36
Sistemas de Propulsão Automóvel Motor Eléctrico e Sistemas Alternativos de Propulsão Automóvel Projecto FEUP Coordenador: Prof. Abel Santos Monitor: Miguel Bessa Outubro de 2009 Grupo MMM 502: Diogo Oliveira João Felgueiras João Nogueira João Oliveira Luís Marques Nuno Cardoso

Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

  • Upload
    vuminh

  • View
    214

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

Sistemas de Propulsão Automóvel

Motor Eléctrico e Sistemas Alternativos de Propulsão Automóvel

Projecto FEUP

Coordenador: Prof. Abel Santos

Monitor: Miguel Bessa

Outubro de 2009

Grupo MMM 502:

Diogo Oliveira

João Felgueiras

João Nogueira

João Oliveira

Luís Marques

Nuno Cardoso

Page 2: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

ii

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Projecto Feup

Coordenador: Prof. Abel Santos

Monitor Miguel Bessa

SS II SS TT EE MM AA SS DD EE PP RROO PP UU LL SS ÃÃ OO AAUU TTOO MM ÓÓ VV EE LL

MM OO TT OO RR EE LL ÉÉ CC TT RR II CC OO EE SS II SS TT EE MM AA SS AA LL TT EE RR NN AA TT II VV OO SS DD EE

PP RR OO PP UU LL SS ÃÃ OO AA UU TT OO MM ÓÓ VV EE LL

Pelo grupo MMM 502

Diogo Oliveira

João Felgueiras

João Nogueira

João Oliveira

Luís Marques

Nuno Cardoso

Porto, 14 de Outubro de 2009

Page 3: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

iii

Sumário

No âmbito da cadeira de “Projecto FEUP”, foi proposto ao grupo MMM 502,

constituído por cinco alunos inscritos no primeiro ano do curso “Mestrado

Integrado em Engenharia Mecânica” nomeadamente, João Felgueiras, João

Nogueira, João Oliveira, Luís Marques, Nuno Cardoso, e um aluno inscrito no

primeiro ano do curso “Licenciatura em Ciências de Engenharia - Engenharia de

Minas e Geo-Ambiente” nomeadamente, Diogo Oliveira, da Faculdade de

Engenharia da Universidade do Porto, fazer um trabalho de pesquisa com o tema

“Sistemas de Propulsão Automóvel” e com o seguinte problema, “Motor Eléctrico

e Sistemas Alternativos de Propulsão Automóvel”, com o apoio do coordenador,

Professor Abel Santos, e do monitor, Miguel Bessa.

Durante a realização do trabalho foram recolhidos dados sobre o tema, e em

grupo fez-se um estudo da matéria. Pudemos concluir que existem várias

alternativas a serem estudadas e desenvolvidas para substituir os combustíveis

fósseis como os motores a hidrogénio ou os motores eléctricos, mas todos eles

requerem energia ou combustíveis que ainda não são de origem 100% livre de

emissões e as infraestruturas teriam de ser muito desenvolvidas e alteradas para

o propósito. Mas está visto que cada vez mais fabricantes de automóveis estão

dispostos a melhorar o meio ambiente em que se integram.

Page 4: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

iv

Abstract

Under the subject "Project FEUP”, was proposed to the MMM 502 group,

consisting of five students enrolled in first year of the course" Master in Mechanical

Engineering " in particular, João Felgueiras, João Nogueira, João Oliveira, Luís

Marques, Nuno Cardoso, and a student recorded in the first year of "Degree in

Science Engineering - Mining and Geo-Environment” in particular, Diogo Oliveira,

of the Faculty of Engineering, University of Porto, do a search on the theme

"Automotive Propulsion Systems” with the following problem, "Electric Motor and

Alternative Car Propulsion Systems", with the support of the coordinator, Professor

Abel Santos, and the monitor, Miguel Bessa.

During the study were collected topics about the subject, and the group did a study

of the matter. We can conclude that there are several alternatives to be studied

and developed to replace fossil fuels such as hydrogen engines or electric motors,

but they all require energy or fuels that are still not 100% free source of emissions

and the infrastructure would have to be highly developed and changed for the

purpose. But it is seen that more and more automakers are willing to improve the

environment in which they live.

Page 5: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

v

Índice

Sumário .................................................................................................................. iii

Abstract .................................................................................................................. iv

Índice ....................................................................................................................... v

1 Introdução ....................................................................................................... 1

2 Alternativas ao Motor de Combustão Interna Convencional ........................... 2

2.1 Motor Eléctrico .......................................................................................... 2

2.2 Motor de Ar Comprimido ........................................................................... 9

2.3 Turbina a Gás ......................................................................................... 13

2.4 Motor de Combustão Interna a Hidrogénio ............................................. 15

2.5 Células de Combustível .......................................................................... 17

3 Tendências Futuras ...................................................................................... 19

3.1 Desenvolvimento sustentado (energia e materiais)................................. 19

4 Conclusão ......................................................................................................... 19

5 Referências ....................................................................................................... 24

6 Anexos .............................................................................................................. 27

Page 6: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste
Page 7: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

1

1 Introdução

Actualmente um dos aspectos que está na agenda dos construtores e

cientistas à volta do ramo automóvel, é a utilização de fontes alternativas de

energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia.

Assim, neste relatório propomos e exploramos algumas das muitas hipóteses

que estão disponíveis de forma a sustentar esse desenvolvimento. Estudamo-

las de forma a mostrar o seu papel na passado, na actualidade e quais as

tendências futuras, expondo assim quais as vantagens e desvantagens dessas

alternativas ao mais usado e super explorado petróleo e outras formas de

combustão interna. Entre os motores eléctricos, motores de ar comprimido,

motores de combustão de hidrogénio, o leque de alternativas ao convencional

motor de combustão interna a derivados de petróleo a escolha é vasta e cada

vez se aposta mais neste tipo de tecnologias.

