12
Informativo 07, fevereiro de 2015

S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Informativo n. 7, edição de fevereiro de 2015 do escritório Schaun & Monks Advogados

Citation preview

Page 1: S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

Informativo 07, fevereiro de 2015

Page 2: S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

RIO GRANDE DO SUL

Rua Marechal Deodoro, 1.400, sala 131 - Ed. Dr. Ary Signorini96020-220 Pelotas, RSTel.: + 55 (53) 3305-0432

Facebook/schaunmonksadv

Twitter@sm_advogados

[email protected]

© 2014 Schaun & Monks Advogados. Todos os direitos reservados

www.schaumonksadv.com

Page 3: S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

INFORMATIVO N. 7, FEVEREIRO DE 2015

ÍNDICE

ArtigosRepercussão dos valores do IPTU pelotense

NotíciasISS incide em município onde serviço é contratado, decideSTJ

Defasagem na tabela do IR pode chegar a 75,43% nofim de 2015, mostra sindicato

Tela TRF4: transmissões dos julgamentos pela internet com vídeos no eproc

Empresa em recuperação judicial pode concorrer em licitação

Empresa tem que devolver ao INSS valores gastos comtrabalhador acidentado

Decisões reduzem valor a ser pago de contribuição previdenciária

Sócio com 0,12% de capital não é responsável por dívida integral de empresa

1

2

3

4

5

6

7

8

Page 4: S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

INFORMATIVO N. 7, FEVEREIRO DE 2015

ARTIGO

Repercussão dos valores do IPTUpelotense

Indignação é o sentimento da vez sobre o reajuste dos valores do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU). As manifestações comparando os valores recolhidos anteriormente com os atuais demonstram como o contribuinte fora surpreendido pelo reajuste, não raro considerado exagerado e fora da realidade econômica da localidade dos imóveis. O debate vem sendo travado há algum tempo, repercutindo com força na imprensa as muitas divergências sobre a nova lei.

Primeiramente, não devemos nos abismar com a amplitude alcançada pelo debate na Câmara de Vereadores. Deveríamos, sim, incentivar tal forma de legislar, pois é essa a maneira mais correta e democrática de conduzir as pautas públicas. Decisões assim tomadas refletem com maior precisão a vontade do eleitor – justamente a que deve prevalecer, como verdadeiros represen-tados que somos. Se seu representante político, seja do Poder Legislativo ou do Executivo, não atende aos seus anseios, resta registrar a lembrança para ser considerada nas próximas eleições.

Retornando ao IPTU, entendemos que, embora haja violação à anterioridade nonagesimal – dever do Estado de instituir tributos com antecedência mínima de 90 dias do exercício finan-ceiro seguinte, de modo a não surpreender o contribuinte, situação familiar à atual – há que se ter cuidado nesse questiona-mento, pois, se assim se constatar, as alíquotas atuais, que são menores que as anteriores, serão revogadas. Por conseguinte, haverá incidência de alíquotas maiores, agora sobre uma base de cálculo maior, resultando num aumento ainda mais agressivo do que o apurado.

Ainda, há possibilidade de questionamento dos critérios adota-dos para a formação da Planta Genérica de Valores, se refletirem preços demasiadamente excessivos que venham a transbordar

da realidade do mercado imobiliário. Se a justificativa para o aumento é a defasagem da antiga planta, então o valor venal dos imóveis, como concebido pela nova lei, deve estar tão perto quanto possível do praticado atualmente no mercado.

Pensamos que melhor teria sido a criação de um método que aumentasse progressivamente os valores a serem reajustados, até que se chegasse no patamar desejado, de modo a não onerar, excessivamente e de surpresa, o contribuinte. Isso sim, acredito, lhe garantiria justiça fiscal e previsibilidade do ônus que terá que arcar, ao mesmo tempo que lhe oportunizaria reorganizar suas finanças para cumprir suas obrigações tributárias. Mesmo tendo sido árduo o trabalho para que pudesse dar esse passo, é importante que o Executivo também dê meios ao contribuinte para acompanhá-lo.

O que faz sentido, pelo menos em tese, é pensarmos em um valor que nos mantenha livres da taxa de coleta de lixo (TCL) por enquanto, e esse pensamento ocorreu ao Executivo, que deve ser parabenizado. Para se ter uma noção, em Porto Alegre a TCL, em imóveis residenciais de 50 a 400m², varia de R$ 52,70 a até R$ 458,87, tudo cobrado juntamente com o IPTU no final de cada ano. Mais um ônus, nesse momento delicado em que Pelotas aprende a pensar como cidade grande que é, não seria interessante.

