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Março de 2019 | Ano 19 | Edição 147 www.uvesp.com.br Um olhar para o futuro dos municípios. Editorial Assédio Oratória PPPs Segurança A Câmara Federal já aprovou a lei que torna crime o assédio moral. Empresas podem economizar ao evitar processos judiciais. PÁG.9 Como se vê, o velho senso lusitano transforma em evidente o que, para muitos, ainda pareça complicado. A importância da comunicação. PÁG. 14 “Os municípios precisam encontrar alternativas para contornar a falta de recursos”, segundo análise de dois jovens advogados. PÁG. 15 Jundiaí busca apoio e parceria para o projeto “Município Seguro”, pensan- do em facilitar a vida das pessoas. O AutoPass demonstra isso. PÁG. 19 O interior do Estado, segundo maior mercado consumi- dor do país, foi lembrado pelo governador João Doria. Em artigo o conselheiro Dimas Ramalho, do Tribunal de Contas do Estado, destaca a importância da relação do espaço público com o espaço privado em tempos de redes sociais. No centro das questões de cidadania, da democra- cia, está uma redefinição da relação público-privado. PÁG. 7 Ricardo Izar, deputado fe- deral por São Paulo propõe, com aval do Presidente da República, que a Reforma da Previdência contemple com pensão integral, desde que aposentado por invalidez, os portadores das doenças de Al- zheimer e Parkinson. PÁG. 10 “A sociedade aprendeu a reivindi- car, o que é saudável, mas faltou à aula dos deveres, das obrigações e das responsabilidades”. PÁG. 15 Vereadores de Aparecida entregaram no gabinete do Diretor Geral do Tribunal de Contas, o título de cidadania, ao Dr. Sérgio Rossi, “Esse é um local que deveria ir pessoalmente. Toda a minha família é devota de Nossa Senhora Aparecida”, frisou o diretor que está caminhando para 50 anos de Tribunal. Os vereadores e o diretor da Câmara acompanha- ram a outorga do título proposto pelo vereador Marcelo Marcondes, diretor regional da Uvesp. Em seu artigo nesta edição, lembra que ca- lamidade financeira não se confunde com calamidade pública. PÁG. 9 Que concentrou as relações com o Governo do Estado, através da Secreta- ria de Desenvolvimento Regional (a antiga Secretaria do Interior) que fun- cionou muito bem no governo Franco Montoro. Essa secretaria tem um papel fundamental no relacionamento com as outras Pastas do Governo. Certamente uma das funções da Pasta, inclusive com apoio do Conselho Gestor, é transmitir aos agentes municipais um novo modelo implantado no Governo do Estado, que é inovação e criatividade, junto com o desen- volvimento sustentável, onde o ser humano no “Edifício da Cidadania” que é o município, a qualidade e o meio ambiente são as questões centrais. Nesse modelo que o “Desenvolvimento Regional” impulsiona, o papel do município que deixa de ser um mero executor das tarefas, um simples prestador de serviço, passa a ser uma instância político-administrativa es- tratégica. O município – segundo o desejo do secretário Marco Vinholi, se transforma num agente de desenvolvimento econômico sustentado. PÁG. 3 Povo presente Apoio Social Gestão Pública Ameaça à Lei Siga MARCO VINHOLI - responsável por reduzir os problemas sociais. Dimas Ramalho José Renato Nalini Uma importante pasta Importante apoio “A Reforma da Previdência é necessária e estamos otimistas quanto à sua aprovação.” Convidado pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, coman- dado por Latif Abrão Júnior, o ex-governa- dor Geraldo Alckmin, presidente do PSDB nacional, fez palestra para empresários e associados da ADVB, sobre a Reforma da Previdência. ”Geraldo é uma figura social importante para São Paulo, por toda contri- buição para o desenvolvimento do Estado, em seus governos”, destacou Latif Abrão Junior. Ele sugere dois focos: o fiscal para zerar o déficit previdenciário e justiça social com regime único de previdência. PÁG. 9 Sergio Ciquera Rossi São Carlos, a “Capital da Tecno- logia” vai sediar o II Conexidades, nesse que é o “Século dos Municí- pios”. PÁG. 2

São Carlos, a “Capital da Tecno- A Câmara Federal já aprovou ...nicipais precisam ser “reinventados”, pois o setor público se encontra em rit-mo atuante de mudanças. Aliás,

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  • Março de 2019 | Ano 19 | Edição 147 www.uvesp.com.br

    Um olhar para o futuro dos municípios.

    Editorial Assédio Oratória PPPs SegurançaA Câmara Federal já aprovou a lei que torna crime o assédio moral. Empresas podem economizar ao evitar processos judiciais. PÁG.9

    Como se vê, o velho senso lusitano transforma em evidente o que, para muitos, ainda pareça complicado. A importância da comunicação. PÁG. 14

    “Os municípios precisam encontrar alternativas para contornar a falta de recursos”, segundo análise de dois jovens advogados. PÁG. 15

    Jundiaí busca apoio e parceria para o projeto “Município Seguro”, pensan-do em facilitar a vida das pessoas. O AutoPass demonstra isso. PÁG. 19

    O interior do Estado, segundo maior mercado consumi-dor do país, foi lembrado pelo governador João Doria.

    Em artigo o conselheiro Dimas Ramalho, do Tribunal de Contas do Estado, destaca a importância da relação do espaço público com o espaço privado em tempos de redes sociais. No centro das questões de cidadania, da democra-cia, está uma redefinição da relação público-privado. PÁG. 7

    Ricardo Izar, deputado fe-deral por São Paulo propõe, com aval do Presidente da República, que a Reforma da Previdência contemple com pensão integral, desde que aposentado por invalidez, os portadores das doenças de Al-zheimer e Parkinson. PÁG. 10“A sociedade aprendeu a reivindi-

    car, o que é saudável, mas faltou à aula dos deveres, das obrigações e das responsabilidades”. PÁG. 15

    Vereadores de Aparecida entregaram no gabinete do Diretor Geral do Tribunal de Contas, o título de cidadania, ao Dr. Sérgio Rossi, “Esse é um local que deveria ir pessoalmente. Toda a minha família é devota de Nossa Senhora Aparecida”, frisou o diretor que está caminhando para 50 anos de Tribunal. Os vereadores e o diretor da Câmara acompanha-ram a outorga do título proposto pelo vereador Marcelo Marcondes, diretor regional da Uvesp. Em seu artigo nesta edição, lembra que ca-lamidade financeira não se confunde com calamidade pública. PÁG. 9

    Que concentrou as relações com o Governo do Estado, através da Secreta-ria de Desenvolvimento Regional (a antiga Secretaria do Interior) que fun-cionou muito bem no governo Franco Montoro. Essa secretaria tem um papel fundamental no relacionamento com as outras Pastas do Governo. Certamente uma das funções da Pasta, inclusive com apoio do Conselho Gestor, é transmitir aos agentes municipais um novo modelo implantado no Governo do Estado, que é inovação e criatividade, junto com o desen-volvimento sustentável, onde o ser humano no “Edifício da Cidadania” que é o município, a qualidade e o meio ambiente são as questões centrais. Nesse modelo que o “Desenvolvimento Regional” impulsiona, o papel do município que deixa de ser um mero executor das tarefas, um simples prestador de serviço, passa a ser uma instância político-administrativa es-tratégica. O município – segundo o desejo do secretário Marco Vinholi, se transforma num agente de desenvolvimento econômico sustentado. PÁG. 3

    Povo presente

    Apoio Social

    Gestão Pública

    Ameaça à Lei

    Siga

    MARCO VINHOLI - responsável por reduzir os problemas sociais.

    Dimas RamalhoEuclides FachinJosé Renato Nalini

    Uma importante pasta

    Importante apoio“A Reforma da Previdência é necessária e estamos otimistas quanto à sua aprovação.”

    Convidado pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil, coman-dado por Latif Abrão Júnior, o ex-governa-dor Geraldo Alckmin, presidente do PSDB nacional, fez palestra para empresários e associados da ADVB, sobre a Reforma da Previdência. ”Geraldo é uma figura social importante para São Paulo, por toda contri-buição para o desenvolvimento do Estado, em seus governos”, destacou Latif Abrão Junior. Ele sugere dois focos: o fiscal para zerar o déficit previdenciário e justiça social com regime único de previdência. PÁG. 9

    Sergio Ciquera Rossi

    São Carlos, a “Capital da Tecno-logia” vai sediar o II Conexidades, nesse que é o “Século dos Municí-pios”. PÁG. 2

  • TJM condecora em momento solene, au-toridades dos poderes constituídos, com a Medalha e o Calor, entre eles o Executivo e Legislativo paulistas.

    MARÇO DE 2019

    • W W W. U V E S P. C O M . B R •

    • EDITORIAL •

    PÁG 2

    Esse é o Século das cidadesA Uvesp e seus parceiros estão anunciando para São Carlos, a

    “Capital da Tecnologia”, o II Conexi-dades, de 04 a 08 de junho de 2019, de olho no ator central do novo século, “Sua Excelência o Município”.

    Fruto de estudos, discussões e aná-lises dos temas expostos pelos princi-pais municipalistas brasileiros, o Co-nexidades dá ênfase ao novo modelo empreendedor, inovador e desburocra-tizado que se pretende implantar no Brasil e, particularmente, com a admi-nistração João Dória em São Paulo.

    Houve época em que os governos investiam ativamente no setor privado, estimulando novos empreendimentos. Hoje, são os empresários e investido-res que estão investindo ativamente nos governos, como fruto do novo modelo chamado “Parceria Público--Privada”.

    Nessa linha, nossos governos mu-nicipais precisam ser “reinventados”, pois o setor público se encontra em rit-mo atuante de mudanças.

    Aliás, no Governo do Estado de São Paulo e no Governo Federal a palavra

    de ordem é “mudança”, desde o estilo político de agir junto à comunidade até o de administrar, reagindo com os no-vos modelos administrativos.

    A sociedade civilizada não pode funcionar, efetivamente, sem um go-verno efetivo, sem as extensas buro-cracias centralizadas e com prestação de serviços à altura de uma sociedade

    que domina o conhecimento e a infor-mação.

    Essa é a proposta do Conexidades. Reunir empresários e gestores públicos para discutir os rumos da sociedade que depende de todos seus dirigentes.

    A proposta, enfim, é não ser deter-minado pelo futuro, mas modelá-lo e antecipá-lo. Não pensar em simples-

    • W W W. U V E S P. C O M . B R •

    mente crescer, mas controlar esse cres-cimento no modelo que determina o “Estatuto das Cidades”.

    No I Conexidades, cuidamos de ampliar as palestras com debatedores que têm a oferecer. E, dessa forma, nasceu a proposta do “Comitê do Fu-turo”, onde “futuristas” fazem o que se chama de “planejamento antecipató-rio”, prevendo fatos, desastres e outros acontecimentos, procurando diminuir os impactos.

    Chamamos também à reflexão a análise a partir do diagnóstico do que tem sido a vida brasileira em termos de Poder Local. Ou seja, o papel do Mu-nicípio, do poder local e a relação entre as três unidades da Federação.

    Finalmente, a proposta é, não só esperar as mudanças, mas fazer as mu-danças. Para isso precisamos de uma nova visão de governo. Empreende-dor, Inovador, Criativo e com Visão Solidária.

    É isso que se espera do Conexida-des e do extrato de suas orientações, palestras, encontros e experiências comprovadas.

