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1 “SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE – O ESPAÇO URBANO BRASILEIRO”: UM OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA O ENSINO EM GEOGRAFIA "SOCIETY AND ENVIRONMENT – THE BRAZILIAN URBAN SPACE: AN OBJECT OF LEARNING FOR THE TEACHING IN GEOGRAPHY Daniel Fagundes Audino 1 Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina. Resumo O presente trabalho apresenta o objeto de aprendizagem “Sociedade e meio ambiente: o espaço urbano brasileiro” desenvolvido como instrumento pedagógico de apoio ao processo de ensino e aprendizagem em Geografia para o ensino médio. Por meio dessa pesquisa, determinaram-se alternativas pedagógicas para o ensino do espaço urbano brasileiro dentro de sala de aula. Sendo assim, as questões referidas nessa pesquisa foram contempladas durante as reflexões, análises e na explicação do objeto de aprendizagem proposto. Assim, espera-se que a inclusão dessa ferramenta educativa venha a ser uma importante contribuição para o ensino em Geografia, no que diz respeito ao estudo do espaço urbano brasileiro. Palavras-chaves: Objetos de Aprendizagem; Ensino de Geografia; Espaço urbano brasileiro. Abstract The following work presents the object of learning "Society and environment: the Brazilian urban space" developed as a pedagogical tool to support the teaching and learning in Geography for secondary education. Through this research, educational alternatives to the teaching of Brazilian urban space in the classroom were determined. The questions referred to in this research were addressed during the discussions, analysis and explanation of the object of learning proposed. Therefore, it is expected that the inclusion of this educational tool will be an important contribution to the teaching of Geography regarding the study of Brazilian urban space. Keywords: Learning of Objects; Teaching Geography; Urban Brazilian space. 1 Aluno regular do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina. e-mail: [email protected]

“SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE – O ESPAÇO URBANO …wright.ava.ufsc.br/~alice/conahpa/anais/2009/cd_conahpa2009/papers/... · Em se tratando de espaço urbano muitos são os aspectos

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“SOCIEDADE E MEIO AMBIENTE – O ESPAÇO URBANO BRASIL EIRO”:

UM OBJETO DE APRENDIZAGEM PARA O ENSINO EM GEOGRAFI A

"SOCIETY AND ENVIRONMENT – THE BRAZILIAN URBAN SPAC E: AN

OBJECT OF LEARNING FOR THE TEACHING IN GEOGRAPHY

Daniel Fagundes Audino1 Universidade Federal de Santa Catarina, Santa Catarina.

Resumo O presente trabalho apresenta o objeto de aprendizagem “Sociedade e meio ambiente: o espaço urbano brasileiro” desenvolvido como instrumento pedagógico de apoio ao processo de ensino e aprendizagem em Geografia para o ensino médio. Por meio dessa pesquisa, determinaram-se alternativas pedagógicas para o ensino do espaço urbano brasileiro dentro de sala de aula. Sendo assim, as questões referidas nessa pesquisa foram contempladas durante as reflexões, análises e na explicação do objeto de aprendizagem proposto. Assim, espera-se que a inclusão dessa ferramenta educativa venha a ser uma importante contribuição para o ensino em Geografia, no que diz respeito ao estudo do espaço urbano brasileiro. Palavras-chaves: Objetos de Aprendizagem; Ensino de Geografia; Espaço urbano brasileiro. Abstract The following work presents the object of learning "Society and environment: the Brazilian urban space" developed as a pedagogical tool to support the teaching and learning in Geography for secondary education. Through this research, educational alternatives to the teaching of Brazilian urban space in the classroom were determined. The questions referred to in this research were addressed during the discussions, analysis and explanation of the object of learning proposed. Therefore, it is expected that the inclusion of this educational tool will be an important contribution to the teaching of Geography regarding the study of Brazilian urban space. Keywords: Learning of Objects; Teaching Geography; Urban Brazilian space.

1 Aluno regular do Programa de Pós-graduação em Geografia da Universidade Federal de Santa Catarina. e-mail: [email protected]

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1. Introdução A evolução tecnológica vem provocando transformações substanciais na educação. A tecnologia oferece grandes promessas para a melhoria do ensino e as mídias desenvolvidas com fins educacionais vêm acrescentando e promovendo novas formas de experiências práticas para o processo de ensino e aprendizagem e, por conseguinte, provocado uma profunda revisão dos métodos tradicionais de ensino.