Page 8: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

2

2 Alternativas ao Motor de Combustão Interna

Convencional

2.1 Motor Eléctrico

Entre 1832 e 1839 (o ano exacto é incerto), Robert Anderson da Escócia

inventou a primeira carruagem eléctrica primitiva.

França e Grã-Bretanha eram as primeiras nações a terem o desenvolvimento

difundido dos veículos eléctricos nos na primeira parte do século XIX.

Os anos 1899 e 1900 foram o ponto culminante de carros eléctricos na

América, porque superaram a venda de todos os outros tipos de carros.

O declínio do veículo eléctrico foi causado por diversos avanços da tecnologia:

-Nos anos 20, América tinha um sistema melhor de estradas que conectavam

agora as cidades, trazendo com ela a necessidade de veículos com maior

capacidade de cobrir grandes distâncias.

-A descoberta do petróleo de Texas reduziu o preço da gasolina de modo a que

fosse disponível a um consumidor normal.

-A invenção da ignição eléctrica por Charles Kettering em 1912 eliminou a

necessidade do uso da manivela.

-O inicio da produção em massa de veículos com motor a combustão interna

por Henry Ford fez estes veículos facilmente disponíveis na gama de preços

$500 a $1.000.

-Pelo outro lado a ineficiência da produção dos carros eléctricos fez com que

os preços dos mesmos continuasse a aumentar. Em 1912, um carro eléctrico

de estrada custava $1.750 enquanto um carro da gasolina custava $650.

Page 9: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

3

Em 1935 todos os carros eléctricos tinham desaparecido.

Nos seguintes anos até os anos 60 foram anos mortos para o desenvolvimento

do veículo eléctrico e para o seu uso como o transporte pessoal.

Nos anos 60 e 70 viu-se uma oportunidade para os veículos alternativos de

forma a reduzir os problemas de emissões de exaustão motor a combustão

interna e a dependência de petróleo importado. Muitas tentativas de produzir

veículos eléctricos práticos ocorreram durante os anos de 1960 até ao

presente.

Existem vários tipos de motores eléctricos que foram sendo desenvolvidos nas

últimas décadas. Pode-se ver um esquema de todos os tipos de motores

eléctricos no anexo 1, no fim deste documento.

Embora exista uma variedade enorme de motores eléctricos, as suas

diferenças, no último nível do gráfico, não são muito significativas para a

compreensão dos motores eléctricos e da sua importância crescente numa

sociedade determinada e mudar o seu estilo de vida para um mais ecologico.

Entre os motores eléctricos, destanca-se dois tipos de motores – motores de

corrente alternada e motores de corrente contínua.

2.1.1.1 Motor de Corrente Alternada

A energia eléctrica que é conduzida ao motor está sob a forma de uma corrente

alternada, criando assim o efeito oposto da inducção electromagnética, criando

o movimento do rotor sem necessidade de conversão periódica do sentido da

corrente que por sua vez converte a polaridade magnética do estator, para que

o motor esteja sempre a repelir o rotor e manter o movimento circular do rotor.

Este motor pode ser alimentado por corrente alternada ou por ímanes

permanentes. Tendo em conta que o campo magnético do rotor é

independente do campo da parte estática do motor, a velocidade será

constante e sincronizada com o estator.

Dentro deste modo de motores temos dois motores:

Page 10: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

4

Motor síncrono – Trabalha a uma velocidade fixa pois a velocidade de

rotação do rotor é a mesma da frequência da corrente alternada. Como o ritmo

é o mesmo, não há “deslizamento” (diferença entre a velocidade do campo

magnético do estator e do rotor) entre os electroímanes do estator e do rotor

fazendo com que não haja torque. O estator e o rotor são alimentados de forma

independente sendo que o estator é alimentado por corrente alternada e o rotor

tanto pode ser alimentado por ímanes permanentes ou por corrente contínua.

Devido ao seu alto custo de fabricação, só é utilizado em grandes potências ou

quando se necessita de uma velocidade invariável. Estes motores não

conseguem gerar potência suficiente para arrancar o motor até à velocidade de

sincronismo por isso são acompanhados de motores eléctricos assíncronos

suplementares (motores do tipo gaiola-de-esquilo) que geram a potência

necessária para o motor síncrono chegar à velocidade de quase-sincronismo.

Assim, a velocidade é constante até que a massa rebocada seja superior ao

permitido, fazendo com que o motor apenas pare de trabalhar.

Este tipo de motores só tem sentido em veículos para deslocar cargas

independentemente do peso das mesmas pois a velocidade não depende do

peso rebocado até um certo ponto (se for ultrapassado o peso máximo

rebocável, o veículo para de se movimentar).

Motor assíncrono - Este motor é composto também por uma parte

estática (Estator) e uma parte que transfere o movimento (Rotor). O espaço

entre o estator e o rotor é oco e tem o nome de entreferro.

O estator e o rotor são compostos por finas chapas de aço magnético com um

tratamente térmico espicifico para reduzir as perdas por correntes parasitas.

Ao contrário dos motores síncronos, o estator e o rotor são solidários na sua

construção e apenas o estator é alimentado pela corrente alternada.

O formato mais comum de motores assíncronos é trifásico. Assim existem duas

saliências em pontos opostos (distanciados a 180º um do outro) ligados a cada

fase para criar dois pólos (positivo e negativo). Assim a configuração normal

será 6 saliências distânciados a 60º umas da outras e com cada saliência de

Page 11: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

5

cada fase afastada 180º uma da outra. Esta configuração trifásica permite que,

quando uma fase repele o rotor, as outras duas fases atraem o rotor em

posições seguintes na rotação.

Estas saliências são constituídas por bobinas que criam campos magnéticos

variantes no tempo (visto que utiliza corrente alternada). Assim, em termos

espaciais, o campo magnético acaba por ser circular e rotativo no tempo.

