observação e

Referência Pedagógica da ATES/RS. 2013, 103 p.

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SBSP - Sociedade Brasileira de Sistemas de Produção

INSTITUTO GAÚCHO DO LEITE (IGL); EMATER, Rio Grande do Sul/ASCAR. Relatório

socioeconômico da cadeia produtiva do leite no Rio Grande do Sul. Porto Alegre, RS:

EMATER/RS – ASCAR, 2015. 76p.

GUIA TRABALHISTA. Tabela dos valores nominais do salário mínimo. Disponível em:

http://www.guiatrabalhista.com.br/guia/salario_minimo.htm. Acesso em 14 de março de

2016.

IBGE. Produção Pecuária Municipal 2014. Disponível em:

http://www.ibge.gov.br/estadosat/temas.php?sigla=rs&tema=pecuaria2014.Acesso em 12 de

março de 2016.

RUOP. Rede de Unidades de Observação Pedagógica. Banco de dados de sistematização

digital (em formato “.xlsx”) das informações coletadas em 2014 e 2015. mimeo.

ZARNOTT, A. V; DALBIANCO, V. P. e NEUMANN, P. S.Rede de unidades de observação

pedagógica do Programa de ATES do Rio Grande do Sul. CONGRESSO DA SOCIEDADE

BRASILEIRA DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO. Foz do Iguaçú, 2014.