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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA DE PROCESSOS QUÍMICOS E BIOQUÍMICOS TAMIRES LANDO SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE NANO PRATA SUPORTADA EM CAULINITA E SEU ESTUDO COMO ATIVO EM BASE DE CREME SOBRE O MICRORGANISMO Staphylococcus epidermidis PARA POSSÍVEL PREVENÇÃO DA BROMIDROSE Pato Branco, 2020.

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM TECNOLOGIA

DE PROCESSOS QUÍMICOS E BIOQUÍMICOS

TAMIRES LANDO

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE NANO PRATA SUPORTADA EM

CAULINITA E SEU ESTUDO COMO ATIVO EM BASE DE CREME

SOBRE O MICRORGANISMO Staphylococcus epidermidis PARA

POSSÍVEL PREVENÇÃO DA BROMIDROSE

Pato Branco, 2020.

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TAMIRES LANDO

SÍNTESE E CARACTERIZAÇÃO DE NANO PRATA SUPORTADA EM

CAULINITA E SEU ESTUDO COMO ATIVO EM BASE DE CREME

SOBRE O MICRORGANISMO Staphylococcus epidermidis PARA

POSSÍVEL PREVENÇÃO DA BROMIDROSE

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos da Universidade Tecnológica Federal do Paraná como requisito parcial para obtenção do título de “Mestre em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos” Professora Orientadora: Dra. Cristiane Regina Budziak Parabocz Professora Co-orientadora: Dra. Marina Leite Mitterer Daltoé

Pato Branco, 2020

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Ministério da Educação Universidade Tecnológica Federal do Paraná

Câmpus Pato Branco Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de

Processos Químicos e Bioquímicos

TERMO DE APROVAÇÃO DE DISSERTAÇÃO Nº 109

A Dissertação de Mestrado intitulada “Síntese e caracterização de nano

prata suportada em caulinita e seu estudo como ativo em base de creme

sobre o microorganismo Staphylococcus epidermidis para possível

prevenção da bromidrose”, defendida em sessão pública pela candidata Tamires

Lando, no dia 30 de junho de 2020, foi julgada para a obtenção do título de Mestre

em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, área de concentração

Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos, e aprovada em sua forma final,

pelo Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e

Bioquímicos.

BANCA EXAMINADORA:

Profª. Drª. Cristiane Regina Budziak Parabocz – Presidente – UTFPR

Prof. Dr. Mario Antônio Alves da Cunha – UTFPR

Prof. Dr. Rafael Marangoni – UNICENTRO

A via original deste documento encontra-se arquivada na Secretaria do Programa,

contendo a assinatura da Coordenação após a entrega da versão corrigida do

trabalho.

Pato Branco, 25 de agosto de 2020.

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L258s Lando, Tamires. Síntese e caracterização de nano prata suportada em caulinita e seu estudo

como ativo em base de creme sobre o microorganismo Staphylococcus epidermidis para possível prevenção da bromidrose / Tamires Lando. -- 2020.

105 f. : il.

Orientadora: Profa. Dra. Cristiane Regina Budziak Parabocz Coorientadora: Profa. Dra. Marina Leite Mitterer Daltoé Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa

de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos. Pato Branco, PR, 2020.

Inclui bibliografia

1. Cosméticos. 2. Projeto de produtos. 3. Nanotecnologia. 4. Redução (Química). I. Parabocz, Cristiane Regina Budziak, orient. II. Daltoé, Marina Leite Mitterer, coorient. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos. IV. Título.

CDD (22. ed.) 660.281

Ficha Catalográfica elaborada por Suélem Belmudes Cardoso CRB9/1630 Biblioteca da UTFPR Campus Pato Branco

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AGRADECIMENTOS

A minha professora orientadora Dra. Cristiane Regina Budziak Parabocz

pelos ensinamentos, apoio em diversos momentos, e principalmente por ter me

proporcionado a oportunidade, me guiado na realização deste trabalho.

A professora e coorientadora Dra. Marina Leite Mitterer Daltoé pelo suporte,

atenção e disponibilização de conhecimentos, essenciais para a realização deste

trabalho.

Ao professor Dr. Mário Cunha, pelos ensinamentos, materiais e auxilio na

realização das análises antimicrobianas.

A minha colega do tempo de graduação, Me. Anne Raquel Sotiles, pela

realização das análises MEV-EDS, MET, ICP-IOS e Potencial Zeta, além de sua

contribuição e apoio.

A Edenes e aos estagiários dos laboratórios de química e da Central de

Análises da UTFPR – PB.

Ao professor Dr. Márcio Barreto Rodrigues pelo empréstimo da lâmpada de

irradiação UV-C.

Aos meus amigos e colegas do mestrado que me auxiliaram em diversos

momentos e com os quais passei muitos momentos de descontração, o que tornou a

essa caminhada mais leve e fácil: Ellen, Daiana, Martha e Everton.

As minhas cunhadas, Sandra e Luana, minha sogra, Mafalda e meu

sobrinho Lorenzo, pelo companheirismo e risadas.

Ao meu namorado, Marcos, pelo apoio, compreensão, amor e descontração

durante esse período.

E por fim e mais importante, a minha família, minha mãe Lenir, meu pai,

Carlos, e minha irmã Débora, que me incentivam e apoiam diariamente a realizar

meus objetivos. Por acreditarem em mim e não medirem esforços para me ajudar.

Sem o suporte deles, não seria possível.

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“O homem não é nada além daquilo que a educação faz dele.”

(Immanuel Kant)

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RESUMO

LANDO, Tamires. Síntese e Caracterização de Nano Prata Suportada em Caulinita e seu Estudo como Ativo em Base de Creme sobre o microorganismo Staphylococcus epidermidis para Possível Prevenção da Bromidrose. 2020. 105 f. Dissertação (Mestrado em Tecnologia de Processos Químicos e Bioquímicos) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Pato Branco, PR, 2020. Nanopartículas de prata foram incorporadas no argilomineral caulinita pelo método químico de fotorredução e redução química. As nanopartículas foram caracterizadas pelas técnicas de difratometria de raios X (DRX), infravermelho com transformada de Fourier (IV), microscopia eletrônica de varredura (MEV) acoplado a espectroscopia de energia dispersiva (EDS), análise térmica (DTA e TGA), espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado (ICP-OES), microscopia eletrônica de transmissão (MET) e potencial Zeta. O incorporado obtido com maior concentração de nanopartículas de prata foi avaliado como agente antimicrobiano em uma base de creme sobre o microrganismo Staphylococcus epidermidis, um dos causadores do mau odor corporal. A atividade antimicrobiana do produto foi avaliada pelos métodos de difusão em ágar e microdiluição em caldo (CIM). As análises de EDS e ICP-OES comprovaram a presença das nanopartículas de prata e que a fotorredução foi o método mais eficiente de síntese. Difratometria (DRX), MEV e MET evidenciaram que os protocolos de incorporação das nanopartículas não promoveram alterações morfológicas no argilomineral caulinita. Os resultados do potencial zeta mostraram que a caulinita agiu como um promissor estabilizante para as nanopartículas de prata, evitando aglomeração e precipitação. O produto obtido apresentou atividade bacteriostática sobre o microrganismo estudado, indicando potencial aplicação no tratamento do mau odor corporal. Palavras-chave: Cosméticos. Desenvolvimento de produtos. Fotorredução. Nanotecnologia. Redução química.

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ABSTRACT

LANDO, Tamires. Synthesis and Characterization of Nano Silver Supported in Kaolinite and its Study as an Active in Cream Base on microorganism Staphylococcus epidermidis for Possible Prevention of Bromhidrosis. 2020. 105 f. Dissertation (Master in Chemical and Biochemical Process Technology) - Federal Technological University of Paraná, Pato Branco, PR, 2020.

Silver nanoparticles were incorporated into the clay mineral kaolinite by the chemical method photoreduction and chemical reduction. The nanoparticles were characterized by X-ray diffractometry (XRD), Fourier Transform infrared spectroscopy (FTIR), scanning electron microscopy (SEM) coupled with Energy-Dispersive X-ray spectroscopy (EDS), thermal analysis (TGA/DTA), Inductively Coupled Plasma - Optical Emission Spectrometry (ICP-OES), transmission electron microscopy (MET) and Zeta potential. The incorporate obtained with a higher concentration of silver nanoparticles was evaluated as an antimicrobial agent in a cream base on the microorganism Staphylococcus epider-midis, one of the causes of bad body odor. The product's antimicrobial activity was evaluated using agar diffusion and broth microdilution (MIC) methods. The analysis of EDS and ICP-OES proved the presence of silver nanoparticles and that photo reduction was the most efficient method of synthesis. Diffractometry (XRD), SEM and MET showed that the nanoparticle incorporation protocols did not promote morphological changes in the kaolinite clay mineral. The results of the zeta potential showed that kaolinite acted as a promising stabilizer for silver nanoparticles, avoiding agglomeration and precipitation. The obtained product showed bacteriostatic activity on the studied microorganism, indicating potential application in the treatment of bad body odor. Keywords: Cosmetics. Product development. Photoreduction. Nanotechnology. Chemical reduction.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura da gibbsita (a), sílica (b), o processo de montagem da estrutura

ideal da caulinita (c) e estrutura final da caulinita (d) ................................................ 18

Figura 2 - Lamelas na estrutura da Caulinita............................................................. 19

Figura 3 - Métodos de produção de nanopartículas: top-down e bottom-up. ............ 21

Figura 4 - Esquema de como se comportam cosméticos com nanopartículas e os

convencionais. ........................................................................................................... 22

Figura 5 - Ilustração esquemática da síntese de nanopartículas de prata a partir de

dispersão coloidal de Nitrato de Prata/Sílica pelo método de irradiação UV. ............ 26

Figura 6 - Fluxograma das atividades. ...................................................................... 29

Figura 7- Difratograma de Raio X a) da caulinita in natura b) AgK e c) AgKDMSO. . 43

Figura 8 - Difratograma de raios X, expansão da região de 30 a 80º de 2θ das

amostras.................................................................................................................... 44

Figura 9 - Espectro de infravermelho da caulinita in natura. ..................................... 45

Figura 10 - Espectro de infravermelho dos incorporados obtidos a) AgK e b)

AgKDMSO. ................................................................................................................ 46

Figura 11 - Espectro de infravermelho com expansão da região do comprimento de

onda de 3200 a 2000 cm-1 das amostras a) caulinita in natura b) AgK e c)

AgKDMSO. ................................................................................................................ 47

Figura 12 - Curvas da TGA, DTG e DTA da caulinita in natura. ................................ 48

Figura 13 - Curvas TGA-DTA dos incorporados obtidos A) AgK e B) AgKDMSO. .... 49

Figura 14 - Medidas de MEV das amostras obtidas a) Ampliação 5 mil vezes. b)

Ampliação 20 mil vezes e c) Ampliação 50 mil vezes e d) Ampliação 20 mil vezes

com visualização das AgNPs. ................................................................................... 51

Figura 15 - Cálculo do band-gap dos incorporados obtidos utilizando o método de

Kubelka-Munk A) Caulinita in natura B) AgK e C) AgKDMSO................................... 53

Figura 16 - Imagens obtidas por MET das amostras de caulinita incorporadas com

AgNP, ampliação de 200 nm a) AgK b) AgKDMSO c) AgK e d) AgKDMSO. Com

ampliação de 100 nm e) AgK e f) AgKDMSO......................................................... 55

Figura 17 - Difração de Elétrons em Área Selecionada a) Padrão de Ouro. b) AgK e

c) AgKDMSO ............................................................................................................. 56

Figura 18 - Concentração Mínima Inibitória por Microdiluição A- Antes da incubação

B- Após a incubação e adição do corante rizasurina. ............................................... 59

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Parâmetros instrumentais e condições operacionais do equipamento..... 36

Tabela 2 - Espaçamento basal da caulinita in natura e dos incorporados AgK e

AgKDMSO. ................................................................................................................ 43

Tabela 3 - Análise química relativa por espectroscopia de energia dispersiva das

amostras AgK e AgKDMSO em porcentagem de massa atômica. ............................ 52

Tabela 4 - Valores calculados do band-gap para as amostras AgK e AgKDMSO. ... 53

Tabela 5 – Espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado

da nano prata em caulinita nas amostras AgK e AgKDMSO..................................... 54

Tabela 6 - Comparação dos parâmetros cristalográficos da caulinita in natura e as

amostras AgK e AgKDMSO. ..................................................................................... 56

Tabela 7 - Medidas de potencial zeta da caulinita in natura e dos incorporados AgK e

AgKDMSO. ................................................................................................................ 57

Tabela 8 – Diâmetros dos halos obtidos pelo teste de difusão em ágar e sua

classificação com as amostras: tretraciclina, NaCl 0,9 %, base de creme puro, AgNP

0,1, 0,3 e 0,5 % e nitrato de prata 0,5 %. .................................................................. 58

Tabela 9 - Leitura das diluições realizadas após incubação das amostras: Base de

creme puro, base de creme contendo 0,1, 0,3 e 0,5 % de nano prata em caulinita e

base de creme contendo 0,5 % de nitrato de prata. .................................................. 61

Tabela 10 – Leitura do efeito bactericida das amostras: tetracilcina, base de creme

puro, base de creme contendo 0,1, 0,3 e 0,5 % de nano prata em caulinita e base de

creme contendo 0,5 % de nitrato de prata. ............................................................... 61

Tabela 11 - Concentração mínima inibitória das amostras: tetraciclina, base de

creme puro, base de creme contendo0,1, 0,3 e 0,5 % de nano prata em caulinita e

base de creme contendo 0,5 % de nitrato de prata. .................................................. 61

