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INF ORMÁTICA ESTADO DE MINAS Q U I N T A - F E I R A , 1 5 D E S E T E M B R O D E 2 0 1 1 4 Ferramentas sociais ganham espaço em órgãos públicos mineiros, mas uso está longe do ideal REPORTAGEM DE CAPA Só abobrinhas... O grande barato das redes sociais é o contato que elas possibilitam en- tre os participantes. Nelas, usuários trocam opiniões, percepções e críti- cas. Eu falo, você fala; eu leio, você lê. É assim no Facebook da sua colega de classe, no Twitter do seu vizinho e no perfil do seu prefeito (ou prefeita). Do prefeito? Pois é: as redes sociais dei- xaram de ser (só) diversão e ganham cada dia mais espaço junto ao servi- ço público. Por elas, é possível conver- sar, trabalhar, se informar e também participar das decisões políticas, in- fluenciar, sugerir e discordar. Certo? Sim, mas nem sempre. “Eles postam o que querem. Elas (redes sociais) não são usadas como um canal direto para interagir com os cidadãos. Eles só utilizam para mos- trar as coisas boas deles, o que fazem de bom”, opina o homologador de sistemas Eduardo Melo, de 27 anos. Eduardo foi uma das seis pessoas que haviam deixado um comentário nas cerca de 50 postagens da Prefeitura de Belo Horizonte, na página oficial no Facebook, nos três dias escolhidos aleatoriamente pela reportagem pa- ra uma breve análise. Nos comentá- rios, ele questionava, justamente, por que o órgão não respondia determi- nados assuntos. Segundo ele, quando é necessário manter contato com a prefeitura, o canal telefônico é difícil e demorado. “Você liga para o 156, que atende vá- rias solicitações, mas cai numa cen- tral de atendimento em que, até con- seguir falar com alguém, já se passou meia hora”, afirma. Para ele, ter res- postas seria muito bem-vindo, já que muitas vezes o cidadão procura so- mente ser ouvido. “Eu posso recla- mar do trânsito, por exemplo, e estar errado. Seria legal se tivesse alguém para dizer: ‘Olha, temos um projeto em andamento sobre essa sua recla- mação que estará pronto até tal data’. Eu ficaria mais tranquilo, compreen- deria melhor”, opina. É assim, mas não deveria. Mar- cus Abílio Pereira, professor do de- partamento de ciência política da Universidade Federal de Minas Ge- rais, explica que as novas tecnolo- gias de informação devem ser usa- das para ajudar na construção da transparência pública e, portanto, são muito bem-vindas e devem ser valorizadas. “Os motivos para uma ineficiência podem ser os mais va- riados: ausência de recursos huma- nos para lidar com as ferramentas, não reconhecimento da importân- cia dessas novas tecnologias para a interação com a sociedade e, por úl- timo e mais grave, o desinteresse em realmente aprofundar a relação com os cidadãos e cidadãs”, afirma. E como definir como seria o con- tato ideal? É difícil chegar a uma so- lução homogênea, explica Marcus, já que cada rede possui característi- cas próprias de funcionamento e uso. Mesmo assim, o pesquisador explica que todas elas deveriam servir de apoio ao cidadão que bus- ca ajuda. “O que há de comum en- tre elas (redes sociais) é a necessida- de de utilizá-las como um chama- riz para os diferentes portais do go- verno. As mensagens devem sem- pre indicar onde o internauta pode- rá obter maiores informações sobre o tema aventado, através de links que direcionem o aprofundamen- to do tema”, complementa. Para uma análise sobre como o poder pú- blico mineiro lida com as redes sociais, o In- formátic@ acompanhou nos dias 7, 8 e 9 o envio de postagens. Foram enviadas pergun- tas aos endereços com uma dúvida simples (“Onde encontrar o telefone dos postos do Sine – Sistema Nacional de Empregos?”), que poderia ser sanada com facilidade. Foi dado um tempo igual para que todos respondes- sem ( veja quadro). O governo de Minas conta com perfil no Twitter e, no período