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Sarah Isernhagen É do Brasil a maior co- lônia de japoneses do mundo. E Mato Grosso do Sul abriga a terceira mai- or população de imigran- tes japoneses do país que neste ano, em 18 de ju- nho, comemoram cem anos de história da cultu- ra japonesa, integrada e difundida com a cultura brasileira. Aqui, como nas outras colônias do resto do “País Tropical”, ocorre uma rica troca de cultu- ras nipo-brasileiras onde japoneses dançam samba e brasileiros se identifi- cam com os costumes ori- entais, desde a gastro- nomia às artes marciais. Seiko Yamauchi, de 69 anos, veio da Ilha de Okinawa para o Brasil com 20 anos de idade e conta que quando chegou em Campo Grande a cida- de estava começando crescer. Ele afirma que o Brasil ofereceu ótimas condições de vida e opor- tunidades de trabalho e auto-suficiência. “Quan- do eu saí do Japão, não tí- nhamos nem mais comi- da, e chegando aqui tí- nhamos fartura, frutas à vontade, e condições de viver através do traba- lho”. Yamauchi casou-se com uma brasileira des- cendente de japoneses e teve três filhos que quan- A mistura entre japoneses de Okinawa e campo-grandenses que deu samba Sobá com mandioca Imigração do mais velhos voltaram para a Terra do Sol Nas- cente para tentar melho- res oportunidades de tra- balho. “Quando cheguei ao Brasil o Japão estava destruído, mas o Japão cresceu mais rápido que o Brasil e hoje já está bem à frente em vários aspec- tos. Agradeço o Brasil pelo bom abrigo dado ao nosso povo”, finaliza. Este ano a comunida- de japonesa foi homena- geada pelo enredo “Do Kasato Maru ao Mato Grosso do Sul, Brasil meu Eldorado, Campo Grande meu reino encantado”, que resultou na vitória da escola de Samba Igrejinha e Seiko Yamauchi foi um dos colaboradores para a realização do desfile da Igrejinha que levou parte dos colonos japoneses a caírem no samba na Via Morena no carnaval de 2008 em Campo Grande. Felipe Oliveira, de 16 anos, é campo-grandense e pratica Karatê na Asso- ciação Esportiva e Cultu- ral Nipo Brasileira, mes- mo sem ter descendência oriental. “Faço Karatê não só pela prática física, mas também pelo estudo da fi- losofia marcial, cuido do corpo e principalmente da mente”, esclarece ele que pratica a arte marcial há dois anos. Aproximadamente 70% da colônia japonesa de Campo Grande são de Okinawanos, um total de 1.800 famílias vindas da pequena ilha que é consi- derada uma espécie de caribe japonês. Okinawa já foi uma ilha-continen- te independente, depois pertenceu à China e des- de a Segunda Guerra Mundial pertence ao Ja- pão, mas ainda abriga ba- ses norte-americanas. Os okinawanos em Campo Grande são extre- mamente organizados e se dedicam a manter a tra- dição e cultura de onde vieram. A cidade possui três associações: Associa- ção Okinawa de Campo Grande; Associação Es- portiva e Cultural Nipo Memória - Seiko Yamauchi reconstituiu história Junho - Chegada dos imigrantes Japoneses ao Brasil vai completar 100 anos Brasileira e a Associação Campo Beisebol. Os irmãos Marcelo e Daniela Nakao partici- pam de programas de in- tercâmbio entre Okina- wa e Mato Grosso do Sul. Daniela conta que as duas vezes que foi para a ilha foram de funda- mental importância para finalmente absorver a cultura da ilha de seus antepassados. “Mesmo tendo sido criada na co- lônia em Campo Grande não tinha consciência do que representava ser descendente de okina- wanos. Por ter ido lá, en- tendo a verdadeira im- portância de preservar nossa cultura em Campo Grande”. Jornal Em Foco - Campo Grande - MS - 6 a 20 de abril - Ano II - Edição 100 Talita Oliveira Prepare as pipo- cas, o cinema aberto ao público está em Campo Grande. Uma parceria da Funda- ção de Cultura de Mato Grosso do Sul e Ministério da Cul- tura traz para o Esta- do de MS um proje- to com exibições de filmes brasileiros gratuitos, que garan- te a presença de to- das as classes soci- ais, proporcionando um maior acesso ao cinema nacional. Conforme o Ges- tor de Produção Cul- tural da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Ro- dolfo Ikeda, de 28 anos, o objetivo des- ta iniciativa é a difu- são da produção au- diovisual nacional para Campo Grande e outras cidades. Ele espera que o público aprenda a valorizar a arte no país em que vive. “A nossa linha de pensamento de Projeto gratuito incentiva gosto por filmes produzidos no Brasil CINEMA Mato Grosso do Sul é que te- mos só acesso a filmes es- trangeiros e televisivos, por isso vamos dar oportunida- de para as pessoas conhece- rem o cinema e a cultura bra- sileira, como alguns filmes que mostram registros histó- ricos”, afirmou a técnica de cinema e do núcleo audiovi- sual da Fundação de Cultura de MS, Lidiane Lima, de 27 anos. A fotógrafa e professora de fotografia da Universida- de para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal (Uniderp),Elis Re- gina Nogueira freqüenta o ci- nema gratuito desde o início do projeto, nas sessões de ci- nema no Centro Cultural Otávio Guizzo conhecido como Cinebrasil, e admite que “vivemos em um mun- do cinematográfico muito hollywoodiano, e precisa- mos de espaço para ter opor- tunidades interessantes para assistirmos filmes nacionais, isso é fundamental para o enriquecimento do ponto de vista cultural”. Elis Regina fica triste por perceber que há pouco inte- resse público para este gêne- ro de filmes. Ela tem como exemplo que no Cinebrasil, geralmente só há seis pesso- as na sala, já no Cinecultura tinha mais pessoas, por va- lorizarem os filmes america- nos. “Estes projetos devem continuar, também abrir nas universidades, com mais di- vulgação para ganhar espa- ço”, sugere a fotógrafa. Para Elis Regina, que participa da platéia esporadicamente, a idéia deste cinema é boa, para os jovens é ótimo apren- der a cultura e obter informa- ção, por serem filmes de qua- lidade. Este projeto utiliza um acervo comprado da Progra- madora Brasil e é disponibi- lizado em seis locais de exi- bição em Mato Grosso do Sul. Cinemarco no Museu de Arte Contemporânea, Cine- brasil no Centro Cultural Otávio Guizzo, Cinepark que fica no Parque Ayrton Senna, Cinemoreninhas na Associ- ação dos Moradores das Mo- reninhas I, II e Nova Con- quista, Cineterena que fica na cidade de Terenos e Criancine, na cidade de Ribas do Rio Pardo. O acer- vo contém 126 filmes brasi- leiros, com diversas fases do cinema, desde os anos 20 até a época atual. Os equipamentos de exi- bição como telões, retropro- jetores, mesa de áudio e DVD’s, são cedidos pelo Mi- nistério da Cultura, Funda- ção de Cultura do Estado e por outras entidades como a Associação de Moradores. Com o público variado, o Parque Ayrton Senna e a Associação das Moreninhas recebe 80 crianças e jovens de escolas da região por ses- são, já no Museu de Arte Contemporânea e Centro Cultural Otavio Guizo, a média de público é de 20 pessoas, pois os filmes são direcionados à música e a fotografia. “Queremos proporcio- nar às comunidades o aces- so ao cinema nacional, e formar platéia para a pro- dução audiovisual brasilei- ra”, afirmou o coordenador do projeto Cinepark, Wag- ner Rodrigues Cordeiro, de 26 anos que acredita que a vantagem desta iniciativa é de colocar para a comuni- dade da região do Aero Rancho um ponto de lazer e cultura com conteúdo de qualidade. Os dias e horários vari- am, de acordo com cada lo- cal, no Cinebrasil tem fil- mes na última semana de cada mês e o funcionamen- to é das 12h e 30min até as 18h e 30min. No Cinemar- co são todos os domingos às 17h e 30 min. Já no Cine- moreninhas as exibições são quinzenais, às 18h e 30 min. E no Cinepark estrea- ram no dia 9 de Março de 2008, às 21 horas. O Cineterena foi inaugurado no dia 29 de fevereiro e o Criancine teve início no úl- timo dia 14 de março. Telona - O público sul-mato-grossense pode assistir aos filmes brasileiros em seis locais de exibição Foto: Talita Oliveira Foto: Cláudia Basso Foto: Arquivo Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil

Sobá com mandioca - site.ucdb.br · ras nipo-brasileiras onde japoneses dançam samba e brasileiros se identifi-cam com os costumes ori-entais, desde a gastro-nomia ... gina Nogueira

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É do Brasil a maior co-lônia de japoneses domundo. E Mato Grosso doSul abriga a terceira mai-or população de imigran-tes japoneses do país queneste ano, em 18 de ju-nho, comemoram cemanos de história da cultu-ra japonesa, integrada edifundida com a culturabrasileira. Aqui, como nasoutras colônias do restodo “País Tropical”, ocorreuma rica troca de cultu-ras nipo-brasileiras ondejaponeses dançam sambae brasileiros se identifi-cam com os costumes ori-entais, desde a gastro-nomia às artes marciais.