Tabela 12 - Valores obtidos de pH para a base de creme puro e a base de creme

contendo 0,5 % de nano prata em caulinita. ............................................................. 62

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LISTA DE SIGLAS E ACRÔNIMOS

AgK Amostra de nano prata em caulinita por fotorredução

AgKDMSO Amostra de nano prata em caulinita por redução química

AgNP Nano Prata

ATCC American Type Culture Collection

BC Banda de Condução

BV Banda de Valência

CLSI Clinical & Laboratory Standards Institute

CMI Concentração Mínima Inibitória

cP Centipoise

DMSO DimetilSufóxido

DNA Ácido Desoxirribonucleico

DRS-UV-Vis Espectroscopia de Reflectância Difusa na região do UV-visível

DRX Difratometria de Raios X

DTA Análise Térmica Diferencial

FTIR Infravermelho com Transformada em Fourier

ICP-IOS Espectrometria em Emissão Óptica em Plasma Indutivamente Acoplado

K Caulinita

MET Microscopia Eletrônica de Transmissão

MEV-EDS Microscopia Eletrônica de Varredura Acoplado a Espectroscopia de

Energia Dispersiva

MH Mueller Hinton

NP nanopartículas

PEG Polietilenoglicol

pH Potencial Hidrogeniônico

PVP Polivinilpirrolidona

SDS Dodecil Sulfato de Sódio

TGA Termogravimetria

UV Ultra Violeta

UV-Vis Espectrometria UV-Visível

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 14

2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 16

2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 16

2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 16

3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 17

3.1 Caulinita ............................................................................................................. 17

3.1.1 Intercalação na Caulinita .................................................................................. 19

3.2 Nanopartículas .................................................................................................. 20

3.2.1 Nanopartículas em cosméticos ........................................................................ 21

3.2.2 A Prata e sua Ação Antimicrobiana .................................................................. 23

3.2.3 Síntese da Nano Prata ..................................................................................... 25

3.2.4 Toxicidade da Prata ......................................................................................... 27

3.3 Bromidrose ........................................................................................................ 27

4 MÉTODOS ............................................................................................................. 29

4.1 Metodologia ....................................................................................................... 29

4.1.1 Material ............................................................................................................. 29

4.1.2 Síntese da Nano Prata e Incorporação na Caulinita ........................................ 30

4.1.3 Base de Creme ................................................................................................ 31

4.2 Técnicas de análise ........................................................................................... 31

4.2.1 Caracterização dos Incorporados ..................................................................... 31

4.2.1.1 Difratometria de Raios X (DRX) .................................................................... 32

4.2.1.2 Espectroscopia no Infravermelho Médio ....................................................... 32

4.2.1.3 Análise Térmica ............................................................................................. 33

4.2.1.4 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), acoplado a Espectroscopia de

Energia Dispersiva (EDS).......................................................................................... 33

4.2.1.5 Espectroscopia de Reflectância Difusa na região do UV-Vis (DRS-UV-Vis) . 34

4.2.1.6 Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado

(ICP-OES) ................................................................................................................. 35

4.2.1.7 Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) ............................................. 36

4.2.1.8 Potencial Zeta ............................................................................................... 37

4.2.2 Análises Antimicrobianas ................................................................................. 37

4.2.2.1 Teste de Difusão em Ágar ............................................................................. 37

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4.2.2.2 Determinação da Concentração Mínima Inibitória por Microdiluição (CMI) ... 38

4.2.3 Caracterização da Base de Creme Contendo o Incorporado ........................... 39

4.2.3.1 Determinação do pH...................................................................................... 39

4.2.3.2 Avaliação da Irritabilidade Dérmica Primária, Acumulada e Sensibilização .. 40

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 42

5.1 Caracterização dos Incorporados .................................................................... 42

5.1.1 Difratometria de Raios X (DRX) ....................................................................... 42

5.1.2 Infravermelho com Transformada de Fourier (IV) ............................................ 44

5.1.3 Análise Térmica ................................................................................................ 48

5.1.5 Espectroscopia de Reflectância Difusa na Região do UV-Vis (DRS-UV-Vis) ... 52

5.1.6 Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-

OES) ......................................................................................................................... 54

5.1.7 Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) ................................................ 54

5.1.8 Potencial Zeta .................................................................................................. 57

5.2 Análises Antimicrobianas ................................................................................. 58

5.2.1 Difusão em Ágar ............................................................................................... 58

5.2.2 Determinação da Concentração Mínima Inibitória por Microdiluição (CMI) ...... 59

5.3 Caracterização do Creme para Possível Prevenção da Bromidrose ............ 62

5.3.1 Determinação do pH ........................................................................................ 62

5.3.2 Avaliação da Irritabilidade Dérmica Primária, Acumulada e Sensibilização ..... 63

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS ................................. 64

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 65

ANEXOS....................................................................................................................76

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14

1 INTRODUÇÃO

A síntese e o desenvolvimento de produtos empregando nanopartículas, é de

grande importância atualmente. Estas possuem propriedades físicas, químicas e

biológicas únicas, que se diferem da partícula de origem por possuírem alta

quantidade de átomos presentes na superfície e por sua maior área superficial

(GHORBANI et al., 2011; GUZMÁN; DILLE; GODET, 2009; GUZMÁN; DILLE;

GODET, 2009; QUINA, 2004).

As nanotecnologias têm sido utilizadas em aplicações diversas, tais como, em

indústrias têxteis, eletrônica, ótica, agricultura, cosmética, entre outros. Na cosmética

a inserção de nanopartículas oferece produtos com maior potencial de ação em

relação aos convencionais, pois estes penetram em camadas mais profundas da

pele (COSTA; KEDE; SABATOVICH, 2004; FRONZA et al., 2007; NEVES, 2008).

Nanopartículas metálicas são altamente reativas, devido sua alta capacidade

de ligação a outras moléculas, favorecendo ligações metal-metal, o que provoca a

agregação e por este motivo são utilizados agentes estabilizantes na preparação de

sistemas coloidais (KLABUNDE, 2001; MELO et al., 2012). Estes se adsorvem

sobre a superfície das nanopartículas formando uma camada protetora que impede

a agregação. Uma das formas de estabilização é o uso de macromoléculas,

denominado de efeito estérico (EVANOFF JR; CHUMANOV, 2004; MELO et al.,

2012; MERGA et al., 2007; ROUCOUX; SCHULZ; PATIN, 2002).

O argilomineral caulinita pode ser empregado como agente estabilizante. É

um composto lamelar que possui fórmula molecular Al2Si2O5(OH)4 e espaçamento

interlamelar de 0,7 nm, formado por uma folha de tetraedros de silício e octaedros

de alumínio (GARDOLINSKI; MARTINS FILHO; WYPYCH, 2003).

A prata é um metal inorgânico capaz de inibir e/ou matar microrganismos,

porém em nano escala ocorre uma potencialização, devido sua maior área de

contato (FABREGA et al., 2011; GUZMÁN; DILLE; GODET, 2009; SCHIERHOLZ;

BEUTH; PULVERER, 1999;).

A síntese da nano prata pode ser ocorrer de várias formas, tais como, por meio

de métodos químicos, métodos físicos e métodos biológicos. Nessa pesquisa serão

utilizados dois métodos químicos na síntese da nano prata: fotorredução e redução

química (GHORBANI et al., 2011; PACIONI et al., 2015). A diferença entre os

métodos de síntese são: a variação do agente redutor (se houver a necessidade

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15

deste), a quantidade do agente redutor e a concentração utilizada deste, a

concentração do material precursor (geralmente um sal metálico), a temperatura de

reação, o pH, a velocidade de agitação e o tempo de síntese (GUZMÁN; DILLE;

GODET, 2009; MITTAL; CHISTI; BANERJEE, 2013; RATYAKSHI; CHAUHAN,

2009).

A fotorredução utiliza um material precursor, empregando intermediários

ativados fotoquimicamente, o que configura vantagem por não ser necessário o uso

de agente redutor, visto que alguns redutores como o borohidreto de sódio são

tóxicos (GHORBANI et al., 2011; PACIONI et al., 2015). Já a redução química

emprega um agente redutor forte sobre o material precursor, que produz partículas

pequenas de prata, as quais são aumentadas em um segundo passo por um agente

redutor mais fraco (GUZMÁN; DILLE; GODET, 2009; MITTAL; CHISTI; BANERJEE,

2013; RATYAKSHI; CHAUHAN, 2009).

Nesse sentido, o presente trabalho teve como objetivo o estudo da síntese de

nano prata, sua incorporação no argilomineral caulinita por meio dos métodos de

fotorredução e redução química e a sua utilização como agente antimicrobiano em

base de creme.

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16

2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Sintetizar um biomaterial a base de caulinita incorporada de nano partículas

de prata e estudá-la como agente antimicrobiano em base de creme.

2.2 Objetivos específicos

Sintetizar a nano prata utilizando a caulinita como suporte e agente

estabilizante, por meio de dois métodos químicos que são: fotorredução e

redução química.

Caracterizar os incorporados obtidos utilizando as técnicas de Difratometria

de Raios X (DRX), com Infravermelho com Transformada de Fourier (IV),

Análise Térmica (TGA, DTG e DTA), Microscopia Eletrônica de Varredura

(MEV) com Espectroscopia de Energia Dispersiva de raios X (EDS),

Espectroscopia de Reflectância Difusa na região do UV-Vis (DRS-UV-Vis),

Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-

OES), Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) e Potencial Zeta.

Caracterizar o creme quanto ao seu potencial antimicrobiano em

concentrações diferentes de nano prata, avaliando a base de creme puro e a

base contendo nitrato de prata, sobre o microrganismo Staphylococcus

epidermidis ATCC 11228.

Avaliar a irritabilidade dérmica primária, acumulada e sensibilização do creme

contendo o incorporado com o melhor resultado nas análises antimicrobianas.

Caracterizar o potencial hidrogeniônico (pH) do creme contendo o ativo com o

melhor resultado nas análises antimicrobianas.

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3 REFERENCIAL TEÓRICO

3.1 Caulinita

Argila é um mineral natural, terroso, composto por elementos com granulação

muito fina e por partículas cristalinas extremamente pequenas, conhecidas como

argilominerais, que atribuem às argilas as suas principais características, como

plasticidade e comportamento hidrofílico. Os elementos mais frequentes

encontrados em sua estrutura são o oxigênio, silício, alumínio, ferro, magnésio,

potássio e sódio, no estado iônico, que se arranjam em modelos estruturais

tridimensionais. Esses arranjos se apresentam em sete modelos diferentes,

formando grupos sistemáticos nos minerais argilosos cristalinos: caulinita, ilita,

montmorilonita, clorita, vermiculita, paligorsquita e sepiolita (MEIRA, 2001; SOUZA

SANTOS, 1975).

Pertencem ao grupo da caulinita quatro variedades politípicas e polimórficas,

a diquita, haloisita ou meta haloisita, nacrita e a caulinita (GARDOLINSKI; MARTINS

FILHO; WYPYCH, 2003). Nessa pesquisa o estudo é direcionado a caulinita. Ela é

estudada e conhecida por suas características físico-químicas, como boa

estabilidade química, mecânica, baixo coeficiente de expansão, além de sua

estrutura lamelar, que possibilita ampla aplicação em áreas da indústria (ex:

medicinal, cosmetologia, agricultura, construção, engenharia ambiental,

processamento mineral, engenharia biológica produção de cerâmicas e porcelanas,

material de carga para pinturas, borrachas, plásticos e entre outros), isto deve-se a

sua habilidade em ser modificada através de tratamentos físicos ou químicos com o

intuito de melhorar e/ou modificar as suas propriedades (CARMODY et al., 2005;

OLIVEIRA; SILVA; VIANA, 2013; PANDA et al., 2010; TREVINO; COLES, 2003).

O argilomineral caulinita possui a fórmula molecular Al2Si2O5(OH)4 com

espaçamento interlamelar de 0,7 nm, formada pela decomposição de Feldspatos de

processos geológicos, tendo possivelmente sericita como intermediário, Equação (1)

(FROST et al., 2000; GARDOLINSKI; MARTINS FILHO; WYPYCH, 2003; MATUSIK;

KLAPYTA, 2013).

2 KAlSi3O8 + 3 H2O → Al2Si2O5(OH)4 + 4 SiO2 + 2 KOH (Eq. 1)

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Segundo Gardolinski e seus colaboradores (2003), a formação da caulinita

pode ser descrita como resultante da deposição de dois mols de gibbsita (variedade

polimórfica do Al(OH)3) sobre dois mols de sílica, ou seja, estrutura dos dois

compostos tipo 1:1. A Figura 1 representa a formação do argilomineral, onde é

possível visualizar que os átomos de alumínio estão posicionados nos centros dos

octaedros e nos vértices se encontram grupamentos hidroxila na estrutura da

gibssita (Figura 1a). Apenas 2/3 dos octaedros são ocupados e estes são ligados

pelas arestas, o que caracteriza a caulinita como dioctaédrica. Na estrutura da sílica,

os átomos de silício estão posicionados nos centros dos tetraedros, e os vértices

são ocupados por átomos de oxigênio (Figura 1b). Devido à forma com que os

tetraedros são coordenados uns aos outros, cria-se um buraco na lamela que expõe

a hidroxila interna para eventuais reações (Figura 1b) (GARDOLINSKI; MARTINS

FILHO; WYPYCH, 2003).

Figura 1 - Estrutura da gibbsita (a), sílica (b), o processo de montagem da estrutura ideal da caulinita (c) e estrutura final da caulinita (d)

Fonte: Gardolinski et al (2003).