É no rotor que se centra as diferenças dentro deste género de motor.

No exemplo dos motores assíncronos gaiola-de-esquilo, o rotor é composto por

barras de um material condutor que se encontram à volta do conjunto de

chapas do rotor. Estas barras são curto-circuitadas por anéis metálicos nas

extremidades do rotor.

Como o campo magnético é variante no tempo, vai induzir nestas barras curto-

circuitadas uma voltagem alternada, o que vai criar uma corrente na “gaiola” do

rotor. Estas duas correntes vão criar dois campos magnéticos que se vão

repelir e atrair alternadamente, criando o movimento do rotor.

A velocidade do rotor tem de ser inferior à velocidade de rotação do campo

magnético do estator – só assim existe deslizamento entre os dois campos

magnéticos que criam o movimento do rotor. Se, por algum acaso, a velocidade

do rotor superar a frequencia da corrente que passa no estator, o rotor abranda

até haver novamente o deslizamento entre os dois campos magnéticos. É

graças a este deslizamento que o motor eléctrico produz torque. A velocidade

do motor pode ser controlada se se controlar a frequência da corrente

alternada, podendo assim também controlar o torque necessário para deslocar

um veículo ou o rotor de um motor síncrono, por exemplo.

Neste tipo de motores, a gaiola costuma ser fabricada em cobre, liga de cobre

ou em alumínio, enquanto que o núcleo do rotor é fabricado a partir de lâminas

de aço de silício.

Entre a escolha do tipo de materiais a utilizar na gaiola, algumas fontes [x]

referem como principais vantagens do alumínio o menor peso e

consequentemente menor inércia, a ausência de movimento da gaiola, e o

Page 12: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

6

facto de o preço deste tipo de gaiolas ser menor do que o preço das gaiolas de

cobre.

No entanto, as gaiolas de cobre também têm as suas vantagens: redução de

perdas no rotor na ordem do 20%, menor temperatura de trabalho, logo menor

ventilação o que prevoca um tempo de vida mais longo.

No caso de um motor assíncrono com o rotor bobinado, o princípio de

funcionamento é o mesmo do motor assíncrono mas, em vez de ser a armação

da gaiola a ser curto-circuitada, produzindo o mesmo tipo de efeito do motor

assíncrono gaiola-de-esquilo. No entanto, este tipo de motores é usado em

potências acima dos 500 Hp. Os anéis constituintes da bobina permitem

controlar a velocidade do motor através de um reóstato externo.

2.1.1.2 Motor de corrente contínua

Os motores de corrente contínua utilizam o mesmo fenómeno de indução

electromagnética no seu funcionamento, no entanto, não utilizam corrente

alternada mas corrente contínua. O principal problema do uso de corrente

contínua é o facto de não haver variação temporal do campo magnético gerado

no estator do motor. Assim, estes motores requerem a utilização de

ferramentas específicas para variar temporalmento o campo magnético à

velocidade de rotação do rotor, para que os campos magnéticos do estator e

do rotor estejam sempre a repelir-se e a forçar o movimento circular do rotor.

Assim, utilizam-se comutadores para inverter o sentido da corrente sempre que

polos opostos se aproximam do ângulo 0º entre eles, para que o campo

magnético do rotor se inverta e assim manter as forças de repulsão e o

movimento circular do rotor.

Dentro deste tipo de motores destacam-se 2 tipos:

Motor com escova - Este motor é composto também também por um

rotor e um estator. As escovas são filamentos de carvão que conduzem a

energia eléctrica ao rotor. Neste caso, o campo magnético gerado pela corrente

contínua no estator é contínuo. Já o campo magnético do rotor varia com o

Page 13: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

7

tempo graças a um comutador existente no rotor que varia, consoante o ciclo

de rotação, o sentido da corrente eléctrica no rotor, criando campos magnéticos

constantemente contrários ao campo magnético do estator, forçando o

movimento circular do rotor. O comutador também pode ser controlado através

das escovas, que ao passaram em determinados pontos, activam o comutador

para alterar o sentido da corrente.

Este tipo de motores são baratos mas requerem muita manutenção

,principalmente a nível das escovas, e tem um tempo de vida bastante curto

para utilizações industriais.

Motor sem escova – Este tipo de motores não requer a utilização de

escovas para fazer a mudança de sentido de corrente pois contém um

comutador electrónico, conectado a alguns sensores de posição e de

magnetismo para controlar a variação do sentido da corrente, permitindo

controlar o ritmo de variação dos campos magnéticos e assim controlar

eficazmente a velocidade de rotação do motor. Este motor é mais caro do que

o motor com escovas mas quase não necessita de manutenção e tem um

tempo de vida útil muito elevado.

Este é o tipo de motor que se utiliza nos automóveis por necessitar de pouca

manutenção, terem melhor rendimento que o motor com escova (menos perdas

por atritos) e estar preparado para corrente contínua.

Ambos os motores podem ter vários pares de pólos magnéticos, criando uma

variação de campos magnéticos superior por cada ciclo de rotação do rotor.

As baterias que armazenam a energia eléctrica que será consumida pelos

motores eléctricos são baterias de iões de lítio, mais leves e mais duradouras

que outras baterias.

No que diz respeito aos motores eléctricos em geral, o seu desenvolvimento

em massa obrigaria a toda uma reestruturação dos sistemas de abastecimento,

no sentido de possibilitar a recarga rápida de energia eléctrica. Actualmente, só

é possível aos proprietários, fazê-lo em casa e para que possa ser viável, é

necessário que o acesso seja tão fácil como hoje acedemos ao gasóleo e à

gasolina.

Page 14: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

8

Com esta solução, continuariamos a ter de utilizar os combustíveis fósseis para

a produção de energia, podendo claro, recorrer também às fontes de energia

renovável.