Recentemente, o progresso das mídias digitais e a popularização da Internet possibilitaram o surgimento de novos instrumentos para o acesso e distribuição das informações, e os avanços tecnológicos absorvidos pela sociedade - em especial, o uso do computador - propiciaram à inserção dessas inovações aos recursos metodológicos educacionais.

Esses recursos educacionais digitais na forma de animações, simulações e atividades interativas oferecem uma maneira diferenciada de aprendizagem do que àquela obtida pelos meios tradicionais.

Um desses recursos são os objetos de aprendizagem. Eles são considerados qualquer ferramenta digital ou não digital, na qual pode ser usada, reusada ou referenciada durante o ensino auxiliado por tecnologia. A principal idéia dos objetos é separar o conteúdo educacional em partes pequenas que possam ser reutilizados em diferentes ambientes de aprendizagem. (WILEY, 2000)

Sendo assim, os objetos de aprendizagem constituem instrumentos lúdicos e interativos que auxiliam a prática docente em sala de aula, mediante o emprego de ferramentas que tornem o processo de ensino e aprendizagem mais prazeroso e dinâmico. Essas ferramentas podem, ainda, tornar mais simples a compreensão de fenômenos estudados.

Portanto, o presente trabalho surge da união dos conhecimentos resultantes sobre a construção de objetos de aprendizagem, suas potencialidades, importância e a constante e crescente necessidade de renovação do processo de ensino em Geografia. Sendo assim, essa pesquisa apresenta o objeto de aprendizagem “Sociedade e meio ambiente: o espaço urbano brasileiro” desenvolvido como instrumento didático-pedagógico hipermídia de apoio ao processo de ensino e aprendizagem em Geografia para o ensino médio.

2. Desenvolvimento 2.1 Objetos de aprendizagem

O ensino da Geografia, assim como a utilização de recursos, atrelada a ferramentas inovadoras como os objetos de aprendizagem, direciona-se para um maior interesse e participação dos alunos dentro da sala de aula e, consequentemente, com o auxílio de professores preparados, uma maior compreensão do conteúdo trabalhado.

Nesse sentido, definem-se objetos de aprendizagem como sendo um recurso (ou ferramenta cognitiva) autoconsistente do processo de ensino e aprendizagem, isto é, não depende de outros objetos para fazer sentido. (RENNIE; MASON, 2004)

Eles são definidos ainda, conforme Pimenta; Batista (2004, p. 12) como sendo, “unidades de pequena dimensão, desenhadas e desenvolvidas de forma a fomentar a sua reutilização, eventualmente em mais do que um curso ou em contextos diferenciados, e passíveis de combinação

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e/ou articulação com outros objetos de aprendizagem de modo a formar unidades mais complexas e extensas.” Wiley (2000) expõe que esse instrumento pedagógico, constitui-se em aplicações da orientação a objetos no mundo da aprendizagem e são pequenos componentes reusáveis desenvolvidos através de vídeos, demonstrações, tutoriais, procedimentos, histórias com animações e simulações, que não servem simplesmente para produzir ambientes, e sim, desenvolver o pensamento crítico das pessoas.

Conforme Singh (2001) um objeto de aprendizagem para ser estruturado é dividido em três partes bem definidas: 1º - Objetivos: esta parte do objeto tem como intenção demonstrar ao aprendiz o que pode ser aprendido a partir do estudo desse objeto, além do pré-requisito para um bom aproveitamento do conteúdo; 2° - conteúdo instrucional: parte que apresenta todo o material didático necessário para que no término o aluno possa atingir os objetivos definidos; 3º - Prática e feedback: uma das características importantes do paradigma objetos de aprendizagem é que a cada final de utilização julga-se necessário que o aprendiz verifique se o seu desempenho atingiu as expectativas.

No entanto, os objetivos desses recursos não seriam suficientes para diferenciá-los de outras tecnologias educacionais. Todavia, esses objetos permitem a simulação e a prática através da interatividade do aluno com o conteúdo, permitindo ao estudante a construção do conhecimento, estabelecendo assim, um dos grandes diferenciais dos objetos de aprendizagem. Além disso, ocorre o benefício da personalização do aprendizado, pois os objetos podem ser manipulados de acordo com as necessidades individuais, ou seja, numa densidade de informação possível de ser significada em um tempo adequado para cada indivíduo.