Pode-se dizer então, que a estrutura da caulinita é composta por uma folha de

tetraedros de silício e octaedros de alumínio formando uma lamela neutra. As

lamelas da caulinita, ligam-se umas às outras por forças de Van der Waals e

interações de hidrogênio entre os grupos hidroxila que pertencem aos octaedros de

alumínio e pelos oxigênios que pertence aos tetraedros de silício (Figura 2) (CHENG

et al., 2010; MATUSIK; KLAPYTA, 2013).

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Figura 2 - Lamelas na estrutura da Caulinita. Fonte: Borges (2013).

A modificação e/ou melhora das propriedades da caulinita se dá entre as

lamelas, é que onde ocorre as reações químicas ou físicas. Muitas ocorrem por meio

da intercalação (MURRAY, 1991; CHENG et al., 2010).

3.1.1 Intercalação na Caulinita

Intercalação é uma reação reversível, onde uma espécie hóspede, seja ela

íon, átomo ou molécula, ocupa um espaço vazio em uma estrutura sólida, neste

caso, as lamelas na estrutura da caulinita. Por meio da inserção de moléculas

inorgânicas ou orgânicas entre suas lamelas, sua estrutura pode ser modificada,

caracterizando assim uma reação de intercalação para a obtenção de materiais com

propriedades específicas (CHENG et al., 2010).

As lamelas da caulinita são ligadas umas às outras através de interações de

hidrogênio envolvendo os grupamentos AlOH e Si-O, o que gera uma dificuldade

nos processos de intercalação. Uma das formas de obtenção envolve a intercalação

de pequenas moléculas polares, por exemplo, o dimetilsulfóxido (DMSO). Essas

moléculas são estabilizadas através de interações dipolares, interações de

hidrogênio e forças de Van der Waals e podem atuar como precursores para a

intercalação de outras moléculas pelo seu deslocamento, ou seja, essas moléculas

desagregam as lamelas, para que ocorra a inserção da molécula de interesse

(CALEFI et al., 2007; GARDOLINSKI; WYPYCH; CANTÃO, 2001; GARDOLINSKI;

MARTINS FILHO; WYPYCH, 2003).

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O processo de intercalação nos argilominerais é de grande interesse

industrial, especialmente pela possibilidade de utilização desses materiais para a

obtenção de nanocompósitos com potenciais aplicações. Por exemplo, para atribuir

propriedades antimicrobianas a caulinita, é preciso intercalá-la ou incorporá-la com

íons metálicos de natureza biocida, como a nano prata. Estes íons podem inibir o

crescimento e/ou matar microrganismos através de um efeito chamado

oligodinâmico, ao alterar o metabolismo de fungos e bactérias a concentrações

ínfimas (LI et al., 2002; MATSUMURA et al., 2003).

3.2 Nanopartículas

A utilização da nanotecnologia vem modificando a forma como os diversos

tipos de materiais são utilizados. Pode ser definida como um conjunto de técnicas

usadas para manipular a matéria na escala de átomos e moléculas (GRUPO ETC,

2005). As nanopartículas por possuírem dimensões em escala nanométrica (1 a 100

nm), apresentam propriedades físicas, ópticas, magnéticas, biológicas e químicas

distintas do material de origem (CHOI et al., 2008; GUZMÁN; DILLE; GHORBANI et

al., 2011; GODET, 2009; QUINA, 2004), porque contém uma porcentagem mais

elevada de átomos em sua superfície, em comparação com partículas maiores, o

que melhora e/ou altera suas propriedades (CHOI et al., 2008).

A razão superfície/volume em nanopartículas tem um aumento significativo

em relação a partículas em escala micro e macroscópica, ou seja, seus efeitos de

superfície aumentam também. Ao utilizar a mesma quantidade de partículas, em

nano escala é observado maior reatividade (BAKER et al., 2005; MORONES et al.,

2005).

Por apresentarem propriedades distintas e melhoradas as nanopartículas

estão sendo aplicadas em diversas áreas, tais como, têxtil, eletrônica, ótica,

agricultura, cosmetologia, hospitalar, fármaco, alimentícia, entre outras.

Um dos desafios encontrados na nanotecnologia, é o desenvolvimento de

processos de síntese onde obtenha-se o controle sobre o tamanho, distribuição,

morfologia, pureza, quantidade e qualidade das nanopartículas por meio de

processos econômicos e que não sejam prejudiciais ao meio ambiente. Também

tem-se como dificuldade na síntese de nanopartículas metálicas a obtenção de

suspensões coloidais estáveis, uma vez que essas possuem uma alta energia

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superficial favorecendo termodinamicamente a imediata agregação pela formação

de ligações metal-metal (KLABUNDE, 2001; MELO et al., 2012).

Para evitar a agregação/aglomeração das nanopartículas metálicas são

utilizados estabilizadores que se adsorvem sobre suas superfícies formando uma

camada auto organizada que impede a sua união (MELO et al., 2012).

A estabilização pode ocorrer por duas maneiras, pelo efeito eletrostático, que

ocorre quando forças eletrostáticas repulsivas entre as nanopartículas superam as

forças de Van der Waals, fazendo com que se formem duas camadas de íons

próximos à superfície de cada uma das partículas, e pelo efeito estérico, que é um

meio de impedir que os colóides metálicos sofram agregação através da utilização

de macromoléculas, os quais envolvem a superfície das nanopartículas metálicas,

formando uma camada protetora (EVANOFF JR; CHUMANOV, 2004; MERGA et al.,

2007; ROUCOUX; SCHULZ; PATIN, 2002).

Existem dois métodos de produção de nanopartículas, o top-down e o bottom-

up. No primeiro método ocorre a redução de partículas maiores para a nano escala,

por meio da utilização de métodos físico-químicos. O segundo método consiste na

formação das nanopartículas a partir de átomos e moléculas (Figura 3) (GHORBANI

et al., 2011; REIS et al., 2006).

Figura 3 - Métodos de produção de nanopartículas: top-down e bottom-up. Fonte: Adaptado de Gonçalves (2014).

3.2.1 Nanopartículas em cosméticos

Uma das áreas que vem estudando e inserindo as nanopartículas em seus

produtos, é a cosmética. A primeira vez que nanotecnologia foi utilizada em produtos

cosméticos, foi há duas décadas, pela empresa Lancôme, divisão de luxo da

L´Oréal, em um creme de antienvelhecimento para a pele do rosto, contendo

nanocápsulas de vitamina E pura (ERENO, 2011; NEVES, 2008). Atualmente as

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nanopartículas estão presentes em xampus, condicionadores, cremes dentais,

cremes antienvelhecimento, cremes anticelulites, clareador de pele, hidratantes,

loções pós-barba, desodorantes, sabonetes, protetores solares, maquiagens,

perfumes e esmaltes, entre outros (FRONZA et al., 2007).

O uso da nanotecnologia em cosméticos, oferece produtos que atuam com

maior potencialização, que os convencionais, pois apresentam princípios ativos

encapsulados e moléculas muito pequenas que são capazes de penetrar em

camadas mais profundas da pele (COSTA; KEDE; SABATOVICH, 2004; NEVES,

2008). Ainda, segundo a definição de Fronza et al. (2007), os nanocosméticos, são

produtos com uma formulação que veicula ativos ou outros ingredientes em nano

escala.

Na Figura 4 observa-se o comportamento dos cosméticos contendo

nanopartículas e partículas convencionais em contato com a epiderme (pele).

Figura 4 - Esquema de como se comportam cosméticos com nanopartículas e os convencionais.

Fonte: Girassolcm (2015).

A inserção de nanopartículas em cosméticos, além de destacar a melhor

penetração dos ativos, também tem como vantagem a proteção das matérias-primas

quanto à degradação química ou enzimática, melhora na homogeneidade das

formulações, aumento da estabilidade e da eficácia dos produtos, bloqueio de

radiações ultravioleta, aumento da capacidade de oclusão da pele e a possibilidade

de liberação controlada dos ativos (CAMPOS et al., 2015; FRONZA et al., 2007;

MÜLLER; RADTKE; WISSING, 2002).

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O Comitê Científico de Produtos para Consumo da União Europeia, em 2007,

dividiu os nanocosméticos em dois grupos, os lábeis e insolúveis. O grupo das

partículas lábeis, são nanopartículas que se dissolvem após entrar em contato com

a pele (exemplo: nanopartículas biodegradáveis), e o grupo das partículas

insolúveis, as quais não conseguem se dissolver nos meios biológicos. Esses

grupos foram criados para que houvesse uma diferenciação de riscos das

nanopartículas existentes, pois algumas podem possuir toxicidade (ALVAREZ-

ROMÁN et al, 2001).

3.2.2 A Prata e sua Ação Antimicrobiana

A prata pura é um metal amplamente utilizado há milhares de anos. Existem

relatos de objetos contendo o metal a 5000 a.C. provenientes da Índia, também em

túmulos a 3500 a.C. e a 1000 a.C. de vasos de prata que eram usados para

obtenção de água potável (SOUZA et al., 2013). Foi Hipócrates quem divulgou as

propriedades medicinais da prata, o principal fato era a cura de enfermidades

múltiplas (ARVIZO et al., 2012), onde aplicavam-se coloides de prata no tratamento

de queimaduras e como agentes quimioterápicos contra patologias provocadas por

bactérias, como Staphylococcos Aureus, Enterococcus Fuecim, Tuberculosis e

Streptococcus Pneumoniae, entre outras, e na Idade Média ministrava-se em

pacientes com sífilis, epilepsia e distúrbios nervosos uma solução de nitrato de prata

(BERNI; RIBEIRO; ZUCOLOTTO, 2008).

A nano prata possui propriedades físico-químicas muito características,

incluindo maleabilidade, flexibilidade, condutividade elétrica e térmica elevada em

relação a qualquer outro metal. Distingue-se pela sua estabilidade química, atividade

catalítica e um comportamento ótico não linear. Tais propriedades lhe conferem um

amplo potencial, um de grande destaque é seu largo espectro de atividade

antimicrobiana e baixo custo de obtenção (CHEN; SCHLUESENER, 2008;

FABREGA et al., 2011; GHORBANI et al., 2011).

São várias aplicações as quais incluem nano prata, como o revestimento

espectralmente seletivo para absorção de energia solar, filtros polarizadores,

material de intercalação para baterias elétricas, catalisadores em reações químicas,

receptores ópticos, biomarcadores e como agentes antimicrobianos (GHORBANI et

al., 2011).

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Tanto em sua forma coloidal como iônica, possui uma ação antimicrobiana

conhecida há séculos. Porém em nano escala por possuir uma superfície de contato

infinitamente maior suas propriedades são enormemente aumentadas, portanto

quanto menor for a dimensão da nano prata maior o seu efeito antimicrobiano

(FABREGA et al., 2011; GUZMÁN; DILLE; GODET, 2009; SCHIERHOLZ; BEUTH;

PULVERER, 1999;).

Atualmente sabe-se que a prata possui atividade biocida contra mais de 650

organismos patogénicos (bactérias, fungos e vírus) que está associada com a

oxidação e liberação lenta de íons prata (Ag+) para o ambiente, o que a torna um

agente biocida ideal. A carga positiva dos íons prata é de extrema importância em

seu efeito antimicrobiano. As cargas negativas da membrana celular do

microrganismo interagem eletrostaticamente com a carga positiva dos íons prata

liberados pelas nanopartículas inibindo seu crescimento ou o matando (CHALOUPA;

MALAM; SEIFALIAN, 2011; CHEN; SCHLUSENER, 2008).

Asharani (2008), Smetania (2008), Su (2009), Durán (2014) e seus

colaboradores citam em suas pesquisas que outros mecanismos podem atribuir a

nano prata seu efeito antimicrobiano. A liberação de íons prata, gerados através da

dissolução oxidativa destas, os quais podem interagir com grupos tiol, além de

afetarem a morfologia das células bacterianas expostas a elas. A geração de

espécies reativas de oxigênio que geram danos irreversíveis ao DNA dos

microrganismos, sendo a nano prata o catalisador da produção dessas espécies e a

interação direta da nano prata com a parede celular dos microrganismos, o qual o

acumulo destas aderem na membrana formando poços, alterando-a e provocando

assim vazamento do conteúdo celular.

Por apresentarem esse vasto efeito antimicrobiano sobre microrganismos, a

nano prata têm sido aplicada a várias áreas e produtos em relação a saúde e

higiene, tais como em produtos antimicrobianos para prevenção de infeções,

curativos para queimaduras e feridas traumáticas, revestimento de cateteres,

trabalhos odontológicos, próteses, dispositivos médicos, máquinas de lavar roupa,

filtros para purificação de água, tecidos, cremes anti odores, películas de

revestimento para alimentos, e muitos outros produtos.

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3.2.3 Síntese da Nano Prata

A nano prata pode ser sintetizada a partir de vários métodos, os relatados em

pesquisas são o método químico (redução química, foto química, eletrólise, pirólise),

que produz nanopartículas puras, porém pode vir a utilizar produtos químicos tóxicos

em sua obtenção e com custo elevado (GHORBANI et al., 2011; PACIONI et al.,

2015). O método físico (condensação de vapor físico e descarga de arco) que não

envolve produtos químicos e são geralmente rápidos, e o método biológico

(bactérias, fungos, leveduras e plantas) que além de ecológico tem um bom controle

sobre distribuição e tamanho da nano prata produzida (GHORBANI et al., 2011).