Seiko Yamauchi, de69 anos, veio da Ilha deOkinawa para o Brasilcom 20 anos de idade econta que quando chegouem Campo Grande a cida-de estava começandocrescer. Ele afirma que oBrasil ofereceu ótimascondições de vida e opor-tunidades de trabalho eauto-suficiência. “Quan-do eu saí do Japão, não tí-nhamos nem mais comi-da, e chegando aqui tí-nhamos fartura, frutas àvontade, e condições deviver através do traba-lho”. Yamauchi casou-secom uma brasileira des-cendente de japoneses eteve três filhos que quan-

A mistura entre japoneses de Okinawa e campo-grandenses que deu samba

Sobá com mandioca

I m i g r a ç ã o

do mais velhos voltarampara a Terra do Sol Nas-cente para tentar melho-res oportunidades de tra-balho. “Quando chegueiao Brasil o Japão estavadestruído, mas o Japãocresceu mais rápido queo Brasil e hoje já está bemà frente em vários aspec-tos. Agradeço o Brasilpelo bom abrigo dado aonosso povo”, finaliza.

Este ano a comunida-de japonesa foi homena-geada pelo enredo “DoKasato Maru ao MatoGrosso do Sul, Brasil meuEldorado, Campo Grandemeu reino encantado”,que resultou na vitória daescola de Samba Igrejinhae Seiko Yamauchi foi umdos colaboradores para arealização do desfile daIgrejinha que levou partedos colonos japoneses acaírem no samba na ViaMorena no carnaval de2008 em Campo Grande.

Felipe Oliveira, de 16anos, é campo-grandensee pratica Karatê na Asso-ciação Esportiva e Cultu-ral Nipo Brasileira, mes-mo sem ter descendênciaoriental. “Faço Karatê nãosó pela prática física, mastambém pelo estudo da fi-losofia marcial, cuido docorpo e principalmenteda mente”, esclarece eleque pratica a arte marcialhá dois anos.

Aproximadamente

70% da colônia japonesade Campo Grande são deOkinawanos, um total de1.800 famílias vindas dapequena ilha que é consi-derada uma espécie decaribe japonês. Okinawajá foi uma ilha-continen-te independente, depoispertenceu à China e des-de a Segunda GuerraMundial pertence ao Ja-pão, mas ainda abriga ba-ses norte-americanas.

Os okinawanos emCampo Grande são extre-mamente organizados ese dedicam a manter a tra-dição e cultura de ondevieram. A cidade possuitrês associações: Associa-ção Okinawa de CampoGrande; Associação Es-portiva e Cultural Nipo

M e m ó r i a - Seiko Yamauchi reconstituiu história

J u n h o - Chegada dos imigrantes Japoneses ao Brasil vai completar 100 anos

Brasileira e a AssociaçãoCampo Beisebol.

Os irmãos Marcelo eDaniela Nakao partici-pam de programas de in-tercâmbio entre Okina-wa e Mato Grosso do Sul.Daniela conta que asduas vezes que foi paraa ilha foram de funda-mental importância parafinalmente absorver acultura da ilha de seusantepassados. “Mesmotendo sido criada na co-lônia em Campo Grandenão tinha consciência doque representava serdescendente de okina-wanos. Por ter ido lá, en-tendo a verdadeira im-portância de preservarnossa cultura em CampoGrande”.

Jornal Em Foco - Campo Grande - MS -6 a 20 de abril - Ano II - Edição 100

Talita Oliveira

Prepare as pipo-cas, o cinema abertoao público está emCampo Grande. Umaparceria da Funda-ção de Cultura deMato Grosso do Sule Ministério da Cul-tura traz para o Esta-do de MS um proje-to com exibições defilmes brasileirosgratuitos, que garan-te a presença de to-das as classes soci-ais, proporcionandoum maior acesso aocinema nacional.

Conforme o Ges-tor de Produção Cul-tural da Fundação deCultura de MatoGrosso do Sul, Ro-dolfo Ikeda, de 28anos, o objetivo des-ta iniciativa é a difu-são da produção au-diovisual nacionalpara Campo Grandee outras cidades. Eleespera que o públicoaprenda a valorizar aarte no país em quevive. “A nossa linhade pensamento de

Projeto gratuito incentiva gosto

por filmes produzidos no BrasilCINEMA

Mato Grosso do Sul é que te-mos só acesso a filmes es-trangeiros e televisivos, porisso vamos dar oportunida-de para as pessoas conhece-rem o cinema e a cultura bra-sileira, como alguns filmesque mostram registros histó-ricos”, afirmou a técnica decinema e do núcleo audiovi-sual da Fundação de Culturade MS, Lidiane Lima, de 27

anos.A fotógrafa e professora

de fotografia da Universida-de para o Desenvolvimentodo Estado e da Região doPantanal (Uniderp),Elis Re-gina Nogueira freqüenta o ci-nema gratuito desde o iníciodo projeto, nas sessões de ci-nema no Centro CulturalOtávio Guizzo conhecidocomo Cinebrasil, e admite

que “vivemos em um mun-do cinematográfico muitohollywoodiano, e precisa-mos de espaço para ter opor-tunidades interessantes paraassistirmos filmes nacionais,isso é fundamental para oenriquecimento do ponto devista cultural”.

Elis Regina fica triste porperceber que há pouco inte-resse público para este gêne-

ro de filmes. Ela tem comoexemplo que no Cinebrasil,geralmente só há seis pesso-as na sala, já no Cineculturatinha mais pessoas, por va-lorizarem os filmes america-nos. “Estes projetos devemcontinuar, também abrir nasuniversidades, com mais di-vulgação para ganhar espa-ço”, sugere a fotógrafa. ParaElis Regina, que participa daplatéia esporadicamente, aidéia deste cinema é boa,para os jovens é ótimo apren-der a cultura e obter informa-ção, por serem filmes de qua-lidade.

Este projeto utiliza umacervo comprado da Progra-madora Brasil e é disponibi-lizado em seis locais de exi-bição em Mato Grosso doSul. Cinemarco no Museu deArte Contemporânea, Cine-brasil no Centro CulturalOtávio Guizzo, Cinepark quefica no Parque Ayrton Senna,Cinemoreninhas na Associ-ação dos Moradores das Mo-reninhas I, II e Nova Con-quista, Cineterena que ficana cidade de Terenos eCriancine, na cidade deRibas do Rio Pardo. O acer-vo contém 126 filmes brasi-leiros, com diversas fases docinema, desde os anos 20 atéa época atual.

Os equipamentos de exi-bição como telões, retropro-jetores, mesa de áudio eDVD’s, são cedidos pelo Mi-nistério da Cultura, Funda-ção de Cultura do Estado epor outras entidades como a

Associação de Moradores.Com o público variado,

o Parque Ayrton Senna e aAssociação das Moreninhasrecebe 80 crianças e jovensde escolas da região por ses-são, já no Museu de ArteContemporânea e CentroCultural Otavio Guizo, amédia de público é de 20pessoas, pois os filmes sãodirecionados à música e afotografia.

“Queremos proporcio-nar às comunidades o aces-so ao cinema nacional, eformar platéia para a pro-dução audiovisual brasilei-ra”, afirmou o coordenadordo projeto Cinepark, Wag-ner Rodrigues Cordeiro, de26 anos que acredita que avantagem desta iniciativa éde colocar para a comuni-dade da região do AeroRancho um ponto de lazere cultura com conteúdo dequalidade.

Os dias e horários vari-am, de acordo com cada lo-cal, no Cinebrasil tem fil-mes na última semana decada mês e o funcionamen-to é das 12h e 30min até as18h e 30min. No Cinemar-co são todos os domingos às17h e 30 min. Já no Cine-moreninhas as exibiçõessão quinzenais, às 18h e 30min. E no Cinepark estrea-ram no dia 9 de Março de2008, às 21 horas. OCineterena foi inauguradono dia 29 de fevereiro e oCriancine teve início no úl-timo dia 14 de março.

Te l o n a - O público sul-mato-grossense pode assistir aos filmes brasileiros em seis locais de exibição

Foto: Talita Oliveira

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Foto: Arquivo Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil

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Tatiana Gimenes

Bonecas e carri-nhos. Quem pensa que

menina só brincade boneca e meni-no só brinca de car-rinho está engana-do. Pesquisas indi-cam que não existebrinquedo de me-nino ou menina.Por envolver a se-xualidade das cri-anças, os pais e atémesmo os educa-dores precisam sa-ber lidar com de-terminadas situa-ções para não pre-judicarem a forma-ção delas. A cria-ção das meninasno século XXI temmostrado que ape-sar de algumas di-ferenças entre me-ninos e meninas,há também inúme-ras semelhanças.