Fig. 1 - Esquema de um motor de corrente directa sem escovas [1]

Fig. 2 - Esquema de um motor de corrente directa sem escovas [2]

Page 15: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

9

Fig. 3 - Esquema de um motor assíncrono gaiola-de-esquilo [3]

2.2 Motor de Ar Comprimido

O primeiro veículo de ar comprimido de que há registo foi construído pelo

francês Andraud e Tessia de Motay em 1838.

Fizeram um teste ao veículo numa pista em Chaillot um 9 de Julho de 1840 e o

carro não teve problemas, mas a ideia não foi continuada.

O verdadeiro pai do conceito de ar comprimido aplicado a carros será sempre

Charles B.Hodges. Que foi a primeira pessoa, não só a inventar um carro com

um motor alimentado a ar comprimido, mas que também teve sucesso

comercial com a invenção.

Após muitos anos a trabalhar num sistema para alimentar um carro com ar

comprimido, Louis C. Kiser, um homem de 77 anos de Decatur nos EUA, foi

finalmente bem sucedido ao converter um motor a gasolina num veículo

alimentado a ar comprimido.

Page 16: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

10

O primeiro motor híbrido de diesel e ar comprimido apareceu nos anos 30 na

Alemanha. No entanto às pressões das companhias petrolíferas no sector dos

transportes públicos eram tantas que conseguiram que conseguiram parar as

investigações neste campo de energias alternativas.

Em 1926 Lee Barton Williams de Pittsburg nos EUA, apresentou a sua

invenção ao mundo: um automóvel que ele dizia alimentar-se de ar.

O motor de arranque era a gasolina, mas após atingir cerca de 16 quilómetros

por hora o fornecimento de gasolina era cortado e ficava a mover-se a ar.

No primeiro teste o carro atingiu a velocidade de 100 quilómetros por hora.

Os carros movidos apenas a ar comprimido são, numa perspectiva, carros

„amigos do ambiente‟, visto que não libertam qualquer substância poluente para

a atmosfera. Se pensarmos, por outro lado, que estes carros necessitam de

energia eléctrica para que o ar seja comprimido e que para a obtermos,

recorremos na mesma aos combustíveis fósseis, na verdade, não podemos

considerá-lo livre de poluição.

O automóvel é impulsionado por um motor de dois cilindros de ar comprimido.

No entanto, o conceito básico da projecção da maior parte tipo de motores é

único: o carro pode mover-se tanto a ar comprimido como através de um motor

de combustão interna. O ar comprimido é armazenado em depósitos de fibra

de carbono ou de vidro a uma pressão de 1.900 kg por polegada quadrada

(psi). O ar é alimentado através de um injector até ao motor, passando por

dentro de uma pequena câmara, que faz com que o ar se expanda através de

altas temperaturas. O ar empurra os pistões, dando força ao carro para se

mover.

Depósitos de ar fixados na parte inferior do carro podem abastece-lo durante

centenas de km, a uma velocidade máxima rondar 95 km/h, variando de carro

para carro. Quando o depósito estiver quase vazio, poderá ser reabastecido

numa bomba de ar: usando-se uma fonte eléctrica doméstica, o depósito de ar

comprimido levará cerca de quatro horas a ser reabastecido. Contudo, com

uma bomba de alta pressão é possível fazer uma recarga rápida em cerca de

três minutos.

Page 17: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

11

Observando esta solução numa perspectiva de vantagens e desvantagens,

temos a seu favor:

O carro não liberta poluentes para a atmosfera (no mínimo reduz as emissões

em relação ao motor de combustão interna).

A bateria usada é barata e não precisa de manutenção, para além de não

conter ácidos, ser reciclável e de longa duração.

Não são necessários combustíveis fósseis como fonte de energia. A sua

autonomia de várias centenas de km excede a de quase qualquer carro

existente hoje em dia. Numa estação de serviço, estes automóveis poderão ser

reabastecidos em cerca de três minutos e por um preço muito reduzido.

Em comparação com o híbrido já produzido em massa "Prius", considerado o

automóvel com as emissões de CO2 mais baixas no mercado, os automóveis a

ar comprimido serão capazes de reduzir essas mesmas emissões em cerca de

50%.

Por outro lado, os maiores obstáculos e entraves desta solução são:

O custo real do automóvel é indeterminado e ainda não foi testado no âmbito

da segurança por autoridades ou organizações credíveis.

A sua implantação obrigaria a uma reestruturação dos postos de

abastecimento uma vez que para além do combustível, também teríamos que

ter acesso ao ar comprimido para encher os depósitos de ar.

Quanto à energia utilizada, é mais eficiente armazenar a energia eléctrica,

usada para comprimir o ar em baterias e instalá-las nos automóveis como fonte

de energia, já que desta forma as perdas existentes na conversão de energia

serão reduzidas.

Page 18: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

12

Fig. 4 - Abastecimento dos depósitos de ar de um carro movido a ar comprimido [4]

Fig. 5 - Esquema do funcionamento de um motor movido apenas a ar. Neste caso não temos a opção da combustão interna [5]

Page 19: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

13

2.3 Turbina a Gás

As turbinas a gás são turbinas extremamente simples, apenas constituídas por

três partes (fig. 6): um compressor que comprime o ar de admissão por alta

pressão; uma câmara de combustão que queima o combustível e produz gás a

alta pressão e a alta velocidade; e uma turbina que extrai a mesma energia do

gás a alta pressão e a alta velocidade vindo da câmara de combustão.

Em todas as turbinas a gás modernas, o motor produz o seu próprio gás

pressurizado, através da combustão de substâncias como o gás propano, gás

natural, gás liquefeito de petróleo (GLP), querosene, óleo diesel ou até óleos

mais pesados. O calor gerado pela explosão do combustível expande o ar e o

deslocamento deste, a alta velocidade, faz mover a turbina.