    Pág. 13

    Acompanhados pelo deputado, prefeitos integrantes do CODEVAR - Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Rio Grande - apresenta projetos regionais ao Governo do Estado.

    Pág. 06

    Tribunal de Justiça Militar• HOMENAGENS •

    Pág. 5

    Geninho Zuliani

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    Administração e RedaçãoRua Pará, nº 50 - HigienópolisCEP: 01243-020 - São Paulo - SPTelefone: (11) 2476-8467Telefax: (11) 2476-8637

    Diretor ResponsávelSebastião Misiara

    EditoraSilvia Melo

    Diagramação e ArtesAmauri do Amaral Campos

    Projeto GráficoEugenioGEP Comunicaçã[email protected]@eugenio.com.brF.: (11) 3044-1001

    Produção Comercial e ConteúdoWLS Produções de Vídeo [email protected]

    ColaboradoresPatrícia Campos Rael Pimenta

    Departamento JurídicoMarcos Paulo Jorge de SouzaLuiz Gustavo Cordeiro Gomes

    Circulação645 municípios de São Paulo

    Os artigos assinados represen-tam a opinião dos autores. O ponto de vista do jornal é expres-so no editorial.

    Sebastião [email protected]

    Silvia MeloDiretora de Comunicaçã[email protected]

    Departamento [email protected]

    Sitewww. uvesp.com.brwww.blogdainclusaosocial.com.br

    (11) 2476-8467 2476-8637

    Fale com a UVESP

    Confira nesta Edição

    Adriana RamalhoVereadora, atuante, principalmente em po-líticas sociais, estimula a participação de vereadoras no desenvolvimento do Estado e de mulheres para a vida pública.

    • MULHERES EM AÇÃO •

    Pág. 4

    • MUNICÍPIOS UNIDOS •

    Fundo Social do EstadoMantém programas e lança novos projetos voltados para a geração de emprego e ren-da. Objetivo é inovar de acordo com a po-lítica governamental do Estado. Inovação e Criatividade.

    • SOLIDARIEDADE •

    Pág. 12

    “Visite São Paulo”Empossado, no bom momento por que passa o turismo brasileiro, o novo Con-selho Consultivo do “Visite São Paulo”. Líderes empresariais da área participam. Toni Sando na presidência executiva.

    • TURISMO •

  • E é formado em Administração de Empresas pela PUC/SP, com especialização em Gestão Empresarial pela FGV. Foi deputado estadual e líder do PSDB na Assembleia Legislativa. No parlamento, foi o relator das CPIs da Cartelização da Citricultura e do Detran. Em 2017 e 2018, foi escolhido relator do orçamento do Estado, designando e aprovando recursos para os 645 muni-cípios paulistas, com foco principal nas áreas social, saúde, educação, meio am-biente e infraestrutura.

    Vinholi iniciou sua vida pública nos movimentos estudantis, foi presidente do Centro Acadêmico Leão XIII (PUC), diretor da União Estadual dos Estudan-tes (UEE) e União Nacional dos Estu-dantes (UNE). Foi ainda coordenador nacional de Empreendedorismo Juvenil, no Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), e diretor do departamento de Políticas de Trabalho e Emprego para a Juventude, órgão do Governo Federal.

    Também foi membro do Conselho Nacional de Juventude e um dos for-muladores do programa Pró-Jovem de qualificação para jovens carentes, vi-ce-presidente do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, além de dire-tor do Viva Leite, o maior programa de segurança alimentar do País e da Amé-rica Latina.

    O atual integrante do Governo de São Paulo tem procurado atuar em par-ceria com os municípios. É entrevistado pelo Jornal do Interior.

    sitos técnicos e planos de trabalho defini-dos; nossa ação se pauta pela responsabi-lidade orçamentária e a transparência.

    Além do Gabinete do Secretário, lo-calizado no Palácio dos Bandeirantes, na Capital, a Pasta conta com a seguin-te estrutura básica. Ela é composta pelo Conselho Estadual das Cidades (Con-Cidades/SP); por conselhos de Desen-volvimento das Regiões Metropolitanas (São Paulo, Baixada Santista, Campinas, Vale do Paraíba e Litoral Norte, Soroca-ba e Ribeirão Preto); e pelos conselhos de Desenvolvimento das Aglomerações Urbanas de Jundiaí, Piracicaba e Franca.

    Conta ainda com três Subsecretarias: de Relacionamento com Municípios; de Convênios com Municípios e Entidades não Governamentais e de Assuntos Me-tropolitanos.

    A Secretaria de Desenvolvimento Regional abrange ainda as seguintes Agências Metropolitanas: da Baixa-da Santista (AGEM); de Campinas (AGEMCAMP); do Vale do Paraíba e Litoral Norte (AGEMVALE); e de So-rocaba (AGEMSOROCABA).

    Integram a estrutura da Pasta igual-mente os Fundos de Desenvolvimento das Regiões Metropolitanas do estado e o FU-MEFI (Fundo Metropolitano de Financia-mento e Investimento de São Paulo).

    Estado, com uma atribuição interseto-rial, ou seja, inter-relaciona-se simulta-neamente com diversas áreas e setores do governo. Por exemplo, o fluxo de re-cursos repassados pelo Estado aos 645 municípios paulistas, nas suas diversas áreas de atuação, passa pelo Desenvol-vimento Regional.

    “A nova secretaria almeja facilitar e desburocratizar a relação das adminis-trações municipais com o governo esta-dual. Estaremos em diálogo permanen-te com os municípios, registrando suas necessidades, integrando e articulando parcerias e convênios.

    O governador João Doria tem enfatiza-do que busca um jeito mais moderno de fa-zer política e descentralizar a gestão. Nos-sa Pasta garantirá um contato político mais próximo do governo com os prefeitos.

    Além disso, também fiscalizamos as ações e projetos e cobramos resultados, auxiliando o Estado a melhorar índices e indicadores, e, por consequência, propi-ciar uma elevação no padrão de vida da população e na eficiência nos serviços públicos prestados aos cidadãos.

    A Secretaria de Desenvolvimento Regional parte, assim, da premissa de re-ciclar as relações com os municípios, com foco na resolução de demandas da popu-lação, em busca de agilidade no repasse de recursos. Nossa atuação segue requi-

    “Assumimos a nova pasta estadual do Desenvolvimento Regional, concebi-da pelo governador João Doria com uma função estratégica para a administração estadual, para, entre outros objetivos, aprimorar e incrementar a capacidade de execução de políticas públicas em cada município de nosso estado, sempre res-peitando as peculiaridades de cada um.

    Para isso, cooperação Estado-muni-cípios é crucial. Assim como reconhecer os desafios das gestões municipais, que receberam atribuições após a Constitui-ção de 1988 para as quais não foram an-tevistos recursos adequados.

    A crise atual é, portanto, uma opor-tunidade para superar limitações do atu-al Pacto Federativo. Cujo desafio leva à seguinte questão: como coordenar as responsabilidades entre estados e muni-cípios sem depender, nem esperar, refor-ma constitucional?

    “O governo Doria está disposto a en-frentar este desafio e tem na nova Secre-taria de Desenvolvimento Regional um importante instrumento. Seu propósito é acelerar o crescimento e, com ele, redu-zir as desigualdades regionais e sociais no território paulista.

    O Desenvolvimento Regional é uma nova pasta na estrutura do Governo do

    MARÇO DE 2019

    • W W W. U V E S P. C O M . B R •

    PÁG 3

    • INTERIOR •

    • O TRABALHO •

    Desenvolvimento Regional. A nova pastaO secretário de Desenvolvimento Regional do Estado de São Paulo, Marco Vinholi, tem 34 anos...

    • PARCERIA COM O PODER LOCAL •

    Da Redaçã[email protected]

    • APOIO DO GOVERNO •

    • AMARRAS BUROCRÁTICAS •

    • O FOCO •

    • A ESTRUTURA •

    Foto

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  • Lado a lado• Uvesp e Avesp

    MARÇO DE 2019

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    PÁG 4

    • W W W. U V E S P. C O M . B R •

    • HOMENAGEM EM IBITINGA •

    Reunião em São José dos Campos • Participaram nove vereadoras de sete cidades, Queluz, Presidente Venceslau, Jacareí, Taboão da Serra, Ilhabela e São Paulo, além de São José dos Campos.

    Da Redaçã[email protected]

    • MULHERES •

    Troca de experiências fortalece a AvespA Avesp “Associação das Vereadoras do Estado de São Paulo” promoveu um encontro para troca de experiência de sucesso.

    A reunião aconteceu no final de fevereiro, na Câmara Muni-cipal de São José dos Campos e teve a participação de nove vereadoras de sete municípios.

    Para a vereadora por São Pau-lo, Adriana Ramalho, presidente da

    lau), e as vereadoras Sônia Patas da Amizade (Jacareí), Amélia Naomi (São José dos Campos), Juliana Fraga (São José dos Campos), Dulce Rita (São José dos Campos), Rita de Cas-sia (Taboão da Serra) e Nanci Zanato (Ilhabela).

    Na sede da Uvesp, em São Paulo, a vereadora Adriana Ramalho reu-niu-se com a diretora de comunicação Silvia Melo, traçando parceria para que a Avesp participe ativamente das ações da Uvesp e juntos programem eventos que possam estimular a participação feminina nas próximas elei-ções em 2020.

    A diretora Silvia Melo entende que todas as mulheres que participam de entidades, ong’s e sociedades de bairros têm potencial e podem ocu-par uma cadeira no legislativo. “Precisam ser preparadas, estimuladas e convidadas pelos partidos”, disse Silvia. Por outro, Adriana Ramalho, que tem um grande potencial na área social, está totalmente afinada com essa ideia e fará um trabalho também nesse sentido, ou seja, o de mostrar seu exemplo que veio do trabalho social para dentro do legislativo da principal Câmara do país.

    AVESP, encontros como esse forta-lecem os mandatos femininos. “Co-nhecer melhor a competência e re-presentatividade de cada uma dessas vereadoras, expressas nos seus proje-tos de lei e ações de sucesso, foi um grande aprendizado para todas nós”, disse. “Voltamos para os nossos mu-nicípios com ótimas ideias e a con-vicção de que essa união promovida pela AVESP nos faz mais fortes”, concluiu.

    Além da presidente Adriana Ra-malho, também estiveram presentes as conselheiras fiscais da entidade, Kacia Maria Nemetala (Queluz) e Lucimara Dias (Presidente Vences-

    No dia 26 de fevereiro, a Câmara Municipal de Ibitinga aprovou a Mo-ção de Aplauso à AVESP, proposta pela diretora de marketing da entidade, vereadora Alliny Sartori. Além de citar o encontro realizado em São José dos Campos, a moção reforça a importân-cia da união das vereadoras pelos direi-tos das mulheres. “A nossa luta é diária e a associação une forças para projetos e ações voltadas à valorização da mu-lher na sociedade e principalmente na política”, justifica Alliny.

  • MARÇO DE 2019 PÁG 5

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    Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Rio Grande - Codevar • Todos os prefeitos e vereadores na Secretaria de Estado da Saúde.

    tância, inclusive o projeto apresentado, em que se define um modelo diferencial de manutenção das escolas junto com os municípios, acoplado com a merenda e transporte para garantir que as crianças aprendam dentro da escola, pode ser um ponto de partida. Formação de professo-res, municipais e estaduais, precisamos agir em conjunto”, disse Rossieli.

