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Departamento de Psicologia SOBRE MEMÓRIA SOCIAL E COLETIVA: ANÁLISE DOCUMENTAL DA EXPERIÊNCIA DO MUSEU DE FAVELA Aluno: Lis Ribeiro Pires de Amorim Orientador: Solange Jobim e Souza 1 Introdução Em março de 2011 foi inaugurado, no âmbito dos estudos e pesquisas do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa da Subjetividade do Departamento de Psicologia (GIPS) 2 , o Núcleo Interdisciplinar de Memória, Subjetividade e Cultura NIMESC. Em linhas gerais, o NIMESC, com base em abordagens multidisciplinares, tem como objetivo articular estudos e pesquisas em memória social e coletiva, se constituindo como um espaço para apoiar a formação de recursos humanos para projetos sociais e culturais em comunidades que demonstrem interesse em desenvolver estratégias de ação para valorização da expressiva diversidade cultural das histórias de vida de seus habitantes. O Núcleo Interdisciplinar de Memória, Subjetividade e Cultura - NIMESC, núcleo de estudos, pesquisa e extensão, que integra os Departamentos de Psicologia e Artes & Design da PUC-Rio, vem desenvolvendo uma parceria com o Museu de Favela MUF 3 , uma organização não governamental privada de caráter comunitário, fundada em 2008 por lideranças culturais moradoras das favelas Pavão, Pavãozinho e Cantagalo. Em linhas gerais, a proposta do MUF é valorizar a memória social e coletiva destas comunidades, a partir do cidadão, de suas origens, histórias e valores. O NIMESC visa apoiar, através de oficinas de memória, os espaços de narrativa e valorização de experiências de vida que já foram abertos pela ação inovadora do MUF, construindo junto com os integrantes deste projeto um acervo digitalizado de “contos e imagens”, assim como produtos (livros, documentários, exposições itinerantes, espetáculos teatrais com circulação, objetos artísticos, etc.) que revelem janelas para seus mundos de origem. Além disso, tem como desafio fazer pesquisa junto às pessoas da comunidade, criando estratégias metodológicas adequadas às particularidades locais (oficinas de memória, rodas de conversa e entrevistas mediadas por diferentes suportes, tais como: fotografia, gravação em áudio e em vídeo gravação). Esta pesquisa de iniciação científica insere-se dentro de um projeto maior, que, além de interinstitucional e interdisciplinar, compreende outros projetos menores, trabalhos de graduação, mestrado e doutorado. A primeira etapa desta pesquisa teve como meta realizar um levantamento sobre os trabalhos de pesquisa que já foram realizados no âmbito do MUF, com o objetivo de organizar e sistematizar os acervos de memória já existentes, realizados pela comunidade, podendo, dessa forma, oferecer subsídios para o planejamento das etapas subsequentes. Posteriormente, a presente pesquisa caminhou para o acompanhamento e suporte do trabalho da doutoranda Cíntia de Sousa Carvalho. Objetivos Os objetivos gerais desta pesquisa são: 1 Profa. Dra. do Departamento de Psicologia da PUC-Rio. Coordenadora do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa da Subjetividade (GIPS). Coordenadora do NIMESC. Pesquisadora do CNPq ([email protected] ). 2 Para saber mais acesse: http://gips.usuarios.rdc.puc-rio.br/ . 3 Ver mais informações sobre este projeto no seguinte endereço http://www.museudefavela.org/ .

SOBRE MEMÓRIA SOCIAL E COLETIVA: ANÁLISE … · Departamento de Psicologia SOBRE MEMÓRIA SOCIAL E COLETIVA: ANÁLISE DOCUMENTAL DA EXPERIÊNCIA DO MUSEU DE FAVELA Aluno: Lis Ribeiro

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Departamento de Psicologia

SOBRE MEMÓRIA SOCIAL E COLETIVA: ANÁLISE DOCUMENTAL

DA EXPERIÊNCIA DO MUSEU DE FAVELA

Aluno: Lis Ribeiro Pires de Amorim

Orientador: Solange Jobim e Souza1

Introdução

Em março de 2011 foi inaugurado, no âmbito dos estudos e pesquisas do Grupo

Interdisciplinar de Pesquisa da Subjetividade do Departamento de Psicologia (GIPS)2, o

Núcleo Interdisciplinar de Memória, Subjetividade e Cultura – NIMESC. Em linhas gerais, o

NIMESC, com base em abordagens multidisciplinares, tem como objetivo articular estudos e

pesquisas em memória social e coletiva, se constituindo como um espaço para apoiar a

formação de recursos humanos para projetos sociais e culturais em comunidades que

demonstrem interesse em desenvolver estratégias de ação para valorização da expressiva

diversidade cultural das histórias de vida de seus habitantes. O Núcleo Interdisciplinar de

Memória, Subjetividade e Cultura - NIMESC, núcleo de estudos, pesquisa e extensão, que

integra os Departamentos de Psicologia e Artes & Design da PUC-Rio, vem desenvolvendo

uma parceria com o Museu de Favela – MUF 3, uma organização não governamental privada

de caráter comunitário, fundada em 2008 por lideranças culturais moradoras das favelas

Pavão, Pavãozinho e Cantagalo. Em linhas gerais, a proposta do MUF é valorizar a memória

social e coletiva destas comunidades, a partir do cidadão, de suas origens, histórias e valores.