Este motor pode ser uma alternativa aos motores de pistão, dado que

apresenta vantagens como: uma óptima relação peso/potência, se comparadas

a motor de combustão interna tradicional. Consequentemente, as turbinas a

gás são de tamanho bastante mais reduzido. No entanto, apresenta bastantes

desvantagens: quando comparado com motores de pistão do mesmo tamanho,

as turbinas são muito dispendiosas; atinge rotações e temperaturas de

operação muito elevadas; o projecto e a construção são bastante complexos; e

tendem a ter consumos de combustível muito altos quando se encontram em

marcha lenta.

Conclui-se então que produzir automóveis, movidos por meio de turbinas a gás,

não seria de todo uma boa opção: em primeiro lugar continuaríamos a ter um

motor de combustão interna, o que não é muito favorável para uma alternativa

ao motor convencional. Em segundo, para se fabricar turbinas a gás do mesmo

tamanho de um motor convencional seria necessário investir mais dinheiro pois

o projecto e a sua construção são muito mais complexos, e como as turbinas

atingem elevadas rotações e temperaturas teriam de ser feitas revisões ao

motor com mais frequência. Em terceiro lugar, há que pensar na questão dos

consumos de combustível, a maior parte dos condutores a nível mundial

conduz menos de 80Km por dia e grande parte deles passa por

engarrafamentos e filas de trânsito, e como se viu anteriormente as turbinas a

Page 20: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

14

gás quando se encontram em marcha lenta atingem consumos muito altos. As

turbinas a gás são, por isso, muito mais rentáveis e excelentes para veículos

como, aviões, navios, helicópteros, locomotivas ou tanques de guerra:

volumosas e pesadas máquinas que necessitam de uma grande quantidade de

energia para se moverem.

Fig. 6 – Esquema de um turbina a gás [6]

Fig. 7 - Turbina a gás GE série H, para geração eléctrica, de potência de 480 MW em ciclo combinado [7]

Page 21: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

15

2.4 Motor de Combustão Interna a Hidrogénio

Os motores de combustão interna a hidrogénio são iguais aos motores de

combustão interna a gasolina ou diesel com a diferença de que utiliza o

hidrogénio líquido como combustível. Este motor tem de sofrer certas

adaptações para conseguir um baixo ritmo de manutenção. Vários

componentes como vedante, tubos e mesmo os pistões do motor têm de sofrer

alterações na forma e nos materiais utilizados para suportar as baixas

temperaturas do hidrogénio líquido e para suportar o baixo poder lubrificante do

hidrogénio líquido quando comparado com a gasolina e o diesel.

A BMW foi a única marca que se empenhou no desenvolvimento de um motor

movido a hidrogénio, não com a configuração de células de hidrogénio (como

marcas concorrentes) mas utilizando um formato de motor já conhecido – o

motor de combustão interna.

Temos como exemplo prático o Hydrogen 7, o automóvel da BMW baseado no

seu modelo 7, com um motor bi-fuel, ou seja, suporta tanto a combustão de

hidrogénio como a combustão de gasolina. O facto de este motor ter a

capacidade de trabalhar a ambos os combustíveis oferece uma oportunidade

de utilização deste automóvel mesmo em locais onde não hajam postos de

abastecimento preparados para hidrogénio tornando o carro bastante versátil.

A transição entre os dois tipos de combustíveis pode ser feita através de um

botão apenas sem que o automóvel necessite de estar parado.

Mas, o que realmente é de notar neste automóvel é a construção do depósito

que têm de suportar temperaturas na ordem dos 250ºC negativos em ordem a

manter o hidrogénio na sua forma líquida, visto que é a forma mais segura de

armazenar e de manter o rendimento máximo do hidrogénio. No entanto, este

depósito só alberga 8 kg de hidrogénio líquido e este motor consome cerca de

4 kg de hidrogénio por cada 100 km. Assim, a autonomia do automóvel a

hidrogénio é ainda reduzida.

Embora o rendimento do hidrogénio líquido seja 3 vezes superior ao

rendimento da gasolina, o facto de não se poder armazenar grandes

Page 22: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

16

quantidades de hidrogénio líquido e o facto de a combustão do mesmo ser 10

vezes mais rápida que a combustão da gasolina faz com que ainda seja cedo

para se pensar neste tipo de motores como uma alternativa imediata aos

motores de combustão interna tradicionais embora existam versões

concepcionais de alguns veículos a hidrogénio a ultrapassaram os 300 km/h.

A segurança é um ponto fulcral a ter em conta no desenvolvimento de um carro

a hidrogénio e o facto de, embora o depósito seja extremamente bom no

isolamento térmico, as variações ínfimas de temperatura ou de pressão podem

pôr em risco o automóvel e aumentar a probabilidade de explosão. Assim, foi

incorporado no depósito válvulas especiais para deixarem sair hidrogénio

sempre que a pressão aumente dentro do depósito, evitando explosões ou

intoxicações.

Em termos de emissões, este tipo de motores são óptimos pois os únicos

gases emitidos são vapores de água (também emitem CO2 mas em

quantidades ínfimas).

Quanto às alterações de infra-estruturas, teriam de ser enormes pois os postos

de abastecimento actuais não suportam as dificeis condições necessárias para

o abastecimento de hidrogénio (temperaturas baixas e pressões muito altas).

Teriam de ser revistas os protocolos de segurança tendo em conta que o

hidrogénio é dificil de armazenar em segurança. Esta é uma das desvantagens

dos automóveis movidos a hidrogénio.

Fig. 8 - Motor V12 A hidrogénio e gasolina da BMW [8]

Page 23: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

17

2.5 Células de Combustível

Uma célula de combustível é uma célula electroquímica que produz energia

através de uma reacção química entre, neste caso, o hidrogénio e o oxigénio.

Como em qualquer bateria, têm de haver dois reagentes fornecidos do lado do

ânodo e do lado do cátodo da bateria, neste caso, o hidrogénio é fornecido do

lado do ânodo enquanto que o oxigénio é fornecido do lado do cátodo. Visto

que esta bateria têm fornecimento constante, não precisa de ser recarregada.

