“Tira o pé da mangueira, São Pedro”

Charge sobre o problema da escassez de água

Everton de Castro MarquesORIENTAÇÃO: Laene Mucci Daniel

CO-AUTORRobson Evangelista dos Santos Filho

• O Expresso é um jornal-mural destinado aos usuários do transporte coletivo de Viçosa – MG. Produzido por estudantes do curso de Comunicação Social – Jornalismo, da Universidade Federal de Viçosa, numa realização do Departamento de Comunicação Social e com o apoio do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, o jornal objetiva ser um veículo de comunicação gratuito que forneça informação e entretenimento aos passageiros.

• O jornal-mural existe desde agosto de 2011, possui uma tiragem atual de 80 exemplares mensais, sendo 50 afixados nos ônibus e os 30 restantes distribuídos pelos pontos de ônibus da cidade, e alcança um público de, aproximadamente, 8500 pessoas por dia, de acordo com informações do professor Tancredo Almada Cruz, diretor da ONG Census Viçosa. .

O Expresso

Cinco seções fazem parte da estrutura do jornal, algumas fixas e outras que se revezam entre as edições. São elas: • Perfil, que conta histórias de pessoas comuns e anônimas da cidade, aquelas

que raramente são pautadas como notícia, sendo, portanto, negligenciadas pela mídia local;

• Prestação de serviço, matéria que traz informações úteis ao dia a dia dos cidadãos;

• Da Janela, seção fotográfica que apresenta fotos de pontos e lugares de bairros diversos da cidade, tiradas de dentro dos ônibus durante os seus percursos;

• Papo Passageiro, quadro que traz depoimentos de passageiros sobre suas histórias de vida, colhidos no curto tempo em que os repórteres têm para conversar com eles durante os trajetos;

• No Balanço do Busão, no qual há ilustrações de situações vivenciadas cotidianamente pelos usuários de ônibus e de temas de matérias publicadas na edição

O Expresso

• Esta última seção é a que mais se destaca no jornal e é privilegiada na diagramação, ocupando maior espaço em detrimento dos texto pelos seguintes motivos:o Resolver o problema da dificuldade em se realizar a leitura nos ônibus, o Pela distância entre os passageiros e o jornal o Pelo pouco tempo que eles têm para visualizar a publicaçãoo Para atender a pedidos dos usuários, que, quando consultados, se mostraram mais

interessados pelas imagens do que pelos textos.

• Numa pesquisa realizada pela equipe do projeto sobre o conteúdo do jornal, em 2013, foi constada a preferência pelas ilustrações.

• Das 100 pessoas entrevistadas, 42 disseram que gostavam de ver as charges e as tirinhas. • Estas ilustrações se constituírem como uma comunicação imediata, um recurso gráfico e

visual percebido até por quem não saber ler, atendendo, assim, a um dos objetivos d’O Expresso: Levar informação e entretenimento às pessoas que não têm acesso a jornais e ao diversificado público-alvo do veículo, que inclui crianças, idosos e analfabetos.

O Expresso

• A charge “Tira o pé da mangueira, São Pedro”, publicada na edição de nº 16, ano 3, referente ao mês de outubro de 2014.

• A charge em questão traz como tema a ausência de chuvas, no período em que o Brasil sofreu pela falta de água e, mais precisamente, em que a cidade de Viçosa – MG passava por uma crise de escassez hídrica e já havia implantado o racionamento.

A Charge

O desenho no impresso:• Comic• Tirinha• Cartum• Caricatura• Charge

Mas o que é uma charge?

Comic

Tirinha

Cartum

Caricatura

Charge

• A falta de água foi um problema pelo qual passaram, em 2014, moradores de diversas cidades do Brasil, dentre elas Viçosa, na região da Zona da Mata mineira.

• A falta de chuva desde dezembro de 2013 comprometeu o nível do reservatório (localizado no campus da Universidade Federal de Viçosa), que capta água do Ribeirão São Bartolomeu e abastece a Estação de Tratamento de Água I (ETA I), responsável pelo fornecimento para cerca de 55% do município.

• Em fevereiro de 2014 foi decretado estado de alerta e, em agosto, para tentar aumentar a capacidade de armazenamento, dois novos reservatórios passaram a funcionar.

Crise Hídrica

• Em outubro o problema atingiu seu ápice em Viçosa: foi decretado estado de emergência e diversas restrições foram impostas para o uso da água potável. A partir daí o abastecimento na cidade passou a funcionar em escala de racionamento e passou a ser utilizado o volume morto da represa

• Além da falta de chuvas, o problema de abastecimento na cidade também foi agravado pela irresponsabilidade de algumas pessoas. A partir disso, foram bastante divulgadas à população medidas para reduzir o consumo e campanhas de conscientização do uso racional da água. O SAAE também passou a multar as pessoas que fossem flagradas desperdiçando água com lavagem de carros e calçadas.

Crise Hídrica

• A charge “Tira o pé da mangueira, São Pedro” foi uma forma de alertar a população sobre a falta de chuvas e como esse problema, aliado ao uso irracional da água, comprometeu o abastecimento na cidade.

• A charge foi escolhida para acompanhar e ilustrar a matéria de prestação de serviços, que fala sobre as multas e a fiscalização realizada pelo SAAE em Viçosa, para poder tratar da situação de modo diferenciado.