O NIMESC visa apoiar, através de oficinas de memória, os espaços de narrativa e valorização

de experiências de vida que já foram abertos pela ação inovadora do MUF, construindo junto

com os integrantes deste projeto um acervo digitalizado de “contos e imagens”, assim como

produtos (livros, documentários, exposições itinerantes, espetáculos teatrais com circulação,

objetos artísticos, etc.) que revelem janelas para seus mundos de origem. Além disso, tem

como desafio fazer pesquisa junto às pessoas da comunidade, criando estratégias

metodológicas adequadas às particularidades locais (oficinas de memória, rodas de conversa e

entrevistas mediadas por diferentes suportes, tais como: fotografia, gravação em áudio e em

vídeo gravação).

Esta pesquisa de iniciação científica insere-se dentro de um projeto maior, que, além de

interinstitucional e interdisciplinar, compreende outros projetos menores, trabalhos de

graduação, mestrado e doutorado. A primeira etapa desta pesquisa teve como meta realizar

um levantamento sobre os trabalhos de pesquisa que já foram realizados no âmbito do MUF,

com o objetivo de organizar e sistematizar os acervos de memória já existentes, realizados

pela comunidade, podendo, dessa forma, oferecer subsídios para o planejamento das etapas

subsequentes. Posteriormente, a presente pesquisa caminhou para o acompanhamento e

suporte do trabalho da doutoranda Cíntia de Sousa Carvalho.

Objetivos

Os objetivos gerais desta pesquisa são:

1 Profa. Dra. do Departamento de Psicologia da PUC-Rio. Coordenadora do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa

da Subjetividade (GIPS). Coordenadora do NIMESC. Pesquisadora do CNPq ([email protected]). 2 Para saber mais acesse: http://gips.usuarios.rdc.puc-rio.br/.

3 Ver mais informações sobre este projeto no seguinte endereço http://www.museudefavela.org/.

Departamento de Psicologia

• Oferecer subsídios teóricos e práticos para políticas locais que contribuam para

superar os problemas da violência urbana, gerados em sua grande maioria por

processos de exclusão e marginalização social e cultural, em parceria com o Museu

de Favela;

• Contribuir para a produção de um olhar diferenciado e integrador para os habitantes

das comunidades pobres submetidas historicamente a altos índices de violência, na

cidade do Rio de Janeiro;

• Promover o reconhecimento e valorização da memória coletiva das favelas como

parte de uma identidade mais ampla de todos os habitantes da cidade do Rio de

Janeiro;

• Produzir um conhecimento compartilhado, entre o pesquisador e seu outro, que

contribua para desconstruir preconceitos e estigmas que afetam e dificultam a

integração dos habitantes das comunidades pobres;

• Considerar as experiências de vida dos habitantes destas localidades, articulando

suas histórias particulares com a dimensão da experiência coletiva, levando em

conta o entrelaçamento de narrativas que perpassam diferentes gerações e diferentes

culturas ao longo de quase um século de história;

• Criar as condições históricas através de projetos educativos e atividades culturais,

para que a herança cultural da comunidade seja reconhecida como patrimônio

imaterial das gerações subsequentes.

Esta pesquisa tem como objetivos específicos:

a) Realizar levantamento bibliográfico de estudos e pesquisas sobre memória,

mapeando tendências teóricas e metodológicas;

b) Realizar um levantamento das pesquisas realizadas pelo próprio MUF e também por

outras instituições para organizar um banco de dados com informações sobre: temas das

pesquisas realizadas; áreas disciplinares das produções de conhecimento realizadas no âmbito

do MUF; abordagens teóricas e metodológicas;

c) Acompanhar as pesquisas que estão sendo realizadas no MUF, com o apoio do

NIMESC, produzindo atas das reuniões e diários de campo e participando da construção de

estratégias metodológicas de pesquisa em psicologia social nesta comunidade, que apresenta

demandas específicas.

Metodologia

Inicialmente, a pesquisa teve como meta a análise sobre estudos teóricos e pesquisas

empíricas no campo da memória social e coletiva, pelos seguintes caminhos: a) Trabalho de

pesquisa de documentos existentes no MUF, produzidos pelos integrantes da comunidade; b)

Levantamento bibliográfico das pesquisas acadêmicas já realizadas no MUF, caracterizando

áreas disciplinares e temas das pesquisas.