Destes métodos o mais frequentemente utilizado é a redução química, onde

primeiramente é empregado um agente redutor forte que produzem partículas

pequenas de prata as quais são aumentadas em um segundo passo por um agente

redutor mais fraco. São usados como redutores o borohidreto de sódio, citrato de

sódio, ácido ascórbico, glicose, gás hidrogênio, álcoois, entre outros (ELAISSARI;

FESSI, 2009; GHORBANI et al., 2011; SIQUEIRA et al, 2013).

Na redução química se faz necessário a presença de um estabilizador para

evitar a aglomeração indesejada da nano prata. São usados como estabilizadores o

dodecil sulfato de sódio (SDS), a polivinilpirrolidona (PVP), o polietilenoglicol (PEG),

o álcool polivinílico, o citrato tri-sódico, materiais lamelares, entre outros (NAIR;

LAURENCIN, 2007; JEONG; PARK, 2014). Também é necessário neste tipo de

síntese, um material precursor, geralmente sais de prata. Muitas pesquisas trazem

como material de partida o nitrato de prata por este possuir boa solubilidade

(GUZMÁN; DILLE; GODET, 2009; GHORBANI et al.,2011; MITTAL; CHISTI;

BANERJEE, 2013; RATYAKSHI; CHAUHAN, 2009).

Um exemplo da síntese de nano prata por redução química, é o método de

Turkevich, o qual emprega o citrato de sódio que atua como agente redutor e

estabilizador do coloide. São formadas em solução aquosa na redução de nitrato de

prata de 0,1 mol L-1 a 1,0 mmol L-1, sob ebulição na presença de citrato de sódio,

nanopartículas estáveis. A reação que ocorre no método de Turkevich está descrita

abaixo, Equação (2) (TURKEVICH; STEVENSON; HILLIER, 1951).

4Ag+ + C6H5O7Na3 + 2H2O 4Ag0 + C6H5O7H3 + 3Na+ + H+ + O2 (Eq. 2)

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Já a síntese por meio fotoquímico, utiliza a fotorredução de um material

precursor ou de íons de prata através de intermediários ativados fotoquimicamente.

As vantagens desse método são a elevada pureza das nanopartículas, fácil

processamento e a ampla faixa de meios reacionais que podem ser utilizados (vidro,

polímeros, micelas, emulsões, etc.), além de não utilizar agente redutor (GHORBANI

et al., 2011; PACIONI et al., 2015). Pesquisas sintetizaram a nano prata por meio de

irradiação de laser, irradiação de raios X, irradiação de micro-ondas e irradiação UV

(GASHTI; ALMASIAN, 2012; GUZMÁN; DILLE; GODET, 2009; GHORBANI et al.,

2011).

Um exemplo de pesquisa que utilizou o método fotoquímico foi Gashti e

Almasian (2012), que intercalaram nanopartículas de prata na estrutura do

argilomineral caulinita/silica por meio de irradiação UV, através de uma solução

aquosa de nitrato de prata. Primeiramente a irradiação UV é absorvida pelas

moléculas de água e da caulinita/silica produzindo elétrons solvatados, radicais

hidroxila, radicais de hidrogênio, moléculas de hidrogênio e peróxido de hidrogênio.

Os elétrons produzidos reduzem o cátion prata e se agregam na superfície e lamelas

do argilomineral, o qual atua como local de nucleação. Na Figura 5 a seguir, tem-se

a ilustração do processo de redução de uma solução de nitrato de prata com

caulinita/silica por meio da irradiação UV.

Figura 5 - Ilustração esquemática da síntese de nanopartículas de prata a partir de dispersão coloidal de Nitrato de Prata/Sílica pelo método de irradiação UV.

Fonte: Gashti, Almasian (2012).

Vários pesquisadores relatam a síntese e incorporação e/ou intercalação da

nano prata em argilominerais por métodos químicos, por exemplo, como citado

anteriormente, Gashti e Almasian (2012) utilizaram irradiação UV, Cabal et al.

(2010), Patakfalvi e seus colaboradores (2003) por meio da redução química

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empregando o boro hidreto de sódio como agente redutor, Jou e Malek (2016)

usando a clorexidina como agente redutor, entre outros.

3.2.4 Toxicidade da Prata

Estudos para avaliar a toxicidade da nano prata têm sido desenvolvidos

devido o crescente aumento da utilização destas em produtos (SIQUEIRA et al.,

2013). Esses estudos relatam que a nano prata afeta os organismos de diferentes

maneiras, os efeitos estão relacionados com a concentração e o tempo de

exposição (BENEDITO; SILVA; SANTOS, 2017).

Em altas concentrações em nosso organismo as nanopartículas podem

ocasionar problemas neurológicos, nos rins, indigestão, dores de cabeça e também

a doença conhecida como Argyria, que causa o escurecimento irreversível da pele

(BERNI; RIBEIRO; ZUCOLOTTO, 2008). A Argyria ocorre por envenenamento de

partículas em escala µm, uma vez que estas obstruem as membranas celulares,

quando expostas a grandes períodos de uso da prata. Em escala nanométrica como

são mais finas e geralmente estão em baixa concentração, podem circular pelas

membranas celulares sem ocasionar danos a organismos superiores. A

concentração eficaz contra microrganismos é de 0,1 μgL-1 e a concentração tóxica a

seres humanos é de 10 mgL-1, ou seja, em baixas concentrações a nano prata não é

tóxica aos seres humanos, porém em grande tempo de exposição pode vir a

acumular no organismo, levando a efeitos colaterais (DÍAZ et al., 2009; OLIVEIRA;

OLIVEIRA, 2004; BERNI; RIBEIRO; ZUCOLOTTO, 2008).

Várias pesquisas citam que ainda existem muitas dúvidas quanto ao efeito

benéfico e maléfico da nano prata tanto aos seres humanos, quanto ao meio

ambiente, sugerindo mais estudos sobre sua toxicidade de forma mais eficiente,

precisa e rápida (STERN; MCNEIL, 2008; HU et al., 2009; DURÁN et al., 2010; YU

et al., 2015).

3.3 Bromidrose

Bromidrose é o mau odor corporal, mesmo com a higienização adequada. Em

maior parte, causada pela secreção em excesso das glândulas apócrinas, porém,

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doenças metabólicas, alimentos, medicamentos e materiais tóxicos também podem

gerar esse problema (KATAOKA, 2017).

Existem dois tipos de glândulas secretoras no corpo humano, écrinas e

apócrinas. As écrinas estão distribuídas em todo o corpo e controlam a termo

regulação, produzindo o suor. Já as apócrinas lançam as suas secreções dentro de

folículos pilosos e são encontradas nas regiões úmidas do corpo, como as axilas,

sola do pé, virilha, entre outros. Estão localizadas profundamente na derme ou na

região superior da hipoderme. Sua secreção contém proteínas, carboidratos, lipídios,

amônia e feromônios, que inicialmente é inodora, mas ao alcançar a superfície do

corpo entra em contato com bactérias que a degradam, sendo produtos desta

decomposição ácidos graxos e amônio, produzindo o mau odor (KATAOKA, 2017).

Quando a secreção écrina é excessiva pode ocorrer o favorecimento da

produção da apócrina e contribuir para a ocorrência da bromidrose. Outro fator que

agrava essa condição é a falta de higiene ou distúrbios que promovem o

crescimento excessivo de bactérias incluindo a diabetes, intertrigo, eritrasma e

obesidade (SEMKOVA et al., 2015)

Staphylococcus e Corynebacterium spp. são os microrganismos mais

abundantes que colonizam as áreas úmidas do corpo, onde processam o suor

apócrino, resultando no mau cheiro característico associado ao suor

(KANLAYAVATTANAKUL; LOURITH, 2011). Os Staphylococcus metabolizam os

aminoácidos da secreção das glândulas apôcrinas gerando ácidos graxos voláteis

de cadeia curta e ramificada com grupos metil e a Corynebacterium, metaboliza os

lipídios da pele gerando ácidos graxos voláteis de cadeia média (GRICE; SEGRE,

2013).

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4 MÉTODOS

4.1 Metodologia

A Figura abaixo refere-se ao fluxograma das atividades relativas à síntese da

nano prata e sua incorporação na caulinita, caracterização dos incorporados,

análises antimicrobianas, avaliação da irritabilidade e leitura do pH.

Figura 6 - Fluxograma das atividades. Fonte: Autoria própria (2020)

4.1.1 Material

A caulinita foi doada pela empresa Imerys Itatex. É extraída do Rio Capim,

localizado no estado do Pará, e foi preparada segundo o método de ensaio ME-6

descrito pela norma NBR 7181 de Dezembro/84, da Associação Brasileira de

Normas Técnicas (ABNT, 1984), onde passou pelos processos de secagem,

moagem e peneiração, apresentando uma granulometria final de 325 Mesh.

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Para a síntese da nano prata e incorporação em caulinita, utilizou-se

reagentes com grau analítico.

4.1.2 Síntese da Nano Prata e Incorporação na Caulinita

Foram utilizados dois métodos químicos de síntese da nano prata:

fotorredução e redução química. A metodologia que produziu maior concentração de

nano prata e partículas mais estáveis sobre o argilomineral foi empregue como ativo

antimicrobiano em base de creme para estudo da possível prevenção da

bromidrose.

Nessa pesquisa a nano prata foi sintetizada por meio de dois métodos

químicos, redução química e fotorredução. Nestes variam o agente redutor (se

houver), quantidade e concentração deste, a concentração do material precursor

(geralmente um sal metálico), temperatura de reação, pH, velocidade de agitação e

duração do processo de síntese. O tamanho, quantidade e estabilidade da nano

prata resultantes das sínteses dependem dessas condições (GUZMÁN; DILLE;

GODET, 2009; MITTAL; CHISTI; BANERJEE, 2013; RATYAKSHI; CHAUHAN,

2009).

A metodologia por fotorredução foi adaptada de Gashti e Almasian (2012),

onde 3 g de caulinita foram dispersos em 100 mL de água ultrapura sob agitação

vigorosa durante o período de 1 h, foi adicionado então 30 mL de uma solução de

AgNO3 0,4 mol L-1 na mistura inicial também sob agitação por 1 h a 25 °C. Após,

uma radiação UV (lâmpada UV da Creator GPH – 5: 5 W, UV-C, ʎ= 250 nm) foi

aplicada na dispersão por 6 dias sob agitação constante a temperatura ambiente.

Esta mistura foi centrifugada a 3000 rpm e lavada por 8 vezes com água ultrapura. A

suspensão úmida obtida passou por um processo de secagem a 110 °C durante 3 h

e a amostra submetida a essa metodologia foi denominada de AgK.

Na segunda metodologia, por redução química, inicialmente ocorreu a

desagregação das lamelas da caulinita com o dimetilsulfóxido (DMSO), onde 20 g de

caulinita foram adicionadas em 100 mL de DMSO sob agitação durante 24 h a 65

°C. Após, foi realizada a lavagem da solução com etanol e deixado decantar por 5

dias (PATAKFALVI; OSZKÓ; DÉKÁNY, 2003). O resíduo foi seco a 110 °C durante

3 h. Com a desagregação realizada utilizou-se o método de Turkevich para a síntese

e incorporação da nano prata, onde sob agitação e aquecimento, 1,2 g de caulinita

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foi adicionada em 100 mL de uma solução de nitrato de prata 1,0 mmol/L até atingir

a temperatura de 90 °C, e então adicionou-se 1,0 mL de uma solução de citrato de

sódio 0,3 mol/L, mantendo-se a temperatura constante. Quando a solução obteve

uma cor amarela, que indicou a formação de nano prata, foi adicionado 1,0 mL de

solução de hidróxido de amônia 1,4 mol/L (GORUP et al., 2011). A amostra

submetida a essa metodologia foi denominada de AgKDMSO.

4.1.3 Base de Creme

A base de creme, ao qual adicionou-se o incorporado, foi adquirido na

farmácia de manipulação, FórmulAtiva, situada na Avenida União da Vitória, Bairro

Industrial em Francisco Beltrão – PR, CEP 85605-040.

A base possui caráter não-iônico, ou seja, não possui carga ionizável,

apresentando um balanço entre as porções hidrofóbicas e hidrofílicas das

moléculas. São representados pelos ésteres de glicol e de glicerol, ésteres de

sorbitano, polissorbatos, ésteres de alcoóis graxos, ésteres de ácidos graxos e

poliglicóis. Emulsões não-iônicas são amplamente empregadas em formulações

cosméticas, devido suas características e propriedades, como sua compatibilidade

com o pH cutâneo, o suporte amplo em variações de pH, e a possibilidade de

incorporação de diversas substâncias ativas. Devido a essas características, tem

como vantagem em relação aos outros tipos de emulsionantes a não irritabilidade

cutânea (AULTON, 2005; ALLEN; POPOVICH; ANSEL, 2007; DALTIN, 2011;

FLORENCE; ATTWOOD, 2011; GENNARO; REMINGTON, 2004).

4.2 Técnicas de análise

4.2.1 Caracterização dos Incorporados

Os incorporados foram caracterizados por difratometria de raios X,

infravermelho com transformada de Fourier, análise térmica (TGA, DTG e DTA),

microscopia eletrônica de varredura acoplado a espectroscopia de energia

dispersiva, espectroscopia de reflectância difusa na região do UV-Vis,

espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado microscopia

eletrônica de transmissão e potencial zeta, com o propósito de verificar as mudanças

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da estrutura da caulinita após a incorporação com a nano prata e identificar qual das

metodologias utilizadas foi mais eficiente na síntese.