pesquisado, apresen- tou postagens sobre inaugurações de obras públicas, serviços e projetos, além de even- tos relacionados ao estado. Nenhuma delas, porém, se dirigia especificamente a algum perfil de usuário. O governo mantém ainda perfis no YouTube e no Flicker. Túlio Ottoni, coordenador do núcleo multimídia do governo, revela que algumas secretarias, como a de Saúde, já utilizam me- lhor as redes e que o governo passa por uma estruturação e organização para oferecer melhor serviço. “Uma estrutura adequada não é coisa que se faça de um dia para o ou- tro”, afirma, salientando que mais de 90% das perguntas recebidas são respondidas. “O que ocorre é que há muita demanda. Algu- ma coisa pode ter escapado em algum mo- mento”, considera. A Prefeitura de Belo Horizonte mantém perfis no Twitter (@pbhonline), FACEBOOK (página Prefeitura de Belo Horizonte), canal no YouTube, perfil de fotos no Flicker (fli- ckr.com/photos/portalpbh/), na rede social corporativa LinkedIn e no Orkut. No Twitter, há postagens diversas e atualizadas com fre- quência regular, com os assuntos relaciona- dos aos projetos e ações de governo, mas poucas respostas direcionadas ao cidadão. No Facebook, 1.131 pessoas recebem o con- teúdo replicado do Twitter. Na análise, das cerca de 50 postagens em três dias, somente seis pessoas comentaram, sendo que uma delas reclamou justamente da falta de co- municação no perfil. “E as manifestações de ontem na Praça da Estação...??? A PBH não comenta???”, pergunta um usuário, identifi- cado como Eduardo Melo. Jaynne Menezes Tavares, gerente de edi- ção eletrônica da PBH, explica que o princi- pal objetivo da atuação do órgão nos sites de relacionamento é de caráter informativo, mas nada impede que sejam tiradas dúvidas via Twitter, por exemplo. Segundo ela, ne- nhuma reclamação é ignorada e todas as su- gestões e críticas são encaminhadas para os setores responsáveis e recomenda ao inte- ressado procurar outros canais de contato, como o BH Resolve, o telefone 156, o SAC web etc. “O ideal é que a entrada da solicita- ção seja feita por aí porque é gerado um nú- mero de protocolo, que permite ao cidadão acompanhar o andamento da sua deman- da”, complementa. REGIÃO METROPOLITANA A prefeitura de Contagem mantém per- fis no Twitter e no Facebook em comemora- ção aos 100 anos da cidade. No @Conta- gem100Anos, pode-se ler postagens como “O céu está lindo. Todo azul” e “Hoje será um grande dia. Uma ótima sexta para você”. O conteúdo é enviado para 649 seguidores, com um português correto, mas com con- teúdo questionável: o perfil da terceira maior economia do estado não teria outros assuntos mais relevantes para informar? A prefeita Marília Campos (PT), no segundo mandato, também mantém um perfil na re- de social, cuja última postagem foi há cinco meses. Lá, @mariliacampos13 postou sobre locais visitados e informações das inaugura- ções e obras feitas pela prefeitura na cidade. Ivani Corgosinho, assessor de imprensa da prefeitura de Contagem, explica que é de interesse do órgão fazer uso das redes, mas isso ainda está em etapa de análise. “Nós con- sideramos que esse é o ponto mais frágil de nossa comunicação”, afirma, informando que a prefeitura não tem perfis oficiais. Os do FACEBOOK e do Twitter foram feitos por uma empresa terceirizada, para a comemo- ração dos 100 anos da cidade. Lá, segundo ele, são postadas só informações pertinentes à data. Sobre o perfil da prefeita no Twitter, sem postagens há cinco meses, ele joga a cul- pa na agenda. “A prefeita abriu o Twitter, mas não é uma tuiteira. Ela não tem o pique. A agenda dela é muito pesada”, afirma. A vizinha, Betim, mantém perfis no Twit- ter (@prefeiturabetim), FACEBOOK (Prefeitu- ra de Betim), YouTube ( youtube.com/cida- deparatodos) e no Orkut (Prefeitura de Be- tim). No geral, perfis mais bem utilizados, já