O grande desafio da parceria NIMESC/PUC-Rio e MUF pode ser sintetizado através de

três linhas de trabalho: a) Conhecimento, organização e sistematização dos acervos de

memória já existentes, produzidos pela comunidade, e levantamento bibliográfico das

publicações e das pesquisas já realizadas por outras instituições no âmbito do MUF; b) a

pesquisa propriamente dita, junto às pessoas da comunidade, criando estratégias

metodológicas adequadas às particularidades locais (oficinas de memória, rodas de conversas

e entrevistas mediadas por diferentes suportes, tais como: fotografia, gravação em áudio e

vídeo gravação); c) a criação de produtos que darão materialidade e visibilidade aos acervos

de memória, reunidos ao longo do trabalho de pesquisa.

Departamento de Psicologia

O NIMESC/ Puc-Rio tem um modo de fazer pesquisa que busca a produção coletiva de

conhecimento. Dessa forma, nossas ações se caracterizam pelo pesquisar com o outro, e não

sobre o outro4. O pesquisar com implica em compreender o interlocutor da pesquisa como

aquele que é necessariamente co-autor irrefutável de todo o processo de produção de

conhecimento que está posto em ação no momento da pesquisa. Tal postura impulsiona um

modo outro de estar no campo, não hierarquizado e preocupado em estar em sintonia com os

interesses/desejos dos envolvidos (Carvalho, C. S. et ali. , 2013, prelo).

O NIMESC busca garantir, através da pesquisa, não só um espaço de produção de

conhecimento teórico metodológico, mas, também, de intervenção nas práticas sociais,

criando oportunidades para que os sujeitos envolvidos possam redimensionar de modo crítico

a experiência cotidiana. As intervenções no campo, que caracterizam as etapas subsequentes à

pesquisa documental, acontecem a partir de estratégias construídas com a colaboração dos

integrantes do MUF, de forma compartilhada, incluindo o uso de mediações técnicas,

fotografia e vídeo, como formas de produção de narrativas audiovisuais. Portanto, através de

questões específicas no interior de um projeto mais amplo de reflexão, buscamos encaminhar

propostas de intervenção que levem em consideração dimensão social, ética, política e

cultural no campo da psicologia social.

Conclusões

1) Revisão bibliográfica: conhecendo o campo e reconhecendo o território

Em 2012, na primeira etapa da pesquisa, foi realizado um levantamento bibliográfico

das publicações e das pesquisas já realizadas por outras instituições no âmbito do MUF:

monografias, dissertações de mestrado e artigos; além de estudos feitos pelo Governo do

Estado sobre o território das favelas do Pavão, Pavãozinho e Cantagalo. Estes estudos foram

sintetizados da seguinte maneira:

a) Monografias

Título Autor Ano/ Instituição/

Área

Resumo

Graffiti como

atrativo

turístico: um

estudo de caso

sobre as casas-

tela do Pavão,

Pavãozinho e

Cantagalo.

Fernanda da

Silva

Figueira

Rodrigues.

2011/

Universidade

Federal do Rio

de Janeiro

(UFRJ) /

Turismo.

O estudo buscou investigar as relações

do graffiti com o turismo, demonstrando

que esta manifestação urbana é um

potencial atrativo turístico. Para tanto,

foi realizada uma pesquisa de cunho

bibliográfico sobre a história do graffiti,

entrevistas com grafiteiros e um estudo

de caso nas favelas Pavão, Pavãozinho e

Cantagalo, localizadas na Zona Sul do

Rio de Janeiro. No breve histórico sobre

o graffiti, pode-se perceber que desde a

pré-história até os tempos atuais o

homem vem marcando as paredes por

diversos motivos: superstições,

revoluções, muralismo, dentre outros. A

4 Não compreendemos o pesquisar com como um método de pesquisa que prescreve formas de fazer, mas como

uma estratégia que embasa um modo de estar com o outro. Sobre o conceito “pesquisar com” ver o seguinte

texto: JOBIM e SOUZA, S.; SALGADO, R. G. (2008). Mikhail Bakhtin e a ética das imagens nos estudos da

infância: uma proposta de pesquisa-intervenção. In: CORREA, J.; CASTRO, L. R.; BESSET, V. L. (org)

Pesquisa-intervenção na infância e juventude. Rio de Janeiro: Nau Editora.