Spinelli (2005, p. 7) enfatiza que “um objeto virtual de aprendizagem é um recurso digital reutilizável que auxilie na aprendizagem de algum conceito e, ao mesmo tempo, estimule o desenvolvimento de capacidades pessoais, como, por exemplo, imaginação e criatividade.” O mesmo autor ainda coloca que um objeto de aprendizagem “pode tanto contemplar um único conceito quanto englobar todo o corpo de uma teoria. Pode ainda compor um percurso didático, envolvendo um conjunto de atividades, focalizando apenas determinado aspecto do conteúdo envolvido.”

Esse movimento de mudanças passa a exigir conexões, parcerias, trabalho conjunto e inter-relações, para dar conta do dinamismo, que esses objetos passam a demandar, tanto do professor quanto do aluno. Daí a necessidade de uma nova compreensão de mundo, emergindo uma nova inteligência, inteligência coletiva,

que contemple a colaboração, a participação, as diferenças entre os sujeitos,

para uma maior interatividade entre eles, que só pode ser garantida no uso dessas ferramentas, pela ação dos sujeitos envolvidos no processo.

Portanto, essas ferramentas correspondem a uma metodologia contemporânea que desponta nessa nova fase da educação como sendo uma alternativa, ou seja, um recurso que pode beneficiar professores e alunos.

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2.2 O espaço urbano brasileiro Em se tratando de espaço urbano muitos são os aspectos que, direta ou indiretamente, afetam a grande maioria dos habitantes, como a pobreza, a criminalidade, a poluição visual, sonora, entre outros aspectos. Esses aspectos são, na maioria das vezes, relacionados como fontes de descontentamento com a vida urbana. Entretanto, há também, uma série de fontes de contentamento a ela associada. As cidades exercem um forte poder de atração devido à sua heterogeneidade, dinâmica e possibilidades de escolha. Como sugere Corrêa (1989, p. 9), ”o espaço urbano é um espaço fragmentado e articulado, reflexo e condicionante social, um conjunto de símbolos e campo de lutas (...) é assim a própria sociedade em uma de suas dimensões, aquela mais aparente, materializada nas formas espaciais.”

Durante a maior parte da nossa história, o Brasil, caracterizou-se como uma sociedade rural, sendo que a maioria dos seus habitantes trabalhava com atividades agrícolas, extrativas e na criação de animais.

As cidades, que se constituíram até meados do século XX, de uma maneira geral, desempenhavam atividades rurais. Essas cidades existiam para servir ao campo, fosse ela portuária ou continental, possuindo uma economia exclusivamente agrária. No início dos anos 50, a situação começou a se inverter. O processo de urbanização cresce a medida, que aumentam as atividades industriais. As indústrias não foram implantadas em todas as cidades brasileiras, muito pelo contrário: as fábricas até hoje se concentram em um número relativamente restrito delas. O fenômeno da industrialização ocasionou uma verdadeira revolução na Geografia do Brasil, pois praticamente todos os lugares do país, que antes estavam a serviço de uma economia predominantemente rural, foram integrados ao nosso ritmo, imposto pela produção das fábricas.

Uma das conseqüências mais evidentes da industrialização foi o enorme crescimento das populações das cidades por todo o país. Algumas cidades se desenvolveram impulsionadas pelas fábricas, que nelas se instalaram, e outras, surgiram e cresceram em decorrência da multiplicação das atividades e serviços comerciais, que as indústrias proporcionaram.

Cabe ressaltar, que a indústria implicou o desenvolvimento de uma série de outras atividades, como as ligadas aos transportes, ao comércio, aos bancos, etc. Os lugares onde as fábricas se concentraram, atraindo uma variada gama de atividades, tornou-se uma espécie de postos de comando na Geografia do Brasil industrializado. Portanto, o processo de industrialização do Brasil levou a um aumento do êxodo rural, proporcionando, assim, ao processo de Urbanização do país, que se caracteriza por possuir uma maior concentração da população brasileira nas grandes cidades em relação ao campo, intensificando-se os problemas urbanos.