que foi possível registrar resposta a uma per- gunta sobre o Sine em 11 minutos, com a in- formação de um telefone disponível. Além disso, os perfis expõem fotografias de obras da cidade, dicas de serviços públicos, pod- casts com a prefeita (tirando dúvidas dos ci- dadãos), além de programação de esportes em Betim. A prefeita Maria do Carmo Lara (PT) mantém uma página no Facebook com o próprio nome. Nas pesquisas, foi possível perceber uma resposta da própria governan- te a alguns comentários de pessoas. Raquel Novais, secretária Municipal de Comunicação, explica que há uma equipe de duas pessoas que fica por conta da ma- nutenção das redes. “Betim é uma cidade que precisa tanto do carro de som, da fai- xa, quanto da comunicação para os inter- nautas. Hoje em dia, não dá para ignorar a importância delas”, afirma. Segundo ela, mais de 90% das dúvidas e reclamações são respondidas, após checar cada uma de- las. “As pessoas criticam, reclamam da pre- feita, seja na rua ou na internet. E isso é po- sitivo. A gente tem é que fazer essa discus- são, mesmo”, complementa. Por fim, a charmosa cidade de Nova Li- ma não mantém nenhum perfil. Já Ribei- rão das Neves disponibiliza Facebook (uma página sem postagens), Twitter (er- ros de português e informações sobre re- sultado de concursos), canal no YouTube e uma conta no Formspring, a ferramenta que permite fazer perguntas diretamente ao perfil, mas sem perguntas feitas por ci- dadãos. A reportagem enviou a mesma pergunta e não obteve resultados no pra- zo estipulado para todas as redes. (Colabo- rou Anderson Rocha) Eduardo Melo questionou em comentário por que a prefeitura não respondia certos assuntos JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS Minas nas redes SILÊNCIO Se alguém manda uma pergunta a uma instituição ou empresa, logicamente espera retorno. No teste feito pelo Informátic@, fazendo simplesmente uma pergunta de fácil resposta (qual o telefone do Sine), o resultado obtido foi o seguinte: >> Governo estadual: não respondeu >> Prefeitura de Belo Horizonte: não respondeu >> Prefeitura de Contagem: não respondeu >> Prefeitura de Betim: respondeu em 11 minutos >> Prefeitura de Nova Lima: não tem perfil para esse tipo de questão >> Prefeitura de Ribeirão das Neves: não respondeu COMO SE COMUNICAR GOVERNO DE MINAS >> Redes sociais: mantém perfis no Twitter, Flicker e YouTube >> Atendimento: pelo Fale Conosco (mensagens pelo site, após preencher formulário), mantido por uma diretoria de gestão de canais de atendimento eletrônico. Pelo site, é possível consultar, por meio de um protocolo, o andamento da solicitação ou dúvida. Há ainda o Portal da Transparência, que permite acompanhar o andamento do orçamento estadual. http://www.mg.gov.br/ http://www.transparencia.mg.gov.br PREFEITURA DE BELO HORIZONTE >> Redes sociais: mantém perfis no Facebook, Twitter, YouTube, Flicker, Orkut e LinkedIn >> Atendimento: pelo Portal de Informações e Serviços (informações sobre assistência social, cemitérios, cultura, defesa civil, emprego, estágio, feiras, finanças, limpeza urbana, ouvidoria, saúde, turismo, vilas e favelas, além de outros), pelo SAC web (serviço informatizado de atendimento ao cidadão, que registra solicitações e encaminha automaticamente para as unidades responsáveis) e Siom (possível obter informações sobre a estrutura administrativa e os endereços da PBH). http://pbh.gov.br/ http://portaldeservicos.pbh.gov.br/ BHTRANS >> Redes sociais: mantém perfis no YouTube e no Flicker >> Atendimento: telefone (156), fale conosco (mensagens pelo site, após preencher formulário), SAC web (serviço da prefeitura de BH que disponibiliza informações sobre transporte coletivo, suplementar, escolar, táxi, sinalização e consulta a protocolos). http://bhtrans.pbh.gov.br/ FACEBOOK/PBH FACEBOOK/CONTAGEM 100 ANOS FACEBOOK/BETIM