Departamento de Psicologia

prática do graffiti, diferenciada por

muitos da pichação, mas não por todos,

foi descriminalizada no Brasil no ano de

2011 através da Lei nº 12.408. Esta lei é

um estímulo à prática, o que possibilita

ainda mais as ações de grafiteiros. O

graffiti muitas vezes revitaliza locais

abandonados, tornando-os mais

agradáveis e percebe-se uma maior

aceitação da população em geral. Ele

vem entrando nas galerias de arte e

museus e adquirindo patamar de arte,

uma arte democrática, pois mesmo

entrando nesses locais, sua origem é a

rua. O graffiti já vem sendo incorporado

a roteiros turísticos e isso é demonstrado

em alguns casos, em especial no estudo

de caso desta pesquisa, as Casas-Tela das

favelas supracitadas.

b) Dissertações de Mestrado

Título Autor Ano/ Instituição /

Área

Resumo

Shaping cultural

identities in the

slums of Rio de

Janeiro: A

community-driven

strategy for urban

inclusion.

(Formando

identidades

culturais nas favelas

do Rio de Janeiro: a

estratégia

comunitária

orientada para a

inclusão urbana).

Izabel

Torres

Cordeiro

Rennó.

2011/

Universidade

Técnica de

Berlim/ Gerência

Urbana.

Esta dissertação é sobre como

moradores de favela organizados em

comunidades locais empregam suas

identidades culturais de formas

inovadoras para promover a sua

inserção econômica e social na

cidade.

Identidades são construídas por

imagens culturalmente produzidas,

através das quais os diferentes atores

e grupos se identificam e são

identificados por outros. Embora a

experiência de resistência do

morador de favela seja a principal

fonte para a identidade do seu

território, os outros cidadãos muitas

vezes associam favelas a bolsões de

pobreza e violência, sem qualquer

contribuição positiva para a cidade.

Este estudo explora estratégias

criadas pela comunidade para a

produção e divulgação de novas

imagens de favelas, com base em sua

herança cultural intangível. O estudo

aborda duas experiências que

Departamento de Psicologia

reconstruíram a memória coletiva de

favelas no Rio de Janeiro, Brasil:

MUF - Museu de Favela e Museu da

Maré. O objetivo foi identificar as

motivações, as redes e os resultados

dessas estratégias. A pesquisa

baseia-se na análise dos dados

recolhidos através da observação

participante, entrevistas e análise de

documentos.

Os resultados do estudo mostram

que, embora tais estratégias sigam o

entendimento de cada organização

sobre as aspirações locais,

necessidades e recursos, elas

compartilham o objetivo principal de

combater o estigma social de

moradores de favelas, produzindo

novos significados para o estilo de

vida na favela. Os dados revelam que

essas estratégias criam novos canais

de comunicação entre os moradores

de favelas e outros atores de

diferentes origens, assim como o

Estado, possibilitando futuras

parcerias. Tais estratégias concebem

um novo sentimento de orgulho e

pertencimento entre os moradores,

fundamental para fortalecer os

moradores locais.

Rio de Janeiro

l'heure de la

fermeture : enjeu

de l'espace public.

Mélina

Echivard.

2011/ Escola

Nacional Superior

de Arquitetura de

Paris - Malaquais,

M2/ Arquitetura.

Depois de uma compreensão

abrangente sobre a cidade do Rio de

Janeiro e suas questões geográficas,

o trabalho discute como a Zona Sul

do Rio se desenvolveu através de

grandes programas urbanos

(planejamento urbano e políticas

públicas) que ocorreram durante o

século 20. Algumas áreas específicas

são analisadas para compreender as

questões espaciais e sociais na

cidade. Estas áreas específicas

colocam em questão o fechamento

de áreas com status do espaço

público. O trabalho discute ainda

questões sobre dois tipos de habitat:

os que emergem das favelas

reurbanizadas do Rio e os

condomínios fechados.

Este trabalho aborda as obras de

Departamento de Psicologia

urbanização e a vida dos moradores

na favela do Cantagalo-Pavão-

Pavãozinho.

c) Artigos

Título Autor Ano/ Veículo / Área Resumo

Alegoria das

Casas Telas:

Turismo e

Patrimônio no

Museu de

Favela

Camila

Maria dos

Santos

Moraes

(UNIRIO)

2011/ IX Reunião de

Antropologia do

Mercosul / Turismo

O trabalho versa sobre o Museu de

Favela (MUF) e o Circuito das

Casas-Telas. O MUF é um museu do

tipo comunitário fundado nas favelas

do Pavão, Pavãozinho Cantagalo na

Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro

– Brasil. O circuito das Casas-Telas é

o primeiro acervo produzido pelo

MUF e consiste em grafites pintados

em vinte e seis casas das favelas

contado sua historia, constituindo-se

assim em uma alegoria, conforme

definição de Gonçalves (2002).