Problemas sentidos com frequência são de imóveis que sofre-ram aumentos que vão de 500 a 1000%. Realmente, se assim for, pura e simplesmente, pensamos estar havendo distorções no modo de aferição dos valores venais dos imóveis, passível de questionamento. Entretanto, sentimos que muitos não observam o quanto o local de seu imóvel foi valorizado. Exemplos bem conhecidos são os terrenos nos bairros Recanto de Portugal e Laranjal, com alterações de preço muito significativas no passar de poucos anos. Sobre isso, deve o leitor fazer uma pequena ponderação e verificar se realmente está sendo injustiçado na majoração do IPTU.

Mais um retrato da guerra fiscal, os municípios devem estar

1

Page 5: S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

INFORMATIVO N. 7, FEVEREIRO DE 2015

2

adequadamente preparados se quiserem captar receita com eficiência, e é aí que o Fisco Municipal ganha força e compreen-de a importância de se estruturar. A receita municipal é obtida pela cobrança do ISSQN, do IPTU, do ITBI, do ITR (sob deter-minada circunstância), e de algumas cotas advindas das regras constitucionais de repartição de receitas. Embora pareça muito, demanda do Executivo uma boa gestão para o seu melhor aproveitamento, que, lembremos, custeia as demandas locais. Essa a razão pela qual o Município tenta aprimorar a legislação de um dos impostos que lhe gera receita.

Ainda sim, por melhor que seja o objetivo, o Direito deve ser respeitado com imparcialidade, digno de um Estado republicano onde a justiça fiscal é levada à sério e o contribuinte tributado na medida do necessário a custear o funcionamento da máquina estatal. Ilegalidades devem ser rejeitadas e somente se manifes-tando e procurando conhecimento é que o contribuinte poderá se insurgir com força contra tais episódios.

NOTÍCIAS

ISS incide em município onde serviço écontratado, decide STJ

O questionamento acerca do município competente para recolher o Imposto Sobre Serviço (ISS) acaba de ganhar uma nova interpretação do Superior Tribunal de Justiça. Ao analisar um recurso proposto por um laboratório para que a tributação continuasse a ocorrer em Recife, onde encontra-se a unidade que faz a análise de todo o material biológico coletado pelas filiais da empresa em outras cidades pernambucanas, a 1ª Turma da corte bateu o martelo: a incidência deve ocorrer onde o consumidor contratou o serviço.

No Recurso Especial 1.439.753/PE, o laboratório Gilson Cidrim defendeu que a coleta do material biológico constitui-se uma atividade meio. A atividade fim — ou seja, a análise do material biológico dos pacientes — acontece em Recife. Por isso, a tributação deveria ocorrer na capital pernambucana. Mas por maioria de votos, a 1ª Turma não aceitou o argumento e autori-zou a cobrança pelo fisco de Jaboatão dos Guararapes, o que a empresa tentava evitar.

Em um primeiro olhar, a decisão parece conflitar com a jurispru-dência do próprio STJ, explicou à ConJur o advogado Rafael Capaz Goulart, do escritório Abreu Faria, Goulart & Santos. Em maio do ano passado, a 1ª Seção da Corte publicou um acordão proferido no julgamento do Recurso Especial 1.060.210/SC, que tratava da incidência do ISS nos casos de arrendamento mercantil (leasing).

“Naquela ocasião, os ministros entenderam que a tributação era devida ao município onde se encontrava o estabelecimento da empresa que analisou, aprovou e concedeu o crédito para a aquisição do bem”, explicou o advogado, destacando que o caso do laboratório é diferente e que a decisão da 1ª Turma não aponta uma mudança na jurisprudência, mas apenas uma nova hipótese sobre a complicada matéria acerca da incidência do ISS.

Isso é confirmado no voto do ministro Benedito Gonçalves, responsável por lavrar o acórdão do recurso proposto pelo laboratório. Ele seguiu o relator, ministro Arnaldo Esteves Lima, que escreveu: “se o contribuinte colhe material do cliente em unidade situada em determinado município e realiza a análi-se clínica em outro, o ISS é devido ao primeiro município, em que foi estabelecida a relação jurídico-tributária, e incide sobre a totalidade do preço do serviço pago”.