4.2.1.1 Difratometria de Raios X (DRX)

A difração de Raios X é uma forma de radiação eletromagnética que possui

energias elevadas e comprimentos de onda curtos, que equivalem aos

espaçamentos atômicos em sólidos. Essa análise ocorre quando um feixe de raios X

monocromático incide sobre um material e uma fração deste feixe se espalha em

todas as direções através dos elétrons que estão associados a cada átomo ou íon

que se encontra na trajetória do feixe. A intensidade da difração é registrada pelo

movimento do detector em diferentes ângulos e os resultados podem ser conferidos

com uma base de dados (CALLISTER; RETHWISCH, 2006).

Essa técnica foi utilizada na avaliação do grau de cristalinidade do material.

Essa confirmação se dá por meio do cálculo da distância no espaçamento

interplanar basal, de acordo com a Lei de Bragg, Equação (3).

d(001) = λ/2.senθ Eq. (3)

Para a análise foi utilizado o Equipamento Shimadzu, modelo Mini Flex 600

do laboratório Central de Análises da UTFPR-PB. Sob as seguintes condições, fonte

de CuKα com 40 KV e 15 mA, com varredura de 3° a 80° e passo de 0,02° de 2θ.

4.2.1.2 Espectroscopia no Infravermelho Médio

A técnica de Espectroscopia de Infravermelho com Transformada de Fourier

evidencia a presença de grupos funcionais presentes na estrutura de substâncias.

Pode ser utilizada para identificar ou investigar composição química de uma

substância. Para o fornecimento dos dados, a radiação no infravermelho passa

através da amostra e é comparada com aquela transmitida na ausência de amostra.

O espectrofotômetro registra o resultado na forma de bandas de absorção. A região

do espectro eletromagnético de maior interesse para essa técnica se encontra entre

4000 a 400 cm-1. Em amostras sólidas (pó) utiliza-se a técnica de pastilha de KBr

(ATKINS; JONES, 2012).

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A finalidade da técnica foi a observação dos grupos funcionais presentes, as

regiões de vibração e especialmente as modificações e o deslocamento do espectro

das amostras de caulinita com a nano prata incorporada.

Os espectros, foram obtidos na Central de Análises da UTFPR/PB,

empregando um espectrofotômetro Perkin Elmer FTIR Spectrometer Frontier, por

meio de 32 varreduras no intervalo de 4000 a 400 cm-1 com resolução de 2 cm-1

utilizando pastilhas de KBr, contendo 99 mg de KBr e 1 mg das amostras

incorporadas.

4.2.1.3 Análise Térmica

Técnicas de análise térmica permitem o monitoramento de uma propriedade

física ou química de uma substância, ou de seus produtos de reação, em função do

tempo ou temperatura, enquanto a temperatura da amostra, sob uma atmosfera

específica, é submetida a uma programação controlada (IONASHIRO, 2004).

As técnicas utilizadas são a termogravimétrica (TGA), que se baseia na

variação da massa da amostra em função da temperatura, a análise

termogravimétrica derivada (DTG), que é a derivada primeira da variação da massa

em relação a temperatura e a análise térmica diferencial (DTA) que mede a

diferença de temperatura entre a amostra e um material de referência (MOTHÉ;

AZEVEDO, 2009).

Através destas análises foi avaliada a estabilidade térmica dos incorporados

obtidos a partir dos métodos utilizados e a verificação de alterações na temperatura

de degradação em relação a caulinita in natura e quais vão ser as transformações

ocorridas nas temperaturas utilizadas para a calcinação.

A análise foi realizada na Central de Análises da UTFPR-PB, utilizando o

analisador da TA Instruments, modelo SDT Q-600, porta amostra de α-alumina em

atmosfera de ar sintético, com a taxa de aquecimento de 10 ºC/min de 30 a 1000 ºC.

4.2.1.4 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), acoplado a Espectroscopia de

Energia Dispersiva (EDS)

A microscopia eletrônica de varredura (MEV) é uma análise que fornece

previamente informações sobre a morfologia e identificação de elementos químicos

de uma amostra, se está for sólida (DEDAVID; GOMES; MACHADO, 2007).

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A utilização dessa técnica vem se tornando mais requisitada por fornecer

informações de detalhe da amostra, com aumentos de até 300.000 vezes (DUARTE

et al., 2003).

O aparelho microscópio eletrônico de varredura, consiste em utilizar um feixe

de elétrons de baixo diâmetro para analisar a superfície da amostra, ponto a ponto,

por linhas sucessivas e transmitir o sinal do detector a uma tela catódica cuja

varredura está sincronizada com a do feixe incidente. Por meio de um sistema de

bobinas de deflexão, o feixe pode ser guiado de modo a varrer a superfície da

amostra segundo uma malha retangular. O sinal de imagem resulta da interação do

feixe incidente com a superfície da amostra (DEDAVID; GOMES; MACHADO, 2007).

A espectroscopia de energia dispersiva (EDS) é capaz de detectar os fótons

de raios X emitidos pela amostra, estes são analisados e classificados em função da

sua energia e intensidade. Neste caso o EDS está acoplado ao MEV.

Através do MEV com EDS, foi possível fazer uma comparação das

características morfológicas da superfície dos intercalados obtidos além da

porcentagem em massa dos elementos químicos presentes nos incorporados

obtidos.

A análise foi realizada no Centro de Microscopia da UFPR, Campus Curitiba,

utilizando equipamento TESCAN VEGA3 LMU aplicando 10 kV. Após a realização

do EDS, as amostras foram pulverizadas com uma fina camada de ouro para a

análise de MEV.

4.2.1.5 Espectroscopia de Reflectância Difusa na região do UV-Vis (DRS-UV-Vis)

É uma técnica útil para a caracterização das mais variadas substâncias. A

espectroscopia na região do UV-VIS permite a identificação de transições de

elétrons entre níveis de energia (transições eletrônicas). Os elétrons de ligações

químicas absorvem energia na faixa do ultravioleta – visível (190 – 800 nm), e os

grupos que os contêm são chamados de cromóforos, podendo ser, por exemplo,

grupos insaturados covalentes, responsáveis pelas absorções eletrônicas, C=C,

C=O ou NO2 (SILVERSTEIN et al.,1979).

O band-gap é a região onde ocorre a interação de um fóton de energia de

magnitude igual ou superior ao valor do espaço de energia limitado entre as bandas

de valência (BV) e banda de condução (BC), resultando na excitação de elétrons

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presentes na BV para a BC dando origem a buracos - ℎ+. Materiais que apresentam

boa atividade fotocatalítica são chamados de semicondutores, e possuem

geralmente valor do band-gap entre 0 e 4,0 eV (CAVALCANTE et al., 2013).

A técnica de espectroscopia de reflectância difusa na região do DRS-UV-Vis,

foi realizado com o intuito de determinar os valores de band-gap da caulinita in

natura e dos incorporados. Os espectros de reflectância das amostras foram obtidos

no espectrofotômetro da Perkin Elmer Lambda 45 na faixa entre 400 e 900 nm, com

resolução de leitura de 1 nm, em cubeta de quartzo. As coordenadas originais do

espectro reflectância x comprimento de onda foram transformadas para a função de

Kubelka-Munk (K) x energia do fóton (hv) ou em (αhv) 1/2 x hv, e os valores dos

gaps foram estimados a partir da extrapolação da região linear dos espectros

(AMBREEN et al., 2014; KOCÍ et al., 2009; NOGUEIRA; JARDIM, 1998;

SCHLESINGER et al., 2013; SOUZA et al., 2008).

A análise foi realizada na Central de Análises da UTFPR-PB.

4.2.1.6 Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado

(ICP-OES)

É baseada na medida da intensidade da radiação emitida, quando um átomo

ou íon, excitado pelo plasma, retorna ao seu estado fundamental. A excitação da

espécie ocorre quando seus elétrons mais externos têm seu nível de energia

aumentado, passando do estado fundamental para o excitado, devido a colisão com

elétrons ou íons argônio existentes no plasma. O elétron não é estável em níveis

mais altos de energia, portanto retorna a seu estado fundamental, emitindo a energia

que foi absorvida, sob a forma de energia luminosa (SOUZA; SAINT´PIERRE, 2011).

Essa análise é utilizada para identificar muitos elementos em simultâneo e em

níveis tão baixos que chegam a valores de 1-10 partes por bilhão (ppb).

Por meio dessa análise foi determinado o teor de prata contido na caulinita.

O aparelho utilizado é um Espectrômetro da Thermo Scientific modelo ICAP

6500, operando com visão axial e software iTeVa Analyst. Os parâmetros

instrumentais se encontram na Tabela 1.

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Tabela 1 - Parâmetros instrumentais e condições operacionais do equipamento.

Parâmetro Tipo ou valor

Radiofrequência 40 MHz

Potência da radiofrequência

1150 W

Vazão do gás do plasma 12,0 L min-1

Vazão do gás auxiliar 1,0 L min-1

Vazão do gás no nebulizador

0,7 L min-1

Tocha Quartzo com vista axial

Nebulizador Concêntrico

Replicatas 3

Linha analítica Ag (338,289 nm)

Fonte: Autoria própria (2020)

A curva analítica foi preparada em meio de HNO3 1% (v/v) na faixa de

concentração de 0,010 mg L-1 a 2,0 mg L-1. As amostras também foram preparadas

utilizando HNO3 1% (v/v) em água ultra pura.

A análise foi realizada no Laboratório de Espectrometria de Absorção Atômica

e de Análises Ambientais no departamento de Química da UFPR.

4.2.1.7 Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET)

É uma técnica que se baseia no bombardeamento de uma amostra por um

feixe de elétrons altamente energéticos. O qual interage com os átomos da amostra

enquanto o atravessa, através de espalhamentos inelásticos e elásticos, gerando a

formação de uma imagem que é captada por um monitor (REIMER, 2009).

A Microscopia Eletrônica de Transmissão é utilizada para caracterizar a

morfologia da superfície e o tamanho e formato das nanopartículas metálicas.

O intuito do MET nessa pesquisa foi a visualização da morfologia após

síntese e intercalação, formato e tamanho da nano prata produzida.

A análise foi realizada no Centro de Microscopia da UFPR utilizando um

Microscópio Eletrônico de Transmissão modelo JEOL JEM 1200EX-II, a amostra foi

depositada em um grid de cobre revestido com carbono e submetida a temperatura

ambiente e aplicação de 120 kV.

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4.2.1.8 Potencial Zeta

É uma análise que mede a diferença de potencial entre o meio de dispersão e

a camada de solvente existente ao redor da partícula dispersa. Partículas que

apresentam um potencial zeta maior ou igual a 30 mV e menor ou igual a -30 mV,

são eletricamente estáveis, ou seja, não haverá tendência à agregação. Potenciais

zetas que são próximos a zero, possuem forças atrativas que excedem as forças

repulsivas, o que gera agregação das partículas (AMRITKAR et al, 2011).

Por meio do potencial zeta foi possível identificar se a caulinita agiu como

bom estabilizante na nano prata, evitando sua agregação.

A análise foi realizada em triplicata com o equipamento Stabino Particle Metric

modelo PMX 400 Stabino control software 2.00.27.02, no laboratório de

Biopolímeros (Biopol) do departamento de Química da UFPR.

4.2.2 Análises Antimicrobianas

Com a finalidade de avaliação do incorporado como agente antimicrobiano

sobre a bromidrose, foram realizados testes de difusão em ágar e determinação da

concentração mínima inibitória por microdiluição (MIC), utilizando o microrganismo

Staphylococcus epidermidis ATCC 11228, um dos causadores de mau odor nas

regiões quentes do corpo humano.

Foram avaliadas a capacidade antimicrobiana das seguintes amostras: base

de creme puro, base de creme contendo o incorporado como ativo em três

concentrações (0,1; 0,3 e 0,5 %) e a base de creme contendo nitrato de prata, que é

o ativo que dermatologistas e farmácias de manipulação utilizam em seus produtos

na concentração de 0,5 % (ALIAGA, 1998), afins de comparação.

As análises foram realizadas nos laboratórios de Química da UFTPR-PB.

4.2.2.1 Teste de Difusão em Ágar

Seu princípio baseia-se na difusão de um antimicrobiano adicionado em um

poço no ágar que possui microrganismo inoculado na superfície do poço. Há a

formação de um halo de inibição na região onde houve a difusão do antimicrobiano.

É um método qualitativo, que permite classificar a amostra bacteriana em suscetível

(S), intermediária (I) ou resistente (R) ao antimicrobiano (SEJAS et al., 2003). Halos

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com diâmetro maior ou de até 3 mm são considerados suscetíveis, entre 2 a 3 mm

de diâmetro são intermediários, e com diâmetro igual ou menor que 2 mm são

resistente (OSTROSKY et al., 2007).

A atividade antimicrobiana pelo método de difusão em ágar foi determinada

conforme descrito por Clinical & Laboratory Standards Institute (CLSI, 2012), com

algumas modificações.

Nesse método, foram feitos 3 poços de 6 mm de diâmetro nas placas de Petri

contento aproximadamente 25 mL do ágar Mueller-Hinton, preparado segundo as

especificações do fabricante do meio. A cada poço foram adicionados 10 µL das

amostras a serem comparadas. Uma suspensão do microrganismo Staphylococcus

epidermidis, previamente padronizada por escala de MacFarland 0,5 (108

células/mL) foi inoculado no meio de cultivo por spread plate utilizando swabs

esterilizados. Como controle negativo foi empregado solução salina 0,9%. E como

controle positivo o antimicrobiano Tetraciclina na concentração de 1 mg/mL. Fez-se

em triplicata. As placas foram incubadas em estufa bacteriológica a uma

temperatura de 35 ± 2 °C por 24 h. Após esse período, os diâmetros dos halos de

inibição foram medidos em mm com auxílio de um paquímetro e os resultados

expressos em mm foram interpretados nas categorias sensível, intermediário ou

resistente.