Deste modo este trabalho tem como

objetivo analisar a relação turismo e

patrimônio acionada pela diretoria do

Museu de Favela, que tem como foco

central apresentar a favela como

patrimônio, bem como o patrimônio

da favela, o que simbolizaria a

preservação e valorização do

patrimônio da favela, para que a

favela como local deste patrimônio

vire “objeto de desejo” dos turistas e

um produto turístico para o segmento

do Turismo Cultural.

Os caminhos

do Pavão,

Pavãozinho e

Cantagalo.

2010/

INTRATEXTOS,

Número Especial 01/

Turismo.

O trabalho versa sobre a

implementação do Projeto Turismo

no Museu de Favela, em andamento

no Complexo de favelas Pavão,

Pavãozinho e Cantagalo. O projeto

surge após a fundação da

organização não-governamental

Museu de Favela (MUF), constituída

por moradores das comunidades,

com o objetivo de valorização da

memória coletiva. Para a promoção

de visitas ao museu pensaram em

aliar sua proposta ao Turismo, em

função da localização das favelas e

do interesse por turistas em visitá-

Departamento de Psicologia

las. Deste modo, foi elaborado em

convenio com o Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC) e

com a Universidade Federal do

Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

um curso de extensão em

Turismologia para a comunidade

capacitar-se para a organização de

visitas e elaboração de roteiros nas

favelas. Como turismóloga

responsável pelo projeto, estou

analisando, em trabalho de campo, a

construção dos roteiros pelos alunos,

as escolhas dos caminhos por onde

vão passar os turistas, como eles

imaginam a favela e o que eles

querem mostrar. Nos caminhos do

Pavão, Pavãozinho e Cantagalo há

muitas histórias, muitos conflitos.

Tudo o que os moradores querem é

serem vistos, serem lembrados, e

estão encontrando no Turismo e no

Museu de Favela esta oportunidade.

Turismo e o

museu de

favela:

Um caminho

para novas

imagens das

favelas do Rio

de Janeiro.

2010/ Revista

Eletrônica do

Turismo Cultural,

volume 04, número

01/ Turismo.

O trabalho versa sobre a

implementação do Projeto Turismo

no Museu de Favela, em andamento

no Complexo de favelas Pavão,

Pavãozinho e Cantagalo. O projeto

surge após a fundação da

organização não- governamental

Museu de Favela (MUF), constituída

por moradores das comunidades,

com o objetivo de valorização da

memória coletiva. Para a promoção

de visitas ao museu pensaram em

aliar sua proposta ao Turismo, em

função da localização das favelas e

do interesse por turistas em visitá-

las. Deste modo, foi elaborado em

convenio com o Programa de

Aceleração do Crescimento (PAC) e

com a Universidade Federal do

Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

um curso de extensão em

Turismologia para a comunidade

capacitar-se para a organização de

visitas e elaboração de roteiros nas

favelas. Como turismóloga

responsável pelo projeto estou

analisando, em trabalho de campo, a

Departamento de Psicologia

relevância da relação Turismo e

Museus para a

reafirmação das comunidades

faveladas do Rio de Janeiro.

d) Estudos do território

Título Ano/

Instituição

Resumo

Projeto de trabalho

social:

Reurbanização do

complexo Pavão

Pavãozinho

Cantagalo.

2007/

Governo do

Estado do Rio

de Janeiro

Este documento apresenta o diagnóstico das comunidades do Complexo Pavão-Pavãozinho-

Cantagalo, para fins da realização do Projeto

Técnico Social do PAC-Rio nessas comunidades. As

bases de dados e informações utilizadas para o embasamento deste documento foram:

. Pesquisas de campo e cadastro sócio-econômico de

famílias beneficiárias aí realizados em setembro/outubro/novembro de 2007;

. Estudos sócio-econômicos antecedentes aí realizados

há cerca de 5 anos;

. Dados e estudos oficiais sobre população favelada na Cidade do Rio de Janeiro ;

. Programa Favela-Bairro. Comunidade de Cantagalo

– Diagnóstico. Consórcio Cobrape/Mayerhofer &

Toledo. Fev.2002

. Programa Favela-Bairro. Comunidade de Pavão

Pavãozinho – Diagnóstico. Consórcio

Cobrape/Mayerhofer & Toledo. Fev.2002

Este documento está estruturado em duas partes: A primeira parte relata o cadastramento Sócio-

Econômico realizado com jovens da comunidade

capacitados como cadastradores para os fins da

pesquisa. A segunda parte contempla o Diagnóstico Físico-Territorial Urbano e Socioeconômico.

Pesquisa nas favelas

com Unidade de

Polícia Pacificadora

da cidade do Rio de

Janeiro

2010 / IETS –

Instituto de

Estudos do

Trabalho e

Sociedade

Com o propósito de atender às disposições sociais

dos moradores residentes em favelas pacificadas do

Rio de Janeiro, esta pesquisa levantou demandas por

serviços públicos e infraestrutura urbana de favelas

onde existe UPP.