Benedito Gonçalves complementou o relator ao explicar as diferenças entre o caso do leasing e do laboratório. “A empresa que comercializa o bem desejado não constituiu unidade econô-mica ou profissional da empresa arrendadora uma vez que o

David M. MonksAdvogado, sócio do escritório Schaun & Monks [email protected]

Page 6: S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

INFORMATIVO N. 7, FEVEREIRO DE 2015

consumidor somente se dirige a empresa vendedora (uma concessionária nesse caso), para indicar à instituição financeira a res que deverá ser adquirida e disponibilizada", escreveu sobre o Resp 1.060.210/SC.

Sobre o recurso do laboratório, ele ponderou: "O caso dos autos é absolutamente diferente. A empresa contribuinte, a despeito de manter seu laboratório na cidade do Recife, estabeleceu unidade econômica e profissional no município de Jaboatão dos Guara-rapes com escopo de disponibilizar os seus serviços de análises clínicas para as pessoas daquela localidade. Digo que esse tipo de estabelecimento constitui unidade econômica porque é la onde usualmente contrata-se o serviço, providencia-se o pagamento e encerra-se a avença, com a entrega do laudo técni-co solicitado pelo consumidor. Também revela-se como unidade profissional, uma vez que nesse lugar dá-se a coleta do material biológico, os qual exige conhecimento técnico para a extração, o acondicionamento e o transporte até o laboratório. Por fim, consoante já assentado pelo eminente relator, é também nessa unidade que se perfectibiliza o serviço contratado com a entrega do laudo técnico solicitado pelo consumidor".

Por maioria, o recurso do laboratório de análises clinicas foi julgado improcedente. Ficaram vencidos os ministros Sérgio Kukina, que abriu a divergência, e Napoleão Nunes Maia Filho, relator do caso do ISS sobre operações de leasing, relembrado no julgamento.

Fonte: Consultor Jurídico

Defasagem na tabela do IR pode chegar a75,43% no fim de 2015, mostra sindicato

Estudo do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco Nacional) mostra que a defasagem na tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) pode chegar ao final de 2015 em 75,43%. Para chegar ao percentual, o sindicato levou em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consu-

midor Amplo (IPCA) em 6,79% e a não correção da tabela.

No Ministério da Fazenda, evita-se falar na correção da tabela. No último dia 13, ao ser perguntado sobre assunto, em um encontro com os jornalistas que fazem a cobertura diária do setor, o próprio ministro Joaquim Levy, não sinalizou se haverá mudanças. “Em relação ao Imposto de Renda, não sei o que dizer”, respondeu. O assunto voltou a ser discutido com a Medida Provisória 656/2014, que prevê ajuste de 6,5%. O proje-to de conversão foi aprovado em dezembro passado pelo Senado e aguarda sanção presidencial.

Em maio, uma outra medida provisória previa mudança na tabela a partir do ano-calendário de 2015, colocando na faixa de isentos os trabalhadores que recebem até R$ 1.868,22. Acima deste valor e até R$ 2.799,86, por exemplo, a alíquota seria 7,5%, com a parcela a deduzir de R$ 140,12.

Na análise do Sindifisco com o IPCA de 2014 em 6,41%, a defasagem da tabela acumulada desde 1996 chega a 64,28%. Se utilizados o índice oficial de inflação e reajustes salariais que ultrapassam os 8% muitos contribuintes passaram a descontar IRPF ou mudam de faixa de alíquota, pagando mais impostos.

O Sindifisco Nacional defende desde 2013 que a correção da tabela do IR seja atrelada à evolução de renda do trabalhador mais a inflação. Entraria no cálculo, por exemplo, o rendimento médio mensal das pessoas com dez anos ou mais obtido pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), por exemplo. Um projeto nesse sentido, informou o Sindifisco, está em tramitação na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, como parte de uma campanha dos auditores fiscais.

Pelos cálculos do Sindifisco com base no projeto de lei, em dez anos o IRPF, seria corrigido para repor a defasagem desde 1996.

Fonte: Agência Brasil

3

Page 7: S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

INFORMATIVO N. 7, FEVEREIRO DE 2015

“Notadamente, a instrução normativa somente se presta a regulamentar a lei ordinária hierarquicamente superior, não podendo inovar no ordenamento jurídico e estabelecer restrições não previstas em lei, sob pena de ofensa ao princípio constitu-cional da legalidade.”