    Na visita à Secretaria de Segurança Pública, a comitiva foi recebida pelo secretário-executivo da Polícia Militar coronel Alvaro Batista Camilo e secre-tário-executivo da Polícia Civil, Youssef Abou Chahin. Segurança pública foi o tema da reunião.

    Para finalizar a maratona de reuniões na Capital paulista, o grupo visitou ainda a Secretaria de Agricultura e Abasteci-

    mento, sendo atendidos pelo gerente da Codasp, Rodrigo Castejón e pelo diretor Cássio Loschiovo. Na pauta, a atual situ-ação de vicinais e estradas rurais, pontes em péssimas situações e maquinários. Castejón e Loschiovo prometeram ana-lisar as demandas apresentadas.

    As autoridades voltaram para os mu-nicípios esperançosos quanto ao aten-dimento das solicitações apresentadas. “Nosso objetivo foi promover integra-ção e aproximação entre o governo do Estado e cidades, tendo como objetivo promover garantir a autonomia de cada município”, concluiu o deputado Geni-nho Zuliani.

    repasse de emendas para o local.Já no Palácio do Governo, prefeitos

    e vereadores foram recebidos pelo vice--governador Rodrigo Garcia e pelo se-cretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi.

    Na ocasião, foi apresentado pelo grupo projetos de recapeamento de ruas e avenidas das cidades que integram o Consórcio que, por sua vez, estão bem degradadas, com registros frequentes de acidentes em decorrência do estado da pavimentação.

    Rodrigo Garcia afirmou que o pe-dido era bastante contundente e que o governo estará trabalhando com afin-co para atendimento das demandas municipais.

    Na Secretária de Estado da Habi-tação, o secretário Flávio Amary e o diretor-presidente da CDHU, Eduar-do Velucci, receberam o grupo. Foram pleiteadas expansão de programas habi-tacionais com foco em diminuir o déficit atual, com construção de casas popula-res para famílias de baixa renda. “Todos os projetos serão devidamente analisa-dos”, afirmou Amary.

    Durante a visita, o governador de São Paulo, João Dória, aproveitou para dar boas-vindas aos participantes.

    Na Cetesb não foi diferente. Foi apresentada solicitação para implanta-ção de uma Usina de Reciclagem volta-da à construção civil e um aterro sanitá-rio para a região. O projeto do Codevar é utilizar a usina na área de abrangência dos 21 municípios, ou seja, com atendi-mento volante.

    No órgão, a equipe foi recebida pelo diretor da Cetesb, Domenico Tremaroli, pelo secretário de infraestrutura, Gláu-cio Atores, pelo assessor em resíduos, José Valverde e, pelo superintendente do DAEE, Heitor Azevedo.

    Na Secretaria de Estado da Edu-cação, o grupo falou sobre merenda e transporte escolar para instituições da região. O Codevar foi recebido pelo secretário estadual, Rossieli Soares e o presidente do FDE, Leandro Dany.

    “Acho o Consórcio de suma impor-

    O Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Rio Grande (Code-var), que reúne 22 municípios paulistas, por meio de seus representantes esteve, entre os dias 11 e 12 de março, em São Paulo, para reunião com o vice-governa-dor do Estado, Rodrigo Garcia, e secre-tários estaduais. O encontro foi interme-diado pelo deputado federal, Geninho Zuliani, do DEM/SP.

    Na ocasião, foram apresentadas de-mandas referentes às cidades e suas áre-as de atuação.

    O Codevar tem como objetivo de-senvolver políticas de desenvolvimento integrando os municípios e aumentando sua representatividade perante os gover-nos estadual e federal, representando uma área de 500 mil habitantes.

    Participaram os prefeitos José Edu-ardo Coscrato Lelis, de Guaíra, Sueli Aparecida Mendes Biancardi, de Taiaçu, Fernando Galvão Moura, de Bebedouro, Dieb Taha, de Colina, Guilherme Ávilla, de Barretos, Gustavo Sebastião da Cos-ta, de Cajobi, Antônio Cláudio Falchi, de Cândido Rodrigues, Endrigo Lucas Gambarato Bertin, Colômbia, Rogerio Cleber Peres, o Rogerio do Zui, de Em-baúba, Luiz Carlos de Moraes, de Piran-gi, Celso da Silva, o Celso da Usina, de Severínia, Laercio Vicente Scaramal, de Taquaral, Luís Antônio Fiorani, de Vis-ta Alegre do Alto, o ex-prefeito de Terra Roxa, Samir Nassbine, além dos verea-dores de Guaíra - Caio Augusto, Ana Be-atriz Coscrato Junqueira e Joana Gama.

    A reunião na Secretaria de Estado da Saúde teve como objetivo pleitear o final das obras do Hospital Regional de Bebe-douro e apoio às Santas Casas locais. O prédio da instituição tem, no momento, 67% das instalações concluídas.

    Os representantes do Codevar fo-ram recepcionados pelo secretário de estado da Saúde, José Henrique Ger-mann. “É um sonho para nós o térmi-no desta entidade, sem falar que vai desafogar o atendimento de saúde em toda a região”, disse o prefeito de Be-bedouro, Fernando Galvão. O Estado declarou que já iniciou estudos para

    • DESENVOLVIMENTO •

    Consórcio Codevar apresenta projetos municipais ao governo estadualReuniões tiveram como porta-voz o deputado federal Geninho Zuliani, do DEM/SP; demandas de saúde, educação e habitação.

    Da Redaçã[email protected]

    Palácio do Governo • Prefeito de Bebedouro Fernando Galvão, vice governador Rodrigo Garcia, Dep. Federal Geninho Zuliani, e o prefeito de Barretos Guilherme Ávilla

    Cetesb • Foi apresentada a solicitação para implantação de uma Usina de Reciclagem.

  • • W W W. U V E S P. C O M . B R •

    MARÇO DE 2019PÁG 6

    -brigadeiro-do-ar Marcelo Kanitz Da-masceno.

    As comendas do Mérito Judiciá-rio Militar Paulista foram instituídas pela Portaria GP n° 11, de 4 de abril de 2003, do Tribunal de Justiça Militar do Estado, com o objetivo de galardoar os cidadãos brasileiros e estrangeiros que, por seus méritos pessoais e relevantes serviços prestados à Justiça Militar do Estado de São Paulo, tenham se torna-do dignos de reconhecimento, possuin-do dois graus: a medalha e o colar, sen-do o último outorgado àqueles que, por seus méritos, fazem-se merecedores de novo reconhecimento pela Egrégia Corte Castrense.

    “Estou muito feliz pela homenagem e mais feliz ainda por ver aqui mulheres sendo homenageadas. Dr Paulo Prazak gostei muito de suas palavras, equilí-brio, ponderação e serenidade. Quem defende o equilíbrio, a serenidade e a ponderação para julgar, respeita a Jus-tiça. E esse é o objetivo aqui. Vamos ter esperança no Brasil, não podemos perder a confiança”, concluiu o gover-nador.

    Ao assumir a tribuna, o presidente da Assembleia Legislativa de São Pau-lo – ALESP, deputado Cauê Macris, falou sobre o respeito do poder legis-lativo para com as outras instituições e da boa relação entre eles. Que a impor-tância do diálogo entre tribunais traz o equilíbrio necessário para que o Estado prospere.

    Com a palavra, o presidente do TJSP, desembargador Manoel de Quei-roz Pereira Calças, externou os agrade-cimentos pela comenda recebida e des-tacou que no TJMSP, tribunal da mais alta especialidade, os princípios e ga-rantias constitucionais são preservados, frisando a grande relevância da corte castrense paulista no cenário nacional.

    • HOMENAGEM •

    Da Redaçã[email protected]

    TJM condecora autoridades em seu aniversárioGovernador João Doria é homenageado e destaca a confiança no país. “Vamos ter esperança no Brasil”.

    Cauê Macris • Presidente da Assembleia: “O diálogo entre os tribunais traz o equilíbrio necessário para que o Estado prospere”.

    O Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo realizou no último dia 18 de março, a cerimô-nia de comemoração de seus 82 anos de existência e recebeu na celebração autoridades civis e militares, dos 3 Po-deres, do Ministério Público, da Advo-cacia e da Defensoria Pública.

    Na abertura o presidente do TJMSP, juiz Paulo Prazak, ressaltou os aspec-tos adotados pelo Tribunal de Justiça Militar, no que tange à modernidade e tecnologia, em perfeita sintonia com o panorama jurídico brasileiro.

    Destacou a adesão do TJMSP ao Pacto Global da Organização das Na-ções Unidas – ONU, que trata do apoio aos princípios condutores relacionados a Direitos Humanos, Direitos do Tra-balho, Proteção do Meio Ambiente e Combate à Corrupção, e também da importância dos Órgãos Públicos esta-rem cada vez mais afetos a temas cone-xos à sustentabilidade.

    Discorreu sobre a implantação do Processo Judicial Eletrônico também na esfera criminal, milimetricamente adequado aos padrões exigidos pelo Conselho Nacional de Justiça, da efeti-vação da Resolução nº 105 do CNJ, que dispõe sobre os depoimentos por meio do sistema audiovisual e realização de interrogatório e inquirição de teste-munhas por videoconferência, dando maior celeridade à instrução processual sem que haja a necessidade de expe-dição de cartas precatórias, e também sobre a modernização do website, que conta com o apoio da Fundação Insti-tuto de Pesquisas Econômicas – FIPE.

    Na ocasião foi entregue o colar e a medalha do Mérito Judiciário Militar Paulista a algumas autoridades indica-das pelos juízes do Tribunal.

    Receberam o Colar, entre outros, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Manoel de Queiroz Perei-ra Calças; o governador João Doria; o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, Cauê Macris; o tenente-

    • COLAR E MEDALHA •

    Marcelo Kanitz Damaceno • Tenente Brigadeiro do Ar, homenageado pelos seus méritos na Força Aérea Brasileira.

    João Doria • Governador, e o desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, presiden-te do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

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    MARÇO DE 2019 PÁG 7

    Se hoje a noção de espaço foi, em grande parte, atenuada, persiste a barreira temporal. Alguns segundos são suficientes para que as pessoas publiquem suas posi-ções sobre um tema nas redes sociais, mas conclusões demandam debates. A dinâmi-ca da Câmara dos Deputados, onde 513 parlamentares têm direito a voz e voto, dá uma pista sobre a dificuldade de delibera-ções alcançarem consensos e sínteses.

    Remanesce, portanto, a contradição: quanto mais participação cidadã tiver um governo, menor será sua eficiência na to-mada de decisões, devido aos custos e demoras inerentes ao debate ampliado. Trata-se de conclusão angustiante, já que o regime é justamente alicerçado na ideia de poder popular.

    E se a inteligência artificial for capaz de retirar, em poucos minutos, comandos co-erentes a partir da análise de todos os ma-nifestos individuais? Tenho a impressão de que, ainda assim, esbarraríamos na elevada complexidade da administração do Estado contemporâneo, cujas decisões demandam racionalização e especialização. Quem te-ria conhecimento técnico, disponibilidade de tempo e ânimo para se envolver e opinar com responsabilidade sobre todos os temas debatidos em âmbito público?

    É evidente o papel que as redes sociais assumiram na dinâmica social e no debate político. Elas devem, por isso, ser conside-radas pelos governantes, por ressoarem opi-

    • ARTIGO •

    O holograma da ágoraDilemas democráticos fundamentais, encontrando desafios com a modernidade do mundo digital.