As grandes cidades apresentam um trânsito caótico, um forte processo de favelização, onde a precariedade da moradia urbana rodeadas por territórios produzidos informalmente, onde predomina a carência de infra-estrutura, irregularidade fundiária e falta de qualificação urbana. A expansão das favelas, a consolidação de cortiços e a disseminação de loteamentos ilegais e irregulares caracterizam a maior parte das cidades brasileiras no final do século passado e início deste.

Nas principais cidades do país as áreas mais bem servidas de infra-estrutura, emprego e qualidade urbana vêm perdendo população moradora, enquanto as regiões periféricas, desprovidas de

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benefícios urbanos, e as áreas de proteção ambiental, que deveriam ser preservadas, crescem de forma acelerada gerando graves problemas de mobilidade e depredação ambiental.

A terra urbanizada, localizada em regiões aptas a receber assentamentos humanos e provida de serviços, equipamentos e infra-estrutura, vem se tornando cada vez mais cara e inacessível, por mecanismos de mercado, para a população de baixa renda e até mesmo de média baixa renda. Assim, os que não têm recursos são levados a ocupar irregularmente lugares cada vez mais distantes, precários e perigosos. Como as regiões de interesse ambiental - protegidas legalmente - não podem ser utilizadas para empreendimentos imobiliários de mercado, elas se tornam mais vulneráveis para abrigar os assentamentos irregulares de baixa renda. Portanto, serras e terrenos de acentuada declividade, áreas de proteção de mananciais, margens dos córregos e rios, mangues e áreas públicas destinadas a praças e ao verde vêm sendo ocupadas à luz do dia, com a omissão do poder público e o interesse dos proprietários, que vêem nesse processo uma maneira de dar uso econômico a suas áreas.

Até recentemente, esses problemas foram desconsiderados, mas estamos chegando a um limite que leva a sociedade a tomar consciência da gravidade da situação. A aprovação do Estatuto da Cidade em 2001, depois de 13 anos de debates no Congresso Nacional, criou novos instrumentos urbanísticos para combater a retenção de terrenos e imóveis ociosos e fazer cumprir a função social da propriedade.

Este modelo de cidade que estamos vivenciando, baseada no automóvel, no deslocamento direto das garagens, dos condomínios para os estacionamentos, dos shoppings e dos grandes edifícios comerciais, assim como, fortalezas e “torres” fechadas por sistemas de ar condicionado, vigiadas permanentemente, e ainda, um crescimento horizontal ilimitado, destruindo áreas de proteção ambiental e zonas rurais nos levam a repensar sobre a consciência da população e a qualidade do ensino escolar nestes aspectos.

Todavia, através do ensino do espaço urbano e da apresentação de todos estes aspectos negativos em sala de aula é que se difundirá na sociedade uma consciência de que é necessário reverter esse processo. Porém este caminho é difícil e deve ser encarado com muita seriedade, pois significa enfrentar fortes interesses e uma cultura urbana firmemente estabelecida nas classes sociais mais privilegiadas, que vêm se acostumando a um modo de vida baseado na fragmentação, na segregação social e no culto ao espaço privado e individual. 3. Metodologia A fim de responder aos objetivos propostos para este trabalho, o mesmo foi estruturado nas seguintes etapas:

A fase inicial constitui-se do aprofundamento das discussões teórico-metodológicas através do resgate teórico, buscando na bibliografia, subsídios para o enriquecimento do trabalho.

Conduziu-se uma investigação teórica no sentido de estabelecer quais os conceitos de objetos de aprendizagem e os conceitos referentes ao estudo do espaço urbano brasileiro. Com esse suporte teórico, puderam-se conhecer conceitos, traçar parâmetros e indicadores para está investigação.

A fase final dessa pesquisa constitui-se na explicação do objeto de aprendizagem “Sociedade e Meio Ambiente: o espaço urbano brasileiro”. Ela apresenta o resultado da criação desse instrumento

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de aprendizagem por meio da construção da idéia principal, da criação do layout, da elaboração dos desenhos e da programação do mesmo. 4. Análise dos resultados 4.1 Sociedade e Meio Ambiente: o espaço urbano brasileiro Primeiramente, vale ressaltar que o objeto de aprendizagem “Sociedade e Meio Ambiente: o espaço urbano brasileiro” apresenta-se em 4 versões, com extensão swf., exe., fla. e uma web (http://www.espacourbano.rg3.net), sendo todas versões iguais, e que a descrição a seguir mostra algumas das principais telas do objeto.