Assim, o julgador concluiu que a IN extrapolou os limites legais, ao interpretar restritivamente o art. 980-A do Código, que se refere a uma única pessoa titular da totalidade do capital social, “sem qualquer limitação à pessoa jurídica”.

Fonte: Migalhas

Tela TRF4: transmissões dos julgamentos pela internet com vídeos no eproc

Tela TRF4: transmissões dos julgamentos pela internet com vídeos no eproc

No dia 27 de janeiro último, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) inaugurou uma nova etapa na transparência pública da instituição. Os julgamentos das Turmas, Plenário, Corte Especial e Seções começaram a ser transmitidos ao vivo pela internet no portal www.trf4.jus.br e, pela primeira vez no Judiciário, os vídeos podem ser acessados diretamente na consulta processual.

Acesso à JustiçaAlém da simultaneidade e do acesso ao trabalho de magistrados e servidores por meio das transmissões, o diferencial que marca o projeto Tela TRF4 é a garantia ao cidadão de poder acompa-nhar o que acontece com seu processo no julgamento de segun-do grau. Nesta fase, as sessões acontecem geralmente sem a presença das partes, que são representadas por seus procurado-res. Porém, agora, qualquer pessoa, a qualquer hora, vai poder acompanhar as imagens do que acontece nos julgamentos do TRF4, seja do computador, tablet ou smartphone.

Na consulta processual da ação judicial que tramita virtualmente por meio do eproc, o processo eletrônico da Justiça Federal da 4ª Região, será possível escolher diretamente o vídeo da fase do julgamento que deseja visualizar: leitura do relatório, sustenta-ção oral do advogado, debates, votos e decisão.

Na parte superior do portal, os ícones em azul remetem aos julgamentos já realizados e os em cinza, às sessões que irão acontecer. Quando o evento estiver ao vivo, o ícone indicativo estará na cor laranja.

“É uma abertura histórica, uma transparência da instituição que disponibiliza agora também em vídeo o acompanhamento dos processos pela internet. Esta iniciativa reitera nosso comprome-timento com a eficiência, a qualidade dos julgamentos, sem medir esforços para ampliar cada vez mais o acesso à Justiça para o cidadão”, comemora o presidente do TRF4, desembarga-dor federal Tadaaqui Hirose.

Tela TRF4O sistema chamado Tela TRF4 iniciou em 2012 com transmis-sões internas e testes para a inclusão dos vídeos para consulta processual. Cerca de 30 câmeras remotas foram instaladas nas quatro salas de sessão, no plenário, no auditório e na Escola da Magistratura para transmitir os julgamentos, seminários e pales-tras que acontecem no tribunal.

O objetivo é compartilhar o conhecimento produzido dentro da instituição, garantir mais transparência na prestação jurisdicio-nal e acesso à justiça para o cidadão que quer acompanhar, agora também em vídeo, o andamento do seu processo.

Vídeos no eprocAlém da transmissão em tempo real dos julgamentos das Turmas tributárias (1ª e 2ª), administrativas (3ª e 4ª) e previden-ciárias (5ª e 6ª), os vídeos podem ser consultados posteriormente no portal, com indexação no eproc.

Porém, não serão anexados aos processos eletrônicos os vídeos

4

Page 8: S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

INFORMATIVO N. 7, FEVEREIRO DE 2015

dos julgamentos sem debates e aqueles que foram decididos de forma unânime.

Os julgamentos das Turmas penais (7ª e 8ª) não serão transmiti-dos nem anexados aos processos eletrônicos para preservar a segurança dos magistrados que atuam na área criminal e evitar a exposição dos réus. Entretanto, as salas também estão equipadas para transmissão e indexação dos vídeos, que podem ocorrer mediante determinação prévia dos julgadores, em casos excep-cionais.

Os processos em segredo de justiça não serão transmitidos nem indexados em vídeo no processo.

Fonte: TRF4

Empresa em recuperação judicial pode concorrer em licitação

Em julgamento inédito, a Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que uma empresa gaúcha em recupera-ção judicial pode participar de licitações públicas. Por maioria, o colegiado seguiu o voto do ministro Mauro Campbell Marques. A empresa é do ramo de soluções de tecnologia, com foco comercial dirigido ao setor público.