Só abobrinhas

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Ferramentas sociais ganham espaço em órgãos públicos mineiros, mas uso está longe do ideal.

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INFORMÁTICA

E S T A D O D E M I N A S ● Q U I N T A - F E I R A , 1 5 D E S E T E M B R O D E 2 0 1 1

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Ferramentas sociais ganham espaço em órgãos públicos mineiros, mas uso está longe do ideal

❚ REPORTAGEM DE CAPA

Só abobrinhas... O grande barato das redes sociaisé o contato que elas possibilitam en-tre os participantes. Nelas, usuáriostrocam opiniões, percepções e críti-cas. Eu falo, você fala; eu leio, você lê.É assim no Facebook da sua colega declasse, no Twitter do seu vizinho e noperfildoseuprefeito(ouprefeita).Doprefeito? Pois é: as redes sociais dei-xaram de ser (só) diversão e ganhamcada dia mais espaço junto ao servi-çopúblico.Porelas,épossívelconver-sar, trabalhar, se informar e tambémparticipar das decisões políticas, in-fluenciar, sugerir e discordar. Certo?Sim, mas nem sempre.

“Eles postam o que querem. Elas(redes sociais) não são usadas comoumcanaldiretoparainteragircomoscidadãos. Eles só utilizam para mos-trar as coisas boas deles, o que fazemde bom”, opina o homologador desistemas Eduardo Melo, de 27 anos.Eduardofoiumadasseispessoasquehaviam deixado um comentário nascerca de 50 postagens da Prefeiturade Belo Horizonte, na página oficialno Facebook, nos três dias escolhidosaleatoriamente pela reportagem pa-ra uma breve análise. Nos comentá-rios,elequestionava, justamente,porque o órgão não respondia determi-nados assuntos.

Segundo ele, quando é necessáriomanter contato com a prefeitura, ocanal telefônico é difícil e demorado.“Você liga para o 156, que atende vá-rias solicitações, mas cai numa cen-tral de atendimento em que, até con-seguir falar com alguém, já se passoumeia hora”, afirma. Para ele, ter res-postasseriamuitobem-vindo, jáquemuitas vezes o cidadão procura so-mente ser ouvido. “Eu posso recla-

mar do trânsito, por exemplo, e estarerrado. Seria legal se tivesse alguémpara dizer: ‘Olha, temos um projetoem andamento sobre essa sua recla-maçãoqueestaráprontoatétaldata’.Eu ficaria mais tranquilo, compreen-deria melhor”, opina.

É assim, mas não deveria. Mar-cus Abílio Pereira, professor do de-partamento de ciência política daUniversidade Federal de Minas Ge-rais, explica que as novas tecnolo-gias de informação devem ser usa-das para ajudar na construção datransparência pública e, portanto,são muito bem-vindas e devem servalorizadas. “Os motivos para umaineficiência podem ser os mais va-riados: ausência de recursos huma-nos para lidar com as ferramentas,não reconhecimento da importân-cia dessas novas tecnologias para ainteração com a sociedade e, por úl-timo e mais grave, o desinteresseem realmente aprofundar a relaçãocom os cidadãos e cidadãs”, afirma.

E como definir como seria o con-tato ideal? É difícil chegar a uma so-lução homogênea, explica Marcus,já que cada rede possui característi-cas próprias de funcionamento euso. Mesmo assim, o pesquisadorexplica que todas elas deveriamservir de apoio ao cidadão que bus-ca ajuda. “O que há de comum en-tre elas (redes sociais) é a necessida-de de utilizá-las como um chama-riz para os diferentes portais do go-verno. As mensagens devem sem-pre indicar onde o internauta pode-rá obter maiores informações sobreo tema aventado, através de linksque direcionem o aprofundamen-to do tema”, complementa.

Paraumaanálisesobrecomoopoderpú-blico mineiro lida com as redes sociais, o In-formátic@ acompanhou nos dias 7, 8 e 9 oenviodepostagens.Foramenviadaspergun-tas aos endereços com uma dúvida simples(“Onde encontrar o telefone dos postos doSine–SistemaNacionaldeEmpregos?”),quepoderia ser sanada com facilidade. Foi dadoum tempo igual para que todos respondes-sem (veja quadro).