A melhoria da qualidade de vida depende do acesso

adequado à infraestrutura, a serviços públicos de

qualidade, como saúde e educação, da proximidade

com meios de transporte, entre muitos outros.

Garantir o acesso a fatores de desenvolvimento e

serviços públicos essenciais gera um alicerce sobre o

qual a população pode aumentar seu bem-estar, no

Departamento de Psicologia

curto e longo prazo.

O trabalho auscultou as favelas Batan, Cantagalo,

Pavão Pavãozinho, Ladeira dos Tabajaras, Cidade de

Deus e Providência.

A partir do mapeamento e análise deste material, foi possível ter um panorama do que

já havia sido produzido por outras instituições no âmbito do Museu. Para o NIMESC, esse

conhecimento é importante, pois orienta o trabalho feito em parceria e nos faz refletir sobre a

relação que o Museu tem com a academia ou com pesquisadores de fora. Foi possível

perceber que as os pesquisadores que até então tiveram como campo de pesquisa o MUF são

de áreas como turismo, arquitetura e urbanismo, não havendo nenhum trabalho no campo da

psicologia. Algumas das pesquisas expostas acima serviram como orientação e fonte para

trabalhos do NIMESC, mais especificamente o da mestranda Elisa Farbain, cuja temática é o

grafitti e as Casas-Tela5, e que tem como campo de pesquisa e ação o MUF.

Além dos trabalhos acadêmicos, tivemos acesso a dois estudos feitos sobre o território

das favelas do Cantagalo, Pavão-Pavãozinho, realizados no contexto das obras do Programa

de Aceleração do Crescimento, PAC, em 2007, e da instalação da Unidade de Polícia

Pacificadora, UPP, em 2010. Estes estudos nos trouxeram um maior entendimento dos 10

territórios que existem dentro das favelas, suas infraestruturas urbanas e quem são e como

vivem seus moradores. Ter acesso a dados objetivos sobre a qualidade de vida dos moradores

da favela nos ajudou na compreensão e aproximação com o campo. Trouxe também as

especificidades de cada território, que devem ser levadas em conta na hora de fazer a

escavação da memória dos moradores, orientando, portanto, estratégias a serem utilizadas nos

processos subsequentes desta pesquisa.

A primeira parte desta pesquisa também incluiu a busca pelos acervos de memória já

existentes no Museu de Favela - MUF, produzidos pela comunidade, através de um banco de

arquivos disponibilizados pelo próprio Museu, contendo imagens, vídeos, banners. Esta foi

uma forma de se familiarizar com o trabalho do Museu e seus modos de fazer. Além disso, as

reuniões interinstitucionais entre o NIMESC/ PUC- Rio e o MUF, registradas através de atas,

permitiram que fosse feita uma análise dos projetos já existentes dentro da instituição e das

demandas e dificuldades apresentadas por parte do Museu. Foi construído um banco de

demandas do MUF, sinalizando investimentos que devem ter prioridade:

Banco de demandas MUF

Acervo Fotográfico do MUF Organização e sistematização do acervo de

fotos por tema, por data ou por qualidade das

fotos.

A partir desse acervo podem sem criados

produtos e projetos tais como: Bazar de fotos

(“varal de fotos”) e venda de imagens de alta

qualidade através da internet.

Mulheres Guerreiras 2012 Filmagem das entrevistas e do dia do prêmio.

Confecção de um álbum de fotos e de um

DVD contendo imagens do chá e as

5 As Casas- Tela são um conjunto de obras de arte pintadas nas paredes de 26 casas na favela, retratando

memórias e a cultura local, executada por uma equipe de vários artistas. São 02 tótens (portais), 20 telas de arte

grafite e diversas placas-esculturas de orientação. O tour pelo percurso das telas é uma das principais ações do

MUF.

Departamento de Psicologia

entrevistas na íntegra para serem entregues

como prêmio.

Chá Mulheres Guerreiras

2012

Filmagem do evento.

Edição de um vídeo de 10 minutos para ser

entregue como prêmio Mulheres Guerreiras e

ser apresentado como abertura das exposições

itinerantes do Mulheres Guerreiras 2011.

Manutenção das Casas-Tela Montar um projeto de captação de recursos

para a manutenção das obras; associado a isso

seria um trabalho junto à comunidade de

sensibilização do olhar, de construção de

sentido e valor para esses muros que

receberam os grafittis e que não estão sendo

devidamente preservados.

Banco telefônico do morro Criação de um banco telefônico do morro,

onde todas as informações a serem divulgadas

seriam enviadas via SMS.

Mapeamento dos idosos Mapeamento dos idosos ilustres por

subterritório ou por tronco familiar.

Documentação do relato dos

idosos

Documentar as histórias dos moradores idosos

ilustres da comunidade.