4.2.2.2 Determinação da Concentração Mínima Inibitória por Microdiluição (CMI)

É uma técnica considerada quantitativa, pois é capaz de determinar a menor

concentração de agente antimicrobiano capaz de inibir visivelmente o crescimento

dos microrganismos (KUPER et al., 2009). É determinada após um período de

incubação, observando a partir de qual concentração do agente antimicrobiano

houve turvação do meio de cultura (JORGENSEN; FERRARO, 2009) ou pela adição

de um corante revelador como a rizasurina ou TTC, que indicam atividade celular ou

não na amostra testada.

A CMI pelo método de microdiluição foi determinada conforme descrito por

Clinical & Laboratory Standards Institute (CLSI, 2003), com algumas modificações.

Os testes foram realizados em placas de Elisa esterilizadas contendo 96 poços com

fundo redondo (em “U”). Em cada cavidade foram adicionados 100 µL de caldo

Mueller-Hinton (MH) e 100 µL da amostra nas diferentes concentrações iniciais. Em

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seguida, foram realizadas as seguintes diluições seriadas (1:2, 1:4, 1:8, 1:16, 1:32,

1:64, 1:128, 1:256). Posteriormente, foram adicionados em cada poço 5 μL do

microrganismo Staphylococcus epidermidis, previamente padronizado em escala

MacFarland 0.5 (108 células /mL) em todos os poços, e as placas foram incubadas

por 24h a 35 ± 2 °C, sob leve agitação. Como controle negativo foi utilizada solução

salina 0,9% e como controle positivo o antimicrobiano Tetraciclina na concentração

de 1 mg/mL.

Após a incubação, foram adicionados em cada cavidade 20 µL do corante

reagente resazurina (0,01%) afim de se verificar a presença de células viáveis. Após

2h em repouso, foi realizada a leitura para verificar inibição ou não do microrganismo

testado, ou seja, determinação da concentração mínima inibitória (CMI). O

desenvolvimento de coloração avermelhada ao meio de cultivo, indicou que o

microrganismo não foi inibido pela amostra testada (negativo para inibição). Por

outro lado, a manutenção da coloração azul no meio de cultivo, indicava inibição do

microrganismo pelo composto testado (positivo para inibição). Para a determinação

da concentração mínima bactericida (CBM), o material dos poços que apresentaram

resultados para inibição dos microrganismos, foram repicados para placas de Petri

contendo ágar Mueller-Hinton e incubados novamente em estufa bacteriológica à 35

± 2 °C por 24 horas. A ausência de crescimento após incubação indicou efeito

bactericida e a presença indicou efeito bacteriostático.

4.2.3 Caracterização da Base de Creme Contendo o Incorporado

A base de creme contendo o incorporado que obteve maior efeito

bacteriostático nas análises antimicrobianas foi avaliado pelas técnicas de potencial

hidrogeniônico e irritabilidade dérmica primária, acumulada e sensibilização, afim de

identificar se este causaria algum tipo de reação ou alteração na pele ao ser

utilizado.

4.2.3.1 Determinação do pH

É o logaritmo negativo da concentração molar de íons de hidrogênio.

Representa a acidez ou a alcalinidade de um produto. A escala de pH varia de 1

(ácido) a 14 (alcalino), sendo que o valor 7 é considerado neutro (ANVISA, 2008).

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O pH foi determinado por potenciômetro, calibrado, pela determinação da

variação de potencial entre os eletrodos de referência e o de medida, que foram

imersos na amostra analisada, com o objetivo de comparação ao pH natural da pele.

A leitura foi realizada em triplicata nos laboratórios de Química da UTFPR-PB.

4.2.3.2 Avaliação da Irritabilidade Dérmica Primária, Acumulada e Sensibilização

A avaliação da irritabilidade dérmica primária, acumulada e sensibilização foi

realizada por meio da empresa IPclin – Instituto de Pesquisa Clínica Integrada Ltda,

localizada na Rua Leonardo Cavalcante, 314, Centro de Jundiaí – SP, CEP 13201-

013.

Essa técnica tem como objetivo verificar se o uso da base de creme contendo

como agente antimicrobiano o incorporado causa algum tipo de irritação dérmica.

Testes realizados com seres humanos são regulamentados segundo leis, que

tem o objetivo de proteger e resguardar os participantes. No, Brasil estas pesquisas

são permitidas desde que possuam os protocolos aprovados por uma Comissão de

Ética Médica e sigam os preceitos da Declaração de Helsinque e da Resolução

466/12 do Conselho Nacional de Saúde (em anexo os preceitos). A empresa IPclin

está de acordo com essas leis.

Foram incluídos ao teste, 60 participantes, de ambos os sexos, com faixa

etária entre 18 e 65 anos, com foto tipo de I a IV (tabela de foto tipo em anexo). O

teste teve uma duração de seis semanas. E estes deveriam seguir as seguintes

exigências durante o estudo: não estar grávida, amamentando ou com intenção de

engravidar, não participar de nenhuma outra pesquisa clínica em outra instituição

proponente de pesquisa, não molhar ou retirar o adesivo, evitar roupas justas no

local de teste para evitar retirar o adesivo e causar irritação, se houvesse qualquer

modificação nos seus hábitos, comunicar para melhor interpretação dos resultados,

evitar exposição solar intensa, evitar banhos de piscina, mar e banheira, não usar

qualquer tipo de produto (desodorante ou antiperspirante, talco, óleo para banho,

cremes, loções, perfumes, colônias e medicações tópicas) nas áreas próximas à do

teste, não alterar hábitos cosméticos, de higiene, de dieta e de exercícios, não

alterar o tratamento hormonal, nem o método contraceptivo medicamentoso, não

utilizar medicações de uso tópico ou sistêmico: qualquer anti-inflamatório;

antialérgicos; imunossupressores (medicamentos que bloqueiam a resposta do

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sistema de defesa), não utilizar vitamina A ácida e seus derivados e não realizar

tratamento estético, com esteticista ou médico dermatologista.

Foi empregado o teste de contato (patch test), onde o produto e o controle

foram aplicados sob apósito semi-oclusivo no dorso dos participantes, no lado direito

ou esquerdo (de acordo com a randomização). O teste de contato permaneceu na

pele durante 48 horas, sendo retirado após esse tempo para leitura de sinais clínicos

e questionamento das sensações de desconforto pelo médico dermatologista. Após

a leitura, novo apósito foi colocado, mantendo-se os produtos na mesma posição.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Caracterização dos Incorporados

Na sequência serão abordadas as técnicas utilizadas para a caracterização

da nano prata incorporada em caulinita.

5.1.1 Difratometria de Raios X (DRX)

Na Figura 7, são apresentados os difratogramas de raios X da caulinita in

natura e dos incorporados obtidos, AgK e AgKDMSO. Referente a caulinita in

natura, a Figura 7a, evidencia picos característicos do argilomineral, de acordo com

a ficha cristalográfica número 01-079-1570 do ICDD (International Center of

Difraction Data). Estes são encontrados em aproximadamente 12,37º e 24,88º de 2θ

e correspondem às reflexões do plano d(001) e d(002), respectivamente, enquanto

que o sinal em aproximadamente 20,35º de 2θ refere-se ao plano d(020). Já os

demais picos nos valores de 34,92°, 35,96° e 37,67°, 38,43°, 39,25° e 46,82° de 2θ

também são característicos da caulinita in natura, mas podem variar em decorrência

da região de onde a caulinita foi extraída e de sua composição (MORAES;

MACHADO; PERGHER, 2003; PANDA et al., 2010; SAHNOUN; BOUAZIZ, 2012;

AYODELE, 2013).

Observaram-se dois picos intensos no incorporado AgK (Figura 7b) em

aproximadamente 12,41° e 24,93°, e no incorporado AgKDMSO (Figura 7c) em

12,37° e 24,78°, que representam respectivamente, reflexões do plano em d(001) e

d(002) característicos da caulinita in natura. Ainda, nota-se que na amostra

AgKDMSO, ocorreu um alargamento dos sinais e diminuição da intensidade do

primeiro pico, sugerindo que houve uma diminuição em sua cristalinidade.

Os valores calculados do espaçamento interplanar basal do primeiro plano

pela Lei de Bragg da caulinita in natura e dos incorporados encontram-se na Tabela

2. Evidencia-se que estes não sofreram alterações significativas em relação ao

distanciamento basal teórico da caulinita que é de 7 nm. A não alteração desse

espaçamento nas amostras AgK e AgKDMSO indica que a nano prata está apenas

incorporada à superfície do argilomineral, ou seja, não ocupou o espaço interlamelar

da caulinita in natura. O pico relativo a intercalação do DMSO não é visualizado no

gráfico abaixo, pois o dimetilsulfóxido foi arrastado com lavagem por etanol.

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Figura 7- Difratograma de Raio X a) da caulinita in natura b) AgK e c) AgKDMSO. Fonte: Autoria própria (2020)

Tabela 2 - Espaçamento basal da caulinita in natura e dos incorporados AgK e AgKDMSO.

Amostra Espaçamento basal (Å)

K 7,1543 AgK 7,1545

AgKDMSO 7,1518 Fonte: Autoria própria (2020)

Pesquisadores relataram picos referentes a prata em 38,5°, 44,9°, 63,9° e

76,8° de 2ϴ correspondentes, respectivamente, as reflexões de plano d(111),

d(200), d(220) e d(312) (GARCIA-BARRASA et al., 2011; XU et al., 2011; GASHTI;

ALMASIAN, 2012; PATAKFALVI; OSZKÓ; DÉKÁNY, 2003;). A Figura 8 apresenta a

expansão da região onde os picos característicos da prata são relatados, estes não

foram observados nos incorporados (Figura 8b-c), o que sugere que a nano prata se

encontra em baixas concentrações nas amostras ou que seu tamanho é pequeno

para ser detectado pela técnica de difratometria de raios X.

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Figura 8 - Difratograma de raios X, expansão da região de 30 a 80º de 2θ das amostras a) caulinita in natura b) AgK e c) AgKDMSO.

Fonte: Autoria Autoria própria (2020)

5.1.2 Infravermelho com Transformada de Fourier (IV)

O espectro de IV da caulinita in natura (Figura 9) exibe bandas de absorção

em 3697, 3669 e 3652 cm-1 que são características do estiramento das hidroxilas

superficiais da caulinita e em 3620 cm-1 que são características do estiramento das

hidroxilas internas da caulinita (CABAL et al., 2010; CHENG et al., 2012).

Os sinais em 1115 cm-1 e 647 cm-1 são atribuídos ao estiramento simétrico Si-

O, enquanto os sinais em 470 cm-1 e 421 cm-1 são característicos de deformação

angular do plano Si-O. As bandas de absorção em 1031 cm-1 e 1001 cm-1 referem-

se às vibrações planar do grupo Si-O-Si, enquanto que os sinais em 699 cm-1 e 538

cm-1 referem-se à ligação Si-O-Al (SILVERTEIN et al., 2005; HIDALGO et al., 2010;

KUTLÁKOVÁ et al., 2011; CHENG et al., 2012; LIEW et al., 2012; SILVA E SILVA;

SANTANA, 2013).

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Figura 9 - Espectro de infravermelho da caulinita in natura. Fonte: Autoria Autoria própria (2020)

As bandas situadas em 938 cm-1 e em 912 cm-1 correspondem ao

dobramento das hidroxilas. E os sinais em 792 cm-1 e 755 cm-1 são atribuídas à

translação das hidroxilas (GARDOLINSKI; MARTINS FILHO; WYPYCH, 2003;

SILVERTEIN et al., 2005; CHENG et al., 2012).

Os espectros obtidos para os incorporados por IV são apresentados na

Figura 10. Além da diminuição da intensidade de alguns picos em relação a caulinita

in natura, notou-se também a presença do pico a 1384 cm-1, sendo esse com maior

intensidade na amostra AgK (Figura 10a) em relação a AgKDMSO (Figura 10b).

Esse pico pode ser atribuído à presença de (NO3)-1 residual da solução inicial de

AgNO3, como reportado em outro estudo (CRUZ et al., 2010).

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Figura 10 - Espectro de infravermelho dos incorporados obtidos a) AgK e b) AgKDMSO. Fonte: Autoria Autoria própria (2020)

Picos referentes a nano prata foram identificados nos incorporados obtidos

(Figura 11b-c) em 2927 cm-1 e 2348 cm-1, estas mesmas bandas foram reportadas

por Gashti e Almasian (2012). Observa-se que no espectro referente a caulinita in

natura (Figura 11a) nessa mesma região, não há a ocorrência dos picos citados

anteriomente.

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Figura 11 - Espectro de infravermelho com expansão da região do comprimento de onda de 3200 a 2000 cm-1 das amostras a) caulinita in natura b) AgK e c) AgKDMSO.

Fonte: Autoria Autoria própria (2020)

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5.1.3 Análise Térmica

A caulinita in natura foi avaliada pela técnica de análise termogravimétrica

(TGA), termogravimetria derivada (DTG) e análise térmica diferencial (DTA) para a

verificação do seu comportamento térmico (Figura 12).

Figura 12 - Curvas da TGA, DTG e DTA da caulinita in natura. Fonte: Autoria Autoria própria (2020)

A caulinita in natura apresenta na curva TGA perda de água

adsorvida/absorvida em sua superfície e entre as suas lamelas em

aproximadamente 300 ºC. Um evento maior de perda de massa ocorre na faixa de

temperatura de aproximadamente 420 a 680ºC, o qual representa a desidroxilação

do material e o início da transformação em metacaulinita, associado a um pico

exotérmico na curva DTG centrado em 510 ºC. Na curva DTA observa-se o início de

um pico exotérmico próximo a 990 ºC, que é atribuído à cristalização da mulita,

formada a partir da metacaulinita (CHENG et al., 2010; PTÁČEK et al., 2010;

GARDOLINSKI; MARTINS FILHO; WYPYCH, 2003; SAHNOUN; BOUAZIZ, 2012).