A empresa recorreu contra decisão individual do ministro Hum-berto Martins. A pedido do Ministério Público gaúcho, ele havia concedido liminar para suspender efeitos de um acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS) que permitia à empresa concorrer em licitações públicas, mesmo estando submetida à recuperação judicial.

Em sua defesa, alegou não ser possível a aplicação da vedação prevista no artigo 31, inciso II, da Lei 8.666/93, já que não seria impedida a participação das empresas sob o regime da recupera-ção judicial em licitações por falta de previsão legal estrita. Segundo ela, a vedação atingiria somente empresas em concor-

data ou falência.

Argumentou que deveria haver a valoração do artigo 47 da Lei 11.101/05, segundo o qual “a recuperação judicial tem por objetivo viabilizar a superação da situação de crise econômico-financeira do devedor, promovendo a preservação da empresa, sua função social e o estímulo à atividade econômica”.

LicitudePor todas as características expostas, o ministro Sanseverino entende que o sistema scoring não representa em si uma ilegali-dade. Ele destacou, no entanto, que o consumidor tem o direito de conhecer os dados que embasaram sua pontuação. “O método é lícito, mas deve respeito à privacidade e à transparência. Além disso, devem ser respeitadas as limitações temporais, de cinco anos para o cadastro negativo e de 15 anos para o histórico de crédito”, afirmou.

CertidõesO relator, ministro Humberto Martins, manteve seu entendimen-to no sentido de suspender a decisão que autorizava a empresa de participar de licitações públicas. Ele foi acompanhado pelo ministro Herman Benjamin.

O voto que prevaleceu, no entanto, foi o do ministro Mauro Campbell Marques, que cassou a liminar anteriormente deferida e julgou extinta, sem análise de mérito, a medida cautelar. Os ministros Og Fernandes e Assusete Magalhães acompanharam Campbell.

Segundo o ministro, o tribunal de origem salientou que a empre-sa possui todas as certidões negativas constantes do artigo 31 da Lei 8.666, sendo certo que, por estar em recuperação judicial, não seria capaz de apresentar apenas a certidão negativa de falência ou concordata.

Conforme destacou Campbell, o TJRS deferiu a liminar por entender que, além de a Lei 11.101 não exigir essa certidão e de ser a antiga concordata instituto diferente, o simples fato de a

5

Page 9: S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

INFORMATIVO N. 7, FEVEREIRO DE 2015

empresa estar em recuperação judicial não poderia ceifar o seu direito de fazer parte de procedimentos licitatórios e dar conti-nuidade aos contratos em curso.

Perigo inversoO ministro também observou que é pacífica a jurisprudência do STJ no sentido de que a concessão de liminar em medidas caute-lares exige a satisfação cumulativa dos requisitos da urgência (periculum in mora) e da plausibilidade do direito alegado (fumus boni iuris).

Por fim, o ministro observou que a empresa, conforme reconhe-cido pelo TJRS, não é devedora fiscal nem tributária e focou sua atividade em contratos com os entes públicos, “constituindo-se em 100% de sua fonte de receitas”. Para Campbell, no caso, é possível a ocorrência de periculum in mora inverso, pois a subsistência da liminar poderia comprometer a existência da empresa.

Fonte: STJ

Empresa tem que devolver ao INSS valores gastos com trabalhador acidentado

Se um funcionário sofre um acidente de trabalho em uma função diferente da qual foi contratado e treinado, a negligência é da empresa. Por isso, uma companhia de reciclagem deve devolver ao Instituto Nacional do Seguro Social os valores gastos pelo órgão com auxílio a um trabalhador que perdeu uma perna em um triturador. A sentença é da Vara Federal de Caxias, no Mara-nhão.

Segundo a Advocacia-Geral da União, a vítima passou a receber R$ 2,2 mil mensais após o acidente. A sentença determinou que o valor referente ao benefício seja devolvido ao INSS de uma só vez — cerca de R$ 100 mil, de acordo com as estimativas dos procuradores. A decisão também manda a empresa assumir as próximas prestações a serem pagas ao trabalhador.

De acordo com as procuradorias federais no Maranhão e junto ao Instituto (PFE/INSS), unidades da AGU que atuaram no caso, o funcionário tentou subir no triturador para destravá-lo. Ele teria apoiado o pé na borda do aparelho, mas acabou caindo dentro do equipamento.

