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Gênero Neisseria Prof. Adjunto Ary Fernandes Junior Departamento de Microbiologia e Imunologia Instituto de Biociências - UNESP Distrito de Rubião Júnior s/n CEP 18618-000/ Botucatu/ SP /Brasil Tel. 14 3880.0412 [email protected]

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Gênero NeisseriaProf. Adjunto Ary Fernandes Junior

Departamento de Microbiologia e Imunologia

Instituto de Biociências - UNESP

Distrito de Rubião Júnior s/n

CEP 18618-000/ Botucatu/ SP /Brasil

Tel. 14 3880.0412

[email protected]

Neisseria

Em homenagem a Albert

Ludwig Sigesmund

Neisser que no ano de

1879 descreveu o micro-

organismo responsável

pela gonorréia

1855-1916

Família Neisseriaceae

Neisseria (29 espécies), Kingella,

Eikenella, Simonsiella e Alysiella)

Neisseria gonorrhoeae (gonococo)

(sempre considerado patógeno),

Neisseria meningitidis (meningococo)

(coloniza orofaringe de indivíduos saudáveis)

(70% de homologia do DNA)

(N. lactamica, N. sicca, N. subflava, N. mucosa, N. flavescens,

N. cinerea)

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Diplococos Gram negativos (0,6-1,0 µm de Ø)

Imóveis, Não esporulados

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Maioria catalase positiva

(ambas patogênicas são)

Oxidase positiva (IDENTIFICAÇÃO)

Fimbrias (N.gonorrhoeae)

Cápsula (N. meningitidis)

Aeróbios (crescem melhor com 5 a 10% de CO2)

(Método da vela acesa no isolamento primário

Microaerofilia) e obter tensão de CO2 na atmosfera

de cultivo

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Microrganismos fastidiosos

(os não patogênicos saprófitas crescem em agar

nutriente)

Não resistem ao ressecamento e baixas

temperaturas

Diagnóstico - cuidados com a coleta e transporte

CARACTERÍSTICAS GERAIS

Metabolismo oxidativo (ácido)

CARACTERÍSTICAS GERAIS

MEIOS DE CULTURA

Agar Chocolate (material tipo líquor,

sangue) (Normalmente cultura pura)

Agar Thayer-Martin

Vancomicina (G+), Polimixina (G-), Nistatina

(Fungos)

Temperatura: 35-37 graus Celsius

Espécies não patogênicas crescem em agar

nutriente entre 35 e 37oC

Neisseria gonorrhoeae

Por A (18 sorotipos),

Por B (28 sorotipos)

Fimbria- Pilina

(17 a 21 kDa)

Epiteliais e a

fagócitos –(20 a 28

kDa). Associada à

doença clínica

(Reduction-modifiable

protein) (30-31 kDa).

Associa-se a Por na

formação de poros na

superfície celular.

Cliva e inativa

imunoglobulina de

mucosas

Efeito tóxico e mimetiza

estruturas da membrana

celular.

FATORES DE VIRULÊNCIAPili (tipo IV)= Fimbrias (17 a 21 Kda)

O primeiro estágio na patogênese da N. gonorrohoeae

consiste na aderência da bactéria às microvilosidades do

epitélio colunar não ciliada

(complexo gênico pil)

(Adesina e

contribui para

diversidade

gênica)

PiliVariação de Fase e Variação Antigênica

Expressão gênica do tipo

on/off (determinado gene

ora é expresso, ora é

reprimido)

Variações na sequência do

gene que provocam mudanças

dos aminoácidos que

compõem a proteína

codificada pelo gene.

Diversidade imunogênica Raramente imunidade protetora

(vacina) e caráter recorrente da doença

LOS Efeito tóxico

Mimetismo Molecular: Glicoesfingolipídeos das membranas celulares humanas

LOS: Intensa resposta inflamatória, ativação do

complemento, produção de TNF

FATORES DE VIRULÊNCIA

PROTEÍNA I ou Por

PorA (N. meningitidis)

PorB é expressa por todas as cepas em duas

classes antigenicamnete distintas: PIA e PIB

(diferentes sorotipos)

Impede a morte intracelular (impede

fusão fagolisossoma dentro dos

fagócitos

FATORES DE VIRULÊNCIA

Proteína II ou Opa: proteínas de

opacidade ligação íntima ao epitélio e aos

fagócitos

Opa + Colônias

opacas

(doenças

localizadas)

endocervicite,

uretrite,

faringite,

prostatite

Opa –Colônias

transparentes

(doenças

disseminadas)

Doença

Inflamatória

Pélvica

Artrite

Variação de

fase

FATORES DE VIRULÊNCIA

PROTEÍNA Rmp (Proteína III) - Proteínas

Modificadas por Redução

Estimulam anticorpos que bloqueiam a

atividade bactericida do soro

Protegem outros antígenos da superfície celular

(proteína Por, LOS) de anticorpos bactericida do

soro.