Este tipo de célula é composto por um ânodo e um cátodo separados por um

electrólito. O electrólito é coberto por uma fina película de platina que serve de

catalisador à reacção da separação dos protões do hidrogénio e dos electrões..

O hidrogénio entra do lado do ânodo e é separado em protões e electrões. Os

electrões são obrigados a passar por um circuito que faz trabalhar o motor

eléctrico do automóvel e as restantes componentes eléctricas do automóvel até

regressar ao cátodo onde se liga aos portões que passam na membrana

electrolítica polimérica (electrólito) e ao oxigénio formando água. O gás que

provêm desta reacção electroquíca é o vapor de água, o que torna esta

tecnologia uma tecnologia ambientalmente correcta.

O que distingue as várias células de combustível é o material que compõe o

electrólito no centro da célula, havendo variações no tipo de material mas não

na sua função.

Estas baterias de células são ainda bastante caras para um carro

economicamente viável, pois o uso da platina como catalisador e o uso de

electrólitos permeáveis a protões e impermeáveis a electrões fazem os preços

destas células disparar.

O que torna esta tecnologia verdadeiramente promissora é o facto de estas

células produzirem tanta energia como um motor de combustão interna

tradicional comparativamente ao tamanho de cada célula. No entanto, para

movimentar um carro, é preciso uma bateria com dezenas de células em série

para fornecer energia eléctrica que depois será conduzida para um motor

eléctrico mas, mesmo estas baterias, acabam por ser mais pequenas que um

Page 24: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

18

motor normal e de terem zero emissões poluentes. A energia proveniente desta

bateria, à semelhança das baterias normais, é energia eléctrica sob a forma de

uma corrente contínua. Por isso, normalmente utilizam-se motores de corrente

contínua sem escovas por necessitarem de muito pouca manutenção e

estarem preparados para este tipo de corrente eléctrica.

Estas baterias têm um rendimento aproximado de 50%. A restante energia é

convertida em calor. No entanto, estas baterias não costumam ultrapassar os

80ºC, portanto, os restantes materiais e componentes do carro não teriam de

suportar grandes temperaturas.

Em termos de infraestruturas, este tipo de veículos sofre dos mesmos

problemas dos veículos de combustão do hidrogénio. O verdadeiro problema

ambiental não se centra nas células movidas a hidrogénio mas sim no

processo de fabricação do hidrogénio.

Actualmente, grande parte do hidrogénio que se produz provem do metano que

é extraído nos poços de petróleo e, mesmo assim, requer bastante energia a

decompor o metano em moléculas de hidrogénio.

Existe também a possibilidade de retirar hidrogénio através da hidrólise da

água mas esse é um processo que requer grandes quantidades de energia,

baixando o rendimento energético final do hidrogénio para o nível do pior motor

de combustão interna a gasolina actual.

Fig. 9 - Esquema de um carro com um sistema de baterias a hidrogénio [9]

Page 25: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

19

3 Tendências Futuras

3.1 Desenvolvimento sustentado (energia e materiais)

A mecânica automóvel é muito antiga se considerarmos o primeiro motor de

combustão interna lançado em 1885 na Alemanha, contudo devido às

necessidades, ao avanço tecnológico e ambição do Homem, os motores e as

formas de energia foram evoluindo de uma forma não sustentável, contribuindo

para gastar quase na totalidade a fonte de energia mais evoluída e rentável até

ao dia, o petróleo.

Este por sua vez evolui de tal maneira que se tornou um recurso, sem o qual a

vida moderna, tal como a conhecemos, não seria possível, é uma das maiores

fontes de energia mundial, e é utilizado quer como combustível quer para gerar

electricidade.

Até esta altura as preocupações com o ambiente eram inexistentes o que levou

a uma grande poluição do solo, do ar e da agua (derrames, emissões de CO2)

o que por sua vez fez com que o Homem sentisse a necessidade de se

preocupar com o ambiente, reinventando numa perspectiva interactiva

sustentada a nível económico, ambiental e social, novas formas de energia,

que não poluem e são acessíveis.

Estas inovações aplicadas aos motores automóveis foram acompanhadas por

uma evolução dos materiais usados nestes, no seu interior e na carroçaria.

Fig. 10 - Esquema representativo das várias componentes do desenvolvimento sustentável [10]

Page 26: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

20

Energia

A necessidade de levar uma vida mais independente do petróleo, aliado ao

factor do seu esgotamento e à poluição, que permitisse ao Homem

movimentar-se rapidamente e de forma económica fez com que se utilizassem

novas fontes de energia renováveis, cuja mais valia reside no facto de estas

(energia eólica, solar, geotérmica, hidrogénio, biomassa, nuclear, entre

outras…) se regenerarem à escala da vida humana, pela imensa quantidade de

energia que contêm, e porque são capazes de se regenerar por meios naturais.

Como grande parte do petróleo era utilizado nos transportes a evolução da

indústria automóvel tem vindo a desenvolver automóveis que utilizem energia

mais limpa.

-Actualmente põe-se a possibilidade de o hidrogénio ser a energia do futuro, de

libertar o mundo da dependência do petróleo, embora ainda não seja uma

alternativa credível ao petróleo os grandes construtores automóveis mundiais

estão a investir em força no desenvolvimento de motores híbridos que

funcionam com combustíveis fosseis (gasolina, gasóleo ou gás natural) e

hidrogénio.

Ao nível da produção, o hidrogénio pode ser obtido através do petróleo (uma

solução que não evitaria a dependência do "ouro negro") ou da água,

separando os elementos que a compõem (hidrogénio e oxigénio) através de

uma corrente eléctrica (electrólise). Na armazenagem, para que o hidrogénio

mantenha o poder energético, é necessário conservá-lo a uma temperatura

negativa (- 253º).