Sustentabilidade econômica

das Casas-Tela

Tornar o programa Casas-Tela sustentável e

lucrativo. Para isso, é preciso investir em

profissionalização e planejamento econômico

que dê conta de sustentar todo o processo.

Kátia pensa que deve-se começar por um

cálculo de quantas visitas são necessárias para

que isso aconteça. Ela ressaltou que é

fundamental remunerar todos os agentes

envolvidos no processo. Desde o guia até o

dono da casa tela.

Proposta para incremento do programa:

1) Projeto de venda casada de ingresso –

incluir o ingresso da visita à comunidade em

pacotes com outros pontos turísticos da

cidade, como Pão de Açúcar, Corcovado,

Jardim Botânico.

2) Elaboração de uma programação que inclua

alimentação, hospedagem, participação em

atividades na comunidade.

3) Elaboração de um roteiro para mediação

das visitas.

4) Estabelecer novas bases para MUF em

virtude da dimensão das comunidades.

Banco de projetos MUF Sistematizá-los por tema, área de atuação,

além de produzir ementa de cada projeto.

Projeto Religiosidade na

Favela

Ópera ou opereta sobre memórias da

religiosidade criada para a Jornada Mundial

Departamento de Psicologia

da Juventude Católica.

Como resultado, as ações descritas acima tornaram possível oferecer subsídios para

apoiar a realização dos projetos já existentes no MUF e oferecer possibilidade concreta de

avanços de suas metas. Sendo assim, em meados de 2012, a parceria entre MUF e NIMESC

se deu através do apoio ao Prêmio Mulheres Guerreiras, realizado anualmente pelo MUF.

2) Prêmio Mulheres Guerreiras

Em uma segunda etapa desta pesquisa, a aluna de IC acompanhou e deu suporte à

pesquisa da doutoranda Cintia de Sousa Carvalho, em andamento no programa de pós-

graduação em Psicologia Clínica, cujo campo de pesquisa e ação é o Museu de Favela –

MUF, acompanhando todo o processo de pesquisa da equipe do MUF para o Prêmio

Mulheres Guerreiras, além de participar das reuniões interinstitucionais (NIMESC e MUF) de

negociações metodológicas para a sua produção e realização.

O prêmio tem como objetivo homenagear mulheres que possuem um valor social para

a favela, cujas histórias apresentem luta e superação, mulheres que são compreendidas como

guardiãs da memória da família. O prêmio até então funcionava da seguinte maneira: primeiro

as mulheres se candidatavam ou eram indicadas por alguém; em seguida, eram entrevistadas

pelo MUF; depois, com base nas entrevistas, o Colegiado de Diretores do MUF6 escolhia as

doze mulheres com as melhores histórias, sendo estas as ganhadoras do prêmio. A equipe

NIMESC acompanhou a principal responsável por realizar entrevistas com as mulheres desta

comunidade, de modo que pudéssemos observar seu trabalho e registrar o processo em fotos e

vídeo-gravação. Todo o processo de acompanhar a pesquisa da equipe do MUF teve como

propósito a sistematização da discussão metodológica sobre o trabalho realizado.

No mesmo período, aconteceu um Chá com as vencedoras do prêmio “Mulheres

Guerreiras 2011”, quando estavam presentes também as candidatas ao Mulheres Guerreiras

2012. Na ocasião, foram feitas por nós algumas entrevistas com estas mulheres, que acabaram

resultando em um produto: um vídeo documentário que foi exibido no dia do Prêmio de 2012.

O vídeo documentário foi feito em parceria com o MUF, após diversas reuniões para

decupagem e edição do material7.

Durante todo o processo de feitura do prêmio, que incluiu a realização das entrevistas,

do vídeo documentário e de reuniões interinstitucionais, foi possível levantar uma série de

questões a serem discutidas e pensadas junto com a equipe do Museu, resultado das nossas

percepções acerca do que foi feito e de como foi realizado. Seguem algumas dessas questões:

a) Prêmio ou homenagem? Alguns diretores do MUF manifestaram bastante incômodo

em ter que escolher algumas mulheres para ganhar o prêmio e excluir outras. Além disso, não

há uma justifica lógica para o número de doze mulheres premiadas. Dessa forma, o premio

acabou por gerar em algumas mulheres não escolhidas o sentimento de desqualificação e

inferioridade.

b) Como fazer entrevista? Emergiu a importância de debatermos o que é entrevista e

como fazê-la. Surgiu também a necessidade de pensarmos nas implicações éticas envolvidas

no fazer entrevista e a especificidade desta ação dentro da comunidade.

c) Aprender para fazer ou fazer para aprender? Acompanhando todo o processo de

realização do prêmio, pudemos conhecer a lógica que opera em todas as ações do MUF: o

fazer para aprender. Esta lógica atua devido a grande demanda de trabalho, falta de recursos

humanos e financeiros. Constatamos que a forma de trabalhar dos integrantes do MUF, que

6 A estrutura de governança do MUF é horizontal e composta por cerca de sete diretores. As decisões são

discutidas, votadas e deliberadas internamente pelo grupo. 7 Assista ao vídeo através do link: http://www.youtube.com/watch?v=aV_xoR2ZqnM.