Tal fato se ex-plica ao descobri-mento, de algonovo, que faz par-te do desenvolvi-mento natural

de cada um.Jacira Noriko Oka-be dos Santos, 46anos, dentista, dizque criar os fi-lhos nos diasde hoje émais di-fícil ,tan-

Semelhanças e diferenças na criação dos filhos

Te r c e i r o M i l ê n i o

Pais: ainda

entre bonecas

e carrinhos?to menino quanto menina.“Eles assistem tudo, têm aces-so a tudo, a muita informa-ção. Na maioria das vezes nãosabemos o que eles vêem”,completou a mãe que afirmaainda não ter tempo suficien-te para seus filhos. SegundoJacira, mãe de Marcela, 11anos, Lucas, 9 anos, e Vitor, 8anos, há uma certa diferençana criação, ela destaca queMarcela é mais carinhosa, jáos meninos são mais desco-lados. “Ela quer que eu contehistorinhas até hoje; se nãoconto historinhas quer brin-car, daí eu faço técnica de re-laxamento, e outros exercíci-os”, contou.

Com relação às ‘brincadei-ras de criança’, Jacira fala quenão os vê brincando de casi-nha. Eles brincam de escon-de-esconde, patins, jogos,como banco imo-biliário e jogoda memória,videogame,dentre ou-tros, o pró-

prio meio influencia nas brin-cadeiras de hoje. “A criançade hoje em dia não tem tem-po de brincar, os pais acabamassumindo parte de seuscompromissos”, falou a mãe,que diz que aos poucos elesvão aprendendo a ter respon-sabilidades.

Aos finais de semana,quando tem mais tempo,Jacira e o marido realizam ati-vidades junto com os filhos.Ela conta também que tembastante lembranças de suainfância. No início do ano,período de férias das crian-ças, ela usou a imaginação einventou pinturas para elas.“Eles pintavam pano de pra-to, pratinhos descartáveis, edavam de presente para astias. Eles pensam que são ar-tistas, mal sabem que são ar-teiros”, concluiu.

Ivani Correa AndradeSouza, de 34 anos, dona

de casa, é mãe deIsabela Andrade Sou-za, de 11 anos, e LuizHenrique AndradeSouza, 6 anos. Paraela, há diferenças nacriação dos filhos

de hoje. “Amídia está

influ-enci-a n -d o

demais, cabe a nós encami-nhar pro lado certo”. Ela lem-bra que na época em que eracriança o respeito era maior.

Segundo Ivani, Isabelanunca foi apegada a bonecas.“Eles brincam juntos, não éisso que vai formar o caráternem a opção sexual de cadaum”, ressaltou. O lado mãedas meninas é perceptível,elas se preocupam e prote-gem seus irmãozinhos, cadauma do seu jeito. As mãestambém se preocupam com acriação de seus filhos. Ivanidiz que cria Isabela para sercompletamente independen-te, segura de si. “Ela é muitoresponsável com relação aosestudos”, falou. Para a mãe,o estudo tem de prevalecer,para que o resultado venha

no futuro. “Tudo gira emtorno da responsabilida-

de, a gente cria nossosfilhos pro mundo, éperigoso, mas a gen-te tem que ir muitoalém dos medos”,completou.

Já Elis ReginaNeuhaus deMesquita, de31 anos, pro-fessora e es-t u d a n t e ,

mãe de Maria EduardaNeuhaus de Mesquita, 4anos, e Erick Lincoln Neu-haus de Mesquita, 8 anos, nãofaz muita distinção. “O queeu ensino pra ele eu tambémensino pra ela, é claro quetem diferenças”, afirmou. ElisRegina diz que foi criadanuma época totalmente dife-rente. “Hoje em dia as brin-cadeiras se difundiram, nãotem mais diferença”, afir-mou.

Diante do aumento donúmero de mulheres no mer-cado de trabalho, que porsua vez estão participandofreqüentemente na econo-mia, Elis diz que cria a filhapara ser empreendedora por-que ela acha que tem que co-meçar desde pequenininha.Até com relação a fazer ascoisas sozinhas ela percebecerta independência na Ma-ria Eduarda. “Eu acho elamuito mais independente,toma banho sozinha, vesteroupa sozinha. Ela tambémjá sabe usar as armas quetem. O Erick se preocupaquando ela fica doente, elefica muito preocupado, masna verdade eu acho que elacuida mais dele”, finalizou.

Para a pedagoga Célia Re-

gina Miglioli de Mendonça,52 anos, pós-graduada emEducação Infantil e SériesIniciais, que trabalha há 30anos com crianças, tudo estárelacionado à criação e aodirecionamento familiar.Célia lembra que antigamen-te as crianças brincavam debolinhas de gude, de subirem árvores, e que no lúdicoelas desenvolvem muito es-ses conceitos, apesar de se-rem criadas muito consu-mistas, voltadas para o con-sumismo direcionado. “Hojeem dia a menina tem que sercriada para ser profissional,e não só dona de casa mas,companheira dos seus mari-dos e, principalmente, mu-lheres empreendedoras. Nos-sa sociedade está bem muda-da, muitas mães hoje susten-tam suas próprias famílias”,completou.

Segundo a pedagoga, aescola cria no âmbito educa-cional, mas a própria tecno-logia já influencia na criaçãodas crianças. “A criança hojeestá muito evoluída, e asmeninas apesar de serem cri-adas diferente, estão acom-panhando as mudanças paraenfrentar o mundo competi-tivo”.

B a l a n ç a - A professora Elis faz pouca distinção na educação dos filhos Erick, 8 anos e Maria,4 anos

“Segura de si”- A dona de casa Ivani Corrrea cria a filha Isabela, 11 anos, para ser uma mulher independente

Tatiana Gimenes

Conforme a psicó-loga Elenise Damas-ceno, 37 anos, o sécu-lo XXI trouxe consi-go uma geração demães e pais que sãobem mais esclareci-dos, mais informadossobre educação, po-rém são estes mes-mos pais que tam-bém estão em confli-tos sobre carreira, so-bre crescimento pes-soal e crescimento fi-nanceiro. “E não sepode esquecer da fa-cilidade que os casaistêm hoje, em desfazerseus relacionamen-tos”, ressaltou. A psi-cóloga comentou ain-da que esta geraçãoque está se formandoé muito mais indivi-dualista e com sériosproblemas de relaci-

Valores atuais ditam

educação de meninasonamento, principalmenteamoroso.

“As meninas, hoje, são cri-adas como os meninos, salvoexceções, sem restrições na for-ma de falar, sentar, na escolhados esportes, na idade que vaicomeçar a ‘ficar’ e ir para a ba-lada e até no horário de voltarpara casa”, analisa Elenise.Para ela, os valores que a soci-edade tem imposto aos paissão muito contraditórios, con-fusos, e se misturam com asdúvidas dos próprios pais, quebuscam acertar e fazer diferen-te naquilo que acham que seuspróprios pais erraram. “Nãopercebo grandes diferenças nacriação de meninas e meninos,hoje acho que a diferença estáentre pais mais liberais e paismais tradicionais. Saber queseu filho já perdeu a virginda-de é uma coisa bem diferentede saber que sua filha já teveuma relação sexual! Aindadentro da influência de sécu-los anteriores, o choque é mi-

lhões de vezes maior quandose trata das meninas”, comple-tou.

Segundo Elenise, uma coi-sa que está ainda bem forteem cada uma de nós é o sen-timento de maternidade, ocuidar, o proteger, o preservare o educar. Para ela isso fazparte do nosso feminino e nosfaz agir assim, mesmo queseja o irmãozinho menor.

“Acho que as mulheres ti-veram alguns ganhos com aigualdade da mulher, saíramde baixo do poder dos homense de seu machismo, tornaram-se mais confiantes, mais fortes,porém muitas perdas tambémvieram em conseqüência: per-deu-se a possibilidade de cui-dar de forma mais eficaz deseus filhos, de estar relaxada etranqüila para educá-los, per-deu-se os momentos de ro-mantismo e de sedução entreos amantes e muitas outrasquestões, mas isto é assuntopara uma outra discussão”.

C r i a t i v i d a d e - A dentista Jacira dribla as dificuldades do mundo moderno para educar os três filhos

Foto: Tatiana Gimenes

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Foto: Tatiana Gimenes

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ESPORTE

Eternos craques formam time

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Bruna Lucianer

Valorização do ex-atleta.Essa é a intenção da parce-ria entre a Fundesporte e oSindicato dos Atletas de Fu-tebol do Estado de MatoGrosso do Sul (Safems) noprojeto Seleção Show deBola. Composta por ex-joga-dores de futebol residentesem Campo Grande, a sele-ção tem como objetivo ge-rar renda para esses profis-sionais que já não atuamcomo antes.

O time ficará à disposi-ção de convites para amis-tosos em cidades do interiordo Estado em eventos comoaniversários de municípios.Além do espetáculo esporti-vo, quem receber um jogo daseleção terá o privilégio dever alguns dos maiores no-mes da época áurea do fute-bol sul-mato-grossense, e atémesmo do cenário nacional.