A perda de massa teórica no processo de desidroxilação da caulinta é de

13,96%, considerando a composição proposta Al2Si2O5(OH)4 e formação apenas de

resíduos Al2O3 e 2SiO2 no final do tratamento térmico. Já o valor total obtido por

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TGA foi de 13,94 %, o que atesta a grande pureza da amostra seca de caulinita in

natura utilizada.

Na Figura 13, apresentam-se as curvas de TGA, DTG e DTA dos

incorporados obtidos. Observa-se que ambas as curvas TGA (Figura 13AB) se

comportam como a curva da caulinita in natura, bem como a curva DTA, onde é

visualizado o início de um pico exotérmico aproximadamente a 1000 ºC, atribuído à

cristalização da mulita, formada a partir da metacaulinita (GARDOLINSKI; MARTINS

FILHO; WYPYCH, 2003; CHENG et al., 2010; PTÁČEK et al., 2010; SAHNOUN;

BOUAZIZ, 2012).

Figura 13 - Curvas TGA-DTA dos incorporados obtidos A) AgK e B) AgKDMSO. Fonte: Autoria própria (2020)

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Os picos exotérmicos em DTG da Figura 13A, que se encontram

são referentes desidratação da caulinita, já o pico exotérmico centrado em 518 ºC,

que está correlacionado ao maior evento de perda de massa na curva TGA,

representa a desidroxilação do material e o início da transformação em

metacaulinita. Na Figura 13B, os picos exotérmicos na curva DTG centrados em

aproximadamente 120 ºC e 300 ºC são referentes a desidratação da caulinita, e o

pico exotérmico com início em 410 ºC até 690 ºC, centrados em 2 picos nas

temperaturas de 500 ºC e 540 ºC, correlacionado ao maior evento de perda de

massa na curva TGA, representa a desidroxilação do material e o início da

transformação em metacaulinita.

No processo de desidroxilação da caulinta na TGA da amostra AgK,

descontando-se a massa de água, foi de 13,87 %, e da amostra AgKDMSO foi de

12,74 %.

5.1.4 Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), acoplado a Espectroscopia de

Energia Dispersiva (EDS)

A análise de MEV foi realizada com os incorporados obtidos, nos diferentes

métodos químicos, a fim de verificar as alterações morfológicas na estrutura da

caulinita e a presença de AgNPs (Figura 14).

A caulinita tem como característica morfológica cristais em aspecto de floco

que se agrupam formando placas e pilhas hexagonais (GASHTI; ALMASIAN, 2012;

CAGLAR et al., 2013; SILVA E SILVA; SANTANA, 2013; BARBOSA et al., 2015).

A microscopia eletrônica de varredura mostra que não houve alterações na

morfologia do argilomineral, em ambos os métodos de síntese e incorporação

realizados. Na micrografia com ampliação de 50 mil vezes é possível visualizar

nitidamente o agrupamento da caulinita e seu empilhamento hexagonal,

corroborando com reportado na literatura anteriormente. Observa-se a ocorrência de

pontos mais claros na superfície das amostras Figura 13d, que são referentes a

nano prata, incorporadas a caulinita.

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Figura 14 - Medidas de MEV das amostras obtidas a) Ampliação 5 mil vezes. b) Ampliação 20 mil vezes e c) Ampliação 50 mil vezes e d) Ampliação 20 mil vezes com visualização das

AgNPs. Fonte: Autoria própria (2020)

O EDS foi aplicado nas amostras, para uma comparação das suas

composições qualitativas em relação aos elementos químicos que formam a

caulinita e das AgNPs sintetizadas sobre o argilomineral. Os resultados são

apresentados na Tabela 3.

Constatou-se a presença de potássio (K) e titânio (Ti) na amostra AgKDMSO,

esses são elementos químicos que podem ser encontrados em baixa porcentagem

na composição do argilomineral, isso depende da região geográfica de onde foi

extraído (CHENG et al, 2010; GASHTI, ALMASIAN, 2012; MELO; WYPYCH, 2009).

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Tabela 3 - Análise química relativa por espectroscopia de energia dispersiva das amostras AgK e AgKDMSO em porcentagem de massa atômica.

AMOSTRAS (% em massa atômica)

ELEMENTO AgK AgKDMSO Teste t (p valor)

O 76,49±3,80 57,19±5,44 0,2551

Al 11,73±3,15 9,82±1,28 0,1454

Si 11,39±3,24 9,40±1,23 0,1474

K -- 0,23±0,23

Ti -- 0,11±0,11

Ag 0,38±0,14 0,08±0,08 0,009 *Diferença significativa (p ≤ 0,05). Fonte: Autoria própria (2020)

Há a presença da prata em ambos os incorporados, confirmando a sua

síntese pelos métodos empregados, porém em baixa concentração, sendo

0,38±0,14 % e de 0,08±0,08 % em AgK e AgKDMSO, respectivamente. Gashti e

Almasian (2012) fizeram uso do método de fotorredução para síntese de

nanopartículas de prata em caulinita, obtendo uma porcentagem muito elevada em

relação aos resultados obtidos nessa pesquisa, 2,38, 3,62 e 4,40 % em 12, 24 e 48

h de irradiação, respectivamente, além das nanopartículas se encontrarem

intercaladas nas lamelas do argilomineral, essa diferença pode ter sido ocasionada

pela maior potência na lâmpada de irradiação UV-C utilizada, que foi de 15 W em

relação a de 5 W. Trabalhos com uso da redução química por meio do citrato de

sódio, também reportaram porcentagens maiores na síntese, estes empregaram

como agente redutor o borohidreto de sódio (CABAL et al., 2010; PATAKFALVI;

OSZKÓ; DÉKÁNY, 2003).

Os demais elementos químicos qualificados pela análise fazem parte da

composição química da caulinita (Al2Si2O5(OH)4).

Foi realizado o teste t-Student com os valores obtidos por EDS da

porcentagem dos elementos presentes a fim de verificar se existiam diferenças

significativas entre os incorporados, utilizando um nível de confiança de 95 %. Os

valores calculados para p encontram-se na Tabela 3, o teste revelou que existe

diferença significativa entre a porcentagem de nano prata sintetizada nos

incorporados, sendo a maior síntese na amostra AgK.

5.1.5 Espectroscopia de Reflectância Difusa na Região do UV-Vis (DRS-UV-Vis)

A análise de band-gap teve a finalidade de determinar a energia de

fotoativação da caulinita in natura e dos incorporados. A Tabela 4 apresenta os

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valores calculados a partir da extrapolação da região linear dos espectros de UV-Vis

de reflectância difusa contidos no gráfico da Figura 15.

Tabela 4 - Valores calculados do band-gap para as amostras AgK e AgKDMSO.

Amostra Gap (eV)

Caulinita in natura 3.20

AgK 3,42

AgKDMSO 3,53

Fonte: Autoria própria (2020)

Figura 15 - Cálculo do band-gap dos incorporados obtidos utilizando o método de Kubelka-Munk A) Caulinita in natura B) AgK e C) AgKDMSO.

Fonte: Autoria própria (2020)

Segundo Cavalcante e seus colaboradores (2013), um material apresenta boa

atividade fotocatalítica e é semicondutor quando o band-gap se encontra entre 0 e

4,0 eV. Observando os valores reportados (Tabela 4) dos gaps calculados, é

evidente que tanto a caulinita in natura, quanto os incorporados obtidos apresentam

boa atividade fotocatalítica.

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5.1.6 Espectrometria de Emissão Óptica com Plasma Indutivamente Acoplado (ICP-

OES)

Por meio da espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente

acoplado foi quantificado as nano prata contidas na caulinita. Os valores encontram-

se na Tabela 5.

Tabela 5 – Espectrometria de emissão óptica com plasma indutivamente acoplado da nano prata em caulinita nas amostras AgK e AgKDMSO.

Amostra Resultado (mg/g) Resultado (mmol/100g)

AgK 6,4218 5,9534

AgKDMSO 3,6264 3,3619

Fonte: Autoria própria (2020)

A concentração de nano prata sintetizada é baixa em ambas as amostras,

mas observa-se que em AgK há maior quantidade de nano prata incorporadas no

argilomineral, em relação a AgKDMSO, sendo respectivamente, 6,4218 mg/g,

3,3619 mg/g de nano prata por grama de caulinita. Esse resultado corrobora com os

resultados obtidos na análise da espectroscopia de energia dispersiva, onde a

concentração de nano prata observada também foi maior na amostra AgK,

sugerindo que a síntese foi mais eficiente pelo método químico de fotorredução.

5.1.7 Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET)

A aparência morfológica das amostras de caulinita contendo AgNPs

sintetizadas, foi observada por meio da análise de microscopia eletrônica de

transmissão, na qual a caulinita não apresenta mudança em sua morfologia, que é

pseudo-hexagonal (SILVA E SILVA; SANTANA, 2013), e as AgNPs apresentaram-

se relativamente esféricas com tamanhos variados em ambos os métodos de

síntese e incorporação, conforme as micrografias apresentadas na Figura 16.

Através das micrografias foi possível medir o tamanho da nano prata

sintetizada pelos métodos químicos. Na amostra AgK o diâmetro medido foi de

9,51±1,94 nm, e na amostra AgKDMSO de 8,21±4,29 nm. Tamanhos de nano prata

sintetizados por fotorredução por outros pesquisadores são entre 77 e 97 nm

(GASHTI; ALMASIAN, 2012), essa diferença pode ser relacionada como

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anteriormente pelo uso de uma lâmpada de irradiação UV-C com maior potência. Já

pesquisas onde as nanopartículas foram sintetizadas por redução química relatam

diâmetros de 2,2 nm (GORUP et al., 2011), 12±7 e 30±15 nm (CABAL et al., 2010),

entre 7 e 20 nm (CHOU; REN, 2000), entre 6 e 16 nm (SANTANA; GOMES;

MARCONE, 201).

Figura 16 - Imagens obtidas por MET das amostras de caulinita incorporadas com AgNP, ampliação de 200 nm a) AgK b) AgKDMSO c) AgK e d) AgKDMSO. Com ampliação de 100 nm

e) AgK e f) AgKDMSO. Fonte: Autoria própria (2020)

Na referente pesquisa a obtenção de nanopartículas menores e esféricas foi

de grande interesse, pois quanto menor a área superficial da partícula, maior

interação e maior poder antimicrobiano (PAL et al., 2007; TRAN et al., 2013).

Ainda, correlacionando os cálculos da morfologia cristalográfica das amostras

incorporadas por meio da Difração de Elétrons em Área Selecionada (SAED) com os

dados destes parâmetros da ficha cristalográfica da caulinita in natura, número 01-

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079-1570 do ICDD (International Center of Difraction Data), observa-se que os

valores dos parâmetros são muito próximos, evidenciando junto com o cálculo do

distanciamento interlamelar que não ocorreu mudança na morfologia da caulinita

após a síntese e que ocorreu a incorporação da nano prata sob o argilomineral e

não a sua inserção entre as lamelas (Figura 17) (Tabela 6).

Figura 17 - Difração de Elétrons em Área Selecionada a) Padrão de Ouro. b) AgK e c)

AgKDMSO

Fonte: Autoria própria (2020)

Tabela 6 - Comparação dos parâmetros cristalográficos da caulinita in natura e as amostras AgK e AgKDMSO.

Amostra

Parâmetro Caulinita in natura AgK AgKDMSO

a (Å) 5,155 5,164 5,147

b (Å) 8,941 8,944 8,915

Fonte: Autoria própria (2020)

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5.1.8 Potencial Zeta

Os valores de potencial zeta lidos para a caulinita in natura e os incorporados

encontram-se na Tabela 7, estes apresentaram carga superficial menor que –30,0

mV, ou seja, são providos de boa estabilidade, o que impede a

agregação/aglomeração das AgNPs presentes (BALLOTTIN, 2014; SOARES, 2014).

Observa-se que ao incorporar a nano prata no argilomineral a carga superficial

aumenta e a amostra AgK, a qual possui maior concentração de prata e menor

tamanho relatado anteriormente, expôs maior valor em módulo de potencial zeta,

sugerindo um sistema de nanopartículas mais estáveis do que na amostra

AgKDMSO.

Tabela 7 - Medidas de potencial zeta da caulinita in natura e dos incorporados AgK e AgKDMSO.

Amostra Potencial Zeta (mV)

Caulinita in natura -31,21c ± 0,54b

AgK -39,03a ± 0,66a

AgKDMSO -32,86b ± 0,09b

Letras diferentes na coluna representa diferença significativa pelo teste de Tukey (p≤0,05).

Fonte: Autoria própria (2020)

Ainda a boa estabilidade obtida nos incorporados irá influenciar em sua

utilização como ativo antimicrobiano, pois a nano prata depende da sua estabilidade,

do seu estado de aglomeração, tamanho e forma, uma vez que estes interferem na

sua interação com a bactéria (PAL et al., 2007; SHRIVASTAVA et al., 2007).

O teste de Tukey foi aplicado com a finalidade de identificar se existiam

diferenças significativas entre os potenciais zetas lidos para a caulinita in natura e os

incorporados AgK e AgKDMSO, com um nível de confiança de 95 %. Os resultados

(Tabela 7) evidenciam que existem diferenças significativas entre as três amostras,

quanto menor for a carga superficial a partir de –30,0 eV, mais estável a amostra

será.