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privilegia a ação urgente e seus resultados, é diferente dos métodos adotados pelo NIMESC

que, como núcleo de pesquisa acadêmica, organiza suas ações a partir de um planejamento

estratégico que envolve reflexão crítica para tomada de decisão.

Sendo assim, como compartilhar nossos modos de fazer pesquisa com as ações

urgentes do MUF? Como compartilhar com o MUF estratégias metodológicas de escavação

da memória na favela, sem impor um conhecimento hierarquizado, que vai à contramão do

pesquisar com?

Para atender as demandas surgidas ao longo do processo, no início de 2013, foi

fundado o Núcleo de Formação para Escutadoras de Memória. O objetivo do grupo, que é

formado por integrantes da PUC-Rio, equipe do MUF e mulheres moradoras da favela, é

discutir estratégias de escuta das memórias da favela, assim como questões teóricas e práticas

relativas ao Prêmio Mulheres Guerreiras. Foram realizados até então oito encontros

quinzenais, nos quais discutimos o processo do prêmio de 2012, modos de escuta, discussão e

construção de estratégias de trabalho para o prêmio 2013 e práticas de entrevista. Também

foram abordados conceitos no campo da memória pessoal e coletiva, aproximando pontos que

apareceram no próprio discurso das mulheres com as reflexões teóricas de autores como

Maurice Halbwachs, Walter Benjamin, Michael Pollak e Jean Marie Gagnebin. De forma

mais detalhada, os seguintes conteúdos foram trabalhados:

• Apresentação das observações referentes ao prêmio Mulheres Guerreiras 2012;

• Reflexão sobre os conceitos de memória individual e memória social e coletiva;

• Discussão sobre a potência política da memória e da criação de uma comunidade de

ouvintes;

• Problematização do conceito “mulher guerreira”, de modo a possibilitar a emergência

de outros sentidos (conceito que se consolida a partir dos relatos);

• Definição de escutadora: aquela que escuta com interesse (sem insistir nas questões) e

sabe sustentar os silêncios do outro;

• Limites e possibilidades na escuta de uma história já conhecida;

• Memória como reconstrução: importância de se respeitar aquilo que o outro deseja que

seja lembrado de si;

• Confiança como elemento essencial à relação do narrador junto ao escutador;

• Relação entre histórias privadas e histórias públicas: sigilo e ética da escuta;

• Processo de escuta: importância da espontaneidade e dos silêncios;

• Identidade como fenômeno que se constitui em negociação com os outros;

• Memória como constituidora da identidade (relato como escuta de si e construção de

si para o outro);

• Escuta atenta que prescinde de roteiros fechados. Possibilidades de pensar mais do que

em uma sequencia de perguntas prontas (roteiro), mas em questões de memória a

serem exploradas. Quais são as boas questões para iniciar uma conversa sobre

memórias?;

• Empatia (capacidade de escuta que faz eco no interior de quem ouve) e cumplicidade

como valores à uma escuta sensível;

• Encontro como momento aberto à imprevisibilidade;

• Problemáticas acerca do encerramento da conversa (respeitar o desejo ou não por

terminar, tanto da parte do entrevistador quanto da parte do entrevistado). Abrir

espaço para, se necessário, dar continuidade à conversa num segundo encontro.

• Ética da escuta (discurso como violência: entrar na vida do outro e insistir que fale

sobre acontecimentos que não deseja lembrar naquele momento);

• A especificidade da presença da câmera: o modo como o aparato afeta a

discursividade e seus desdobramentos éticos;

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• Ao invés de entrevista entre-falas, um tipo de bate-papo;

• Diferença de escuta de memória para uma escuta analítica/psicológica;

• Não estar disponível para algumas escutas: escutadora é tão humana quanto aquele

que narra (sermos sensíveis as nossas limitações).

A seguir, fotos dos encontros de formação:

A primeira parte da formação terminou com entrevistas itinerantes feitas

pelas escutadoras no território da favela, entrevistas que serão utilizadas para selecionar as

vencedoras do prêmio. Na segunda parte da formação, a ser realizada no segundo semestre de

2013, as escutadoras realizarão entrevistas nas casas das vencedoras no Prêmio Mulheres

Guerreiras 2013. Nesse âmbito, a pesquisa ainda encontra-se em andamento, com um longo

caminho a ser percorrido.

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