O governo de Minas conta com perfil noTwitter e, no período pesquisado, apresen-tou postagens sobre inaugurações de obraspúblicas, serviços e projetos, além de even-tos relacionados ao estado. Nenhuma delas,porém, se dirigia especificamente a algumperfil de usuário. O governo mantém aindaperfis no YouTube e no Flicker.

Túlio Ottoni, coordenador do núcleomultimídiadogoverno,revelaquealgumassecretarias,comoadeSaúde, jáutilizamme-lhorasredesequeogovernopassaporumaestruturação e organização para oferecermelhor serviço. “Uma estrutura adequadanão é coisa que se faça de um dia para o ou-tro”, afirma, salientando que mais de 90%dasperguntasrecebidassãorespondidas.“Oque ocorre é que há muita demanda. Algu-ma coisa pode ter escapado em algum mo-mento”, considera.

A Prefeitura de Belo Horizonte mantémperfis no Twitter (@pbhonline), FACEBOOK(página Prefeitura de Belo Horizonte), canalno YouTube, perfil de fotos no Flicker (fli-ckr.com/photos/portalpbh/), na rede socialcorporativaLinkedInenoOrkut.NoTwitter,hápostagensdiversaseatualizadascomfre-quência regular, com os assuntos relaciona-dos aos projetos e ações de governo, maspoucas respostas direcionadas ao cidadão.No Facebook, 1.131 pessoas recebem o con-teúdo replicado do Twitter. Na análise, dascerca de 50 postagens em três dias, somenteseis pessoas comentaram, sendo que umadelas reclamou justamente da falta de co-municação no perfil. “E as manifestações deontem na Praça da Estação...??? A PBH nãocomenta???”,pergunta umusuário, identifi-cado como Eduardo Melo.

Jaynne Menezes Tavares, gerente de edi-ção eletrônica da PBH, explica que o princi-palobjetivodaatuaçãodoórgãonossitesderelacionamento é de caráter informativo,masnadaimpedequesejamtiradasdúvidasvia Twitter, por exemplo. Segundo ela, ne-nhumareclamaçãoéignoradaetodasassu-gestões e críticas são encaminhadas para ossetores responsáveis e recomenda ao inte-ressado procurar outros canais de contato,como o BH Resolve, o telefone 156, o SACweb etc. “O ideal é que a entrada da solicita-ção seja feita por aí porque é gerado um nú-mero de protocolo, que permite ao cidadãoacompanhar o andamento da sua deman-da”, complementa.

■■REGIÃOMETROPOLITANA

A prefeitura de Contagem mantém per-fisnoTwittere noFacebookemcomemora-ção aos 100 anos da cidade. No @Conta-gem100Anos, pode-se ler postagens como

“Océuestálindo.Todoazul”e“Hojeseráumgrande dia. Uma ótima sexta para você”. Oconteúdo é enviado para 649 seguidores,com um português correto, mas com con-teúdo questionável: o perfil da terceiramaior economia do estado não teria outrosassuntos mais relevantes para informar? Aprefeita Marília Campos (PT), no segundomandato,tambémmantémumperfilnare-de social, cuja última postagem foi há cincomeses.Lá,@mariliacampos13postousobrelocaisvisitadoseinformaçõesdasinaugura-ções e obras feitas pela prefeitura na cidade.

Ivani Corgosinho, assessor de imprensada prefeitura de Contagem, explica que é deinteresse do órgão fazer uso das redes, masissoaindaestáemetapadeanálise.“Nóscon-sideramos que esse é o ponto mais frágil denossa comunicação”, afirma, informandoque a prefeitura não tem perfis oficiais. Osdo FACEBOOK e do Twitter foram feitos poruma empresa terceirizada, para a comemo-raçãodos100anosdacidade.Lá,segundoele,são postadas só informações pertinentes àdata. Sobre o perfil da prefeita no Twitter,sempostagenshácincomeses,elejogaacul-pa na agenda. “A prefeita abriu o Twitter,masnãoéumatuiteira.Elanãotemopique.A agenda dela é muito pesada”, afirma.