Estrelas do futebol nacional e de MS estão reunidas para apresentações especiais da arte de jogar bola

Entre eles está o ex-ata-cante Carlos Cidreira, oCopeu, que jogou em clubescomo o Santos, Sport de Re-cife, Remo de Belém e Pal-meiras, pelo qual conquis-tou o título de campeão Bra-sileiro em 1969.

Chegou a representar a se-leção brasileira em 69, jogan-do ao lado de Pelé, Rivelino eCarlos Alberto. Mudou-separa Campo Grande em 1973,contratado pelo Comercial,onde jogou por seis anos econquistou dois títulos esta-duais. Copeu sonhava em irpara um grande centro, comoSão Paulo, trabalhar em umclube renomado. O sonho nãorealizado o fez encerrar a car-reira como treinador do Co-mercial em 1997. Copeu re-cebeu o título de “cidadãocampo-grandense” em 2007 ehoje trabalha na AssociaçãoAtlética do Banco do Brasil(AABB) como treinador da

escolinha infantil e ao lado deadultos também.

Ao lado de Copeu na Se-l e ç ã oShow deBola estáFranciscoG o n ç a l -ves, Mes-tre Gonçapara osfãs. Comsua voz se-rena po-rém firme,G o n ç a l -ves, aos 67anos, con-ta históriasda suavida pro-fissional como médio volan-te da seleção brasileira dasForças Armadas, time peloqual foi campeão brasileiro esul-americano ao lado de Peléno final da década de 50.Também foi titular do

Corinthians em 1962. Depoisfoi contratado pelo Comerci-al e esteve na equipe que dis-

putou oC a m p e o -nato Brasi-leiro de1973, osprimeirosrepresen-tantes sul-m a t o -grossensesem umcampeona-to nacional.

No augedo sucessodo clube noE s t a d o ,chegou a

ganhar do Santos de Pelé por1 a 0. Encerrou sua carreiracomo jogador profissionalem 1977.

Outro grande jogador queestá na seleção dos veteranosé Wilson Mello de Oliveira.

Carioca da gema, Wilson foimeio-campista de timescomo Bom Sucesso (RJ),Paissandu, Santa Cruz, Ope-rário e Palmeiras. Chegou adisputar o Brasileirão peloPalmeiras ao lado de Ademirda Guia e foi campeão esta-dual pelo Paissandu em 1982e bi-campeão pelo Operárioem 1983 e 1986. Jogou con-tra o Fluminense de Rivelinoem 1976 e o Corinthians deSócrates em 1982. Venceu osdois: 3 a 0 e 2 a 1, respecti-vamente.

Hoje, aos 53 anos, Wil-son é presidente do Sindi-cato dos Atletas de Futeboldo Estado de Mato Grossodo Sul (Safems), que pres-ta assessoria a jogadores eex-jogadores do Estado ecomerciante do ramo auto-mobilístico.

Três indivíduos apaixo-nados pelo esporte que,mesmo seguindo caminhos

paralelos, farãoquestão de matar asaudade do grama-do e da torcida de-fendendo a SeleçãoShow de Bola.

Segundo o coor-denador pedagógicoda Fundesporte, ex-goleiro e integranteda Seleção, PauloRoberto Bernardo deSouza, a idéia é reu-nir os grandes no-mes do futebol sul-mato-grossense e reali-zar um intercâmbioentre as várias idades.

Copeu assina em-baixo: “é uma impor-tante iniciativa não sópara mim, mas para to-dos os ex-jogadores deCampo Grande. Vaiajudar muito os ex-atletas que ainda pas-sam necessidades”,afirmou.

B r a s i l e i r o - Copeu, (centro), foi campeão pelo Palmeiras em 69

M e m ó r i a - Wilson Mello de Oliveira (de bigode), segura a taça de campeão estadual pelo Paissandu, no Pará em 1982T i m e - Gonçalves, (da esq. para a dir. o 2º em pé) com Pelé

Foto: Arquivo Fundesporte Foto: Arquivo Fundesporte

Foto: Arquivo Fundesporte

H o j e - Wilson Mello preside sindicato

Foto: Bruna Lucianer

Helton Verão

Mato Grosso do Sul já háalgumas décadas não em-polga os simpatizantes dofutebol. O investimento fi-nanceiro é pouco ou prati-camente nenhum, em con-seqüência disso os clubesse aproximam cada vezmais do fundo do poço. Aalternativa que acabambuscando é descobrir novostalentos para uma eventu-al negociação no futuro.

O diretor de futebol doEsporte Clube ComercialFernando Doldan, contaque o clube está trabalhan-do atualmente com catego-rias Sub-13, 15 e 18. “Nósestamos com um projeto detreinamentos para os meni-nos no Parque Airton Sen-na, e em muito breve esseprojeto deve se estender pa-ra outros bairros, tudo estábem encaminhado”, afirmaDoldan, que alega que esteprojeto pode encontrar ga-rotos que têm potencial,mas ainda não foram reve-lados.

Sobre futuros valoresDoldan lembra que algunsmeninos têm qualidade epodem surgir para o cená-rio nacional muito em bre-ve. “Temos alguns meninosque estão emprestados parao Iraty do Paraná, o volante

Clubes caçam talentos

em busca de renovação Fernanda Mara

Os que acham quecaminhar é exercício fí-sico destinado apenas apessoas com patologiase idosos, estão muitoenganados. A caminha-da certa e com tempodeterminado é uma dasferramentas mais im-portantes para emagre-cer, trabalhar a funçãocardiovascular, aumen-tar o condicionamentofísico e fortalecer osmúsculos.

Um exercício sim-ples e rápido, mas querequer uma atenção nahora de ser executado.É necessário fazer alon-gamento antes para nãoprejudicar os músculose utilizar roupas ade-quadas, tênis confortá-vel, além de se hidratardurante a caminhada.

O exercício devesempre ser orientadopor um profissional deEducação Física, mos-trando o tempo certopara cada pessoa. “Nocaso do obeso a cami-nhada excessiva podecarregar as articula-ções, prejudicando osossos. A caminhadamais um trabalhoneuromuscular (mus-culação) e uma boa ali-mentação, é um cami-nho certo à boa saúde epara obter a longevida-de”, comenta o pós-gra-

duando em atividade físicaadaptada à saúde MarceloAmaral, de 26 anos.

Para algumas pessoas a ca-minhada ajuda a elevar a auto-estima. É o caso da estudanteLaura Lira Caetano, de 20 anos,que caminha uma hora pordia, sem preguiça. “Eu gosto decaminhar para cuidar da mi-nha saúde e para manter a for-ma. E quando faço alguma coi-sa que é de beneficio para omeu corpo eu me sinto me-lhor e mais revigorada, aindamais se eu começo a ver resul-tados, como perda de peso.”

José Ramos de Oliveira, de51 anos, ex atleta e árbitro deatletismo, conta que pratica es-porte desde 1976 e hoje se be-neficia do esforço adquirido nopassado, pois nunca teve ne-nhum tipo de doenças mais

graves. “Eu era atleta,ganhei várias competi-ções do Estado, já re-presentei MS na SãoSilvestre e nunca pareide exercitar meu cor-po, hoje caminho comminha mulher e corrotodos os dias. Sinto-mebem melhor, pois,mantenho minha vita-lidade e previno meucorpo de várias doen-ças, sem contar que eudurmo bem melhor”,comenta Ramos, quediz também cuidar daalimentação, evitandogorduras e comendoalimentos saudáveis.

Já para as pessoascom diabetes, osteo-porose, estresse, doen-ças cardíacas entre ou-tros, é indispensável acaminhada e o exercí-cio físico para o me-lhoramento das arti-culações e equilíbrio.Uma pessoa que cami-nha fortalece os ossos,deixando-os mais re-sistentes. É o caso dadona de casa ElizabethMarina, de 47 anos,que começou a cami-nhar após sofrer umcomeço de infarto, “Eufumava, mas comeceia caminhar e melho-rou a minha circula-ção e, por isso, nãocheguei a ter um infar-to. Quando não cami-nho meus ossos doem,e fico sem disposição.”

CAMINHADA

Exercício levado a sério

Rômulo se destaca muitopelos seus desarmes e mar-cação, o meia canhoto,Claiton toca muito bem abola, tem boa velocidade ecriatividade na armaçãodas jogadas, e o centro-avante Nathan que é daque-les jogadores que chamama responsabilidade e marcamuitos gols”, explica.

Quando questionado so-bre as atuais condições doEsporte Clube Comercial,Fernando lamenta que o clu-be já não tenha mais sede.“Devido às muitas dividasfoi inevitável a penhora dasede”, relata ele sobre a ago-ra ex-sede que se localizavana Avenida Brilhante.