Sendo assim, esse recurso didático apresenta em sua tela inicial, a apresentação da temática a ser estudada, contendo o título e um mapa hipotético com alguns aspectos referentes ao estudo do espaço urbano brasileiro. Na segunda tela, encontra-se disposto um menu que servirá de orientação para os alunos durante à atividade. Esse menu contém diversos itens a serem visualzados pelos alunos e pelo professor, como: um módulo principal, que abordará o conteúdo principal do objeto de aprendizagem; e alguns módulos secundários, como: a composição da equipe e seus respectivos e-mails para contatos; testes de vestibulares do estado do Rio Grande do Sul e dos demais estados brasileiros, assim como questões escolhidas, especialmente, para este objeto de aprendizagem; conteúdos extras por meio de hiperlinks que servirão de auxílio e aprofundamento para os alunos; vídeos para os alunos refletirem sobre os principais problemas enfrenteados no espaço urbano brasileiro e um espaço para o professor através de dicas que o auxiliem na utilização deste material didático. (Figuras 1 e 2)

Figura 1: Tela inicial. Figura 2: Menu. Fonte: Do autor. Fonte: Do autor.

A vantagem do menu neste recurso didático é que o aluno poderá visualizar os vídeos, responder o quiz, ver sites sobre a temática a ser abordada, etc., antes mesmo do conteúdo a ser trabalhado, fazendo com que este objeto de aprendizagem não seja pré-determinado e linear.

O menu oferece também, um espaço para a divulgação da equipe que participou na elaboração desse objeto de aprendizagem. Nesse espaço estão os nomes e os e-mails de cada um dos participantes para possíveis contatos. Abaixo do módumo “equipe/contatos” encontra-se disposto o módulo do “quiz”, onde o aluno poderá testar seus conhecimentos a respeito do conteúdo abordado. Este quiz está distribuído em três diferentes abordagens. O quiz 1 apresenta questões objetivas retiradas e adaptadas dos vestibulares do estado do Rio Grande do Sul, o quiz 2 expõe questões dos vestibulares dos demais estados brasileiros e o quiz 3 mostra questões elaboradas especialmente para este objeto de aprendizagem. (Figura 3 e 4)

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Figura 3 – Equpe/Contatos. Figura 4 – Quiz. Fonte – Do autor. Fonte – Do autor.

O módulo “extras” e o módulo “vídeos” oferece 7 sites e 7 vídeos do site youtube, que clicados, são redirecionados para outra janela da internet. Onde o aluno poderá aprofundar seus conhecimento e saber mais a respeito da temática sem precisar fechar o objeto de aprendizagem. (Figuras 5 e 6)

Figura 5 – Extras. Figura 6 – Vídeos. Fonte – Do autor. Fonte – Do autor. Esse instrumento ainda oferece um espaço para o professor, dando dicas de como utilizar esse objeto por meio de pré-requisitos necessários para o desenvolvimento do trabalho, assim como, sugestões sobre o tempo mínimo para execusão da atividade, algumas questões para discussão do conteúdo extraídas do portal educ.ar e organizadas pela professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Gilda Maria Cabral Benaduce, entre outras maneiras de como utilizar esta ferramenta e de como trabalhar o espaço urbano brasileiro em sala de aula. (Figura 7) A escolha do aluno no módulo principal o levará ao conteúdo e por meio da interatividade ele chegará a atividade principal deste objeto. No módulo principal, tem-se os conteúdos a serem trabalhados, com questões referentes ao espaço urbano brasilero de maneira geral, o processo de urbanização e seus desafios. Ele ainda apresenta gráficos sobre a taxa de crescimento da urbanização do Brasil em percentual contendo um texto explicativo e o crescimento da população brasileira nas cidades em milhões de habitantes. Estes gráficos apresentam-se de forma interativa, pois ele só poderá ser visualizado mediante ao comando do aluno. (Figuras 8 e 9)

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Figura 7 – Espaço do professor. Fonte – Do autor.

Figura 8 – Conteúdo. Figura 9 – Gráficos setoriais interrativo. Fonte – Do autor. Fonte – Do autor.