Do ponto de vista energético, a pilha de combustível é mais eficiente do que os

derivados do petróleo. É um método mais limpo porque só emite vapor de água

e, sendo uma tecnologia electroquímica, não emite ruído.

Já do ponto de vista da capacidade energética, o hidrogénio ainda não está ao

nível do petróleo. Todos os dias desenvolvem-se pilhas mais pequenas e mais

densas, mas ainda não se podem comparar porque o motor de combustão

interna atingiu os seus limites e a pilha de combustível ainda está no seu início.

Page 27: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

21

-Os carros solares também podem vir a ser uma alternativa aos modelos

motorizados actuais pelo facto de estes converterem os raios solares em

energia eléctrica utilizável. Contudo a utilização da energia solar em serviços

de transporte ainda está longe de se tornar uma realidade devido às

dificuldades práticas que envolvem todo o processo, tanto que, a maioria

destes carros construídos ate hoje foram para corridas.

A produção do carro solar baseia-se no sistema eléctrico do veículo. O sistema

controla os fluxos de electricidade a partir de células foto voltaicas para as

baterias, para as rodas, e para os controlos. O motor eléctrico que move o

veículo é alimentado exclusivamente pela electricidade produzida pelas células

solares. As células solares, dependendo do número instalado no veículo,

podem produzir mais ou menos 1000 watts de potência a partir dos raios

solares. Para se ter uma ideia, 1000 watts é apenas electricidade suficiente

para alimentar um ferro eléctrico, ou mesmo uma torradeira.

Por esta razão conseguimos ver o porque de os carros solares ainda não

estarem em produção comercial. Actualmente, as células solares apenas

conseguem aproveitar 21% da energia solar que atinge a superfície, talvez

quando existirem painéis fotovoltaicos mais eficientes se possam vir a

comercializar estes automóveis.

-Também já existe um motor que é movido por uma tecnologia que utiliza única

e exclusivamente a energia magnética através de rotores e ímanes activados

pela proximidade e que geram tanta força quanto um motor de combustão e

mais força do que um motor eléctrico. Este motor não gera nenhum tipo de

poluente, visto que ele não utiliza uso de óleos, nem baterias para gerar

movimento. Trata-se de tecnologia de ponta, que está em fase de testes no

Japão.

Page 28: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

22

Materiais

A necessidade de tornar os carros mais eficientes, mais baratos e resistentes

passou também por avanço a nível dos materiais e nas suas aplicações.

Temos aí a nanotecnologia que exige processos e operações a nível molecular,

aumentando a capacidade de manipulação dos materiais, pelo que já hoje

todas as grandes montadoras desenvolvem pesquisas na área, com aplicações

que vão desde novos materiais – com estudos voltados para a melhoria dos

componentes e que abrangem materiais como metais, tintas, plásticos e vidros

– a sistemas de energia, inteligentes e nanoeletrônica. Um exemplo

interessante são os nanocompostos, que permitem a criação de películas

protetoras autoregenerativas nos automóveis, à prova de riscos na pintura e

poeira. Estas películas, além de serem mais finas, permitem maior duração da

pintura nas superfícies do carro, reduz os reparos por riscos e são mais leves

que as convencionais. As pesquisas com nanotecnologia também estão a ser

aplicadas para controlar as propriedades ópticas dos vidros e superfícies

transparentes, permitindo “sintonizar” as frequências da luz que se queira

permitir passar, tambem possuem uma fina camada de óxido de titânio impede

o acúmulo de água, poeira, bactérias e fungos, dispensando o uso do limpador.

Além da nanotecnologia, os materiais considerados tradicionais também

evoluem na aplicação. As preocupações com meio ambiente, sustentabilidade

e custos de desenvolvimento, bem como segurança e redução de peso, que

afetam o uso desses materiais como o aço, alumínio e os polímeros.

Então, diante de todos estes desenvolvimentos em materiais, podemos

vislumbrar um futuro com veículos mais leves, robustos, rápidos, seguros e

inteligentes, e ao mesmo tempo virtualmente não-poluidores.

Page 29: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

23

4 Conclusão

Terminado o relatório, podemos daqui concluir que, existem imensas

possibilades de escolha no que diz respeito a utilizar sistemas de propulsão

alternativos na propulsão automóvel. Num mundo em que cada vez precisamos

de pensar no ambiente, que se vai degradando, muito por culpa da poluição

provocada pelos veículos que conduzimos, pensar nestas alternativas é

imperativo. Apresentamos aqui cinco possíveis soluções, umas mais

exequíveis do que outras. No entanto, a grande conclusão que devemos tirar é

que cada uma delas se adequa melhor a diferentes situações. Por exemplo,

enquanto que a turbina a gás é uma péssima opção para os automóveis,

adaptando-se melhor a maquinas grandes e pesadas que precisem de uma

grande energia para se moverem, o motor eléctrico seria uma boa opção para

os carros se movimentarem dentro das cidades.

E surge a questão. De que forma se deve apostar nestas alternativas? Será

que devemos escolher uma e apostar nessa? Ou será mais sensato apostar

menos em cada uma mas em todas?

A nosso ver, a melhor opção seria apostar nestas soluções todas, uma vez que

todas elas têm os seus benefícios, e tentar conciliar o uso destas com o do

motor de combustão interna. É impossível apostar numa solução apenas e

tentar descartar o motor de combustão interna, dado que todas as condições

que existem actualmente foram projectadas para este tipo de motor, o que

significa que implicaria prejuízos enormes alterar as infraestruturas de

abastecimento completamente.

Assim a aposta nestas alternativas deve ser feita de um modo progressivo e

sustentado, para que seja possível ir reduzindo a dependência dos

combustíveis e de um único tipo de sistema de propulsão.