Em outros casos, meni-nos conseguem mostrar seufutebol em clubes de fora,mas para quem pensa quesó em Mato Grosso do Sul asituação é precária, se en-gana. Diego Henrique de 18anos, que joga como zaguei-ro, disputou este ano a TaçaSão Paulo de Futebol Juniorpela equipe de Mato Gros-so do Sul, a equipe não foibem, perdeu as três parti-das no campeonato.O jo-vem também jogou emequipes do interior paulistacomo o Mirassol, e chegoua ingressar como atleta doInternacional de Porto Ale-gre, mas as coisas não cor-

reram como esperado. “NoMirassol a si tuação eracomplicada em todos as-pectos se o clube não temuma estrutura boa, bem pa-recida a de clubes do nossoEstado”, alega o Zagueiro.

Já no Inter a concorrên-cia foi muito grande paraDiego. “Eu não estava meadaptando ao ambiente doRio Grande do Sul, acabeivoltando para Campo Gran-de para ficar próximo da fa-mília”, conta o zagueiro.

Torcedores acreditam noinício de dias melhores, de-vido aos projetos que os atu-ais clubes apresentam parao futuro. Os de maior nomeaqui no estado como o Cen-tro Esportivo Nova Esperan-ça (Cene), Águia Negra deRio Brilhante e o Comercialempolgam o torcedor quepensa positivo. “Eu esperoque pelo menos um dessestrês possa estar na Série Bdo Campeonato Brasileirono máximo em 2010, achoque falta pouco para conse-guirmos alcançar esse statuspara nosso Estado”, indagao vendedor Sérgio Araújo.

Segundo ele, o trabalhoque está sendo executadono Cene é ótimo. “Os meni-nos só têm evoluído confor-me tratamento que recebemdas pessoas do clube”, afir-ma o torcedor.

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12UNIVERSIDADE

A Universidade Católica Dom Bosco apóias projetos de iniciação científica entre acadêmicos da instituição

Universidade incentiva pesquisa

D e s t a q u e

ação no 10º Encontro de Ini-ciação Científica realizadoem 2006 como melhor planode trabalho. A acadêmicaFrancielle Culau foi premia-da pela pesquisa “Análise delipídios em ‘salgadinhos’ co-mercializados em CampoGrande”.

Existem trabalhos em áre-as como Letras, que desenvol-ve os projetos “O uso das fer-ramentas de comunicação einformação em cursos de gra-duação a distância”, realiza-do pela acadêmica Aline No-gueira; “O realismo mágicona obra poética de Manoel deBarros”, do aluno Silvio doEspírito Santo, e “EsrusIatanatus na obra de Manoelde Barros”, desenvolvido porTiago Cyles.

O curso de Geografia, comacadêmico Augusto CesarLopes Josetto, desenvolve apesquisa “A construção doespaço pela atividade turísti-ca: um estudo do municípiode Campo Grande” e tambémtem o projeto desenvolvidopor docentes do curso com“Estudo e acompanhamentodo processo de desenvolvi-mento do território rural dareforma no Mato Grosso doSul”. Acadêmicos dos cursosde Pedagogia e História têmcomo objeto de estudo “Osdiferentes sentidos do apren-der e ensinar o contexto cul-tural indígena”.

O Núcleo de Estudos ePesquisas das Populações In-dígenas (NEPPI) e o progra-ma Kaiowá/Guarani desen-

volvem diversos projetoscomo “Gestão Ambiental naÁrea Indígena de Caarapó”,“Confinamento e Tradiçãonos Processos Históricos dosKaiowá e Guarani no MatoGrosso do Sul”, “Rede de Sa-beres – Acesso e Permanên-cia de Acadêmicos Indígenasno Ensino Superior”, “Avali-ação das práticas alimenta-res como indicadores de ris-co para cárie precoce da in-fância na população Kaiowáe Guarani de Mato Grosso doSul”, “Situação dos detentosindígenas no estado de MatoGrosso do Sul”, “Recupera-ção e proteção de nascentese corpos d’água na aldeiaTe’yikue, município deCaarapó” e “Ponto de Cultu-ra na reserva Teko Arandu:

centro de pesquisa, docu-mentação, cultura e arte dosíndios Guarani/Kaiowá”.

O curso de Nutrição atuaem projetos como “AnáliseNutricional da Farinha daMandioca (manhihot escu-lenta) dos ‘tipos d’água deSanta Catarina’ em ratosWistar”, da acadêmica ÉricaCaroline Silva, “Valorizaçãoda espécie Dipteryx alatavogel com a manufatura debiscoitos a base de farinha demandioca”, de Ana PaulaMaruyama, “Estudo químico,biológico e farmacológico dosextratos e das frações das es-pécies Cochlospermumregium (algodão), Guazumaulmifolia (Chico magro)”, daaluna Michele Giuliano. Há,ainda, estudos denominados

“Larvic: Monitoramento dacriação e bioensaios com lar-vas de Aedes Aegyptti utili-zando visão computacional”,produzido por Gláucia Batis-ta Toroco, e “Avaliação de for-mas viáveis de propagação(via sexuada ou assexuada)para formação de mudas decajuzinho do Cerrado (Ana-cardium humile)”, pesquisa-do por Márcia Marlene daSilva.

Os cursos de Engenhariada Computação, EngenhariaMecânica e Engenharia Me-catrônica desenvolvem osprojetos “Engenharia no Con-texto da Ciência no EnsinoMédio”, “Monitoramento deestufas através de redes desensores sem fio”, “GC-PAA –Técnicas de otimização e ge-ração de código para proces-sadores de alto desempenho”,“Desenvolvimento de equipa-mentos para extração auto-matizada da polpa e amêndo-as do baru”. Além destes, oscursos de engenharia desen-volvem diversos projetos noGPEC (Grupo de pesquisa emengenharia de computação).

O baru também é temade outros dois trabalhos:“Estudo de substâncias deinteresse alimentar e farma-cêutico extraídas do baru”e “Processamento paraamêndoas do baru fritas esalgadas”, dos laboratóriosde Bio-Saúde, que aindadesenvolve projetos para“Caracterização química datorta resultante do proces-so de extração lipídica denabo forrageiro e pinhãomanso para produção debiodiesel” e “Análise de car-boidratos por metilação eminerais em parede celularde mandioca”.

C u l t u r a l - Núcleo de Estudos e Pesquisas das Populações Indígenas (Neppi) desenvolve projetos nas aldeias de Mato Grosso do Sul

Foto: Arquivo Neppi

Capital sedia encontroCongresso em Cuiabá discute

vivência salesiana na educação Assessoria de Imprensa

Representantes da Asso-ciação Brasileira das Uni-versidades Comunitárias(Abruc) e da AssociaçãoNacional de Educação Ca-tólica do Brasil (ANEC) par-ticipam, de 29 de abril a 1ºde maio, do XVII Encontrode Dirigentes Administrati-vo e Assessores Jurídicos2008. O evento aconteceráno Novotel , em CampoGrande, com o tema “Ges-tão Universitária: reflexõessobre a governança em IESComunitárias e Confessio-nais”.

A coordenação é do Pró-Reitor Administrativo daUniversidade Católica DomBosco (UCDB), Ir. RaffaeleLochi. O Reitor da UCDB,presidente da Anec, desta-cou a importância do even-to. “Esta é a 17ª edição e de-vemos reunir representantesde todo o país para discutirquestões relevantes de ges-tão”.

Participam da aberturado evento, no dia 29, às18h30, no Museu das Cultu-ras Dom Bosco, o Reitor daUCDB, José Marinoni, ReitorGilberto Gonçalves Garcia(Abruc), Reitor Aldo Van-nucchi (Conselho Nacionalde Educação), além de re-presentante do ConselhoNacional de Assistência So-cial (CNAS) e o Pró-ReitorAdministrativo da UCDB, Ir.Raffaele Lochi. A primeirapalestra será sobre os desa-fios e conquistas das Insti-tuições de Ensino Superior.

Os trabalhos continuamno dia 30 de abril, no Novo-tel, com a realização de pa-lestra, painéis e debates. Aprimeira apresentação serásobre a “Missão Salesiana –MSMT, trajetória até aUCDB”.

Já nos painéis, serão seisos temas relacionados paradiscussões. Pe. José Marino-ni falará sobre Beneficência/Filantropia nas IES. Haveráainda explanações sobreFinanciabilidade do EnsinoSuperior; Sustentabilidadeda Pesquisa/Extensão nasIES; Profissionalização daGestão Educacional; Solu-ção Extrajudicial de Ques-tões Trabalhistas e Direitodo Consumidor e Responsa-bilidade Civil das IES poratos de seus prepostos.

O último dia do encon-

tro, também no Novotel,prossegue com o painel so-bre a Carta de Navegação daUCDB, seguido do debatesobre Gestão Universitária:reflexões sobre a governan-ça em IES Comunitárias eConfessionais. O evento seráconcluído com a leitura, dis-cussão e aprovação da Car-ta de Campo Grande, umdocumento com o resumodo que foi abordado noevento, contendo as novasdiretrizes para os trabalhosdesenvolvidos pelas insti-tuições participantes.

