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SÓ o Estado Impede Desigualdade

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BRICs: só o Estado impede desigualdade

Posted By redacao On 23 de maio de 2014 @ 17:10 In Política | 45 Comments

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Bye, bye Urubóloga !

Encerrou-se no Rio importante conferência sobre os BRICs, em que uma das ideiascentrais de Thomas Piketty – autor de devastadora analise sobre o “Capitalismo noSéculo XXI” em que desmonta a ideologia neoliberal sobre a desigualdade de renda – foivitoriosa: o Estado é o melhor instrumento para evitar a desigualdade.

“Conferência BRICS no século XXI” aprova documento Consenso do Rio

Especialistas dos cinco países do bloco pedem Estado forte regulatório pelo fim dasdesigualdades sociais e destruição do Planeta Terra

A “Conferência BRICS no século XXI” foi encerrada nesta sexta-feira (23), no Hotel NovoMundo, no Rio de Janeiro, com a apresentação de uma pauta propositiva chamada deConsenso do Rio. O documento defende que os governos e a sociedades dos paísesintegrantes dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) promovam odesenvolvimento econômico tendo como base uma forte presença do Estado frente à regulaçãoda Economia, promovendo o desenvolvimento social com sustentabilidade ambiental, visando opleno emprego, a redução da pobreza e a desigualdade social. A proposta é resultado dosdebates realizados no auditório da Coppe/UFRJ com intelectuais e especialistas renomados querepresentaram os cinco países do bloco e trouxeram propostas alternativas ao pensamentoneoliberal nos campos da Economia, da Política e das Ciências.

O Consenso do Rio ressalta ainda o elevado desempenho econômico e social dos Brics frente

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aos países industrializados avançados lembrando que, apesar da crise que ainda vivem, suaselites teimam, para pagar menos impostos, em manter a política de mínima participação doEstado na economia e autorregulação do mercado. A resolução apresenta 11 itenspropositivos como um conjunto de estratégias que vêm sendo usadas ou que os especialistasacreditam que devam ser usadas pelos Governos dos BRICS. Entre elas:

1. Forte presença reguladora do governo na economia, especialmente em setoresestratégicos, e compromisso em garantir bens básicos para a população;

2. Presença de um forte sistema de bancos públicos de desenvolvimento

3. Compromisso com políticas fiscais anticíclicas, isto é, expansivas na recessão econtracionistas no boom;

4. Controle de capitais para evitar ondas financeiras especulativas;

5. Política de integração econômica estrategicamente planejada

Sobre a conferência

A “Conferência BRICS no século XXI” foi organizada pelo Intersul (Instituto de EstudosEstratégicos para a Integração da América do Sul) em parceira Coppe/UFRJ, e contou com opatrocínio do BNDES e apoio da Caixa, do Ministério do Planejamento, do Governo Federal, daconstrutora Odebrecht e da Sinergia. O objetivo principal da Conferência foi avaliar aemergência de novos paradigmas nesses campos do conhecimento humano, superando osparadigmas do neoliberalismo que entraram em colapso, sobretudo a partir da crise financeirainiciada em 2008 e que ainda persiste nos países industrializados avançados.

(Íntegra do documento Consenso do Rio abaixo)

BRICS NO SÉCULO XXI/CONSENSO DO RIO

Como participantes da Conferência BRICS no Século XXI, que reuniu no Rio, de 20 a23 de maio, especialistas de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, expressamosa convicção de que é tarefa fundamental dos governos e das sociedades de nossospaíses manterem como prioridade absoluta promover o desenvolvimento econômicocomo esteio do desenvolvimento social com sustentabilidade ambiental, tendo emvista o imperativo de garantir o pleno emprego e reduzir a pobreza e a desigualdadeeconômica, o que jamais ocorrerá numa sociedade estagnada.

Consideramos lamentável o fato de que, não obstante a aguda crise social e dedesemprego por que passam os países industrializados avançados, a maioria deles serecusa abertamente ou se omite em tomar iniciativas no campo fiscal e monetáriopara a retomada do crescimento econômico. Com isso prejudicam, sobretudo naEuropa, grande parte de sua população assim como às populações dos demais países,inclusive emergentes, que se defrontam com o estreitamento do mercado mundial ecom as pressões comerciais superavitárias que visam a compensar a ausência depolíticas fiscais e monetárias ativas.