Na seqüência do conteúdo, a cidade é apresentada com seu conceito segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE) e sua classificação, quanto ao sítio, função, situação e origem. Em cada uma dessas classificações, o aluno poderá visualizar fotos das cidades em questão, uma vez que as fotos foram baixadas gratuitamente do site Baixaki. (Figuras 10 e 11)

Figura 10 – A cidade e sua classificação. Figura 11 – Classificação quanto à origem. Fonte – Do autor. Fonte – Do autor.

Após essas apresentações iniciais sobre o espaço urbano brasileiro, o aluno é convidado a desenvolver uma atividade, na qual, ele, juntamente com o auxílio do profesor, através de questões referentes aos 8 setores urbanos e 1 setor rural, responderá questões a respeito das características desses setores relacionando-as com seu município.

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Dentro dessa dinâmica, o objetivo central dessa atividade, é fazer com que o aluno reflita sobre o espaço em que vive, percebendo através dos desenhos de cada setor, as características que podem ou não apresentar em sua cidade, questionando desta forma, como ela está estruturada, se ela é uma cidade completa ou deficitária, desigual, excludente, de grande, médio ou pequeno porte, se ela é importante economicamente para o Brasil, entre outros aspectos. (Figuras 12, 13, 14 e 15)

Figura 12 – Setores urbanos e setor rural. Figura 13 – Setor 1: Area central 1. Fonte – Do autor. Fonte – Do autor.

Figura 14 – Setor 1: área central 1. Figura 15 – Atividade. Fonte – Do autor. Fonte – Do autor.

Ressalta-se que para essa atividade, é fundamental a participação do professor, pois cabe a ele provocar os alunos, pedir para que analisem os desenhos com cuidado, que explorem bem os detalhes das imagens, a fim de obter uma melhor compreensão do espaço urbano. Assim, esse objeto de aprendizagem contemplou, de uma forma construtiva e interativa, através de fotos, textos, vídeos, hipertextos, desenhos e gráficos os inúmeros aspectos do espaço urbano brasileiro.

5. Considerações finais Com o objetivo de desenvolver um objeto de aprendizagem para o ensino médio capaz de proporcionar aos alunos uma forma prazerosa, construtiva e interativa no entendimento do espaço urbano brasileiro, desenvolveu-se essa pesquisa.

Num primeiro momento, enfocaram-se alguns conceitos de objetos de aprendizagem e as diferentes abordagens conceituais sobre o espaço urbano brasileiro.

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Metodologicamente, buscaram-se na bibliografia, subsídios, a fim de identificar e diagnosticar as fontes do problema, determinando, dessa forma, alternativas pedagógicas para o ensino do espaço urbano brasileiro dentro de sala de aula por meio deste instrumento didático.

Dessa maneira, acredita-se que todas as questões referidas nesse trabalho foram contempladas durante as reflexões teóricas e na construção do objeto de aprendizagem “Sociedade e Meio Ambiente: o espaço urbano brasileiro”. Assim, pretende-se que a inclusão dessa ferramenta venha a ser uma importante contribuição para o processo de ensino-aprendizagem. Por fim, ressalta-se ainda, que mesmo que esse instrumento seja inovador, não podemos descartar que a realidade e a sociedade são algo em constante movimento, e percebe-se que o ensino de Geografia nunca estará pronto, cabendo ao professor buscar novas ferramentas de ensino para dar continuidade a este processo educativo. 6. Referências bibliográficas CORRÊA, R. L. A rede urbana. São Paulo: Ática, 1989. RENNIE, F.; MASON, R. The connection: Learning for the connected generation. USA: [s.n.], 2004. PIMENTA, P.; BATISTA, A. A. Das plataformas de E-learning aos objetos de aprendizagem. In. Dias, A. A. S.; GOMES, M. J. (Org.), E-learning para formadores. Minho, TecMinho, 2004. SINGH. H. Introduction to Learning Objects. IMSPROJECT. Disponível em: <www.imsproject.org/content/packing/ims-cp-bestv1p1.html>. Acessado em: 28 dez 2007. SPINELLI, W. Aprendizagem Matemática em Contextos Significativos: Objetos Virtuais de Aprendizagem e Percursos Temáticos. 2005. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005. WILEY, D. A. Learning Object Design and Sequenceing Theory. Tese (Doctorate in Philosophy) – Brigham Young University, Provo, 2000.