Assessoria de Imprensa

O Pró-Reitor Acadê-mico da UniversidadeCatólica Dom Bosco(UCDB), Pe. Dr. Gil-dásio Mendes, minis-trará no V CongressoSalesiano de Educação,que será realizado entreos dias 1º e 3 de maioem Cuiabá (MT), a pa-lestra: “Educador Sale-siano: identidade e li-derança no cenário atu-al da Educação no Bra-sil”.

O congresso estásendo realizado pelaMissão Salesiana deMato Grosso (MSMT) etem o objetivo de moti-var professores e corpotécnico da Instituiçãopara viverem plena-mente sua vocação deeducador salesiano. Aorganização do eventodestaca que em sintoniacom os atuais desafiosda educação, que diari-amente exigem sensibi-lidade e novas atuaçõesdos educadores, o con-gresso possibilitará adiscussão da relaçãoeducando-educador naótica dos valores vivi-dos e transmitidos porDom Bosco.

Outros temas discu-tidos serão “Dez leispara ser feliz” com o Dr.Augusto Curi; “Comoacompanhar o planeja-mento estratégico”,com Carlos Alberto deJúlio; “O segredo paraconquistar e manter cli-entes” com DanielGodri; “Não espere o

Epitáfio”, com Mário SérgioCortella e a palestra de encer-ramento “Aprendendo com asemoções”, ministrada porRafael Baltresca.

P a l e s t r a n t eO Pe. Dr. Gildásio Men-

des é sacerdote salesiano daInspetoria de Campo Gran-de. Mestre em Filosofiapela Faculdade Salesiana deLorena, São Paulo. Bacharelem Teologia pela UniversitáPontifícia Salesiana (UPS)de Roma. Mestre em Comu-nicação Social na UniversitáPontificia Salesiana (UPS).Mestre em Digital MediaArts e Virtual Reality naMichigan State University eDoutor na área de Comuni-cação Social na Wayne StateUniversity, Estados Unidos.

Participam do evento osColégios Salesianos DomLuís Lasagna de Araçatuba(SP), Dom Bosco de CampoGrande (MS), Santa Teresa

de Corumbá (MS), São Gon-çalo de Cuiabá (MT), DomHenrique Mourão de Lins(SP), Dom Bosco de TrêsLagoas (MS), UniversidadeCatólica Dom Bosco deCampo Grande (MS), Cen-tro Universitário CatólicoSalesiano Auxilium –Unisalesiano de Lins eAraçatuba (SP), FaculdadeSalesiana de Santa Teresaem Corumbá (MS) e Facul-dade Católica Dom Aquinode Cuiabá (MT), além dasEscolas Salesianas conveni-adas como Colégio Rui Bar-bosa de Campo Grande(MS), Cidade Dom Bosco deCorumbá (MS), Escola DomBosco de Indapolis (MS) eEscolas Indígenas deMeruri, São Marcos eSangradouro (MT).

Outras informações sobreo congresso podem ser obti-das pelo site www.colegiosaogoncalo. g12.br ou pelo tele-fone (65) 3616-8100.

REFLEXÃO

E d u c a d o r - Pró-Reitor Acadêmico da UCDB vai ministrar palestra

Foto: Arquivo Assessoria de Imprensa

Foto: Arquivo Assessoria de Imprensa

C a t ó l i c a s - Pe. José Marinoni, reitor da UCDB, preside Associação

Assessoria de Imprensa

Com a política deincentivar os trabalhosde pesquisa através daconcessão de bolsas depesquisa, orientadoresqualificados e laborató-rios preparados para odesenvolvimento deprojetos em diversasáreas, a UniversidadeCatólica Dom Bosco(UCDB) tem destaquena conquista de prêmi-

os e reconhecimentonacional e internaci-onal pelos trabalhosprestados na inicia-ção científica. Aspesquisas são desen-volvidas individual-mente ou em grupo.

Os projetos doPibic (Projeto Insti-tucional de Bolsasde Iniciação Cienti-fica) da Católicaconquistaram diver-sos prêmios, como o“Rastreamento deCamundongos paraAutomação de Expe-rimentos com Fár-macos”, do alunoWesley Nunes Gon-çalves, o projeto“Jornal Correio doEstado: a visibilida-de da saúde comonotícia”, realizadopor Fabrine OliveiraRoman e a “Implan-tação da Metodolo-gia de Determinaçãoda Atividade da

Linamarase e suaAplicação”, realizadapor Arioval DiogoTolentino de BarrosBaltha. Estes projetosconquistaram a premi-

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FUTURIDADE

Rogério Valdez

A evolução da raça huma-na é marcada por sua adap-tação ao ambiente em quevive. Ao longo da história, ohomem dá sinais de sua gran-diosa capacidade de se ade-quar a novas propostas. Cri-anças da geração 2000 são aprova desta tese, nascem emum mundo tecnologicamenteavançado e em pleno desen-volvimento, surpreendemadultos com uma incrível ha-bilidade em lidar com o novo.Curiosas acabam sendo pre-coces na aprendizagem absor-vendo com facilidade umagrande demanda de informa-ção. Tecnologia é brinquedonas mãos dos pequenos, hojea maioria já não se interessapor brincadeiras comuns,mas vídeo games e computa-dores. São bebês digitais, que

Nascidas em um mundo tecnológico crianças auxiliam inclusão de adultos

Foto: Rogério Valdez

Bebês dão show deagilidade digital

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H a b i l i d a d e - Caio Yuri, 3 anos, ensina a avó a jogar no computador, usar o celular e manipular o DVD

crescem acostumados comeste novo mundo.

O músico, José RobertoMello conta que o filho, Gui-lherme Roberto Mello, de 4anos, é visivelmente avança-do para a idade que possui.“Se o Guilherme pega umcarrinho, por exemplo, eledestrói em cinco minutos,por curiosidade, ele gosta decoisas que não conhece, boaparte do que ele aprende écom observações dele pró-prio, ninguém ensina”, de-clara Mello, que ainda res-salta a grande disposição dofilho, que possui uma rotinanormal, passa o dia na esco-la, em casa brinca, assiste TVe joga vídeo game. Por en-quanto os pais restringiramo uso do computador, queGuilherme domina sem ne-nhum problema, assim comocâmeras digitais e celulares.

O pai já observou até que ogaroto se empolga muitomais em lojas de eletro-ele-trônicos do que em lojas debrinquedos. Mello explicaque mesmo ainda bebê o fi-lho se acalmava com anima-ções na tela do computador.

Para a Pedagoga e especi-alista em Educação Infantil,Célia Regina Miglioli, a tec-nologia é uma ferramentaque, sem dúvida, ajuda nodesenvolvimento da criançae desperta interesse no apren-dizado, quando orientadadesta forma. “Hoje a sala deaula tradicional torna-se en-fadonha, de maneira que épreciso inserir este tipo de re-curso que está presente na re-alidade fora da escola”, expli-ca Célia Regina, que atua naárea há cerca de 30 anos e co-menta que a criança de hojejá possui uma predisposição

a absorver informações so-bre tecnologias, a curiosi-dade é maior, diferente darealidade nos anos 70,quando as brincadeiraseram diferentes.

Outra maneiraexemplar de adotara tecnologia emsalas de aula,apontada porCélia, é nae d u c a ç ã ode criançascom defici-ência men-tal. “Já re-alizei estetrabalho e oresultado foipositivo, mes-mo os que nãomostravam re-sultados em aulastradicionais apre-sentavam grandesevoluções em frente aum computador”, comen-ta Célia Regina.

Tratando-se de crianças, ainserção digital é indiscuti-velmente proveitosa, mas ainclusão dos pais é mais com-plicada. Se para os pequenosé fácil manipular novastecnologias, para muitosadultos esta tarefa é um bi-cho de sete cabeças. A tam-bém pedagoga, LiamarFaustino Alves, atenta para aimportância do acompanha-mento dos pais nesta evolu-ção dos filhos. “É importantepara os pais acompanharemesta evolução até para condu-zir e monitorar a que tipo deinformação os filhos estãotendo acesso com estes novosmeios”, alerta a pedagoga.

A dona de casa Neide Ba-tista da Silva relata o quan-to é interessante a convivên-cia com o neto Caio Yuri da

Silva Miyashiro. Com ape-nas 3 anos de idade o garotosurpreende a avó com sua fa-cilidade em lidar principal-mente com objetos eletrôni-cos. “O Caio é o único nacasa que sabe instalar e fa-zer funcionar o nosso DVD,ele troca legendas, áudio etudo mais, mesmo as instru-ções sendo todas em japo-nês”, declara Neide que ain-da recebe aulas de vídeogame do neto, brinquedo re-cém adquirido e o mais uti-lizado por Caio. A avó já pla-neja a compra de um com-putador, para desenvolverainda mais os dotes do me-nino. “A primeira vez que viele usando um computadorfiquei impressionada, pare-cia que ele tinha nascidocom aquilo nas mãos”, con-

ta Neide. Caio Yuripossui grande facili-dade em aprendercoisas novas, eleainda decora infor-mações rapidamen-te, na frente de umPC faz downloadsde jogos sem ne-nhum problema, nocelular o garoto co-nhece funções des-conhecidas da avó,dona do aparelho.