    Um dos dilemas democráticos fun-damentais, que opõe participação cidadã e efetividade do sistema de gover-no, pode ter se amenizado com a revolução digital em curso. Afinal, estão estabeleci-das as plataformas que permitem ao eleitor comunicar-se diretamente com seu repre-sentante ou simplesmente manifestar-se sobre qualquer tema em praça pública.

    Os mais entusiasmados vislumbram uma emulação da mítica democracia dire-ta, em que os cidadãos poderiam debater e votar com um clique em cada decisão cotidiana do Executivo ou do Legislativo, viabilizando-se a reaproximação entre os governados e o exercício do poder, aos moldes da Grécia Antiga.

    Estaria, então, em cheque nosso sistema?Tal hipótese remete aos motivos que

    levaram as nações ocidentais a adotarem, a partir do século XIX, a democracia repre-sentativa, que permitiu a implantação do sistema em Estados com extenso território e população numerosa.

    Além de contornar o absurdo logís-tico que seria realizar assembleias com milhões de pessoas dispersas em países continentais, a delegação de poderes a representantes eleitos seguiu a lógica da especialização, sendo razoável que o ci-dadão comum dedicasse a maior parte do seu tempo ao ofício e demais tarefas di-árias relegando a atividade política com agentes escolhidos periodicamente.

    niões de grupos de interesses, corporações e influenciadores. São como extensões das convencionais audiências públicas, em que se coletam sugestões para aperfeiçoamento de projetos e programas de governo.

    O que parece não ter lógica é tomar essas plataformas como instrumentos de democracia direta, num simulacro de des-centralização de poder. É desleal ou ingê-nuo por parte dos eleitos usar resultados de enquetes ou análises de big data, por exemplo, para justificar decisões políticas e se autoproclamar ouvinte do povo. Tra-ta-se de sub-rogação ilegítima do poder a um grupo indeterminado e desconhecido, cujas fotografias podem esconder apenas emaranhados de bytes, sem CPF nem títu-lo de eleitor.

    O papel que a internet assumiu na evo-lução do sistema democrático fascina. Já ti-vemos amostras do potencial das redes em processos eleitorais e no permanente deba-te político que se trava no campo digital, em uma espécie de holograma da Ágora. Os próprios mecanismos que a Constitui-ção da República prevê para o exercício direto do poder, como plebiscito, referen-do e iniciativa popular ganham potência e novos horizontes. Contudo, é desarrazoado pressupor que, no Brasil de 2019, os indi-víduos ativos nas redes sociais representam todo o conjunto de eleitores. Se assim o fizermos, aqueles que “piarem” mais alto estarão sequestrando a atenção dos agentes

    políticos e conduzindo o Estado.Muitas necessidades básicas do país

    ainda são bem concretas e demandam a for-mulação e articulação de políticas públicas nos moldes estabelecidos pela legislação. Os representantes, felizmente, estão limi-tados pelo ordenamento jurídico, devendo honrar cada voto e se responsabilizar pelas decisões que tomam. O mundo pode estar virtual, mas a vida é real.

    Dimas Eduardo RamalhoConselheiro do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo. Foi membro do Ministério Público do Estado de São Paulo, Secretário de Estado da Habitação, Secretário de Serviços do Município de São Paulo, Deputado Federal e Deputado Estadual.

  • MARÇO DE 2019PÁG 8

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    • ENTREVISTA •

    Vários exemplos poderiam ser citados, como Susan Karen, que embora todos os louros da Apple tenham sido de Steve Jobs, foi ela a designer gráfica que trabalhou lado a lado com ele para tornar o MAC, um dos computadores mais importantes do mundo.

    Outro exemplo de mulher que se tornou uma grande mulher, impondo sua presença foi a maratonista Roberta Gibb (Bobbi). Foi rejeitada na marato-na de Boston, porque foi considerada “fisicamente incapaz”. Insistiu, correu e completou o ciclo tornando-se a ven-cedora.

    No dia 08 de março, a Câmara Mu-nicipal de São Paulo, homenageou mulheres da história brasileira, que ajudam a construir um país melhor, honraria que já recebi desta Casa, com muito orgulho.

    Uma delas, a advogada Lucy Ca-landra, cultura, inteligente, mulher for-te e solidária. Mãe de 4 filhos, esposa e companheira do sempre desembarga-dor Henrique Nelson Calandra, e ela é

    “Não se nasce uma grande mulher. Torna-se”Essa significativa frase da escritora francesa, Simone Beauvoir, que fortaleceu a mulher na luta para vencer de-sigualdades, ajudou muito a que mulheres conseguissem espaço na sociedade para alcançar um mundo melhor.

    entrevistada do JI.1) - Os estigmas criados pela so-

    ciedade antiga com relação à posição da mulher no mundo, caíram ou ainda continuam nas atitudes?

    Houve uma evolução muito gran-de. A mulher ocupa hoje um espaço perante a sociedade de muito destaque, e merecidamente. Porém acredito que ainda haja muita discriminação, não pela competência das mulheres, mas muitas vezes pela competição de mui-tos homens que ainda não conseguem ver a figura da mulher, que em todos os ramos conseguiram vencer tantos obs-táculos e fizeram a diferença, mesmo tendo tantas outras obrigações domés-ticas que lhes são delegadas.

    2) - O século XX foi um marco importante com a Declaração dos Di-reitos Humanos, em 1948, quando a mulher passou a ter direitos que nunca haviam pensando conquistar. Foram importantes? São suficientes?

    A Declaração dos Direitos Huma-nos de 1948, foi muito importante, pena que muitos itens dos artigos ali existentes nunca foram cumpridos, haja vista o aumento de feminicídio a cada dia mais, infringindo desta forma o artigo 3 da referida Declaração, onde assegura direito a vida, a liberdade e principalmente a segurança pessoal, que muitas vezes não acontece.

    3) - Tem crescido a influência do feminismo na sociedade?

    A influência do feminismo tem crescido muito no mundo todo. As mulheres lutam pela igualdade entre mulheres e homens, e entendem que muitas lideranças podem sim ser exer-cida pelas mulheres. Eu acredito que o papel das mulheres esteja cada dia maior e com qualidade melhor, e que muitos tabus no que diz respeito à cul-tura machista na sociedade, estão sen-do quebradas, tornando cada dia mais nossa sociedade mais igualitária.

    4) - Como a senhora é recebida no mundo jurídico?

    Eu me formei em Direito em 1985, ingressei no Tribunal de Justiça por

    concurso público em 1987. Exerci minhas funções até o ano de 2003. Conheci muito a dinâmica interna do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Fiz pós- graduação em Direito Empresarial e hoje advogo para Em-presas no escritório, onde sou sócia e fundadora Briani Calandra, Chadad, Silva e Jarrouge Advogados. Acredi-to ser muito bem recebida no mundo jurídico, pois pude ver os dois lados, e sei que para o advogado é muito difícil pelas cobranças, mas para os Juízes e Desembargadores também não é fá-cil pelo excesso de trabalho que todos têm.

    5) - Foi uma mulher que ajudou a fundar a ONU. Eleonor Rosevelt, esposa do presidente F.D. Rosevelt e teve participação importante na declaração dos direitos humanos. Cite 5 mulheres que em sua opinião ajuda-ram a mudar o mundo.

    Princesa Isabel (Abolição da Escra-vaura)

    Lady Diana (Trabalho em favor dos excluídos)

    Malala Yousafzai (Ativista Paquis-

    tanesa - a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel)

    Madre Teresa de Calcutá (Traba-lhos Sociais)

    Bibi Ferreira (Teatro, Arte e Músi-ca)

    6) - Fale um pouco sobre a mulher Lucy Calandra?

    Eu encaro a vida com muito posi-tivismo. Tive um diagnóstico mortal há dezoito anos atrás. Mesmo tendo várias pessoas que morreram de cân-cer na minha família, eu lutei muito, e sempre acreditando que Deus me da-ria uma segunda chance. Desta forma consegui criar meus filhos, ver meus netos crescerem, e saí do outro lado do túnel uma mulher renovada, com mui-ta fé e alegria no coração. Devo muito a minha família e principalmente ao meu marido Henrique Nelson Calan-dra que foi meu anjo da guarda, meu porto seguro em todos os momentos difíceis. No geral sou sempre determi-nada e focada em tudo que faço.

    Silvia MeloDiretora de Comunicação da Uvesp

  • Ele declarou, em evento no dia 18 de março, apoio à reforma da Previdência no Fórum de Temas Nacio-nais – FTN, promovido pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB). Segundo ele, os re-presentantes do partido também tendem a votar a favor da proposta, uma vez que ela é essencial para retomada do cres-cimento econômico do país. Apesar de defender a reforma, ele criticou alguns pontos, afirmando que o texto enviado pelo governo é complexo e possuem “jabutis” que não deveriam entrar na proposta, como acabar com a PEC da Bengala.

    “Geraldo é uma figura social impor-tante para São Paulo, por todas as contri-buições para o desenvolvimento do Es-tado durante seus governos. A discussão com ele nos traz uma nova abordagem sobre o assunto. Além disso, ele também é um ótimo condutor de palestra, o que facilita muito na compreensão de um

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    A Reforma da Previdência é

    necessária e estou otimista

    de que ela será aprovada’

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    da Silva, presidente da Coteminas; Ney Zanella, diretor-presidente da Amazônia Azul Tecnologias de Defesa; e Ricardo Yoshikawa, vice-presidente da ADVB Jovem.

    De acordo com Nasser, a discussão sobre previdência é de interesse coleti-vo. “Estamos discutindo a nossa apo-sentadoria também, não só das próximas gerações. O interesse da iniciativa priva-da é o interesse de toda sociedade: uma mudança para sair do déficit previdenci-ário. O INSS não operará em milagre”, ressaltou.

    Já Ricardo Yoshikawa comentou so-bre as mudanças demográficas, citando o exemplo do Japão, onde as escolas são construídas com estrutura para se tornarem asilo de idosos. “Os japoneses já previram que a população de idosos cresceria conforme alcançamos maior avanço tecnológico. O Brasil também deve estar preparado para essas trans-formações”. Alckmin completou: “o século passado foi a era das máquinas e moléculas, dos avanços tecnológicos e da medicina. Os grandes desafios para

    tema tão importante como as reformas políticas e econômicas”, afirmou o pre-sidente da ADVB, Latif Abrão Jr.

    Em sua palestra, o ex-governador contextualizou a crise econômica brasi-leira dentro de um cenário de crescimen-to mundial, além do rombo previdenci-ário e as mudanças demográficas no país. “Tivemos uma retração do PIB de 6,7%. É a maior queda dos últimos 120 anos. Agora, após essa recessão, o Bra-sil pode recuperar a atividade econômi-ca. A inflação está baixa, temos taxa de juros e investimentos represados. É um conjunto de fatores que podem ajudar nessa retomada da economia”, explicou Alckmin.

    Nesse sentido, Alckmin destacou a importância das reformas políticas e econômicas, como a da Previdência e a Fiscal. “A reforma da Previdência é necessária e estou otimista de que ela será aprovada”. Ainda, ele enfatizou que a proposta deve ter dois focos: o fiscal, para zerar o déficit previdenciário, e de justiça social, defendendo um regime único de previdência. Para ele, o INSS é um programa de distribuição de renda e a reforma contribuiria para diminuição da desigualdade social.