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5.2 Análises Antimicrobianas

5.2.1 Difusão em Ágar

A atividade antimicrobiana das AgNPs contidas no argilomineral, usado como

ativo no creme foi testada por meio do teste de difusão em ágar com o

microrganismo Staphylococcus epidermidis ATCC 11228. A leitura dos halos, e a

classificação, encontram-se na Tabela 8, abaixo.

Tabela 8 – Diâmetros dos halos obtidos pelo teste de difusão em ágar e sua classificação com as amostras: tretraciclina, NaCl 0,9 %, base de creme puro, AgNP 0,1, 0,3 e 0,5 % e nitrato de

prata 0,5 %.

Amostra Diâmetro (mm) Classificação

NaCl 0,9 % 0 R

Tetraciclina 30,3a±0,08 S

Creme puro 0 R

AgNP 0,1 % 4,4c±0,43 S

AgNP 0,3 % 8,5b±0,41 S

AgNP 0,5 % 9,7b±0,47 S

AgNO3 0,5% 8,4b±0,43 S

*R-Resistente e S-Suscetível. Letras diferentes na coluna representa diferença significativa pelo teste de Tukey (p≤0,05).

Fonte: Autoria própria (2020)

Halos com diâmetro maior ou de até 3 mm indica que o microrganismo

avaliado é suscetível (S) ao agente antimicrobiano testado. Halos com diâmetros

entre 2 a 3 mm são intermediários (I) e com diâmetro igual ou menor que 2 mm são

resistentes (R) (OSTROSKY et al., 2007). Os resultados evidenciam a eficácia da

nano prata como agente antimicrobiano, visto que para todas as concentrações

testadas, foram observados halos de inibição maiores que 3 mm. Quanto maior a

concentração de nano prata no incorporado, maior o halo de inibição.

Comparando as amostras contendo nano prata como ativo antimicrobiano e o

nitrato de prata a 0,5 %, a amostra AgNP 0,3 % é equivalente, seu halo de inibição é

de 8,5±0,41 e o halo da amostra com nitrato de prata, 8,4±0,43. Lara e seus

colaboradores (2011) constataram que a nano prata vem se mostrando mais

eficiente que os íons de prata pertencentes ao nitrato de prata, quando aplicada

contra patógenos. Nanopartículas de menor tamanho têm alta área de superfície em

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relação a partículas em escala micro e macroscópica, ou seja, são mais eficazes em

menores concentrações, principalmente nanopartículas esféricas, que atacam

diretamente a superfície da membrana celular bacteriana e conseguem se instalar

dentro da bactéria (KLABUNDE; RICHARDS, 2001; CHOI et al., 2008; WIJNHOVEN

et al., 2009).

O teste de Tukey foi aplicado com a finalidade de identificar se existem

diferenças significativas entre os resultados obtidos para a difusão em ágar para o

controle positivo (tetraciclina), base de creme contendo o incorporado com nano

prata 0,1, 0,3 e 0,5 % e a base de creme contendo nitrato de prata 0,5 %, com um

nível de confiança de 95 %. Os resultados (Tabela 8) evidenciam que existem

diferenças significativas entre o controle positivo e a amostra AgNP 0,1 %, com as

demais amostras, porém entre AgNP 0,3 %, AgNP 0,5 % e AgNO3 0,5 % não

existem diferenças significativas.

5.2.2 Determinação da Concentração Mínima Inibitória por Microdiluição (CMI)

A determinação da concentração mínima inibitória por microdiluição,

determinou a menor concentração das AgNPs capaz de inibir e/ou matar,

visivelmente o crescimento do microrganismo Staphylococcus epidermidis. A Figura

17, mostra as diluições feitas antes da incubação e após a incubação e adição do

corante, o qual indicou a atividade celular ou não.

Figura 18 - Concentração Mínima Inibitória por Microdiluição A- Antes da incubação B- Após a incubação e adição do corante rizasurina.

Fonte: Autoria própria (2020)

Na Tabela 9, encontra-se a leitura obtida do CMI, nas diluições realizadas.

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A análise evidenciou que o creme contendo a nano prata incorporada em

caulinita é um inibidor de Staphylococcus epidermidis ATCC 11228 em todas as

concentrações testadas, porém, quanto maior a concentração, maior número de

diluições a inibição abrangia. Ainda, observa-se que a inibição antimicrobiana de 0,5

% de AgNP e 0,5 % de AgNO3, se equivalem.

A base de creme puro apresentou inibição na diluição 1:2, isso ocorreu devido

a bases de creme comerciais possuir em sua formulação conservantes, porém nas

demais diluições não apresentou inibição, sugerindo o uso de um conservante fraco.

O efeito inibitório foi complementado pela classificação do efeito

bacteriostático ou bactericida das diluições que apresentaram inibição. Na Tabela

10, encontram-se os resultados dos testes que são bactericidas.

Observou-se que dentre todas as concentrações e diluições que inibiram o

crescimento do Staphylococcus epidermidis ATCC 11228, apenas a amostra AgNP

0,5 % e AgNO3 0,5 % possuem efeito bactericida, ou seja, matam o microrganismo,

sendo que a amostra contendo nano prata, demonstra esse efeito maior em relação

a AgNO3 0,5 %. A nano prata é mais reativa por apresentar propriedades físico-

químicas únicas, e o aumento de suas propriedades catalíticas a torna mais tóxica

aos microrganismos do que em escala macroscópica (Fernandes, 2010). As demais

concentrações e diluições testadas possuem efeito bacteriostático, ou seja, apenas

inibiram o crescimento do Staphylococcus epidermidis ATCC 11228.

Santana, Gomes e Marcone (2015) também relataram a eficiência da nano

prata sobre o microrganismo Staphylococcus epidermidis. Outras pesquisas

trouxeram relatos positivos sobre diversos microrganismos, tais como, Escherichia

coli JM 110, Micrococcus luteus e Issatchenkia orientalis (CABAL et al., 2010),

Pseudomonas aeruginosa ATCC 15442, Staphylococcus aureus ATCC 6538 e

Enterococcus faecalis ATCC 29212 (JOU; MALEK, 2016), entre outros.

Após a leitura do efeito bacteriostático e bactericida foi identificado a

concentração mínima inibitória (Tabela 11), que é a mais baixa concentração das

amostras responsáveis por limitar o crescimento visível do microrganismo

Staphylococcus epidermidis ATCC 11228.

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Tabela 9 - Leitura das diluições realizadas após incubação das amostras: Base de creme puro, base de creme contendo 0,1, 0,3 e 0,5 % de nano prata em caulinita e base de creme contendo

0,5 % de nitrato de prata.

Diluições

Amostra 1:2 1:4 1:8 1:16 1:32 1:64 1:128 1:256

NaCl 0,9 % NI NI NI NI NI NI NI NI

Tetraciclina I I I I I I I I

Creme puro I NI NI NI NI NI NI NI

AgNP 0,1 % I I I I NI NI NI NI

AgNP 0,3 % I I I I I NI NI NI

AgNP 0,5 % I I I I I I I I

AgNO3 0,5% I I I I I I I I

* I- Atividade inibitória NI- Não inibiu. Fonte: Autoria própria (2020)

Tabela 10 – Leitura do efeito bactericida das amostras: tetracilcina, base de creme puro, base de creme contendo 0,1, 0,3 e 0,5 % de nano prata em caulinita e base de creme contendo 0,5 %

de nitrato de prata.

Diluições

Amostra 1:2 1:4 1:8 1:16 1:32 1:64 1:128 1:256

Tetraciclina M M M I I I I I

Creme puro I NI NI NI NI NI NI NI

AgNP 0,1 % I I I I NI NI NI NI

AgNP 0,3 % I I I I I NI NI NI

AgNP 0,5 % M M I I I I I I

AgNO3 0,5% M I I I I I I I

*M- Efeito bactericida I- Efeito bacteriostático NI- Não inibiu. Fonte: Autoria própria (2020)

Tabela 11 - Concentração mínima inibitória das amostras: tetraciclina, base de creme puro, base de creme contendo0,1, 0,3 e 0,5 % de nano prata em caulinita e base de creme contendo

0,5 % de nitrato de prata.

Amostra CMI

Tetraciclina 1:16

Creme puro 1:2

AgNP 0,1 % 1:2

AgNP 0,3 % 1:2

AgNP 0,5 % 1:8

AgNO3 0,5% 1:4

Fonte: Autoria própria (2020)

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5.3 Caracterização do Creme para Possível Prevenção da Bromidrose

Levando em conta os resultados obtidos na síntese da nano prata e sua

incorporação em Caulinita, por ambos os métodos, sua caracterização e análises

antimicrobianas. Foi utilizado para a caracterização do creme para possível

prevenção da bromidrose a concentração de 0,5 % de nano prata em caulinita.

5.3.1 Determinação do pH

Os valores lidos de pH para a base de creme puro e o creme contendo 0,5 %

de nano prata, são encontrados na Tabela 11.

Tabela 12 - Valores obtidos de pH para a base de creme puro e a base de creme contendo 0,5 % de nano prata em caulinita.

Amostra pH

Creme Puro 5,34 ± 0,005

AgNP 0,5 % 4,79 ± 0,012

Test t (p valor) <0,001

*Diferença significativa (p ≤ 0,05). Fonte: Autoria própria (2020)

Os valores de pH tanto a base de creme puro, quanto o creme contendo 0,5%

de nano prata em caulinita, estão dentro da faixa permitida e segura para

cosméticos, não causando irritação dérmica por sua utilização. O pH varia em

função de sua aplicação em cosméticos. Produtos que possuem contato prolongado

com a pele devem ter um pH entre 4,0 a 7,0, portanto, o pH deve se aproximar o

máximo possível do pH cutâneo, que varia de 4,5 a 5,5 (REBELLO; BEZERRA,

2001).

Foi realizado o teste t-Student entre os valores de pH lidos, a fim de verificar

se existiam diferenças significativas utilizando um nível de confiança de 95 %. O

teste verificou que existem diferenças significativas entre o pH da base de creme

puro e a base de creme contendo o incorporado com 0,5 % de nano prata em

caulinita (Tabela 11). Houve uma queda no pH da base de creme após a adição do

incorporado.

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5.3.2 Avaliação da Irritabilidade Dérmica Primária, Acumulada e Sensibilização

A irritabilidade de um produto depende de uma série de variáveis, tais como,

os componentes que utilizaram, a concentração destes, absorção, quantidade

aplicada, estado da pele, modo e frequência de aplicação e efeito cumulativo

(DOOMS-GOOSSENS, 1993).

O teste de contato (patch test) é a principal ferramenta utilizada no

diagnóstico de reação provocada por cosmético e na pesquisa de alergenicidade.

Como os principais riscos potenciais do uso de um novo produto são a irritação, a

alergia por sensibilização, a foto toxicidade e a fotossensibilização, na pesquisa de

alergenicidade estão envolvidos os seguintes testes clínicos: irritabilidade dérmica

primária e acumulada, sensibilização cutânea, foto toxicidade e fotossensibilização.

Estes consistem em aplicações repetidas do produto na pele, e têm o objetivo de

detectar possíveis irritações ou indução de sensibilização (FISHER, 1995; KLIGMAN

& WOODING, 1967).

O resultado da análise da avaliação da irritabilidade dérmica primária,

acumulada e sensibilização enviado pela empresa contratada, IPclin, encontra-se

em anexo.

Este evidenciou que a base de creme contento o incorporado AgK como ativo

antimicrobiano não induziu processo de irritação e sensibilização cutânea, durante o

período de estudo e, portanto, suporta o apelo "Dermatologicamente testado”,

podendo ser utilizado futuramente na prevenção da bromidrose.

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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E PERSPECTIVAS FUTURAS

Tanto fotorredução quanto redução química revelaram ser importantes

métodos para incorporação de nano prata em caulinita, entretanto, fotorredução foi o

método que apresentou maiores concentrações de nano prata, como indicado por

ICP-OES e por EDS, e que produziu partículas mais estáveis, como evidenciado por

potencial zeta.

A morfologia do argilomineral não sofreu alterações após a síntese das nano

prata, como indicaram as técnicas de DRX, FTIR, análise térmica (TGA, DTG e

DTA), MEV e MET, além de ter agido como estabilizante

O incorporado juntamente com a base de creme, possui efeito bacteriostático

sobre o microrganismo Staphylococcus epidermidis, e por essa mistura não causar

irritabilidade na pele e nem a variação do seu pH natural, pode vir a ser utilizado

como cosmético na prevenção da bromidrose. Sugere-se a aplicação de análise

sensorial para comprovar eficácia do nanocosmetico. Essa análise seria realizada no

referente trabalho, porém a Organização Mundial da Saúde declarou situação de

pandemia de COVID-19 e como existe uma grande preocupação com os níveis de

disseminação da doença o Comitê de Ética solicitou que o início da coleta de dados

ocorresse após cessarem os alertas de contenção.

E por possuir atividade catalítica, recomenda-se o futuro estudo do

incorporado como por exemplo, na catálise heterogênea.

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ANEXO 1 – DECLARAÇÃO DE HELSINQUE

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ANEXO 2 - RESOLUÇÃO Nº 466, DE 12 DE DEZEMBRO DE 2012

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ANEXO 3 – TABELA DE CLASSIFICAÇÃO FOTOTIPOS FITZPATRICK

Fonte: Tabela adaptada do livro Cancer of de Skin.

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ANEXO 4 – LAUDO DA AVALIAÇÃO DE IRRITABILIDADE DÉRMICA PRIMÁRIA,

SECUNDÁRIA E SEMSIBILIZAÇÃO

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