Neide controla asbrincadeiras tecno-lógicas do neto, to-dos os jogos a que eletem acesso são edu-cativos, passatem-pos violentos sãoproibidos. “Um jogoque ele gostava mui-to era GTA, mas as-sim que fui orienta-da sobre o quantoeste tipo de jogopode incentivar a vi-olência eu suspendio uso dele”, explicaNeide, que agoraacostuma-se com odesenvolvimentoainda mais rápidodo neto recém in-gresso na escola.

Foto: Rogério Valdez

Priscilla Peres

Século 21, ano de 2008,Era da informatizacão e datecnologia, crianças de seteanos “dão aula de computa-ção”, milhares de pessoasnunca tiveram acesso a com-putadores e internet. Hápouco mais de uma ano, fo-ram criados em CampoGrande os Telecentros, umaparceria entre o Ministériodas Comunicações e a pre-feitura que consiste em levarinformatizacão a pessoas ca-rentes que na maioria dasvezes não têm a oportunida-de de estar diante de umcomputador.

Assim foram implantadascinco unidades em comuni-dades da cidade, com com-putadores e internet gratui-tos. Localizados nas seguin-tes regiões, Vila Nasser, VilaPopular, Bairro Tiradentes,Bairro Los Angeles e More-ninhas. Em cada unidadeexiste um coordenador, ummonitor e um instrutor, queauxiliam, ensinando comousar os computadores.

Cada telecentro tem umamédia de 10 computadores,o do bairro das Moreninhasé o maior com 16 onde são702 pessoas cadastradas, deoito até 63 anos de idade. Oprocesso é semelhante ao deum cyber, ao chegar primei-ro é feito um cadastro comuma senha para cada usuá-rio, assim nas próximas ve-zes já vai haver um registrocom nome e senha. Em prin-cípio eles são usados com aintenção de educar auxilian-do nos trabalhos, através depesquisas na internet, assimtambém como orientar sobreas facilidades, como pagarcontas pela internet ou im-primir boletos, confecção decurrículos além de entreteni-mento e diversão.

“O interessante é a opor-tunidade que os telecentrosoferecem, a inclusão de pes-soas que nunca tiveram aoportunidade de usar umcomputador”, diz o coorde-nador dos telecentros, Paulode Melo, de 55 anos. Existeuma restricão de algunssites, como youtube (site de

vídeos), orkut e msn (sites derelacionamento e entreteni-mento).

Cada pessoa cadastradatem direito a um tempo en-tre 30 minutos e uma hora emeia de utilização do servi-ço e pode imprimir de 5 a 10páginas. Como uma empre-

Cybers gratuitos atendem comunidade de CG

sa normal, o horário de fun-cionamento é das 7h e 30min às 11 horas e das 13 ho-ras às 17h e 30 min. “Há umgrande potencial dentro dacomunidade mas as pessoasainda não sabem como utili-zar. Aos poucos estão desco-brindo quantas coisas po-

dem ser feitas pelo compu-tador”, explica o monitor dotelecentro das Moreninhas etambém técnico dos compu-tadores Luís Henrique da Sil-va, de 25 anos.

O estudante Sérgio Palme-ras Marques, de 11 anos, cur-sa a sétima série em uma es-

cola no bairro das Mo-reninhas e utiliza otelecentro para fazerpesquisas e trabalhos,por que é mais fácil edivertido. Em poucotempo o meninoaprendeu a usar ocomputador para fa-zer os deveres escola-res e se divertir comjogos na horas vagas.

Para ensinar osprincípios básicos dedigitacão, windows einternet, a instrutoraKarina Aparecida Sil-va, da 19 anos, auxi-lia quem possui difi-culdades. Ela diz queas pessoas mais velhasgeralmente se interes-sam em aprender.“Essa é uma boa inici-ativa para auxiliar acomunidade carente”.

I n c l u s ã o - Nos telecentros os “sem computador” podem fazer uso das máquinas sem precisar pagar pelo tempo de acesso

Foto: Priscilla Peres

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INSTANTES

O Jornal Em Foco abre espaço para que os acadêmicos de jornalismo da UCDB

exercitem o fotojorn

alismo. Enquanto os estudantes aprendem, o leitor vai se informar

por meio de imagens capturadas nos mais diversos instantes da sociedade.

...carrocerias de carros transformadas em banca

para o comércio de frutas e refrescos...

Pilhas de jornais para serem

distribuídos...

Estes são os indícios que anunciam mais uma manhã de

domingo no canteiro da Avenida Afonso Pena, entre as ruas

13 de maio e 14 de julho, em Campo Grande, no Estado

de Mato Grosso do Sul.

Os comerciantes aproveitam a movimentação de pessoas

nas manhãs de domingo pela avenida para transformar a

carroceria de sua caminhonete em uma banca de frutas.

“Passe a régua”, bordão característico das

manhãs de domingo.

A tradicional distribuição gratuita dejornais na Capital reúne um público fiel aosdomingos há mais de 10 anos e é umfenômeno único em nosso país...

...e a tranqüilidade do trânsito começa a dar sinais de

uma maior agitação.

“Nada melhor como tirar sua manhã de domingo para vir até aAvenida Afonso Pena ler os jornais, esse hábito já se tornouuma questão cultural para nossa cidade”, Martin Francisco daSilva, 64 anos, leitor dos jornais semanários.

São inúmeras as pessoas que procuram pela diversidade de

informação nos “jornais de domingo”, assim conhecidos.

Pedaços de uma manhã dedomingo na Afonso Pena

...a cada instante um maior número de pessoas vai se

aglomerando...

A população aprova a distribuição dos jornais, tendo comodiferencial a gratuidade,

Devido a essa enorme procura as distribuições dos jornais

atraem também comerciantes e divulgadores de eventos.

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RESENHA

Júlia de Miranda

Um encontro, não umsimples encontro, um grandeencontro. É assim que dá paracomeçar a definir o que é quea Orquestra Imperial tem.Um pernambucano diria queé um som “arretado”, umpaulistano como “muito dahora meu” e um carioca diriaque é “música da gema”, otrabalho que reúne uma tur-ma de 19 músicos. A Orques-tra entra na avenida com seubarulho esfuziante, vem em-balada num clima de nostal-gia sem deixar de ser autên-tica e original. Com um pé notropicalismo, ao mesmo tem-po família e moderno.

O projeto surgiu de umsonho antigo, dos produtoresBerna Ceppas e Kassin demontar uma típica OrquestraBrasileira com “algo a mais”.Formado em 2002, o grupo re-úne nomes notáveis da cenacarioca, de diferentes estiloscomo o samba, boleros, salsae rock. Fazem parte do timeda “hermano” Rodrigo Ama-rante, Moreno Veloso, Nina

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Becker, a atriz Thalma deFreitas, Rubinho Jacobina,Wilson das Neves, Domenico,Pedro de Sá, entre outrosmembros que foram se agre-gando com o tempo. Tendoainda como ex-integrante ocantor e compositor Seu Jor-ge.

Tudo começou como umabrincadeira de amigos, deanimar sem compromissosgafieiras e tocar pérolas dosamba e covers inusitados. Oresultado é um trabalho depersonalidade própria e mui-

ta criatividade, antenadosnos detalhes até no figurinodos artistas.

Em 2006 saiu o primeirodisco, “Carnaval só no anoque vem”, pela Som Livre. Oálbum contém 11 faixas, to-das inéditas. Além do samba,que está em toda a parte, te-mos “Yarusha Djaruba”, quebrinca com ritmos caribe-nhos, a bem humorada letrade “Ereção”, a bela canção“Rue de mes souvenirs”, can-tada em francês por Thalmade Freitas, “Era Bom”, inter-

pretada pelo veterano Wilsondas Neves e “Ela Rebola”,onde Moreno Veloso compro-va a boa genética musical.

Os destaques do cd ficampor conta do bolero “O mare o ar”, cantada como nin-guém por Rodrigo Amaran-te, “De um amor em paz” e“Supermercado do Amor”,ambas declamadas comouma poesia sonora na deli-cada voz de Nina Becker,sendo que só por essa últi-ma, já valeria comprar o dis-co.

Ainda na lista de craquesda Orquestra estão: Bartolo,Nelson Jacobina, StephaneSan Juan, Cesar Farias“Bodão”, Léo Monteiro, MaxSette, Felipe Pinaud, MauroZacharias e Bidu Cordeiro.

Como a Orquestra tempersonalidades já famosas,vários fãs dos artistas apare-ciam nos shows para conhe-cer o projeto, popularizandoassim o grupo no cenário al-ternativo e cultural. Todomundo dança e se diverte,nos concorridos bailes-show.