    Após a fala de Alckmin, convidados fizeram colocações e perguntas sobre o tema, como Jorge Nasser, presidente da Bradesco Vida e Previdência e Bradesco Capitalização; Josué Christiano Gomes

    • ADVB •

    ADVB recebe Alckmin que ratifica apoio à aprovação da PrevidênciaO ex-governador de São Paulo e presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, foi convidadado a falar à ADVB.

    as próximas gerações serão o emprego e o crescimento econômico”.

    O presidente da Coteminas, Josué Christiano Gomes, enfatizou positiva-mente o governo de Geraldo Alckmin, que deixou o Estado de São Paulo com superávit primário. Em seguida, pergun-tou ao ex-governador sobre a desvincu-lação das despesas do orçamento públi-co e como isso daria uma flexibilidade aos gestores para aplicarem onde o re-curso é mais necessário. Em resposta, o presidente do PSDB afirmou ser favorá-vel às desvinculações e a desburocrati-zações da receita dos Governos. “Sobre as vinculações, nós temos que confiar. Não é para tirar o investimento das áre-as, mas sim, investir onde mais precisa.

    A ADVB que, em 2019, completa 63 anos de existência tem provocado com o Fórum Nacional que realiza, oportuni-dades de esclarecer aos empresários os diferentes problemas e as possíveis so-luções pelo desenvolvimento nacional.

    Da Redaçã[email protected]

  • “De 2010 a 2017, a média por em-presa cresceu 58%. Observando-se o comportamento de um subgrupo de mesmas companhias ao longo do tempo, constatamos que houve um incremento de 62,8% na quantidade de relatos realizados no triênio 2015-2017 versus o triênio anterior”, ressalta Hencsey.

    Segundo o especialista, para com-bater o problema, um entendimento amplo sobre o assédio moral e o de-senvolvimento de ações preventivas e corretivas são, atualmente, o foco de atenção das empresas. A rápida atua-ção tem permitido, ainda, a interrupção de um processo que traria graves con-sequências sobre as vítimas e a própria organização. Problemas de saúde psí-quica e física, como ansiedade e de-pressão, dores de cabeça e distúrbios do sono, e a percepção negativa sobre o ambiente de trabalho e a cultura or-ganizacional da empresa são alguns exemplos. Numa perspectiva quanti-tativa, o aumento de erros, quedas na produtividade, maior absenteísmo e turn over também são exemplos dos efeitos nefastos da prática do assédio moral no ambiente de trabalho.

    O impacto de mais fácil tangibi-lização é a judicialização dos casos, quando se obtêm uma clara dimensão do prejuízo financeiro incorrido pelas empresas ao serem condescendentes

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    • LEGISLAÇÃO •

    Assédio Moral na empresa passa a ser crimeProjeto que torna crime assédio moral no trabalho poderá trazer benefícios às empresas e aos trabalhadores.

    Se for aprovada, Lei 4742/01 tra-rá às organizações um ambiente de trabalho mais saudável, economia nos processos judiciais, produtividade e redução de absenteísmo na operação.

    No último dia 12, a Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 4742/01 que torna crime atos de as-

    sédio moral no trabalho. Segundo texto da proposta, configura assédio “Ofender reiteradamente a dignidade de alguém, causando-lhe dano ou so-frimento físico ou mental, no exercício de emprego, cargo ou função.”

    Se for aprovada pelo senado, a emenda traz à tona uma latente reali-dade no âmbito corporativo brasileiro. De acordo com levantamento da ICTS Outsourcing, empresa pioneira no de-senvolvimento de canais de denúncia no Brasil, o assédio moral é a princi-pal situação denunciada nos Canais de Denúncias de 213 empresas brasilei-ras, de diferentes portes e segmentos.

    Entre 2008 e 2017, foram registra-dos 21.258 relatos. Só no ano passa-do, 8 em cada 10 empresas tiveram ao menos 1 caso, totalizando uma média

    de 29,4 denúncias de assédio moral recebidas ao longo de 2017.

    O número de denúncias de assédio moral vem aumen-

    tado ao longo dos últimos anos, diz Antonio Carlos Hencsey, sócio responsável pelas áreas de Cultu-ra, Comportamento Ético e Education da Protiviti, con-sultoria global que faz parte do

    Grupo ICTS.Da Redaçã[email protected]

    com a prática. Análise da ICTS Out-sourcing baseada nas informações obtidas no site JusBrasil, revela que o valor médio de indenização paga num processo por dano moral é de R$ 17.423,00.

    Adicionando-se custos advocatí-cios de 20%, chega-se a um montante de R$ 20.907,60 por processo. Apli-cando-se este custo médio por proces-so sobre o conjunto de denúncias apu-radas e confirmadas entre 2008 e 2017 (7.483 casos), e que, portanto, tiveram sua judicialização evitada, pode-se es-timar uma economia por parte das em-presas superior a R$ 156 milhões.

    “Uma empresa que consiga cap-turar e atuar sobre cinco denúncias qualificadas de assédio moral por ano, economizará cerca de R$ 100 mil ao evitar a judicialização destes casos. É um montante que sairia diretamente do resultado da empresa e que, agora, poderá ser utilizado em prol da susten-tabilidade da organização, impulsio-nando vendas, eficiência operacional e satisfação dos funcionários. Isso sem contar os impactos decorrentes de uma exposição negativa como ter vazados vídeos, áudios ou relatos de condutas moralmente agressivas ocorridas no ambiente organizacional”, exemplifica Hencsey.

    • O ALZHEIMER •

    Doença genética no radar da PrevidênciaBrilhante iniciativa do deputado Ricardo Izar recebeu o aval do presidente Jair Bolsonaro.

    Câmara, após aprovação da Comissão de Constituição e Justiça. Para ser pro-tocolada a alteração precisa do apoio de 171 deputados, trabalho que está sendo feita pelo deputado Izar.

    A emenda, segundo Ricardo, ga-rantirá o pagamento integral para aqueles aposentados por Alzheimer ou Parkinson e evitará que eles precisem passar por uma revalidação trimestral para manter o benefício, regra imposta para evitar fraudes. “Não faz sentido isso nas pessoas com essas duas do-enças porque não há melhora nesses casos”, disse.

    Em entrevista que concedeu ao “Valor”, o deputado por São Paulo, já conhecido pela defesa da causa ani-mal, mostrou-se otimista na tramitação da proposta.

    Relatório da Organização Mundial da Saúde apontam a existência de 47 milhões de pessoas no mundo com de-mências como as focadas pelo deputa-

    O presidente Jair Bolsonaro au-torizou mudança na reforma da Previdência para que os portadores de Alzheimer e Parkison tenha direi-to a pensão integral em caso de apo-sentadoria por invalidez. O deputado Ricardo Izar (PP-SP) é o autor da proposta e recebeu o aval em reunião na primeira quinzena desse mês com o

    Presidente da República.A partir de agora

    começa a longa caminhada pela

    Câmara dos Deputados. A proposta

    entra como e m e n d a na Co-missão Espe-cial da

    Da Redaçã[email protected]

    do. E o problema só tende a aumentar, principalmente nos países mais po-bres. Estima-se que em 2030 haverá 75 milhões de pessoas com demência no mundo, ao custo de mais de US$ 2 trilhões.

    Os mesmos dados da OMS apon-tam a existência de 200 mil pessoas com Parkinson no Brasil e 1,2 milhão com Alzheimer. Ambas atingem ge-ralmente os mais idosos, mas há tam-bém casos de pessoas que adoecem muito mais jovens, e segundo o depu-tado Izar há como minimizar os efeitos de quem tem os genes, por exemplo, do Alzheimer. “São políticas públicas que devem ser desenvolvidas nos mu-nicípios, com apoio do Poder Públi-co”, afirmou o deputado. Cita como exemplo as academias a céu aberto, a convivência em centros especializados para se criar hábitos que mantenham o cérebro mais ativo”, concluiu.

    • SAÚDE •

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    • W W W. U V E S P. C O M . B R •

    cípio se desobrigue do dever de pagar despesas empenhadas pelo prefeito anterior em caso de perda de recursos financeiros oriunda de diminuição das transferências de recursos do FPM e rendas governamentais do petróleo.”

    Ainda bem que a pretensão nau-fragou e resultou tão somente nas in-clusões de parágrafos no artigo 23 da LRF que, na prática, para os poderes e órgãos jurisdicionados ao Tribunal de Contas do Estado de São Paulo não terão maiores reflexos fiscais.

    Sim! Refiro-me aos reflexos des-sa última Lei em relação àqueles que serão produzidos por um instrumento denominado “Decreto de Calamidade Financeira”.

    O fato não é novidade e o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo, em tempo passado, expediu COMUNI-CADO em que:

    “A utilização desses instrumentos não encontra amparo no artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal e viola inúmeras regras do direito financeiro dentre outras, a quitação dos Restos a Pagar e a ordem cronológica de pa-gamentos, o que poderá trazer impli-cações no exame de contas anuais.” (DOE de 23/02/17)

    É que essa “invenção” vai resul-tar na produção incontrolável de atos afastados da necessária conformidade. Não vi o texto de tais Decretos, mas ouvi os comentários no sentido de que são necessários para, em última análi-se, reestabelecer o equilíbrio das con-tas públicas.

    Ora, é evidente que os instrumen-tos necessários para o controle das fi-

    • LEGISLAÇÃO •

    As ameaças à Lei de Responsabilidade FiscalO Projeto de Lei do Senado, nº 316 de 2015, tinha escopo bem diverso daquele em que resultou o Lei Complementar 164/2018.

    Originariamente tal Projeto de Lei, a par de isentar das veda-ções previstas no artigo 23 da Lei de Responsabilidade Fiscal, praticamente bania do ordenamento a regra do arti-go 42 da mesma lei.

    A “pérola” concentrava-se na in-clusão do artigo 42-A, cuja íntegra era do seguinte teor:

    “O titular do Município está deso-brigado de pagar as despesas empe-nhadas no mandato anterior de outro prefeito, ressalvada a hipótese de dis-ponibilidades financeiras suficientes em caixa, em caso de perda de recur-sos financeiros, em comparação ao exercício financeiro anterior, oriunda de diminuição de arrecadação dos tri-butos de competência própria, de dimi-nuição das transferências recebidas do Fundo de Participação dos Municípios decorrente de concessão de isenções tributárias pela União e de diminuição das receitas recebidas de royalties e participação especial.”

    Da leitura extrai-se que os Prefei-tos daquela quadra 2013 a 2016 não teriam nenhuma responsabilidade com débitos do mandato anterior.

    Do trecho da exposição de motivos constava:

    “Nesse sentido, apresentamos o presente projeto de lei para coibir a aplicação de sanções às municipali-dades que desrespeitem o limite de sessenta por cento (60%) da RCL no tocante às despesas totais com pessoal e para permitir que o titular do muni-

    nanças públicas estão à disposição dos responsáveis que, se bem manejados, garantem o tal almejado e necessário equilíbrio entre receitas e despesas.

    Refiro-me à Lei de Responsabili-dade Fiscal - Lei Complementar 101, de 4 de maio de 2000 – que no §1º, de seu artigo 1º, define com clareza meri-diana as razões de sua concepção, qual seja, a ação “planejada e transparente em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas.”