Entendemos que a superação da presente crise nos países industrializados avançadosnão pode ser uma escusa para uma escalada bélica no mundo. Não é demais lembrarque estamos na era nuclear e isso cria um virtual nivelamento de poder destrutivoentre nações nuclearizadas. Não há como sair ganhando numa guerra mesmoconvencional na era nuclear. Os temas geopolíticos têm necessariamente que serlevados à mesa de negociações, respaldados pela força democrática dos povos, livresde qualquer tipo de pressão e sanções unilaterais.

No campo econômico e social, é indiscutível que os países BRICS estão tendo umdesempenho superior ao dos países industrializados avançados, cujas elites aindateimam, para pagar menos impostos, em manter o receituário do Estado mínimo e daautorregulação dos mercados – não obstante o colapso dessas teses no bojo da criseem curso. Por isso, afirmamos nossa concordância com as linhas gerais dasestratégias que vêm sendo usadas ou que devem ser usadas por nossos governos, e

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que reputamos sejam, em grande parte, as causas essenciais desse desempenho. Sãoelas:

1. Forte presença reguladora do governo central na economia, especialmente emsetores estratégicos, e compromisso em garantir bens básicos para a população;

2. Presença de um forte sistema de bancos públicos de desenvolvimento, que faz acorreia de transmissão entre planejamento e o financiamento de médio longo prazo;

3. Presença de fortes empresas estatais estratégicas, com capacidade de aplicar asdecisões de planejamento e exercer um poder de arraste sobre o setor privado;

4. Compromisso com políticas fiscais anticíclicas, isto é, expansivas na recessão econtracionistas no boom;

5. Controle de capitais para evitar ondas financeiras especulativas;

6. Política de integração econômica estrategicamente planejada;

7. Forte compromisso com a adoção de estratégias de desenvolvimento sustentávele estabelecimento de acordos de padronização para os respectivos resultados;

8. Busca comum de desenvolvimento tecnológico que permita que os países BRICSse tornem mais competitivos em termos globais;

9. Troca de recursos educacionais e culturais com o suporte dos governos e para odesenvolvimento de pesquisas comuns;

10. Os governos BRICS precisam trabalhar por um comércio mais equilibradomovendo-se no sentido de um maior balanço no processamento nacional de matériasprimas;

11. Compromisso efetivo dos governos para colocar em prática as políticas decombate à pobreza e a desigualdade econômica;

12. O Conselho dos BRICS deve estar pronto para agir como mecanismo deimplementação de todos os princípios citados a qualquer momento que for requisitadopara isso.

Por certo que nem todos os países BRICS usaram da totalidade desses instrumentospara o enfrentamento das consequências internas da crise internacional. Contudo,mesmo uma observação superficial leva à conclusão de que os que melhor se saíramforam justamente aqueles que usaram mais decididamente uma combinação maisampla desses recursos de política econômica.

Rio de Janeiro, 23 de maio de 2014.

Clique aqui para ler [2] “Brasil atinge metas do milênio”

Em tempo: a Fel-lha (*) – não chegue muito perto por causa do mau hálito; é culpa dabílis – monta carona no Financial Times, guardião do neolibelralismo, e diz que as contasde Picketty estão erradas.

O PiG cheiroso, o Valor [3], já tem a resposta:

Economistas ganhadores do Prêmio Nobel encheram seu trabalho de elogios. Oprofessor Paul Krugman, da Universidade de Princeton, disse que era seguro dizer queo livro “será a obra de economia mais importante do ano – e talvez da década”.

O professor Joseph Stiglitz, da Universidade Columbia, afirmou que a “contribuiçãofundamental” de Piketty foi o fornecimento de dados sobre a distribuição da riqueza.Ele também foi objeto de comentários elogiosos no FT e em outras publicações.

Em sua resposta, Piketty disse que os dados mais recentes, não presentes em seutrabalho, mostraram que “o aumento das cotas de riqueza superiores nos EUA nas

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últimas décadas tem sido ainda maior do que o descrito no livro”.

(*) Folha é um jornal que não se deve deixar a avó ler, porque publica palavrões. Além disso,Folha é aquele jornal que entrevista Daniel Dantas DEPOIS de condenado e pergunta o que eleachou da investigação; da “ditabranda”; da ficha falsa da Dilma; que veste FHC com o mantode “bom caráter”, porque, depois de 18 anos, reconheceu um filho; que matou o Tuma edepois o ressuscitou; e que é o que é, porque o dono é o que é; nos anos militares, a Folhaemprestava carros de reportagem aos torturadores.

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[3] Valor: http://www.valor.com.br/financas/3560028/financial-times-diz-ter-encontrado-erros-em-calculos-de-thomas-piketty#ixzz32ZakT88n

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