Culpa da vítimaA empresa alegou que o acidente ocorreu por culpa do funcioná-rio, que de forma “irresponsável e imprudente” teria extrapola-do os limites de sua função. Mas o argumento foi rejeitado pela Vara Federal de Caxias (MA), que determinou o ressarcimento dos valores pagos pelo INSS ao segurado, acrescido de correção monetária.

“Importa lembrar que a vítima naturalmente exercia a função de separador de plásticos. No entanto, no momento do acidente desempenhava a função de operador de moinho, para o qual não possuía treinamento ou qualificação técnica adequada, motivo pelo qual se infere a negligência da requerida”, pontou a decisão.

Regras desrespeitadasO parecer apresentado pela AGU indica que não foi constituída comissão de avaliação de segurança do trabalho, o que é obriga-tório. Além disso, os funcionários não receberam treinamento técnico para a função que exerciam. Segundo os procuradores, também teriam sido dispensados os exames de admissão para os empregados.

A AGU apresentou, ainda, relatório de investigação produzido pela Secretaria Regional do Trabalho e Emprego no Maranhão (SRTE-MA). O documento apontava para o desrespeito às regras de segurança por parte da indústria de reciclagens, além da inexistência de regras que garantam a prevenção de aciden-tes.

Fonte: Consultor Jurídico

6

Page 10: S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

INFORMATIVO N. 7, FEVEREIRO DE 2015

Decisões reduzem valor a ser pago decontribuição previdenciária

Uma nova tese tributária começa a ganhar corpo no Judiciário. Empresas têm conseguido sentenças que excluem o ICMS da base de cálculo da contribuição previdenciária patronal. A discussão se assemelha ao embate travado no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a retirada do ICMS do valor a pagar da Cofins (leia mais abaixo). Há sentenças favoráveis à nova tese em Brasília, Belém (PA) e Sorocaba, interior de São Paulo.

A estimativa é que a nova discussão traga um impacto de aproxi-madamente R$ 10,1 bilhões aos cofres da União. Dos quais R$ 3,25 bilhões seria o estimado em 2015 e R$ 6,85 bilhões, considerando-se os últimos cinco anos. O levantamento foi realizado, a pedido do Valor, pelo escritório Amaral, Yazbek Advogados. De acordo com o sócio do escritório e coordenador do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), Gilberto Luiz do Amaral, o levantamento levou em considera-ção a arrecadação de ICMS pelos Estados, o valor da contribui-ção previdenciária sobre a receita bruta, as alíquotas do imposto estadual e a inclusão gradual de setores que estão submetidos ao pagamento.

Desde o início da política de desoneração da folha de pagamen-tos, em 2011, instituída pela Medida Provisória (MP) nº 563, convertida na Lei nº 12.546, diversos setores foram obrigados a recolher 1% sobre a receita bruta de contribuição patronal. Antes, o pagamento correspondia a 20% sobre a folha de salários.

Com a alteração, a Receita Federal publicou orientação pela qual estabelece que o ICMS esteja na base de cálculo da Contri-buição Patronal Sobre a Receita Bruta (CPRB). Para o Fisco, o ICMS faz parte do conceito de faturamento, o que gera um aumento da contribuição final. O mesmo sistema é adotado pela Receita para o cálculo do PIS e da Cofins – tema já julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) com resultado favorável aos contribuintes.

Em razão da similaridade das discussões, as empresas levaram o novo embate ao Judiciário. Para os contribuintes, o ICMS não pode ser incluído no conceito de faturamento por não ser receita da empresa, sendo apenas repassado aos Estados, a partir da venda de mercadorias ao consumidor. Como a tese é nova, há poucas sentenças.

A 15ª Vara Federal em Brasília foi uma das primeiras a conceder decisão favorável, a uma empresa têxtil de São Paulo, sobre a tese.

Ao analisar o processo, o juiz João Luiz de Sousa, julgou que a receita bruta está atrelada ao faturamento mensal da sociedade empresarial, enquanto o ICMS tem sua base de incidência tributária no preço da mercadoria. Ele ressaltou que a discussão é semelhante à incidência de ICMS e ISS na base de cálculo do PIS e da Cofins. Na época, ainda não havia a decisão do Supre-mo. Por isso, o magistrado cita jurisprudência do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região e do Superior Tribunal de Justiça (STJ) a favor do contribuinte.