    Sem falar da relevantíssima im-portância do planejamento sério e res-ponsável em que as despesas hão de caber nas receitas, ao invés de projetar receitas que sabidamente não se reali-zarão, a Lei dispõe de rol de ações que se tornam imperiosas ante as ameaças de eventual desequilíbrio.

    O artigo 9º, por exemplo, que trata sobre a limitação de empenhos sem-pre que “se verificado, ao final de um bimestre, que a realização da receita poderá não comportar o cumprimen-to das metas de resultado primário ou nominal estabelecidas no Anexo de Metas Fiscais, os Poderes e o Minis-tério Público promoverão, por ato pró-prio e nos montantes necessários, nos trinta dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira, segundo os critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.”.

    Esse é o instrumento que o gestor responsável e atento deve lançar mão quando ameaçada a higidez de suas contas.

    O gestor há de saber eleger prio-ridades, mesmo sabendo-se que as prioridades são muitas e os recursos poucos.

    Outra disposição de aplicação com-pulsória encontra-se na regra do artigo 11, consistente na previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos de competência constitucional da corres-pondente esfera de governo.

    A regra é de tamanho significado que veda a transferência voluntária de recursos se não forem cobrados todos os impostos.

    É conhecida a pouca disposição de governantes com essas obrigações, que aliadas às tímidas iniciativas, acu-mulam dívidas ativas de números con-sideráveis.

    O mesmo raciocínio aplica-se aos comandos do artigo 14 que, em verda-de, permite a renúncia de receitas, mas cercadas de cuidados que se não toma-dos pelo governante podem resultar em efeitos extremamente danosos.

    Outro cuidado de lastro é o controle de gastos com pessoal que seguramen-te revela-se instrumento de uso políti-co descuidado.

    Há limites com os gastos com pes-soal que devem ser observados rigo-rosamente para evitar, dentre outras consequências, aquelas do artigo 169 da Constituição Federal.

    Outro ponto que há de ser respei-tado é o comando do artigo 42, tan-tas vezes passíveis das mais variadas interpretações e que, a meu ver, deve permanecer como está, mantendo os necessários cuidados com a conta de Restos a Pagar referida no já mencio-nado §1º, do artigo 1º, da LRF.

    Por último, espera-se que o indi-gitado Decreto de Calamidade Finan-ceira não revogue o artigo 5º da Lei nº 8.666 de 1.993, evitando o perigo da excessiva discricionariedade.

    Se a Lei de Responsabilidade Fiscal fosse cumprida em consonância com sua inspiração, não estaríamos diante desse cenário de desequilíbrio fiscal que dá azo a essa descoberta mirabo-lante chamada calamidade financeira.

    Calamidade Financeira não se con-funde com Calamidade Pública, esta última amparada no ordenamento constitucional e legal.

    Três anos de tramitação’

    • DOS MALES O MENOR •

    Sergio Ciquera RossiDiretor Geral do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo.

  • NASCEMOS NO DIA MUNDIAL DA ÁGUA22 DE MARÇO DE 2019

    VID - ANUNCIO 1 2 página - 25,5 x 19, 5 cm em curvas.indd 1 25/03/2019 16:02:04

    MARÇO DE 2019PÁG 12

    • W W W. U V E S P. C O M . B R •

    Melhores caminhos • Presidente e membros do Conselho de Administração da entidade.

    sa franqueada do Diners Club no Brasil; fundou a Jeans Store Levis; é empresário, promotor de eventos, criador da semana de Velas de Ilhabela, Diretor da Fecomercio, Membro do CDL Iguatemi e do Conselho de Cotistas, Consul Honorário de Bangla-desh e um dos responsáveis pela abertura do comércio aos domingos em São Paulo.

    “Desde já, estamos reunindo em comi-tês especializados segmentos do setor de turismo, eventos e viagens, como hotelaria, organizadores, promotores, centros de con-venções e pavilhões de exposições. Nestes encontros, buscamos alinhar os esforços e expectativas, na criação de soluções inova-

    • ADMINISTRAÇÃO •

    “Visite São Paulo” com novo conselhoRaul Sulzbacher é o novo presidente do Conselho Consultivo do “Visite São Paulo”, cujo presidente exe-cutivo é o respeitado especialista na Área, Toni Sando.

    No último dia 12, foi realizado evento de posse do Conselho de Administração do Visite São Paulo, com board eleito em janeiro e, agora, presidido por Raul Sulzbacher. Guilherme Paulus as-sume como 1º Vice-Presidente; Juan Pablo De Vera como Vice-Presidente Financei-ro; Ana Luisa Cintra, Caio Calfat, Chieko Aoki, Tarcisio Gargioni, Patrick Mendes, Raffaele Cecere e Rodrigo Cordeiro como Vice-Presidentes Conselheiros.

    Raul Sulzbacher é paulistano e conta em sua trajetória profissional atuações de destaque no turismo e comércio: foi diretor da Cia Internacional de Turismo, empre-

    doras e eficientes para os desafios moder-nos”, comenta Raul Sulzbacher. “Estamos certos de que um novo ciclo se inicia re-pleto de oportunidades a todos, envidando esforços para desenvolvimento do setor e geração de riqueza e negócios aos associa-dos e ao destino São Paulo”, complementa.

    Durante o evento, foram apresentados os membros do Conselho Consultivo da entidade: Alain Baldacci, Annie Morrisey, Gabriela Baumgart, Caio Carvalho, Char-les Krell, David Ecija, Eduardo Sanovicz, Ênio Vergeiro, Wilson Luiz Pinto, Ibrahim Tahtouh, Yann Gillet, Rogerio Hamam, Roland de Bonadona, Valter Patriani, Vir-gilio Carvallho e William Périco.

    Na ocasião, foi assinada parceria entre o VISITE SÃO PAULO e a Abear, As-sociação Brasileira das Empresas Aéreas, para a promoção do destino em uma ação conjunta com o Governo do Estado de São

    Paulo, por meio do Secretário de Turismo, Vinicius Lemmertz. O governador João Dória foi representado por Marcelo Lima Costa.

    Essa nova direção do Visite São Paulo surge em um dos momentos mais impor-tantes do turismo brasileiro. Liberação de vistos para entrada no Brasil, autorização para a vinda de capital estrangeiro no siste-ma aéreo e a provável abertura de cassinos, dará um up grade nesse que é considerado um dos maiores empregadores do mundo.

    A Uvesp tem se valido das orientações e conhecimento de Toni Sando para in-formar os agentes públicos do interior do Estado, sobre os melhores caminhos para estimular o desenvolvimento turístico nos municípios, notadamente os que são consi-derados de “Interesse Turístico”.

    Administração • Toni Sando e Raul Sulzbacher, presidente executivo e presidente do Conselho.

    Da Redaçã[email protected]

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    • W W W. U V E S P. C O M . B R •

    • SOLIDARIEDADE •

    Fundo Social apresenta seus programasReunindo prefeitas, vereadoras, presidentes de fundos e primeiras damas, o Palácio dos Bandeirantes recebeu mais de mil e seiscentos participantes para ouvir os novos programas do Fundo Social de Solidariedade.

    OFundo, presidido por Filipe Sa-bará, já premiado com o “Top of Mind”, pois na Prefeitura de São Paulo criou o “Trabalho Novo”, beneficiando mais de dois mil empregos para pessoas em situação de rua. “Filipe terá a respon-sabilidade de dar uma visão técnica, efe-tiva e eficiente”, garantiu o governador João Dória. Todos os programas inicia-dos pelas primeiras damas, Lila Covas e Lú Alckmin serão mantidos, segundo o governador, ampliando as ações e pro-gramas de acordo com a necessidade.

    A Uvesp foi representada pela Di-retora de Comunicação, Silvia Melo e

    a Avesp – Associação das Vereadoras por Adriana Ramalho, vereadora de São Paulo.

    “Queremos que o Fundo Social de São Paulo siga a mesma vocação do Estado, que se destaca pela economia criativa. Além de gerar empregos, ren-da e arrecadação, ela qualifica as pesso-as, melhora a imagem e a autoestima”, afirmou o governador, enquanto que a primeira dama e presidente do Conse-lho, Bia Dória diz que o fundo social está buscando inovar nessa nova gestão. “Como primeira dama do Estado busco essa integração com as primeiras damas

    municipais. Quero que saibam que esta-mos sempre de portas abertas para rece-bê-las”, disse.

    “Nesse novo momento do Fundo Social queremos escutar com cuidado as demandas do interior e litoral, para apli-carmos com excelência a ampliação que estamos construindo nas escolas de ca-pacitação, que agora estarão mais foca-das no desenvolvimento de autonomia e renda para a população mais vulnerável do Estado”, disse o presidente do Fundo, Filipe Sabará.

    Foi notado como expressão de pres-tígio, o destaque que o Poder Legisla-

    tivo Municipal recebeu do governador Dória. E nessa homenagem demonstrou respeito e carinho pelo trabalho da vere-adora de São Paulo, Adriana Ramalho.

    Em parceria com a Caesp, a Escola Uvesp, futura Academia Uvesp, rea-lizou cursos importantes sintonizados com a realidade da legislação. Recente-mente, prefeitos, vereadores, secretários e assessores municipais tiveram aulas no setor de contabilidade, finanças e presta-ção de contas.

    Da Redaçã[email protected]

    • Silvia Melo, Diretora da UVESP, Adriana Ramalho, Vereadora de SP e Presidente da AVESP Alliny Sartori, Vereadora de Ibitinga.

    • Filipe Sabará, Presidente do Fundo Social do Estado de São Paulo.

    • Dimar de Brito, Prefeito de Santa Cruz da Esperança, Célia Leão, Secretária de Estado dos Direitos das Pessoas com Deficiência, e Valério Galante, Prefeito de Serrana.

    • Governador de São Paulo, João Dória e a Primeira Dama, Bia Dória.

    • João Dória, Governador, Rodrigo Garcia, Vice--governador, Bia Dória, Primeira Dama, e Filipe Sabará, presidente do Fundo Social do Estado de São Paulo.

    • Santo Antonio de Araquanguá – Vereador Zé Dise-na, Prefeito Rodrigo Santana, Vereador Roni da Silva e Vereador Luis da Costa.

    • Presidente FDE , Leandro Damy e Prefeito de Monte Alto, João Paulo Rodrigues.

    • Prefeita de Vitória Brasil, Ana Lucia Olhier Modulo.

    • Prefeita Josi Fortes, Nova Campina e o Prefeito Helton do Valle, Itararé.

    • Prefeita de Ouroeste, Drª Lívia Luana da Costa.

    • Prefeita de Ocauçu, Alessandra Colombo.

    • Prefeita de Alto Alegre, Helena Berto.

    • Maria Felicidade, Prefeita de Tabapuã

  • MARÇO DE 2019PÁG 14

    • W W W. U V E S P. C O M . B R •

    • ORATÓRIA •

    A arte de falar em público“Quando se fala em público, não se pode deixar que as palavras nasçam e vivam ao seu bel-prazer...

    As palavras devem ser ordenadas, dispostas dentro do discurso, de tal maneira que, combinadas entre si, ofereçam um conjunto agradável e con-vincente”.

    O universo político paulista registra, nas eleições municipais, um índice até então recordista. Prefeitos, 72%, verea-dores, 86%, todos imbuídos no fortale-cimento do Poder Local.