Page 30: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

24

5 Referências

Livros:

Machado, J.A. Tenreiro. Motores passo a passo – controlo e modos de

funcionamento. 1ª Edição. Porto: Publindustria: Edições Técnicas. ISBN: 972 –

95794 – 3 – 1. [1]

Almeida, Jason. 1995. Motores Eletricos – Manuntenção e Testes. 3ªEdição

Keljik, Jeff. Electric Motors and Motor Controls. 1ªEdição. Delmar Pub. ISBN:

1401898416

Sites da Internet:

http://en.wikipedia.org/wiki/Synchronous_motor - Outubro 2009 [2]

http://www.slideshare.net/cintiaestefania/motor-electrico - Outubro 2009 [3]

http://www.portalplanetasedna.com.ar/motor_electrico.htm - Outubro 2009 [4]

http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=0101700607

20 - Outubro 2009 [4]

http://en.wikipedia.org/wiki/Compressed-air_vehicle - Outubro 2009 [5]

http://en.wikipedia.org/wiki/Compressed_air_engine - Outubro 2009 [1]

http://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_C.C._sem_escovas - Outubro 2009 [1]

http://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_el%C3%A9trico#Motores_de_corrente_alterna

da - Outubro 2009 [1]

http://www.articleinspector.com/articles/452/1/Learn-Pros-And-Cons-About-The-All-Electric-Car/Page1.html and http://www.helium.com/items/1260520-electric-car - Outubro 2009 [1]

Page 31: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

25

http://www.ecocasa.org/mobilidade_content.php?id=56 - Outubro 2009 [1] http://www.gforum.tv/board/1050/178369/como-funcionam-turbinas-gas.html - Outubro 2009 [1] http://en.wikipedia.org/wiki/Magnetic_air_car - Outubro 2009 [1] http://www.ecohuddle.com/wiki/air-car-introduction - Outubro 2009 [1] http://carros.hsw.uol.com.br/carros-a-ar1.htm - Outubro 2009 [1] http://pt.wikipedia.org/wiki/Motor_el%C3%A9trico - Outubro 2009 [1] http://www.tuning.online.pt/carros/automoveis-hibridos.php - Outubro 2009 [1] http://en.wikipedia.org/wiki/Electric_motor - Outubro 2009 [1] http://inventors.about.com/library/inventors/blfaraday.htm - Outubro 2009 [1] http://www.solarbotics.net/starting/200111_dcmotor/200111_dcmotor.html - Outubro 2009 [1] http://inventors.about.com/library/weekly/aacarselectrica.htm - Outubro 2009 [1] http://www.time.com/time/business/article/0,8599,1871282,00.html - Outubro 2009 [1] Documentário : "Who Killed The Electric Car?" http://www.youtube.com/watch?v=nsJAlrYjGz8 - Outubro 2009 [1] http://inventors.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?site=http://sloan.stanford.edu/EVonline/welcome.htm - Outubro 2009 [1] http://inventors.about.com/gi/dynamic/offsite.htm?site=http://www.didik.com/ev_hist.htm - Outubro 2009 [1] http://en.wikipedia.org/wiki/Compressed_air_vehicle#History - Outubro 2009 [1] http://www.aircaraccess.com/history.htm - Outubro 2009 [1] http://freeenergynews.com/Directory/CompressedAir/index.html - Outubro 2009 [1] http://www.clearleadinc.com/autos/air-power.html - Outubro 2009 [1] http://www.aircarfactories.com/air-cars/compressed-air-history.html - Outubro

Page 32: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

26

2009 [1]

http://www.maisenergias.com/carro-solar/ - Outubro 2009

http://quatrorodas.abril.com.br/reportagens/novastecnologias/nanotecnologia-

vai-invadir-seu-carro-473922.shtml - Outubro 2009

http://www.baudorock.com/motor-movido-a-energia-magnetica-sem-nenhuma-

poluicao - Outubro 2009

http://www.maisenergias.com/carro-solar/ - Outubro 2009

Imagens:

1. http://www.memagazine.org/backissues/membersonly/dec03/features/motor

schl/32.jpg - Outubro 2009

2. http://www.rcslot.com/blog/wp-content/uploads/2007/05/motor-callouts.jpg -

Outubro 2009

3. http://www.daviddarling.info/images/electric_motor.jpg - Outubro 2009

4. http://www.landrover4hobby.com/phpBB/viewtopic.php?p=30410&sid=ddfc1

509b08076628fdcc4d571fd2c7c

5. www.greencar.com/.../trends-air-powered-cars.php

6. http://www.josematias.pt/esquemasElectrotecnia2.htm - Outubro 2009

7. http://pt.wikipedia.org/wiki/Turbina_a_g%C3%A1s - Outubro 2009

8. http://www.hydrogencarsnow.com/images/BMW/bmw-hydrogen-engine.jpg -

Outubro 2009

9. http://www.dana.com/news/image_library/images/24-fuel_cell_composite.jpg

- Outubro 2009

10. http://www.pgopen.com.br/wp-

content/uploads/2009/06/desenvolvimento_sustentavel.jpg - Outubro 2009

Page 33: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

FEUP Projecto FEUP

27

6 Anexos

1. Esquema dos vários tipos de Motores Eléctricos

Page 34: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

Anexo 1

Page 35: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste

SS II SS TT EE MM AA SS DD EE PP RR OO PP UU LL SS ÃÃ OO AA UU TT OO MM ÓÓ VV EE LL

MM OO TT OO RR EE LL EE CC TT RR II CC OO EE SS II SS TT EE MM AA SS

AA LLTT EE RR NN AATT II VV OO SS DD EE PP RR OO PP UU LL SS ÃÃ OO AA UU TT OO MM OO VV EE LL

Grupo MMM 502

FEUP

Outubro de 2009

Page 36: Sistemas de Propulsão Automóvel - paginas.fe.up.ptprojfeup/cd_2009_10/relatorios/R502.pdf · energia para assim permitir o desenvolvimento sustentável da tecnologia. Assim, neste