Avizinha,Betim,mantémperfisnoTwit-ter (@prefeiturabetim), FACEBOOK (Prefeitu-ra de Betim), YouTube (youtube.com/cida-deparatodos) e no Orkut (Prefeitura de Be-tim). No geral, perfis mais bem utilizados, jáquefoipossívelregistrarrespostaaumaper-guntasobreoSineem11minutos,comain-formação de um telefone disponível. Alémdisso, os perfis expõem fotografias de obrasda cidade, dicas de serviços públicos, pod-casts com a prefeita (tirando dúvidas dos ci-dadãos), além de programação de esportesem Betim. A prefeita Maria do Carmo Lara(PT) mantém uma página no Facebook como próprio nome. Nas pesquisas, foi possívelperceberumarespostadaprópriagovernan-te a alguns comentários de pessoas.

Raquel Novais, secretária Municipal deComunicação, explica que há uma equipede duas pessoas que fica por conta da ma-nutenção das redes. “Betim é uma cidadeque precisa tanto do carro de som, da fai-xa, quanto da comunicação para os inter-nautas. Hoje em dia, não dá para ignorar aimportância delas”, afirma. Segundo ela,mais de 90% das dúvidas e reclamaçõessão respondidas, após checar cada uma de-las. “As pessoas criticam, reclamam da pre-feita, seja na rua ou na internet. E isso é po-sitivo. A gente tem é que fazer essa discus-são, mesmo”, complementa.

Por fim, a charmosa cidade de Nova Li-ma não mantém nenhum perfil. Já Ribei-rão das Neves disponibiliza Facebook(uma página sem postagens), Twitter (er-ros de português e informações sobre re-sultado de concursos), canal no YouTube euma conta no Formspring, a ferramentaque permite fazer perguntas diretamenteao perfil, mas sem perguntas feitas por ci-dadãos. A reportagem enviou a mesmapergunta e não obteve resultados no pra-zo estipulado para todas as redes. (Colabo-rou Anderson Rocha)

Eduardo Melo questionou em comentário por que a prefeitura não respondia certos assuntos

JUAREZ RODRIGUES/EM/D.A PRESS

Minas nas redes ❚❚ SILÊNCIOSe alguém manda uma pergunta a umainstituição ou empresa, logicamente esperaretorno. No teste feito pelo Informátic@,fazendo simplesmente uma pergunta defácil resposta (qual o telefone do Sine), oresultado obtido foi o seguinte:

>> Governo estadual:não respondeu

>> Prefeitura de Belo Horizonte:não respondeu

>> Prefeitura de Contagem:não respondeu

>> Prefeitura de Betim:respondeu em 11 minutos

>> Prefeitura de Nova Lima:não tem perfil para esse tipo de questão

>> Prefeitura de Ribeirão das Neves:não respondeu

COMO SE COMUNICAR

GOVERNO DE MINAS

>> Redes sociais: mantém perfis noTwitter, Flicker e YouTube

>> Atendimento: pelo Fale Conosco(mensagens pelo site, após preencherformulário), mantido por uma diretoriade gestão de canais de atendimentoeletrônico. Pelo site, é possívelconsultar, por meio de um protocolo, oandamento da solicitação ou dúvida.Há ainda o Portal da Transparência,que permite acompanhar o andamentodo orçamento estadual.http://www.mg.gov.br/http://www.transparencia.mg.gov.br

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE

>> Redes sociais: mantém perfis noFacebook, Twitter, YouTube, Flicker,Orkut e LinkedIn

>> Atendimento: pelo Portal deInformações e Serviços (informaçõessobre assistência social, cemitérios,cultura, defesa civil, emprego, estágio,feiras, finanças, limpeza urbana,ouvidoria, saúde, turismo, vilas efavelas, além de outros), pelo SAC web(serviço informatizado de atendimentoao cidadão, que registra solicitações eencaminha automaticamente para asunidades responsáveis) e Siom(possível obter informações sobre aestrutura administrativa e osendereços da PBH).http://pbh.gov.br/http://portaldeservicos.pbh.gov.br/

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>> Redes sociais: mantém perfis noYouTube e no Flicker

>> Atendimento: telefone (156), faleconosco (mensagens pelo site, apóspreencher formulário), SAC web(serviço da prefeitura de BH quedisponibiliza informações sobretransporte coletivo, suplementar,escolar, táxi, sinalização e consulta aprotocolos).http://bhtrans.pbh.gov.br/

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