    Em recente pesquisa que a Uvesp co-mandou, durante seminários, ao longo de 2018, foi encontrada a maior dificul-dade dos novos agentes públicos. Falar em público e comunicar bem. Mas, não é só. Outras categorias têm dificuldades, notadamente os jovens advogados e jo-vens professores.

    Por essa razão, a Uvesp e a Escola do Conselho Arbitral do Estado, com apoio da Ferreira Netto Advogados, organiza um curso para quem deseja se comuni-car e, inclusive, transmitir as informa-ções necessárias que sua profissão exige.

    Os vereadores, por exemplo, podem justificar melhor seus projetos de leis, com a técnica da oratória. Bom para ele, para a Câmara e para a cidade.

    O curso, que será divulgado pelas redes sociais da Uvesp, será ministra-do pelo professor JB Oliveira, advo-gado, professor de oratória e mestre

    de cerimônias.O orador, o conferencista, o profes-

    sor, os parlamentares, todos os profissio-nais que tem que se dirigir a um audi-tório, têm a necessidade fundamental de conhecer este problema, a arte de falar em público.

    O professor Aguiar Neto diz que de-finir a comunicação é a coisa mais di-fícil do mundo. Lembra que Sócrates, o famoso filósofo grego, disse certavez que se encontrasse um homem capaz de definir com perfeição, seguir-lhe-ia as pegadas como as de um Deus.

    “Apesar de imperfeitas, as definições se fazem necessárias – diz Aguiar Neto – e recomenda que se fale com termos de significado fácil para os alunos.

    O curso da Uvesp/Caesp tratará de todos os temas relacionados com a comunicação, segundo o professor JB Oliveira.

    Segundo JB a comunicação requer, no mínimo, três elementos indispensá-veis: a fonte, a mensagem e a destina-ção. É isso que o curso pretende mostrar.

    O advogado José Américo, conhe-cido especialista em sustentação oral, a técnica é fundamental para alcançar o objetivo pretendido. “E técnica se aprende com estudo. A prática dá os caminhos para que se use correta-

    mente a teoria”, afirmou.A propósito da composição de um

    discurso, a história do Manuel, quan-do explicou ao Joaquim a técnica para dividi-lo.

    “Joaquim, não há segredo. Primei-ro, tu contas que vais falar. Depois, tu falas. Por último, tu contas a todos que falaste”.

    Como se vê, o velho bom-senso lusi-tano transforma em uma coisa evidente o que, para muitos, ainda possa ser com-plicado.

    Em parceria com a Caesp, a Escola Uvesp, futura Academia Uvesp, rea-lizou cursos importantes sintonizados com a realidade da legislação. Recente-mente, prefeitos, vereadores, secretários e assessores municipais tiveram aulas no setor de contabilidade, finanças e presta-ção de contas.

    Sebastião MisiaraJornalista

    • ESCOLA UVESP •

    FÓRUM PAULISTA DEDESENVOLVIMENTO

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    JB Oliveira Cássio Ferreira Neto

  • MARÇO DE 2019 PÁG 15

    • W W W. U V E S P. C O M . B R •

    uma abominável responsabilização ob-jetiva, contrária ao que é mais trivial e básico em ciência jurídica.

    As Procuradorias Jurídicas reco-mendam abstenção do gestor, não en-contram soluções viáveis e, quando cobradas, culminam por afirmar que “ninguém é preso por falar não”. Pre-mido pelas contingências, o gestor se vê obrigado a assumir riscos e a se an-gustiar, pois acena-se com a interrup-ção de prestações públicas essenciais. Avalanche sobre seus ombros, cada vez mais frágeis. Cobranças veemen-tes, críticas que espoucam na mídia espontânea e nenhuma sensibilidade de parte de instâncias superiores.

    Têm razão os que fogem do servi-ço público, pois as consequências de qualquer permanência em cargo estatal é a pletora de procedimentos junto ao Tribunal de Contas, questionamen-tos pelos quais responde pessoal-mente, sem qualquer solidarie-dade de parte do órgão a que emprestou a sua colaboração. Sozinho, indaga-se o que o levou a tal temeridade. E conclui, melancolicamente, que só farão parte de gestão pública, os que não tiverem nada a perder. Ou outros in-

    A sociedade aprendeu a

    reivindicar, o que é saudável.

    Mas faltou à aula dos deve-

    res, das obriga-ções e das res-

    ponsabilidades’

    inimaginável quando o estrangeiro dela toma conhecimento. Mas há outras consequências advindas da instauração da “República dos direitos e da herme-nêutica”. Uma delas é a atividade de risco de quem se aventura a gerir a coi-sa pública.

    Estruturas anacrônicas, excesso de quadros funcionais, burocracia estio-lante, presunção de má-fé, tudo con-tribui a que o titular de qualquer cargo estatal seja alguém que ofereça o seu pescoço a prêmio. Órgãos fiscalizado-res se recusam a orientar, sob argumen-to de que sua atribuição é o controle, não a pedagogia. A saudável inspiração da lei de licitações obriga o Estado a contratar pelo menor preço e a favore-cer os inescrupulosos, que acreditam nos aditamentos e descumprem os con-tratos.

    Os quadros funcionais, mal remune-rados, não têm a qualificação requerida para o manejo do interesse público. O paradoxo decorrente de sofisticados es-quemas de prestação de contas a cargo de pessoas despreparadas torna o acerto uma verdadeira loteria.

    O ordenador de despesas se torna responsável por irregularidades for-mais e por deslizes praticados em lo-cais distantes do seu posto de trabalho,

    • ADMINISTRAÇÃO •

    Quem se arriscará na Gestão Pública?Tenho um amigo que usa o lema: “O Brasil foi feito para não dar certo!” Tendo a dar razão a ele...

    O constituinte de 1988 foi pródi-go ao estipular os direitos. Não bastassem os cinco essenciais do caput do artigo 5º, enunciou uma irradiação com setenta e oito incisos, mais algu-mas “portas de entrada” que tende ao infinito. Todo e qualquer direito que se extraia de uma interpretação, ou que re-sulte de um tratado firmado pela Repú-blica Federativa do Brasil, passa a fazer parte do pacto fundante que rege a vida nacional.

    Um dos efeitos dessa concepção foi a judicialização da vida brasileira. É incrível a quantidade de processos em trâmite por todos os foros e tribunais,

    cautos, que já escasseiam, pois a políti-ca está contaminada.

    Não são exatamente as melhores perspectivas para quem sonhou com um novo Brasil.

    José Renato NaliniReitor da Uniregistral e docente univer-sitário, foi secretário da Educação de São Paulo entre janeiro de 2016 a abril de 2018.

  • • W W W. U V E S P. C O M . B R •

    MARÇO DE 2019PÁG 16

    fera de competência dos municípios, nos termos do art. 23, inciso IX, da Constitui-ção Federal. Não são poucos os desafios enfrentados pelo gestor público quando o assunto é saneamento básico. As cidades brasileiras enfrentam um problema crô-nico com a falta de tratamento de esgo-to, o que implica diretamente na saúde e na qualidade de vida da população. Para se ter uma ideia, mais de 100 milhões de pessoas utilizam medidas alternativas para lidar com dejetos, conforme dados do IBGE. Isso só escancara as falhas e defici-ências estruturais de nosso país.

    No caso dos municípios, o assunto ganha relevância por serem estes os que prestam muitos desses serviços diretamen-te ao cidadão. Em atenção a esse contex-to fático insustentável, a PPP surge como uma forma de prestar serviços públicos de

    privado.A justificava para a instituição desse

    regime diferenciado de concessão pode ser resumida em três pontos principais, a saber: o esgotamento da capacidade de endividamento do Estado; a necessida-de de prestação de serviços públicos não autossustentáveis, entendidos estes como aqueles que a tarifa paga pelo usuário não é suficiente para cobrir as despesas de execução e manutenção do serviço; e, por fim, a perda da qualidade dos serviços prestados.

    Diante de todos esses fatores, fica cla-ro que as PPP’s, ao facilitarem a captação de recursos junto à iniciativa privada, tem o condão de suprir a ausência de investi-mentos do setor público nos mais variados setores sociais.

    Tomemos, por exemplo, a área da saú-de, uma das mais defasadas de nosso país. Em que pese sua fundamental importância para a promoção da cidadania e da digni-dade da pessoa humana, especialmente entre as populações mais carentes, o poder público ainda tem sérias dificuldades em aplicar seus recursos financeiros de ma-neira eficiente e ordenada, o que acaba por criar uma situação de gastos excessivos e inconsistência na execução de políticas públicas, contrariando as diretrizes consti-tucionais para o setor.

    Outra área que merece destaque é o saneamento básico, que se encontra na es-

    • PPPs •

    PPPs e sua importância no municípioEm um cenário de crise fiscal generalizada, com profundos gargalos nos repasses de verbas da União e dos Estados...

    Os municípios precisam encontrar alternativas para contornar a falta de recursos e continuar a disponibilizar, ampliar e modernizar toda a gama de in-fraestrutura e serviços públicos de nature-za essencial, tais como atendimento mé-dico hospitalar e saneamento básico, de modo a atender aos interesses coletivos e efetivar direitos fundamentais previstos na Constituição Federal de 1988.

    Nesse contexto, as Parcerias Público--Privadas, que são uma modalidade espe-cial de concessão administrativa, surgem como um instrumento jurídico apto a fornecer uma possibilidade em caso de o ente político não ter mais condições, por questões técnicas ou financeiras, de garan-tir eficiência e qualidade na execução dos serviços públicos.

    O Art. 2° da Lei n° 11.079/04 concei-tua o referido instituto: “...é o contrato ad-ministrativo de concessão na modalidade patrocinada ou administrativa”. Da leitura do dispositivo transcrito, entende-se que o procedimento licitatório inaugura a exis-tência da PPP no campo legal. Após, há o enquadramento em duas modalidades: patrocinada ou administrativa. Na pri-meira, a receita oriunda da prestação do serviço público divide-se em tarifas pagas pelos cidadãos e retribuição monetária pelo poder público, enquanto na segunda modalidade a receita deriva integralmente da contraprestação do ente público ao ente

    10% off

    maneira dinâmica e eficiente, firmando alianças estratégicas com o setor privado e alocando com inteligência os poucos re-cursos que são disponíveis, desde que os contratos observem os princípios contidos no art. 4º da lei de PPP, pautando os riscos e a remuneração com justeza e boa-fé.

    Assim, é necessário muito bom senso e harmonia entre o Executivo e Legislati-vo municipais para perquirir as melhores soluções para suas demandas específicas. Vale, nesse ponto, citar André Franco Montoro, quando dizia que “ninguém vive na União ou no estado. As pessoas vivem no município”, enfatizando a importância da célula básica de nossa organização po-lítico-administrativa.

    Gabriel de Lima Salles OliveiraRodrigo Budó DamascenoSócios do Salles&Damasceno Advogados

  • É O GOVERNO DE SÃO PAULO E VOCÊ, JUNTOS, CONTRA O MOSQUITO DA DENGUE.

    #JUNTOSCONTRAADENGUESecretaria daSaúde Secretaria da Saúde

    JUNTOS, NÓS VAMOS ACABAR COM O MOSQUITO DA DENGUE.

    • MANTENHA AS CAIXAS-D’ÁGUA SEMPRE FECHADAS.

    • GUARDE AS GARRAFAS E OS RECIPIENTES DE CABEÇA PARA BAIXO.

    • COLOQUE AREIA NOS PRATOS DE SUAS PLANTAS.