A l e g r i a - Integrantes do cenário musical carioca formam a “big band” Orquestra Imperial, que no CD lançado em 2006 mistura samba com levada caribenha, som contagiante para os amantes da dança

As apresentaçõescontam sempre comparticipações espe-ciais, como Elza So-ares, Marcelo Came-lo, Fernanda Abreu,Erasmo Carlos, An-dreas Kisser, EdMotta, Caetano Velo-so, Marisa Monte emuito mais.

Já realizaram showsem Festivais nos EUAe Portugal, tambémparticiparam de expo-sições sobre o tropica-lismo, no BarbicanCentre, em Londres,além de animar as noi-tes de Pré-Carnaval noRio de Janeiro.

É puro carnaval,som alegre, letras en-graçadas, acordes per-feitos, sintonia entre osartistas no palco. Mú-sica para dançar a dois,sozinho, com os ami-gos, com o vizinho, sónão vale é ficar parado.Já estava dando sauda-des de um encontrocomo esse!

Imperadores colocamo Brasil para dançar

Orquestra Imperial revisita clássicas canções dançantes em variados ritmos

C a r n a v a l

Page 8: Sobá com mandioca - site.ucdb.br · ras nipo-brasileiras onde japoneses dançam samba e brasileiros se identifi-cam com os costumes ori-entais, desde a gastro-nomia ... gina Nogueira

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Eliane dos Santos

Campo Grande ini-cia o primeiro semes-tre de 2008 com umaredução significativanos números de casosde dengue registrados.No ano passado a ca-pital foi vitima de umaepidemia com 45.190casos notificados, sen-do confirmados 3.878.

De acordo com ogestor de Serviços deSaúde de Campo Gran-de, Juarez Carrilho de

Arantes, em janeiro efevereiro de 2007 fo-ram notificados27.985 casos e con-firmados 3098, con-tra o mesmo períodode 2008 com 487 ca-sos registrados e 54confirmados, o querepresenta uma que-da de 97% de casosregistrados.

Nas áreas demaior risco emCampo Grandehouve uma inten-sificação nos tra-balhos dos agentesde saúde da SE-SAU. De acordocom o coordena-dor técnico e ope-racional do CCZ,Mauro Lúcio Rosá-rio, foi feita umaparceria entre osagentes, a comuni-dade e o poder pú-blico. “Toda a ci-dade recebe aatenção devida nocombate a dengue,

mas nos bairros commaior índice de infes-tação na Capital comoo Autonomista, Mar-garida, Santa Fé, Uni-

versitário, Rita Vieira, JardimPaulista, São Conrado, Caio-bá, Coophavilla II, Tarumã,Amambaí, Cabreúva e Pla-nalto, a SESAU intensifica asatividades de visitas nas ca-sas, realizando ações de edu-cação e saúde”, explicou ocoordenador.

O maior inimigo na lutade combate a dengue vaialém da falta de conscienti-zação da população. Nocaso, é a falta da prática dasinformações que são trans-mitidas através da mídia edas campanhas publicitária.Cleide Rezende, moradorado bairro Planalto, uma dasáreas de risco da Capital, dáo exemplo aos seus vizi-nhos. “Eu já estou bastanteinformada sobre a dengue, eatravés dessas informaçõescriei o hábito de uma vezpor semana olhar meu quin-tal, meus vasos de planta. Ircuidando aos poucos é umaforma de criar esse hábito”,diz.

Em 2007 foram realiza-dos trabalhos de forma in-tensa no combate à epide-mia da dengue e todos sem-pre buscando a conscienti-zação e a participação dacomunidade. A GincanaLimpeza é Saúde, que deveapresentar sua segunda edi-ção neste ano, realizada pelaPrefeitura Municipal deCampo Grande, foi maisumas das iniciativas quedeu certo luta contra a den-gue. A gincana contou como apoio da população e oresultado foi inédito. Deacordo com Juarez, “duran-te a gincana foram removi-dos 26 mil pneus, sete tone-ladas de depósitos plásticosde moradias e terrenosabandonados e participa-ram mais de 3 mil pessoas”.

União derruba Dengue em CG

V i t ó r i a

Ações do poder público em parceria com a população promoveram queda de quase 100% nos casos da doença

B a t a l h a - Agente de saúde trabalha no combate aos criadouros do mosquito transmissor para manter baixo o índice de casos da doença

Foto: Camila Cruz

Informação auxilia na

guerra contra doençasCamila Cruz

Cuidados contradoenças endêmicasdevem sempre ser to-mados, principalmen-te se tratando de den-gue, febre amarela eleishmaniose. O deveré tanto dos órgãos pú-blicos, quanto da so-ciedade. Por isso sãofeitas campanhas deprevenção e combateatravés do trabalhodos agentes de saúdee de campanhas pu-blicitárias, mas, alémde tudo isso, é funda-mental a participaçãoe a conscientização decada cidadão.

O trabalho realiza-do pelos agentes desaúde do Centro deControle de Zoonoses(CCZ) tem quatro ob-jetivos, educação am-biental, explicação doprocesso de desenvol-vimento do mosquitotransmissor, controlemecânico e levanta-mento de larvas. Porano são feitas ao todoseis visitas em cadaresidência de CampoGrande, como esclare-ce o Coordenador téc-nico e operacional doCCZ, Mauro Lúcio Ro-sário. Ele relata aindaque o programa decombate e prevençãonão é intensificadoem épocas de epide-mias, pois a equipetrabalha com a mes-ma intensidade o anotodo e que a maior di-ficuldade encontradaé a falta de conscien-tização e sensibiliza-

ção da sociedade.São realizadas capacita-

ções para os agentes de saú-de poderem orientar a po-pulação. “O nosso intuito éachar e acabar com larvasde mosquito, e, no caso deserem encontradas, o donodo imóvel assina um termode responsabilidade sobre oproblema”, explicou oagente de saúde, ArthurAparecido Marinho.

“Cuido e molho minhasplantas regularmente e ape-sar do cuidado, às vezesacabamos nos distraindo edeixando de conferir se nãotem mesmo água parada”,

disse Diomar Cortez Ben-venhur, de 78 anos, dona deuma residência no bairroTaveirópolis, onde havia fo-cos do mosquito.

Apesar de todo o esfor-ço do CCZ, com o apoio daprefeitura, as campanhaspublicitárias só são intensi-ficadas em épocas mais fa-voráveis e não regularmen-te.

Vale lembrar que para afebre amarela existe vacinapreventiva disponível nospostos de saúde, mas paradengue não, é importante aprevenção e o combate aosfocos do mosquito.

P u b l i c i t á r i a s - Campanhas são estratégicas na prevenção

Tecnologia vai

monitorar 35 mil

gatos e cachorros

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Foto: Camila Cruz

Marília Aragão

Todos os cães e gatos daCapital agora poderão ser“chipados”. Este instru-mento servirá para o auxí-lio das autoridades e dapopulação. Em casos deperda, abandono, maus-tratos, o animal poderá seridentificado de acordocom o número do chip eautomaticamente seu donoserá comunicado. A Leinúmero 2.990/05, não obri-ga o implante, mas atendeà necessidade de identifi-cação da posse de animaiscomo cães e gatos. A mé-dica veterinária do Centrode Controle de Zoonoses(CCZ), Iara Helena Domin-gos, disse que a implanta-ção do chip é feita atravésde um transponder no dor-so do animal. “É um pro-cesso rápido, que não san-gra e que não traz prejuí-zos ou danos para a

saúde”, garante.Segundo ela, este é um

sistema bem sucedido emalguns países da Europa eem grandes cidades do país.Como todos os dias o CCZrecebe inúmeras ligações dedenúncias sobre maus tra-tos, cães que oferecem ris-cos à população e tambémsobre abandono, o númerode identificação armazena-do no chip, auxiliará naidentificação do proprietá-rio podendo assim ser apli-cadas notificações, multas eaté apreensão do animal.Em alguns casos a penalida-de pode variar de R$ 100,00a R$ 1 mil.

A assessoria de impren-sa da Prefeitura Municipalde Campo Grande informouque foram adquiridos 35 milchips, que serão oferecidosà população a um custo mé-dio de R$ 15,00. Só na Ca-pital são cerca de 33 mil ga-tos e 120 mil cães.

Ainda não estão sendorealizados trabalhos defiscalização ou campa-nhas para o esclarecimen-to. As dúvidas podem sertiradas no CCZ. O atendi-mento é das 7h às 11h edas 13h às 17h ou pelo te-lefone 3314-5000.

D o e n ç aSobre a leishmaniose, a

veterinária alerta a popu-lação que a segunda etapade encoleiramento de cãesjá começou. Setenta e cin-co mil coleiras já foram co-locadas, mas a meta é atin-gir pelo menos 100 milcães. Após perder o cão deestimação, vítima daleishmaniose, Gabriela Oli-veira, de 9 anos, levou “Ti-móteo”, seu novo compa-nheiro da raça Basset, parareceber a coleira de preven-ção à doença. “Eu vou cui-dar do meu cãozinho comogostaria que cuidassem demim. Por isso trouxe elepara por a coleira”. A do-ença é transmitida pelomosquito flebótomo e acoleira é usada para a pre-venção da doença.

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