• De acordo com Souza e Drigo (2006) por meio da Charge, pode-se expor os problemas de forma pictória e diferente, conscientizando e retratando a realidade. Conforme já mencionado, as charges facilitam a leitura para os diversificados tipos de passageiros do ônibus, são as que mais atraem a atenção deles e constituem o espaço de maior destaque no jornal

A ideia

• Vale ressaltar, então, que a charge se enquadra na categoria de infotenimento, uma vez que fornece ao público um conteúdo atual e importante, apresentado de forma que, além de o instruir sobre a relevância do fato e ser útil a ele, também o entretém.

• Dessa forma, com a charge e com os seus demais quadros, O Expresso pretende cumprir as funções jornalísticas de educação e entretenimento.

Infotenimento

• O jornalismo praticado em nosso jornal-mural foca-se na ludicidade por entender que a maioria dos usuários de ônibus está a caminho do trabalho ou da escola e pode, nesse trajeto, utilizar a publicação da mesma forma da sugerida por Beltrão (2006): como um meio de fugir das preocupações do cotidiano, uma pausa na rotina e um preenchimento de lazeres juntamente com a vital atividade de informar-se.

Infotenimento

1. O processo de produção da charge “Tira o pé da mangueira, São Pedro” teve como ponto de partida a reunião de pauta do jornal O Expresso, que acontece semanalmente entre a equipe do projeto.

2. Foi decidida como pauta para a seção de prestação de serviço uma matéria que abordasse a questão crítica da água em Viçosa e informasse sobre as multas aplicadas pelo SAAE e sobre as formas de ajudá-lo a fiscalizar e denunciar.

3. Na sequência, a equipe decidiu que deveria ser feita uma charge para ilustrar e acompanhar tal matéria

Da pauta pro papel

4. Então definido o tema, o ilustrador Everton Marques (que assina seus trabalhos como Mamãe), criou o desenho da charge numa folha de papel branco A4.

5. O rascunho foi feito a lápis e o contorno foi feito com o uso de uma caneta nanquim descartável preta 0,3.

6. Em seguida, foram feitos o preenchimento e a textura do desenho com lápis de cor.

#COMOFAZ

Materiais de trabalho

Charge Bruta

• Após isso, a charge foi escaneada para o computador, gerando um arquivo de imagem que foi cortado no programa PhotoShop.

Do papel pro computador

Photoshopando

Do computador de volta pro papel

• E, por fim, a charge foi incorporada à 16ª edição d’O Expresso, diagramada pelo programa Adobe InDesign CS6 e impressa na Gráfica da UFV

Do papel pro busão

• É comprovado pelo público-alvo d’O Expresso. As charges e demais ilustrações publicadas no jornal-mural atraem os olhares dos usuários de ônibus durante os trajetos e enquanto esperam pelas conduções nos pontos da cidade, por diversos motivos:– O interesse e preferência – A apresentação feita de modo a facilitar a compreensão do público-alvo diversificado – A visibilidade mesmo que a uma distância maior.

• As charges são atrativas também por abordar temas de conhecimento desse público-alvo e por retratar estes temas de uma forma que dialoga informação e entretenimento, ao se utilizar da crítica e da comédia, exercitando o infotenimento.

• A charge “Tira o pé da mangueira, São Pedro”, especificamente, levou para a população de Viçosa – MG a situação da falta de chuvas enfrentada na cidade e que, na ilustração, foi retratada humoristicamente pela figura do São Pedro “segurando” a água. Com isso, conseguiu instigar o seu público-alvo a refletir sobre o problema da escassez de água, acarretado pela falta de chuva e pelo uso irracional da água, conscientizando-o, dessa forma, a evitar o desperdício.

Porque é legal

• A publicação teve bastante repercussão na cidade, o que pôde ser comprovado pelo fato de um passageiro e leitor d’O Expresso ter fotografado a parte do jornal que contém a charge e postado a imagem em seu instagram

Repercursão

“ajuda aí amigo”

AMARAL, Luiz. Técnica de jornal e periódico. Rio de Janeiro, 2001. BELTRÃO, Luiz. Teoria e prática do jornalismo. Adamantina: Omnia, 2006. DEJAVITE, Fabia Angélica. INFOtenimento: Informação + entretenimento no jornalismo. São Paulo: Paulinas, 2006. 124 p. (Coleção Pastoral da Comunicação: teoria e prática). DEJAVITE, Fabia Angélica. A evolução do jornalismo de infotenimento do jornal diário. Revista Mackenzie Educação, Arte e História da Cultura, ano 3/4, n. 3/4, p. 125-134, 2003/2004. MELO, José Marques de. Jornalismo opinativo: gêneros opinativos no jornalismo brasileiro. São Paulo: Mantiqueira, 2003. NERY, João Elias. Charge e caricatura na construção de imagens públicas. 1998. Tese (Doutorado em Comunicação e Semiótica) – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 1998. OLIVEIRA, N. A.; ALMEIDA, L. M. Gêneros jornalísticos opinativos de humor: caricaturas e charges. Revista Janus, v. 3, n. 4, p. 76-91, segundo semestre de 2006. ROMUALDO, Edson Carlos. Charge jornalística: intertextualidade e polifonia: um estudo de charges da Folha de São Paulo/ Edson Carlos Romualdo. Maringá: Eduem, 2000. SOUZA, L; DRIGO, M. O. 2006. A charge política jornalística como processo sígnico. Verso e reverso: revista da comunicação, v. 20, n. 43, 2006, Cidade de São Leopoldo, Rio Grande do Sul.

Referências Bibliográficas

OBRIGADO!Everton de Castro Marques

(Mamãe)ORIENTAÇÃO: Laene Mucci Daniel

E-MAIL: evermae@gmail.com