    • TIRE A ÁGUA E GUARDE OS PNEUS EM LUGARES FECHADOS.

    • MANTENHA AS CALHAS E OS ENCANAMENTOS SECOS.

    PROTEJA A SUA FAMÍLIA E AJUDE A COMBATER O MOSQUITO.

  • MARÇO DE 2019PÁG 18

    • W W W. U V E S P. C O M . B R •

    A vereadora paulistana Janaina Lima, do Partido Novo, deci-diu usar seu gabinete na Câmara Mu-nicipal de uma forma diferente: ela transformou cerca de 70% do espaço em um coworking.

    O local, batizado de Coworking Legislativo, será voltado a empreende-dores com soluções que podem resol-ver problemas da cidade.

    A inauguração do local ocorreu em 25 de janeiro, no aniversário da Cidade de São Paulo.

    O Coworking Legislativo foi mon-tado com recursos e mão-de-obra do-ados por pessoas e empresas simpati-zantes da iniciativa.

    De acordo com Janaina, serão esco-lhidas propostas que poderão resultar em soluções inovadoras e viáveis para São Paulo, com foco na gestão pública eficiente e na transparência. Projetos alinhados a temas como austeridade, empreendedorismo e primeira infância são diferenciais.

    O Coworking Legislativo tem dis-ponibilidade para 20 postos de tra-balho. Os usuários do espaço terão acesso gratuito à estrutura. A ideia é que a equipe do gabinete e mentores capacitem os participantes e os ajudem no desenvolvimento dos produtos e serviços.

    Os usuários do coworking estão sendo selecionados pela equipe da ve-readora. A expectativa é que o espaço esteja funcionando plenamente no pró-ximo mês.

    Para usar o Coworking Legislativo, os interessados devem fazer parte do Embaixadores da Mudança, rede cria-da pela vereadora.

    Coworking, ou co-working, ou cotrabalho, é um modelo de trabalho que se baseia no compartilhamento de espaço e recursos de escritório, reunindo pessoas que tra-balham não necessariamente para a mesma empresa ou na mesma área de atuação, podendo inclusive reunir entre os seus usuários os profissionais liberais, empreende-dores e usuários independentes.

    O que é!

    • COWORKING •

    Da Redaçã[email protected]

    “Embaixadores da Mudança”Vereadora do Partido Novo, Janaina Lima, cria projeto que busca soluções para melhorar a capital paulista.

    As empresas Descola.org, Com-paraOnline e HouseofHagens são as que recentemente investiram nesse novo modelo compartilhado, que são ambientes onde empresas de diversos segmentos e portes se encontram, os profissionais conduzem seu trabalho diário e trocam ideias e experiências com os demais. De acordo – segundo representantes dessas empresas – com o Censo Coworking Brasil 2018, são 1194 espaços compartilhados no Bra-sil, um aumento de 48% com relação a 2017. Para a pesquisa foram analisa-dos municípios com mais de 150 mil habitantes.

    Estes novos espaços respiram trans-formação, inspiração, inovação e agili-

    • LEIA TAMBÉM •

    • TENDÊNCIAS • dade. O coworking – segundo Bianca Rossoni da NR-7 Comunicação, traz o contato com mundos diferentes, tor-nando, inclusive, o ambiente mais des-contraído e leve para o trabalho, o que traz impactos positivos para a carreira.

    Há um outro grande benefício da

    utilização do espaço. Os profissionais podem focar no trabalho, no serviço prestado, sem a necessidade de se pre-ocupar com a manutenção do espaço.

  • DESESTATIZAÇÃO

    Força do InteriorMarço de 2019 | Ano 19 PÁG 19

    Privatizar os aeroportos do inte-rior, com planejamento e com apoio das companhias aéreas.

    Antônio Claret, ex-Infraero, mos-trou toda a sua capacidade, ao assumir em junho de 2016, a estatal nacional que acumulava um prejuízo operacio-nal de cerca de R$ 230 milhões. Ele tro-cou a Siderúrgica Francesa Vallourec pelo desafio de preparar a estatal para a privatização. Como ele mesmo diz, “a noiva está vestida para casar”. Antes da noiva se aprontar, Claret cortou 216 cargos de confiança, diminui de 14 mil para 8 mil funcionários, eliminou mor-domias de diretores, reduziu o inchaço da empresa e, se Bolsonaro quiser, 49 % podem ir para a iniciativa privada. Aceitou o convite paulista e faz parte de um agrupamento de servidores pú-blicos de nível ministerial. Mudou de Brasília para São Paulo, mas mantém sua residência na capital mineira. Hoje a Infraero é exemplo para outras esta-tais, assim como, também, a Eletro-bras. Realmente Michel Temer deixou uma estrada pavimentada sem retorno. É só querer e saborear os frutos dessa caminhada de um presidente que se fez reformista, em nome de um Brasil so-nhado pelos brasileiros.

    1 - Claret, você recebeu a missão de tornar ativos os aeroportos regionais. O que o levou a aceitar essa missão, no momento em que sua consultoria tornou-se “artigo de luxo” pela grande competência demonstrada no governo federal?

    O projeto é desafiador, e eu me motivo de forma impressionante por metas fortes, ainda mais quando sei que há uma liderança por trás, com a qual tenho alinhamento total, como é o caso aqui do estado de São Paulo com o nosso governador João Dó-ria. Aqui encontrei suporte humano e de lideranças ligadas ao governador, de alto nível, como Rodrigo Garcia, Meirelles, Vinícius Lummertz, Sérgio Leitão, Baldy, Rossieli, que fazem par-te de grupo fortíssimo com que tive o privilégio de dividir grande responsa-bilidade no governo federal. Isso, além das lideranças expressivas daqui de SP, como João Octaviano, Penido, Celia Parnes, Júlio Serson, Paulo Mascaret-ti, Gustavo Junqueira, Flávio Amary, Toni Sando, Milton Santos, dentre ou-tros, nomes de altíssima competência que entusiasmam qualquer pessoa a

    Privatização de aeroportos. Missão do ClaretUm dos executivos mais competentes do país é recrutado pelo governador João Dória para um projeto ambicioso:

    aceitar o convite para participar de gru-po tão seleto. O Brasil precisa diminuir o tamanho do estado onde for possível - é uma questão fundamental para ace-lerar nosso crescimento, haja vista que o país é extremamente fértil em opor-tunidades em diversos segmentos, e a infraestrutura se destaca como um dos grandes nichos.

    2 - Qual a estratégia para privatizar todo o sistema aeroviário?

    Por enquanto, a palavra é desesta-tizar. Definimos junto ao governador João Dória prazo até final do ano para estar com a decisão tomada em rela-ção ao modelo a seguir e com projeto pronto para a desestatização, de forma que, em 1 ano, já teremos cumprido a missão. O Daesp participa fortemente do conselho liderado pelo vice-gover-nador Rodrigo Garcia, e aqui estamos fazendo análise profunda de todos os ativos para propor a modelagem mais adequada para seguirmos adiante, ob-jetivando, é claro, o maior retorno para o estado de São Paulo e sua população.

    3 - Existem empresas interessadas?

    Não só dos investidores para os aeroportos, onde podemos observar um interesse crescente pelo mercado brasileiro, inclusive de operadores in-ternacionais, mas também de compa-nhias aéreas querendo ampliar malhas regionais aqui em São Paulo, a partir de posição forte e inteligente do gover-no, por exemplo, com subsídio dado em relação à redução do ICMS sobre o querosene de aviação.

    4 - Quais os aeroportos dos que es-tão no radar para privatização são os mais cobiçados?

    Há aeroportos que já se apresentam atualmente como bons ativos, ou seja, são lucrativos, como os de Sorocaba, Ribeirão Preto e outros. Porém, há outros que chamam atenção pelo seu potencial. O fato é que acharemos um caminho para que toda a rede esteja atrativa e possa ser enquadrada em al-gum modelo de desestatização, o qual será definido profissionalmente com participação de técnicos de alto nível no Brasil e exterior.

    5 - Há disposição das companhias aéreas em participar do processo?

    Com certeza par-ticiparão do processo como alavancadoras do projeto, ou seja, geradoras de movi-mento para a rede, e como fortes aliadas para a conectividade do interior paulis-ta, principalmente a partir do movimento estratégico do go-verno em reduzir a alíquota do ICMS sobre o querosene de aviação, como já mencionei.

    6 - Foi difícil agir na “limpeza” da In-fraero? Os lobbies agiram contraria-mente?

    Choques de ges-tão nunca são fáceis, mas muito necessá-rios em casos como o que encontrei na Infraero. Ou seja, não havia outra sa-ída, e posso dizer que tive apoio para fazê-lo. Desde corte de diretorias, pas-sando por mais de 210 cargos e funções de confiança, até eliminação de 3 unidades de suporte e padronização das estruturas dos ae-roportos. Além disso, avanço forte na área comercial e redução de despesas gerais. Tudo isso suportado por um forte modelo de governança e gestão. Ao final, de um ebitda* (Lajida em português) cruzando a linha para o ne-gativo ao final de 2015, entramos com uma equipe forte e alinhada em me-ados de 2016 e viramos o jogo, ter-minando 2017 bastante positivos, tendo multiplicado o ebitda por 4. Deixamos a Infraero, ao fi-nal de 2018, com um caixa total de mais de R$ 1,1 bi-lhão, tendo sido a Infraero reconhecida como empresa modelo de governança e a que mais avançou nesse quesito dentre todas estatais, pela avaliação do ministério do planejamento de 2017 para 2018. Combatemos o bom comba-te, cumprimos a missão e guardamos a

    fé. A empresa ficou pronta e palatável para o mercado.

    * Ebitda é a sigla em inglês para Earnings before interest, taxes, depreciation and amorti-zation. Em português, “Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização” [tam-bém conhecida como Lajida]. É um indica-dor muito utilizado para avaliar empresas de capital aberto).

  • Cidade CidadãoMarço de 2019 | Ano 19

    A Educação de Tremembé venceu O Prêmio Nacional PVE- Parceira pela Valorização da Educação-Votorantim, que reconhe-ce práticas diferenciadas, que visam ampliar a mobilização e o compro-misso com a educação.

    Tecnologia a serviço do povo Prefeitura apoia a

    inclusão

    Convênio contra a dependência química

    Oferece sede própria para a Associação Assisense de Autismo.

    Resgate de cidadania.

    Soluções simples de tecnolo-gia têm ajudado a prefeitura a melhorar serviços e reduzir cus-tos. O município de Itatiba adotou a tecnologia para criar maior prati-cidade e transparência. Através de um aplicativo os munícipes podem fazer reclamações como sujeira nas ruas, buracos, etc, que automatica-mente são marcados em um mapa digital. Pontos coloridos indicam se o pedido foi programado ou exe-cutado, podendo assim a população acompanhar pelo simples toque no celular.

    A prefeitura de Assis dispo-nibilizará a partir do mês de abril, um espaço público para que a Associação Assisense de Autismo possa desenvolver diversos projetos e atendimentos, além da confecção da CIA - Carteirinha de Identifica-ção do Autista, da capacitação dos estagiários nas salas de aulas das escolas municipais e a inclusão dos autistas nos projetos culturais e es-portivos nas Secretarias de Cultura e Esporte.

    Município seguro

    Valorizando

    Jundiaí busca parceria técnica com BNDES e BID.

    E ampliando o compromis-so com a Educação.

    JUNDIAÍ