O juiz concedeu também na mesma sentença tutela antecipada (espécie de liminar) para a empresa deixar de recolher a contri-buição previdenciária patronal com o ICMS incluso em sua base de cálculo, sem a possibilidade de sofrer autuações do Fisco. Além de autorizar, no fim do processo, a compensação ou restituição dos valores já pagos indevidamente.

Para o advogado que representa a empresa, Périsson Andrade, sócio do Périsson Andrade Advogados, a sentença pode servir de precedente para outras companhias e está de acordo com o que decidiu o Supremo, pois “tal imposto não constitui receita da empresa e sim dos Estados”. O advogado afirma que essa sentença ganha ainda mais importância por ser de Brasília, onde contribuintes de todo o país podem entrar com a ação. “E Brasí-lia tem decisões mais arejadas e mais receptivas às novas discus-sões tributárias”.

Uma metalúrgica também obteve sentença favorável na 2ª Vara

7

Page 11: S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

INFORMATIVO N. 7, FEVEREIRO DE 2015

de Sorocaba (SP). Ao decidir, o juiz do caso ressaltou que o julgamento do Supremo, que ainda não havia sido finalizado, sinalizava a exclusão do ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins. Segundo a decisão “o ICMS, cujo ônus recai sobre o consumidor final das mercadorias e serviços prestados, é um imposto indireto, arrecadado pelo contribuinte da CPRB de forma agregada ao valor dessas mercadorias e serviços e, poste-riormente, repassado à Fazenda Pública Estadual, que é o sujeito ativo daquela relação tributária”. Nessa linha, determinou que a empresa tire o ICMS da base de cálculo da contribuição para recolhimentos futuros e possa compensar eventuais valores já pagos. A União recorreu da decisão.

Para o advogado da metalúrgica, Djalma Rodrigues, coordena-dor do contencioso do Briganti Advogados, com a sentença, a companhia conseguiu uma economia significativa, em torno de 20% do total que paga de contribuição previdenciária. A compa-nhia vende produtos com alíquotas de ICMS de 18% e outros que chegam a 25%.

Uma fabricante de rolhas e garrafas PET também conseguiu decisão favorável na Justiça Federal de Belém. Para o advogado da empresa, Breno Lobato Cardoso, do Leite Cardoso Advoga-dos, “o valor do ICMS não se encaixa como receita, pois o valor não fica na conta bancária da companhia”. A Fazenda recorreu da sentença para o Tribunal Regional Federal da 1ª Região.

Procurada pelo Valor, a assessoria de imprensa da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) não retornou até o fecha-mento da edição. Os nomes das companhias não foram citados em razão do sigilo fiscal.

Fonte: Valor Econômico

Sócio com 0,12% de capital não éresponsável por dívida integral de empresa

O sócio minoritário que não contribuiu diretamente para o dano

aos credores não pode responder integralmente pela execução com seu patrimônio. Com esse entendimento, a 4ª Câmara do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região (SC) negou pedido para que o sócio de uma empresa com cota inexpressiva bancasse dívida devida a um grupo de 60 trabalhadores.

Os autores cobram cerca de R$ 230 mil da massa falida de uma confecção de Jaraguá do Sul (SC), em execução que tramita há mais de 15 anos. Como a dívida não foi quitada pelos sócios majoritários, eles pediam o redirecionamento da execução a um minoritário, argumentando que ele deveria ser responsabilizado pelo valor total.

O pedido já havia sido negado em primeira instância, mas os credores recorreram da decisão. Para eles, a responsabilidade dos sócios em relação a dívidas trabalhistas deveria ser encarada como solidária e ilimitada, independentemente do percentual reduzido na participação societária.

Mas os desembargadores concluíram, por maioria de votos, que não seria razoável ordenar que um único sócio minoritário pagasse a dívida. Eles decidiram limitar a sua responsabilidade à proporção do capital integralizado, ou seja, 0,12% da dívida trabalhista. Com informações da Assessoria de Comunicação Social do TRT-12.

Fonte: Consultor Jurídico

8

Page 12: S&MA - Informativo 07, fevereiro de 2015

Rio Grande do Sul, Pelotas

EndereçoRua Marechal Deodoro, 1.400, sala 131 - Ed. Dr. Ary Signorini

Telefones+ 55 (53) 3305-0432 / 8446-6226 / 8474-0771

[email protected]

Facebook/schaunmonksadv

Twitter@sm_advogados

www.schaunmonksadv.com