FATORES DE VIRULÊNCIA

IgA1-protease: Papel desconhecido

na virulencia.

Proteína ligadora da transferrina

Tbp1 e Tbp2

Proteína ligadora de lactoferrina

Lbp (proteína ligadora de lactoferrina)

FATORES DE VIRULÊNCIA

PATOGENICIDADE

Uretrite (gonorréia), Cervicite, Salpingite

ou outras doenças inflamatórias pélvicas

Proctite

Bacteremia

Artrite

Faringite

Conjuntivite

Epididimite

Prostatite

Abscessos periuretrais

TRANSMISSÃO: Contato sexual

Maior Incidência: 15 a 24 anos de idade

Possibilidade adquirir com somente uma

exposição: mulheres (50%), homens (20%)

PATOGENICIDADE

Oftalmia gonocóccica

Neonatal

Artrite purulenta gonocócica

(caso de gonococcemia)

DIAGNÓSTICO

Coloração de Gram: Homens com uretrite

purulenta, artrite purulenta

Cultura: Ágar Chocolate, Meio de Thayer-Martin-

(5% CO2 e atmosfera úmida)

Sensíveis ao ressecamento e temperaturas frias

Identificação:

Diplococos Gram-negativos

Oxidase positivo

Glicose (+), Maltose(-), Sacarose (-)

N. gonorrhoeae em Thayer-Martin

Colônias mucóides,

convexas,

Elevadas e brilhantes,

com 1 a 5 mm de Ø

(-)(+) (-)

TRATAMENTO

Penicilina G

Cefalosporinas

Quinolonas

FALTA DE IMUNIDADE PROTETORA

A proteína pilina possuem uma região conservada na

extremidade aminoterminal e uma região altamente

variável na extremidade carboxiterminal

INFECÇÕES MÚLTIPLAS EM INDÍVIDUOS

SEXUALMENTE PROMÍSCUOS

Neisseria meningitidis

CLASSIFICAÇÃO

Subdividida em sorogruposCápsula de

polissacarídeo (gonococo não possui)

13 sorogrupos (A, B, C, D, H, I, K, L, w-135, X, Y, Z, 29E)

Mais frequentes: A, B, C, Y e W135

Diferenças nas proteínas e LOS: Sorotipos

FATORES DE VIRULÊNCIA

Fímbrias (não formam tipos distintos)

Cápsula

Podem evitar a morte intracelular quando

fagocitados

LOS – endotoxina (efeitos tóxicos na

doença meningocócica)

PATOGENICIDADE Meningite meningocócica (complicação

mais comum)

Meningococcemia (septicemia)

(colapso circulatório com CID e

hemorragias petéquiais)

(síndrome Waterhouse-Friderichsen –

insuficiência aguda da supra-renal)

Pneumonia

Artrite

Uretrite

síndrome Waterhouse-Friderichsen

LESÕES CUTÂNEAS EM PACIENTE COM

MENINGOCOCCEMIA

LESÕES CUTÂNEAS EM PACIENTE COM

MENINGOCOCCEMIA

PATOGENICIDADE

PROGNÓSTICO

Se as bactérias são capazes de colonizar a

nasofaringe

Se anticorpos grupo específicos e sorotipo

específico estão presentes

Se ocorre disseminação sistêmica

Se os efeitos tóxicos do LOS são

aparentes - lesão vascular

EPIDEMIOLOGIA

Homem é o único hospedeiro natural

Transmissão: pessoa a pessoa (secreções do trato

respiratório nasofaringe porta de entrada)

Incidência maior em crianças < 5 anos, pacientes com

deficiência dos componentes C5, C6, C7 ou C8 do

sistema complemento.

Meningite e Meningococcemia mais comumente

causadas: Sorogrupos B e C

Pneumonia: Sorogrupos Y e W135

Sorogrupo A: Doenças nos países subdesenvolvidos

Doença é mais comum nos meses secos e frios do

ano.

DIAGNÓSTICO

Coloração de Gram: Líquido cefalorraquidiano,

material de petéquias (não colocar na geladeira

até semeadura)

Identificação: Diplococos Gram negativos

Oxidade positiva

Glicose (+), Maltose (+), Sacarose (-)

Cultura: Agar Chocolate (5% CO2 a 37oC);

Tayer-Martin (amostra de nasofaringe)

TRATAMENTO

Penicilina G (fármaco de escolha)

Cloranfenicol, Cefalosporina,

Resistência cromossômica as sulfas

PROFILAXIA

Quimioprofilaxia quando contatos: rifampicina

ou sulfonamidas

Imunoprofilaxia: Vacinas para os sorogrupos A,

C, Y e W135 para crianças com idade acima de

2 anos